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Processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
PATRICK FULANO DE TAL, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe, o qual lhe
move a Justiça Pública, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu
procurador devidamente constituído, apresentar, tempestivamente, com base no art. 396 e
seguintes, do Código de Processo Penal e Princípios Constitucionais do Devido Processo Legal,
Ampla Defesa e In Dúbio Pró Réu,
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Dos fatos:
Conforme acostado na denúncia, Patrick Fulano de Tal, em data de 05/03/2017, no Município
de Juiz de Fora, teria apertado o gatilho da arma de fogo dele, devidamente registrada, da qual
ele detinha a devida autorização para o porte, contra Lauro, namorado de sua sobrinha,
Natália, com a veemente intenção de causar lesão corporal grave que lhe causasse debilidade
permanente de membro.
Todavia, por forças alheias à vontade do acusado, a arma de fogo não disparou, entretanto, o
barulho amedrontou Lauro, fazendo com que ele cessasse àquela injusta agressão e
empreendesse fuga a rumo ignorado, comparecendo, então, alguns dias depois, na Delegacia
de polícia para narrar o fato e incriminar Patrick.
Do Direito:
2.1- Preliminarmente:
2.1.1- Da nulidade da citação por hora certa e do prejuízo ao efetivo exercício direito de defesa
Consta-se nos autos que o oficial de justiça fez uma única diligência na residência do acusado
na tentativa de citá-lo, presumindo que o mesmo estava se ocultando para não ser citado.
Ora, conforme disposto no caput, do art. 362, do CPP, em referência aos arts. 252 usque 254,
ambos do NCPC, o oficial de justiça só procederá a citação por hora certa quando por 02 (duas)
vezes houver procurado o citando em sua residência ou domicílio sem o encontrar, havendo
suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, na sua falta, qualquer vizinho de
que , no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Logo, a citação é inválida e, por conseguinte, a defesa se viu prejudicada, pois não conseguiu
conversar com o acusado tempestivamente à apresentação da resposta à acusação.
Ora, conforme aduzimos, por absoluta ineficácia do meio, o acusado não conseguiu êxito no
intento delituoso, pois a arma de fogo dele era incapaz de efetuar disparos, como assim foi
constatado no laudo pericial.
Assim sendo, mesmo que Patrick buscasse causar, em Lauro, lesão corporal grave, capaz de
debilitá-lo permanentemente, o bem jurídico tutelado (a vida), não seria colocado em risco,
haja vista que embora o acusado tivesse agido com dolo na prática do crime, este não se
consuma por forças alheias à sua vontade , aplicando-se no caso, em tela, o instituto do crime
impossível, nos termos do art. 17, do CP.
2.2- Do mérito:
Outrossim, Patrick agiu com a intenção de ofender a integridade física de Lauro, utilizando-se
dos meios moderados e necessários para repelir a injusta e atual agressão sofrida por sua
sobrinha.
Salienta-se que Patrick não queria matar Lauro apenas lesioná-lo, para resguardar a
integridade física de Natália, protegendo direito de terceiro, já que Lauro a agredia de maneira
relevante e exagerada por causa de ciúmes doentio.
Dos pedidos:
Com fundamento no inciso I, do art. 397, do CPP c/c com o inciso II, do art. 23, do CP, a defesa
vem requerer a este douto juízo criminal a absolvição sumária do acusado como assim restou
provado com a existência manifesta de causa de excludente de ilicitude do fato, nos termos do
art. 25, do CP.
- Maria Fulana de Tal, brasileira, divorciada, do lar, RG nº xxxxxx, residente e domiciliada à Rua
xxxxx, nº x, Bairro xxx, Juiz de Fora-MG;
- Natália Beltrana de Tal, brasileira, solteira, estudante, RG nº xxxxx, residente e domiciliada à
Rua xxxxxxxxx, nº xx, Bairro xxxxxx, Juiz de Fora;
- José Ciclano de Tal, brasileiro, casado, pedreiro, RG nº xxxxxx, residente e domiciliado à Rua
xxx, nº x, Bairro xxxxxx, Juiz de Fora-MG;
Nestes termos,
Local, data.
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Advogado
OAB XX nº xxxxxxxxxxxx