Você está na página 1de 6

Ao doutor Desembargador-presidente (ou 2º Vice-Presidente) Do Egrégio Tribunal De Justiça

do Estado de ...

Impetrante: ...

Paciente: ...

Autoridade Coatora: ...

Impetrante, (Estado civil), portador da carteira de identidade nº ..., inscrito no CPF nº...,
advogado inscrito na OAB/RJ sob o número ..., Domiciliado e residente a ..., vem,
respeitosamente, perante uma das Câmaras desse Egrégio Tribunal, com fundamento no
artigo 5º, LXVIII, CRFB/88 c/c art. 647 do Código de Processo Civil, impetrar ordem de

Habeas Corpus com pedido de tutela provisória de urgência

Em favor de Michael da Silva, Brasileiro, residente e domiciliado à rua ..., o qual encontra-se
recolhido em ..., pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 16, p.u, IV da lei
10.826/03 e artigo 28 da lei 11.343/06, tendo como autoridade coatora o juízo da 22 ª Vara
Criminal da Comarca da Capital, no processo/inquérito nº ..., pelos fatos e fundamentos que se seguem

1 – DOS FATOS

O paciente encontra-se preso desde o dia 10 de julho de 2016, sob o fundamento de um suposto crime
que teria praticado, através da notícia de crime realizada pela sua esposa no dia ...,

Tendo sido conduzido à Delegacia de Policia para a apuração do fato, a autoridade competente lavrou o
Auto de Prisão em flagrante pela posse de arma de fogo com numeração raspada e pelo uso de
substância entorpecente.

Sendo assim, as razões a seguir evidenciarão que a prisão do paciente é ilegal, eis que o presente
Habeas Corpus se coloca em virtude de sustar seus efeitos.

2 – DOS FUNDAMENTOS

2.1 Da ausência de Fumus Comissi Delicti

Como exposto, o fundamento que ensejou a segregação do paciente, sendo este preso em flagrante
delito, carece de pilares legítimos para a sua sustentação até o presente momento, visto que não há
documentos ou provas perenes que ensejam a veracidade dos fatos noticiados. Ademais, há no
presente feito somente a palavra de Angelina, esposa do Paciente e dos policiais, não constando mais
nenhum outro meio de prova que comprove ou reforce a legitimidade da prisão. Portanto, é inviável
podemos condicionar e manter a segregação da liberdade do paciente somente pelas palavras dos
policiais e da esposa deste.

2.2 Do princípio da homogeneidade das cautelares e ausência de proporcionalidade.

Sabe-se que o paciente está preso e que supostamente cometeu os crimes descritos acima, entretanto,
é imperioso ressaltar que a eventual condenação do paciente não o conduziria a um regime que o
privaria de sua liberdade, razão pela qual a manutenção da prisão ofende o princípio da
proporcionalidade, segundo o qual, em sua síntese, não seria justo fazer a restrição dos direitos
individuais de um indivíduo sem uma justificativa plausível e que não fosse relevante à sociedade.

Nesse sentido, reputa-se que, mesmo que condenado, as penas não seriam capazes de colocarem o
paciente em regime fechado, tendo que cumprir sua pena em liberdade, retirando a lógica de
permanecer recluso. Em relação à posse da arma de fogo, sequer há perícia técnica que argumente no
sentido da mesma ser utilizada pelo paciente, nem mesmo há fatos que comprovem seu uso no dia do
fato. Diante disso, é nítida ausência dos pressupostos que fundamentem no sentido de que a prisão
deve ser mantida.

2.3 Da ausência de periculum libertatis

O paciente é réu primário, não tendo praticado nenhum crime durante sua vida e vem sendo acusado
injustamente pela prática dos crimes supracitados. Vale ressaltar que o mesmo não possui nenhum
histórico de violência e de crimes, não ofertando perigo nenhum para a sociedade caso esteja em pleno
gozo de sua liberdade. Muito embora encontre-se preso, o paciente está sendo privado de sua liberdade
sem que haja pressupostos validos para tanto, nem ao menos os da prisão preventiva para que o
paciente seja mantido em cárcere.

2.4 Da violação ao princípio da motivação


Recurso de apelação

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara criminal da comarca de ...

Processo nº: ...

..., apelante, Já qualificado nos autos em epigrafe, por meio de seu advogado infra-assinado, vem,
respeitosamente à presença de V. Exa., com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal,
interpor

Recurso de Apelação

Contra a r. sentença de fls ..., requerendo, de antemão, que o presente seja recebido consoante sua
tempestividade, para ser apreciado e processado pelo Egrégio Tribunal de Justiça de ..., para que dele
conheça, concedendo-lhe provimento.

Nestes termos,

Pede deferimento

Local e data ...

Advogado OAB/UFF
Razões do recurso de Apelação

Processo nº: ...

Apelante:

Apelado:

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Nobres Julgadores,

I- SÍNTESE DOS FATOS

No dia..., o apelante se envolveu em uma briga com Leônidas Malta quando estava na saída da
boate The Nigth e, após a confusão e da briga, Leônidas veio a óbito no local.

O apelante figurou como réu no processo nº..., que ensejou o manejo deste presente recurso, que
tramitou na comarca de ..., passadas todas as fases do processo, no dia do julgamento, o apelante
optou por exercer seu direito ao silencio, por vontade própria, sem qualquer interesse no resultado
do julgamento em seu favor ou desfavor, direito garantido pela Carta Magna de 1988, em seu artigo
5º, inciso LXIII.

Diante de tal circunstancia, o Membro do Ministério Público, ao proferir sua sustentação oral, dada
sua oportunidade, alegou para os jurados que lá estavam presentes que o réu, ora apelante, por ter
se mantido em silencio durante o interrogatório, induzia a imputação de ser culpado pela morte da
vítima, alegando que o apelante não possuía argumentos para fundamentar sua própria defesa, não
satisfeito com tais afirmações, ainda fez o uso de um ditado popular, o qual diz “quem cala,
consente”.

Em razão disso, o apelante foi condenado pelo conselho de sentença e o juiz que presidia o júri
aplicou a pena máxima prevista no artigo 121 §2º, II, do código penal, em 15 anos, qualificando o
homicídio por motivo fútil, com regime inicial fechado.

Portanto, tem-se por certo que a r. sentença prolatada não foi concedida de maneira cordial com o
apelante, razão que lhe moveu a ingressar com o recurso em questão.

II- NULIDADE DA SENTENÇA

Diante dos fatos, vê-se, inicialmente, que a r. sentença foi motivada pelo argumento do Membro do
Parquet, em sua alegação de que o réu, ora apelante, deveria ser considerado culpado pelo crime
somente pelo motivo de ter permanecido em silencio durante o interrogatório, ocorrendo na
condenação em pena máxima.

Contudo, tal argumento não merecia prosperar, tampouco é cabível a sua manutenção para aplicar a
pena máxima ao apelante, haja vista que o silêncio pode ser exercido por todos, como direito
constitucional previsto no artigo 5º, LXIII da CRFB, razão pela qual a sentença merece ser revista e a
condenação é passível de anulação, como expressamente previsto no artigo 593, III, A. do Código de
Processo Penal, que elenca a possibilidade de interpor recurso de apelação em face de decisão do
Tribunal do Juri.

Nesse sentido, é de suma importância destacar o artigo 478, II do CPP, que expressamente não permite
que as partes não podem fazer referência ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por
falta de requerimento, em seu prejuízo, atos pelos quais, se forem praticados estão sob pena de
nulidade.

Dessa forma, restou evidente que a r. sentença está eivada de nulidade, como demonstram os
dispositivos do Código de Processo Penal, não podendo ser mantida e devendo ser revista por este
Egrégio Tribunal, havendo necessidade de ser feito um novo plenário para que novo julgamento seja
feito, ao qual sejam apurados os fatos de maneira com que o apelante seja julgado com argumentos
válidos e legítimos, não dando espaço para interpretações que não estão em conformidade com a lei,
como desrespeitado o direito constitucional de exercer o silêncio.

III- DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, interposto de forma tempestiva e em
conformidade com o artigo 593, inciso I, para reformar a sentença ora atacada no seguinte sentido:

1- Requer seja acolhida a nulidade da condenação imposta sob pena máxima com base em
argumentos em desacordo com a Constituição Federal e o Código de Processo Penal.

2- Requer seja realizado um novo julgamento com a instituição de novo plenário para que o caso
em questão seja apurado, respeitando a legislação e revendo a necessidade de manter uma
condenação em pena máxima para um crime que não atesta condições severas de gravidade,
dado o contexto dos fatos.

3- Seja apurada a responsabilidade do membro do Ministério Público que em suas palavras


induziu os jurados à inobservância do direito ao silêncio do acusado, sendo certo que o mesmo
era de seu conhecimento.

Nestes termos,

Pede deferimento

Local e data

Advogado

OAB/UFF

Você também pode gostar