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EXAME 22 – APELAÇÃ O

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG
PROCESSO Nº: ...
LEONARDO, já qualificado nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente por intermédio de
seu advogado que esta subscreve (procuraçã o anexa doc 1), perante Vossa Excelência,
interpor RECURSO DE APELAÇÃ O, com fundamento no Art. 593, inciso I, do Có digo de
Processo Penal em face de decisã o prolatada por esse Douto Juízo condenando Leonardo,
ora réu, por tentativa de roubo qualificada pelo uso de arma de fogo.
Dessa forma, requer a admissibilidade do recurso, bem como a remessa das razõ es para o
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
Nesses termos,
Pede requerimento
Local e data...
ADVOGADO...
OAB Nº ...
RAZÕ ES DE APELAÇÃ O
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA TURMA: .... DO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS.
ILUSTRES JULGADORES
LEONARDO, 19 anos, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem por
intermédio de seu advogado, interpor RECURSO DE APELAÇÃ O com fundamento no Art.
593, inciso I, do Có digo de Processo Penal em face de decisã o prolatada por esse Douto
Juízo condenando Leonardo, ora réu, por tentativa de roubo qualificada pelo uso de arma
de fogo.
I – DOS FATOS
(breve resumo)
II – DO DIREITO
1. PRELIMINAR DE NULIDADE PELA FALTA DE CITAÇÃ O DO RÉ U DE ATO PROCESSUAL
INDEVIDO PELO JUIZ ‘’A QUO’’
Nos termos do Art. 360 e da Sú mula 351 do STF o réu quando preso deve ser citado
pessoalmente de atos processuais, sendo nula a citaçã o por edital de réu preso.
No caso em tela, o réu Leonardo encontrava-se preso e nã o foi avisado da nomeaçã o da
Defensoria Pú blica, o que por si só já viola o princípio da Ampla Defesa do Art. 5º, LV da
CF/88.
Portanto, diante desta situaçã o o processo é NULO na forma do Art. 564, inciso IV do CPP e
por omissã o e falta de formalidades impostas pela lei segundo condiçã o do Art. 564, III do
CPP.
2. NO MÉ RITO: DA DESISTENCIA VOLUNTÁ RIA
Nos termos do Art. 15 do Có digo Penal (CP) o agente que, voluntariamente desiste de
prosseguir na execuçã o só responde pelos atos já praticados.
No caso em tela é cediço que Leonardo se arrependeu de sua conduta sem causas prejuízo
algum ao estabelecimento ou terceiro.
Portanto, DE RIGOR, sua ABSOLVIÇÃ O pela desistência voluntá ria nos termos do Art. 386,
inciso III, do CPP.
Ademais o cliente ameaçado na loja nunca foi encontrado ou ouvido em juízo, motivo pelo
qual a absolviçã o também se fundamenta no Art. 386, inciso VII do CPP, pois nã o existe
prova suficiente para a condenaçã o.
3. DESCLASSIFICAÇÃ O DO CRIME
Restou comprovado que Leonardo ameaçou o cliente no interior da loja.
Ocorre que, haja vista a ausência de roubo, já que nã o houve subtraçã o alguma do
estabelecimento, cabível seria a DESCLASSIFICAÇÃ O para o CRIME DE AMEAÇA presente
no Art. 147 do CP.
Ocorre que a vítima da ameaça nã o teve interesse no prosseguimento da açã o penal pú blica
CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃ O no tocante ao fato em tela, razã o pela qual a denú ncia
NÃ O PODERA SER AVENTADA PELO MINISTÉ RIO PÚ BLICO nos moldes do PARAGRÁ FO
Ú NICO do Artigo supra mencionado.
Entretanto só cabível a desclassificaçã o se a vítima concordasse com o prosseguimento da
açã o, o que nã o ocorreu.
Ademais a ameaça nã o foi para subtrair bens, foi apenas para que a suposta vítima se
retirasse do local.
Portanto, requer-se a DESCLASSIFICAÇÃ O PARA O CRIME DE AMEAÇA, caso a vítima deseje
representar o réu.
4. DOSIMETRIA DA PENA
A decisã o definitiva na procedência da açã o socioeducativa nã o pode ser considerada como
maus antecedes, pois, esta se deu antes da maioridade penal de Leonardo.
Nesse sentido a PENA BASE DEVE SER FIXADA EM SEU MÍNIMO LEGAL, haja vista que
Leonardo é primá rio e se arrependeu da empreitada de roubar o estabelecimento.
Quanto à SEGUNDA FASE deve-se reconhecer a ATENUANTE DA MENORIDADE RELATIVA
presente no Art. 65, inciso I do CP, bem como a CONFISSÃ O ESPONTÂ NEA do Art. 65, inciso
III, alínea ‘’d’’ do CP.
Na TERCEIRA FASE nã o deve prosperar o AUEMENTO DE PENA com base na gravidade em
abstrato do crime em comento. Primeiro porque nã o há prova da existência da Arma de
Fogo, ante ausência de LAUDO PERICIAL, requisito IMPRESSINDÍVEL na apuraçã o do fato,
por força do Art. 158 do CPP.
Outrossim , a opiniã o do Juiz acerca da gravidade em abstrato do crime nã o é condiçã o
suficiente para a imposiçã o de regime mais severo do que a pena permitir, isso por força da
Sú mula 718 do STF.
Nesse contexto, a imposiçã o de regime mais severo exige motivaçã o idô nea, conforme a
sú mula 719 do STF.
Por fim, caberá a aplicaçã o de regime menos gravoso do que a pena listar, por força da
Sú mula 716 do STF, por isso, requer-se a aplicaçã o do Regime ABERTO ou SEMIABERTO
subsidiariamente a pessoa de Leonardo nos moldes do Art. 33, § 2º, alínea ‘’c’’ ou ‘’b’’ do
CPP.
III –PEDIDOS
Ante ao exposto, requer-se perante Vossas Excelências a admissibilidade do presente
recurso, bem como a reforma da sentença visando:
a) NULIDADE DA SENTENÇA proferida em primeira instâ ncia, nos termos do Art. 564, III e
IV do CPP;
b) RECONHECIMENTO DA DESISTÊ NCIA VOLUNTÁ RIA, nos termos do Art. 15 do CP;
c) ABSOLVIÇÃ O DE LEONARDO, nos termos do Art. 386, III e IV do CPP;
d) DESCLASSSIFICAÇÃ O para o crime de ameaça do Art. 147 do CP, caso haja sua devida
representaçã o;
e) FIXAÇÃ O da pena base no MÍNIMO legal, devido a primariedade do réu;
f) RECONHECOMENTO DAS ATENUNANTES da menoridade relativa e da confissã o
espontâ nea (arts. 65, I e 65, III, alínea d do CP);
g) APLICAÇÃ O DO REGIME ABERTO OU SEMIABERTO, nos moldes do Art. 33, § 2º, c e d do
CPP visando entendimento das sú mulas 716,718 e 719 do STF;
h) EXPEDIÇÃ O DO DEVIDO ALVARÁ DE SOLTURA.
Nesses termos,
Pede deferimento
Local e data... (prazo apelaçã o 5 dias)
ADVOGADO...
OAB...

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