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Processo n° ....
RECURSO DE APELAÇÃO
Termos em que,
ADVOGADO(A)
OAB
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
EGRÉGIO TRIBUNAL
EMINENTES DESEMBARGADORES
I – DOS FATOS
Segundo consta da Inicial acusatória, os denunciados, sobre a liderança
do Acusado José Percival da Silva (“Zé da Farmácia”, Presidente da Câmara
dos Vereadores de liderança política do Município), valendo-se da qualidade de
Vereadores do Município, se associaram em unidade de desígnios, com o fim
específico de cometer crimes.
E, dentro deste propósito, no dia 3 de fevereiro de 2018, na sede da
Câmara dos Vereadores desta Comarca, durante uma reunião da Comissão de
Finanças e Contratos da Câmara, teriam exigido do Sr. Paulo Matos,
empresário sócio de uma empresa interessada em participar das contratações
a serem realizadas pela Câmara de Vereadores, o pagamento de R$
100.000.00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar de um
procedimento licitatório que estava agendado para o dia seguinte.
Por este motivo, os réus foram denunciados pela suposta prática dos
delitos previstos nos artigos 288 e 317, na forma do artigo 69, do Código Penal.
Entretanto, a denúncia foi recebida apenas em relação ao crime do
artigo 317 do CP. Uma vez finalizada a instrução, que transcorreu dentro da
normalidade, o MM juiz a quo proferiu a sentença não acatando nenhuma das
teses defensivas e julgando procedente a denúncia, para condenar o
Recorrente, apenas de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, expondo
um breve resumo dos fatos.
II – DO MÉRITO: DA ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE DA CONDUTA
DO RECORRENTE – ARTIGO 386, III DO CPP
Conforme se extrai dos Autos, o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará,
de maneira unânime, concedeu ordem de Habeas Corpus em favor do
Apelante, relaxando sua prisão, por concordar com a tese que o flagrante foi
preparado.
Flagrante preparado que ocorre quando há uma indução, um estímulo,
uma participação fundamental das autoridades estatais para que a situação
fática causadora da prisão exista Isto é, quando a gente, por meio de uma
cilada, uma encenação teatral é impedido a prática de um delito por um agente
provocador, normalmente um policial ou alguém sob sua orientação.
Por estar inteiramente sobre o controle das autoridades que, inclusive
foram determinantes para a existência da situação fática, considera-se que o
agente não possui qualquer chance de êxito em sua empreitada criminosa, já
que em momento algum o bem jurídico tutelado e colocado em risco. Deste
modo, aplica-se a regra do crime impossível prevista no artigo 17 do Código
Penal.
Art.17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Prova disso é o comando existente na Súmula 145 do STF.
V – DOS PEDIDOS
Ante todo exposto, requer que seja o Réu absolvido em razão da
atipicidade da conduta, ou, ainda, tendo em vista não restar comprovado ter ele
concorrido para a infração penal, nos termos da súmula 145 do STF, bem
como conforme o artigo 386, inc. IV do CPP c/c os itens II e III destas
alegações.
Ainda no mérito, requer seja reformulada a pena aplicada ao Recorrente,
de modo a fixar a pena-base no mínimo legal, isto é, 02 (dois) anos de
reclusão. A fundamentação e a base legal para o pedido se encontram no item
4 desta peça.
Nestes termos,
Pede deferimento.
ADVOGADO (A)
OAB