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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.043.279 - PR (2008/0066044-4)

RELATORA : MINISTRA JANE SILVA (DESEMBARGADORA


CONVOCADA DO TJ/MG)
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
AGRAVADO : JUAREZ HERCULANO CÓRDOVA
ADVOGADO : MIGUEL NICOLAU JUNIOR E OUTRO(S)
EMENTA

PENAL. PROCESSUAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO


ESPECIAL. ALÍNEA "C" DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL.
FALTA DE COTEJO ANALÍTICO. IMPOSSIBILIDADE DE
EXAME DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. HOMICÍDIO.
ACIDENTE DE TRÂNSITO. DOLO EVENTUAL. CULPA
CONSCIENTE. REVALORAÇÃO DE PROVAS. POSSIBILIDADE.
INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS DO DOLO EVENTUAL.
CIRCUNSTÂNCIAS DO FATO QUE NÃO EVIDENCIAM A
ANTEVISÃO E A ASSUNÇÃO DO RESULTADO PELO RÉU.
DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA QUE SE IMPÕE. AGRAVO
A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. Quanto à divergência, falta o cotejo analítico, nos moldes do que
determina o art. 255 do RISTJ, impedindo o conhecimento do recurso
quanto a esse aspecto. De se referir que não basta a simples transcrição
de ementas ou trechos do julgado divergente, devendo a parte realizar o
confronto explanatório da decisão recorrida com o acórdão paradigma, a
fim de apontar a divergência jurisprudencial existente. A falta de análise
dos julgados com o fito de evidenciar sua similaridade fática evidencia o
descumprimento das formalidades insculpidas nos artigos 541, parágrafo
único, do Código de Processo Civil, e 255, §§ 1º e 2º, do Regimento
Interno desta Corte.
2. A doutrina penal brasileira instrui que o dolo, conquanto constitua
elemento subjetivo do tipo, deve ser compreendido sob dois aspectos: o
cognitivo, que traduz o conhecimento dos elementos objetivos do tipo, e o
volitivo, configurado pela vontade de realizar a conduta típica.
3. O elemento cognitivo consiste no efetivo conhecimento de que o
resultado poderá ocorrer, isto é, o efetivo conhecimento dos elementos
integrantes do tipo penal objetivo. A mera possibilidade de conhecimento,
o chamado “conhecimento potencial”, não basta para caracterizar o
elemento cognitivo do dolo. No elemento volitivo, por seu turno, o agente
quer a produção do resultado de forma direta – dolo direto – ou admite a
possibilidade de que o resultado sobrevenha – dolo eventual.
4. Considerando que o dolo eventual não é extraído da mente do
acusado, mas das circunstâncias do fato, na hipótese em que a denúncia
limita-se a narrar o elemento cognitivo do dolo, o seu aspecto de
conhecimento pressuposto ao querer (vontade), não há como concluir
pela existência do dolo eventual. Para tanto, há que evidenciar como e
em que momento o sujeito assumiu o risco de produzir o resultado, isto é,
admitiu e aceitou o risco de produzi-lo. Deve-se demonstrar a antevisão
do resultado, isto é, a percepção de que é possível causá-lo antes da
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realização do comportamento.
5. Agravo a que se nega provimento.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça por unanimidade, negar provimento ao
agravo regimental, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora.
Os Srs. Ministros Nilson Naves e Maria Thereza de Assis Moura votaram com a Sra.
Ministra Relatora.
Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Paulo Gallotti e Og Fernandes.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.

Brasília, 14 de outubro de 2008 (Data do Julgamento)

MINISTRA JANE SILVA


(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG)
Relatora

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AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.043.279 - PR (2008/0066044-4)

RELATORA : MINISTRA JANE SILVA (DESEMBARGADORA


CONVOCADA DO TJ/MG)
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
AGRAVADO : JUAREZ HERCULANO CÓRDOVA
ADVOGADO : MIGUEL NICOLAU JUNIOR E OUTRO(S)

RELATÓRIO

A EXMA. SRA. MINISTRA JANE SILVA (DESEMBARGADORA


CONVOCADA DO TJ/MG) (Relator):

Trata-se de agravo regimental em face de decisão monocrática que restou assim


ementada:

PENAL. PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO.


ACIDENTE DE TRÂNSITO. DOLO EVENTUAL. CULPA CONSCIENTE.
REVALORAÇÃO DE PROVAS. POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE
ELEMENTOS DO DOLO EVENTUAL. CIRCUNSTÂNCIAS DO FATO
QUE NÃO EVIDENCIAM A ANTEVISÃO E A ASSUNÇÃO DO
RESULTADO PELO RÉU. DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA QUE
SE IMPÕE. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.

Originalmente, cuidou-se de recurso especial interposto pelo MINISTÉRIO PÚBLICO


DO ESTADO DO PARANÁ em face de acórdão do TJ/PR, fundado nas alíneas "a" e "c" do
permissivo constitucional. O acórdão do Tribunal a quo restou assim ementado:

PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. RÉU QUE


DIRIGINDO EMBRIAGADO COMETE HOMICÍDIO. PRONÚNCIA
PELA PRÁTICA DE HOMICÍDIO DOLOSO, DOLO EVENTUAL.
DISTINÇÃO INTRINCADA ENTRE DOLO EVENTUAL E CULPA
CONSCIENTE, QUE EXIGE CONTROLE MAIS ACURADO NO JUÍZO
DE ADMISSIBILIDADE DA PRONÚNCIA, NOS CRIMES CONTRA A
VIDA, EM QUE ENVOLVA ACIDENTE DE TRÂNSITO.
INEXISTÊNCIA DE ELEMENTO CONCRETO, DIVERSO DA
EMBRIAGUEZ, QUE DEMONSTRE TER O RÉU ANUIDO AO DIRIGIR
EMBRIAGADO COM O RESULTADO MORTE. RECURSO PROVIDO
PARA DESCLASSIFICAR O CRIME DE HOMICÍDIO DOLOSO (ART.
121, CAPUT, DO CP) PARA O CRIME DE HOMICÍDIO CULPOSO
COMETIDO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR (ART. 302,
DO CTN).
- A complexidade em distinguir o dolo eventual da culpa consciente
demonstra a temeridade de se "lavar as mãos", com fundamento no
princípio "in dúbio pro societates" submetendo, de forma automática, o
agente de crime cometido contra pessoa no trânsito a julgamento perante o
Tribunal do Júri, sendo imprescindível um controle mais acurado no juízo
de admissibilidade da pronúncia nestes casos.
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- Não basta tão-somente que o agente esteja dirigindo bêbado ao ocasionar
o acidente e consequentemente à morte, pois tal fato, por si só, configura
quebra do dever de cuidado objetivo exigido pela própria lei de trânsitos
(art. 165, do CTB), configurando o crime culposo. É necessário, a
configuração de um "plus" que demonstre realmente que o agente anuiu
com o resultado e não que este tenha apenas confiando, de forma leviana,
que ao dirigir bêbado poderia evitar o resultado (culpa consciente).
- A alta velocidade que exceda de forma manifesta as normas de trânsito,
constitui o "plus" aliado a embriagues no volante demonstrativos do "motivo
egoístico", da torpeza no comportamento, ou melhor, a imprudência de
dirigir embriagado, o que por si só já permite a representação do resultado
lesivo, somada com a velocidade manifestamente excessiva no trânsito
constitui indícios de fundada suspeita de que o agente anuiu, integrou, o
risco de lesar o bem jurídico na realização do seu plano concreto, o que
ampara a pronúncia de fundada suspeita na configuração do dolo
eventual.
- Na espécie, embora esteja comprovado que o réu estava dirigindo bêbado,
não há indícios de que o réu estava em alta velocidade, que poderia
consistir no "plus" demonstrativo do motivo egoístico, da torpeza, do
agente que decide, "custe o que custar", agir. Desse modo não havendo
elemento concreto que possibilite amparar um juízo de fundada suspeita na
configuração do dolo eventual, é de rigor a desclassificação do crime de
homicídio doloso (art. 121, caput, do CP) para o crime de homicídio
culposo cometido na direção de veículo automotor (art. 302, do CTN).
- É de se frisar que aqui não se está a afastar a competência,
constitucionalmente assegurada, do Tribunal do Júri para julgar os crimes
dolosos contra a vida, o que se faz é, através da distinção do dolo eventual
da culpa consciente, com amparo em balizas mais concretas, consistente
na necessidade de ficar evidenciado um "plus" que demonstre o agir
egoístico, torpe, do motorista embriagado que possa evidenciar que o
mesmo anuiu com o resultado morte, afastar a configuração do dolo
eventual.

Inicialmente, JUAREZ CARLOS PRESTES TAQUES JUNIOR interpôs RECURSO


EM SENTIDO ESTRITO contra a decisão de f. 96/99, que o pronunciou como incurso nas
sanções do artigo 121, caput, (homicídio simples), do Código Penal, para ser submetido a
julgamento pelo Tribunal do Júri, pela prática do seguintes fatos descritos na denúncia:
Em 19.02.2003, após ter permanecido durante a noite em boate nesta
cidade, local onde ingeriu alta quantidade de bebidas alcoólicas, o
denunciado, tornou a direção do veículo automotor Ford F1000, de placas
BIQ-3105, chassi LA7NAT31973, em estado de influência alcoólica
(conforme laudo de alcoolêmico 0,59 mg/1 sangue), passando a imprimir
ao conduzido altíssima velocidade em perímetro urbano desta cidade de
Guarapuava/PR. Ao passar pela Av. Moacir Júlio Silvestri, sentido
bairro-centro, ainda conduzindo o veículo citado, aproximadamente às
06:00 horas da manhã, e em altíssima velocidade para o local, situado em
perímetro urbano, o denunciado, em razão de seu estado etílico, assumindo
o risco de vir a desgovernar-se e assentindo com qualquer resultado lesivo
daí resultante, consciente da ilicitude de sua conduta, adentrou o passeio (=
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área destinada a pedestres) da citada avenida, transitando aí por cerca de
62,50 (sessenta e dois vírgula cinquenta ) metros, com o rodado a uma
distância de aproximadamente 0,80 (zero vírgula oitenta) metros do asfalto,
ocasião em que, sem proporcionar á vitima Sandra Missi- que
encontrava-se caminhando no passeio -, qualquer possibilidade de defesa,
veio a com ela colidir, causando-lhe lesões crânio-encefálicas que foram a
causa da morte da mesma, conforme laudo de fls. 32. Logo após a colisão
com a vítima, o denunciado, então, e só então, acionou os freios do
veículo, vindo a atravessar a pista para o lado contrario de sua mão de
direção (frenagem que perdurou por cerca de 25 metros), tendo colidido
com a grade do muro de uma casa, o que fez com que o veículo parasse.
Momentos após, o denunciado, buscou evadir-se do local do atropelamento
homicida, não logrando êxito, em razão das avarias que o veículo sofreu
em virtude dos choques acima citados, bem como pela rápida ação do Sr.
Dinarte Machado dos Santos que prendeu o denunciado em flagrante."

Em suas razões de recurso, alegou o réu que não agiu com dolo eventual, consoante
consta da denúncia, e sim com culpa consciente, o que a fasta a possibilidade de sua pronúncia,
não podendo ser ele submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, tão-somente com fundamento
no ultrapassado princípio in dubio pro societate. Com base em tais fundamentos, pediu a
desclassificação do crime de homicídio doloso (art. 121, caput, do CP), para o crime de homicídio
culposo cometido na direção de veículo automotor (art. 302, parágrafo único, V, do Código de
Trânsito) (f. 107).
A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por
unanimidade de votos, deu provimento ao presente recurso de apelação para desclassificar o
crime de homicídio doloso (art. 121, caput, do CP) para o crime de homicídio culposo cometido na
direção de veículo automotor (art. 302, do Código de Trânsito), determinando o prosseguimento
do julgamento. Eis os fundamentos:

Assente tais questões teóricas, que demonstram a problemática do


tema e a temeridade de se "lavar as mãos", com fundamento no
princípio "in dúbio pro societates" submetendo o agente de crime
cometido no trânsito a julgamento perante o Tribunal do Júri e
abstraindo questões relacionadas com a teoria da pena, retributiva,
preventiva ou ressocializadora, que de plano já demonstra a
desproporcionalidade de se aplicar, de forma automática, o dolo
eventual nos crimes cometidos no trânsito, cumpre agora, analisar a
especificidades do caso concreto.
Na espécie, nenhuma testemunha presenciou os fatos narrados na
denúncia; assim, os únicos indícios que supostamente podem amparar
o juízo de fundada suspeita de ter o réu agido com dolo eventual são o
fato de ter sido constatado, por intermédio, de bafômetro, que o réu
estava com "0,59mg/Lt." (f. 14), e o fato de estar, supostamente,
consoante, descreve a denúncia "altíssima velocidade".
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Da leitura da Resolução n.º 081/98, do Conselho Nacional de Trânsito -
CONTRAN - se infere que "seis decigramas de álcool por litro de sangue",
quantidade máxima que Código de Trânsito Brasileiro permite que se
conduza veículo automotor, corresponde no "teste em aparelho de ar
alveolar (bafômetro) com concentração igual ou superior a 03 mg por litro
de ar expelido dos pulmões" (art. 1, I, da Res. nº 081/98, do Contran).
Com base neste parâmetro, concluí-se que o réu estava com 0,59 mg por
litro de ar expelido dos pulmões; portanto dirigia sob a influência de álcool
em nível aproximado ao dobro do permitido pelo art. 165, do Código de
Trânsito Nacional.
Por outro lado, narra a denúncia que estava dirigindo o veículo "em
altíssima velocidade para o local"; todavia, em nenhum momento ficou
demonstrado qual era a velocidade máxima permitida na via em que o réu
dirigia e muito menos ficou evidenciado, sequer por indução, qual era a
velocidade que o réu imprimia do veículo no momento do acidente. Muito
pelo contrário, consoante se observa do conteúdo do interrogatório do réu,
prestado em juízo, confirmou que estava em "dirigindo por volta de 70
quilômetros por hora" (f. 64/v).
O que se observa da análise dos autos é que o réu por estar
alcoolizado "infletiu à direita, vindo a deslocar-se de forma
imprópria, ocupando tanto a via pública quanto o correspondente
passeio de pedestre ... e neste trajeto atropelou a vítima" (f. 32),
conforme descreve o Laudo de Exame e Levantamento de Local de
Atropelamento e Morte.
Desse modo, não existem indícios de que o paciente estava
conduzindo o veículo em alta velocidade, que permitissem aferir o
motivo egoístico, a torpeza, do agente que decide, "custe o que
custar", para amparar um juízo de fundada suspeita da configuração
do dolo eventual, devendo ser desclassificado o crime de homicídio
doloso (art. 121, caput, do CP) para o crime de homicídio culposo,
cometido na direção de veículo automotor (art. 302, do CTN).
É de se frisar que aqui não se está a afastar a competência,
constitucionalmente assegurada, do Tribunal do Júri para julgar os crimes
dolosos contra a vida, o que se faz é, através da distinção do dolo eventual,
da culpa consciente, com amparo em balizas mais concretas, consistente
na necessidade de ficar evidenciado um "plus", que demonstre o agir
egoístico, torpe, do motorista embriagado, que possa evidenciar que o
mesmo anuiu com o resultado morte, afastar a configuração do dolo
eventual.
A busca de amparo concreto diverso da embriaguez, que demonstre que o
réu anuiu com o resultado morte, é necessária para que não se dê
elasticidade tamanha ao dolo eventual ensejando a regra de que estando o
réu bêbado ao causar o "acidente" no trânsito, que resultou em morte,
deve-se submeter o caso a julgamento perante o Tribunal do Júri, máxime
em se tratando de questão tão intrincada, que é a distinção do dolo eventual
com a culpa consciente, o que demonstra a necessidade de um controle
mais acurado no juízo de admissibilidade da pronúncia nos crimes contra a
vida, que envolvam acidente de trânsito.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ interpôs EMBARGOS DE

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DECLARAÇÃO contra o acórdão n.º 21083 (f. 134/152), que desclassificou o delito de
homicídio doloso (dolo eventual) para homicídio culposo, alegando a existência de omissão,
porque ignorou a conclusão do laudo pericial, segundo o qual o réu dirigia em alta velocidade, em
via pública, e contradição, porque, embora considere a matéria polêmica, desclassificou a
imputação. No final, pediu provimento ao recurso para o suprimento dos vícios e com possíveis
efeitos infringentes.
Estes foram rejeitados pela Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado
do Paraná, por unanimidade de votos, conforme a seguinte ementa:

PROCESSUAL PENAL - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CRIME EM


RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - DESCLASSIFICAÇÃO DE
DELITO HOMICÍDIO DOLOSO (DOLO EVENTUAL) PARA CULPOSO -
OMISSÃO E CONTRADIÇÃO - INOCORRÊNCIA - RECURSO
REJEITADO.
"O dolo eventual não deve ser utilizado como pedagogia ou remédio contra
a violência do trânsito. Dito de outro modo, o operador do direito, em face
dos delitos de trânsito, embora graves, não deve ser obrigado a optar entre
'civilização', representada pela adoção do dolo eventual - de onde exsurgirão
punições rigorosas -, a 'barbárie', representada pelos milhares de crimes
praticados cotidianamente. Isto porque é nas crises e nos casos limites que
o Direito Penal e a própria teoria do delito são colocados em xeque". (Lenio
Streck)

O Ministério Público interpôs recurso especial alegando que, para a caracterização do


dolo eventual não se exige a conjunção de dois fatores como sugeriu a douta Corte estadual -
embriaguez mais conduta torpe, como excessiva velocidade, que de resto existiu - mas apenas
que o agente pratique comportamento capaz de ensejar um resultado lesivo possível ou provável,
e que as circunstâncias indiquem que, a despeito disso, optou pela realização do comportamento,
apesar do resultado. Aduziu que houve ofensa aos arts. 18, I , do CP, 74, § 1º, 408 e 410, do
CPP, bem como ao art. 5º, XXXVIII, "d", da Constituição Federal.
Contra-razões às fl. 275.
O MPF opinou pelo provimento do recurso.
Decisão monocrática de f. 298 negou seguimento ao especial, sob o fundamento de
inexistência de elementos do dolo eventual, vez que as circunstâncias do fato não evidenciam a
antevisão e a assunção do resultado pelo réu.
O MPF interpôs agravo regimental, reafirmando o já alegado na petição de recurso
especial.
Relatados os autos, passo à decisão.

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AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.043.279 - PR (2008/0066044-4)

RELATORA : MINISTRA JANE SILVA (DESEMBARGADORA


CONVOCADA DO TJ/MG)
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
AGRAVADO : JUAREZ HERCULANO CÓRDOVA
ADVOGADO : MIGUEL NICOLAU JUNIOR E OUTRO(S)

VOTO

A EXMA. SRA. MINISTRA JANE SILVA (DESEMBARGADORA


CONVOCADA DO TJ/MG) (Relator):

Quanto à divergência, falta o cotejo analítico, nos moldes do que determina o art. 255, do
RISTJ, impedindo o conhecimento do recurso quanto a esse aspecto.
De se referir que não basta a simples transcrição de ementas ou trechos do julgado
divergente, devendo a parte realizar o confronto explanatório da decisão recorrida com o acórdão
paradigma, a fim de apontar a divergência jurisprudencial existente.
A falta de análise dos julgados com o fito de evidenciar sua similaridade fática evidencia
o descumprimento das formalidades insculpidas nos artigos 541, parágrafo único, do Código de
Processo Civil, e 255, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno desta Corte. Nesse sentido, aponto os
seguintes precedentes desta Corte:

PROCESSUAL CIVIL. CAUTELAR. REQUISITOS. IMPOSSIBILIDADE


DE VERIFICAÇÃO DE SEUS REQUISITOS, EM SEDE DE RECURSO
ESPECIAL, MANEJADO TÃO SOMENTE PARA ISTO. DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL NÃO CARACTERIZADA. AUSÊNCIA DE
CONFRONTO ANALÍTICO.
1. (...)
2. A ausência do acórdão paradigma ou da citação do repositório oficial,
autorizado ou credenciado, em que este se ache publicado, inviabiliza o
conhecimento do especial, da mesma forma que a falta de realização do
cotejo analítico, nos moldes do que determina o art. 255, do RISTJ.
Precedentes.
3. Recurso especial improvido." (REsp 188.690/RN, Rel. Ministra MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, DJ 30.10.2006)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ALÍNEA "C".


DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADA NOS
TERMOS DO ART. 255 E PARÁGRAFOS DO RISTJ. AUSÊNCIA DE
SIMILITUDE FÁTICA E JURÍDICA ENTRE OS ARESTOS
CONFRONTADOS. INEXISTÊNCIA DO COTEJO ANALÍTICO.
PRECEDENTES. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA.
AUSÊNCIA. INTERESSE RECURSAL. INEXISTÊNCIA. AGRAVO
DESPROVIDO.
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I - A admissão do Especial com base na alínea "c" impõe o confronto
analítico entre os acórdãos paradigma e hostilizado, a fim de evidenciar a
similitude fática e jurídica posta em debate, conforme disposto no art. 255
e parágrafos do RISTJ.
II - Na hipótese dos autos, não restou caracterizada a divergência
jurisprudencial, por ausência de similitude fática e jurídica entre os arestos
confrontados, bem como pela inexistência do necessário cotejo analítico
viabilizador do apelo especial. Precedentes.
III - Não existe, por parte do agravante, interesse recursal, haja vista que
não sucumbiu relativamente a seu pedido no que concerne à fixação de
honorários advocatícios. IV - Agravo interno desprovido." (AgRg no AgRg
no REsp 829.286/RS, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA,
julgado em 07.11.2006, DJ 18.12.2006 p. 498)

Quanto à alegada ofensa reflexa do art. 5º, XXXVIII, "d", da Constituição Federal, vale
ressaltar que a missão constitucional desta Corte é a de unificar a aplicação da legislação federal,
o que inviabiliza a análise do tema.
Quanto à ocorrência de dolo eventual no caso, o acórdão ora guerreado assim
fundamentou a desclassificação:

Assente tais questões teóricas, que demonstram a problemática do tema e a


temeridade de se "lavar as mãos", com fundamento no princípio "in dúbio
pro societates" submetendo o agente de crime cometido no trânsito a
julgamento perante o Tribunal do Júri e abstraindo questões relacionadas
com a teoria da pena, retributiva, preventiva ou ressocializadora, que de
plano já demonstra a desproporcionalidade de se aplicar, de forma
automática, o dolo eventual nos crimes cometidos no trânsito, cumpre
agora, analisar a especificidades do caso concreto.
Na espécie, nenhuma testemunha presenciou os fatos narrados na
denúncia; assim, os únicos indícios que supostamente podem amparar o
juízo de fundada suspeita de ter o réu agido com dolo eventual são o fato
de ter sido constatado, por intermédio, de bafômetro, que o réu estava com
"0,59mg/Lt." (f. 14), e o fato de estar, supostamente, consoante, descreve
a denúncia "altíssima velocidade". (...)
Por outro lado, narra a denúncia que estava dirigindo o veículo "em
altíssima velocidade para o local"; todavia, em nenhum momento ficou
demonstrado qual era a velocidade máxima permitida na via em que o réu
dirigia e muito menos ficou evidenciado, sequer por indução, qual era a
velocidade que o réu imprimia do veículo no momento do acidente. Muito
pelo contrário, consoante se observa do conteúdo do interrogatório do réu,
prestado em juízo, confirmou que estava em "dirigindo por volta de 70
quilômetros por hora" (f. 64/v).
O que se observa da análise dos autos é que o réu por estar alcoolizado
"infletiu à direita, vindo a deslocar-se de forma imprópria, ocupando tanto a
via pública quanto o correspondente passeio de pedestre ... e neste trajeto
atropelou a vítima" (f. 32), conforme descreve o Laudo de Exame e
Levantamento de Local de Atropelamento e Morte.
Desse modo, não existem indícios de que o paciente estava conduzindo o
veículo em alta velocidade, que permitissem aferir o motivo egoístico, a
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torpeza, do agente que decide, "custe o que custar", para amparar um juízo
de fundada suspeita da configuração do dolo eventual, devendo ser
desclassificado o crime de homicídio doloso (art. 121, caput, do CP) para
o crime de homicídio culposo, cometido na direção de veículo automotor
(art. 302, do CTN).

Dispõe o art. 18, I, do Código Penal:

Diz-se o crime:
I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo;.

A doutrina penal brasileira instrui que o dolo, conquanto constitua elemento subjetivo do
tipo, deve ser compreendido sob dois aspectos: o cognitivo, que traduz o conhecimento dos
elementos objetivos do tipo, e o volitivo, configurado pela vontade de realizar a conduta típica.
EUGÊNIO RAÚL ZAFFARONI em seu "Manual de Direito Penal Brasileiro" (Parte
Geral, RT, 5ª ed., p. 458, em co-autoria com JOSÉ HENRIQUE PIERANGELI) ensina que:

(...) Se quisermos aperfeiçoar um pouco mais a definição do dolo, que


formulamos há pouco, e que se extrai da lei, é conveniente conceituá-lo
como a vontade realizadora do tipo objetivo, guiada pelo conhecimento dos
elementos deste no caso concreto.
Dito de uma forma mais breve, o dolo é uma vontade determinada que,
como qualquer vontade, pressupõe um conhecimento determinado.
Durante muitos anos alguns autores insistiram no aspecto de conhecimento
do dolo, situando nele a sua essência (teoria da representação), enquanto
outros acentuavam seu aspecto de vontade pura (teoria da vontade). Há
mais de meio século a doutrina apercebeu-se de que é tão falso que o dolo
seja representação como que o dolo seja vontade: o dolo é representação e
vontade. Na base da disputa havia quase um equívoco verbal, como
acabaram reconhecendo seus protagonistas.
O reconhecimento de que o dolo é uma vontade individualizada em um tipo,
obriga-nos a reconhecer em sua estrutura os dois aspectos em que
consiste: o do conhecimento pressuposto ao querer e o próprio querer (que
não pode existir sem conhecimento). Isto dá lugar aos dois aspectos que o
dolo compreende:
a) o aspecto de conhecimento ou aspecto cognoscitivo do dolo; e
b) o aspecto do querer ou aspecto volitivo do dolo.”

Ratificam tal explicitação PAULO JOSÉ DA COSTA JÚNIOR (Comentários ao Código


Penal, Saraiva, 7ª ed., p. 74-75), LUIZ REGIS PRADO (Curso de Direito Penal Brasileiro,
Revista dos Tribunais, Vol. 1, 5ª ed., p. 374), CEZAR ROBERTO BITENCOURT (Código
Penal Comentado, Saraiva, 2ª ed., p. 58/59) e DAMÁSIO E. DE JESUS (Código Penal Anotado,
Saraiva, 8ª ed.).

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Em outros termos, o elemento cognitivo consiste no efetivo conhecimento de que o
resultado poderá ocorrer, isto é, o efetivo conhecimento dos elementos integrante do tipo penal
objetivo. A mera possibilidade de conhecimento, o chamado “conhecimento potencial”, não basta
para caracterizar o elemento cognitivo do dolo.
No elemento volitivo, por seu turno, o agente quer a produção do resultado de forma
direta – dolo direto – ou admite a possibilidade de que o resultado sobrevenha – dolo eventual.
Ingressando no estudo do dolo eventual, cabe destacar que, para sua configuração, ambos
os requisitos acima expostos são indispensáveis: o conhecimento e a vontade.
Confira-se CÉSAR ROBERTO BITENCOURT (p. 59):

A consciência e a vontade, que representam a essência do dolo, também


devem estar presentes no dolo eventual. Para que este se configure é
insuficiente a mera ciência da probabilidade do resultado ou a atuação
consciente da possibilidade concreta da produção desse resultado. É
indispensável determinada relação de vontade entre o resultado e o agente,
e é exatamente esse elemento volitivo que distingue o dolo da culpa.

No mesmo sentido, PAULO JOSÉ DA COSTA JÚNIOR (p. 75):

Os elementos integrantes do dolo eventual são dois: a representação do


resultado como possível e a anuência do agente à verificação do evento,
assumindo o risco de produzi-lo.

A respeito do elemento volitivo no dolo eventual, as considerações de EUGÊNIO RAÚL


ZAFFARONI e JOSÉ HENRIQUE PIERANGELI e, ainda, PAULO JOSÉ DA COSTA
JÚNIOR, respectivamente:

O dolo eventual, conceituado em termos corrente, é a conduta daquele que


diz a si mesmo 'que agüente', 'que se incomode', 'se acontecer, azar', 'não
me importo'. Observe-se que aqui não há uma aceitação do resultado como
tal, e suma sua aceitação como possibilidade, como probabilidade.

(...) A vontade e não a representação constitui a essência o dolo eventual. A


decisão de agir, mesmo com a possibilidade da realização do evento, é uma
situação psicológica característica, impregnada de volição. Constitui de
qualquer modo uma decisão da vontade diante do evento previsto como
possível, ainda que indiferente ou até incômodo.

A partir da noção doutrinária acima elucidada e considerando que o dolo eventual não é
extraído da mente do acusado, mas das circunstâncias do fato, o que se conclui é que a denúncia
limitou-se a narrar o elemento cognitivo do dolo, o seu aspecto de conhecimento pressuposto ao

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querer (vontade).
Portanto, para que se conclua pela ocorrência de dolo eventual, deve-se evidenciar como
e em que momento o sujeito assumiu o risco de produzir o resultado, isto é, admitiu e aceitou o
risco de produzi-lo. Deve-se demonstrar a antevisão do resultado, isto é, a percepção de que é
possível causá-lo antes da realização do comportamento.
No entanto, a exordial acusatória não logrou demonstrar as circunstâncias hábeis a
caracterizar a indiferença do paciente pela morte da vítima, o “tanto faz” se o atleta
permanecesse vivo ou viesse a falecer, o “se acontecer, azar o dele”.
A análise cuidadosa da denúncia finaliza o posicionamento de que não há descrição do
elemento volitivo consistente em “assumir o risco do resultado”, em aceitar, a qualquer custo, o
resultado, o que é imprescindível para a configuração do dolo eventual.
O tipo penal culposo, além de outros elementos, pressupõe a violação de um dever
objetivo de cuidado e que o agente tenha a previsibilidade objetiva do resultado, a possibilidade de
conhecimento do resultado, o “conhecimento potencial” que não é suficiente ao tipo doloso.
Neste sentido:

PENAL. PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS


DECLARATÓRIOS. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. HOMICÍDIO.
ACIDENTE DE TRÂNSITO. DOLO EVENTUAL. CULPA CONSCIENTE.
REVALORAÇÃO DE PROVAS. POSSIBILIDADE. PRONÚNCIA.
APLICAÇÃO DO BROCARDO IN DUBIO PRO SOCIETATE.
INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS DO DOLO EVENTUAL. DÚVIDA
NÃO CARACTERIZADA. DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA QUE
SE IMPÕE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
Inexistente qualquer ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão no
aresto impugnado, insubsistente a alegada contrariedade ao art. 619 do
CPP.
A revaloração do contexto probatório firmado pelo Tribunal a quo, diferente
do reexame de provas vedado pela Súmula 7/STJ, é permitida em sede de
recurso especial.
A pronúncia do réu, em atenção ao brocardo in dubio pro societate, exige a
presença de contexto que possa gerar dúvida a respeito da existência de
dolo eventual.
Inexistente qualquer elemento mínimo a apontar para a prática de
homicídio, em acidente de trânsito, na modalidade dolo eventual, impõe-se
a desclassificação da conduta para a forma culposa.
(REsp 705.416/SC, Rel. Ministro PAULO MEDINA, SEXTA TURMA,
julgado em 23.05.2006, DJ 20.08.2007 p. 311, REPDJ 27.08.2007 p. 298)

A questão é, assim, costumeiramente decidida nesta Corte, conforme demonstram os


precedentes, impondo-se, portanto, sua pronta decisão, agilizada a prestação jurisdicional.

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Ante o exposto, nego provimento ao agravo.
É o voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2008/0066044-4 REsp 1043279 / PR
MATÉRIA CRIMINAL
Números Origem: 4007654 400765401 400765402 7603

EM MESA JULGADO: 14/10/2008

Relatora
Exma. Sra. Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG)
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro NILSON NAVES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. JOSÉ ALVES PAULINO
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
RECORRIDO : JUAREZ HERCULANO CÓRDOVA
ADVOGADO : MIGUEL NICOLAU JUNIOR E OUTRO(S)

ASSUNTO: Penal - Crimes contra a Pessoa (art.121 a 154) - Crimes contra a vida - Homicídio ( art. 121 ) -
Doloso

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
AGRAVADO : JUAREZ HERCULANO CÓRDOVA
ADVOGADO : MIGUEL NICOLAU JUNIOR E OUTRO(S)

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do
voto da Sra. Ministra Relatora."
Os Srs. Ministros Nilson Naves e Maria Thereza de Assis Moura votaram com a Sra.
Ministra Relatora.
Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Paulo Gallotti e Og Fernandes.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.
Brasília, 14 de outubro de 2008

ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA


Secretário
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