Você está na página 1de 46

ARTIGO 4°- 23°º DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

THAÍS VOLPI - MESTRANDA DO PPGFDH


DOCENTE RESPONSÁVEL: GUSTAVO DE SOUZA PREUSLLER
1. CONCEITO
Procedimento administrativo inquisitório e
preparatório
Conjunto de diligências realizadas pela polícia
investigativa objetivando a identificação das fontes de
prova e a colheita da elementos de informação
quanto à autoria e materialidade da infração penal

PRESIDIDO PELA AUTORIDADE POLICIAL

DUPLA FUNÇÃO DO INQUÉRITO: PRESERVADOR + PREPARATÓRIA


2. NATUREZA JURÍDICA

Quanto à natureza jurídica do inquérito


policial, vem determinada pelo sujeito e
pela natureza dos atos realizados, de modo
que deve ser considerado como um
procedimento administrativo pré-
processual.

PULO DO GATO: POR QUE NÃO SE TRATA DE PROCESSO JUDICIAL?


ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

O IP NÃO OBEDECE UMA UMA ORDEM LEGAL RÍGIDA PARA A REALIZAÇÃO DOS ATOS

MERA PEÇA INFORMATIVA produzida sem o crivo do contráditório, ou seja, vícios


não são passíveis de contaminar o processo penal!

Alteração da Lei 13.245/2016 que alterou o ESTATUTO DA OAB:

As provas que tenham sido produzidas violando as normas do direito material serão
reconhecidas ilícitas... (artigo 5°, CF LVI) e posterior desentranhamento dos autos, bem
como todas as demais provas que com ela guardem nexo causal.
"JUS PUNIENDI"
= AUTORIA *
PERSECUÇÃO PENAL MATERIALIDADE *
PRÁTICA DE UM
DELITO PROPÓSITOS
CIRCUNSTÂNCIAS DO
FATO

02 FASES

1 - PRÉ PROCESSUAL
3. FINALIDADE DO IP
(INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR)

2 - FASE PROCESSUAL
(AÇÃO PENAL)
AÇÃO
JUSTA PENAL
CAUSA (denúncia
LASTRO PROBATÓRIO
MÍNIMO ou queixa)
(fumus comissi delicti)
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

Autoria: elemento subjetivo acidental da notícia-crime: não é necessário que seja


atribuída previamente a determinada pessoa, ou seja, NO INÍCIO DA INVESTIGAÇÃO.

FIXAR: Propositura da Ação Penal: exige-se probabilidade de que o acusado seja autor,
co-autor ou partícipe (indícios suficientes de autoria)

Materialidade: TIPO PENAL (identificar qual delito vai ser imputado)

Circunstâncias do delito: CAI NA PROVA? qual sua finalidade?


ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

ARTIGO 395, INCISO III (AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA)


ARTIGO 28 (ARQUIVAMENTO), AMBOS DO CPP

A junção de autoria e materialidade é o que vai indicar a


justa causa para a propositura da ação penal, ou ainda,
em caso ausência de justa causa, o inquérito será
arquivado.
4. ATRIBUIÇÕES PARA A
PRESIDÊNCIA DO IP
DELEGADO DE POLÍCIA - artigo 2º §1º da
lei 12.830/2013.

DISTINÇÃO ENTRE POLÍCIA DE SEGURANÇA, POLÍCIA


JUDICIÁRIA, POLÍCIA PENAL:
Todas são ORGÃOS ADMINISTRATIVOS e não
integram o poder judiciário;
4.1 FUNÇÕES EXERCIDAS PELA POLÍCIA
art. 144, § I CF/1988
Polícia administrativa
A que mais se enquadra é a POLÍCIA MILITAR dos estados e
distrito federal – PREVENÇÃO DOS DELITOS (único momento
em é permitido à polícia militar atuar na investigação
preliminar é nos casos de delitos militares.

Polícia Penal
Criada pela EC 104/2019: “Art. 144, § 5.º-A. Às polícias
penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal
da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança
dos estabelecimentos penais.” Ordem e Manutenção Dos
Presídios – Sistema Penitenciário
4.1 FUNÇÕES EXERCIDAS PELA POLÍCIA
art. 144, § I CF/1988
Polícia investigativa
Atuando na fase prévia, quando apura infrações penais no
procedimento administrativo: lei 12.830/2013 - art. 2°

POLÍCIA JUDICIÁRIA - não integra o poder judiciário, apenas


auxilia! (art. 4° caput CPP).

No entanto, o IP não é necessariamente policial (§ único, artigo 4° CPP):


determina que a competência da polícia não exclui a de outras autoridades
administrativas que tenham competência legal para investigar. (sindicâncias
ou processos administrativos contra funcionários públicos – realize a
averiguação dos fatos, por exemplo.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

CUIDADO: é um MODELO DE INVESTIGAÇÃO POLICIAL


PRELIMINAR, mas depende da intervenção judicial para a
adoção de medidas restritivas fundamentais.
5. ATRIBUIÇÕES PELA NATUREZA DA
INFRAÇÃO PENAL

a) Crimes Militares: Atribuição da autoridade de polícia


judiciária militar: PM e Corpo de Bombeiros no âmbito de
crimes estaduais militares e União para crimes militares de
competência da Justiça Militar da União.
Vide: Inquérito Policial Militar (art. 79, I, CPP) e CPI (art.
58 § 3° da CF/1988)

b) Crimes Federais: contra a união, patrimônio - CF,


art. 109 c/c art. 144, § 1.º. / Art. 11 da Lei 13.260/16 -
Polícia Federal
5. ATRIBUIÇÕES PELA NATUREZA DA
INFRAÇÃO PENAL

c) Crimes Eleitorais: Polícia Federal, mas pode


ser investigado pela Polícia Civil.

d) Crimes Estaduais: Polícia Civil, mas a Polícia


Federal pode atuar quando a repercussão do
crime é interestadual ou internacional,
dependendo, assim, de uma investigação
uniforme.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

POLÍCIA FEDERAL X POLÍCIA ESTADUAL

EXEMPLOS: Conflitos de terras indígenas - desaforamento


6. Delegacia Competente

“A competência territorial do juízo para processar


e julgar o crime, a atribuição para as
investigações também é determinada em virtude
do local onde se consumou a infração penal, ou
no caso de tentativa, com base no local em que
foi praticado o último ato de execução”.

Ex: Dourados x Itaporã


7. Atuação do Ministério Público

A jurisprudência majoritária entende que o


Ministério Público também pode instruir
procedimentos investigatórios criminais,
observando o regramento do IP e o rol de direitos
e garantias do investigado previstos no CPP, leis
extravagantes (Lei n° 8.906) e na Constituição,
além de submeter-se ao rígido controle de
legalidade por parte do Juiz de Garantias****

Presença SECUNDÁRIA
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

FIGURA DO JUIZ DE GARANTIAS = JUIZ DA INVESTIGAÇÃO


(AURY LOPES)
A função do juiz: atuar como um garantidor de direitos do acusado no processo
penal. (Art. 3°-C – CPP)

Seguirá sendo o mesmo juiz durante a fase investigatória e depois no processo,


até que o dispositivo entre em vigor* (art. 3°-A).
7. Atuação do Ministério Público

A jurisprudência majoritária entende que o


Ministério Público também pode instruir
procedimentos investigatórios criminais,
observando o regramento do IP e o rol de direitos
e garantias do investigado previstos no CPP, leis
extravagantes (Lei n° 8.906) e na Constituição,
além de submeter-se ao rígido controle de
legalidade por parte do Juiz de Garantias****

Presença SECUNDÁRIA
8. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Procedimento Escrito (art. 9.º, CPP). 1 - Aplicação residual


constante no art. 405, § 1.º do CPP.
Procedimento Dispensável: O IP não é antecedente lógico da ação
penal. Nem é requisito indispensável para a sua instauração e
desenvolvimento, pelo contrário, o art. 12 in contrario sensu, bem
como o artigo 27 e 39, § 5.º do CPP nos dá estes indicativos.
8. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Procedimento sigiloso (art. 20, CPP): O artigo 20 em nenhum momento diz que o IP deve ser sigiloso, mas que
pode ser, desde que haja necessidade.
Súmula vinculante 14:
Afirma ser direito do defensor, no interesse da representado, ter acesso amplo aos meios de prova, que já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício de direito da defesa. Logo admite-se que o sigilo pode prosseguir quanto aos elementos
ainda não documentados. Admite-se também que o sigilo seja oposto para não prejudicar o andamento de
determinadas diligências... (interceptação telefônica)

Abuso de autoridade: o fornecimento incompleto das informações do inquérito: art. 32, lei 13.869/19 – Abuso de
Autoridade c/c art. 7.º, § 12 da lei 8.906/94)
8. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Procedimento Inquisitório:
O IP procedimento, a princípio, inquisitório, não comporta um contraditório nos mesmos
termos do processo penal.
O que não quer dizer que não deva se aplicar o da ampla defesa. Esta estrutura vem
sendo alterada ao longo dos anos.
A lei 13.245/16 alterou o Estatuto da OAB, determinando que aos advogados é atribuído o
direito de “assistir a seus clientes investigados sob pena de nulidade. (inciso XIV, art. 7.º
do EOAB).
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

O artigo abaixo determina que o investigado, membros das forças de segurança, nos casos de
ação letal, deverão ser acompanhado nas investigações de um defensor preferencialmente, pela
defensoria pública, mas onde não houver, por advogado custeado pela própria instituição a que
pertença.

Pacote Anticrime e art. 14-A, CPP:

Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da
Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais
militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos
relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou
tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.”
8. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Procedimento discricionário
(Vide art. 6.º e 7.º, CPP) – Não se aplica a instrumentalidade das formas no
inquérito.
CADA CASO CONCRETO POSSUI SUAS ESPECIFICIDADES*

EXEMPLO: “art. 14, CPP – o ofendido, ou seu representante legal, e o


indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não,
a juízo da autoridade”
8. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Procedimento Oficial

Compete ao Delegado (art. 144, § 1.º, CF) (Lei 12.830/13)

Procedimento Oficioso
A autoridade policial, ao ter conhecimento de fato, hipoteticamente típico cometido, deverá agir de ofício,
se o comportamento delituoso for de ação penal pública incondicionada.
Em crimes de ação penal pública condicionada à representação e no caso da ação penal de iniciativa
privada, a instauração do inquérito policial fica condicionada à manifestação da vítima ou representação
legal.
8. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
Procedimento Indisponível

Apesar da oficialidade, o Delegado não é obrigado a instaurar inquérito automaticamente. Deverá, para
tanto, instaurar uma verificação de procedência de informação, pois o comportamento noticiado pode ser
atípico. Não compete ao Delegado fazer juízo de justificantes ou exculpantes do delito. Ele é senhor do tipo
penal, a matéria sobre causas excludentes de ilicitude e exculpantes deverão passar ao crivo do MP e Juiz.
Em outras palavras: A autoridade policial não pode determinar seu arquivamento, como expressamente
proíbe o artigo 17 do CPP. O arquivamento deve ser determinado pelo juiz ou MP.

(Art. 17, CPP) (art. 5.º, § 3.º do CPP – VPI)

(art. 27 da Lei de Abuso de Autoridade) - Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento
investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da
prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, e multa
8. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
Procedimento TEMPORÁRIO

O excesso de prazo para a conclusão do inquérito pode


ensejar abuso de autoridade (art. 31, Lei 13.869/19).

MAIOR BREVIDADE POSSÍVEL - DENTRO DO PRAZO LEGAL


célere = para se alcançar a elucidação dos fatos
INDICIADO
HIPÓTESES PRESO
INDICIADO SOLTO

CPP, art. 10, caput, c/c 3º-B § 2º 10+ 15 30

Inquérito Policial federal 15+ 15 30

Inquérito Policial Militar 20 40+20

Lei de Drogas 30+30 90+90

Crimes contra a Economia Popular 10 10

Prisão temporária decretada em inquérito


Não se
policial relativo a crimes hediondos e 30+30
aplica
equiparados
*A doutrina e jurisprudência admitem a prorrogação do prazo da conclusão do inquérito
policial na hipótese de indiciado solto.*
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

INDICIADO SOLTO: 30 DIAS PRORROGÁVEIS, EM CASO DE NÃO EXISTIR PRISÃO CAUTELAR (ART. 10 DO
CPP).

INDICIADO PRESO - ARTIGO 10º CPP - 10 DIAS = (O PRAZO DE 10 DIAS SERÁ COMPUTADO A PARTIR DO
MOMENTO DO INGRESSO EM PRISÃO, POIS O QUE SE PRETENDE É QUE A PRISÃO NÃO SE PROLONGUE PARA
ALÉM DOS 10 DIAS).

A Lei 13.964/2019 trouxe um ponto de pode gerar dúvidas, isso porque o juiz de garantias poderá
prorrogar o prazo de duração do inquérito por apenas uma vez, por até 15 dias, se o indiciado estiver
preso (art. 3º-B § 2º do CPP).

PERGUNTA: O prazo para conclusão do IP de indiciado preso, que não seja da polícia federal, passou a
ser 15 dias ou fica mantido o prazo de 10 dias visto na tabela acima?
Haverá 2 posições:
a)Agora, o prazo passou a ser de 15 dias
b)O prazo continua sendo de 10 dias, mas poderá ser prorrogado pelo juiz de garantias.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

Prorrogação: Mp e Polícia

Caso complexo / dificil elucidação - prorrogados em até 30 dias

Lei n. 13.869/2019 – Abuso de Autoridade estabeleceu que constitui crime:

Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado


ou fiscalizado: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de
procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
fiscalizado.
Trata-se de um tipo penal novo, que contribuiria para evitar investigações que abusivamente se
prolongam no tempo, mas que encontrará severas dificuldades de eficácia na falta de um prazo
claro e determinado de duração do inquérito (ou qualquer forma de investigação preliminar).
9. Atos de iniciação/ Instauração
do IP
O IP não é uma cerimônia pra submeter determinada
pessoa à um julgamento social.

FISHING EXPEDITION = atos genéricos, infundados


Técnica de Investigação - Ministro Celso de Melo /
Presidente da República

Exemplo: mandato de busca e apreensão genérico


(crime x, elementos de materialidade, "e tudo que for
relacionado com o crime).

DENÚNCIAS ANÔNIMAS? MUITO COMUM NA PRÁTICA


9. Atos de iniciação/ Instauração
do IP
O inquérito policial tem, via de regra, duas origens:
1) a notícia de um crime (seja ela de origem interna ou externa)
Notitia Criminis – ciência da autoridade policial sobre
determinado crime - PORTARIA DE INAUGURAÇÃO
2) prisão em flagrante, formalizado pelo auto de prisão em
flagrante (normalização do APF)

Instauração = Pode nascer com uma mera probabilidade de


fato punível, mas almeja a probabilidade
10. NOMENCLATURA

INDICIADO
INVESTIGADO
NOTICIADO
ESPÉCIE DE AÇÃO FORMAS DE INSTAURAÇÃO

De ofício pela Autoridade Policial que elabora a


portauria inaugural;
Ação Penal Pública Por requisição do MP;
incondicionada, CPP, arts. 5º e 8º Por requisição do Juiz ;
Por requerimento do ofendido - art. 5º. II, segunda parte
Por auto de Prisão em flagrante - art. 5º CPP

Depende de representação do ofendido ou de seu procurador;


Ação Penal Pública condicionada à
De requisição do Ministro da Justiça, quando exigida
representação (art. 5, § 4º)

Ação Penal Privada, CPP, art. 5º, § 5° Depende de requerimento do ofendido

Casos por foro por prerrogativa de Depende de autorização do Tribunal


função competente para julgar o caso.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

Importante observar que no geral, no cotidiano, até pela elevada demanda, na maioria
dos casos, a polícia judiciária atua mediante invocação.

Em sendo o possuidor da informação um órgão jurisdicional, deverá enviar os autos ou papéis


diretamente ao Ministério Público (art. 40 CPP) para que decida se exerce imediatamente a
ação penal, requisite a instauração do IP ou mesmo solicite o arquivamento (art. 28 CPP).

Quem deve decidir sobre a necessidade de diligências (e quais) é o TITULAR DA AÇÃO


PENAL, que poderá considerar-se suficientemente instruído para o imediato
oferecimento da denúncia. EXEMPLO: IP relatado.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :
NOTÍCIA CRIMINIS QUALIFICADA: exige uma especial condição do
sujeito (ser o ofendido), que, ademais de comunicar a ocorrência de um
fato aparentemente punível, requer que a autoridade policial diligencie
no sentido DE APURA-LO.

Cabe à vítima atuar em caso de inércia dos órgãos oficiais, da seguinte


forma:
• requerendo a abertura do IP se a autoridade policial não o instaurar de
ofício ou mediante a comunicação de qualquer pessoa;
• exercer a ação penal privada subsidiária da pública em caso de inércia do
Ministério Público (art. 5º, LIX, da CB c/c art. 29 do CPP).
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES :

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO (APF):

Seu diferencial é que não há necessidade de expedição de portaria do Delegado


de Polícia para a instauração do inquérito, o auto de prisão, por si só, é a peça
inaugural do IP.

DELATIO CRIMINIS (ART. 5º, § 3°, CPP):

A não comunicação pode ter repercussões penais (art. 66 da LCP ou prevaricação


do funcionário público (art. 319, CP), mas pode haver responsabilização por crime
de denunciação caluniosa, quando se sabe que o crime é falso (art. 339, CP).
DELATIO CRIMINIS POSTULATÓRIA:

“manifestação da vítima ou de seu representante legal no sentido de que possuem interesse


na persecução penal”.

Infrações penais que envolvam violência doméstica, de qualquer natureza, são de ação
penal pública incondicionada (ADI, 4424).

Nos crimes de ação penal pública condicionada a representação, dependem de


representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça, quando exigida (art. 5.º, §
4.º do CPP).

Nos crimes de ação penal privada: depende da representação da vítima ou do ofendido


(art. 5.º, § 5.º, CPP)
MODALIDADES DA NOTITIA CRIMINIS

Notitia criminis de cognição imediata ou espontânea: na hipótese em que a própria


autoridade policial, em suas atividades rotineiras (ex: leitura de jornal), toma
conhecimento da infração Penal.

Notitia criminis de cognição mediataou provocada: a autoridade policial toma ciência


da infração penal por meio de comunicado escrito.

Notitia criminis de cognição coercitiva: a autoridade policial toma conhecimento da


infração quando alguém lhe é apresentado em flagrante.
NOTITIA CRIMINIS INQUALIFICADA

Deverá o Delegado de Polícia efetivar uma verificação de procedência de informações,


sob pena de falta de indício para embasar a instauração de um inquérito. Inclusive,
poderá haver repercussões penais (art. 27, Lei de abuso).

Denúncia anônima não é prova, nem mesmo indiciária; é mera informação, podendo até
justificar iniciais providências investigatórias pela polícia ou Ministério Público, mas
jamais fundamentar restrições a direitos individuais.
Jurisprudência do STF:
EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL. IMPUTAÇÃO DA PRÁTICA DOS DELITOS
PREVISTOS NO ART. 3º, INC. II, DA LEI N. 8.137/1990 E NOS ARTS. 325 E 319 DO CÓDIGO PENAL.
INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR NÃO REALIZADA. PERSECUÇÃO CRIMINAL DEFLAGRADA APENAS COM
BASE EM DENÚNCIA ANÔNIMA. 1. Elementos dos autos que evidenciam não ter havido
investigação preliminar para corroborar o que exposto em denúncia anônima. O Supremo
Tribunal Federal assentou ser possível a deflagração da persecução penal pela chamada
denúncia anônima, desde que esta seja seguida de diligências realizadas para averiguar os
fatos nela noticiados antes da instauração do inquérito policial. Precedente. 2. A interceptação
telefônica é subsidiária e excepcional, só podendo ser determinada quando não houver outro meio
para se apurar os fatos tidos por criminosos, nos termos do art. 2º, inc. II, da Lei n. 9.296/1996.
Precedente. 3. Ordem concedida para se declarar a ilicitude das provas produzidas pelas
interceptações telefônicas, em razão da ilegalidade das autorizações, e a nulidade das decisões
judiciais que as decretaram amparadas apenas na denúncia anônima, sem investigação preliminar.
Cabe ao juízo da Primeira Vara Federal e Juizado Especial Federal Cível e Criminal de Ponta
Grossa/PR examinar as implicações da nulidade dessas interceptações nas demais provas dos autos.
Prejudicados os embargos de declaração opostos contra a decisão que indeferiu a medida liminar
requerida.
(HC 108147, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 11/12/2012, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-022 DIVULG 31-01-2013 PUBLIC 01-02-2013)
NOTITIA CRIMINIS INQUALIFICADA

Deverá o Delegado de Polícia efetivar uma verificação de procedência de informações,


sob pena de falta de indício para embasar a instauração de um inquérito. Inclusive,
poderá haver repercussões penais (art. 27, Lei de abuso).

Denúncia anônima não é prova, nem mesmo indiciária; é mera informação, podendo até
justificar iniciais providências investigatórias pela polícia ou Ministério Público, mas
jamais fundamentar restrições a direitos individuais.
11. VALOR PROBATÓRIO

2008 - condenações baseadas puramente em elentos de


informação

Indício não é prova!


11. VALOR PROBATÓRIO
Indício, segundo Marinoni: “não é prova, pois, ainda que tenha
o objetivo de demonstrar, de forma indireta (através de
raciocínio judicial dedutivo), a afirmação do fato direto, antes
deve ser elucidado por meio de prova. Se o indício pode servir
para o juiz pensar, por meio de raciocínio dedutivo, sobre a
afirmação do fato direto, não se pode esquecer que ele, para
ser tomado em consideração para o juiz formar o seu
convencimento, também deve ser objeto de prova”. (MARINONI;
ARENHART, 2015, p. 121)
11. VALOR PROBATÓRIO
Artigo 155 CPP:
O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar
sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas.

1) DECURSO DO TEMPO
2) UMA ÚNICA VEZ
3) TESTEMUNHA EM FASE TERMINAL
12. DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS

Os artigos 6º e 7º do CPP trazem


algumas indicações de como o
delegado deverá proceder logo que
tiver conhecimento da prática da
infração penal.
ARTIGO 6º CPP, INCISOS I ao X

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade


policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.
Art. 169, CPP).
Marco da cadeia de custódia. Exceção: art. 32 da lei 11.343/06.

Lei Anticrime (Lei 13.964/2019) trouxe, dentre as várias alterações no Código de


Processo Penal, a inserção da cadeia de custódia da prova, acrescentando o artigo
158-A ao 158-F, que trata de como deve ser a preservação do local do crime, o
momento da coleta até o descarte final do material, passando por inúmeras etapas
e respeitando várias formalidades.

Você também pode gostar