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SÃO PAULO
2 – EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
com fundamento no art. 5º, Inc. LXXI da CRFB/88 e art. 12 da Lei nº 13.300/2016, em
face de PREFEITO DO MUNICÍPIO Y/SP, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no
CPF/MF nº..., portador da carteira de identidade nº..., residente e domiciliado na ...,
correio eletrônico ..., pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I – PRELIMINARMENTE
DAS INTIMAÇÕES
O patrono recebe intimações na ....., o que indica para fins do art. 319 CPC/15.
II – DOS FATOS
O Sindicato dos Servidores Municipais do Município Y, na qualidade de defesa de seus
membros, toma notícia da ausência de regulamentação em norma por parte do chefe
do Poder Executivo Municipal que permita o acesso à aposentadoria especial.
Destaca-se o caso da servidora Teresa, que atua há 16 (dezesseis) anos como servidora
responsável pela gestão de tratamento de esgoto, estando em contato diário e contínuo
com agentes patológicos nocivos à sua saúde.
Notório consignar que a Constituição do Estado de São Paulo prevê a possibilidade de
aposentadoria especial em tais casos, o que se dá pela simetria das formas uma vez que
o art. 24 da CRFB/1988 prevê a competência legislativa concorrente em tais casos.
Logo, a omissão legislativa pela inércia do chefe do executivo municipal viola o direito
de aposentadoria especial de Teresa, razão pela qual a Injunção legislativa para Teresa e
demais servidores municipais em situação semelhante é medida que se impõe.
III – DO DIREITO
A Lei 13.300/16, no Art. 2º prevê: Concederseá mandado de injunção sempre que a
falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania.
A ausência de lei complementar municipal regulamentadora do direito previsto na
Constituição Estadual (art. 126, § 4º, III), torna inviável o exercício do direito à
aposentadoria especial dos servidores públicos municipais que laboram em condições
especiais que prejudicam a saúde ou integridade física (atividades consideradas
penosas, insalubres ou perigosas), razão pela qual o mandado de injunção coletivo é o
instrumento adequado à satisfação da pretensão veiculada. Há existência de norma
constitucional de eficácia limitada ainda não regulamentada, o que impede o exercício
de um direito em caso concreto (inconstitucionalidade por omissão).
A competência legislativa das pessoas políticas para editar normas sobre previdência
social, em especial acerca do regime jurídico dos seus servidores públicos, é concorrente
(artigo 24, XII da CFRB/1988), de modo que ausente norma de caráter geral expedida
pela União, haverá competência plena do Chefe do Executivo local para a propositura da
lei, sem prejuízo, é claro, da superveniência de Lei Federal a respeito (§4º, artigo 24 da
CFRB/1988); o Município tem autonomia para legislar sobre a aposentadoria especial de
seus servidores no exercício da competência supletiva (art. 24, §3º c. C art. 30, II, da
CRB/1988).
IV – DO PEDIDO
Nestes termos,
pede deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB nº ...