EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE _______ – ____.
JOSÉ, já qualificado nos autos, por meio de sua advogada, conforme
procuração em anexo, vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, apresentar MEMORIAIS, na forma do Art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas.
I. DOS FATOS
Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o ora acusado foi
denunciado de violar o artigo 288, parágrafo único, em combinação com o artigo 157, §2º, incisos I e II do Código Penal. A acusação alega que ele estava associado com A, B e C, com o propósito de cometer roubos de veículos mediante uso de armas. Conforme a denúncia, a participação do acusado consistia em encorajar os autores materiais do crime a cometer os delitos, garantindo-lhes que, devido à sua atuação profissional, seria capaz de livrá-los de possíveis prisões ou condenações.
O promotor de justiça requereu a sua prisão preventiva para garantia da
ordem pública, argumentando que os crimes de roubo, na atualidade, causam grande insegurança social e que o acusado, na sua condição de advogado, não poderia agir de forma a incentivar a prática de tais delitos.
Em conclusão, o Juiz decretou à prisão preventiva do acusado, onde este foi
preso e colocado em cela comum com outros presos provisórios, apesar da condição de advogado.
II. INÉPCIA DA DENÚNCIA
Ora excelência, o artigo 41 do Código de Processo Penal, esclarece que a
denúncia deverá apresentar o fato da infração de maneira completa, com todas as suas denúncias e individualização das condutas do agente. Contudo, a peça acusatória em questão não cumpre com o mínimo necessário para justificar a responsabilização do acusado na suposta associação criminosa. A peça acusatória alega que o acusado instigou a prática dos crimes, utilizando de sua atuação profissional para garantir a impunidade. Contudo, durante a instrução, não foram obtidas provas que comprovem essa alegação. A falta de elementos concretos que vinculem diretamente o acusado aos delitos imputados evidência a inépcia da denúncia.
III. ILEGALIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA
Com relação a prisão preventiva imposta ao acusado, a defesa ressalta a
irregularidade do encarceramento. Apesar do respeito às decisões judiciais, é importante salientar a ausência de fundamentação legal na decisão que decretou a prisão do acusado.
Ocorre, vossa excelência, que a decisão em questão apenas se limitou a
reproduzir os argumentos ministeriais, violando o disposto no Art. 315 do CPP que exige a presença de fundamentos concretos e específicos para a decretação da prisão preventiva.
Ademais, a prisão preventiva exige elementos que comprovem a
materialidade e a autoria do crime, bem como justificativas concretas para a necessidade da medida, portanto, a ausência dos requisitos entabulados no artigo 312 do Código de Processo Penal tornam a prisão preventiva ilegal.
Além disso, destaca-se a violação do direito do acusado, que, por sua
condição de advogado, deveria ser resguardado conforme previsto no artigo 7º, inciso V, do Estatuto da OAB, sendo indevida a sua custódia em cela comum.
IV. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência
a) A ABSOLVIÇÃO DO ACUSADO, perante ausência de provas suficientes
para motivar a condenação, nos termos do artigo 386, incisos V e VII, do Código de Processo Penal;
b) A REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, nos termos do art. 316 do
CPP, tendo em vista a ausência de fundamentos que a justifiquem, com a expedição do alvará de soltura, caso vossa excelência não atenda o pedido anterior, requer subsidiariamente, a transferência do acusado para cela especial, em respeito ao direito previsto no artigo 7º, inciso V, do Estatuto da OAB. Nestes termos,