EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG PROCESSO Nº: ... LEONARDO, já qualificado nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente por intermédio de seu advogado que esta subscreve (procuraçã o anexa doc 1), perante Vossa Excelência, interpor RECURSO DE APELAÇÃ O, com fundamento no Art. 593, inciso I, do Có digo de Processo Penal em face de decisã o prolatada por esse Douto Juízo condenando Leonardo, ora réu, por tentativa de roubo qualificada pelo uso de arma de fogo. Dessa forma, requer a admissibilidade do recurso, bem como a remessa das razõ es para o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Nesses termos, Pede requerimento Local e data... ADVOGADO... OAB Nº ... RAZÕ ES DE APELAÇÃ O EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA TURMA: .... DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS. ILUSTRES JULGADORES LEONARDO, 19 anos, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem por intermédio de seu advogado, interpor RECURSO DE APELAÇÃ O com fundamento no Art. 593, inciso I, do Có digo de Processo Penal em face de decisã o prolatada por esse Douto Juízo condenando Leonardo, ora réu, por tentativa de roubo qualificada pelo uso de arma de fogo. I – DOS FATOS (breve resumo) II – DO DIREITO 1. PRELIMINAR DE NULIDADE PELA FALTA DE CITAÇÃ O DO RÉ U DE ATO PROCESSUAL INDEVIDO PELO JUIZ ‘’A QUO’’ Nos termos do Art. 360 e da Sú mula 351 do STF o réu quando preso deve ser citado pessoalmente de atos processuais, sendo nula a citaçã o por edital de réu preso. No caso em tela, o réu Leonardo encontrava-se preso e nã o foi avisado da nomeaçã o da Defensoria Pú blica, o que por si só já viola o princípio da Ampla Defesa do Art. 5º, LV da CF/88. Portanto, diante desta situaçã o o processo é NULO na forma do Art. 564, inciso IV do CPP e por omissã o e falta de formalidades impostas pela lei segundo condiçã o do Art. 564, III do CPP. 2. NO MÉ RITO: DA DESISTENCIA VOLUNTÁ RIA Nos termos do Art. 15 do Có digo Penal (CP) o agente que, voluntariamente desiste de prosseguir na execuçã o só responde pelos atos já praticados. No caso em tela é cediço que Leonardo se arrependeu de sua conduta sem causas prejuízo algum ao estabelecimento ou terceiro. Portanto, DE RIGOR, sua ABSOLVIÇÃ O pela desistência voluntá ria nos termos do Art. 386, inciso III, do CPP. Ademais o cliente ameaçado na loja nunca foi encontrado ou ouvido em juízo, motivo pelo qual a absolviçã o também se fundamenta no Art. 386, inciso VII do CPP, pois nã o existe prova suficiente para a condenaçã o. 3. DESCLASSIFICAÇÃ O DO CRIME Restou comprovado que Leonardo ameaçou o cliente no interior da loja. Ocorre que, haja vista a ausência de roubo, já que nã o houve subtraçã o alguma do estabelecimento, cabível seria a DESCLASSIFICAÇÃ O para o CRIME DE AMEAÇA presente no Art. 147 do CP. Ocorre que a vítima da ameaça nã o teve interesse no prosseguimento da açã o penal pú blica CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃ O no tocante ao fato em tela, razã o pela qual a denú ncia NÃ O PODERA SER AVENTADA PELO MINISTÉ RIO PÚ BLICO nos moldes do PARAGRÁ FO Ú NICO do Artigo supra mencionado. Entretanto só cabível a desclassificaçã o se a vítima concordasse com o prosseguimento da açã o, o que nã o ocorreu. Ademais a ameaça nã o foi para subtrair bens, foi apenas para que a suposta vítima se retirasse do local. Portanto, requer-se a DESCLASSIFICAÇÃ O PARA O CRIME DE AMEAÇA, caso a vítima deseje representar o réu. 4. DOSIMETRIA DA PENA A decisã o definitiva na procedência da açã o socioeducativa nã o pode ser considerada como maus antecedes, pois, esta se deu antes da maioridade penal de Leonardo. Nesse sentido a PENA BASE DEVE SER FIXADA EM SEU MÍNIMO LEGAL, haja vista que Leonardo é primá rio e se arrependeu da empreitada de roubar o estabelecimento. Quanto à SEGUNDA FASE deve-se reconhecer a ATENUANTE DA MENORIDADE RELATIVA presente no Art. 65, inciso I do CP, bem como a CONFISSÃ O ESPONTÂ NEA do Art. 65, inciso III, alínea ‘’d’’ do CP. Na TERCEIRA FASE nã o deve prosperar o AUEMENTO DE PENA com base na gravidade em abstrato do crime em comento. Primeiro porque nã o há prova da existência da Arma de Fogo, ante ausência de LAUDO PERICIAL, requisito IMPRESSINDÍVEL na apuraçã o do fato, por força do Art. 158 do CPP. Outrossim , a opiniã o do Juiz acerca da gravidade em abstrato do crime nã o é condiçã o suficiente para a imposiçã o de regime mais severo do que a pena permitir, isso por força da Sú mula 718 do STF. Nesse contexto, a imposiçã o de regime mais severo exige motivaçã o idô nea, conforme a sú mula 719 do STF. Por fim, caberá a aplicaçã o de regime menos gravoso do que a pena listar, por força da Sú mula 716 do STF, por isso, requer-se a aplicaçã o do Regime ABERTO ou SEMIABERTO subsidiariamente a pessoa de Leonardo nos moldes do Art. 33, § 2º, alínea ‘’c’’ ou ‘’b’’ do CPP. III –PEDIDOS Ante ao exposto, requer-se perante Vossas Excelências a admissibilidade do presente recurso, bem como a reforma da sentença visando: a) NULIDADE DA SENTENÇA proferida em primeira instâ ncia, nos termos do Art. 564, III e IV do CPP; b) RECONHECIMENTO DA DESISTÊ NCIA VOLUNTÁ RIA, nos termos do Art. 15 do CP; c) ABSOLVIÇÃ O DE LEONARDO, nos termos do Art. 386, III e IV do CPP; d) DESCLASSSIFICAÇÃ O para o crime de ameaça do Art. 147 do CP, caso haja sua devida representaçã o; e) FIXAÇÃ O da pena base no MÍNIMO legal, devido a primariedade do réu; f) RECONHECOMENTO DAS ATENUNANTES da menoridade relativa e da confissã o espontâ nea (arts. 65, I e 65, III, alínea d do CP); g) APLICAÇÃ O DO REGIME ABERTO OU SEMIABERTO, nos moldes do Art. 33, § 2º, c e d do CPP visando entendimento das sú mulas 716,718 e 719 do STF; h) EXPEDIÇÃ O DO DEVIDO ALVARÁ DE SOLTURA. Nesses termos, Pede deferimento Local e data... (prazo apelaçã o 5 dias) ADVOGADO... OAB...