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Fernando Albuquerque Filho, pelo crime de furto simples (art. 155 do CP), praticado
contra João Fernando Albuquerque. O fato, que consistia na subtração de um relógio de
ouro, foi levado ao conhecimento do membro do Ministério Público por Marisa
Albuquerque, mãe do suposto autor do delito. O delegado de polícia instaurou inquérito,
cumprindo a ordem da Promotoria.
Questão: Como advogado de João Fernando Albuquerque Filho, adote a medida
cabível.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE xxxxxxxxxxxxxx.
PROCESSO: Nº 00000000000000
ACUSADO: JOÃO FERNANDES DE ALBUQUERQUE FILHO
DOS FATOS
O fato consiste na subtração, por parte do Sr. João Fernando Albuquerque
Filho, de um relógio de ouro, que pertence ao Sr. João Fernando de Albuquerque, pai do
réu. Este fato foi levado ao conhecimento do Ministério Público pela Sra. Marisa
Albuquerque, mãe do suposto autor do delito. O promotor de Justiça requisitou a
instauração de Inquérito Policial por furto simples. O Delegado de Polícia, cumprindo
ordem da Promotoria, instaurou o referido inquérito.
DO DIREITO
O art. 648, II do CPP, já citado, bem como na “PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA”, de
forma que ninguém poderá ser considerado culpado sem sentença penal condenatória
transitada em julgado, ditada pela CF/88. O art. 5°, inc. LXVIII da CF estabelece que
será concedido habeas corpus sempre que alguém se achar ameaçado de sofrer
coação ilegal em seu direito de locomoção. Portanto, pode-se dizer que a ordem
de habeas corpus será expedida desde que presentes dois requisitos: uma ameaça de
coação ao direito de locomoção e a ilegalidade dessa ameaça. Assim faz-se necessária
uma análise separada de cada um desses requisitos, como forma de demonstrar sua
presença no caso do concreto. Nos termos do artigo 181, inciso II, do Código Penal,
não pode o acusado ser responsabilizado criminalmente pelo furto em questão. Trata-se
como bem disse a defesa de imunidade penal absoluta adotada por razões de política
criminal, especialmente com o objetivo de preservar as relações familiares. Ademais,
enquadra- se o fato em escusa absolutória. Neste caso, impede-se a imposição da pena,
atingindo a possibilidade jurídica de punir, a punibilidade. São duas as escusas
absolutórias previstas no Código Penal. Dispõe o art. 181 do Código Penal, que se
refere aos crimes contra o patrimônio, exceto os de roubo e extorsão e os praticados
com violência ou grave ameaça: “É isento de pena quem comete qualquer dos crimes
previstos neste título, em prejuízo: I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – “de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou
natural.” Esta escusa absolutória impede a imposição de pena ao filho que furta do pai,
ao marido que pratica estelionato em prejuízo da mulher, na constância do
casamento, do pai que se apropria indevidamente de coisa de propriedade do filho.
São razões de política criminal que inspiram a construção da escusa absolutória. Note-se
que o crime existe, não havendo apenas a punibilidade, tanto que o estranho que dele
participa não é beneficiado com a isenção da pena criminal (art. 183, I, CP.) É uma
chamada escusa absolutória, situação concreta previstas na parte especial do Código
Penal que impedem a aplicação da pena ao agente de um fato típico, ilícito e culpável,
de um crime. Assim sendo, não é interessante para o Estado movimentar a
Máquina judiciária, bem como as forças policiais em uma situação à qual, ao final, não
haverá punição do agente.
DO PEDIDO
Pelos fatos expostos acima, solicitamos ao Douto Magistrado o trancamento do
Inquérito Policial, e ainda requer LIMINARMENTE a expedição de "SALVO
CONDUTO" até o julgamento da ordem final impetrada, para o caso da solicitação de
prisão preventiva ou qualquer outra ordem de prisão.
Por todas estas razões o Paciente confia em que este Tribunal, fiel à sua gloriosa
tradição, conhecendo o pedido, haverá de conceder a presente ordem de HABEAS
CORPUS, para conceder ao mesmo o benefício de permanecer em liberdade durante o
eventual desenrolar de seu processo ou do Inquérito Policial, caso não se opte pelo
trancamento do mesmo, mediante termo de comparecimento a todos os atos, sendo
expedido o remédio constitucional, o que se fará singela homenagem ao DIREITO e à
JUSTIÇA.
Termos em que,
Espera deferimento.
xxxxxxxxx, xx de abril de xxxx.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
OAB/xx Nº XX