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TEMA:

IMPOSTOS FEDERAIS
IMPOSTO SOBRE GRANDES
FORTUNAS
Prof.ª. DSc. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha
IMPOSTO sobre Grandes Fortunas - IGF
• A CF de 1988 atribui à União competência para instituir impostos sobre grandes
fortunas, no termos de lei complementar (art. 153, VII).
• Não obstante, até agora esse imposto não foi instituído, nem editada lei
complementar para definir o que se deve entender como “grandes fortunas”.
• É caso raro de competência tributária não exercitada, e a razão para essa
inércia do legislador é exclusivamente política.
• Há quem aponte dificuldades técnicas para a tributação das grandes fortunas.
Seriam problemáticas a identificação e a avaliação dos bens. O argumento é
inconsistente. Os bens que integram as grandes fortunas são os mesmos cuja
transmissão de propriedade é tributada. Se a título oneroso, pelo Município. Se
a título gratuito, ou em virtude de sucessão por causa da morte, pelo Estado. E
ninguém sustentou a inviabilidade do imposto de transmissão causa mortis e
doação, de que trata o art. 155, I, nem do imposto de transmissão inter vivos,
de que trata o art. 156, II da CF.
IMPOSTO sobre Grandes Fortunas - IGF
• Como já afirmado, o verdadeiro motivo da não instituição do IGF é
de ordem política. Os titulares de grandes fortunas, se não estão
investidos no poder, possuem inegáveis influências sobre os que o
exercem.
• Entre os vários projetos já apresentados ao Congresso Nacional,
tivemos um, de autoria do então Senador Fernando Henrique
Cardoso, que ensejou o oferecimento de um substitutivo por parte
do Deputado Federal Roberto Campos. Tal substitutivo, porém,
constitui verdadeira imoralidade. Para demonstrá-la basta fazer
referência a um dos seus artigos, segundo o qual os bens adquiridos
por doação integram a base de cálculo do imposto pelo valor que
lhes seja atribuído pelo doador. A prevalecer tal dispositivo, as
maiores fortunas do País facilmente serão excluídas da tributação,
através de doações gravadas com cláusula de usufruto vitalício.
IMPOSTO sobre Grandes Fortunas - IGF
• Não acredito na instituição de um imposto sobre
grandes fortunas, por uma razão muito simples:
quem manda no mundo, seja pelo poder, seja pela
influência sobre os que o exercem, é sempre titular
de grande fortuna, e certamente não vai admitir
essa tributação.
• Se um dia ocorrer a instituição de um imposto com
esse nome, não será devido pelos ricos, mas pela
classe média, incrementando a enorme carga
tributária por todos desta classe já suportada.
IMPOSTO sobre Grandes Fortunas - IGF
• O Projeto de Lei 924/20 institui o Imposto sobre Grandes Fortunas,
a ser destinado exclusivamente ao combate da pandemia do Covid-
19, enquanto perdurar a situação de calamidade pública.
• Segundo o texto, em análise na Câmara dos Deputados, o fato
gerador do imposto será a titularidade de bens e direitos, no Brasil
ou no exterior, no dia 31 de dezembro de cada ano, em valor global
superior a R$ 5 milhões.
• O valor será atualizado anualmente pelo Poder Executivo, que
também regulamentará os critérios de avaliação do valor dos bens
móveis e imóveis.
• Fonte: Agência Câmara de Notícias
IMPOSTO sobre Grandes Fortunas - IGF
• As alíquotas previstas são de:
– 0,5%,para fortunas entre R$ 5 milhões até R$ 10 milhões;
– 1%, para fortunas entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões;
– 2% para fortunas entre 20 milhões e 30 milhões;
– 3%, para fortunas entre R$ 30 milhões e 40 milhões;
– 5% para fortunas acima de 40 milhões.
• A arrecadação será partilhada em 30% para a União; 35%
para os Estados e Distrito Federal; e 35% para os
Municípios.
IMPOSTO sobre Grandes Fortunas - IGF
• “Esta lei visa contribuir para identificar a origem de novos
recursos para reforçar o caixa do governo, tendo em vista
aos efeitos devastadores desse vírus, tanto na economia
quanto na saúde pública”, afirma o Deputado Assis Carvalho
(PT-PI), autor da proposta.
• Ele lembra que o Imposto sobre Grandes Fortunas está
previsto na Constituição Federal há 31 anos, porém nunca
regulamentado pelo Congresso Nacional.
• Conforme a proposta, serão contribuintes do imposto as
pessoas físicas domiciliadas no Brasil, as pessoas físicas ou
jurídicas domiciliadas no exterior, em relação ao patrimônio
que tenha no Brasil, e os espólios.

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