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• No Direito Constitucional existem três modelos de peças a serem seguidos: os

Remédios Constitucionais (HC, HD, MI, MS, ACP e AP) também temos a
Reclamaçã o ou Reclamaçã o Constitucional (peça que caiu apenas uma vez, no
32º exame) todas se apresentam como petiçõ es iniciais; os Recursos (RE, ROC
e apelaçã o); e por fim as Ações de Controle Concentrado (ADI, ADC, ADPF e
ADIo). Nas publicaçõ es futuras trarei explicaçõ es e resumos sobre cada uma
das peças citadas acima.
• esse modelo deve ser usado apenas como base para estudo da 2º fase do
exame da ordem e não como modelo para prática jurídica, já que é
sucinto e repetitivo com as fundamentações (seguindo os critérios para
aprovação dispostas no edital da OAB).
• Meu foco nessa publicaçã o vai ser a peça de MS, que como citei acima tem
modelo de petiçã o inicial, como base usarei o ú ltimo exame da OAB, link
abaixo:
https://oab.fgv.br/arq/637/1645395_XXXIV%20Exame%20Constitucional%20-
%20SEGUNDA%20FASE.pdf

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA, COMARCA ...,


DO ESTADO ...
 Joã o ..., nacionalidade ..., estado civil ..., profissã o ..., registrado sob o cadastro de
pessoas físicas nú mero ..., endereço eletrô nico ..., residenciado e domiciliado no
endereço ..., nú mero ..., bairro ..., cidade ..., estado ..., CEP ...; Vem por intermédio de
seu advogado ..., qualificado nos autos com inscriçã o na OAB nº ..., endereço
eletrô nico ..., residenciado e domiciliado no endereço ..., nú mero ..., bairro ...,
cidade ..., estado ..., CEP ..., conforme artigo 287 do Có digo de Processo Civil de
2015, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR, com
fundamento no artigo 5º LXIX da Constituiçã o Federal e artigo 1º da lei
12.016/2009, em face do Prefeito Municipal ..., nacionalidade ..., estado civil ...,
profissã o ..., registrado sob o cadastro de pessoas físicas nú mero ..., endereço
eletrô nico ..., residenciado e domiciliado no endereço ..., nú mero ..., bairro ...,
cidade ..., estado ..., CEP ... e também em face do Município ..., pessoa jurídica de
direito pú blico registrado sob o cadastro nacional de pessoas jurídicas nú mero ...,
endereço eletrô nico ..., com sede no endereço ..., nú mero ..., bairro ..., cidade ...,
estado ..., CEP ...; pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
1 - DOS FATOS
 O impetrante Joã o construiu um templo religioso e o mesmo local era utilizado
para "reuniõ es de civilidade" onde os membros discutiam sobre a qualidade dos
serviços pú blicos, Joã o criou um boletim onde eram descritas as situaçõ es desses
serviços. O boletim gerou cobrança nas autoridades, especialmente no Prefeito
Municipal ... que instaurou um processo administrativo contra Joã o, o processo
resultou na cassaçã o do alvará do mesmo, além de aplicaçã o de multa caso
continuasse com as atividades; como forma de garantia seus direitos líquidos e
certos, Joã o vem por meio de seu Advogado impetrar o presente Mandado de
Segurança com pedido de Liminar.
2 - FUNDAMENTOS JURÍDICOS
2.1 - COMPETÊ NCIA
 Compete a justiça comum juiz de direito julgar o Prefeito, conforme sua
competência residual exposta no artigo 25 § 1º e 125 da Constituiçã o Federal.
2.2 - CABIMENTO
 Cabe Mandado de Segurança para proteger direito líquido e certo nã o amparado
por Habeas Corpus ou Habeas Data, sempre que por ilegalidade ou abuso de poder
por parte de autoridade seja de que categoria for e quais forem as funçõ es que
exerça, conforme artigo 1º da lei 12.016/2009 e artigo 5º, LXIX da Constituiçã o
Federal.
 No caso concreto o impetrante teve seus direitos à reuniã o, liberdade de
profissã o, de consciência e crença, de comunicaçã o, liberdade de manifestaçã o do
pensamento e comunicaçã o social todos direitos líquidos e certos violados pela
decisã o do Prefeito Municipal, como disposto no artigo 5º incisos XVI, XIII, VI, IX,
IV e 220 da Constituiçã o Federal.
2.3 - LEGITIMIDADE
 É parte legítima para impetrar Mandado de Segurança o impetrante Joã o o qual
teve seus direitos líquidos e certos descritos anteriormente violados por
autoridade que agiu com ilegalidade e abuso de poder; conforme se extrai da lei,
podem ser legitimados ativos do Mandado de Segurança qualquer pessoa física ou
jurídica, sendo portanto Joã o parte legítima, conforme artigo 1º da lei
12.016/2009 e artigo 5º LXIX da Constituiçã o Federal.
 É parte legítima passiva o Prefeito Municipal por ser a autoridade do qual
emanou o ato ilegal e com abuso de poder e o Município ... por ser a autoridade ao
qual o Prefeito Municipal está vinculada conforme artigo 1º, 6º caput e § 3 da lei
12.016/2009 e artigo 5º LXIX da Constituiçã o Federal.
2.4 - DA SUBSIDIARIEDADE E LIQUIDEZ
 Cabe Mandado de Segurança por ser um Remédio Constitucional subsidiá rio, ou
seja, quando nã o cabe Habeas Corpus ou Habeas Data, o que é possível verificar no
caso concreto que nã o se trata de violaçã o à liberdade de locomoçã o, nem violaçã o
ao conhecimento, retificaçã o e complementaçã o de informaçõ es, conforme artigo
5º incisos LXVIII e LXXIIa e b da Constituiçã o Federal.
 Joã o teve seus direitos de reuniã o, liberdade de profissã o, consciência e crença,
comunicaçã o e manifestaçã o de pensamento violados e comunicaçã o social todos
estes sã o direitos fundamentais, clá usulas pétreas bem como direitos e garantias
individuais amparados pela Constituiçã o Federal e logo direitos líquidos e certos,
conforme artigo 5º LXIX, XVI, XIII, VI, VIII, IX, 60, § 4, IV e 220 da Constituiçã o
Federal.
3 - DO DIREITO
 O impetrante esta sendo suprimido do seu direito de reuniã o pois se reune
pacificamente e sem armas, direito este violado pelo Prefeito Municipal por meio
de decisã o administrativa que exige autorizaçã o o que é notó rio do saber jurídico
que nã o é necessá rio, sendo preciso apenas aviso prévio, conforme artigo 5º XVI da
Constituiçã o Federal.
Também foi violado seu direito a liberdade de consciência e crença, liberdade de
comunicaçã o independente de censura ou licença, direito a comunicaçã o social e
liberdade de profissã o, quando o Prefeito Municipal em sua decisã o cassou o alvará
de Joã o, assim o impedindo de exercer suas atividades no culto religioso e de
distribuir boletim, sob pena de multa caso o fizesse, os direito estã o descritos no
artigo 5º VI, IX, XIII e artigo 220 da Constituiçã o Federal.
O que está sendo afrontado nessa açã o constitucional é um ato de autoridade
munido de ilegalidade e abuso de poder e que é amparado pelo Mandado de
Segurança conforme artigo 5º LXIX da Constituiçã o Federal e artigo 1º da lei
125.016/2009.
4 - DA LIMINAR
 Deve ser concedido liminar diante do "fumus boni iuris" e "periculum in mora"
da decisã o administrativa eivada de vícios, para fazer a segurança dos direitos
líquidos e certos supracitados, a fumaça do bom direito é evidente pois estã o sendo
violados direitos e garantias individuais, disciplinados como direitos
fundamentais, clá usulas pétreas e logo direitos líquidos e certos, conforme artigos
5º LXIX, 60, § 4, IV da Constituiçã o Federal e artigo 1º da lei 12.016/2009. Como
também é evidente o perigo da demora por conta do impedimento do exercício da
profissã o e aplicaçã o de multa, conforme artigo 5º, XIII da Constituiçã o Federal,
artigo 300 do Có digo de Processo Civil e artigo 7º, III da lei 12.016/2009.
5 - DOS PEDIDOS
a) requer o recebimento da inicial e presente Remédio Constitucional para que
suspenda os efeitos da decisã o arbitrá ria e se restabeleça a ordem social, com base
no artigo 1º da lei 12.016/2009, artigo 5º LXIX da Constituiçã o Federal e artigo
300 do Có digo de Processo Civil.
b) o recebimento da petiçã o inicial em 2 (duas) vias, indicando a autoridade
coatora Prefeito Municipal e a pessoa jurídica a qual ela esteja vinculada no caso o
Município ..., conforme artigo 6º caput da lei 12.016/2009.
c) requer a notificaçã o do coator no prazo de 10 dias para que preste informaçõ es,
conforme artigo 7º, I da lei 12.016/2009.
d) requer que seja dada a ciência ao ó rgã o de representaçã o da pessoa jurídica
Município ..., conforme artigo 7º, II da lei 12.016/2009.
e) que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, para assim resguardar os
direito fundamentais violados descritos anteriormente, conforme artigo 7º III da
lei 12.016/2009 e artigo 300 do Có digo de Processo Civil.
f) requer a notificaçã o do Ministério Pú blico para opinar no prazo de 10 dias,
conforme artigo 12 da lei 12.016/2009.
g) requer a procedência total dos pedidos, suspendendo as decisõ es
administrativas que violam os direitos supracitados.
Dá -se à causa o valor de R$..., para fins meramente procedimentais, conforme
artigo 291 e 319, V do Có digo de Processo Civil.
Local... data...
Advogado... OAB...

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