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EXECELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DA VARA DA VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA E FAMILIAR DE

“O direito dos mais miseráveis dos homens, o direito do mendigo, do


escravo, do criminoso, não é menos sagrado, perante a justiça, que o do
mais alto dos poderes. Antes, com os mais miseráveis é que a justiça
deve ser mais atenta.” Rui Barbosa.

Processo n.º XXXXXXXXX

ANTÔNIO CARLOS ALVES, brasileiro, paraense, União Estável, vigia,


portador do RG 478900PC-Pa, CPF 089.980.753-20, sem endereço eletrônico,
residente e domiciliada na rua Xingu, 53, Bairro Alegria, na cidade de
Santarém, por intermédio de seu defensor constituído, conforme instrumento
particular de procuração anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, com fulcro nos artigos 396 e 396-A do Código Penal, apresentar
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
protestando pela improcedência da acusação que lhe é feita na peça inicial, c/c
CONTESTAÇÃO ÀS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA com
fundamento no artigo 802, do CPC, apresentando as causas e circunstâncias
que justificam o descabimento da medida, para o que aduz as seguintes
razões.
I – PRELIMINARMENTE
A) DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
PRIMEIRAMENTE, declara ser pessoa pobre na acepção legal do termo, não
tendo condições de arcar com as despesas do processo, por esse motivo,
REQUER lhe seja deferido os benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA, nos
termos do art. 5º LXXIV da Constituição Federal e pelo art. 98 do NCPC,
declaração que presta sob as penas da lei.
De acordo com a dicção do caput do artigo 98 do Código de Processo Civil,
basta a afirmação de que não possui condições de arcar com custas e
honorários, sem prejuízo próprio e de sua família, para a concessão do
benefício, pelo que nos bastamos do texto da lei, in verbis:

Art. 98 NCPC. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou


estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios
tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
O autor é pobre na forma da lei, o que afirma nesta petição, não tendo
condições de arcar com despesas processuais nem honorários advocatícios,
sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, fazendo jus aos benefícios
da assistência judiciária gratuita pelo que requer se digne Vossa Excelência
deferir-lhe os benefícios da Justiça Gratuita.

II – DA SINTESE PROCESSUAL
No dia 21 de outubro de 2021, seu companheiro a ameaçou de morte também,
chamou de “vagabunda e safada” durante uma discussão na hora do almoço.
O casal vive em regime de União Estável de 2010 até 21 de outubro de 2021,
pois essa agressão levou a senhora Maria Carla Corrêa sai da residência do
casal por medo de seu companheiro e ir para casa de familiares. Após
formalizar um boletim de ocorrência das ofensas verbais em desfavor de seu
companheiro e requer medida protetiva perante a autoridade policial, que foi
deferida em 30 de outubro de 2021 pelo MM. juiz da Vara da Violência
Doméstica e Familiar de Santarém. Dessa feita, foram deferidas pelo
Magistrado em decisão interlocutória, as seguintes medidas de proteção em
desfavor do Requerido:

1) Afastamento do lar onde convive a vítima, podendo retirar os seus


pertences os de uso pessoais, acompanhado do oficial de justiça;
2) Proibição de perseguir, intimidar, ameaçar a ofendida ou fazer uso de
qualquer método que prejudique ou ponha em risco a sua vida, sua integridade
física e psíquica, bem como sua propriedade;
3) Proibição de aproximação da vítima e seus familiares, pelo que fixo o
limite mínimo de 100 metros de distância;
4) Proibição de dirigir a palavra ou ter contato com a requerente, seja
pessoalmente, seja por telefone ou qualquer outro meio de comunicação;
5) Proibição de frequentar os lugares comumente frequentados pela
vítima, notadamente a residência e local de trabalho desta

III - DA REAL VERSÃO DO AUTOR DO FATO

Que, apesar das medidas cautelares de urgência, promovida pela


suposta vítima, deseja o acusado descortinar as inverdades assacadas contra
si na Depol especializada;

IV – QUANTO AO BOLETIM DE OCORRENCIA

o relatório da polícia é apenas para referência e informativo, por pode-se dizer


que só pode ser executado pelas autoridades policiais. portanto, não viu-se
hipótese apenas como meio de prova conduzindo à condenação do réu, e em
caso afirmativo, iria cruzar princípios constitucionais de plena defesa,
presunção de inocência, contraditório e devido processo legal, visto que no
boletim de ocorrência é apenas uma peça de informação, geralmente é o
presidida somente pelas autoridades policiais. Esta informação é usada para
iniciar possíveis investigações policiais e os procedimentos criminais
subsequentes, mas não o suficiente para servir como sentença de condenação,
por se tratar de uma instrução processual perante um juiz justo e todos
reconhecidos a constituição acima mencionada garante a busca de culpa ou
não o réu.
E nessa peça meramente informativa, a suposta vítima não apresentou provas
concretas dos fatos alegados. Vale ainda ressaltar que em sede de depoimento
a autoridade policial, a suposta vítima não quis representar contra o acusado
quanto ao crime de ameaça, art. 147 do CP, qual necessita de representação,
conforme § único do referido artigo.

V- DA CONCLUSÃO

Postas tais considerações e por entendê-las prevalecentes sobre as


razões que ensejaram a inicial acusatória e as Medidas Protetivas de
Urgência em desfavor do senhor ANTONIO CARLOS ALVES e confiante
no discernimento afinado e no justo descortino de Vossa Excelência, a
defesa requer:

4.1. Seja recebida a presente resposta à acusação para que surta os seus
efeitos legais, inclusive quanto a possível absolvição sumária do acusado
lastreada nas teses aventadas acima;

4.2. A imediata REVOGAÇÃO das Medidas Protetivas de Urgência em


desfavor do senhor ANTONIO CARLOS ALVES;

4.3. A realização da audiência prevista no artigo 16, da lei 11.340/06,


conforme também requerido pela ilustre representante do Ministério
Público;

4.4. A devida exclusão da senhora MARIA CARLA CORRÊA do polo


passivo dos autos.

Nestes termos,
pede deferimento.

, 08 de novembro de 2021

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OAB/PA Nº

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