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PETROLINA-PERNAMBUCO
Autos nº:
TICIO LIMA, já devidamente qualificado nos autos, por conduto de seu Advogado, vem à
presença de Vossa Excelência, irresignado com a sentença de Fls...., interpor RECURSO DE
APELAÇÃO, nos termos do art. 593, I ou II, do CPP.
Com o recebimento do presente recurso (com suas razões já inclusas), ouça-se o Ministério
Público e digne-se Vossa Excelência em remeter os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de Pernambuco, para seu julgamento.
MARYANNA
Trata-se de um recurso de apelação contra sentença que condenou o reu a pena de 10 anos de
reclusão com regime inicial fechado pelo crime de tentativa de latrocionio.
I – DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO
I – DOS FATOS
O apelante foi preso pelos policiais em “flagrante delito” pela pratica de tentatica de
latrocineo. A autoridade policial representou pela prisão temporaria e o juiz de direito da 2ª
Vara criminal de Petrolina a decretou. O Ministerio Publico denunciou e o processo foi
distribuido a 3º Vara Criminal de Petrolina, a qual sentenciou o apelante a 10 anos de reclusão
em regime inicial fechado pelo crime de tentativa de latrocinio. Na fase do inquerito policial o
vitima negou-se a ver o apelante impossibilitando procedimento eficaz do reconhecimento,
apenas indicando caracteristicas fisicas do agente que praticou o delito. O oficial de justiça
não citou o apelante nos ditames da lei processual, esta nulidade foi arguida mas o juiz não
acatou sob o argumento que não ensejou prejuizo a defesa.
Na defesa preliminar foi alegado incompetencia do juizo, mas foi rejeitada ao
argumento de que não houve violação à distribuição da ação penal. Na audiencia de instrução e
julgamento a vitima e as testemunhas ao observarem o acusado retificaram o depoimento,
mostrando-se incertas quanto a autoria delitiva. Ademais, os policiais informaram na audiencia
que somente perseguiram e prenderam em “flagrante delito” o apelante, pois ouviram gritos da
vitima e do populares e acharam que o culpado fosse o apelante. O Apelante mostrando-se
temoroso e abalado confessou o crime. O juiz sentenciou com base na confissão apelante, na
reincidencia e nos maus antecedentes do apelante.
II DO DIREITO
1. PRELIMIRNAMENTE
Rua Riachuelo, n. 264, Centro, Petrolina/PE, CEP 56.308-270
E-mail: letíciaemaryana.adv@gmail.com
Tel.: (87) 9 8841-3304
DA AUSENCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA
No caso dos autos inexiste materialidade suficiente para dar continuidade a esta ação
penal, na medida em que inexistem provas que acautelem a condenação do apelante ao delito.
Os autos do processo não possuem o laudo pericial (art 175 CPP) a cerca do que foi utilizado
para causar a lesão do delito de latrocínio e tão pouco fora realizado o exame de corpo de delito
(art. 167 CPP) para auferir esta lesão.
Desse modo, a construção da sentença é fundada na confissão do réu na audiência de
instrução e julgamento e do histórico de maus antecedentes e reincidência do apelante.
Contudo, conforme o art. 197 do CPP, a confissão somente deverá ser utilizada para
confrontar com os outros meios de provas, e nesse sentido, tanto a vitima quanto as testemunhas
e os policias mostram-se incertos quanto a autoria de TICIO perante o delito, tento que eles,
inclusive, retificado os seus respectivos depoimentos.
Referente a fundamentação do douto juiz ser pautada na reincidencia e maus antecentes
torna-se invalida e nula, visto que estes apenas servem como parametro para dosimetria da pena
e não para condenar o acusado, assim, pelo exposto a nulidade da sentença pels termos do art.
564, V, CPP. Assim sendo, por inexistirem indícios contundentes da autoria e materialidade,
assim como de fundamentação da sentença, requer-se absolvição por falta de lastro probatório
mínimo, conforme 197 c/ 564, III, b e V, todos do CPP.
2. DO MERITO
Percebe-se que o depoimento das partes são identicos no que tange a afirmação da
incerteza do apelante ser o agente do delito. Nesse sentido, segundo o principio da presunção
de inocencia do in dubio pro reu, a qual apreciam que não havendo uma robusta certeza a
respeito da autoria e da materialidade, na duvida, absolve o reu. Assim, com base nestes
principios e no atigo 386, II, V e VII, requer-se a absolvição
DA PENA
O regime de comprimento da pena determinado pelo julgador foi muito danoso ao
apelante, visto que nos termos no art. 387, §2º, CPP deve abater o periodo em prisão
provisoria do montante da pena. Requer-se a diminuição neste ditame e a reavaliação da pena
visto não haver lastro probatorio minimo para caracterizar a delito