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DOUTO JUIZO DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

PETROLINA-PERNAMBUCO

Autos nº:

TICIO LIMA, já devidamente qualificado nos autos, por conduto de seu Advogado, vem à
presença de Vossa Excelência, irresignado com a sentença de Fls...., interpor RECURSO DE
APELAÇÃO, nos termos do art. 593, I ou II, do CPP.

Com o recebimento do presente recurso (com suas razões já inclusas), ouça-se o Ministério
Público e digne-se Vossa Excelência em remeter os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de Pernambuco, para seu julgamento.

Nestes termos, pede deferimento.

Petrolina, 02 de dezembro de 2022.

LETICIA DA SILVA BRITO / OAB-PE 21.594

MARYANNA

Rua Riachuelo, n. 264, Centro, Petrolina/PE, CEP 56.308-270


E-mail: letíciaemaryana.adv@gmail.com
Tel.: (87) 9 8841-3304
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
COLENDA CÂMARA
EMÉRITOS JULGADORES
DOUTO RELATOR

APELANTE: TICIO LIMA


APELADO:

Autos de origem nº: (3ª Vara criminal da Comarca de Petrolina – PE.)

Trata-se de um recurso de apelação contra sentença que condenou o reu a pena de 10 anos de
reclusão com regime inicial fechado pelo crime de tentativa de latrocionio.

I – DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO

A intimação da sentença ocorreu no dia 26 de novembro de 2022, (sabado). Desse modo,


contar-se –a o prazo a partir da segunda 28 de novembro,ocasionando o termo final para a
propositiura da interposição no dia 02 de dezembro de 2022 (sexta- feira), em razão do prazo
desta ser de 5 dias. Com relação as razões recursais que possui prazo de 8 dias, o termo final
deu-se em 05 de dezembro de 2022 (segunda- feira). Assim, resta-se tempestivo, com base
nos artigo 593 do CPP.

I – DOS FATOS
O apelante foi preso pelos policiais em “flagrante delito” pela pratica de tentatica de
latrocineo. A autoridade policial representou pela prisão temporaria e o juiz de direito da 2ª
Vara criminal de Petrolina a decretou. O Ministerio Publico denunciou e o processo foi
distribuido a 3º Vara Criminal de Petrolina, a qual sentenciou o apelante a 10 anos de reclusão
em regime inicial fechado pelo crime de tentativa de latrocinio. Na fase do inquerito policial o
vitima negou-se a ver o apelante impossibilitando procedimento eficaz do reconhecimento,
apenas indicando caracteristicas fisicas do agente que praticou o delito. O oficial de justiça
não citou o apelante nos ditames da lei processual, esta nulidade foi arguida mas o juiz não
acatou sob o argumento que não ensejou prejuizo a defesa.
Na defesa preliminar foi alegado incompetencia do juizo, mas foi rejeitada ao
argumento de que não houve violação à distribuição da ação penal. Na audiencia de instrução e
julgamento a vitima e as testemunhas ao observarem o acusado retificaram o depoimento,
mostrando-se incertas quanto a autoria delitiva. Ademais, os policiais informaram na audiencia
que somente perseguiram e prenderam em “flagrante delito” o apelante, pois ouviram gritos da
vitima e do populares e acharam que o culpado fosse o apelante. O Apelante mostrando-se
temoroso e abalado confessou o crime. O juiz sentenciou com base na confissão apelante, na
reincidencia e nos maus antecedentes do apelante.

II DO DIREITO

1. PRELIMIRNAMENTE
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DA AUSENCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA
No caso dos autos inexiste materialidade suficiente para dar continuidade a esta ação
penal, na medida em que inexistem provas que acautelem a condenação do apelante ao delito.
Os autos do processo não possuem o laudo pericial (art 175 CPP) a cerca do que foi utilizado
para causar a lesão do delito de latrocínio e tão pouco fora realizado o exame de corpo de delito
(art. 167 CPP) para auferir esta lesão.
Desse modo, a construção da sentença é fundada na confissão do réu na audiência de
instrução e julgamento e do histórico de maus antecedentes e reincidência do apelante.
Contudo, conforme o art. 197 do CPP, a confissão somente deverá ser utilizada para
confrontar com os outros meios de provas, e nesse sentido, tanto a vitima quanto as testemunhas
e os policias mostram-se incertos quanto a autoria de TICIO perante o delito, tento que eles,
inclusive, retificado os seus respectivos depoimentos.
Referente a fundamentação do douto juiz ser pautada na reincidencia e maus antecentes
torna-se invalida e nula, visto que estes apenas servem como parametro para dosimetria da pena
e não para condenar o acusado, assim, pelo exposto a nulidade da sentença pels termos do art.
564, V, CPP. Assim sendo, por inexistirem indícios contundentes da autoria e materialidade,
assim como de fundamentação da sentença, requer-se absolvição por falta de lastro probatório
mínimo, conforme 197 c/ 564, III, b e V, todos do CPP.

2. DO MERITO

DA AUSENCIA DE AUTORIA E MATERIALIDADE

Na fase da audiencia de instrução, tanto a vitima do delito quanto as testemunhas


quedaram-se incertos quanto a autoria do fato ser do Apelante, isto pois, conforme a narrativa
dada pelas partes, após a ocorrencia do fato delituoso estas só vinheram a perceber o Apelante
na audiencia de instrução,ocasião a qual notaram que o apelante possa não ser o autor do
delito, o que causou a ratificação do depoimento feito por estas.

No tocante aos policiais estes realizaram o flagrante improprio ou seja, fizeram a


perseguição, logo apos a ocorrencia do crime, enquadrando o sujeito que na situação
aparentava ser o autor do delito. Pela sintese narrada, embora tenham prendido o Apelante
logo “após o delito”, não fora encontrado e nem discutido qual meio foi usado para a pratica
do ato, eivando o ato em insuficiencia probatoria, pois não fora encontrado/relatado dos autos
o meio usado para o cometimento do latrocinio (art. 175 CPP) e tão pouco há alguma
descrição sobre a feitura de exame de corpo de delito(art. 167, CPP).

Percebe-se que o depoimento das partes são identicos no que tange a afirmação da
incerteza do apelante ser o agente do delito. Nesse sentido, segundo o principio da presunção
de inocencia do in dubio pro reu, a qual apreciam que não havendo uma robusta certeza a
respeito da autoria e da materialidade, na duvida, absolve o reu. Assim, com base nestes
principios e no atigo 386, II, V e VII, requer-se a absolvição

DA DESCLASSIFICAÇÃO DE LATROCINIO TENTADO

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A figura típica da tentativa de latrocínio se configura quando há dolo de subtrair e dolo
de matar, sendo que o resultado morte somente não ocorre por circunstâncias alheias à
vontade do agente. Nesse caso, o resultado morte não ocorreu devido as circusntancias
alheias visto que ao que consta nos autos não fora nem o policias, os populares ou outro fator
que impediram o resultado morte. Em razão disso,subsidiariamente, pede-se a desclassificação
para tentativa de roubo ou furto.

DO DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE

A condenação exige certeza absoluta, fundada em provas objetivas indiscutíveis, o que


não ocorreu no caso em tela. Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência (
art.5º, inc.LVII) , pela qual não há condenação sem a real comprovação da autoria e da
materialidade do fato, requer pelo direito de recorrer em liberdade.

DA PENA
O regime de comprimento da pena determinado pelo julgador foi muito danoso ao
apelante, visto que nos termos no art. 387, §2º, CPP deve abater o periodo em prisão
provisoria do montante da pena. Requer-se a diminuição neste ditame e a reavaliação da pena
visto não haver lastro probatorio minimo para caracterizar a delito

III - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:


a) O conhecimento e o total provimento do recurso de apelação
b) A absolvição com base no art. 386, II, V e VI do CPP e nos principios
constitucionais de presunção de inocencia e in dubio pro reu.
c) A nulidade da sentença nos termos dos artigos 197 c/ 564, III, b e V, todos
do CPP, por falta de fundamentação da sentença e de lastro probatório de autoria e
materialidade que ensejasse na condenação do apelante.
d) Não sendo concedida a absolvição e nem dada a nulidade da sentença, pede-se
subsidiariamente, a desclassificação do delito de latrocínio tentado para tentativa
de roubo ou furto e a diminuição e revisão do quantum condenatório com base no
art. 387, §2º, CPP e na avaliação do caso concreto.
e) O direito de recorrer em liberdade in verbis do art. 5º inc. LVII da Constituição
Federal

Termos em que pede deferimento.

Petrolina/PE, 05 de dezembro de 2022.

LETICIA DA SILVA BRITO / OAB-PE 21.594


MARYANNA

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