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PENAL ESPECIAL
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Crimes de perigo abstrato: nesse caso, o legislador penal não toma como
pressuposto da criminalização a lesão ou o perigo concreto de lesão a determinado
bem jurídico. Na verdade, baseado em dados empíricos, o legislador seleciona
grupos ou classes de ações que geralmente levam consigo o indesejado perigo ao
bem jurídico. Há, pois, uma presunção absoluta, logo, que não admite prova em
sentido contrário, de que a prática de determinada conduta representa um risco ao
bem jurídico, sendo desnecessária, portanto, a comprovação no caso concreto de
que a conduta do agente tenha efetivamente produzido a situação de perigo que o
tipo penal visa evitar.
CRIME DE PERIGO ABSTRATO
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob
guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando
a arma de fogo estiver registrada em nome do agente.
COMPETÊNCIA PARA JULGAR
A princípio, poderia se pensar que todos os delitos previstos no Estatuto do
Desarmamento passariam a ser de competência da Justiça Federal, uma
vez que afetariam interesses de órgãos pertencentes à estrutura da União.
De acordo com o 9°, II, do Código Penal Militar, com redação dada pela Lei
n. 13.491/17, a Justiça Militar da União e dos Estados passou a ter
competência para julgar não apenas os crimes previstos no Código Penal
Militar, mas também aqueles previstos na legislação penal , quando
praticados por militar da ativa em um dos contextos ali elencados.
JUSTIÇA MILITAR
Art. 5o (LEI 10.826/03) O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o
território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no
interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de
trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou
empresa.
POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO
PERMITIDO – CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
São aquelas armas de fogo que não se prestam ao uso efetivo em caráter
permanente (Ex: Munição não é mais produzida ou modelo da arma está
fora de uso – considerada relíquia ou peça inerte)
Se tal artefato não mais se presta ao uso normal, não tem qualquer
potencialidade lesiva, revelando-se inapta, portanto, a trazer perigo ao
bem jurídico tutelado (segurança e paz públicas) (LIMA, 2021, P. 434)
QUESTÕES CONTROVERSAS
ARMA DESMONTADA
1) Comum;
2) Material;
3) De forma livre;
4) Comissivo;
5) Instantâneo;
6) Unissubjetivo ;
7) Unissubsistente ou plurissubsistente , a depender do
mecanismo usado pelo agente
POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE
FOGO DE USO RESTRITO
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido
ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro
sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a
criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou
explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de
reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO
RESTRITO – MAIOR PODER DE LESIVIDADE
O Decreto n. 9.847/19 define arma de fogo de uso restrito em seu art. 2°, inciso
II, nos seguintes termos: "II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo
automáticas e as semiautomáticas ou de repetição que sejam: a) não portáteis;
b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na
saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou
mil seiscentos e vinte joules; ou c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal,
com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia
cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules". O
Decreto n. 9.847/19 conceitua munição de uso restrito como as munições que:
"a) atinjam, na saída do cano de prova de armas de porte ou portáteis de alma
raiada, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e
vinte joules; b) sejam traçantes, perfurantes ou fumígenas; c) sejam granadas de
obuseiro, de canhão, de morteiro, de mão ou de bocal; ou d) sejam rojões,
foguetes, mísseis ou bombas de qualquer natureza" (art. 2°, IV).
POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO
DE USO RESTRITO - CLASSIFICAÇÃO
1) Crime comum;
2) Crime de execução livre;
3) Comissivo;
4) Instantâneo nas condutas adquirir, fornecer, receber, ceder, emprestar,
remeter e empregar, porém permanente nas condutas possuir, portar, deter,
ter em depósito, transportar, manter sob sua guarda e ocultar;
5) Crime de perigo abstrato;
6) Crime doloso;
7) Crime de mera conduta;
8) Crime unissubjetivo;
9) Crime plurissubsistente.