Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Área: CRIMINAL
Autos:
2. DO MÉRITO
2.1 DA INSTRUÇÃO
A inicial acusatória postulada pelo Parquet foi recebida nas fls.19, neste ato, foi
vedado a possibilidade de aplicação da suspensão condicional do processo,
bem como foi citado a ré, para que apresentasse resposta à acusação no prazo
adequado.
A acusada foi citada, porém não constituiu defensor no prazo estipulado, então
os autos do processo foram encaminhados à essa Defensoria Pública da
União, para garantir a plenitude de defesa da parte.
O Código de Processo Penal estabelece no Art. 400, com clareza o rito que
deve ser observado no que tange a audiência de instrução e julgamento, pois
estabelece que será procedida a tomada de declarações do ofendido, à
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, assim
como os esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
Ademais, de análise do referido artigo, pode-se notar que o acusado é sempre o último
a dar esclarecimentos a autoridade judiciária, pois isso garante que a defesa pessoal
contra fatos arguidos por quaisquer uma das testemunhas poderá ser amplamente
contemplada, não gerando quaisquer prejuízos a defesa.
A Carta Magna do Brasil é categórica em estabelecer no seu Art. 5° LVII que nenhum
cidadão deverá ser considerado culpado antes do trânsito em julgado de sentença
penal condenatória, essa afirmação consagra para todos os brasileiros a presunção de
inocência.
Isto posto, à defesa técnica da parte ré é categórica em afirmar que, não há conteúdo
probatório e fático suficiente para ensejar uma condenação da ré ROZELI. Isso porque
por mais que haja diferenças entre os depoimentos das testemunhas, nenhum deles
afirma que a acusada teria acesso ao sistema eletrônico do Hospital, que é onde
efetivamente se concretiza o relato das horas trabalhadas.
O que houve no caso foi um entendimento equivocado da parte ré, no sentido de que
não poderia validar as horas em que estava de sobreaviso. Porém, em nenhum
momento foi notificada de como proceder corretamente.
A doutrina nacional preconiza que para que se constitua crime necessita-se de uma
conduta típica, ilícita e culpável. Estabelece também que só existirá crime culposo
quando a legislação previr.
Portanto, mesmo que haja conteúdo probatório que vá no sentido de uma conduta
ilegal pela ré ROZELI, não temos parte integrante e fundamental das características
que constituem um crime, sendo este o dolo. Ou seja, temos um caso em que é
necessária a aplicação do disposto no Art. 386, VI do Código de Processo Penal,
3. PEDIDOS
Nestes termos
Pede deferimento
Fabiano D’Amico
Guilherme Kleinke
Jefferson Martins
Lenon Kleina