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Feira de Santana-Ba
03 de maio de 2023
AO JUÍZO DO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE SÃO
PAULO/SP
Processo nº ...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado
OAB
EGRÉRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Recorrente: ROGÉRIO
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO
Processo nº ...
I) DOS FATOS
O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de
homicídio simples consumado com causa de aumento de pena prevista na
primeira parte do Art.121, § 4º, do Código Penal. De acordo com o que consta
na denúncia, no dia 26 de dezembro de 2019, em uma boate localizada na
cidade de São Paulo, Rodrigo teria desferido um soco na barriga de João, além
de ter lhe dado um empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima da
garrafa de vidro que segurava. O corte gerado foi a causa eficiente da morte de
João, conforme consta do laudo acostado ao procedimento. Rodrigo teria sido
encaminhado por seus amigos ao hospital após os fatos, pois se mostrava
descontrolado, não tendo prestado socorro à vítima, por isso, sendo imputada a
causa de aumento da primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP.
Durante a instrução, foram ouvidas as testemunhas de defesa e
de acusação – nesta ordem – bem ainda realizado o interrogatório. Encerrada
a instrução, o Magistrado proferiu decisão pronunciando o recorrente pelo
crime de homicídio simples consumado com causa de aumento de pena
prevista na primeira parte do Art.121, § 4º, do Código Penal.
Intimado, o Ministério Público, este se manteve inerte. Rodrigo e
sua defesa técnica foram intimados da decisão em 05 de abril de 2021,
segunda-feira.
II) DO DIREITO
A) PRELIMINAR
A1) DA INVERSÃO DA ORDEM DA OITIVA DAS TESTEMUNHAS
Conforme o Art. 411 do Código de Processo Penal, é obrigatória
a oitiva das testemunhas de acusação e defesa, seguindo-se essa ordem na
audiência de instrução e julgamento. Sem embargo, o Magistrado, alegando o
atraso dos policiais que deporiam como testemunhas de acusação, decidiu
inverter essa ordem legal, começando pela oitiva das testemunhas de defesa
arroladas pelo acusado, Rodrigo. Embora a nulidade possa ser considerada
relativa, a defesa registrou sua objeção ao procedimento adotado pelo
advogado. Além disso, ficou evidente o prejuízo causado, pois a defesa não
teve a oportunidade de tomar conhecimento do conteúdo dos depoimentos das
testemunhas de acusação antes de formular suas perguntas. Com a decisão
de pronúncia, o prejuízo ficou ainda mais evidente.
B) DO MÉRITO
B1) DA EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE
Em tese, a embriaguez, seja ela culposa ou voluntária, não é
suficiente para afastar a responsabilidade penal, nos termos do Art. 28, inciso
II, do Código Penal. No entanto, o mesmo dispositivo legal, em seu parágrafo
primeiro, prevê que não há pena para o agente que, em razão de caso fortuito
ou força maior, estiver completamente embriagado e, portanto, incapaz de
compreender a natureza ilícita do fato ou determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado
OAB