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SUMÁRIO
1. Introdução
2. Princípios aplicáveis ao processo penal militar
2.1 Devido Processo Legal:
2.2 Contraditório
2.3 Ampla defesa
2.4 Duplo grau de jurisdição
2.5 Presunção de inocência
2.6 Publicidade
2.7 Dignidade da pessoa humana
3. Sistema do Processo Penal Militar
4. Aplicação da Lei Processual Penal Militar
4.1 Fontes do código do processo penal militar
4.2 Suprimento dos casos Omissos do Código de Processo Penal Militar
4.3 Territorialidade e extraterritorialidade
5. Aplicação à Justiça Militar Estadual
6. A Justiça Militar na Constituição Federal de 1988
6.1 Justiça Militar da União
6.1.2 Primeira Instância da Justiça Militar da União
6.1.3 Segunda Instância da Justiça Militar da União
6.2 Justiça Militar dos Estados e Distrito Federal e Auditoria de Justiça Militar
do Estado do Rio de Janeiro/AJMERJ
6.2.1 Competência singular do Juiz de Direito do Juízo Militar em processar e
julgar os crimes militares contra civis e as ações contra atos disciplinares.
6.2.2 Primeira Instância da Justiça Militar
Estadual/AJMERJ.
6.2.3 Segunda Instância da Justiça Militar Estadual/AJMERJ
7. Exercícios
8. Polícia Judiciária Militar
8.1 Exercício de Polícia Judiciária Militar
8.1.2 Delegação do exercício de Polícia Judiciária Militar
8.2 Competência da Polícia Judiciária Militar
9. Exercícios
10. Inquérito Policial Militar
10.1 Conceito
10.2 Natureza Jurídica
10.3 Finalidade
10.4 Características do Inquérito Policial Militar
10.5 Procedimento indisponível
10.5.1 Instauração de Ofício
10.5.2 Instauração por determinação ou delegação
10.5.3 Instauração por requisição do Ministério Público
10.5.4 Instauração por decisão do Supremo Tribunal Militar
10.5.5 Instauração por requerimento do ofendido, do seu representante legal ou
por uma pessoa que tenha conhecimento de uma infração penal militar
10.5.6 Instauração através de Sindicância
10.6 Superior ou igualdade de posto do infrator
10.7 Providências antes do IPM
10.8 Infrações de natureza não militar
10.9 Indícios contra |Oficial de posto superior ou mais antigo no curso do IPM
11 Encarregado do IPM
11.1 Suspeição do encarregado do IPM
11.2 Atribuições do encarregado do IPM
11.3 Escrivão
11.3.1 Compromisso legal
11.3.2 Atribuições do escrivão
11.4 Incomunicabilidade do indiciado
11.5 Detenção do indiciado
11.6 Prazo para terminação do IPM
11.6.1 Dedução em favor dos prazos
11.7 Relatório
11.8 Solução
11.9 Remessa
11.10 Arquivamento
11.11 Instauração de novo IPM
12 Conclusão
AULA nº 01– Processo Penal Militar e sua aplicação
1 Introdução
Por fim, é de suma importância consignar que a lide ora apresentada no Processo
Penal Militar, deverá assegurar ao militar acusado, a plena aplicação dos Direitos e
Garantias Fundamentais, sem que ocorra a efetividade do Sistema Processual Penal
Militar para a segurança coletividade, a manutenção dos princípios da hierarquia e
disciplina e a aplicação da lei penal militar.
A Constituição da República de 1988, em seu art. 5°, inciso LIV estabeleceu que
para a existência de privação da liberdade ou de um bem, tais comprometimentos
deveriam ocorrer mediante ao Devido Processo Legal. Desta forma, o presente Princípio
é um limitador do Poder Estatal, abarcando outras garantias fundamentais, tais como:
ampla defesa, contraditório, imparcialidade do juiz, razoável duração do processo,
presunção de inocência etc.
2.2 Contraditório:
1
NEVES, Cicero Robson Coimbra. Manual de Direito Processual Penal Militar. São Paulo: Saraiva, 2014,
p. 77.
Em consonância ao art 5°, inciso LV CRFB/88 “aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
2.6 Publicidade:
Além de ser um dos princípios fundamentais da República (art. 1°, inciso III
CRFB/88) e ainda dos direitos e garantias fundamentais (art.5° CRFB/88), a sua
aplicação no Direito Processual Penal Militar esta relacionada ao status libertatis do
militar, optando assim em medidas menos nocivas ao militar.
A omissão do CPPM é dirimida pela interpretação do art 3°, uma vez que traz o
rol de condicionantes para sanar a lacuna existente. Sendo elas: a legislação processual
penal comum (Código de Processo Penal), jurisprudência, usos e costumes militares,
princípios gerais do direito e analogia. No que tange a Legislação Processual Penal
Comum, cabe aqui relatar que, sua utilização não poderá trazer prejuízo ao processo
penal militar, como por exemplo, a aplicação da Lei 9099/95, no qual seus institutos não
são aplicáveis na Justiça Militar, por força da vedação da Lei 9839/99.
2
NICOLITT, André. Manual de Processo Penal. São Paulo: RT, 2014, p. 117
3
NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual do direito processual penal militar. 3. ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2018.
O art. 4° CPPM adotou o princípio da territorialidade, onde todo e qualquer
processo penal militar que teve origem no território nacional deve ser equacionado a luz
do Código de Processo Penal Militar, salvo as convenções, tratados e regras de direito
internacional, como por exemplo a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas,
aprovada pelo Decreto Legislativo n° 103/64, e promulgada pelo Decreto n° 56.435/65.
Pela interpretação do art. 6°, o Código de Processo Penal Militar se aplica nas
Justiças Militares Estaduais, nota-se que a própria Constituição da República de 1988 já
estabeleceu em seu art. 125, § 3° essa possibilidade, na medida em que os Estados
poderão criar o Tribunal de Justiça Militar Estadual. No caso em comendo, o Estado do
Rio de Janeiro não possui o Tribunal de Justiça Militar, tão somente uma Vara
Especializada denominada Auditoria de Justiça Militar/AJMERJ.
- Conselho Permanente de Justiça: Constituído pelo Juiz Auditor (Juiz de Direito), por
um Oficial Superior, que será o Presidente, e 03(três) Oficiais de posto até capitão-
tenente ou capitão, esses Juízes Militares. A composição do presente Conselho
funcionará durante 03(três) meses consecutivos, ou podendo ser prorrogado. Tem
competência para processar e julgar Praças e Civis
6.2 Justiça Militar dos Estados e Distrito Federal e Auditoria de Justiça Militar do
Estado do Rio de Janeiro/AJMERJ
A Justiça Militar dos Estados e Distrito Federal pertence ao Poder Judiciário (art.
125 CRFB/88), estabelecendo, a critério do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar
Estadual, construída, em primeiro grau, pelos Juízes de Direito e pelos Conselhos de
Justiça, e de segundo grau os Tribunais Militares ou pelos Tribunais de Justiça, em que
o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
7. Exercicios:
1) Mérvio que é Policial Militar, foi condenado na AJMERJ com uma pena de reclusão
de 03(três) anos, pela prática do crime de aliciação para motim ou revolta (art. 154
CPM). Inconformado com a sentença condenatória, o referido Policial Militar deseja
recorre em segunda instância. Qual o Órgão Jurisdicional competente para analisar o
feito:
Saiba mais...
Por fim, a função de policia judiciária, muito embora não figure expressamente
no capitulo das funções essenciais à justiça (arts. 127 a 135, CF/1988), implicitamente
trata-se de função essencial à justiça em razão de fortalecimento do sistema acusatório
na medida em que o juiz está despido da função de investigar o que esta entregue ao
órgão próprio para tanto.
b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a entidades que, por
disposição legal, estejam sob sua jurisdição;
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos órgãos e
unidades dos respectivos territórios;
4
NICOLITT, André. Manual de Processo Penal. São Paulo: RT, 2014, p. 172.
5
NEVES, Cicero Robson Coimbra. Manual de Direito Processual Penal Militar. São Paulo: Saraiva, 2014,
p. 210.
No âmbito das Policias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, esse
paralelismo também deve ser procurado, sendo autoridades originariamente competente
para medida de policia judiciária militar, in exemplis, o Comandante-Geral, o
Subcomandante da PM e os Comandantes de Unidade.
Nesse sentido são as lições de Cícero Robson Coimbra Neves6 quando diz:
6
NEVES, Cicero Robson Coimbra. Manual de Direito Processual Penal Militar. São Paulo: Saraiva, 2014,
p. 215.
a) Apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos
à jurisdição militar, e sua autoria: Inicialmente, deverá
PRISÃOficar demonstrado a
PREVENTIVA
existência de indícios de uma infração penal militar, e que
consequentemente, tais delitos militares deverão estar Sobre oconsignados
tema nos ensinano
Código Penal Militar (Dec. Lei 1.001/69). No Célio
que se refere à Lei Especial,
Lobão:
não, mas de coadula com os dispositivos constitucionais, na medida em que
(...) Na Justiça Militar Estadual,
o art.30 da Lei 7.170/83 (Lei de Segurança Nacional) não recepcionado pela
aplica-se o exposto nos feitos da
CRFB/88.
competência do colegiado. Nos
Importante ressaltar que com a mudança do artigo 9º do Código Penal
crimes da competência singular
Militar, imposta pela lei nº 13.491, de 2017, podem ser considerados crimes
do Juiz de Direito do Juízo
militares os crimes previstos no CPM e os previstos na legislação penal
Militar, a este compete decretar a
comum, conforme podemos observar na nova redação do artigo em
prisão preventiva tela: pré-
na fase
processual e durante a instrução
II – Os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação
criminal.
penal, quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado,
Lobão, Célio. contra
Direito Processual
militar na mesma situação ou assemelhado; Penal Militar. Rio de Janeiro:
b) por militar em situação de atividade ou 2010,
Forense, assemelhado,
p. 312. em lugar
sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou
reformado, ou assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em
comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar
sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado,
ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra
militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o
patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa
militar;
9 Exercícios:
10.1 Conceito
a) Procedimento escrito
b) Procedimento inquisitorial
No que tange as demais pessoas, se faz necessário o sigilo, pelo simples motivo
de que o IPM visa investigar as infrações penais militares, buscando assim os elementos
de informação para a identificação da a autoria e a materialidade. Por certo a divulgação
da investigação poderá interferir na efetividade das ações de policia judiciária militar.
d) Procedimento dispensável
Sendo o Ministério Público o titular da ação penal, poderá ele, dispor do IPM
quando obtiver informações mínimas para o oferecimento da denúncia. Essas
informações constam nos seguintes artigos do CPPM, a saber:
- art. 27 CPPM: Quando o Auto de Prisão em Flagrante for suficiente para a elucidação
do fato e sua autoria;
e) Procedimento Oficial
f) Procedimento oficioso
g) Procedimento indisponível
Saiba mais...
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=618126
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=
%28HC+95%2E244%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/z5m2ms4
10.6 Superior ou igualdade de posto do infrator - art. 10, § 1° CPPM
10.7 Providências antes do IPM - art. 10, § 2° CPPM c/c art. 12 CPPM
- dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das
coisas, enquanto necessário;
- colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
10.9 Indícios contra |Oficial de posto superior ou mais antigo no curso do IPM -
art. 10, § 3° CPPM
O IPM pode ser devolvido pelo Ministério Público e pelo Juiz de Direito, para
fins de requisição de diligências e preenchimento de formalidades, conforme art. 26
CPPM, e o prazo será fixado por essas autoridades.
São deduzidos dos prazos, quando ocorre no curso do IPM, que o indiciado é
superior ou mais antigo do que o encarregado.
A autoridade de policia judiciária militar não poderá mandar arquivar o IPM (art.
24 CPPM), todavia o feito poderá ser proposto pelo Ministério Público e endereçado ao
Juiz de Direito que poderá concordar ou não.
11.11 Instauração de novo IPM – art. 25 CPPM
SÚMULA 524 STF
O IPM arquivado poderá ensejar em
Arquivado o inquérito policial,
investigações, se novas provas aparecerem em por despacho do Juiz, a
relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, requerimento do promotor de
justiça, não pode a ação penal
ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da
ser iniciada, sem novas
punibilidade. provas.
Saiba mais...
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=291563
12 Conclusão
Você tem uma profissão de destaque, que realiza tarefas importantes para a
sociedade, sua comunidade, seus amigos e sua família. Tenha orgulho de ser policial
militar.
Referência Bibliográfica:
ASSIS, Jorge César de. Código de Processo Penal Militar anotado: artigos 1º ao 169.
2. ed. 3. tir. Curitiba: Juruá, 2008. 1º v.
NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual do direito processual penal militar. 3. ed.
– São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
LAZZARINI, Álvaro [org.]. Código de Processo Penal Militar. 4. ed. rev., atualizada
e ampliada. São Paulo: RT, 2003.
LOBÃO, Célio. Direito Processual Penal Militar. São Paulo: Método, 2009