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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS

CRIMINAIS DA COMARCA DE HORTOLÂNDIA – SP.

URGENTE
PACIENTE APREENDIDO

Autos nº. _____________________

____ª Vara Criminal de Hortolândia - SP

____(nome de quem impetra)___, advogado(a) inscrito(a) na OAB/___sob


o nº. __________, com escritório profissional na Rua _______________, nº. ______,
bairro, cidade, estado, onde recebe intimações e notificações, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 647 e 648, inciso I, do
Código de Processo Penal, bem como no artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição
Federal, para impetrar a presente ordem de

HABEAS CORPUS,

em favor de FERNANDO, nacionalidade, estado civil, inscrito no RG sob o nº. _____ -


órgão emissor, e no CPF/MF sob o nº. __________, domiciliado e residente na Rua
________________, nº ______, bairro _____, na cidade de __________, estado ____,
apreendido atualmente na Fundação Casa de Campinas - SP, pelas razões de fato e
de direito a seguir expostas:
DOS FATOS

O paciente foi apreendido em flagrante delito, por volta das 08h30, do dia
15 de agosto de 2022, na Rua dos Passos Perdidos, na altura do número 119, bairro,
na cidade de Hortolândia – SP, por supostamente ter praticado ato infracional
equiparado a tráfico de drogas, estando incurso no artigo 33, caput, da Lei nº.
11.343/06, tendo sido encaminhado a Fundação Casa de Campinas – SP, e lá
permanecendo até o momento.
O Auto de Apreensão foi lavrado pela autoridade policial responsável pelo 1º Distrito
Policial de Hortolândia – SP.

DO DIREITO

Primeiramente é importante salientar que o paciente é primário, possuidor


de bons antecedentes, com emprego e residência fixa, e é estudante, o que lhe
possibilita responder ao processo em liberdade, uma vez que a liberdade é a regra,
sendo a apreensão a exceção.

Ademais, estabelece um rol taxativo o art. 122 do Estatuto da Criança e do


Adolescente que a aplicação de medida socioeducativa de internação é possível nas
seguintes hipóteses: por ato infracional praticado mediante grave ameaça ou violência
contra a pessoa; pela reiteração no cometimento de outras infrações graves; ou pelo
descumprimento reiterado e injustificado de medida anteriormente imposta.

Nesse passo, tem-se por configurado notório constrangimento ilegal contra o


Paciente. É dizer, o isolamento cautelar escapa da rígida e cogente delimitação fixada
em lei.

O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz


obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente,
conforme consignado no enunciado da Súmula n. 492 do STJ. Ademais, o ato
infracional não fora cometido com violência à pessoa. Igualmente, fora demonstrado
que o adolescente é detentor de bons antecedentes e primário
A medida socioeducativa extrema está autorizada nas hipóteses taxativamente
elencadas no art. 122 do Estatuto da Criança e do Adolescente, o que denota a
ilegalidade da constrição determinada em desfavor do ora paciente, com base na
gravidade abstrata do ato infracional.

Reiterando, de acordo com o art.122, inciso I da Lei nº.8.069/90, Estatuto da


Criança e do Adolescente:

“ Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça
ou violência a pessoa; ”

Destaca-se, também, que o constrangimento ilegal está caracterizado em


consequência do não cumprimento do art.5º, caput, da Constituição Federal, no qual
cita o Direito à Liberdade.

Cabe ainda salientar que a liberdade provisória – sem ou com fiança –


integra o tecido constitucional e o rol de garantias individuais. É, em verdade, a
garantia constitucional do princípio constitucional do estado de inocência.

Cumpre ressaltar, portanto, que encontra-se expresso o princípio da


presunção de inocência no art.5º, inciso LVII da Constituição Federal:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de


sentença penal condenatória;”

Assim, Excelência, diante de todo o exposto, conclui-se que não há nos autos
nenhum motivo que enseje a mantença do paciente na instituição.

Portanto, vê-se claramente que a mantença do paciente na instituição não


é medida que se impõe no presente caso, devendo aguardar em liberdade o
julgamento do seu caso.
DOS PEDIDOS

Assim, nobre julgador, diante de todo o exposto, conclui-se que não há nos
autos nenhum elemento que justifique a mantença prematura do paciente na
instituição, razão pela qual deve ser concedida a ordem para que o paciente responda
ao processo em liberdade, conforme preceitua a legislação processual penal, bem
como a própria Constituição Federal, devendo imediatamente ser expedido o alvará de
soltura, como medida de correta interpretação e aplicação da lei.

Nestes termos,

P. Deferimento.

Cidade, dia, mês e ano.

NOME DO ADVOGADO______
OAB/____Nº._______

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