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10/09/2020

Processo Penal
Prof. Carlos Eduardo Imaizumi
carlos.imaizumi@docente.unip.br

Matérias
• Investigação Preliminar

• Ação Penal

• Competência

• Sujeitos Processuais

• Questões e processos incidentes

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LIDE PENAL

Estado - Ius Puniendi e Ius


Persequendi

Indivíduo - Ius Libertatis

• Praticado o fato delituoso “o


direito/dever de punir do Estado sai de
Persecução sua abstração hipotética e potencial (ius
puniendi in abstrato) para buscar
Penal – existência concreta e efetiva (ius puniendi
Persecutio in concreto).
Criminis
• A aparição do delito faz com que o
Estado se movimente (persecutio criminis)
visando a satisfação de sua pretensão.

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• Persecutio criminis: o caminho


percorrido pelo Estado-Administração
Persecução visando a aplicação da uma pena ou
medida de segurança àquele que
Penal cometeu uma infração penal.

• 02 fases: - 1) Investigação criminal -2)


Ação Penal

• 1ª fase – investigação preliminar – investiga-se


a notícia da infração penal visando verificar a
sua real ocorrência e quem seria o seu autor
Persecução (art. 4º, caput, do CPP). A ideia é fornecer
elementos ao órgão acusador para a análise da
Penal - Fases notícia criminal e, se for o caso, tomar
providências, seja realizando acordos, seja
dando início a ação penal (formação opinio
delicti).

• 2ª fase – ação penal – o órgão acusador, em


regra, o Ministério Público ou a vítima
(dependendo da titularidade), ingressam com
ação penal. Aqui devem se fazerem presentes o
contraditório e a ampla defesa.

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Infração Investigação
Ação Penal
Penal Preliminar

• Poder Legislativo – C.P.I. - Art. 58, § 3º da CF -


1ª Fase – Lei nº 10.001/2000 – suas conclusões são
remetidas ao MP ou outras Autoridades, que
Investigação deverão dar respostas em 30 dias.

Preliminar – • Autoridades Militares – IPM – Artigo 8º do CPM


– crimes militares, presididos por oficiais de
Fase carreira.
Administrativa • Ministério Público – Inquérito Civil – Lei
Multiplicidade 7.347/85 e P.I.C. – Resolução nº 181/2017 –
CNMP.
de órgãos
• Investigação defensiva – provimento 188/2018 e
previsão no art. 13 do projeto do novo CPP

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• Polícia Judiciária – Inquérito Policial -.


1ª Fase – Procedimento a cargo da Polícia Civil –
Polícia Estadual (crimes estaduais) e Polícia
Investigação Federal (crimes de competência da Justiça
Preliminar – Federal) - art. 4º do CPP. CF – artigo 144, §
Fase 4º.
Administrativa
• Termo circunstanciado – Lei 9.099/95 –
meio de investigação de infrações de menor
potencial ofensivo.

• Polícia: conjunto de serviços organizados


pela Administração Pública para assegurar
a ordem pública e garantir a integridade
Polícia – politia física e moral das pessoas, mediante
limitações impostas à atividade pessoal.
- polis

Administrativa/Preventiva
• Espécies

Judiciária/repressiva

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Polícias Judiciária e Administrativa


• Polícia Judiciária/Polícia Civil (Estadual e Federal). Estruturada em carreira
(bacharel em direito, concursados e tratamento protocolar semelhantes das
demais carreiras jurídicas)– Art. 3º da Lei nº 12.830/13.
• Funções: Auxiliar o Poder Judiciário e realizar o inquérito policial – art. 144, §
1º e § 4º, da CF.

• Polícia Administrativa: Polícias Militares, Rodoviárias, Ferroviárias e


Marítimas.
• Funções: de prevenção e preservação da ordem. Evitar a prática de infrações
penais.

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Polícias Administrativa e Judiciária


Polícia Administrativa – Polícia Judiciária
Ostensiva - Prevenção
Polícia Militar Polícia Civil (Gênero)
Polícia Rodoviária Polícia Civil Estadual
Polícia Ferroviária Polícia Civil Federal
Polícia Marítima

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Conceito: trata-se de um conjunto de diligências


realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração
de uma infração penal e sua autoria, a fim de que
o titular da ação (Ministério Público ou
Inquérito Policial querelante) possa ingressar em juízo ou tomar
outra providência relacionada a persecução
(Arts. 4º ao 23 do penal.

CPP) Autoridade Policial – somente IP??

VPI – Verificação de Procedência de Informações


– Art. 5º, § 3º, do CPP. (Informativo n° 580 do
STF).

Termo Circunstanciado – Infrações de menor


potencial ofensivo – Lei 9.099/95.

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Procedimento administrativo e Inquisitivo a cargo do


Delegado de Polícia (art.2º, §1º, da Lei 12.830/13).
Não resulta na imposição de aplicação de uma sanção
como resultado imediato das investigações, razão pela
qual inexige contraditório e ampla defesa. Exceções:
Inquérito para a expulsão de estrangeiro e 14-A CPP.
Inquérito Policial
– Características Sigiloso (art.20 do CPP), Escrito (art.9º) e não
obrigatório (art.12)
Conceituais
Constituído por uma série de diligências cuja
finalidade é a obtenção de elementos informativos
para o titular da ação penal formar a sua opinio delicti
e tomar as providências visando a pretensão punitiva,
seja propondo ação penal ou realizando acordos com o
possível autor da infração penal.

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• Competência e Atribuição: art. 4º do CPP – “A


polícia judiciária será exercida pelas autoridades
policiais no território de suas respectivas
atribuições e terá por fim a apuração das
infrações penais e da sua autoria. Parágrafo
Polícia Judiciária único. A competência definida neste artigo não
excluirá a de autoridades administrativas, a
Competência e quem por lei seja cometida à mesma função”.
Atribuição
Territorial
• Critérios Material
Em razão da pessoa (vítima)

• Não ha nulidade na fase de inquérito por


desobediência a atribuição da Autoridade
Policial.

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Investigação não é instrução processual.


• Objeto da investigação obtenção de dados informativos
para que o órgão da acusação verifique ser viável ou não
a ação penal ou A.N.P.P.. Nos termos do art. 2º, § 1º, da

Finalidade Lei nº 12.830/13 - apuração das circunstâncias, da


materialidade e da autoria das infrações penais.

do • Duas acepções:
• oportunizar a responsabilização de quem contribui para
Inquérito o crime
• Evitar que inocentes sejam alocados no polo passivo de
demanda penal.

• Ainda serve para dar justa causa (lastro indiciário) para


medidas cautelares durante o processo penal.

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• É importante verificar que a prova


vertida para o inquérito policial não tem
Finalidade do por finalidade o convencimento do juiz.
Inquérito
• Art. 155 do CPP: O juiz formará sua
convicção da livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas.

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Exceções
Provas cautelares: risco de
desaparecimento da prova. Ex: busca e
apreensão/interceptações. Contraditório
Valor probatório diferido.
do Inquérito Não repetíveis: uma vez produzida, não
Policial – Art. tem como ser repetida. Ex. laudos
periciais. Contraditório diferido
155 do CPP
Antecipadas: produzidas antes do
momento oportuno, em razão da
urgência e relevância. Ex. oitivas de
testemunhas com risco de morte.
Contraditório real.

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• Destinatários imediatos são o


Ministério Público, titular da ação
penal pública e o ofendido, titular da
Destinatários ação penal privada.

• Destinatário mediato é o juiz de


garantias - utilizará dos elementos de
informação para o recebimento da
peça inicial acusatória e formação do
seu convencimento quanto à
necessidade de decretação de
medidas cautelares, dentre elas a
prisão preventiva.

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• Escrito (art.9º) – podem ser utilizadas as novas


ferramentas de perpetuação dos elementos
(gravação, estenotipia, etc.).

Características • Sigiloso (art. 20 e parágrafo único) –


Imprensa/Público em geral, MP e advogados -
acesso (Súmula 14 do STF).

• Inquisitivo e discricionário (Art.14 do CPP e 2,


§2º, da 12.830/13).

• Oficialidade e Autoritariedade – Art. 144, § 4º da


CF c.c. art.2º, §1º, Lei 12.830/13.

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• Oficiosidade

Características • Indisponibilidade (art.17) – A Autoridade


Policial não pode arquivar o IP. Mas, ele tem
poder para analisar se é o caso ou não de
instaurar (art. 5º, § 2º, do CPP).

• Dispensabilidade do inquérito – Arts.12; 27; 39,


§5º; 46 §1º, todos do CPP. A ação penal pode
ser proposta sem o inquérito policial.

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Regra Geral
• Polícia Civil Estadual - Artigo 10 do CPP - prazo de
10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante,
ou preventivamente, ou no prazo de 30 dias,
quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela”.

Prazos Prorrogações
• § 3º do Art.10 – Investigado solto – sem problemas
para – atenção com a prescrição.
• Artigo 3, § 2º, - Investigado preso, o juiz das
conclusão garantias poderá, mediante representação da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público,
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito
por até 15 dias, após o que, se ainda assim a
investigação não for concluída, a prisão será
imediatamente relaxada. (Previsão trazida pela Lei
nº 13.964/19 – Eficácia Suspensa – ADI 6298/DF).

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• Regras Especiais

• Polícia Federal – 15 dias, prorrogáveis por


igual período pelo Poder Judiciário, se preso
o investigado (artigo 66 da Lei nº 5.010/66).
30 dias se solto, prorrogáveis mediante
solicitação do Delegado e autorização do juiz.
Prazos para • Crime de tráfico de drogas - 30 dias,
conclusão duplicáveis por igual período se preso, e 90
dias, duplicáveis por igual período se solto
(Artigo 51 da Lei nº 11.343/06).

• Contagem – posição majoritária – Inclui o dia


do começo e exclui-se do vencimento – Art.
10 do CP – se estiver preso. Se solto, conta-se
como prazo processual.

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Prazos

Hipótese Indiciado Preso Indiciado solto


Regra Geral – CPP 10 dias (+ 15) 30 dias + Prorrogáveis
(art. 10, caput, c/c art. 3º-B,
§ 2º, do CPP).

Inquérito Policial Federal 15 dias (+ 15) 30 dias

Inquérito Policial Militar 20 dias 40 dias (+ 20)


Lei de Drogas - (Lei nº 30 dias (+ 30) 90 dias (+ 90)
11.343/2006)

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• Não são exigidos no inquérito policial


por se tratar de procedimento
administrativo de natureza inquisitória e
Contraditório e informativa. Vide art.14 do CPP
ampla defesa
no inquérito • Exceções - inquérito instaurado a
pedido do ministro da justiça, visando à
expulsão de estrangeiro (lei nº
6.815/1980) e investigação em relação a
agentes de segurança pública e das
forças armadas em investigação criminal
– 14-A do CPP.

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Quem preside o inquérito policial é o


delegado de polícia. O controle externo do
MP, previsto no artigo 129, VII, da CF, não
altera a presidência do IP.
Participação
do Ministério Contudo, se permite a participação do MP
no inquérito, sendo comum a colaboração
Público no entre as autoridades policiais e
inquérito ministeriais, como por exemplo, a
formação de forças tarefas – task forces -,
ou Promotores designados para
acompanhar inquéritos.

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O Art. 7º, da Lei nº8.906/94 assegura:

Participação VI, b - ingressar nas dependências da


repartição policial (art. 7º, VI, b);
do advogado XIV - examinar, em qualquer instituição
no inquérito responsável por conduzir investigação,
mesmo sem procuração, autos de
flagrante e de investigações de qualquer
policial natureza, findos ou em andamento, ainda
que conclusos à autoridade, podendo
copiar peças e tomar apontamentos, em
meio físico ou digital.

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XXI - assistir a seus clientes investigados durante a


apuração de infrações, sob pena de nulidade
absoluta do respectivo interrogatório ou
depoimento e, subsequentemente, de todos os

Participação elementos investigatórios e probatórios dele


decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente,

do advogado podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração:


a) apresentar razões e quesitos.

no inquérito Súmula Vinculante 14 -: é direito do defensor, no


policial interesse do representado, ter acesso amplo aos
Elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa.

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Participação do Art. 14-A. Nos casos em que


servidores vinculados às instituições
advogado no dispostas no art. 144 da CF figurarem
inquérito policial como investigados em inquéritos
policiais demais procedimentos, cujo
– Artigo 14-A do objeto for a investigação de fatos
CPP relacionados ao uso da força letal
praticados no exercício profissional,
consumado ou tentado, o indiciado
poderá constituir defensor.

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Equívoco - § 1º ao dizer que o investigado


será citado, podendo constituir defensor em
Participação do 48 horas.
advogado no
Necessidade - o § 2º, dispõe que escoado o
inquérito prazo, sem nomeação de advogado, a
policial – Artigo autoridade deverá intimar a instituição a que
14-A do CPP pertence o investigado para, em 48 horas,
indicar defensor para a representação do
investigado.

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As disposições se aplicam:
• Polícia Federal
• Polícia Rodoviária Federal,
Participação do • Polícia Ferroviária Federal,
advogado no • Polícia Civil,
inquérito policial • Polícia Militar e Corpo de Bombeiros
Militar,
– Artigo 14-A do • Polícias Penais, Federal, Estadual e
CPP Distrital, e
• aos servidores vinculados as Forças
Armadas, desde que os fatos digam
respeito a missões G.L.O..

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• Notitia criminis de COGNIÇÃO IMEDIATA ou


DIRETA (art. 5º, I do CPP) – conhecimento direto
Notitia Criminis da autoridade, pela imprensa ou através de
comunicação informal ou anônima
– Notícia do (inqualificada/apócrifa)
fato criminoso
• Notitia criminis de COGNIÇÃO MEDIATA ou
INDIRETA (art. 5º, II, do CPP) – requisição do
MP, requerimento da vítima, delação,
representação da vítima ou requisição do
Ministro da Justiça. Provocação de terceiro.

• Notitia criminis de COGNIÇÃO COERCITIVA –


auto de prisão em flagrante delito.

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• Instauração – a partir de uma notitia


criminis.

Etapas do • Atos de instrução – providências –


Inquérito Arts. 6º, 7º, 13 e 14 do CPP.

Policial
• Conclusão – relatório – Art. 10, §§ 1º
e 2º, do CPP.

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• Portaria – peça escrita que dá início ao IP.

Peças Inaugurais do
Inquérito Policial • Auto de prisão em flagrante

Toda instauração deve • Requerimento do Ofendido ou de seu


representante legal
ser comunicado ao Juiz
das Garantias (art.3º,
• Requisição do MP
IV, CPP)
• Representação do Ofendido ou de seu
representante legal

• Requisição do Ministro da Justiça

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• Requisição do MP - crimes de ação pública. Não se


pode indeferir a requisição – Art. 5º, inciso II, do CPP.

• Requerimento - postulação da vítima ou seu


representante para a instauração de IP - Art. 5º, II.
Formalidades - art. 5º, § 1º. Se indeferido, recurso ao
Diferenças entre Chefe de Polícia (art. 5º, § 2º).
REQUISIÇÃO,
• Comunicação/Delação - fornecimento de informações
REQUERIMENTO, feito por qualquer um do povo. É válido nos crimes de
ação penal pública incondicionada. Ver art. 301 CPP;
COMUNICAÇÃO, art. 5º, §3º CPP.
REPRESENTAÇÃO E
REQUISIÇÃO DO MJ. • Representação: crimes de ação penal pública
condicionada. A vítima autoriza a tomada de
providências. Delatio Criminis Postulatória.

• Requisição do MJ: ações penais públicas condicionadas


a pedido/requisição do Ministro da Justiça.

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• Fato não constituir crime.

Hipóteses de • Se extinta a punibilidade do investigado.


não cabimento
de instauração
de Inquérito • A parte requerente é ilegítima ou incapaz,
Policial - no caso de ação penal privada ou pública
condicionada
Exemplos
• Requerimento não atender os requisitos
legais.

• Autoridade a quem for dirigido for


incompetente.

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• Dirigir-se ao local, providenciando para que se não


alterassem o estado e a conservação das coisas, até
a chegada dos peritos.

• Apreender os instrumentos e todos os objetos que


Providências – tiverem relação com o fato,
Artigos 6º e 7º
do CPP • Colher todas as provas que servirem para o
esclarecimento do fato e suas circunstâncias. –
Ouvir testemunhas, realizar acareações, requisitar
documentos, reprodução simulada dos fatos, etc.

• Ouvir o ofendido.

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• Determinar a realização de exame de corpo de delito

• Ouvir o indiciado, ordenando a sua identificação pelo


processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos
autos sua folha de antecedentes.

• Averiguar a vida pregressa do indiciado de forma


Providências abrangente

• Colher informações sobre a existência de filhos,


respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

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• Indiciamento: ato privativo do delegado de polícia


(art. 2º, § 6º da Lei 12.830/2013) e fundamentado.
Se dá após análise técnico-jurídica do fato, no qual
deverá indicar a autoria, materialidade e as
circunstâncias do crime. A Autoridade Policial sai
do Juízo de probabilidade e passa ao de
Providências possibilidade. Pode ser direto ou indireto. Contra tal
ato – HC. O MP não está vinculado ao indiciamento
Indiciamento ou não quando da ação penal.

• O indiciado deverá ser interrogado pela autoridade


policial, que poderá, para tanto, conduzi-lo
coercitivamente à sua presença, no caso de
descumprimento injustificado da intimação
(art.260). Constitucionalidade???

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Providências

• Regra geral, a autoridade policial não ´´e obrigada a providenciar advogado. A CF, em seu
art. 5º, LXIII, abre a possibilidade para o preso, querendo, entrar em contato com seu
advogado. Assim, caso o indiciado constitua defensor, este poderá acompanhá-lo. Curador
(art.15 – nova leitura) – somente na hipótese de indiciado inimputável (incidente no IP).

• Desindiciamento – não há qualquer impedimento. Pode se dar pela própria Autoridade


Policial (revendo a sua decisão) ou por Habeas Corpus (coacto – determinação judicial).

• O art. 6º, VIII reproduz como deve ser feito o processo de identificação do indiciado.
Porém, a Lei nº 12.037/09 dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado,
regulamentando o art. 5º, inciso LVIII, da Constituição Federal.

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Lei 12.037/09 – Principais regras


• Regra Geral: civilmente identificado não é submetido a
criminal (art.1º).
• Documentos civis: RG, CTPS, Carteira Profissional ou de
identificação profissional, Passaporte, e ainda documentos
análogos militares (art.2º).
• Exceções: documentos com rasura ou indícios de falsificação
ou insuficientes para o seu fim; documentos da mesma pessoa
com dados divergentes; necessidade da identificação para
investigação, com autorização judicial; pessoas com outros
registros e qualificações; má conservação ou expedidos em
tempo e locais distantes (art.3º).
• Identificação: datiloscópica, fotográfica e genética (art.5º).

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• Ao inquérito deve ser ainda juntada a sua folha


de antecedentes, sendo averiguada a sua vida
pregressa, e se for conveniente, procedida a
Providências identificação mediante tomada fotográfica. A
vida pregressa e os antecedentes são de suma
importância ao Magistrado para a fixação da
pena.

• Ademais, a Lei nº 12037/09, sofreu alteração


pela Lei do Pacote Anticrime, que dispôs no
artigo 7º-C o Banco nacional Multibiométrico.

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• Fornecer ao juiz as informações


necessárias à instrução e julgamento dos
processos;

Outras funções • Realizar as diligências requisitadas pelo


juiz ou pelo MP;
da Polícia
Judiciária – Art. • Cumprir os mandados de prisão;
13 do CPP
• Representar acerca da prisão preventiva.

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• Ministério Público ou o Delegado de Polícia


podem requisitar, de quaisquer órgãos do poder
público ou de empresas da iniciativa privada,
Crimes ligados a sequestro dados e informações cadastrais da vítima ou de
e cárcere privado, tráfico suspeitos, que deverá ser atendida no prazo de
de pessoas e de criança ou 24 horas (artigo 13-A).
adolescente para o exterior
– Arts.148, 149, 149-A, § 3º • Se necessário o Ministério Público ou o
do art.158 do CP e 239 do Delegado de Polícia poderão requisitar,
ECA mediante autorização judicial, às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações
e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados –
como sinais, informações e outros – que
permitam a localização da vítima ou dos
suspeitos do delito em curso (art. 13-B).

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Encerramento

Relatório: peça final na qual a AP relata o que foi apurado no IP, as


principais diligências, as testemunhas que não foram localizadas, etc. Não é
recomendado juízo de valor, salvo os crimes da Lei nº 11.346/06 para
justificar a classificação do crime. Doutrina majoritária – Relatório é
descritivo.

• Feito o relatório, os autos serão remetidos ao juízo competente,


acompanhados dos instrumentos do crime e dos objetos que interessam à
prova (art.11), oficiando-se, ainda, ao Instituto de Identificação e
Estatística, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos e os dados
relativos à infração e ao indiciado (art.23).

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No Fórum Os autos quando remetidos ao Fórum,


aguardam o oferecimento de queixa-crime
Inquérito de crime de durante o prazo decadencial (Art.19). 06
meses
ação penal privada
Ofendido Não há necessidade do ofendido solicitar o
arquivamento do Inquérito. Se entender
que não há elementos para dar início ao
processo, basta deixar escoar o prazo
decadencial. Não oferecida a queixa, há a
extinção da punibilidade.

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1) Devolver requisitando NOVAS DILIGÊNCIAS


(Art.16). Falta de lastro indiciário. Prisão?!? –
incompatibilidade.

No Fórum 2) ORDENAR O ARQUIVAMENTO - (Art.28)


a) Falta de pressuposto ou condição para o
Inquérito de crime de exercício da ação penal;
b) Ausência de justa causa;
ação penal pública
c) Excludente de ilicitude ou de culpabilidade,
salvo a inimputabilidade;
Ministério Público d) Causa extintiva da punibilidade.

3) ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL –


A.N.P.P. – Art. 28-A. do CPP.

4) DENÚNCIA – INGRESSO DE AÇÃO PENAL –


Art.24 do CPP.

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A Autoridade Policial não determina o


arquivamento do IP – Art. 17 do CPP.
Arquivamento
O arquivamento é função exclusiva do
– Art. 28 – Lei MP. O Promotor de Justiça analisa o caso
13.964/19- e verificando a impossibilidade de ingresso
de ação penal, ordena o seu
arquivamento, comunicando os
interessados (vítima, investigado e a AP).

Sua decisão deverá ser reanalisada por


um órgão superior no próprio MP e a
vítima poderá recorrer do arquivamento.

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• “Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito


policial ou de quaisquer elementos informativos
da mesma natureza, o órgão do Ministério
Público comunicará à vítima, ao investigado e à
autoridade policial e encaminhará os autos para
Arquivamento a instância de revisão ministerial para fins de
homologação, na forma da lei.
• § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não
concordar com o arquivamento do inquérito
policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do
recebimento da comunicação, submeter a
matéria à revisão da instância competente do
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva
lei orgânica.
• § 2º Nas ações penais relativas a crimes
praticados em detrimento da União, Estados e
Municípios, a revisão do arquivamento do
inquérito policial poderá ser provocada pela
chefia do órgão a quem couber a sua
representação judicial.”

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Homologação pela instância ministerial

Âmbito Estadual: art. 10, IX, “d” da Lei nº


Arquivamento 8.625, a atribuição compete ao PGJ –
Procurador Geral de Justiça.
– Art. 28 – Lei
13.964/19 Âmbito Federal: MP federal, bem como do
Distrito Federal/Territórios, a competência
para confirmar o arquivamento,
homologando-o; requisitar diligências; ou
requisitar outro Promotor para oferecer a
denúncia cabe as CCR - Câmaras de
Coordenação e Revisão, nos termos da Lei
Complementar nº 75/93.

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Recurso

§ 1º - faculdade conferida à vítima,


Arquivamento – possibilitando que esta ofereça razões, diante
Art. 28, § 1º – do seu inconformismo, com o arquivamento, no
prazo de 30 dias.
Lei 13.964/19
Nas ações penais relativas a crimes praticados
em detrimento da União, Estados e Municípios,
a revisão do arquivamento do inquérito policial,
melhor dizendo, as razões poderão ser
apresentadas, respectivamente pela Advocacia
da União; Procuradoria do Estado e
Procuradoria do Município.

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Art. 28. Se o órgão do Ministério Público,


ao invés de apresentar a denúncia,
Redação ainda requerer o arquivamento do inquérito
policial ou de quaisquer peças de
válida informação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará
remessa do inquérito ou peças de
informação ao procurador-geral, e este
oferecerá a denúncia, designará outro
órgão do Ministério Público para oferecê-
la, ou insistirá no pedido de arquivamento,
ao qual só então estará o juiz obrigado a
atender.

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• Ato complexo – pedido do Promotor +


homologação do Juiz – Poder Judiciário é quem
determina o arquivamento.

• Não há previsão de recurso por parte da


vítima.
Observações
• Discordância do Juiz – reanálise pelo PGJ
(MPE) para ou Câmera de Coordenação e
Revisão (MPF)
• Concordância – Juiz é obrigado a arquivar.
• Discordância – PGJ/PGR denuncia ou designa
outro Promotor para denunciar.

53

• Regra geral, não faz coisa julgada material.


Surgindo novas provas, o inquérito policial pode
ser reaberto pela Autoridade Policial (art.18 do
Coisa Julgada no CPP). Há apenas coisa julgada formal, seguindo
a cláusula rebus sic stantibus.
Arquivamento do
IP de acordo com a • Exceções: o arquivamento fará coisa julgada
redação original material, quando arquivado: a) por atipicidade e
b) extinção da punibilidade.

• Súmula 524 do STF - Arquivado o inquérito


policial, por despacho do juiz, a requerimento
do promotor de justiça, não pode a ação penal
ser iniciada, sem novas provas.

54
10/09/2020

• Termo circunstanciado – procedimento de


investigação simplificado para apurar as
infrações de menor potencial ofensivo (crimes
com penas máximas não superiores a 02 anos e
todas as contravenções penais) – Art. 69 da Lei
Procedimento nº 9.099/95.
investigativo – • Características:
Juizado  Termo de compromisso de comparecimento –
Especial – Lei não há prisão em flagrante e aplicação de
fiança;
9.099/95.  Simplificação da prova pericial;
 Envio para o Juizado Especial Criminal -
composição e a transação penal.

55

• Observações:

Procedimento  Pode haver instauração de IP, quando


investigativo – houver complexidade do caso ou o
autor do fato for desconhecido.
Juizado Especial
– Lei 9.099/95.  Não cabe em casos de violência
doméstica contra a mulher (Art. 41 da
Lei nº 11.340/06) e em infrações penais
militares (art.90-A).

56
10/09/2020

• Conceito: é o direito público subjetivo do


Estado-Administração, titular do poder-
dever de punir, ou do ofendido de pleitear
Da Ação Penal ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal
(Artigos 24 a 62 do objetivo, com a consequente satisfação
da pretensão punitiva.
CPP)
• Fundamento: artigo 5º, XXXV, da CF, que
diz: "A lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito".

57

• Direito público: exercido contra um


ente público Poder judiciário.

• Subjetivo: somente o titular pode


exigir do Estado-Juiz a prestação
Características jurisdicional. MP – A.P. Pública.
Ofendido – A.P. Privada
I
• Instrumental: meio de alcançar o
direito material.

58
10/09/2020

• Autônomo: não depende da


existência efetiva do direito material

• Específico: apresenta um conteúdo -


Características pretensão que se deduz em juízo.
II
• Abstrato: independe do resultado
final do processo

59

Condições da ação
Genéricas Específicas – Condições de
Procedibilidade
• Possibilidade jurídica do pedido • Representação do ofendido

• Legitimatio ad causam
• Requisição do Ministro da Justiça
• Interesse para agir

• Justa Causa • Laudo provisório de drogas (Lei


11.343/06

60
10/09/2020

Pressupostos Processuais
Requisitos de admissibilidade para o conhecimento de
um conflito pelo Poder Judiciário
Existência Validade
• Subjetivos: um órgão jurisdicional e • Subjetivos: dizem respeito ao juiz
da capacidade de ser parte (aptidão (competência e imparcialidade) e às
de ser sujeito processual). partes (capacidade processual e
postulatória).
• Objetivo: é a própria demanda (ato • Objetivos: pressupostos necessários
que instaura um processo, ato de para o correto desenvolvimento do
provocação). processo, como, por ex., ausência de
coisa julgada, litispendência, etc.

61

• Quanto a titularidade tem-se que as ações


penais são promovidas, em regra geral,
pelo Ministério Público, ou, então, pelo
ofendido, seus representantes, ou seus
Classificação das sucessores (CADI).
Ações –
Titularidade – Art. • Pretensão Punitiva pertence ao Estado,
100 e 24 do CPP logo é um órgão estatal quem busca, em
juízo, a satisfação desta pretensão. No
caso o Ministério Público.

• Ofendido – titularidade inicial ou,


subsidiária (artigo 5º, LIX, da CF e art. 29
do CPP). Legitimação extraordinária ou
substituição processual.

62
10/09/2020

Classificação das Ações –


Quanto a titularidade
Ação
Ministério
Penal Denúncia
Público
Pública

Ação Penal
Ofendido Queixa
Privada

63

Classificação
ação penal

pública privada

condicionada incondicionada exclusiva subsidiária da púb. personalíssima

à requisição do MJ à representação
64
10/09/2020

• Conceito: é a proposta pelo MP, através


da denúncia. A ação penal pode ser
promovida com base no inquérito policial
(regra geral) ou com base em outros
Ação penal documentos escritos, fornecidos por
qualquer pessoa (ver artigo 27 do CPP).
pública (noções
gerais e • Prazo: o MP tem prazo para propor ação
conceito) penal, caso inerte, a legitimidade passa
também ao ofendido - artigo 5º, LIX, da
CF e artigo 100, § 3º, do Código Penal, e
artigo 29, do CPP (ação penal privada
subsidiária da pública). Regra geral – 05
dias - réu preso / 15 dias réu solto –
Art.46

65

• Incondicionada: quando o seu exercício não se


subordina a qualquer requisito. Pode ser
iniciada sem a manifestação de vontade de
qualquer pessoa.

• Condicionada: exercida também pelo MP, mas


Ação Penal só mediante representação (autorização) do
ofendido ou requisição (requerimento lastreado
Pública em lei) do Ministro da Justiça (art. 100, § 1º, CP).
Incondicionada
Nesse tipo de ação, as expressões “somente se
e Condicionada procede mediante representação”, “somente se
procede mediante requisição do Ministro da
Justiça” são previstas na lei. São condições de
procedibilidade para o exercício da ação.

66
10/09/2020

Ação penal pública (noções gerais e


conceito)

Pública Incondicionada

• Espécies
Representação da vítima
Pública condicionada
Requisição do Ministro da Justiça

67

Conceito: é a autorização do ofendido para


que a ação penal possa ser iniciada pelo
MP, através de denúncia. Inexistindo
Representação representação, falta condição específica
do Ofendido para a ação penal. Condição de
procedibilidade – natureza jurídica.

Características: não exige formalidades,


deve apenas expressar, de maneira
inequívoca, a vontade da vítima de ver seu
ofensor processado. Pode ser dirigida ao
Ministério Público ou a Autoridade
Policial (art. 39 do CPP) e ser escrita
(regra) ou oral, a ser reduzida a termo.

68
10/09/2020

Ofendido com 18 anos ou capaz – somente


ele.

Ofendido menor ou incapaz – seus


Representação representantes
do Ofendido
Titular Procurador

Morte ou ausência – CADI – art. 24, § 1º

Pessoa jurídicas – indicados no estatuto


social – art. 37

69

Prazo: artigo 38 do CPP - 06 meses a contar do


dia em que a vítima ou seu representante legal
veio a tomar ciência de quem é o autor do crime.

Destinatários: Juiz? MP e Autoridade Policial.


Representação
do Ofendido Retratação: segundo o art. 25 do CPP, pode o
ofendido retratar-se até o oferecimento da
denúncia. Pode haver a retratação da
retratação?? Discussão doutrinária.

Lei Maria da Penha: retratação somente perante


o juiz, em audiência especialmente designada
com tal finalidade, antes do recebimento da
denúncia e ouvido o Ministério Público (art.16 Lei
11.340/06)

70
10/09/2020

• Conceito: ato político e discricionário pelo qual o


Ministro da Justiça autoriza o Ministério Público a
propor a ação penal pública nas hipóteses legais. Não
tem prazo para o seu oferecimento – prescrição.

Requisição do • Natureza jurídica: condição de procedibilidade.


Ministro da Eficácia objetiva – ofertada em relação a um, vale
contra todos.

Justiça • Destinatário: somente o MP, na pessoa do


Procurador Geral.

• Incidência: arts 7.º, § 3.º, “b”, e 141, I, c.c. o


parágrafo único do art. 145, do CP, e art. 26 da Lei de
Segurança Nacional).

• Retratação da Requisição: não se admite retratação.

71

• Oficialidade: o autor da ação é órgão oficial - MP.

• Obrigatoriedade/legalidade – releitura - discricionariedade


Princípios da regrada
ação penal
pública • Indisponibilidade: está prevista no artigo 42 do CPP.

• Autoritariedade: são autoridades públicas os órgãos


encarregados da ação penal.

• Oficiosidade: os órgãos encarregados agem de ofício.

• Intranscendência/pessoalidade: a ação penal somente


pode ser proposta contra o autor da infração penal.

72
10/09/2020

• Conceito: proposta pelo ofendido ou seu


representante. Substituição processual ou legitimação
extraordinária. O autor se chama querelante e o réu
querelado. A lei especifica - “somente se procede
mediante queixa”.

Ação Ofendido capaz: ele próprio

Penal Ofendido incapaz ou


anos: representante
< de 18

Privada Titularidade
Morte ou ausência do ofendido –
art.31. CADI

Pessoas Jurídicas – Art. 37.


Representantes nos estatutos ou
diretores e sócios gerentes.

73

Ação Penal exclusivamente privada

Espécies Ação penal privada personalíssima


Ação Penal (Art. 236 do CP)
Privada Ação penal privada subsidiária
(Art.29 do CPP)

Prazo: 06 meses a partir do conhecimento da


autoria. Prazo decadencial

74
10/09/2020

• Conveniência ou oportunidade: o ofendido


tem a faculdade e não o dever de propor a
ação penal.

Princípios da • Disponibilidade: ofendido pode desistir ou


ação penal abandonar a ação penal privada.

privada • Indivisibilidade: o ofendido não é obrigado


a entrar com queixa, mas, se o fizer deve
interpor contra todos (art. 48 do CPP).

• Intranscendência: a ação penal somente


pode ser proposta contra o autor da
infração penal, não podendo abranger os
responsáveis civis.

75

• Decadência: perda do direito de ação pelo


decurso do prazo temporal. Art. 38.

• Renúncia: ato unilateral do ofendido que dispõe


sobre o exercício do direito de ação. Pode ser
Causas expressa (art.50) ou tácita (art.57) e feita um dos
autores, estende a todos (art.49). Ocorre antes
Extintivas da do processo.

Punibilidade • Perdão: ato bilateral e ocorre quando a ação já


está proposta. Depende da aceitação por parte
na Ação Penal do querelado, que se for incapaz e não tiver
representante, será feito por curador. Feita a um,
Privada estende a todos, com exceção daquele que não o
aceitar (art.51). Pode ser processual ou
extraprocessual e expresso (art.58) ou tácito
(art.57). A aceitação pode ser também expressa
ou tácita (art. 58).

76
10/09/2020

• Perempção: a pena imposta ao querelante


negligente.
• Art.60 do CPP prevê as seguintes hipóteses:
I - iniciada a ação, o querelante deixar de
promover o andamento do processo durante 30
dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo
Causas Extintivas sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
da Punibilidade (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem
couber fazê-lo;
na Ação Penal III - quando o querelante deixar de comparecer,
Privada sem motivo justificado, a qualquer ato do processo
a que deva estar presente;
IV – quando o querelante deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
V - quando, sendo o querelante pessoa jurídica,
esta se extinguir sem deixar sucessor.

77

• Conceito: poder-dever do Estado Juiz de resolver,


mediante o processo, um conflito penal, surgido
entre o direito de punir do Estado e o direito de
liberdade do indivíduo.

JURISDIÇÃO Existência de uma lide


– JURIS
DICTIO Inércia

DIZER O • Características Função/Atuação do Direito


DIREITO
Definitividade/Imutabilidade

Substitutividade

78
10/09/2020

Investidura: exercida por Juiz, investido do


Poder de julgar.

JURISDIÇÃO Inércia: seu exercício depende de


PRINCÍPIOS provocação através da ação.

Indelegabilidade: o juiz não pode delegar


tal função.

Inevitabilidade: após provocação, ela é


exercida independente da vontade das
partes, que devem a ela se sujeitar.

79

Inafastabilidade: a lei não pode excluir, da


apreciação do Poder Judiciário, lesão ou
ameaça de lesão a direito.
JURISDIÇÃO
PRINCÍPIOS Juiz natural: veda-se o seu exercício por
juízes ou Tribunais de exceção e por juízes
parciais, suspeitos ou incompatíveis.

Correlação: deve haver correspondência


entre a sentença e o pedido feito na inicial
(o juiz está adstrito àquilo que lhe foi
pedido).

80
10/09/2020

Competência
Poder do juiz de exercer sua jurisdição sobre certas matérias,
certas pessoas e em certo lugar. Medida da Jurisdição
Competência Material Competência Funcional

• Ratione materiae (em razão da • Fases do processo


matéria – art. 69, III) (Ex: Juiz da ação e Juiz da execução)

• Ratione personae (em razão da • Objeto do processo


pessoa – art. 69, VII)
(Ex: Juiz e jurados)
• Ratione loci (em razão do lugar – art.
69, I e II) • Grau de Jurisdição
(Ex: Juiz e Tribunais)
81

Prorrogação
É a possibilidade de substituição da competência de um juízo
por outro. Ocorre nos casos de competência relativa.
Necessária Voluntária
• Conexão • Ocorre nos casos de competência
territorial, quando não alegada em
momento oportuno
• (art. 108 do CPP)
• Continência
• Ação Penal Exclusivamente Privada
querelante pode optar pelo foro do local
(Arts. 76 e 77) da infração ou do domicílio do réu
(Art. 73 do CPP)
82
10/09/2020

Distribuição da Competência
Justiça Especial (Militar e Eleitoral)
STF
Eleitoral TSE Crimes eleitorais e conexos
TRE
Juiz Eleitoral
Justiça Especial
Federal – STM e juízes federais
Militar Crimes militares
Estadual – TJM e Juízes de Direito e
Conselhos de Justiça
83

Distribuição de Competência
Justiça Comum (Federal e Estadual - Júri)
TRF
Federal Arts. 108 e 109 da CF.
Juízes Federais

Justiça TJs
Comum Estadual Competência residual
Juízes Estaduais

Júri Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados


(art. 74 §1º) e conexos.

84
10/09/2020

06 critérios para a fixação:


Competência – I. lugar da infração;
Fixação da II. domicílio ou residência do réu;
III. natureza da infração;
Justiça e Juízo –
IV. distribuição;
Art.69 V. conexão ou continência – não são
critérios de fixação e sim
modificação/prorrogação
VI. prevenção;
VII. prerrogativa de função.

85

03 Teorias – Resultado, da Atividade e da Ubiquidade


Regra Geral (art. 69, I, lugar da infração): competência
determinada pelo lugar da consumação (Teoria do Resultado),
sendo irrelevante a prisão ter ocorrido em outro local (art. 70,
primeira parte).
Lugar da
Infração – Exceções – crimes tentados (art. 70, in fine), crimes dolosos contra
Competência a vida e outros preterdolosos com resultado em locais distintos e
crimes de menor potencial ofensivo (art. 63 da Lei 9.099/95) -
Ratione Loci Teoria da Atividade - lugar onde foi praticada a infração

Crimes a distância (Art. 70, §§ 1º e 2º): aqueles em que as


condutas e a consumação ocorrem em territórios diferentes –
Teoria da Ubiquidade.

86
10/09/2020

Local incerto ou limite entre duas ou mais


Lugar da jurisdições, sem especificação (art. 70, § 3º)-
Infração – Prevenção.
Competência
Ratione Loci
Crimes permanentes ou continuados –
Prevenção (art.71).

87

Domicílio ou residência do réu: quando


desconhecido o lugar da infração, a competência
recairá sobre o local do domicílio ou da
residência do réu (art. 72). Foro subsidiário

Mais de uma residência ou domicílio: aplica-se a


Exceções prevenção (art. 72, §1º).

Foro de eleição: Na ação privada exclusiva, o


querelante poderá escolher (critério optativo)
entre o lugar da infração e o domicílio ou
residência do réu (art. 73).

88
10/09/2020

• Critério utilizado para a fixação da Justiça


competente (justiças militar, eleitoral,
federal e, subsidiariamente, estadual)
Competência
pela natureza • Serve também para, após fixação do foro,
definir qual o Juiz competente.
da infração
• É a lei de organização judiciária, estadual
ou federal, que irá determinar a
competência do juiz, fixando critérios
variados para a sua determinação.

• Crimes dolosos contra a vida – Tribunal do


Júri.

89

• No caso de existência de vários juízes na


Competência comarca, deve-se verificar se todos
por possuem competência plena ou não para
conhecimento das infrações penais. Caso
distribuição esteja presente a competência plena em
todos os juízes, se procede a fixação do
juiz competente pela distribuição (art.
75).

90
10/09/2020

• São critérios modificadores de competência.

• Conexão: é o vínculo entre 02 ou mais


infrações penais, que, em regra, enseja a união
Conexão ou entre os feitos para facilitar a produção da
continência prova e evitar decisões contraditórias.

Arts. 76 a • Continência ocorre quando um fato criminoso


engloba outro fato de desta natureza. É o
82 do CPP vínculo que une vários infratores a uma única
infração (CONCURSO DE AGENTES), ou a
ligação de várias infrações por decorrerem de
conduta única, ou seja, resultarem do
CONCURSO FORMAL de crimes.

91

Conexão (Art. 76 do CPP)


existe um liame subjetivo ou objetivo unindo duas
ou mais infrações penais.
Simultaneidade
Intersbujetiva Concurso
Reciprocidade
Material
Teleológica
Objetiva
Espécies Sequencial

Instrumental/Probatória

92
10/09/2020

• Conexão intersubjetiva por simultaneidade: se,


ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas
reunidas. Não há prévio ajuste entre os agentes.

Conexão • Conexão intersubjetiva por concurso: se,


ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido
intersubjetiva – praticadas por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar. É hipótese de concurso
Art.76, I – de agentes dilatado no tempo. Há prévio ajuste
pessoas entre os agentes.

• Conexão intersubjetiva por reciprocidade: se,


ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido
praticadas por várias pessoas, umas contra as
outras.

93

Conexão objetiva ou material ou


consequencial ou lógica ou teleológica ou
finalista (art. 76, II CPP): se, ocorrendo
Conexão – duas ou mais infrações, houverem sido
umas praticadas para facilitar ou ocultar as
Objetiva e outras, ou para conseguir impunidade ou
Instrumental vantagem em relação a qualquer delas.

Conexão instrumental ou probatória ou


processual ou ocasional (art. 76, III, CPP):
quando a prova de uma infração ou de
qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra
infração.

94
10/09/2020

Continência: quando uma coisa está contida em


outra, não sendo possível a separação. No
processo penal configura-se continência quando
uma demanda, diante de seus elementos (partes,
causa de pedir e pedido) esteja contida em outra.
Continência Haverá continência quando:

Art. 77 do CPP Duas ou mais pessoas forem acusadas pela


mesma infração (art. 29 do CP), praticada
eventualmente em lugares diversos ou por uma
pessoa que goza de foro por prerrogativa de
função e outra não. É chamada de continência
subjetiva.

Houver concurso formal, aberratio ictus e


aberratio delicti (continência objetiva) – Uma
conduta, vários resultados. Todos os delitos são
julgados conjuntamente.

95

I – Competência do Júri e de outro órgão da


jurisdição comum prevalecerá a do Júri.
conexão/continência entre o crime eleitoral e
doloso contra a vida, os processos serão julgados
Foro separadamente.

Prevalente II – Concurso de jurisdições de mesma categoria:


Art. 78 do CPP • Prepondera o local da infração à qual for
cominada pena mais grave (reclusão > detenção
> prisão simples). Se a pena máxima for igual,
usa-se a que tem a maior pena mínima;

• Sendo iguais as penas, prevalece o local onde foi


praticado o maior número de crimes;

• Critério da prevenção.

96
10/09/2020

III – Concurso entre jurisdições diversas:


prevalece a mais graduada.
Foro • Tribunal de Justiça e Juiz singular –
Prevalente prevalece o Tribunal de Justiça.

Art. 78 do CPP • Se a conexão for entre crime de


competência da Justiça Estadual e da
Justiça Federal, prevalece esta, nos
termos da súmula n.º 122 do STJ

IV – Concurso entre Jurisdição Comum e


Jurisdição Especial (eleitoral): prevalecerá
a especial.

97

Jurisdição comum e Jurisdição Justiça militar: infrações militares.


Militar
Justiça comum: os crimes comuns
Separação de
processos Jurisdição comum e a do juízo Justiça comum: maiores

Obrigatória da Infância e da Juventude


Justiça da Infância e Juventude –
adolescentes: medidas
socioeducativas.

Superveniência de doença Se o agente ficar inimputável, o


mental processo ficará suspenso,
aguardando-se recuperar a sanidade.
Havendo corréus, o processo
continuará em relação a eles

Fuga de corréu que não pode Havendo outros réus, separa-se os


ser julgado a revelia. processos.

98
10/09/2020

• Quando as infrações tiverem sido


praticadas em circunstâncias de tempo ou
Separação de de lugar diferentes;
processos –
Facultativa – • Quando pelo excessivo número de
acusados e para não Ihes prolongar a
Art. 80 do CPP prisão provisória

• Outro motivo relevante, o juiz reputar


conveniente a separação

99

• No caso de junção dos feitos, se constatada a


Perpetuação da incompetência do juízo que exerceu a força
atrativa (por absolvição ou desclassificação), por
Competência questões de economia processual, o crime
(Perpetuatio conexo ou continente será julgado também pelo
juízo de atração, nos termos do art. 81, caput, do
Jurisdicionis – CPP, o que constitui a perpetuação da jurisdição.
art. 81 do CPP)
• As exceções a essa regra ocorrem no Tribunal do
Júri, quando na 1ª fase, sobrevir desclassificação,
impronúncia ou absolvição sumária, de maneira
que exclua a competência do júri, o juiz remeterá
o processo ao juízo competente.

100
10/09/2020

• Se apesar da conexão ou continência,


Avocatória forem instaurados dois ou mais
(Art.82 do processos, visando a economia
probatória, determina a lei a correção de
CPP) tal fato, determinando-se que a
autoridade prevalente deve avocar os
processos que corram perante outros
juízes, reunindo-os todos no processo ao
seu cargo.

• Somente não ocorrerá se já houver


sentença definitiva, quando a unificação
se dará na execução, para efeitos de soma
ou unificação das penas.

101

Prevenção (Art. 83 do CPP)


Critério residual aplicado quando dois ou mais juízes poderiam conhecer do
• caso, ou quando não se estabeleceu a competência por outros critérios
.

102
10/09/2020

• Art. 84 - A competência pela prerrogativa de


função é do STF, do STJ, dos TRFs e TJs,
relativamente às pessoas que devam
responder perante eles por crimes comuns
e de responsabilidade.
Prerrogativa
de Função • Foro por prerrogativa de função tem
(Art. 84 do previsão na Constituição Federal e, em
certos casos, nas Constituições Estaduais,
CPP) razão pela qual se entende como válido.

• Fixado em consideração a relevância do


cargo/função e não da pessoa que a ocupa

103

• Implica em uma competência originária, no


sentido de que as causas relacionadas aos
Prerrogativa agentes que possuem esta prerrogativa
devem ser processadas originariamente nos
de Função tribunais.
(Art. 84 do
CPP) • Sempre que a autoridade possuidora de
foro por prerrogativa de função praticar
infração penal, ainda que esteja fora da
jurisdição territorial do respectivo tribunal,
deverá ser julgada perante o tribunal de
origem

104
10/09/2020

Presidente e Vice Presidente, Ministros de Estado, Advogado


Geral da União, Presidente do Banco Central e Controlador Geral
da União
Executivo

Supremo Tribunal Federal


Art. 102, I, letras “a” e “b”, da CF Legislativo Deputados Federais/Senadores

Judiciário Membros do STF e dos Tribunais Superiores

Procurador Geral da República, Comandantes das Forças


Outras Autoridades Armadas, Membros do TCU e Chefes de Missão Diplomática
Permanente

Executivo Governadores

Superior Tribunal de Justiça Legislativo Não há


Art. 105, I, “a”
Judiciário Membros do TRF, do TRE, TJs e TRT

Outras Autoridades Membros dos Tribunais de Contas dos Estados, do DF e


Municípios. Membros do MPU que atuam nos Tribunais

105

Executivo Prefeitos

Tribunais de Justiça Legislativo Deputados Estaduais

Judiciário Juízes de Direito

Outras Autoridades Membros do Ministério Público Estadual

Executivo Prefeitos – crimes federais

Tribunais Regionais Federais Legislativo Deputados Estaduais – crimes federais


Art. 108, I, “a”

Judiciário Juízes Federais, do Trabalho e Militares da


União

Outras Autoridades Membros do Ministério Público da União (MPF,


MPT, MPM, MP do DF)

106
10/09/2020

• Inexiste prerrogativa de função por ato de


improbidade administrativa.
• Encerrado o exercício funcional, não prevalece mais
Foro por o foro por prerrogativa de função. Processo já
prerrogativa iniciado, vai ao juízo de 1º grau, sem prejuízo dos
atos praticados. Crimes descobertos
de função - posteriormente, mesmo que praticados quando do
exercício do cargo/função, são de competência do
Generalidades juízo comum. Crimes praticados anteriormente,
com a assunção do cargo, vão para o juízo superior.
• Renúncia ao mandato ou aposentadoria
voluntária, visando deslocar a competência e
frustrar o princípio do juiz natural, não elide o foro
por prerrogativa de função.
• Prerrogativa de função e indiciamento: O Delegado
precisa de autorização do Tribunal competente para
este ato.

107

Foro por prerrogativa de função -STF


Crimes cometidos por Deputado Federal e Senador – Atual entendimento do STF

Hipóteses Competência
Infrações penais cometidas antes da diplomação como Deputado
ou Senador
Infrações penais cometidas depois da diplomação (durante o
Juízo de 1ª Instância
exercício do cargo), mas sem relações com as funções
desempenhadas.

Infrações penais cometidas depois da diplomação (durante o


exercício do cargo), com relações com as funções
desempenhadas. STF

108
10/09/2020

São as pessoas que participam do


processo. Dividem-se em:

Sujeitos • Sujeitos principais: Juiz e as partes


Processuais (acusador e acusado)
(Arts. 251 a
281 do CPP) • Sujeitos secundários: são os peritos,
assistente do Ministério Público, servidores
da justiça, etc..

109

• Juiz Penal: é o sujeito imparcial, o órgão


técnico, monocrático ou colegiado, que
substituindo a vontade das partes, irá
dizer o direito. Para garantir a
Juiz Penal imparcialidade são cabíveis as exceções
(Arts. 251 a 256 de parcialidade e suspeição.
do CPP)
• É importante observar que o juiz só age
mediante provocação (órgão inerte),
entretanto, uma vez provocado, não pode
declinar do poder-dever de entregar a
prestação jurisdicional (princípio da
inafastabilidade da jurisdição).

110
10/09/2020

• Regra geral: o acesso à magistratura de 1º grau ocorre


através de concurso público de provas e títulos. – Art. 93,
Acesso à I, CF.

carreira • Tribunais: são compostos tanto por juízes de carreira


vindos do primeiro grau, como por membros do
Múltiplas Ministério Público e da advocacia. Arts. 93, III e 94, CF.

formas • Outros critérios de composição: STF e STJ– os ministros


são escolhidos pelo Presidente da República, após
aprovação do Senado Federal. Arts. 101 e 104, CF.

• Eleição – Juiz de Paz. Art. 98, II, da CF.

111

Funcional/in abstracto ou
abstratamente considerada

Capacidade Subjetiva

Capacidades Especial/in concreto ou


concretamente considerada

Funcional: bacharel em direito, que ingressou no


concurso público, tendo tomado posse e sido nomeado.

Concreta: no caso concreto, não ter nenhum


impedimento, incompatibilidade e suspeição.

112
10/09/2020

Art. 252 - O juiz não poderá exercer jurisdição no processo


em que:

Impedimento I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou


afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive,
Rol Taxativo – Causas como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público,
objetivas. autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
Presunção absoluta
de parcialidade. II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas
Art. 252 funções ou servido como testemunha;

III - tiver funcionado como juiz de outra instância,


pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;

IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, e consanguíneo


ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

113

• Complementando a regra estatuída pelo


art. 252 do CPP, o art. 253 ainda assinala
que "Nos juízos coletivos, não poderão
Incompatibilidade servir no mesmo processo os juízes que
– Juízos Coletivos forem entre si parentes, consanguíneos
– Art. 253. ou afins, em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive”.

• Existe previsão de hipóteses de


incompatibilidade, ainda, no art.462 do
CPP, que trata da incompatibilidade entre
jurados.

114
10/09/2020

• por amizade íntima e inimizade capital;

• se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver


respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter
criminoso haja controvérsia;
Suspeição - Art. 254 –
presunção relativa de • se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o
parcialidade. O juiz terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a
processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
deve se declarar
suspeito ou pode ser • se tiver aconselhado qualquer das partes;
recusado pelas partes
• se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das
partes;

• se for sócio, acionista ou administrador de sociedade


interessada no processo.

115

• Não há suspeição por amizade íntima ou


relacionamento, entre juiz, promotor e
advogados da comarca e nem se considera
aconselhamento da parte a natural troca de
Suspeição opiniões técnicas de teses jurídicas, ainda que
relacionada com casos concretos
e
Impedimento • O impedimento ou suspeição decorrente de
parentesco por afinidade cessará pela dissolução
do casamento, salvo sobrevindo descendentes;
mas, ainda que dissolvido o casamento sem
Observações descendentes, não funcionará como juiz o sogro,
o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de
quem for parte no processo (Art.255)

• A suspeição não poderá ser declarada nem


reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de
propósito der motivo para criá-la. (Art. 256)

116
10/09/2020

• Principal : conceder a tutela jurisdicional,


julgando a ação proposta.

Funções • Necessárias/acessórias: Nos termos do artigo


251 do CPP, “Ao juiz incumbirá prover à
regularidade do processo e manter a ordem no
curso dos respectivos atos, podendo, para tal
fim, requisitar a força pública”.

• Funções anômalas, tais como fiscalizar o


princípio da obrigatoriedade da ação penal,
requisitar a instauração de inquérito, bem como
arquivá-lo, receber a notitia criminis e levá-la ao
MP. Recebem o nome de poderes anômalos
porque fogem da natural inércia que deve
caracterizar a atuação jurisdicional. (dúvida
diante do art. 3-A, do CPP).

117

Poderes: concedidos ao juiz para o exercício de


suas funções. Juiz é o dominus processus
Poderes de polícia ou administrativos  Poderes Jurisdicionais

• Consistentes em atos mantenedores • Poderes meios: são aqueles que


da ordem do processo. visam conduzir os atos processuais até
• São poderes instrumentais utilizados a sentença. Podem ser ordinatórios
para limitar a atuação dos indivíduos, (destinados a dar sequência aos atos
com o escopo de assegurar a ordem, processuais) e instrutórios (destinados
impondo disciplina, para o correto à colheita de prova)
desenvolvimento dos trabalhos. • Poderes fins: compreende os de
decisão (julgamento) e os de execução
(cumprimento efetivo do decidido).

118
10/09/2020

• Autonomia administrativa e financeira (art.99 da CF);

• Independência funcional ou jurídica;

• Ingresso na carreira mediante concurso público de


Prerrogativas provas e títulos (Art. 93, I, da CF);

• Foro especial;

• Promoção para entrância superior por antiguidade e


merecimento (Art. 93, II, da CF);

Vitaliciedade
• Art. 95 da CF Inamovibilidade
Irredutibilidade de Vencimentos

119

• Vedados de exercerem outro cargo ou função,


salvo uma de magistério;

Vedações – • Receber a qualquer título ou pretexto, custas ou


participação em processos;

Art. 95, par. • Dedicar a atividade político partidária;


único da CF
• receber, auxílios ou contribuições de pessoas
físicas, entidades públicas ou privadas.

• Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se


afastou, antes de decorridos 03 anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.

120
10/09/2020

• Conceito: é uma instituição permanente,


essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis (art.127 da CF).

Ministério Público –
Promotor de Justiça • Na esfera penal o Ministério Público é a
instituição de caráter público que representa o
(Arts. 257 a 258 do Estado-Administração, expondo ao Estado-Juiz a
CPP) pretensão punitiva.

• CF – autor da ação penal e o controle externo da


atividade policial (art.129, I e VII) . Pode
requisitar diligências e a instauração de inquérito
policial. As funções somente podem ser
exercidas por integrantes da carreira, não se
admitindo a figura do Promotor ad hoc.

121

• Ao Ministério Público cabe: I- promover,


privativamente, a ação penal pública, na forma
estabelecida neste Código; e II – fiscalizar a
Ministério execução da lei – Art. 257.

Público – • Isenção: como a possibilidade de impetrar


Considerações habeas corpus; recorrer em favor do réu; seus
membros estão sujeitos à disciplina das
gerais suspeições e impedimentos, etc.

• Os membros do Ministério Público não se


encontram subordinados, quer ao Poder
Executivo, quer ao Judiciário, possuindo total
independência

122
10/09/2020

Atuação:
Ministério Parte principal (autor ou substituto processual, titular da ação
Público – pública e proponente da ação civil ex delicto, quando for pobre
Considerações o ofendido) e
gerais Parte secundária (assistente na Ação Penal Privada - art.45,
CPP).

• O Ministério Público poderá, também, impetrar mandado


de segurança contra ato judicial.
Independência Funcional

• Princípios importantes Unidade


(art.127, § 1º, da CF)
Indivisibilidade

123

• São exigíveis as mesmas condições exigidas para


o cargo de Magistrado.

• O ingresso na carreira se dá mediante concurso


Requisitos público de provas e títulos (§ 3º do art. 129 da
CF/88), sendo exigido do candidato o
bacharelado em direito e três anos de atividade
jurídica

• À similitude do princípio do Juiz, aplica-se ao


Ministério Público o princípio do Promotor
Natural, segundo o qual as regras definidoras da
atuação de determinado membro do MP no
processo ou procedimento devem estar
previamente descritas na lei.

124
10/09/2020

• Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da


lei (art. 129, I, CF, e art. 24, CPP).

• Na ação penal privada exerce a função de fiscal do princípio da


indivisibilidade da ação e a de custus legis.

• Na ação penal privada subsidiária da pública (art. 29, CPP):


funciona como interveniente adesivo obrigatório.
Funções
• Exercer o controle externo da atividade policial.

• Requisitar diligências investigatórias e a instauração de


Inquérito Policial.

• Pode também investigar através do PIC.

125

Ministério Público como um todo:


• Estruturação em carreira;
Prerrogativas • Relativa autonomia
orçamentária;
administrativa e

(Arts. 127 da • Limitações para nomeação e destituição do


CF) procurador-geral,
• Vedação de promotores ad hoc.

Aos seus membros, em particular:


Ingresso na carreira mediante concurso público
de provas e títulos,
Vitaliciedade;
Inamovibilidade,
Irredutibilidade de vencimentos

126
10/09/2020

• Receber percentagens e custas processuais;

• Exercer advocacia;

Vedações – • Participar de sociedade comercial, na forma da lei;

Art. 127, • Exercer qualquer outro cargo ou função, salvo de


inciso II, da magistério,

CF • Exercer atividade político partidária.

• Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se


afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.

127

Outras Vedações

• Não podem, também, representar judicialmente entidades públicas e nem lhes


prestar consultoria (art.129, IX).

• Possuem ainda o dever de obedecerem a atos processuais; desempenhar com zelo


e presteza suas funções, etc..

• O CPP dispõe que aos membros do Ministério Público as mesmas vedações, no


que toca aos impedimentos e suspeições dos juízes, visando garantir a sua
imparcialidade (art.258)

128
10/09/2020

Querelante • Querelante: é o autor nas ações penais privadas


(pouco importa a espécie), sendo o ofendido,
seus representantes ou sucessores quem
assumem o polo ativo da relação processual.
Tem-se aqui a legitimação extraordinária ou
substituição processual.

129

• Acusado: é aquele em face de quem se deduz a


pretensão punitiva; é o sujeito passivo da
relação processual penal. Nota-se que a
qualidade de réu é personalíssima, somente
pode ser acusado quem praticou ou participou
Acusado e Defensor do crime.
(Arts. 259 a 267 do
CPP) • Expressões utilizadas: Acusado, imputado ou
réu (ação penal pública) e querelado (ação
penal privada). Somente adquire esta qualidade
após oferecimento da denúncia ou queixa.

• A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de


processo criminal – Art. 3º da Lei nº 9.605/98

130
10/09/2020

• A ação penal somente pode ser oferecida em


face de pessoa individualizada e devidamente
identificada (art. 41 do CPP)

• Identificação: é a individualização do acusado


perante as demais pessoas. São dados que
Identificação individualizam a pessoa: o nome, o prenome, o
estado civil, a profissão, a filiação, o apelido, a
do acusado residência e a idade. Eventual erro quanto à
identificação nominal, desde que certa a
identidade física do acusado, não impede a
propositura nem o desenvolvimento da ação
penal, mas havendo erro o processo é nulo.

• A impossibilidade de identificação não impede a


propositura de ação penal, quando certa a sua
identidade física (art.259).

131

• Não é obrigatória, ficando a critério da defesa a


decisão. Entretanto, a presença poderá
contribuir para sua defesa, quer apresentando a
Presença do versão sobre os fatos, quer auxiliando o
advogado nas reperguntas.
acusado
(Art.260) • A presença é um ônus processual e não uma
obrigação. Em nenhuma hipótese a ausência
gera presunção de sua culpabilidade.

• O art. 260 do CPP dispõe que o juiz poderá


determinar a condução coercitiva do acusado,
quando entender que sua presença é
indispensável – Constitucional??

132
10/09/2020

Defensor é o representante do acusado em juízo,


que age em nome e no interesse dele. Defensor
realiza os atos que consubstanciam a defesa
técnica, sendo esta indisponível. Defesa é a
Defensor do atividade de oposição à pretensão punitiva.

réu Natureza jurídica: é a de representante do réu,


cuja função é assisti-lo tecnicamente, garantindo
a paridade das partes, em como representá-lo
no processo. Ele não é parte, sequer é
litisconsorte necessário do acusado.

A defesa técnica é indispensável (art.261),


enquanto a autodefesa é dispensável

133

• Constituído: nomeado pelo réu por procuração ou indicado por


ele de viva voz (constituição apud acta). Aqui temos a figura do
procurador.

Espécies • Dativo: nomeado pelo juiz ao réu e ocorre geralmente após a


de citação, em face da inércia dele indicar advogado para a defesa.
Não depende da situação econômica do réu, tendo como
Defensor pressuposto, apenas, a não constituição de procurador. Porém,
quem não for pobre será obrigado a pagar os honorários do
defensor dativo arbitrados pelo juiz.

• Ad hoc: nomeado pelo juiz para atos processuais determinados,


na hipótese do defensor dativo ou constituído, apesar de
intimado, não comparecer e nem apresentar justificativa para a
ausência (art. 261, parágrafo único).

134
10/09/2020

• O defensor deve ser advogado ou defensor público.


Ele deve sempre buscar uma decisão favorável ao seu
constituinte (art. 2º, § 2º, do Estatuto da OAB) - pode
até pedir a condenação do réu, mas sempre

Observações buscando um benefício à situação deste.

• Não poderá abandonar o processo senão por motivo


imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena
de multa de 10 a 100 salários mínimos, sem prejuízo
das demais sanções cabíveis. Em abandonando a
causa, o advogado deverá ficar à disposição da parte
durante o prazo de 10 (dez) dias. (ADI 4398)

• Com base no art. 267 do CPP e de acordo com o art.


252 do CPP, não funcionarão como defensores os
parentes do juiz.

135

• Conceito: é a posição ocupada pelo ofendido,


quando ingressa no feito, atuando, ao lado do
Ministério Público, no polo ativo.

• Na ação penal pública (não há na ação privada),


Assistente de Acusação o ofendido, seu representante, ou na falta deste,
(Arts. 268 a 273 do cônjuge/companheiro, o ascendente, o
descendente e o irmão, podem intervir como
CPP) assistente do Ministério Público, por intermédio
de advogado, para reforçar a acusação e
acautelar a reparação civil.

• É possível assistente de acusação em delito na


qual a Administração Pública seja vítima.

• Corréu não pode ser assistente de acusação.

136
10/09/2020

• Interesse: público (combate a


criminalidade e auxílio na administração
da justiça) + particular (interesse na
reparação civil).
Assistente de
Acusação • Âmbito de atuação: em todas as ações
Noções Gerais penais públicas, do oferecimento da
denúncia até o trânsito em julgado.

• Tribunal do Júri: somente será admitido


se tiver requerido sua habilitação até 5
dias antes da data da sessão na qual
pretenda atuar (art. 430 do CPP)

137

Pedido de
Admissão

Assistente de Habilitação e Oitiva do MP


Acusação -Arts. Processamento
272/273 Decisão

Recurso – Não - MS

138
10/09/2020

Propor meios de prova e reperguntar às testemunhas,


depois do Ministério Público;

Aditar a manifestação do MP em sede de Júri,


arrolando testemunhas
Assistente de Acusação
- Atividades - Art.271 Aditar articulados
do CPP -
Participar de debate oral

Arrazoar recursos interpostos por ele e pelo Ministério


Público

Contrarrazoar recursos da defesa.

139

• Auxiliares da justiça: servidores do Poder


Judiciário, ou por dever funcional ou
eventualidade de determinada situação.

Distribuidor
Auxiliares da Justiça Escrivão
(Arts 274 a 281 do Permanentes Escreventes
CPP) Oficial de Justiça
Auxiliares

Peritos
Eventuais Tradutores
Intérpretes

140
10/09/2020

• Suspeição: as suspeição dos juízes estendem-se


aos serventuários e funcionários da justiça, no
que lhes for aplicável (art.274 do CPP).

• Perito é o auxiliar especialista em determinada


Auxiliares da Justiça matéria, que deve esclarecer ao juiz matérias
fora da área jurídica. Pode ser oficial ou não
(Arts 274 a 281 do oficial. Perito é do juiz e não das partes (Art.
CPP) 276)

• Não podem ser peritos: I - os que estiverem


sujeitos à interdição de direito mencionada no
art. 47, I e II, do Código Penal; II - os que tiverem
prestado depoimento no processo ou opinado
anteriormente sobre o objeto da perícia; III - os
analfabetos e os menores de 21 anos.

141

• Sujeito processual que visa garantir a


paridade de armas, reforçando a defesa já
efetuada por um advogado.

Assistente de • Previsão legal: Art. 49, parágrafo único, do


Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil
Defesa (Lei. 8.906/94), legitima os Presidentes dos
Conselhos e das Subseções “para intervir,
inclusive como assistentes, nos inquéritos e
processos em que sejam indiciados, acusados
ou ofendidos os inscritos na OAB”.

• Outros casos citados pela doutrina: o


responsável civil, que auxilia a defesa do réu
para que possa ser beneficiado na esfera civil.
Art.72 da Lei 9.099/95, p.ex.

142
10/09/2020

• Questões prejudiciais: questões de fato e de direito


que, por necessidade lógica, devem ser analisadas
antes da principal e podem, em tese, ser objeto de
processo autônomo. Elas se apresentam no curso da
ação e devem ser resolvidas antes da questão
Questões principal discutida.

Prejudiciais • Características
• Anterioridade lógica: decide-se ou aguarda-se a
(Arts. 92 a 94 decisão da questão incidente e, posteriormente,
julga-se o mérito.
do CPP) • Necessariedade: a questão prejudicial sempre
subordina o exame da questão principal
• Autonomia: pode ser objeto de processo autônomo.

• Competência: é julgada pelo próprio juízo penal, mas


pode, excepcionalmente, ser julgada pelo juízo cível.

143

• Natureza: homogênea (pertence ao


mesmo ramo do direito da questão
principal) e heterogênea (pertence a
Classificação ramo de direito distinto).

• Efeito: Obrigatória/Necessária (suspende


o processo e o juiz criminal não pode
julgá-la. Ex. questão de estado de
pessoas) e Facultativa (suspensão
facultativa, pois o juiz criminal pode
analisá-la. Ex. questão de propriedade)

144
10/09/2020

• Abrangência: Total (condiciona a existência do


crime) e Parcial (circunstância do tipo penal).
Classificação
• Competência: Não devolutiva (o juiz criminal
decide), devolutiva absoluta (o juiz civil
obrigatoriamente deve decidir), devolutiva
relativa (pode ou não ser julgado pelo juiz
criminal, que pode remeter a questão para o
civil).

145

• Questões simples – Juiz Penal decide.

• Artigo 92 – Prejudicialidade obrigatória – o juiz deve


suspender o processo e remeter ao juiz civil. Estado
civil das pessoas + Elementar ou circunstância do
Soluções – crime + Controvérsia séria e fundada.

Sistema • Artigo 93 - Prejudicialidade facultativa – Não versar


sobre estado da pessoa + competência do juízo civil +
difícil solução + não sofrer restrições da lei civil
Eclético quanto a prova + ação civil em andamento no
momento da suspensão. Marca-se o prazo para a
Juiz Penal ou suspensão. Decorrido sem solução, o juiz penal
resolve a questão.

Juiz Civil • MP – Prejudicialidade obrigatória – pode promover


ação civil ou prosseguir na intentada.
Prejudicialidade facultativa – intervém na ação para
promover o rápido andamento.

146
10/09/2020

• Prescrição: suspende-se o prazo durante a


suspensão do processo (artigo 116 do CP).

• Atos instrutórios: embora suspenso, o juiz


Observações criminal poderá inquirir testemunhas ou
determinar produção de provas que
considere urgentes.

• Recursos: a decisão que determina a


suspensão do processo - RSE (Art. 581, XVI,
do CPP). Da decisão negatória - não cabe
recurso.

• Efeito: A decisão do juízo cível vincula o juízo


criminal.

147

• Conceito: formas de defesas indiretas feitas pelo


réu visando extinguir o processo, sem solução do
mérito, ou dilatar o seu exercício.

Exceções – Artigo Peremptória visa por termo a ação


95 do CPP (coisa julgada e litispendência)

• Espécies
Dilatória visa postergar/retardar o
curso do processo (suspeição,
incompetência e ilegitimidade de
parte)

148
10/09/2020

• Objetivo: rejeitar o juiz, Promotor e serventuários,


diante da ausência de imparcialidade ou outros
motivos relevantes que retirem sua isenção em
razão de interesses ou sentimentos pessoais.
Causas de suspeição - Art. 254 do CPP. Abrange
também as causas de impedimento

Arguição de • Momento: em qualquer fase do processo.


Suspeição –
Exceção Dilatória • Necessidade: quando o juiz ou os demais não se
derem por suspeitos/impedidos de ofício.
Arts.96 a 107 do
CPP. • Legitimidade: qualquer das partes. Autor: quando
da propositura da ação. Réu: quando da resposta.
Se feita por advogado, procuração com poderes
especiais, ou, então, o réu deve assinar a petição.
Se a suspeição for superveniente, quando a parte
tiver conhecimento e na primeira oportunidade
em que se manifestar.

149

• Arguida a suspeição por petição, se o juiz


reconhecê-la, remete os autos para seu
substituto. Não cabe recurso.

• Se não reconhecer, determina a autuação da


exceção em apartado e em 03 dias pode
Suspeição – responder, juntando documentos e arrolando
testemunhas. Após, remete os autos ao Tribunal
Juiz - de Justiça em 24 horas.

Procedimento • No Tribunal, a exceção será distribuída a um dos


componentes da Câmara Especial, o qual atuará
como relator. Este poderá: a) rejeitar
liminarmente a exceção ou b) determinando o
processamento.

150
10/09/2020

• Processada, o Tribunal citará o excepto


e o excipiente, ouvirá as testemunhas
arroladas e julgará independente de
novas alegações.
• Se procedente - autos ao substituto
Suspeição – legal + a anulação dos atos praticados
e, se entender que houve erro
Juiz - inescusável, condena o juiz nas custas
Procedimento da exceção.
• Se improcedente, o processo continua
normalmente, e havendo má-fé,
condena o excepto.

151

• Precede qualquer outra, salvo quando for superveniente (art. 96 do


CPP). Não há recurso da decisão que reconhece a suspeição.

Suspeição – • MP - julgamento pelo juiz, depois de ouvi-lo, sem recurso, admitindo


produção de provas no prazo de 03 dias (Art. 104 do CPP).
Procedimento Constitucionalidade?? Aplicação análogica do art.28 do CPP??

• Serventuários: alegados perante o juiz da causa, a quem cabe a decisão


de plano e sem recurso.(art.105 do CPP)

• Jurados: é arguida oralmente em plenário, após o sorteio, devendo ser


comprovada de plano (art.106 do CPP).

• Autoridade Policial: não há possibilidade de suspeição da Autoridade


Policial (Art. 107 do CPP), mas ele poderá se afastar espontaneamente ou
ser o IP redistribuído mediante despacho fundamentado, por motivo de
interesse público (art 2º, § 4º, da Lei nº 12.830/13). Távora – Recurso
Administrativo

152
10/09/2020

• Oposta verbalmente ou por escrito, pelo autor


ou pelo réu no prazo da defesa (incompetência
relativa). Não alegada, prorrogação da
competência.

Incompetência • Incompetência absoluta pode ser reconhecida


do Juízo – de ofício e ser ofertada a qualquer tempo.
• Se feito pela defesa, será ouvido o Ministério
Exceção Dilatória Público.
Arts.108 e 109
• Aceita, o feito remetido ao juízo competente,
ratificando-se os atos e prosseguindo o feito.
Cabe RSE – Art. 581 II, do CPP.

• Recusada, não cabe recurso, o juiz continua no


feito, tomando por termo a declinatória, se
formulada verbalmente. Passível, porém, de HC.

153

Ilegitimidade de Partes – .
MP – Ação Penal Pública.
• Legitimidade ad causam
Ofendido, representantes e CADI – Ação Penal Privada.

MP - atribuições definidas na lei


• Legitimidade ad processum
Querelante deve ser capaz ou, então, estar assistido.

• Exceção de ilegitimidade: doutrina majoritária, serve para resolver os dois casos – ad causam e ad processuam.

• O juiz pode reconhecer de ofício. Caso não o faça, propõe-se a exceção, tanto pelo réu, como pelo MP na qualidade de fiscal
da lei, quando a ação for de iniciativa privada.

154
10/09/2020

• Alegação por escrito ou verbal. Autuada em


apartado.
• Não há suspensão do processo (art. 111 do
CPP).
• MP é ouvido, se não for o excipiente.
• Decisão judicial – Procedente (o
reconhecimento da ilegitimidade ad causam
Ilegitimidade acarreta a nulidade absoluta do processo; o
reconhecimento da ilegitimidade ad
de Partes - processum acarreta a nulidade relativa do
processo, admitindo a convalidação, nos
Procedimento termos do artigo 568 do Código de Processo
Penal) ou Improcedente.
• Recursos: Procedente – RSE (art. 581, III, do
CPP). Improcedente – não cabe recurso.
Possibilidade de HC ou preliminar de futura
apelação.

155

• Fundamento: proibição de uma mesma pessoa


ser processada mais de uma vez pelos mesmos
fatos ( non bis in idem). Evita-se o trâmite de
duas ações penais envolvendo o mesmo réu e o
mesmo fato.

Exceção de • Elementos: mesmas partes, causa de pedir (fatos


narrados na denúncia) e pedido (condenação).
litispendência –
Art. 95, IIII, do • Havendo duas ações iguais, uma delas será
excluída, sendo a mais recente proposta.
CPP – Dilatória
• Recursos: procedência – RSE (art. 581, III, do
CPP). Improcedência – não há recurso, mas
possível HC. Se foi afirmada pelo juiz ex officio –
apelação (art. 593, II, do CPP)

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10/09/2020

• Fundamento: a proibição de uma mesma


pessoa ser processada mais de uma vez
pelos mesmos fatos ( non bis in idem ).
Exceção de coisa Havendo identidade de demanda,
julgada – Art. 95, conforme critérios análogos ao da
litispendência, não pode haver novo
V, do CPP julgamento.
Dilatória
• Aplicação: quando ocorrer identidade de
demanda entre uma ação proposta e outra
decidida por sentença com trânsito em
julgado.

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