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22/03/2024, 17:23 Prática Jurídica em Direito Criminal

PRÁTICA JURÍDICA EM DIREITO CRIMINAL


UNIDADE 1 – FASE ADMINISTRATIVA –
INQUÉ RITO POLICIAL

Ana Paula de Pétta

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Introdução
Nesta primeira unidade do curso de Prática Penal, estudaremos a fase de Inquérito Policial, também
denominada de Fase Administrativa.
O Inquérito Policial pode ser considerado a fase pré-processual, pois destina-se à colheita de elementos
informativos acerca da materialidade (existência) do crime e de indícios de autoria.
Também nessa fase administrativa, caso seja necessário, o Delegado de Polícia pode representar requerendo a
prisão temporária ou preventiva do investigado, ou ainda indiciá-lo. A propó sito, você sabia que nem todo
investigado é indiciado? Pois bem, vamos esclarecer essa e muitas outras questõ es.
Estudaremos o conceito e a finalidade do Inquérito Policial, sua natureza jurídica, características, formas de
instauração, prazos para conclusão e outras informaçõ es pertinentes ao tema.
Vale ressaltar, no entanto, que o texto é um resumo do tema. É sempre indicada a leitura da doutrina, bem
como a atualização jurisprudencial sobre o tema.

1.1 Conceito, finalidade e natureza jurídica do Inquérito


Policial
O Inquérito Policial pode ser definido como um procedimento administrativo, preparató rio da ação penal,
conduzido pelo Delegado de Polícia, voltado para a apuração do fato e de sua autoria.
A finalidade do Inquérito Policial é a de colher elementos de informação acerca do fato criminoso que possam
auxiliar na formação da opinião do titular da ação penal no momento do oferecimento da inicial (denú ncia ou
queixa-crime).
Os elementos de informação colhidos durante a investigação são referentes à existência do crime
(materialidade) e sua autoria.
Possui natureza jurídica, como já dito, de procedimento administrativo. Não se pode afirmar ser um processo,
pois não se aplicam ao Inquérito Policial os princípios inerentes aos procedimentos, não há relação jurídica
estabelecida, bem como não há sequência predefinida de atos a serem praticados pelo Delegado.

VOCÊ SABIA?
Em 2013, foi editada a Lei n. 12.830 que dispõe sobre a investigaçã o criminal.
Essa Lei define o conceito de Inqué rito Policial e as atividades do Delegado de
Polícia. Vale conferir!

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1.2 Polícia Judiciária


A polícia judiciária tem atuação repressiva e inicia sua atividade apó s a ocorrência da infração penal. Cabe,
portanto, à polícia judiciária presidir e cuidar do inquérito policial. As atribuiçõ es da polícia judiciária são
definidas pelo art. 144 da Constituição Federal:

Art. 144. A segurança pú blica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para
a preservação da ordem pú blica e da incolumidade das pessoas e do patrimô nio, através dos
seguintes ó rgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como ó rgão permanente, organizado e mantido pela União
e estruturado em carreira, destina-se a:"
I - apurar infraçõ es penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas pú blicas, assim como outras
infraçõ es cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros ó rgãos pú blicos nas respectivas áreas de
competência;
III - exercer as funçõ es de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funçõ es de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, ó rgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
federais.
§ 3º A polícia ferroviária federal, ó rgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias
federais.
§ 4º À s polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
competência da União, as funçõ es de polícia judiciária e a apuração de infraçõ es penais, exceto as
militares.
§ 5º À s polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pú blica; aos corpos
de bombeiros militares, além das atribuiçõ es definidas em lei, incumbe a execução de atividades
de defesa civil.
§ 5º-A. À s polícias penais, vinculadas ao ó rgão administrador do sistema penal da unidade
federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais.
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do
Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital,
aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territó rios.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ó rgãos responsáveis pela segurança
pú blica, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,
serviços e instalaçõ es, conforme dispuser a lei.

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§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ó rgãos relacionados neste artigo será
fixada na forma do § 4º do art. 39.
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pú blica e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimô nio nas vias pú blicas:
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades
previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos ó rgãos
ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.
(BRASIL, 1988).

Uma pergunta: será que a presidência da investigação criminal é privativa da polícia judiciária? Ou
existem outras autoridades administrativas que presidem investigações?

Essa pergunta é muito comum e o tema é frequentemente questionado em provas de concursos. A resposta é a
seguinte: a presidência da investigação criminal não é privativa da polícia judiciária. Seguem exemplos de
inquéritos presididos por outras autoridades administrativas:
• Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPI´s) – art. 58, §3º da
CF;
• Câmara dos Deputados e Senado Federal, nos crimes cometidos
em suas dependências – arts. 27, §3º; 51, IV e 52, XIII, da CF;
• Infrações praticadas nas dependências dos Tribunais – a
investigação ficará a cargo do Presidente ou membro por ele
designado – art. 43 do Regimento interno do STF;
• Infrações praticadas por magistrados – a investigação será
presidida pelo Poder Judiciário – art. 33 da LC n. 35/79;
• Inquéritos Policiais Militares – art. 9º do CPPM.

1.3 Características do IP
Já afirmamos que o IP é procedimento e não processo. E como sabemos disso? Pelas suas características:
• Escrito – art. 9º do CPP – Todos os atos devem ser reduzidos a
termo. Todavia, em razão do disposto no art. 405, §1º do CPP, o
registro do depoimento do investigado, indiciado, do ofendido e
das testemunhas pode ser feito por outros meios, como a gravação
magnética, sem a necessidade de transcrição.
• Oficial (oficialidade) – art. 144 da CF e Lei n. 12.830/13 - A
presidência do IP fica a cargo da Polícia Judiciária Estadual ou
Federal.

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• Sigiloso – art. 20 do CPP – o sigilo se aplica apenas ao público em


geral, visando evitar que informações relacionadas às provas já
obtidas ou às ações a serem tomadas pela autoridade saiam da
esfera do procedimento. Tal sigilo, no entanto, não se estende aos
interessados na investigação e eventual processo, como o MP, o
investigado e seu advogado e o juiz. Com relação ao advogado do
investigado, aliás, o direito de consultar os autos do IP encontra
respaldo no art. 7º do Estatuto da OAB (Lei n. 8.906/94) e na
Súmula Vinculante n. 14 do STF.
• Inquisitivo – não se aplica ao IP o princípio do contraditório (art.
5º, LV, da CF). Isso quer dizer que o Delegado não intima as partes
(especialmente o investigado) acerca das provas produzidas. É
possível, no entanto, que o investigado ou o ofendido requeiram a
realização de diligências (art. 14 do CPP), cuja realização será
avaliada e deferida, ou não, pelo Delegado.
• Discricionário – art. 14 do CPP – o IP não possui um rito
predeterminado. O andamento e os atos a serem realizados ficam
a critério do Delegado, que deve buscar elucidar os fatos da
melhor forma. Exceções à regra da discricionariedade são as
requisições que foram feitas pelo MP e pelo juiz, às quais o
Delegado está vinculado a realizar e o exame de corpo de delito
nos crimes que deixam vestígios que, a teor do art. 158 do CPP,
deve obrigatoriamente ser realizado.
• Indisponível (indisponibilidade) – art. 17 do CPP – o Delegado não
pode arquivar os autos do IP. Uma vez instaurado o procedimento,
deve seguir até o seu final (relatório) e o arquivamento, ou não,
fica a critério do Juiz, mediante manifestação do titular da ação
penal.
• Dispensável (dispensabilidade) – O IP não é obrigatório para o
oferecimento da inicial (denúncia ou queixa-crime). Caso o titular
da ação penal possua elementos suficientes para o oferecimento,
pode fazê-lo sem a necessidade de IP. No entanto, caso seja
instaurado o IP, este deve acompanhar a inicial, consoante
disposição do art. 12 do CPP.

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• Oficiosidade – art. 5º, I, do CPP – nos casos de crimes de ação


penal pública incondicionada, o IP deve ser instaurado de ofício,
sem a necessidade de manifestação do juiz ou do MP.

1.4 Juizado Especial Criminal e o Termo Circunstanciado


Quando se tratar de IMPO (Infração de Menor Potencial Ofensivo), que são aquelas determinadas pelo art. 61
da Lei n. 9.099/95, não será instaurado o Inquérito Policial em caso de flagrante delito.
Nesses casos, conforme dispõ e o art. 69 da Lei, será lavrado um TC (Termo Circunstanciado), que nada mais é
do que um relató rio da ocorrência. Esse relató rio será posteriormente encaminhado ao Juizado, para que sejam
tomadas as medidas referentes ao procedimento.

VAMOS PRATICAR?
Cuidado com uma pegadinha bastante comum: costuma-se pergunta
proibida a instauraçã o de IP no procedimento sumaríssimo. Nesse caso, a r
deve ser NÃO. O artigo supramencionado determina que nos casos de fl
nã o se faz necessá ria a instauraçã o. No entanto, caso nã o estejamos diante
flagrante, o ofendido pode requerer a investigaçã o de eventual infraçã o
possa ter sido vítima.

1.5 Local de instauração e tramitação do Inquérito Policial


A investigação deve ocorrer no mesmo local em que será proposta a ação penal. Para tanto, devem ser
observadas as regras de competência delineadas pelo art. 69 do CPP. A regra geral é a do local da consumação
da infração.
Nos casos de IMPO, a regra é a do art. 63 da Lei n. 9.099/95 que determina a competência pelo local da prática
da infração penal.
Caso o IP seja instaurado em local diverso daquele em que tramitará a ação penal, deve ser imediatamente
remetido à Comarca correta para prosseguimento.
Em se tratando de investigação e IP, não se utiliza o termo jurisdição, pois a autoridade policial não julga,
apenas investiga. Sendo assim, fala-se em circunscrições. De acordo com o art. 4º do CPP, podemos definir
circunscrição como o territó rio dentro do qual a autoridade policial desempenha suas atividades. Esse limite

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territorial deve ser respeitado, ou seja, uma autoridade policial não pode realizar diligências em circunscrição
de outra autoridade.

1.6 Notitia Criminis X “dar queixa”


Muito comum ouvirmos nos noticiários a expressão “dar queixa” na delegacia. Trata-se de expressão
absolutamente errada!!! A queixa-crime é a petição inicial da ação penal privada e é oferecida a um juiz.
Então, qual é o termo correto a se utilizar? O correto é dizer que foi, ou não, oferecida a notitia criminis. E nos
crimes que dependam de representação, o correto é dizer que foi, ou não, oferecida a representação.
Podemos afirmar, então, que a notitia criminis é a informação de um fato aparentemente criminoso levada ao
conhecimento da autoridade policial pelo pró prio ofendido ou seu representante ou ainda por qualquer pessoa
que tenha presenciado o fato. Também é conhecida como delatio criminis, e pode ser classificada em:

Delatio criminis simples

Quando apenas existe a comunicação de um fato. Essa comunicação pode ser feita por qualquer
pessoa.

Delatio criminis postulatória

Verifica-se quando, além da comunicação do fato, é requerida a instauração de Inquérito Policial.


Geralmente, o requerimento é feito pelo ofendido ou seu representante legal.

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Nos crimes de ação penal pú blica condicionada à representação e à ação penal privada, a notícia crime deve
ser postulató ria, ou seja, para que o Delegado possa instaurar o IP, além da notícia do crime, o ofendido ou seu
representante legal deve manifestar expressamente o seu desejo de que a investigação tenha início. Estamos
falando da representação (ação pú blica condicionada) e do requerimento (ação privada).

1.7 Formas de instauração do IP


O Có digo de Processo Penal, no seu art. 5º, estabelece quatro formas de início do procedimento investigativo:

• De ofício – especialmente nos casos de crimes de ação penal


pública incondicionada, o Delegado, conhecendo a notícia crime,
deve dar início à investigação, por ato voluntário, denominado
Portaria. Esse documento declara o conhecimento da prática de
um fato com as características de crime, mencionando o local, o
dia, a hora, a pessoa que possivelmente praticou o fato, e o
ofendido. Em seguida, no corpo da Portaria, irá determinar as
diligências que julgar necessárias para a respectiva apuração. Ao
final, determinará a instauração do inquérito policial.
• Por requisição do juiz ou do MP – o termo requisição, nesse
contexto, é sinônimo de ordem. Dessa forma, recebendo o
Delegado a requisição de um magistrado ou de um membro do MP,
deve imediatamente instaurar o IP, desde que no corpo do
requerimento existam informações que especifiquem o fato
criminoso que mereça apuração.
• Por requerimento do ofendido ou de seu representante legal – o
termo requerimento, nesse contexto, é sinônimo de pedido e pode
ser negado pelo Delegado.
• Pela lavratura do APFD (Auto de Prisão em Flagrante Delito) –
ocorrendo o flagrante e efetivada a prisão, a lavratura do APFD,
que é o documento que exterioriza e formaliza toda a ocorrência,
dá início imediatamente ao IP.

1.8 Diligências determinadas pelo Delegado


O art. 6º do CPP lista uma série de diligências a serem realizadas pelo Delegado assim que instaurado o IP:

• dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o


estado e a conservação das coisas, até a chegada dos peritos
criminais;

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• apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após


liberados pelos peritos criminais;
• colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato
e suas circunstâncias;
• ouvir o ofendido;
• ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do
disposto no Capítulo III do Título Vll, do CPP, devendo o respectivo
termo ser assinado por duas testemunhas que tenham ouvido a
leitura;
• proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
• determinar, se for o caso, que se proceda o exame de corpo de
delito e quaisquer outras perícias;
• ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico,
se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
• averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e
estado de ânimo antes, durante e depois do crime; e quaisquer
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu
temperamento e caráter.
• colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades
e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Ressalte-se que não se trata de rol exaustivo ou obrigató rio. As diligências devem ser determinadas conforme
a necessidade e a pertinência para a investigação.
É importante destacar, também, que o Delegado de Polícia, nos termos do art. 13 do CPP, possui algumas
funçõ es e deve atender a algumas determinaçõ es durante a investigação:

• fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à


instrução e ao julgamento dos processos;
• realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério
Público;
• cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades
judiciárias;
• representar acerca da prisão preventiva.
O Delegado também pode arbitrar fiança nos casos de crimes com pena máxima não superior a quatro anos
(art. 322 do CPP), bem como oferecer representação requerendo prisão temporária (art. 2º da Lei n. 7.960/89),
bem como realizar outras atividades de terminadas em legislação penal especial.

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1.9 Prazos para a conclusão do IP e Relatório de conclusão


O art. 10 do CPP determina os prazos para a conclusão das investigaçõ es:

Indiciado/investigado preso

10 dias a contar da efetivação da prisão. Esse prazo é improrrogável.

Indiciado/investigado solto

30 dias. Esse prazo pode ser prorrogado pelo juiz a pedido da autoridade policial e a quantidade de
prorrogaçõ es ficará a critério do magistrado.

Além dos prazos determinados pelo CPP, a Legislação Especial também estipula alguns prazos diferenciados:

• crimes contra a economia popular (art. 10, §3º, da Lei n. 1.521/51)


– 10 dias, estando o investigado solto ou preso. Não há previsão de
possibilidade de prorrogação;
• tráfico de drogas e condutas equiparadas (art. 51 da Lei n.
11.343/06) – 30 dias se o indiciado/investigado estiver preso e 90
dias se estiver solto. O magistrado pode duplicar tais prazos, desde
que requerido e justificado pela autoridade policial e após oitiva
do MP;
• crimes de competência da Justiça Federal (art. 66 da Lei n.
5.010/66) – 15 dias em caso de investigado/indiciado preso. Esse
prazo pode ser prorrogado por mais 15 dias. Quanto ao
investigado/indiciado solto, a lei nada menciona, razão pela qual
aplica-se o art. 10 do CPP;
• crimes de competência da Justiça Militar (art. 20, §1º do CPPM) –
20 dias em caso de investigado/indiciado preso e 40 dias, se solto.
Quando solto, o prazo pode ser prorrogado por mais 20 dias, desde
que se mostre indispensável.
A contagem do prazo seguirá a regra penal (art. 10 do CP) nos casos de investigado preso. Caso esteja solto, a
regra aplicada é a processual (art. 798, §1º do CPP).
Findas as investigaçõ es, a peça que encerra o IP é o relató rio, que deve ser elaborado pela autoridade policial.

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Trata-se de minuciosa síntese das diligências realizadas. Pode também o delegado capitular o crime como
entender adequado, mas tal capitulação não vincula o titular da ação para o oferecimento da inicial. Não deve,
no entanto, o delegado emitir juízo de valor acerca da culpabilidade do investigado.
Relatado o IP, a autoridade policial o encaminhará juntamente com os instrumentos do crime e os objetos que
interessarem à prova ao Juiz competente.
Nos casos de crimes de ação penal pú blica, será aberta vista ao MP. Nos casos de crimes de ação penal
privada, os autos ficarão à disposição da parte interessada.

1.10 Arquivamento das investigações


Nos termos do art. 28 do CPP, cabe ao MP ordenar o arquivamento do IP ou de quaisquer elementos
informativos da mesma natureza, encaminhando os autos para a instância de revisão ministerial, para fins de
homologação.
Da decisão, devem ser comunicados a vítima, o investigado e a autoridade policial. Caso a vítima ou seu
representante legal não concordem com o arquivamento do IP, poderá, no prazo de 30 dias do recebimento da
comunicação, requerer a revisão da decisão.
Recomenda-se a leitura do dispositivo, que foi alterado pela Lei n. 13.964/19 e entrou em vigor no dia 23 de
janeiro de 2020.

1.11 Valor probatório do IP


O inquérito policial possui valor probató rio relativo, pois as provas produzidas têm caráter informativo,
devendo, exceto as provas periciais, ser reproduzidas em juízo. Eventual decisão condenató ria não pode ser
amparada exclusivamente nos elementos colhidos durante a investigação.
É o que dispõ e o art. 155 do CPP: “O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditó rio judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.” (BRASIL, 1941).

1.12 Vícios ocorridos durante o IP


Os vícios havidos durante o inquérito geram meras irregularidades, que se não forem arguidas antes do
oferecimento da inicial não serão objeto de análise e de forma alguma irão afetar os atos processuais na futura
ação penal.
Portanto, não há que se falar em nulidades durante a fase de investigaçõ es.

1.13 Suspeição da autoridade policial


Dispõ e o art. 107 do CPP que não se poderá arguir a suspeição das autoridades policiais nos atos do inquérito.
No entanto, havendo motivo legal, deverão se declarar suspeitas. Caso não o façam, a parte interessada poderá
requerer ao seu superior hierárquico o afastamento do Delegado considerado suspeito.

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1.14 Indiciamento

VOCÊ SABIA?
Você sabia que existe diferença entre ser investigado e ser indiciado? O
investigado é aquele que inicialmente é apontado como o possível autor do fato.
Durante as investigações, poré m, caso o investigado passe a ser o principal foco do
inqué rito policial, sobre o qual recaiam probabilidades e nã o mais possibilidades
de autoria, ele será indiciado.

De acordo com o art. 2º, §6º da Lei n.12.830/13, o indiciamento, dar-se-á por ato fundamentado, mediante
análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
Não deve o Delegado indiciar o investigado caso não exista um mínimo lastro probató rio, pois tal ato produz
efeitos extraprocessuais e pode ser prejudicial ao investigado. O indiciamento passa a constar da Folha de
Antecedentes do investigado.

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VOCÊ QUER LER?


Sobre o tema indiciamento, indicamos a leitura dos seguintes artigos:
CUNHA, R. S. STF: Indiciamento é ato privativo do delegado de polícia. Meu site
jurídico, 4 maio 2019. Disponível em:
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/05/04/stf-indiciamento-e-
ato-privativo-delegado-de-policia/. Acesso em: 8 fev. 2020.

LIMA FILHO, E. C. Afinal, o que é o indiciamento? Canal Ciências criminais, 2017.


Disponível em:
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/419563831/afinal-o-que-e-o-
indiciamento. Acesso em: 8 fev. 2020.

1.15 Parte prática


Agora que fizemos um breve resumo acerca do Inquérito Policial, é hora de falarmos da prática!

O que o advogado pode fazer durante a fase de investigação? Como deve atuar? Quais são as peças
cabíveis nessa etapa?

Vamos responder a todos esses questionamentos a partir de agora.

1.15.1 Peças cabíveis


Iniciemos a prática estabelecendo uma lista de peças cabíveis na fase administrativa:

• Requerimento de instauração de inquérito policial;


• Requerimentos ao Delegado de Polícia;
• Representação
• Requerimento de relaxamento de prisão em flagrante
• Requerimento de liberdade provisória
• Requerimento de revogação de prisão (temporária ou preventiva)
Listadas as peças cabíveis, agora vamos tratar de cada uma e apresentar um modelo de petição para que você
possa entender como estruturar cada pedido.

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1.15.1.1 Requerimento de instauração de inquérito policial


O ofendido, ou seu representante legal, pode requerer à autoridade policial que dê início às investigaçõ es, caso
já tenha recebido a notícia do crime e nada tenha feito.
Trata-se de petição simples, endereçada ao Delegado de Polícia, na qual o requerente expõ e o ocorrido e requer
a instauração do Inquérito Policial. Não é peça privativa de advogado.
Antes de apresentar o modelo, vamos esquematizar as principais informaçõ es da peça:
• Fundamento jurídico da peça (previsão do cabimento no
ordenamento) - Art. 5º, II, do CPP (se for crime de ação pública
incondicionada); art. 5º, §5º, do CPP (se for crime de ação privada)
• Endereçamento – dirigida ao Delegado de Polícia
• Quem pode oferecer? – Nos crimes de ação penal privada, pode
ser oferecido pelo ofendido, seu representante legal e, em caso de
morte, pelo CADI (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão –
nessa ordem). Nos crimes de ação penal pública incondicionada,
pode ser oferecido pelo ofendido ou seu representante legal.
• Há prazo para o requerimento? Nos crimes de ação penal privada
deve ser observado o prazo decadencial. Nos demais casos, deve
ser observado o prazo prescricional.
• Precisa anexar procuração? Sim! E deve ser elaborada com
poderes especiais. Para fins de exame da OAB, não há a
necessidade de elaborar o documento, mas deve fazer menção no
preâmbulo.

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Observaçõ es:

• No preâmbulo, caso o problema mencione o nome do cliente,


coloque. Caso contrário, coloque apenas “...”, como no modelo.
• Quanto ao rol de testemunhas, caso o problema mencione o
nome e a qualificação, coloque na peça. Caso contrário, apenas
mencione como no modelo.
• Quanto ao local e à data, caso o problema indique o local em que
tudo ocorreu, pode colocar na peça.
• Não de identifique, a não ser que o problema peça que assine
com determinado nome.

1.14.1.2 Requerimentos ao Delegado de Polícia


O art. 14 do CPP permite ao ofendido, ou ao seu representante legal, e ao indiciado, ou investigado, requerer
diligências referentes à investigação. O requerimento será avaliado e deferido, ou não, pela autoridade policial.
Não se trata de peça privativa de advogado.
Antes de apresentar o modelo, vamos esquematizar as principais informaçõ es da peça:

• Fundamento jurídico da peça (previsão do cabimento no


ordenamento) – art. 14 do CPP.
• Endereçamento – dirigida ao Delegado de Polícia
• Quem pode oferecer? – o ofendido ou seu representante legal e o
investigado ou indiciado.
• Há prazo para o requerimento? Não há prazo. A necessidade de
tais requerimentos surge no decorrer da investigação e podem ser

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feitos até o relatório final.

1.14.1.3 Representação

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A representação é peça obrigató ria, nos crimes de ação penal pú blica condicionada, para que o IP possa ser
instaurado e para que a ação possa ser proposta.
Não há previsão de nenhum formalismo para essa peça. Não se trata de peça privativa de advogado. A
representação pode, inclusive, ser feita oralmente e depois reduzida a termo e assinada pelo representante.
Caso seja oferecida por advogado, a representação deve ser acompanhada de procuração com poderes
especiais (art. 39 do CPP). Para exame da OAB, não há a necessidade de elaborar a procuração, mas deve fazer
menção no preâmbulo.
Antes de apresentar o modelo, vamos esquematizar as principais informaçõ es da peça:
• Fundamento jurídico da peça (previsão do cabimento no
ordenamento) – art. 39 do CPP
• Endereçamento – pode ser dirigida ao Delegado de Polícia ou ao
juiz competente.
• Quem pode oferecer? – o ofendido ou seu representante legal. Em
caso de morte, o direito de representação passa ao CADI (art. 24 do
CPP).
• Há prazo para oferecer a representação? O prazo é decadencial de
seis meses a contar da data do conhecimento da autoria (art. 38 do
CPP).

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Observaçõ es:

• Quanto ao rol de testemunhas, caso o problema mencione o


nome e a qualificação, coloque na peça. Caso contrário, apenas
mencione como no modelo.
• Quanto ao local e data, caso o problema indique o local em que
tudo ocorreu, pode colocar na peça.
• Não de identifique, a não ser que o problema peça que assine
com determinado nome.

1.14.1.4 Requerimento de relaxamento da prisão em flagrante


A prisão em flagrante possui natureza administrativa (é efetivada pela autoridade policial) e ocorre quando o
crime está acontecendo ou quando acaba de acontecer.
Por determinação constitucional (art. 5º, LXI), a prisão em flagrante dispensa a expedição de mandado e pode,
inclusive, ser efetivada por qualquer pessoa do povo (art. 301 do CPP).
Apó s a lavratura do APFD (Auto de Prisão em Flagrante Delito), a prisão passa pelo crivo de um juiz de direito
que vai verificar a legitimidade da prisão, bem como a necessidade ou não de ser mantida. Esse controle de
legalidade deve ocorrer em audiência de custó dia a ser realizada no prazo máximo de 24 horas apó s a
realização a prisão. Caso a audiência não ocorra no prazo indicado, sem motivação idô nea, a prisão em
flagrante será considerada ilegal, autorizando o relaxamento da prisão, sem prejuízo da decretação de prisão
preventiva desde que presentes os requisitos.
Se o juiz concluir pela ilegitimidade do flagrante (seja por vício na lavratura do auto de prisão ou porque não
houve flagrante), determinará o imediato relaxamento.

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Se o juiz concluir pela legitimidade do flagrante, verificará se é o caso de concessão de liberdade provisó ria.
Caso não seja, provavelmente estarão presentes os requisitos da prisão preventiva e o magistrado determinará
a conversão da prisão em flagrante em preventiva. Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra
organização criminosa ou ainda que portava arma de fogo de uso restrito, não concederá a liberdade
provisó ria.

VAMOS PRATICAR?
Para compreender melhor todo o tema, bem como o cabimento da p
questã o, é importante que você revise todo o conteú do de processo
referente à prisã o em flagrante. É importante, també m, ler o art. 310
alterado pela Lei n.13.964/19.

Do ponto de vista prático, o requerimento de relaxamento de prisão em flagrante terá cabimento quando o
flagrante for ilegal. Como já dito, a ilegalidade do flagrante pode ocorrer por quatro motivos:

• Por vício na lavratura do APFD – os arts. 304 a 306 do CPP


determinam as formalidades a serem observadas durante a
lavratura do auto. Caso não sejam observadas, implicarão vício, o
que autoriza o relaxamento da prisão.
• Não se configurou situação de flagrante – o art. 302 do CPP lista as
modalidades de flagrante mais comuns, outras são previstas e,
legislação extravagante (flagrante diferido, preparado e esperado).
O flagrante preparado não é aceito pelo ordenamento jurídico.
Quanto às demais modalidades, existem requisitos para sua
configuração. Caso se depare com situação que não se enquadre
em quaisquer das modalidades válidas, o flagrante será ilegal e
autoriza o requerimento de relaxamento.
• Atipicidade da conduta – o fato não constitui crime.

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• Pela não realização da audiência de custódia no prazo de 24 horas


após a realização da prisão.
Assim, presente um dos pressupostos acima, você, como advogado, pode requerer o relaxamento da prisão em
flagrante.
Antes de apresentar o modelo, vamos esquematizar as principais informaçõ es da peça:

• Fundamento jurídico da peça (previsão do cabimento no


ordenamento) – Art. 5º, LXI, da CF e art. 310, I, do CPP
• Endereçamento – dirigida ao juiz competente
• Quem pode requerer? – o preso (por meio de advogado).
• Há prazo? Não. Geralmente o requerimento é feito logo após a
efetivação da prisão e antes de o juiz determinar a eventual
conversão em preventiva. Caso já tenha sido convertida, não
caberá mais esse requerimento, deverá ser requerida a revogação
da prisão preventiva.

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1.14.1.5 Requerimento de liberdade provisória


Esse requerimento será elaborado quando tiver ocorrido uma prisão em flagrante e apó s a análise judicial for
considerada legal. Estaremos diante, então, de uma prisão legal que não pode ser relaxada. O pró ximo passo
será analisar se o preso preenche os requisitos para aguardar o desenvolvimento do processo em liberdade.
Tais requisitos estão previstos nos arts. 321 a 325 do CPP. Também não podem estar presentes os requisitos
que autorizam a decretação da prisão preventiva.
Concedida a liberdade provisó ria, o juiz indicará a medida cautelar diversa da prisão que melhor se aplique ao
caso. O rol das medidas aplicáveis encontra-se no art. 319 do CPP e o juiz pode até impor mais de uma medida
ao mesmo requerente.

VAMOS PRATICAR?
Para compreender melhor todo o tema, bem como o cabimento da p
questã o, é importante que você revise todo o conteú do de processo
referente à liberdade provisória e fiança.

Antes de apresentar o modelo, vamos esquematizar as principais informaçõ es da peça:

• Fundamento jurídico da peça (previsão do cabimento no


ordenamento) – Art. 5º, LXVI, da CF e arts. 310, III e 321, do CPP.
• Endereçamento – dirigida ao juiz competente.
• Quem pode requerer? – O preso (por meio de advogado).
• Há prazo? Não. Geralmente o requerimento é feito logo após a
efetivação da prisão. Caso já tenha sido convertida em preventiva,
não caberá mais esse requerimento, deverá ser requerida a
revogação da prisão preventiva.

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1.14.1.6 Requerimento de revogação de prisão


A prisão temporária encontra previsão na Lei n. 7.960/89. Somente pode ser decretada durante o Inquérito
Policial e se forem presentes os requisitos previstos no art. 1º da lei em comento: quando houver fundadas
razõ es, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado
nos crimes arrolados nas alíneas “a” a “p” no artigo, somada à imprescindibilidade para as investigaçõ es
criminais ou quando o indicado/investigado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários
ao esclarecimento de sua identidade.
Ressalte-se que não é qualquer crime que admite a decretação da prisão temporária, apenas aqueles listados
nas alíneas mencionadas.
O requerimento de revogação de prisão temporária poderá ser elaborado quando não estiverem presentes os
requisitos necessários. A argumentação do requerimento será centrada na ausência de tais requisitos e
consequente ilegalidade da prisão decretada.
A prisão preventiva está prevista nos artigos 311 a 316 do CPP e pode ser decretada tanto na fase de inquérito
policial quanto na fase de ação penal.
Os requisitos para a decretação da preventiva encontram-se basicamente no art. 312 do CPP: prova da
existência do crime, indícios de autoria e cautela para a investigação ou processo (garantia da ordem pú blica,
da ordem econô mica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal).
Existem outros requisitos previstos também no art. 313 do CPP.
O requerimento de revogação da prisão preventiva será cabível quando não estiverem presentes os requisitos
e, assim como na prisão temporária, a argumentação será centrada na ausência desses requisitos e
consequente ilegalidade da prisão decretada.
De acordo com o art. 315 do CPP, alterado pela Lei n. 13.964/19, a decisão que decretar, substituir ou denegar a
prisão preventiva deverá ser sempre motivada e fundamentada. O artigo traça diretrizes importantes a serem
seguidas pelo juiz, especialmente no tocante à fundamentação da decisão que decreta a prisão cautelar. Confira
a íntegra do artigo em comento:

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e
fundamentada.
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá
indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação
da medida adotada.
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutó ria, sentença ou
acó rdão, que:
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de sú mula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de sú mula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
(BRASIL, 1941).

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O art. 316 do CPP, com nova redação determinada pela Lei n. 13.964/19, também trata da revogação da prisão
preventiva bem como da necessidade de reavaliação da prisão a cada 90 dias:

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr
da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razõ es que a justifiquem.
Parágrafo ú nico. Decretada a prisão preventiva, deverá o ó rgão emissor da decisão revisar a
necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. (BRASIL, 1941).

VAMOS PRATICAR?
Para compreender melhor o tema, bem como o cabimento da peça em qu
importante que você revise todo o conteú do de processo penal referente à
preventiva e temporá ria.

Antes de apresentar o modelo, vamos esquematizar as principais informaçõ es da peça:

• Fundamento jurídico da peça (previsão do cabimento no


ordenamento) – em caso de prisão temporária - Art. 5º, XXXV, da CF
e art. 1º da Lei n. 7.960/89; em caso de prisão preventiva – Art. 5º,
XXXV, da CF e art. 316 do CPP.
• Endereçamento – dirigida ao juiz competente.
• Quem pode requerer? – O preso (por meio de advogado).
• Há prazo? Não. Geralmente o requerimento é feito logo após a
efetivação da prisão em flagrante.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vfEAppCXs%2f40u%2brsI%2b%2bVJQ%3d%3d&l=nGgCFCOsT1bGIIn9lxKKVQ%3d%3d… 34/39
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Conclusão
Concluímos a primeira unidade do curso de Prática Penal. Além de revisarmos o conteú do sobre Inquérito
Policial, agora você já tem noção de como atuar nessa fase.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• revisar o conteúdo sobre Inquérito Policial;
• revisar o conteúdo sobre prisões e liberdade provisória;
• identificar as peças cabíveis na fase administrativa;
• compreender o cabimento de cada peça;
• visualizar os modelos de cada peça.

Bibliografia
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Casa Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1940. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
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BRASIL. Presidência da Repú blica. Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional de
Políticas Pú blicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e
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autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. Brasília: Casa Civil / Subchefia
para Assuntos Jurídicos, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Lei/L11343.htm (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm).
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(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12830.htm). Acesso em: 08 fev. 2020.
BRASIL. Presidência da Repú blica. Lei n. 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal e
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm). Acesso em: 08 fev. 2020.
DEZEM, G. M. Curso de Processo Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019.
KNIPPEL, E. L. Prática Penal (coleção Prática). São Paulo: Método, 2016
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