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DIREITO APLICADO

A NEGÓCIOS
Me. Marcia Teodoro

INICIAR

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introdução
Introdução
Nesta unidade final de nossos estudos nos debruçaremos sobre o estudo da
inserção do conhecimento acerca do direito tributário brasileiro no bojo de
nossas discussões acerca do direito empresarial.

Estudaremos então o Sistema Tributário Nacional, um conjunto de


disposições constitucionais que regulam a atividade tributária de  nosso
Estado. O ano de sua estipulação é 1966, na figura da lei 5.172, que serve de
sistematização ao Código Tributário Brasileiro. A Constituição de 1988 fará
algumas alterações nesta vigência, versando a respeito da matéria tributária.

Veremos, além disso, os principais instrumentos de tributação, como


impostos, taxas e contribuições. Observaremos as diferentes situações de
sua ocorrência, bem como seus respectivos fatos geradores. Vamos lá?

Bons estudos!

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Sistema Tributário
Nacional e o Poder de
tributar

Trata-se de sistema que corresponde às regras de recolhimento de tributos,


que tem como objetivo o financiamento das atividades do Estado junto à
sociedade, através de investimentos nas mais diversas áreas sociais e no
pagamento de servidores públicos.

O Poder de tributar corresponde à aptidão atribuída pela Constituição da


República Federativa do Brasil (CRFB) a instituir, por lei, tributos. Assim, a
competência tributária corresponde ao “poder” que cada pessoa política
detém para criar tributos, ou seja, para editar normas tributárias.

A Constituição de 1988 instituiu a forma de Estado Federal no Brasil e o


subdividiu em entes federados autônomos entre si, que correspondem às
pessoas jurídicas de direito público interno, estudadas no primeiro capítulo,
ou seja, União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios.

Desta forma, é importante perceber que a competência tributária relaciona-


se ao poder de instituir tributos e é outorgado pela Constituição aos entes
federados, que poderão (ou não) se valer do uso dessa competência por

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meio da edição de leis, que atribuirão as especificidades sobre o tributo


fixado.

Assim, a partir da competência outorgada aos entes federados para tributar,


cabe a cada um deles legislar mediante lei complementar sobre a definição
dos tributos, suas espécies, fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes, obrigações, lançamento, crédito, prescrição, decadência e
demais peculiaridades, conforme dispõe o art. 146 da Constituição Federal.

Assim, a Constituição dispõe que são tributos de competência da União (art.


153, CRFB, 1988):

• Imposto de importação de produtos estrangeiros;

• Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais


ou nacionalizados;

• Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza;

• Imposto sobre produtos industrializados;

• Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou


relativas a títulos ou valores mobiliários;

• Imposto sobre propriedade territorial rural;

• Imposto sobre grandes fortunas, nos termos de lei


complementar.

E ainda os Empréstimos Compulsórios (art. 148, CRFB, 1988) e as


contribuições sociais (art. 149, CRFB, 1988).

Ademais, compete ainda à União a chamada competência extraordinária,


que corresponde ao poder de instituir, na iminência ou no caso de guerra
externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua
competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas
as causas de sua criação (art. 154, II, CRFB).

Cabe ainda à União competência residual, que consiste na possibilidade de


instituição de tributos diversos daqueles dispostos na Constituição mediante
lei complementar, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato

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gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição (art.


154, I, CRFB, 1988).

Observe-se que a União deixou de legislar norma complementar a respeito o


Imposto sobre grandes  fortunas, o que confirma o  entendimento de que a
criação dos tributos pelos entes federados refere-se à mera faculdade, de
forma que cabe a cada ente fazê-lo de acordo com sua própria conveniência
e interesse. Assim, nada impede que a União, a qualquer momento, caso
seja de seu interesse, institua por lei complementar o Imposto sobre grandes
fortunas.

Compete aos Estados instituir impostos sobre (art. 155, CRFB, 1988):

• Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação, de


 quaisquer bens ou direitos;

• Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e


sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior;

• Imposto sobre a propriedade de veículos automotores.

Compete aos Municípios instituir impostos sobre (art. 156, CRFB, 1988):

•Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana;

•Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato


oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como
cessão de direitos a sua aquisição;

•Imposto sobre serviços de qualquer natureza, não


compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.

Ao Distrito Federal, por corresponder a um ente federado híbrido, cabe a


competência dupla dos Municípios e Estados.

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Características da
Competência Tributária

Ana Flávia Messa (2016) aponta as principais características relativas à


competência, vejamos.

1. Irrenunciabilidade:
Não é possível a renúncia à competência
tributária instituída pela Constituição;
2. Inalterabilidade:
Corolário da hierarquia das normas, a
competência tributária instituída pela Constituição não pode ser
alterada por normas infraconstitucionais;
3. Incaducabilidade:
Não caduca o exercício da criação de tributos,
uma vez que posta por regras constitucionais.
4. Indelegabilidade:
A competência instituída pela Constituição deve
ser cumprida. Não há a possibilidade de delegação de um ente
federado para outro.
5. Facultatividade:
A criação do tributo corresponde a faculdade
exercida pelo ente federado, conforme seus interesses políticos e
econômicos.

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6. Privatividade:
A Constituição especifica a competência de cada
ente federado, que não podem invadir as competências uns dos
outros.
7. Limitada:
A criação dos tributos deve respeitar a reserva legal, as
demais regras e princípios constitucionais e sua definição depende
de lei que determine e descreva seus elementos fundamentais.

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Limitações
Constitucionais ao Poder
de Tributar

O poder de tributar não é ilimitado e como tal encontra limites em regras e


princípios de Direito. As regras correspondem a normas expressas e
objetivas, que cabem em situações específicas. Os princípios são a base do
ordenamento jurídico ou, nas palavras de Celso Antônio Bandeira de Mello o
“mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição
fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhe o
espírito  e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência
exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo”
(2001, p. 772). Alguns dos principais princípios serão analisados neste
capítulo.

Princípio da legalidade
Pressupõe que não há tributo sem lei anterior que o preveja. O termo “lei”
deve ser entendido em sentido mais amplo, como norma derivada do
processo legislativo, que deve descrever as situações de incidência dos

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tributos, forma de cobrança, montantes e características gerais que


possibilitem sua cobrança.

Princípio da capacidade contributiva


Trata-se de critério democrático que tem como objetivo impedir imposições
excessivas, de caráter confiscatório aos cidadãos. Isso significa que sempre
que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo
a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte (art.
145, §1º, CRFB, 1988).

Por outro lado, quando não for possível a atribuição de caráter pessoal aos
impostos, será aplicado caráter real, ou seja, não levarão em consideração a
pessoalidade do sujeito, mas sim determinado bem ou coisa (SILVA, 2014, p.
63).

Assim, o princípio da capacidade contributiva busca preservar a harmonia


das cobranças, de acordo com a capacidade de contribuição de cada
contribuinte.

Princípio da igualdade/isonomia
Dentre as limitações ao poder de tributar encontra-se o Princípio da
igualdade/isonomia, que significa que sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes
que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
razão de ocupação profissional ou  função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos (art. 150, CRFB, 1988).

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Assim, pressupõe-se a criação de tributos que respeitem não apenas a


igualdade formal, mas também material entre os contribuintes.

Princípio do não-confisco
A carga tributária deve se manter no limite do razoável, de forma que
preserve o patrimônio do contribuinte, sem implicar no fim de suas
atividades por causa dos tributos.

Princípio da irretroatividade
Não há tributo sem lei anterior que o crie, por isso, a regra do Direito
Tributário é da irretroatividade da norma. Suas exceções encontram-se no
art. 106 do CTN, que dispõe sobre a possibilidade de retroação nas seguintes
hipóteses:

Quando a norma for interpretativa, excluída a aplicação de


penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
Tratando-se de ato não definitivamente julgado:

a) quando deixe de defini-lo como infração;

b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência


de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não
tenha implicado em falta de pagamento de tributo;

c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na


lei vigente ao tempo da sua prática.

Trata-se de princípio que busca oferecer segurança jurídica à “população no


que se refere aos seus direitos e deveres, de forma que todos saibam
antecipadamente o que devem fazer e quais são os limites de atuação das
outras pessoas e do Estado” (HACK, 2015, p.77).

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Princípio da anterioridade ou não-


surpresa do contribuinte
Trata-se de princípio que visa garantir segurança jurídica aos contribuintes
em relação ao tempo, de forma que relaciona a data da publicação da lei e a
cobrança do tributo que foi instituído ou majorado.

Por tal dispositivo, em certas situações “o tributo deve ser cobrado apenas a
partir do exercício financeiro seguinte em que foi publicada a lei”. Trata-se da
anterioridade do exercício financeiro. Além da observância da regra
mencionada há ainda o dever de respeitar o lapso temporal de 90 dias após
a publicação da lei que criou ou aumentou o tributo. Trata-se da
denominada anterioridade nonagesimal ou noventena (HACK, 2015, p.78 e
79).

Consigne-se que o exercício financeiro no Brasil coincide com o período de


um ano, que vai de 1º de janeiro e 31 de dezembro.

Importante observar que nem todos os impostos são obrigados a respeitar o


princípio da anterioridade, sendo que aqueles tributos cuja natureza é de
extrafiscalidade não estão subordinados a ele. Vejamos:

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Exceções ao princípio da anterioridade – Exercício seguinte e


nonagesimal:

II,    IE,    IOF,     Imposto     Extraordinário      de     Guerra,    


Empréstimo      Compulsório guerra/calamidade.

Exceções ao princípio da anterioridade – Exceção apenas ao exercício


financeiro:

IPI, Contr. Seguridade Social, restabelecimento de alíquota ICMS-


monofásico, restabelecimento alíquota CIDE-combustíveis.

Exceções ao princípio da anterioridade – Exceção apenas à


nonagesimal

IR, base de cálculo IPVA, base de cálculo IPTU.

Os demais tributos ficam vinculados a ambas as regras da anterioridade.

Princípio da liberdade de tráfego


É vedado o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens,
por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público
(art. 150, V, CRFB, 1988).

Princípio da generalidade
O tributo é fixado em abstrato, o que significa que deve ser fixado de forma
geral e abranger toda e qualquer pessoa que possuir capacidade
contributiva (art. 153, § 2º, I, CRFB, 1988).

Princípio da uniformidade

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Os tributos devem ser uniformes em todo território nacional. Por  este


princípio é vedado à União instituir tributo não uniforme no território
nacional, o que garante a não discriminação de Estado em relação a outros e
geraria verdadeira guerra fiscal e afronta ao princípio do equilíbrio federal
(RUSSO. P. 129).

Nesse sentido se manifesta o art. 151, I da CRFB (1988), vejamos: Art. 151. É
vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou


que implique distinção ou preferência em relação  a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de
incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País;

Perceba-se que o artigo ressalva a possibilidade de a União exercer política


de incentivos fiscais para promover o equilíbrio entre as regiões do País, o
que não contraria o princípio da uniformidade, mas solidifica o princípio da
igualdade entre os entes federados.

3.10. Princípio da progressividade

De acordo com este princípio a alíquota cresce à medida que se eleva a


quantidade ou valor da coisa tributada, em contraste com a relação
constante dos impostos simplesmente proporcionais. Os tributos podem ser
fiscais ou extrafiscais.

Fiscal: A alíquota varia em função do aumento da base de cálculo. Vejamos o


tema na Constituição da República Federativa do Brasil:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o


art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:

I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e

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II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do


imóvel (CRFB, 1988).

Ou seja, quem tem mais, paga mais.

Extrafiscal: Alíquota em função do princípio da função social. Nesses casos o


objetivo do Estado não é apenas a arrecadação, mas também a regulação da
economia ou do aproveitamento de imóveis rurais. Nesse sentido, a título de
exemplo, a Constituição da República apresenta:

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo


Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei,
tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei


específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos
da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana


progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida


pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal,
com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais. (CRFB) [grifo nosso].

Ou seja, opera de acordo com a necessidade do Estado.

Princípio da não-cumulatividade
Nos tributos indiretos, com incidência em etapas sucessivas, compensa- se o
que for devido em cada operação com o montante cobrado anteriormente.

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Assim, o valor recolhido nas operações anteriores serve de crédito nas


operações seguintes.

Trata-se de princípio de aplicação obrigatória no IPI, ICMS, nos Impostos


Residuais e nas Contribuições Sociais de Seguridade Residuais.

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Principais Espécies
Tributárias

Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal há cinco espécies de


tributos, quais sejam impostos, taxas, contribuições de
melhoria,empréstimos compulsórios e contribuições especiais. Estudaremos
as quatro espécies mais relevantes ao empreendedor.

Impostos
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte (art. 16, CTN). Isso significa dizer que seu fato gerador é não
vinculado, ou seja, tem como fato gerador uma situação ou um fato relativo
ao particular, como por exemplo ser proprietário de um veículo automotor
(IPVA) ou proprietário de um imóvel (IPTU).

São tributos de competência privativa de cada ente federado e sua


destinação não é afetada por órgão, despesa ou fundos, o que significa dizer
que a receita auferida pela Fazenda Pública não é atrelada a uma

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determinada despesa autorizada, deixado livre sua utilização de acordo com


a conveniência e necessidades do ente federativo.

Taxas
Trata-se de tributo de competência comum entre União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, que instituem as taxas pela prestação de serviço
público ou exercício do poder de polícia (art. 145, CRFB).

O fato gerador das taxas abarca o exercício do poder de polícia ou a


utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (art. 145, II, CRFB,
1988).

Como regra geral sua destinação não é afetada, devendo os créditos


advindos das obrigações tributárias comporem o orçamento público para
utilização, de acordo com a necessidade e interesse do ente federativo
correspondente. Por outro lado, a norma poderá vinculá-la, desde que o faça
com relação ao mesmo serviço ou exercício do poder de polícia que
ocasionou o pagamento. A título de exemplo, a Constituição em seu art. 98
destina as taxas correspondentes a custas e emolumentos  a  custeio
exclusivo de serviços afetos às atividades específicas da Justiça.

Os serviços prestados são aqueles específicos e divisíveis, ainda que apenas


colocados à disposição, como por exemplo a taxa de incêndio, de coleta de
lixo ou de esgoto sanitário.

Para uma melhor compreensão das hipóteses da aplicação das taxas,


importante se faz a compreensão sobre Poder de Polícia.

Nesse sentido,

[...] considera-se poder de polícia atividade da administração


pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou
liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão

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de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem,


aos costumes, à disciplina da produção e  do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos (art.
78, CTN).

Ou seja, há cobrança de taxa nos casos do exercício de poder  de polícia


como, por exemplo, na expedição de alvarás, taxas de fiscalização de
controle e fiscalização ambiental, fiscalização sanitária, dentre outros.

Por fim, as principais características das taxas, segundo a professora Fabiana


Alves Pinto (2012, p. 12) são:

a) Possuem como fato imponível fatos de conteúdo econômico


(verbo mais complemento); b) vinculados a uma contraprestação
estatal; c) desvinculados de qualquer prestação financeira
mediata ou futura por parte do poder público; d) destinação
específica ao pagamento das despesas e estrutura necessária
para a prestação de serviço público; e) objetiva remunerar o
Poder Público pela prestação de serviços específica e divisível,
prestado ou posto à disposição do contribuinte; f) evitar gastos do
orçamento com a prestação de serviços públicos de interesse
particular; g) caráter fiscal; h) competência constitucional (PINTO,
2012 p. 12).

Assim, a taxa é uma “espécie tributária vinculada a uma contraprestação


estatal” (PINTO, 2012, p. 12)

Contribuições de Melhoria
A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo  de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e, como limite individual, o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado (art. 81, CTN).

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Trata-se de tributo de competência comum, que pode ser instituído  pela


União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de acordo com o ente que
realizar obra que valorize bem imóvel do contribuinte.

Tem como fato gerador vinculado à realização de obra pública que valorize o
imóvel do contribuinte, razão pela qual é caracterizado como tributo
vinculado.

Cobrado apenas após o término da obra, sua destinação não é afetada,


tendo em vista que seu objetivo precípuo é “recompor” os cofres públicos
que dispenderam valores para realização da obra.

Ademais, cumpre salientar que a contribuição relativa a cada imóvel deve ser
determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere  à alínea
“c”, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos
respectivos fatores individuais de valorização (art. 82, §1º, CTN).

Por fim, por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deve ser
notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu
pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo (art. 82, §2º,
CTN).

Empréstimo Compulsório
Trata-se de tributos instituídos privativamente pela União, mediante lei
complementar para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; e no caso de
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional
(art. 148, CTN).

Seu fato gerador é definido em lei complementar e, tendo em vista se tratar


de hipótese extraordinária, pode contar com mesma base de cálculo de
imposto já existente.

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Naturalmente sua destinação é afetada, uma vez que sua arrecadação


necessariamente deve ter seu uso vinculado à situação que justifica a
instituição da cobrança, seja a causa guerra, hipótese de calamidade ou
investimento.

Por se tratar de hipótese de empréstimo, a lei deve fixar, obrigatoriamente, o


prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, que deve ser realizado
apenas em dinheiro (art. 15, CTN).

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Tributos em Espécie

Analisaremos agora alguns dos principais tributos em espécie, com foco nos
impostos mais relacionados às atividades empresariais.

Aquisição e alienação da propriedade


Veremos a seguir uma listagem e detalhamento de tributos que recaem
sobre a aquisição ou alienação de imóveis no Sistema Tributário Brasileiro.

Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR

Trata-se de imposto de caráter extrafiscal, que tem como objetivo “incentivar


a utilização adequada da propriedade rural e do solo” (PINTO, 2012,p.95). De
competência da União, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil
ou a posse de imóvel localizado fora da zona urbana do Município (art. 29,
CTN).

Sua base de cálculo é o valor fundiário do imóvel e seu contribuinte é o


proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil ou seu possuidor a

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qualquer título (art. 31, CTN). Suas alíquotas são progressivas tendo em vista
seu caráter extrafiscal (art. 153, §4º, CF/88).

Apesar da competência da União, pode o Município se responsabilizar pela


fiscalização e arrecadação do valor correspondente sobre o tributo, caso em
que o município tem, em troca, a totalidade dos valores arrecadados, ao
contrário do que ocorre quando União arrecada, caso em que compete ao
Município apenas 50% desse valor (PINTO, 2012, p. 95).

Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU

Sendo de natureza fiscal, é imposto de competência dos Municípios e tem


como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem  imóvel
por natureza ou por acessão física, localizado na zona urbana do Município
(art. 32, CTN).

O contribuinte é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o


seu possuidor a qualquer título (art. 34, CTN).

Sua base de cálculo é o valor venal do imóvel, sendo que para sua
determinação não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em
caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização,
exploração, aformoseamento ou comodidade (art. 33, CTN). As alíquotas do
IPTU são estabelecidas em lei municipal.

Renda
Neste tópico veremos o detalhamento relativo ao imposto que recai sobre os
diferentes tipos de renda e provento.

Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza - IR

Trata-se de imposto de natureza fiscal, de competência da União, sobre a


renda e proventos de qualquer natureza, que tem como fato gerador a
aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim

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entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; e


demais proventos de qualquer natureza (art. 43, CTN).

Sua base de cálculo é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou


dos proventos tributáveis e seu contribuinte é o titular da disponibilidade da
respectiva renda, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a
qualquer título, dos bens produtores de renda ou   dos proventos
tributáveis. Suas alíquotas devem ser previstas em lei, progressivas em
relação às pessoas físicas e fixadas com base no lucro real, presumido ou
arbitrado, em relação às pessoas jurídicas, com a possibilidade de incidência
de alíquota adicional caso ultrapassado montante previsto em  lei.

Vale a pontar que a incidência do imposto independe da denominação da


receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade
da fonte, da origem e da forma de percepção, sendo que na hipótese de
receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as
condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de
incidência do imposto referido neste artigo (art. 43, §§1º e 2º, CTN).

Consumo
Neste tópico veremos uma listagem e detalhamentos de impostos que
recaem sobre as relações de consumo no Sistema Tributário Brasileiro.

Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

Imposto de competência da União, tem como fato gerador o seu


desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira, que contará
 com base de cálculo sobre o preço normal do produto, acrescido do
montante do imposto sobre a importação; das taxas exigidas para entrada
do produto  no País; ou dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo
importador ou  dele exigíveis (art. 46 e 47, CTN).

Outro fato gerador é sua saída dos estabelecimentos de importador,


industrial, comerciante ou arrematante. Nesse caso, sua base de cálculo é o

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valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; e, na falta, o preço


corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do
remetente (art. 46 e 47, CTN).

Por fim, ainda pode apresentar como base de cálculo sua arrematação,
quando determinado bem for apreendido ou abandonado e levado a leilão,
caso em que sua base de cálculo será o preço da arrematação (art. 46 e 47,
CTN).

Suas alíquotas são fixadas de maneira seletiva, em função da essencialidade


do produto, nos termos do art. 153, §3º, CTN.

Saliente-se que apenas é “considerado industrializado produto que, de


alguma forma, sofre transformação, montagem ou beneficiamento, ou seja,
que de alguma forma tenha sido alterado ou acrescentado alguma coisa ao
 seu conteúdo” (PINTO, 2012, p. 90).

O contribuinte do imposto é o importador ou quem a lei a ele  equiparar; o


industrial ou quem a lei a ele equiparar; o comerciante de produtos sujeitos
ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; ou
o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. E,
para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer
estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.

Aplica-se ao imposto o Princípio da não-cumulatividade, de forma que o


montante devido deve resultar da diferença a maior, em determinado
período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento
e o pago relativamente aos produtos que nele entrarem, sendo que o saldo
verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se
para o  período ou períodos seguintes. (art. 49, CTN). Isso significa que o
imposto, “por ter caráter não cumulativo, deverá repassar seu valor, como
uma espécie de compensação ao sujeito seguinte da cadeia e assim por
diante, até que o referido produto não passe mais por processo de
industrialização” (PINTO, 2012, p. 90).

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Ademais, trata-se de imposto seletivo em função da essencialidade dos


produtos, o que significa dizer que produtos mais importantes, como
aqueles usados para subsistência como arroz e feijão, são menos tributados
do que aqueles produtos cuja importância é menor ao dia-a-dia, como carros
e cigarros.

Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre


prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação - ICMS

Trata-se de imposto de competência estadual,  ainda que as operações  e as


prestações se iniciem no exterior, que incide sobre

I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o


fornecimento de alimentação e bebidas em bares,  restaurantes e
estabelecimentos similares;

II - prestações de serviços de transporte interestadual e


intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias
ou valores;

III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por


qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a
transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de
comunicação de qualquer natureza;

IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não


compreendidos na competência tributária dos Municípios;

V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços


sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos
Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o
sujeitar à incidência do imposto estadual  (art. 2º, lei
complementar 87 de 1996).

§ 1º O imposto incide também:

I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do


exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja
contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade;

II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se

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tenha iniciado no exterior;

III - sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de


petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos
dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à
comercialização ou à industrialização,  decorrentes de operações
interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver
localizado o adquirente.

Saliente-se que a caracterização do fato gerador independe da natureza


jurídica da operação que o constitua (art. 2º, lei complementar 87 de 1996).

Sua base de cálculo corresponde ao valor de saída da mercadoria e sua


alíquota é fixada pela legislação estadual, geralmente definida em 17% ou
18% (art. 155, §2º, CRFB).

Trata-se de imposto pautado pelo princípio da não-cumulatividade  razão


pela qual pode o contribuinte creditar do valor do ICMS pago na operação
anterior, seja qual for sua modalidade (PINTO, 2012, p. 100).

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN

O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos


Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de
serviços definidos em Lei Complementar n. 116/2003, ainda que esses não se
constituam como atividade preponderante do prestador. Trata-se de
definição taxativa, que exclui qualquer serviço fora do rol determinado.

Seu caráter é “arrecadatório ou fiscal devendo ser pago pelo prestador de


serviços ao município do local de sua sede ou por eventual responsável
descrito pela lei”.

Sua base de cálculo é o preço do serviço prestado, com incidência cumulativa


(art. 7º, Lei Complementar, 116/2003) e suas alíquotas são dispostas pelos
municípios.

Todas as especificidades sobre este tributo constam na Lei Complementar


116 de 2003.

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Comércio exterior
Neste tópico, nossa listagem e detalhamento terão como objeto  verificar os
diferentes impostos pressupostos na legislação brasileira e que
regulamentam atividades ligadas ao comércio exterior.

Impostos sobre a Importação - II

Trata-se de imposto de competência da União, sobre a importação de


produtos estrangeiros, que tem como fato gerador a entrada destes no
território nacional (art. 19, CTN).

Sua base de cálculo é:

I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida


adotada pela lei tributária;

II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o


produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em
uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no
porto ou lugar de entrada do produto no País;

III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado,


levado a leilão, o preço da arrematação (art. 20, CTN).

O contribuinte do imposto é o importador ou quem a lei a ele  equiparar; e,


ainda, o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados (art. 22,
CTN).

Pode-se considerar como momento em que o bem  ingressa  no território


nacional como aquele em que “o contribuinte declara a respectiva
importação e esta é submetida à análise da autoridade aduaneira”. Ademais,
o ingresso dos bens deve ser definitivo para que seja passível de ser
tributado (PINTO, 2012, p. 87).

Por se tratar de um tributo com caráter de extrafiscalidade o Poder


Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as

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alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos


 da política cambial e do comércio exterior (art. 21, CTN).

Imposto sobre a Exportação - IE

Imposto, também de competência da União, opera sobre a exportação, para


o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato
gerador a saída destes do território nacional (art. 23, CTN).

Sua base de cálculo dispõe o Código Tributário Nacional:

I - quando a alíquota for específica, será a unidade de medida


adotada pela lei tributária;

II - quando a alíquota for ad valorem, o preço normal que o


produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em
uma venda em condições de livre concorrência.

Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera- se a


entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produto,
deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de
exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos
correntes no mercado internacional o custo do financiamento (art.
24, CTN).

A lei ainda pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço
apontados acima, excedente de valor básico, fixado de acordo com os
critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos (art. 24, CTN).

Nessa hipótese o contribuinte é o exportador ou quem a lei a ele equiparar


(art. 27, CTN).

Também em virtude de seu caráter extrafiscal, o Poder Executivo pode, nas


condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases
de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e
do comércio exterior.

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Mercado Financeiro
Neste tópico, nossa listagem detalhará os impostos que recaem sobre  as
atividades ligadas ao setor financeiro, ao mercado, portanto, e que estão
previstos na legislação brasileira.

Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações


Relativas a Títulos e Valores Mobiliários - IOF

Trata-se de imposto vinculado ao mercado financeiro, de competência da


União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações
relativas a títulos e valores mobiliários, que tem como fato gerador:

I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega


total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto
da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;

II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega


de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a
represente, ou sua colocação à disposição do  interessado em
montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue
ou posta à disposição por este;

III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão


da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do
prêmio, na forma da lei aplicável;

IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a


emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da
lei aplicável.

Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida


no inciso IV, e reciprocamente, quanto à emissão, aopagamento
ou resgate do título representativo de uma mesma operação de
crédito (art. 63, CTN).

Sua base de cálculo é:

I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação,


compreendendo o principal e os juros;

II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em

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moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição;

III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;

IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:

a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;

b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da


cotação em Bolsa, como determinar a lei;

c) no pagamento ou resgate, o preço (Art. 64, CTN).

É mais um exemplo de extrafiscalidade de tributo, em que o Poder Executivo


pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas
ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos  da
política monetária (art. 65, CTN).

Por fim, cumpre apontar que o contribuinte do imposto é qualquer das


partes na operação tributada, como dispuser a lei (Art. 66, CTN).

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Fato Gerador e Obrigação


Tributária

Fato gerador é a situação definida em lei que origina a obrigação tributária.


Será fato gerador da obrigação principal a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114, CTN). E será fato gerador
da obrigação acessória qualquer situação que, na forma da legislação
aplicável, imponha a prática (fazer) ou a abstenção (não fazer) de ato que
não configure obrigação principal (art. 115, CTN).

Obrigação Principal e obrigação acessória


A obrigação tributária é principal ou acessória.

Obrigação principal é aquela que surge com a ocorrência do fato gerador e


tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Ou seja,
trata-se de obrigação que tem como objetivo um pagamento em dinheiro
aos cofres públicos e que se extingue com o crédito dela decorrente (art.
113, §1º, CTN).

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A obrigação acessória, por outro lado, decorre da legislação tributária e tem


por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse
da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Significa dizer que se referem
a obrigações de fazer ou não fazer, como é o caso de emissão de nota fiscal,
por exemplo (art. 113, §2º, CTN).

Apesar da nomenclatura sugerir que obrigações principais e acessórias


seriam necessariamente conectadas, não é a realidade, uma vez que ambas
obrigações são independentes uma da outra, de forma que cada qual, se não
cumprida, ensejará repercussões legais próprias no que se refere a eventual
cumprimento.

Assim, a obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância,


converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária,
exatamente por referirem-se a obrigações diferentes na relação tributária.

Sujeitos da Relação Tributária


O protagonismo da relação tributária é aferido aos sujeitos ativo e passivo.

Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da


competência para exigir o seu cumprimento, como é o caso da União, dos
Estados, do Distrito Federal e Municípios, de acordo com sua competência
ou eventual delegação (art. 120, CTN).

Sujeito Passivo
Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária, que será o próprio contribuinte, quando
tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato
gerador; ou a figura do responsável, quando, sem revestir a condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei (art. 121,
CTN).

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Por outro lado, o sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada


às prestações que constituam o seu objeto (art. 122).

A capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas


naturais; de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que  importem
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou
profissionais ou da administração direta de seus bens ou negócios; ou
mesmo de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que
configure uma unidade econômica ou profissional (art. 126, CTN).

Imprescindível apontar que é a lei que define o sujeito passivo das


obrigações tributárias, de forma que eventuais convenções particulares,
relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser
opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal do sujeito passivo
das obrigações tributárias correspondentes (art. 123, CTN). Isso significa
dizer, por exemplo, que em um contrato de locação de imóveis, ainda que as
partes acordem que o pagamento relativo ao IPTU corresponde à obrigação
a ser cumprida pelo inquilino, referida cláusula só terá validade entre as
partes contratantes e não perante o fisco, que deve buscar o cumprimento
da obrigação perante o proprietário do imóvel, por ser este o sujeito passivo
definido em lei .

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Solidariedade

Obrigação solidária é aquela que se caracteriza pela pluralidade subjetiva –


ativa ou passiva -; nelas, cada um dos obrigados possui direitos e obrigações
à totalidade da prestação, como se fosse unos (CORTEZ, 2010, p. 131).

Assim, são solidariamente obrigadas ao pagamento dos tributos as pessoas


que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal e aquelas expressamente designadas por lei (art. 124,
CTN).

Nesse sentido,

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os


efeitos da solidariedade:

I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos


demais;

II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados,


salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse
caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;

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III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos


obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

Assim, a solidariedade, seja legal ou em virtude de interesse comum na


situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, obriga mais de
uma pessoa ao pagamento da totalidade de determinado tributo.

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Extinção da Relação
Tributária

A extinção da relação tributária refere-se às hipóteses que põe fim ao vínculo


entre o fisco e o contribuinte e são dispostas expressamente no art. 156, do
Código Tributário Nacional. Iremos nos aprofundaremos nas formas mais
relevantes ao empreendedor e mencionaremos as demais.

Pagamento
A primeira forma de extinção que será abordada é o pagamento, forma mais
usual de extinção do crédito tributário, se caracteriza pela entrega, por parte
do contribuinte, de quantia correspondente ao crédito tributário  ao fisco.

O pagamento, apesar de se tratar da forma mais comum de extinção do


crédito tributário conta com algumas regras específicas no CTN.

1. Em primeiro lugar, importa apontar que a imposição de penalidade


não ilide o pagamento integral do crédito tributário, ou seja, o
pagamento do tributo não pressupõe o pagamento da multa, muito

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menos sua extinção. Tratam-se de obrigações diferentes e como tal


devem ser cumpridas (art. 157, CTN).
2. O pagamento de um crédito não importa na presunção do
pagamento de sua totalidade, se parcial, ou de outros créditos,
ainda que referentes ao mesmo ou a outros tributos (art. 158, CTN).
3. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento
 é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito
passivo (art. 159, CTN).
4. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o
vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se
considera   o sujeito passivo notificado do lançamento. Observe-se
que a regra é a fixação do prazo para pagamento fixado por lei, que
também pode  conceder  desconto pela antecipação do pagamento,
nas condições que estabeleça (art. 160).
5. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de
juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem
prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de
quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei
tributária (art. 161, CTN).
6. Cabe à lei fixar os juros de mora, caso contrário os juros devem ser
calculados à taxa de um por cento ao mês. Art. 161, 𝟏º, CTN)
7. O pagamento deve ser feito em dinheiro (art. 162, CTN) e caso seja
realizado através de cheque, somente se considera extinto com o
resgate deste pelo fisco.
8. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do
mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito
público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou
provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a
autoridade administrativa competente para receber o pagamento
determinará o pagamento em primeiro lugar, relativo aos débitos
por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de
responsabilidade tributária; depois, as contribuições de melhoria,
taxas e por fim impostos, nesta ordem; na ordem crescente dos
prazos de prescrição, ou seja, os mais antigos têm preferência em

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relação aos mais novos; e na ordem decrescente dos montantes, o


que significa dizer que os de maior valor têm preferência em relação
aos de menor valor. Na prática o fisco não aplica esta regra, uma vez
que os pagamentos atualmente são pagos nos bancos e já têm
destinação específica.

Pela compensação
Ocorre quando o fisco e o contribuinte são ao  mesmo  tempo devedores
entre si. Nesses casos é possível a compensação dos débitos, de forma que a
fazenda pública abate do montante a receber o que lhe é devido.

A possibilidade deve ser prescrita em lei que autorize a compensação  de


créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do
sujeito passivo contra a Fazenda pública (art. 170, CTN).

Mister salientar que a hipótese é vedada antes do trânsito em julgado de


respectiva decisão judicial, se o tributo for objeto de contestação judicial pelo
sujeito passivo (art. 170-A, CTN).

III- a transação;

Trata-se de acordo entre o Poder Público e o contribuinte, desde que


autorizado por lei, após a instauração do litígio, mediante concessões
mútuas, entre os litigantes.

IV- remissão;

Trata-se do perdão da obrigação tributária, autorizado por lei, seja em sua


forma total ou parcial, desde que atenda:

I - à situação econômica do sujeito passivo;

II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a


matéria de fato;

III - à diminuta importância do crédito tributário;

IV - a considerações de eqüidade, em relação com as

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características pessoais ou materiais do caso;

V - a condições peculiares a determinada região do território da


entidade tributante (art. 172, CTN).

Na prática dificilmente se faz possível a extinção por remissão, uma vez que
a Fazenda Pública, para isso, deve comprovar que o perdão não causará
prejuízos nas contas públicas.

V- a prescrição e a decadência;

Ambos institutos se referem à inércia da Fazenda Pública.

A decadência corresponde à perda do Direito em si da Fazenda Pública


buscar créditos tributários pendentes. Ou seja, é a perda do direito de
constituir o crédito tributário, que se extingue após 5 (cinco) anos, contados:

I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o


lançamento poderia ter sido efetuado;

II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver


anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.

Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue- se


definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da
data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida
preparatória indispensável ao lançamento (art. 173, CTN).

A prescrição, por outro lado, corresponde à perda da pretensão da Fazenda


Pública em buscar os créditos tributários em juízo. Significa que  a ação para
a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data
da sua constituição definitiva (art. 174).

VI - a conversão de depósito em renda;

Ocorre nas hipóteses em que o sujeito passivo deposita em juízo  valores


que considera devidos à Fazenda Pública com o intuito de questionar os
valores sobre os quais está sendo cobrado.

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Nesses casos, após o trânsito em julgado os valores depositados são


convertidos em renda.

VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos


do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo


164;

IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na


órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;

X - a decisão judicial passada em julgado.

XI– a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições


estabelecidas em lei.

Assim, ensejadas as hipóteses listadas, extingue-se o crédito tributário,  e


encerra-se eventual relação existente entre os sujeitos ativo e passivo.

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conclusão
Conclusão
Chegamos ao final de nossos estudos. Nesta ultima unidade nos
debruçamos a respeito das questões basilares do direito tributário.
Observamos a constituição do Sistema Tributário Brasileiro, as relações
estabelecidas entre o Estado e os entes sujeitos à tributação.

Além disso, nos situamos quanto às diferentes situações  que  detém fato
gerador de tributo e conhecemos as principais espécies de impostos no
contexto brasileiros. Bem como as situações em que há extinção da relação
tributária. E assim encerramos as questões básicas que são imprescindíveis
para a introdução ao direito empresarial.

Nesta unidade você teve a oportunidade de:

Situar-se quanto ao Sistema Tributário Nacional e a conformação do


poder de tributar do Estado;
Compreender as características atribuídas à administração para a
competência tributária;
Observar os princípios que se consolidam como limitações
constitucionais ao poder de tributar;
Conhecer e conceituar as principais espécies tributárias;
Estudar os conceitos de “Fato Gerador” e “Obrigação Tributária”;
Compreender as circunstâncias que supõe a obrigação solidária;
Estudar as circunstâncias que supõe a extinção da relação tributária.

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