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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ PRESIDENTE DO COLÉGIO DO

JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO VICENTE.

Impetrante:
Paciente: 
Autoridade Coatora: O magistrado da 3ª Vara Criminal de São Vicente.

nome XXXXX, nacionalidade_____,(estado civil), … (profissão), portador do CPF/MF


nº …, com Documento de Identidade de n° …, residente e domiciliado na Rua …, n. …,
… (bairro), CEP: …, … (Município – UF), vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, impetrar.

HABEAS CORPUS

com fundamento no artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal e artigos 647 e


seguintes do Código de Processo Penal, em favor de (nome completo em negrito da
parte), … (nacionalidade), … (estado civil), … (profissão), portador do CPF/MF nº …,
com Documento de Identidade de n° …, residente e domiciliado na Rua …, n. …, …
(bairro), CE, em razão de estar sofrendo constrangimento ilegal por parte do Juiz de
Direito da _ª Vara Criminal da Comarca de _, como se passará a demonstrar.

1. DOS FATOS

O paciente, na noite de 04/11/2020 ao sair de casa para trabalhar foi surpreendida por
um policial militar que a prendeu por determinação de uma ordem do Juiz da 3ª Vara
Criminal de São Vicente
, onde o mesmo deu ordem para que prendessem todas as meretrizes.

2. DO DIREITO

2.1 Do Princípio da legalidade


O MM. Juízo a quo determinou a prisão do Paciente, que encontra-se preso até a
presente data, erroneamente, uma vez que o crime imputado não se configura crime
tipificado no Código Penal Brasileiro. É sabido que a legislação brasileira é abarcada
por princípios que regem o Direito Penal Brasileiro. O princípio da legalidade se
encontra previsto no art. 5º, XXXIX, da CF diz que: não há crime sem lei anterior
que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Seguindo o mesmo entendimento o art.1º do Codigo Penal Brasileiro, redige a mesma
redação que a Constituição Federal. Esse princípio é uma das bases do Direito
Brasileiro, onde diz que para a conduta ser tida como crime é necessário existir uma lei
para tipificar a conduta e essa lei tem que ser anterior ao fato praticado. O Código Penal
Brasileiro não tipifica a conduta “ser meretriz” como crime. Deste modo, o MM. Juiz da
3ª Vara Criminal de São Vicente viola o princípio da legalidade que é um direito
fundamental no Estado democrático de Direito. O Paciente não cometeu crime algum
tipificado no CPB e deve ser posto em liberdade de imediato.

2.2 Da ilegalidade da Prisão

Nesse mesmo sentido, vale destacar que para que ocorra a Prisão de uma pessoa, é
necessária haver periculum libertatis e o fumus commissi delicti, o que resta claro que
não ocorreu, sendo esta privação de liberdade totalmente incongruente.

Assim, percebe-se que o Paciente está sofrendo cerceamento de sua liberdade de


locomoção, ou seja, do seu direito de ir e vir, devido a ato ilegal praticado pelo Juiz de
Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de São Vicente.

Ocorre que, tal ato viola o previsto na Constituição Federal, em seu


artigo 5º inciso LIV: “(…) ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal;

À vista disso, em concordância com o texto legal do artigo 282, inciso I do Código de


Processo Penal é obrigatório a presença da necessidade e adequação da medida
cautelar ao crime. Ressalta-se que ambas, no presente caso não foram observadas, uma
vez que o Poder Público deverá escolher a medida menos gravosa, ou melhor, aquela
que menos interfira no direito e liberdade e que ainda seja capaz de proteger o
interesse público para o qual foi instituída.

Por conseguinte, salta aos olhos, a necessidade da expedição de um alvará de soltura,


para que o Paciente tenha o seu direito de liberdade assegurado, tendo em vista sua
previsão na lei supra, qual seja a Constituição Federal.
3. DO PEDIDO

Diante do exposto, resta induvidoso que o paciente sofreu constrangimento ilegal por
ato da autoridade coatora, o Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal
da Comarca de São Vicente, circunstância “contra legem” que deve ser remediada por
esse Colendo Tribunal.

a) A expedição de ofício para r. Autoridade coatora, para que preste informações;

b) A concessão da ordem de habeas corpus com fundamento legal no


artigo 647 do Código de Processo Penal, a fim de cessar a coação ilegal na sua liberdade
de ir e vir;
c) E a expedição de um alvará de soltura, para que o Paciente tenha o seu direito de
liberdade assegurado, tendo em vista sua previsão na lei supra, qual seja a Constituição
Federal.

Nestes termos,
pede e espera deferimento.

São Vicente, 09 de Novembro de 2020


Advogado/OAB

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