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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE QUIPROCO/

Processo nº:

Gadiel, já qualificado nos autos do processo, que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA, vem,
por intermédio de seu advogado que este subscreve, à presença de Vossa Excelência, não se
conformando com a Respeitável Sentença, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fulcro no
artigo 593, inciso I, do CPP.

Diante do exposto, com fulcro no artigo 600, parágrafo 4º do Código de Processo Penal,
requer a remessa dos autos ao Tribunal de Justiça do Estado de, onde serão apresentadas as razões.

Nesses termos,

Pede Deferimento.

QUIPROCO/, (data)

Advogado OAB
Razões do Recurso de Apelação

Processo nº:

Apelante: GADIEL

Apelado: JUSTIÇA PÚBLICA

Tribunal de Justiça do Estado de

Presidente da Câmara

Doutor Procurador de Justiça

Embora o notável saber jurídico do (a) Meritíssimo (a) Juiz (a), a respeitável sentença que condenou
como incurso nas penas do artigo 33, da lei 11.343/2006 e do artigo 16 da lei 10.826/03, merece
reforma, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I- DOS FATOS

Gadiel foi denunciado pela prática de roubo qualificado em decorrência do emprego de arma de
fogo. Na fase de inquérito policial, Gadiel foi reconhecido pela vítima. Tal reconhecimento se deu
quando a referida vítima olhou através de um pequeno orifício da porta de uma sala onde se
encontrava apenas o réu. Já em sede de instrução criminal, nem a vitima nem as testemunhas
afirmaram ter escutado qualquer disparo de arma de fogo, mas foram unicas no sentido de assegurar
que o assaltante portava uma. Os policiais afirmaram em juízo que, após escutarem gritos de pega
ladrão, viram o réu correndo e foram em seu encalço. Afirmaram que, durante a perseguição, o
acusado jogou um objeto no córrego que passava próximo ao local dos fatos, que acreditavam ser a
arma de fogo utilizada. O réu, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio.

II- DO DIREITO

Reconhecimento da vítima vem previsto no – Art. 226 a 228 do CPP, porém deve ser
desconsiderado, pois os policiais, não seguiram os protocolos de reconhecimento não foi seguido,
como está no art. 226 a 228 do CPP.

As oitivas confirmaram o uso de arma de fogo, mas não o seu disparo, e a mesma não foi achada ou
periciada. Não há como condenar o apelante em provas meramente circunstâncias, haja vista o
frágil conjunto de provas ser insuficiente para se inferir se houve violência e emprego de arma de
fogo.

Para incidir a qualificadora do crime de roubo, é preciso o exame de corpo de delito direto, para fins
da verificação da potencialidade lesiva da arma, sob pena de ofensa aos art. 158 do CPP. Entretanto
para os fatos imputados, o corpo é a prova, não podendo justificar qualquer conclusão em desfavor
do acusado, sob pena de ofensa ao princípio da certeza da condenação, art. 386, VI do CPP.
O fato do apelante se manter em silêncio faz parte do seu regular exercício de ampla defesa e de não
autoincriminar-se do Art 186, § unico, e 198 do CPP, não podendo ser tomado em seu desfavor, sob
qualquer hipótese.

Diante dos fatos e do direito apresentado não restou prova do que o apelante cometeu o crime com
emprego de arma de fogo, haja vista a fragilidade do conjunto de provas. De outra sorte, não houve
violência, devidamente provada nos autos, pois temos unicamente a oitiva da vítima para fazer
restar provados os fatos. No mesmo sentido, o uso de arma de fogo, somente será provado por
exame de corpo de delito direto, deve ser tomado o roubo pela forma simples, configurando grave
ameaça.

III- DOS PEDIDOS

Venho muito respeitosamente, diante deste Egrégia e Justa Corte de Recursal, pedir em favor do
acusado que:

a) Seja desentranhada do processo o reconhecimento do acusado, fazendo cessar toda interpretação


em desfavor ao acusado;

b)Seja afastada a imputação ao acusado de uso de arma de fogo, não teve provas suficientes.

c)Caso subsista alguma acusação, que seja analisada o crime de furto qualificado, para furto simples
do artigo 155 do CP;

d)Caso subsista alguma condenação sendo-lhe imputado crime de furto, seja o mesmo cominado
com a pena-base no mínimo legal, a pena reclusiva inferior a 04 anos, fazê-lo cumpri em regime
aberto.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Quiproco/, data

Advogado OAB

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