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MILITARES E CORPOS DE
BOMBEIROS MILITARES
Lei n. 14.751/2023
Rodrigo Foureaux
Oficial RNR - PMMG
Juiz de Direito - TJGO
Sumário Diretrizes a serem observadas pelas
Bombeiros Militares
Perícias
Ciências Policiais
de Bombeiros Militar
Condições Ingresso
Comandante-Geral
Participação popular
Vetos
Lei 14.751 de 12 de dezembro de 2023
Reconhecimento formal do
Produção de conhecimento exercício de cargo técnico pelos
A Lei n.
científico pela própria instituição policiais militares e bombeiros
militares
14.751/2023
reconheceu o Fomenta a produção de manuais
técnicos e protocolos de atuação
policial e do bombeiro
Reconhece a complexidade do
trabalho
POLICIAMENTO
BASEADO EM
EVIDÊNCIAS!
Exige a realização de perícias Valoriza o trabalho das
para identificar erros policiais e instituições militares estaduais
dos bombeiros (BM e CBM)
Perícias
CARACTERIZAÇÃ CARACTERIZAÇÃO
ALEGAÇÃO DE Cão policial e as fundadas
EXCESSO DA TROPA O DE FUNDADA DE LEGÍTIMA
razões
DE CHOQUE SUSPEITA DEFESA
A ciência aplicada à O policiamento preventivo e ostensivo, próprio das
Polícias Militares, a fim de salvaguardar a
atividade policial já foi segurança pública, é dever constitucional. Tentar
reconhecida e fugir, ao avistar viatura, e reagir, objetivamente, de
respeitada pelo Supremo modo próprio e conhecido pela ciência aplicada à
Tribunal Federal ao atividade policial, objetivamente, justifica a busca
analisar as razões da pessoal em via pública. (RHC 235568 AgR,
Relator(a): Gilmar Mendes, 2ª Turma, j. 26-02-
busca pessoal. 2024, p. 01-03-2024)
respeitada pelo Supremo A punição de criminosos, com efeito, deve ser feita nos limites da Constituição. Não
Tribunal Federal ao se defende, aqui, e jamais se defendeu uma persecução penal paralela àquela
busca pessoal. Todavia, se um agente do Estado não puder realizar abordagem em via pública a
partir de comportamentos (objetivos) suspeitos do alvo, tais como fuga,
gesticulações e demais reações típicas, já conhecidas pela ciência aplicada à
atividade policial, haverá sério comprometimento do exercício da segurança pública.
Lei n. 13.675/2018
Art. 4º
IX - uso comedido e proporcional da força pelos agentes
da segurança pública, pautado nos documentos
internacionais de proteção aos direitos humanos de que
o Brasil seja signatário
Livre convencimento técnico-
jurídico do oficial no exercício
da polícia judiciária militar
Segurança jurídica para que o Encarregado
de IPM faça uma análise completa do tipo
penal nas decisões de indiciamento ou não,
inclusive, para aplicar o art. 247, § 2º, do
CPPM (despacho não ratificador).
Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, será dada ao prêso nota de
culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas.
§ 2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, a autoridade militar ou
judiciária verificar a manifesta inexistência de infração penal militar ou a não
participação da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de infração
penal comum, remeterá o prêso à autoridade civil competente.
Uso racional da força e uso
progressivo dos meios
Material de segurança pública
Art. 17 [...]
V - equipamentos, armas e munições menos letais
Lei n. 13.675/2018
Art. 4º
IX - uso comedido e proporcional da força pelos agentes
da segurança pública, pautado nos documentos
internacionais de proteção aos direitos humanos de que
o Brasil seja signatário
Atribuições da
Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros
Militar
Atribuições da Polícia Militar e Corpo de
Bombeirsos Militar
Realizar coleta, busca e análise de dados, inclusive
estatísticos, sobre a criminalidade e as infrações
administrativas de interesse da preservação da ordem pública,
da polícia ostensiva e da polícia judiciária militar, destinadas a
orientar o planejamento e a execução de suas atribuições
Parcerias e
de ensino, a pesquisa, extensão, informações e
conhecimentos técnicos.
Instituições
no âmbito de suas atribuições constitucionais e legais.
Coronel Coronel
Major Major
1º Tenente 1º Tenente
Oficiais Subalternos 2º Tenente 2º Tenente
Aspirante-a-Oficial Aspirante-a-Oficial
Cadete (CFO)
Praças Especiais Aluno da Escola de Formação de Oficiais
Aluno-Oficial (CHO ou CHOA)
Obs.: na prática muitas instituições militares já
denominavam o aluno do CFO como “Cadete”
Subtenente Subtenente
1º Sargento 1º Sargento
2º Sargento 2º Sargento
Padronização ddos
3º Sargento 3º Sargento
Praças - Aluno-Sargento
Cabo Cabo
Postos e Gradua
Graduações Soldado 1ª Classe
Soldado 2ª Classe
Soldado
Aluno-Soldado
Soldado 3ª Classe
O parágrafo único do art. 12 e o art. 16, § 2º, II deixam claro que Aluno-Soldado e Aluno-
Sargento são graduações.
Ao término do curso se tornam 3º Sargentos. Logo, o Cabo deixa de ser superior ao Soldado no
Observações
curso, o que possui consequências penais militares nos crimes que exigem a qualidade de
“superior” e “inferior”. Antes era possível que os postos e graduações fossem
De toda forma, surge polêmicas. Isso porque o art. 23 diz que a precedência entre militares
suprimidos, de acordo com a lei estadual que tratasse da
observará o previsto nos arts. 17, 18 e 19 da Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980, salvo os carreira militar do estado, como na Bahia que suprimiu o
casos de precedência funcional estabelecida em lei.
posto de 2º Tenente.
O art. 19, V, da Lei n. 6.880/1980 diz que os cabos têm precedência sobre os alunos das A graduação de Soldado poderia se subdivida em três
escolas ou dos centros de formação de sargentos, que a eles são equiparados, respeitada, no
classes, como ocorria em Goiás e ocorre em Santa Catarina.
caso de militares, a antiguidade relativa. Em que pese poder cogitar a aplicação do art. 19, V, os
alunos do curso de formação deixam de ser cabos e passam a ser Alunos-Sargentos, logo, não Em São Paulo o aluno do Curso de Formação de Oficial é
se aplica essa previsão, pois se tornam superiores hierárquicos aos cabos. Esse inciso somente denominado de Aluno-Oficial, mas agora deve passar a ser
seria aplicável se durante o curso de formação os militares fossem cabos, mas não são. São
Alunos-Sargentos. De toda forma, está aí um ponto de debate! denominado de “Cadete”. Aluno-Oficial é quem era praça e
passa no concurso para fazer o Curso de Habilitação de
Oficiais.
No Curso de Formação de Sargentos surge uma situação
interessante, pois esse curso pode ser aberto para Soldados
Padronização ddos
e Cabos e no início do curso adquirem a condição de “Aluno-
Sargento”, que passou a ser considerada uma graduação.
Postos e Gradua
Graduações
Todas as instituições militares deverão se adaptar. A lei não
fixou regra de transição e gerou dúvidas se deve adaptar
imediatamente ou para os casos futuros.
Promoção após
completar os
A Lei n. 14.751/2023 permitiu a promoção por
completar o militar os requisitos para transferência a
a transferência
a pedido ou Art. 14 [...] Parágrafo único. Além do disposto no caput deste
artigo, serão admitidas as promoções por bravura e post
compulsória
mortem e a promoção por completar o militar os requisitos para
transferência a pedido ou compulsória para a inatividade, sem
para
prejuízo da promoção em ressarcimento de preterição.
inatividade
QUADROS QOEM QOE QOS QORR QP QPRR
QUADRO DE OFICIAIS QUADRO DE QUADRO DE QUADRO DE QUADRO DE QUADRO DE
DE ESTADO-MAIOR OFICIAIS OFICIAIS DE SAÚDE OFICIAIS DA PRAÇAS PRAÇAS DA
ESPECIALISTAS RESERVA E RESERVA OU
REFORMADOS REFORMADOS
Destinado ao exercício, Destinado ao exercício Destinado ao Destinado aos oficiais Destinado às atividades Destinado às praças das
entre outras, das funções de de atividades desempenho de das polícias militares e dos diversos órgãos da polícias militares e dos
comando, chefia, direção e complementares atividades de saúde e dos corpos de instituição e integrado corpos de bombeiros
administração superior dos àquelas previstas para o de direção e bombeiros militares da por praças aprovadas militares da reserva
diversos órgãos da quadro constante do administração de órgãos reserva remunerada e em concurso público de remunerada e aos
instituição e integrado por inciso I deste caput e de saúde das polícias aos reformados. nível de escolaridade reformados.
oficiais aprovados em integrado por oficiais militares e dos corpos superior ou possuidoras
concurso público, exigido oriundos do quadro de de bombeiros militares e do respectivo curso de
bacharelado em direito, praças, nos termos da integrado por oficiais formação, desde que
observado o disposto no legislação do ente possuidores de cursos oficialmente
inciso IX do caput do art. 13 federado, possuidores de graduação superior reconhecido como de
desta Lei, facultada, para os do respectivo curso de na área de saúde de nível de educação
oficiais dos corpos de habilitação, realizado interesse da instituição, superior, oferecido pelo
bombeiros militares, outra em estabelecimento de com emprego sistema de ensino da
graduação prevista na ensino próprio ou de obrigatório e exclusivo respectiva instituição ou
legislação do ente polícia militar ou de na área de saúde das de outra unidade
federado, e possuidores do corpo de bombeiros corporações. federada ou de
respectivo curso de militar de outra unidade Territórios, observado o
formação de oficiais, federada ou de disposto no inciso IX do
realizado em Territórios, admitida a caput do art. 13 desta
estabelecimento de ensino promoção até o posto Lei, com progressão até
próprio ou de polícia militar de tenente-coronel. a graduação de
ou de corpo de bombeiros subtenente.
militar de outra unidade
federada ou de Territórios..
A Lei n. 14.751/2023 permitiu a realização de
É constitucional?
STF, Súmula Vinculante n. 43 - É
inconstitucional toda modalidade de
provimento que propicie ao servidor investir-se,
sem prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que
não integra a carreira na qual anteriormente
investido.
A Súmula Vinculante n. 43 aplica-se ao caso?
O art. 13, IX, diz que é condição básica para ingressar na instituição “comprovar, na data de
admissão, de incorporação ou de formatura, o grau de escolaridade superior, nos termos do
art. 15 desta Lei e da legislação do ente federado”.
a) Admissão;
A comprovação do grau de escolaridade superior pode ocorrer em um dos três momentos: b) Incorporação;
c) Formatura.
A instituição militar pode exigir que se comprove o curso superior apenas na formatura do
curso de soldado ou de oficiais.
Observação
A lei autoriza (art. 39, parágrafo único) que a própria instituição militar opte por formar o militar do
Estado em curso de formação de educação superior e conceda o requisito para o ingresso previsto no
inciso IX do art. 13 (grau de escolaridade superior). Logo, o próprio curso de formação de praças e de
oficiais das instituições militares estaduais poderão ser considerados cursos superiores, como já
ocorre em muitos estados, e isso ser o requisito para ingresso na carreira de praças e de oficiais.
Para praças exige-se que o curso de formação seja considerado ensino superior.
Para oficiais exige-se o curso de formação conceda o título de bacharel em Direito ou em ciências
policiais. Nota-se que permitiu que cursos de formação de oficiais sejam considerados cursos de
formação em Direito, mas na prática os formados são considerados bacharéis em ciências policiais
(ou um nome congênere, como bacharéis em Ciências Militares ou em Defesa Social).
A exigência de curso superior para o
ingresso nas IMES se tornou obrigatória?
Exigiu-se o Bacharelado em Direito para
ingressar na Polícia Militar?
Observação
As instituições militares que exigirem Ensino Médio para ingresso e os oficiais se formarem
bacharéis em Ciências Policiais após o curso de formação não poderão no futuro exercer
funções de comando, chefia, direção e administração superior dos diversos órgãos da instituição,
pois é requisito ser bacharel em Direito para ocupar essas funções (art. 15, I), salvo aqueles que
tenham feito o curso de Direito.
Essa previsão na Lei n. 14.751/2023 é compatível com a Constituição Federal que afirma que a lei
estadual disporá sobre o ingresso na instituição militar (art. 42, § 1º c/c art. 142, X) e cabe à União
editar normas gerais de organização (art. 22, XXI).
A exigência de curso superior para o
ingresso nas IMES se tornou obrigatória?
Exigiu-se o Bacharelado em Direito para
ingressar na Polícia Militar?
Em síntese, podemos afirmar que:
A lei dispôs que os estados possuem o prazo de até 06 (seis) anos para adotarem o requisito de
escolaridade para ingresso nas instituições militares, a contar de 13/12/2023, mas permitiu que a
própria instituição conceda o requisito de escolaridade.
Art. 39. A adoção do requisito de escolaridade para ingresso na instituição militar será processada no
prazo de até 6 (seis) anos a contar da publicação desta Lei.
Parágrafo único. Na forma da legislação de ensino do ente federado, a instituição poderá optar por formar
o militar do Estado e do Distrito Federal em curso de formação de educação superior com equivalência
àqueles definidos no art. 44 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional), concedendo-lhe o requisito para ingresso previsto no inciso IX do caput do art. 13
desta Lei, ensino superior, e no art. 15 desta Lei, bacharel em direito ou em ciências policiais
Condições básicas para ingressar nas Instituições Militares Estaduais
STF, Tema 22
Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a
participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal.
O conceito de procedimento social e idoneidade moral são mais amplos do que o de antecedentes criminais e não se
confundem.
O ingresso, na carreira de Agente Penitenciário, de candidato que figura 11 (onze) boletins de ocorrência, sendo 5
(cinco) relativas à lesão corporal, 3 (três) de crime de ameaça, 2 ocorrências de estelionato e, ainda, 1 (uma) referente
ao crime de porte ilegal de armas, importa indubitável ofensa aos valores morais e éticos que devem ser almejados
pela Administração Pública, por imposição constitucional. Seria afrontoso ao interesse coletivo, admitir-se, no
serviço público, candidato possuidor de vida pregressa duvidosa, como in casu, ainda mais se tratando de cargo
inserido na estrutura da segurança pública, a qual reclama maior higidez moral de seus agentes. A investigação
social em concursos públicos, além de servir à apuração de infrações criminais, presta-se, ainda, a avaliar
idoneidade moral e lisura daqueles que desejam ingressar nos quadros da Administração Pública. Precedentes. VII -
Recurso Ordinário não provido. (RMS 35.016/RS, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
06/06/2017, DJe 12/06/2017
Condições básicas para ingressar nas Instituições Militares Estaduais
É importante que as instituições militares implementem o exame toxicológico com larga janela de detecção durante a
carreira.
“O uso de drogas e dever militar são como água e óleo: não se misturam” (Ministro Ayres Brito, HC 103.684)
Art. 4º-A. A lei do ente federado deverá conter como critério para ingresso na instituição ser aprovado em exame de
saúde e exame toxicológico com larga janela de detecção.
Parágrafo único. Além dos exames do caput deste artigo, o regulamento desta Lei estabelecerá as regras do exame
toxicológico aleatório.
Condições básicas para ingressar nas Instituições Militares Estaduais
e) Não possuir tatuagens visíveis, quando em uso dos diversos uniformes, de suásticas, de obscenidades e de
ideologias terroristas ou que façam apologia à violência, às drogas ilícitas ou à discriminação de raça, credo, sexo
ou origem.
O parágrafo único do art. 13 previu que os militares têm direito ao tratamento protocolar deferido às carreiras que
tenham o mesmo requisito de ingresso no cargo ou na atividade.
Instituições
Militares
GARANTIAS
DOS
MILITARES
Garantias dos militares
Prisão criminal ou civil, antes de decisão com trânsito em julgado e
enquanto não perder o posto e a patente ou a graduação, em unidade
prisional militar do respectivo ente e, na falta desta, em unidade militar
estadual, à disposição de autoridade judiciária competente;
b) O uso da força policial pelo policial de rua – ponta da linha – faz parte da atividade
policial e, constantemente, há representações contra policiais por terem usado a
força.
i) Em São Paulo foi aprovada a Lei n. 16.786/18 que determinava que a Defensoria
Pública defenderia os policiais nas demandas judiciais e extrajudiciais em razão
da atuação funcional, todavia o TJSP (ADI n. 2260616-93.2018.8.26.0000)
declarou a lei inconstitucional por não ser atribuição constitucional da Defensoria
Pública.
2) Nos termos do artigo 125, § 4º, da Constituição Federal, o Tribunal de Justiça Militar, onde houver, ou
o Tribunal de Justiça são competentes para decidir, em processo autônomo decorrente de
representação do Ministério Público, sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação
das praças que teve contra si uma sentença condenatória, independentemente da natureza do crime por
ele cometido.
A lei criou uma segurança jurídica para que o militar não ser
movimentado de unidade em tempo inferior a um ano, salvo a pedido ou
se for compulsória (ex.: punição).
Garantias dos militares
Transferência de ofício para instituição de ensino congênere, nos termos
do parágrafo único do art. 49 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
e da Lei nº 9.536, de 11 de dezembro de 1997;
Nas hipóteses em que os militares forem movimentados compulsoriamente possuem direito
a serem transferidos para outra universidade no local de destino. Igual direito se aplica aos
dependentes.
Art. 1º A transferência ex officio a que se refere o parágrafo único do art. 49 da Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, será efetivada, entre instituições vinculadas a qualquer sistema
de ensino, em qualquer época do ano e independente da existência de vaga, quando se
tratar de servidor público federal civil ou militar estudante, ou seu dependente estudante, se
requerida em razão de comprovada remoção ou transferência de ofício, que acarrete
mudança de domicílio para o município onde se situe a instituição recebedora, ou para
localidade mais próxima desta. (Vide ADIN 3324-7)
STF - RE: 601580 RS, Relator: Edson Fachin, Data de Julgamento: 19/09/2018, Tribunal
Pleno, Data de Publicação: 20/02/2020.
Garantias dos militares
Lei n. 7.524/1986
Parágrafo único. A faculdade assegurada neste artigo não se aplica aos assuntos de natureza
militar de caráter sigiloso e independe de filiação político-partidária.
E a prisão disciplinar?
Art. 18 [...]
Parágrafo único. Salvo as prisões disciplinares militares, os militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios têm a prerrogativa inerente ao exercício do cargo de serem presos
somente por ordem escrita da autoridade judiciária competente ou em flagrante delito, caso
em que a autoridade respectiva fará imediata comunicação ao chefe do órgão de direção
superior da respectiva instituição militar.
Garantias dos militares
E a prisão disciplinar?
Art. 18 [...]
Parágrafo único. Salvo as prisões disciplinares militares, os militares dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios têm a prerrogativa inerente ao exercício do
cargo de serem presos somente por ordem escrita da autoridade judiciária
competente ou em flagrante delito, caso em que a autoridade respectiva fará
imediata comunicação ao chefe do órgão de direção superior da respectiva
instituição militar.
Observação
Na ADI n. 6595 o STF decidiu que inconstitucional o fim das prisões disciplinares
no âmbito das instituições militares estaduais, o que havia sido previsto pela Lei n.
13.967/2019. A inconstitucionalidade, no caso, foi de ordem formal, pois a União
legislou sobre matéria afeta aos estados, mas o STF consignou que nem os
estados poderiam acabar com as prisões disciplinares (inconstitucionalidade
material). Logo, em tese, em todos os estados deve haver previsão de prisão
disciplinar.
VEDAÇÕES
AOS
MILITARES
Vedação aos militares
Participar de sociedade comercial, salvo como cotista, acionista e
comanditário, e exercer atividade gerencial ou administrativa nessas
empresas, salvo na hipótese de licença para tratar de interesse
particular.
Militar da ativa e sem licença: somente pode participar de sociedade empresarial na condição
de cotista, acionista ou comanditário
O militar que estiver em licença por motivo de interesse particular pode exercer atividade
gerencial ou administrativa em empresas.
Em São Paulo a OAB entende pela possibilidade do militar afastado para tratar de interesse
particular para advogar.
EXERCÍCIO PROFISSIONAL - POLICIAL MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO – AFASTAMENTO PARA CUIDAR DE ASSUNTOS PARTICULARES –
AGREGAÇÃO – INATIVIDADE DECORRENTE DE LEI ESPECÍFICA – NÃO RECEBIMENTO DE VENCIMENTO – INCOMPATIBILIDADE NÃO VERIFICADA.
Não há incompatibilidade para o exercício da advocacia quando o Policial Militar se encontra de licença para tratar de interesses
particulares, pois nesta hipótese segue na condição de agregado, afastado do exercício das atividades de policial militar e sem receber
vencimentos. As alterações efetuadas no Estatuto da Advocacia pela Lei 14. 365/2022, (acréscimo dos parágrafos §§3º e 4º ao artigo
28), em nada alteram a conclusão quanto à inexistência de incompatibilidade no caso de licença para tratar de interesses particulares.
Precedentes: E-5.924/2022 e E-4.955/2017. Proc. E-5.953/2022 - v.u., em 16/02/2022, parecer e ementa da Relatora Dra. MARIA
CAROLINA NUNES VALLEJO, Revisora – Dra. RENATA SOLTANOVITCH - Presidente Dr. JAIRO HABER.
Vedação aos militares
Divulgar imagens de pessoas sob sua custódia sem prévia
autorização judicial.
O art. 26, IV, da Lei n. 14.751/2023 previu que os militares estaduais que atuarem em decorrência de:
Art. 24. Nas suas atribuições constitucionais, as polícias militares e os corpos de bombeiros
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios são titulares da polícia ostensiva e da
preservação da ordem pública, bem como da defesa civil, respectivamente, subordinados aos
governadores, e, nas situações extraordinárias, nos termos do § 6º do art. 144 da Constituição
Federal, podem ser convocados ou mobilizados pela União, no todo ou em parte, pelo Ministério
competente, além de outras hipóteses previstas em lei federal, nos casos de: [...]
COMANDANTE-GERAL
O COMANDANTE-GERAL PRECISA SER BACHAREL EM DIREITO?
O art. 29 diz que o Comandante-Geral será escolhido pelo Governador dentre os oficiais da ativa do
quadro previsto no art. 15, I.
O art. 15, I diz que o Quadro de Oficiais de Estado-Maior é integrado por oficiais aprovados em
concurso público, exigido bacharelado em direito, observado o disposto no inciso IX do caput do art.
13.
O art. 13, IX, diz que o bacharelado em Direito deve ser observado na data de admissão, de
incorporação ou de formatura.
Dessas redações são extraídas duas possíveis interpretações:
1. ) A exigência do bacharelado em Direito é para os concursos públicos vindouros e não alcança quem já prestou o
concurso público. É, portanto, uma regra de transição.
2. ) O bacharelado em Direito é exigível para se tornar Comandante-Geral, pois o art. 15, I, exige que para compor o
Quadro de Oficiais de Estado-Maior seja bacharel em Direito.
Entendo que a primeira corrente seja mais razoável, pois não é possível modificar a estrutura institucional e a qualificação
dos oficiais do dia para a noite! Haveria graves efeitos práticos para a instituição, o que contraria o art. 20 da LINDB.
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam
consideradas as consequências práticas da decisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS PELO COMANDANTE-GERAL
Anualmente, o Comandante-Geral deverá divulgar publicamente relatório anual que conterá as seguintes
informações (art. 29, § 5º):
Esses dados são importantes, pois atendem o princípio da transparência e publicidade dos atos
administrativos.
A lei previu que o Comandante-Geral da Polícia Militar deve estabelecer protocolos operacionais (art. 30).
Deve incluir as situações em que as unidades policiais-militares poderão ser empregadas, a cadeia de
comando e as responsabilidades dos comandantes e supervisores;
Deve ser encaminhado aos conselhos estaduais de segurança pública e defesa social previstos na Lei
nº 13.675, de 11 de junho de 2018;
IMPORTANTE!
Os protocolos operacionais devem se basear na ciência e poderão ser utilizados para a realização de perícia nos
casos em que houver alegação de erro policial.
DECRETO A SER EDITADO PELO PODER EXECUTIVO FEDERAL
O Poder Executivo Federal editará decreto com a definição de parâmetros mínimos para (art. 34):
Observação
Na prática a padronização não ocorrerá, pois cada instituição tem sua história, fardas e cores.
INSTITUIÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE COMANDANTES-GERAIS DE POLÍCIA
MILITAR (CNCGPM) E O CONSELHO NACIONAL DE COMANDANTES-GERAIS DE
BOMBEIROS MILITARES (CNCGBM)
VETOS Portanto, o veto teve por finalidade deixar que cada estado
legisle a respeito da liberdade de expressão dos militares e
transmitiu a ideia que é possível, até mesmo, vetar as
manifestações políticas, ainda que em horário de folga e em
trajes civis!
O que o Supremo Tribunal Federal já decidiu a respeito
da liberdade de expressão dos policiais?
O Supremo Tribunal Federal decidiu na ADPF n. 734 que é compatível com o sistema normativo-constitucional vigente,
norma estadual que veda a promoção ou a participação de policiais em manifestações de apreço ou desapreço a
quaisquer autoridades ou contra atos da Administração Pública em geral.
Entre a liberdade de expressão dos policiais e a segurança e a ordem públicas, bem como a hierarquia e a disciplina
que regem as organizações policiais, prevalece a restrição à liberdade de expressão.
O Supremo Tribunal Federal decidiu pela constitucionalidade do crime militar de crítica indevida (ADPF 475).
Em se tratando de instituições militares, a hierarquia e disciplina são princípios constitucionais e estruturantes das
instituições.
A carreira policial é uma carreira diferenciada, como o próprio artigo 144 da Constituição Federal reconhece ao afirmar
que tem a função de exercer “a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”, com a
finalidade de “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”, estando, inclusive,
destacada do capítulo específico dos servidores públicos.
O que o Supremo Tribunal Federal já decidiu a
respeito da liberdade de expressão dos policiais?
A Segurança Pública é privativa do Estado e, portanto, tratada de maneira diferenciada pelo texto constitucional.
E é diferenciada para o bônus e para o ônus, pois, no momento em que há a opção pelo ingresso na carreira
policial, a pessoa sabe que estará integrando uma carreira de Estado com regime especial, que possui regime de
trabalho diferenciado, por escala, hierarquia e disciplina, existentes em todos os ramos policiais.
Ninguém é obrigado a ingressar no serviço público, em especial nas carreiras policiais, ninguém é obrigado a
exercer o que, particularmente, considero um verdadeiro sacerdócio, que é a carreira policial. Mas aqueles que
permanecem sabem que a carreira policial é mais do que uma profissão, é o braço armado do Estado,
responsável pela garantia da segurança interna, ordem pública e paz social.
É dizer, a previsão normativa em apreço não ofende, a priori, os princípios e valores constitucionalmente
protegidos. Ao reprimir a crítica dos militares “a ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a
qualquer resolução do Governo”, a norma pretende evitar excessos no exercício à liberdade de expressão que
comprometam a hierarquia e a disciplina internas, postulados esses indispensáveis às instituições militares, e,
assim, em última análise, impedir que se coloquem em risco a segurança nacional e a ordem pública, bens
jurídicos esses vitais para a vida em sociedade. Nada obsta, todavia, que sejam analisadas e sopesadas todas as
circunstâncias de cada caso concreto, a fim de aferir se se fazem presentes todas as elementares do tipo penal.
@rodrigo.foureaux
Obrigado!