Você está na página 1de 4

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA DO TRIBUNAL

DO JÚRI DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP

Processo-crime nº ...

RODRIGO, já qualificado nos autos do processo criminal em


epígrafe que lhe move o Ministério Público, por seu advogado que esta subscreve, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor:

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Desde já, requer o recorrente com fulcro no artigo 581, IV, do


Código de Processo Penal, não se conformando com a respeitável decisão de fls. __, que o
presente instrumento seja recebido, com a consequente remessa à instância superior, na
hipótese de V. Exa. Não retratar-se, conforme art. 589 do Código de Processo Penal.

Nestes termos, pede deferimento.

Local..., 12 de abril de 2021.

Advogado(a)...

OAB/..., n° ...
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DO JURI DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Processo-crime nº ...

Requerente: Rodrigo

Recorrido: Ministério Público

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

Eméritos Julgadores,

Em que pese o irrefutável saber jurídico do Juízo “a quo”, atuam


para reforma da respeitável sentença que pronunciou o Recorrente, assim, não merecendo
prosperar pelas razões a seguir expostas:

1 – DOS FATOS

Diante dos fatos narrados nos autos deste processo, o


Recorrente foi denunciado e pronunciado pela imputação do crime de homicídio culposo, base
no artigo 121, § 4º, do Código Penal ao ter desferido um soco na barriga da vítima, além de
ter lhe dado um empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima de uma garrafa de vidro
que o mesmo segurava. O corte gerado foi a causa eficiente da morte da vítima.

No entanto, não merece amparo a decisão de pronúncia


proferidas pelas razões de direito e mérito a seguir.

2 – DO DIREITO

A) DA DECISÃO DE PRONÚNCIA

Consta nos autos que o Recorrente ingeriu sem o próprio


conhecimento, substâncias entorpecentes que foram colocadas dentro de sua bebida,
causando-lhe embriaguez completa, assim, em razão de seu estado físico e mental, sem
motivação, teria desferido o soco na barriga da vítima, empurrando-o fazendo com que a
vítima caísse ao chão sob uma garrafa de vidro e consequentemente gerando um corte que
causou a morte da vítima.

Nos termos do artigo 413, do Código de Processo penal, elucida,


que fundamentalmente da necessidade de haver materialidade do fato, assim, a pronuncia do
magistrado ocorreu sem indícios hábeis de que o Recorrente agiu com intenção de cometer
o crime que lhe é imputado, tendo em vista sua incapacidade completa de entender o caráter
ilícito no momento dos fatos.

Neste caso, a impronúncia é completamente cabível, pelos


motivos que passa a expor:

B) DA DESCONSIDERAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO


LEGAL

Em conformidade aos fatos narrados, ficou tangível a


caracterização da desconsideração ao devido processo legal, vista que no decorrer
processual se deu nítida inobservância ao princípio ora citado e nos termos do artigo 5º, inciso
LIV e LV, da Constituição Federal.

No entanto, em manifesta quebra ao direito constitucional,


acima apontado, a Excelência, magistrado, determinou que a oitiva das testemunhas de
defesa ocorresse antes da oitiva da acusação, gerando inconformismo da defesa,
prosseguindo em contrária ao artigo 411, do Código de Processo Penal, que declara um
procedimento correto a ser seguido na oitiva das testemunhas da audiência, qual seja a
ordem: declaração do ofendido; inquirição das testemunhas da acusação, seguidas das
testemunhas de defesa, desta forma, ocorrendo a inobservância do devido processo legal.

Portanto, fica visível a inadequada inversão da ordem de oitiva


das testemunhas, demonstra a quebra do devido processo legal, razão pela qual, merece
provimento o presente pedido.

C) AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO

A disposição do artigo 93, inciso IX da Constituição Federal


afirma que "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, (...)".

Sucede que a decisão pronunciada, limitou-se a argumentar com


base na ação do Requerente no desferimento do soco e do empurrão na vítima, ignorando
todas as provas colhidas e apresentadas aos autos do processo.

No presente caso, configura nítida ilegalidade a decisão que se


resume a indicar a ação, sem indicar elementos bastantes a considerar os indícios e provas
verdadeiras.
3 – MÉRITO

A) DA ABSOLIVIÇÃO SUMÁRIA

O Requente foi pronunciado pelos fatos acima expostos, porém


no caso em tela, os fatos narrados em denúncia não coadunam com a verdade de fato, assim,
podendo ser aplicado a excludente de culpabilidade, visto que o Requerente agiu a partir da
ação de outra pessoa em inserir em sua bebida substancias entorpecentes que lhe causou
descontrole total e levando-o a cometer o ato com total incapacidade de entender o caráter
ilícito e sem o menor conhecimento de suas ações, gerando a imputabilidade penal, restando
afastada em razão da embriaguez causada por outrem.

Nestes termos, pugna-se pela absolvição sumária do acusado


ora Requerente, nos moldes do artigo 415, inciso IV, do Código de Processo Penal.

B) SUBSIDIARIMENTE

Como presente nos autos o Requerente em razão de seu estado


físico e mental, sem motivação, fato esse que não ensejava a morte da vítima em nenhuma
hipótese, ainda afirmando por seus amigos em depoimento, de que o Requerente foi
submetido a tratamento psicológico em razão dos fatos.

Da sumária absolvição, o Requerente requer ainda, a


desclassificação da conduta para o delito previsto não doloso contra a vida humana, previsto
em legislação especial a ser imputado.

4 – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer que seja desconstituída a decisão de


pronúncia, com a consequente impronúncia do acusado ora requerente, subsidiariamente, a
desclassificação da conduta para o crime de não doloso contra a vida.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Local..., 12 de abril de 2021.

Advogado(a)...

OAB/..., nº ...

Você também pode gostar