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TREINAMENTO INTENSIVO

Eixo Temático 4
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EIXO TEMÁTICO 4
Bloco 5 – Área: Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos
– Eixo Temático 4 – Direitos Humanos, Direitos dos Povos Originários e das Popula-
ções Tradicionais.
– Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n. 8.069/1990 e alterações.

• PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL

No que concerne aos aspectos criminais, é necessário frisar que, no Brasil, a maiori-
dade penal é de 18 (dezoito) anos completos, prevista pela Constituição Federal e pelo
Código Penal. Além disso, existe a possibilidade de pessoas menores de 18 (dezoito)
anos praticarem atos infracionais, estes referenciados como análogos aos crimes ou
às contravenções penais. Portanto, esses menores são considerados inimputáveis, isto
é, não podem ser responsabilizados em esfera penal.

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contra-
venção penal.
5m Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às
medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adoles-
cente à data do fato.

Teoria da Atividade: quanto à responsabilidade penal. Para a realização do julga-


mento de acordo com os conformes estabelecidos pela Constituição e pelo Código Penal,
deve ser considerada a idade do agente quando da prática do fato.
O indivíduo pode praticar o fato hoje e sua consumação somente ocorrer 2 (dois) anos
depois. Exemplo: um menor de 17 (dezessete) anos atirou com a intenção de matar, a
vítima entra em coma e morre algum tempo depois. Neste período, o indivíduo em ques-
tão completou 18 (dezoito) anos, porém, ainda é considerado inimputável devido à idade
à época da conduta deleitosa.

Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas


previstas no art. 101.

O ECA estabeleceu diferenças entre criança e adolescente:


a) criança: 0 (zero) a 11 (onze) anos (12 (doze) anos incompletos);
b) adolescente: 12 (doze) anos (completos) a 17 (dezessete) anos (18 (dezoito) anos
incompletos).

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Os adolescentes que praticam os atos infracionais análogos a crime ou a contravenção


penal são submetidos às medidas socioeducativas e protetivas (ou de proteção). Enquanto
as crianças são submetidas somente às medidas de proteção, previstas no art. 101. do ECA.
Exemplo: uma criança de 11 (onze) anos atirou com a intenção de matar e a vítima,
antes em coma, somente veio a falecer quando este menor completou 12 (doze) anos de
idade, isto é, tornou-se um(a) adolescente. Neste caso, as medidas socioeducativas não
podem ser aplicadas, pois, à época dos fatos, ainda era uma criança, de acordo com a lei
e, dessa maneira, somente serão aplicadas as medidas protetivas.

• DIREITOS INDIVIDUAIS

Toda criança e todo adolescente, tal como os maiores de 18 (dezoito) anos, por óbvio,
ostentam direitos individuais voltados à prática de atos infracionais.

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante
de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.

De acordo com o Direito Constitucional, ninguém pode ser privado de sua liberdade, apenas
em casos de flagrante delito ou por ordem fundamentada a partir de uma decisão judicial.
10m

Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela


sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.

Na prova, o termo que substitui “prisão” é “apreensão”.

Toda pessoa, seja adolescente ou não, que seja apreendida, tem direito de saber quem
está lhe privando de liberdade e o seu motivo. Se o responsável pela apreensão não revelar
sua identidade (nome, cargo etc.), estará praticando um crime de abuso de autoridade.

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra re-


colhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.

Incontinenti: toda apreensão de qualquer adolescente deve ser desde logo/imedia-


tamente comunicada à autoridade judiciária ( juiz competente, família do apreendido
ou pessoa indicada pelo menor).

Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a


possibilidade de liberação imediata.

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A apreensão de um menor e sua manutenção cerceado à liberdade é um ato excepcio-


nal. O menor somente é mantido apreendido se houver real necessidade. Caso o juiz não
realize essa examinação, estará praticando e responderá por crime de abuso de autoridade.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo má-
ximo de quarenta e cinco dias.

A apreensão do menor recebe o nome de internação; dentre as diversas medidas


socioeducativas, ela é a mais grave. Pode ser decorrente de uma sentença, em que há o
entendimento da prática de um ato infracional pelo menor e, assim, foi gerado um resul-
tado relevante ao direito.
A internação também pode ocorrer antes de uma decisão efetiva; trata-se da
internação cautelar, ocorre durante o procedimento em que averigua-se se o menor, de
fato, praticou o ato infracional ou não. Essa medida cautelar excepcional somente pode
ocorrer se houver risco de fuga por parte do menor, se este estiver reiterando em
atividades de atos infracionais ou destruindo provas (exemplo: queima de documen-
tos, ameaça de testemunhas importantes para a resolução do caso). Assim, o juiz pode
decretar essa internação provisória caso seja necessária; esta possui o prazo máximo de
45 dias – não há possibilidade de prorrogação.
15m

Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios sufi-


cientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

A decisão de internação deve ser fundamentada pelo juiz e deve se lastrear em indí-
cios suficientes de autoria (menor), materialidade (resultado da prática do ato infracio-
nal), bem como a necessidade imperiosa (obrigatória) da medida (demonstrar a “tumul-
tuação” do processo pelo menor).

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido à identi-


ficação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para
efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

Em eventual prisão, por ser civilmente identificado (carteira de identidade), não é


necessário que o adolescente seja identificado em esfera civil, a não ser que haja dúvi-
das, como crime de falsificação.

• GARANTIAS PROCESSUAIS

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido pro-
cesso legal.

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Como Princípio Constitucional, todo adolescente que for privado de sua liberdade
precisa ser submetido ao devido processo legal que respeite prazos e permita a mani-
festação igualitária de ambas as partes, isto é, o contraditório (argumentos de acu-
sação) e a contra defesa (realizada por advogado regularmente inscrito nos quadros da
OAB). Se não houver o respeito do devido processo legal, o procedimento é nulo, cha-
mado de nulidade absoluta ou nulo de pleno direito.
20m

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:


I – pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação
ou meio equivalente;

Citação: comunicação processual. O juiz expede um documento (mandado de citação) que


tem como funcionalidade informar a instauração de um procedimento judiciário contra o indi-
víduo citado, o qual toma ciência da acusação que recai sobre si e viabiliza sua defesa (princípio
necessário para a realização do devido processo legal, como explicado anteriormente).
Pergunta: O adolescente privado de liberdade quando processado pelo ato infra-
cional, a autoridade judicial faz distinção por gênero em situação de vulnerabili-
dade familiar?
Quando o juiz realiza uma audiência, ele analisa a situação de vulnerabilidade fami-
liar para que haja uma adequação das medidas socioeducativa e de proteção. Na grande
maioria dos casos, o menor é criado por qualquer outro parente que não o pai ou a mãe,
pois estes já pertencem ao sistema penitenciário.

II – igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e teste-


munhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
25m

Igualdade na relação processual: Princípio da Paridade de Armas, o qual determina


a igualdade na possibilidade de se manifestar (acusação e defesa) e trazer provas
para o processo. O Ministério Público é o órgão que acusa e o menor precisa ser repre-
sentado por um advogado que atuará como sua defesa, por vezes é a Defensoria Pública.

III – defesa técnica por advogado;


IV – assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;

Se faz necessária a concessão de assistência jurídica gratuita para o indivíduo que


não possui condições de constituir um advogado.

V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;

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Autoridade competente: juiz.

VI – direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do


procedimento.

O indivíduo sempre estará representado por alguém, pais ou responsáveis, pois tra-
ta-se de um menor.

• MEDIDAS SÓCIO–EDUCATIVAS

As medidas socioeducativas são aplicadas somente aos adolescentes (12 (doze) a 17


(dezessete) anos) que cometeram atos infracionais. Da medida menos grave a mais gravosa:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá


aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I – advertência;

Espécie de “bronca” dada pelo juiz que adverte o menor a não praticar determi-
nada conduta.

II – obrigação de reparar o dano;

Há situações em que o adolescente se submete à reparação de um dano que causou.

III – prestação de serviços à comunidade;

Por tratar-se de um menor, é necessário que haja compatibilidade com o horário


escolar e com sua aptidão.

IV – liberdade assistida;

O menor está totalmente em liberdade, entretanto, existe a assistência de uma


equipe multidisciplinar, que conta com psicólogos e assistentes sociais assistindo, pro-
tegendo e amparando o menor.

V – inserção em regime de semiliberdade;

O menor terá uma restrição de sua liberdade de maneira parcial.

VI – internação em estabelecimento educacional;


VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

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Todas essas medidas socioeducativas podem ser aplicadas em conjunto ou não com as
medidas de proteção previstas no art. 101., I a VI, no caso de maiores de 12 (doze) anos.
Para menores de 12 (doze) anos, somente podem ser submetidos às medidas de proteção.

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cum-


pri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de
trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão
tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
30m

• REMISSÃO

Obs.: Remissão ≠ Remição. A “remissão” é voltada para a questão do perdão, enquanto


“remição” é aplicada para menores inimputáveis.

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infra-
cional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como
forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do
fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autorida-
de judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.

No caso de o procedimento judicial ainda não ter sido instaurado, isto é, o Ministé-
rio Público (Promotor de Justiça ou Procurador da República) não fez a representação
perante o poder judiciário e a investigação somente decorre em delegacia especializada,
uma remissão pode ser concedida ao menor. Será feita uma espécie de acordo a partir
do depoimento do indivíduo e diante das circunstâncias do fato, de sua personalidade,
da gravidade ou não do ato infracional e de sua participação, o Ministério Público deci-
dirá não abrir o processo judicial contra esse menor.
No caso de um procedimento já instaurado, ainda é possível haver uma remissão con-
cedida somente pelo juiz que implicará na suspensão (por prazo estipulado) ou extinção
do processo e, assim, apaga-se qualquer registro de sentença contra o menor entendida
pela autoria e materialidade do ato infracional.

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou com-


provação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, po-
dendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei,
exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.

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Tanto o Ministério Público quanto o juiz ao conceder a remissão – antes ou após o procedimento,
respectivamente –, que gera a exclusão ou suspensão do processo, podem aplicar as medidas
socioeducativas, salvo as de semiliberdade e internação.
35m
Para que haja restrição da liberdade do menor, é necessária a realização do devido processo
legal que garante a ampla defesa e o contraditório.

Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente,
a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu represen-
tante legal, ou do Ministério Público.

O juiz pode reconsiderar uma medida mais branda ou não.


Pergunta: Em relação aos atos infracionais e observando os povos tradicionais ou
a comunidade quilombola, o ECA é referência constitucional?
Sim. Aqui, há um diálogo das fontes; o Estatuto também é aplicado sob menores
oriundos de populações originárias e tradicionais ou de comunidades quilombolas que
tenham cometido atos infracionais. Porém, sempre devem ser observadas as especifi-
cidades da lei, como a questão da integração ou não do menor na sociedade brasileira,
esta regida pela Constituição Federal e pelo Código Penal.

• DOS CRIMES

Em relação aos artigos citados abaixo, a criança e o adolescente se encontram no


polo passivo, são vítimas de condutas criminosas por ação ou omissão.

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o ado-
lescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do
Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
§ 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescente, independentemen-
te da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. (In-
cluído pela Lei n. 14.344/2022) Vigência

Para TODOS os crimes cometidos contra a criança e o adolescente JAMAIS pode ser
aplicada a Lei n. 9.009/1995, que trata dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM) pois
deve haver uma proteção maior para esses menores.

§ 2º Nos casos de violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente,


é vedada a aplicação de penas de cesta básica ou de outras de prestação pecu-
niária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de
40m multa. (Incluído pela Lei n. 14.344/2022) Vigência

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Se for um processo que verse uma conduta praticada no contexto familiar ou domés-
tico, o juiz não pode condenar a pessoa a pagamento de prestação pecuniária (pena alter-
nativa) ou de cesta básica. Também não pode haver a substituição da pena que implique
o pagamento ISOLADO de multa. Deve-se aplicar uma pena privativa de liberdade combi-
nada com multa. Esta mudança ocorreu, em 2022, a partir da Lei Henry Borel, que endure-
ceu a aplicabilidade do Direito Penal para aqueles que cometeram crimes contra menores.

Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.

Ação penal pública incondicionada: É necessário que haja o preenchimento dos requi-
sitos legais para que o Ministério Público, por meio de seu representante, ingresse com a
demanda judicial sem a autorização de qualquer outra pessoa.

Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92. do De-
creto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes pre-
vistos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de autoridade,
são condicionados à ocorrência de reincidência. (Incluído pela Lei n. 13.869/2019)

Para que haja a aplicação dos efeitos condenatórios sob todo aquele que praticou
um crime contra criança e adolescente, se foi servidor público, é preciso que ele seja
reincidente. Essa reincidência significa que existe uma condenação criminal definitiva
anterior por qualquer outro crime.
45m

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, indepen-


derá da pena aplicada na reincidência. (Incluído pela Lei n. 13.869/2019)

Desde 2019 têm ocorrido mudanças legislativas que implicam maior gravidade
quanto à prática de condutas criminosas contra crianças e adolescentes.

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de


atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas,
na forma e prazo referidos no art. 10. desta Lei, bem como de fornecer à partu-
riente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento,
onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Parturiente: mulher que pariu.


Neonato: recém-nascido.

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O dirigente do hospital ou encarregado daquele serviço precisa manter os registros


do parto e do desenvolvimento do recém-nascido e entregar para a mãe quando lhe é
dada a alta. Caso não ocorra dessa forma, é considerado crime cometido por omissão.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

O crime culposo é quando o agente não teve a intenção deliberada, foi sucedido por
negligência. O caput do art. 228. ocorre em modalidade dolosa, ou seja, ele quer fazer e
quer o resultado – ou assume o risco que esse resultado aconteça.

Obs.: se a lei não expressar nada a respeito do crime, ele é doloso. Para que seja culposo,
é preciso que a lei preveja expressamente; a culpa no Direito Penal não se presume,
ela deve ser expressa.

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à


saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por oca-
sião do parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10. desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

Neste artigo há uma pluralidade de pessoas que podem praticar esse crime por omis-
são: médico, enfermeiro ou dirigente do estabelecimento de atenção à saúde da ges-
tante (maternidades). Após o parto, a mulher recebe uma pulseira com seu nome e um
número, a criança que nasceu dela também recebe uma pulseira que contém as mesmas
informações, o que serve para a identificação. Além disso, após o nascimento, toda
criança é submetida a exames obrigatórios que têm a intenção de monitorar o desenvol-
vimento nas primeiras horas de vida do recém-nascido. Assim, caso o funcionário deixe
de realizar a identificação e os exames necessários, sua ação é considerada crime.
50m

Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua


apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita
da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Nenhum indivíduo pode ser privado de liberdade, salvo situações de flagrante delito
ou por decisão judicial. Tal ação é considerada crime.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem ob-
servância das formalidades legais.

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No ato de apreender, a autoridade precisa cumprir determinadas regras. Exemplo: um


policial fez a apreensão de um menor, não se apresentou e sem necessidade, o algemou.

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou


adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Autoridade policial: delegado. Um dos direitos fundamentais assegurados ao menor


apreendido é a comunicação imediata (incontinenti) à autoridade judicial competente e
aos familiares ou ao responsável por ele indicado.

Obs.: se não há modalidade culposa, somente existe a modalidade dolosa.

Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância
a vexame ou a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

O constrangimento do menor é previsto como crime, é necessário que haja respeito


quanto à criança e/ou ao adolescente.

Art. 233. (Revogado pela Lei n. 9.455, de 07/04/1997).


Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata libera-
ção de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Se a autoridade competente, seja judicial ou policial, tiver conhecimento acerca da


ilegalidade da apreensão, é preciso colocar o menor imediatamente em liberdade.

Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de


adolescente privado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

A internação cautelar – chamada de provisória – tem como prazo máximo o período


de 45 (quarenta e cinco) dias. Por outro lado, a internação oriunda de uma decisão con-
denatória não possui prazo fixo, mas sim máximo: 3 (três) anos.
55m

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do


Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de função
prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Embaraçar: tumultuar, trazer dificuldade.

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No Direito Penal existe o Princípio da Legalidade, que traz em sua essência o Princípio da
Taxatividade. A lei precisa ser taxativa, se ela não define como crime o impedimento ou
embaraço da ação de autoridade POLICIAL, neste caso (art. 236.) não há crime.
Somente haverá crime se ocorre o impedimento ou embaraço da ação de autoridades
judiciárias, como juiz, conselheiros tutelares, Promotor de Justiça ou Procurador da República.

Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guar-
da em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.

Lar substituto (adoção): situação de ordem extrema, isto é, tirar a criança ou o ado-
lescente do seio familiar.
Pergunta: Qual a prescrição do crime previsto no art. 237.?
Todos os crimes previstos na lei são prescritíveis; os não prescritíveis (ou imprescrití-
veis) são aqueles previstos na Constituição Federal: racismo e ações de grupos armados
contra a ordem democrática.
Quanto à prescrição do crime do art. 237. no art. 109. do Código Penal contém uma
tabela que prevê os prazos prescricionais a partir da pena máxima. Exemplo: se a pena
máxima é de 6 (seis) anos, a prescrição será de 12 (doze) anos.
60m

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante


paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou
recompensa.

Pessoas não podem ser alienadas, o indivíduo que vende ou compra um menor
comete crime como previsto na lei.

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança


ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou
com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.

A conduta de promoção ou auxílio do envio de algum menor para o exterior com o


objetivo de obtenção de lucro (qualquer tipo de vantagem) e sem a observância das
modalidades formais, é caracterizado como crime.

Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído


pela Lei n. 10.764, de 12/11/2003)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

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A prescrição da pena de 6 (seis) a 8 (oito) anos é de 16 (dezesseis) anos.

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qual-
quer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou ado-
lescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829/2008)
65m Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
11.829/2008)

No dia 12 de janeiro de 2024, a inclusão do crime de conteúdo variado (diversos


verbos) foi equiparado à conduta do art. 240.

Obs.: o caput do art. 240. já existia desde 2008.

Essa nova lei também traz o bullying e o cyberbullying como novos crimes do Código
Penal e alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente, observadas no § 1º do art. 240.:

§ 1º Incorre nas mesmas penas:


I – agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo intermedeia a partici-
pação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou
ainda quem com esses contracena; (Incluído pela Lei n. 14.811/2024)
II – exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou transmissão, em tempo real,
pela internet, por aplicativos, por meio de dispositivo informático ou qualquer meio
ou ambiente digital, de cena de sexo explícito ou pornográfica com a participação
de criança ou adolescente. (Incluído pela Lei n. 14.811/2024)

Como previsto na lei, é considerado crime qualquer situação em que haja pornografia
ou cenas de sexo envolvendo criança ou adolescente (até os 17 (dezessete) anos com-
pletos). Mesmo que o adolescente tenha consentido na realização do material, seu con-
sentimento é inválido.

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: (Redação


dada pela Lei n. 11.829/2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; (Redação
dada pela Lei n. 11.829/2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
ou (Redação dada pela Lei n. 11.829/2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o ter-
ceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou
de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consen-
timento. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)

“[...] ou afim”: não consanguíneo.


Relações de parentesco até o terceiro grau: entre tio-sobrinho.

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Obs.: as relações são em linha reta, isto é, pai e mãe-filho/filha, avô e avó, bisavô e
bisavó -filho/filha e em linha colateral, isto é, irmão-irmã e tio-sobrinho.

Pergunta: Câmeras de residência direcionadas para o público externo ou de luga-


res públicos filmadas sem a autorização e vão para a internet ou telejornais.
Neste caso, a fisionomia da pessoa, até mesmo maior de 18 (dezoito) anos, precisa
ser borrada. Com crianças e adolescentes, suas identidades não podem ser reveladas,
é obrigatório que seus rostos sejam borrados. Somente o responsável legal pelo menor
pode autorizar ou não a gravação de sua fisionomia.
Esse cuidado com a gravação de crianças e adolescentes tem como finalidade a pro-
teção dos menores visto sua maior vulnerabilidade.

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo
ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfi-
ca envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade
o material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comu-
nicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts.
240., 241., 241-A. e 241-C. desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluído
pela Lei n. 11.829/2008)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalida-
des institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notí-
cia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou
serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do mate-
rial relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder
Judiciário. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material
ilícito referido. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)

Este crime costuma “cair” com frequência em provas.

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Ao baixar filmes pornográficos no computador que contenham cenas de sexo envol-


vendo menores, caso seja feito o rastreio dessas imagens que revelem o IP do aparelho,
o individuo responderá pelo crime.
70m

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo


explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação
de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: (Incluído
pela Lei n. 11.829/2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibi-
liza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o
material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de co-
municação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela
Lei n. 11.829/2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito
ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei n.
11.829/2008)
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir a crian-
ça a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei n.
11.829/2008)

Se um indivíduo alicia (induz) um menor a praticar um ato libidinoso, é caracterizado


como crime de estupro pelo Código Penal.

Obs.: ter relação sexual ≠ aliciar.

No caso de prática ou ato sexual com criança, considera-se estupro de vulnerá-


vel; no caso do adolescente, o Código Penal pontua da seguinte maneira: i) menores de
14 (quatorze) anos não podem ter relações sexuais, portanto, a prática ou ato sexual é
considerado estupro de vulnerável, porém, ii) maiores de 14 (quatorze) e menores de
18 (dezoito) anos, podem ter relações sexuais e se consentirem, a prática não é consi-
derada crime. Agora, caso não queiram, o ato é considerado como estupro qualificado.

Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer


forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei n. 10.764, de
12/11/2003)

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Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuita-
mente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem
justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência
física ou psíquica: (Redação dada pela Lei n. 13.106/2015)
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave. (Redação dada pela Lei n. 13.106/2015)

“[...] se o fato não constitui crime mais grave”: crime subsidiário.


Se um indivíduo vende bebida alcoólica com a intenção de que o menor fique em
coma, responderá por lesão corporal grave ou gravíssima. Se apenas vendeu para a
criança, segundo o ECA, a pena é de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, essa é a razão pela qual
bares, restaurantes, depósitos de bebidas e outros estabelecimentos possuem placas
“Proibida a venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos”.
75m Mesmo que a criança possua autorização para comprar a bebida, a venda é proibida.
Não se entrega para menores, ainda que gratuitamente, bebida alcoólica ou qualquer
outra substância que traga a possibilidade de dependência química ou física.

Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer


forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto
aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
dano físico em caso de utilização indevida:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.

Há exceções, no caso do “estalinho” ou “craque”, estes não trazem qualquer dano ou


perigo de dano para o menor que o manuseia.

Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do


art. 2º desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei n. 9.975,
de 23/06/2000)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utiliza-
dos na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente
da unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime,
ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei n. 13.440/2017)
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo lo-
cal em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 9.975, de 23/06/2000)

Exemplo: em um bar, se o indivíduo nota nitidamente a submissão de menores à


exploração sexual e nada faz, ou seja, sua conduta é por omissão, ele responderá a pena
do art. 244-A., isto é, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.

§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização


e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei n. 9.975, de 23/06/2000)

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Pergunta: Propagandas que mencionam bebidas sem álcool induzem menores a


beberem álcool? Haveria crime nessa situação?
Não há um tipo penal específico de indução no que diz respeito ao menor vir a beber
álcool, o que ocorre nessa situação é já oportunizar àquela criança ou àquele adoles-
cente a ingerir a substância. Não há um crime específico, portanto a conduta é conside-
rada atípica devido ao Princípio da Legalidade que traz a necessidade da lei ser taxativa.
80m Pergunta: Crianças acompanhadas dos pais podem frequentar bares?
Depende; existem bares que determinam a não entrada de menores. Porém, em regra,
sim, a entrada é permitida em bares – e restaurantes – desde que esses menores não
façam o uso de bebidas alcoólicas ou haja alguma espécie de induzimento para consumo.

 Obs.: no ECA há figuras de infrações administrativas. Há situações que são consideradas


crimes, enquanto outras não, mas venham a ser infrações administrativas. Por
exemplo, um indivíduo não pode submeter uma criança ou um adolescente a altas
horas da noite a estar em um bar como companhia. Essa situação pode ser respondida
perante a Vara da Infância, sendo possível até mesmo a suspensão da guarda.

Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal, de forma dolosa, de co-
municar à autoridade pública o desaparecimento de criança ou adolescente:
(Incluído pela Lei n. 14.811/2024)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Todo aquele que é responsável por uma criança ou adolescente que venha a desa-
parecer, é obrigatório que o incidente seja comunicado à autoridade pública. Exemplo:
o caso do menino Bernardo Boldrini cabe dentro deste artigo, porém, não pode ser, de
fato, aplicado pois na Constituição Federal, o Princípio de Aplicabilidade do Direito
Penal corresponde ao Princípio da Irretroatividade da lei penal mais gravosa. A nova
lei n. 14.811 sancionada em 12 de janeiro de 2024 traz um NOVO crime no art. 244-C.,
assim, não é permitido retroagir para alcançar fatos anteriores à lei, somente poderá
ser aplicada sob fatos que ocorreram após o período em que entrou em vigor.
Há um problema no que concerne ao não estabelecimento de prazo para caracteri-
zação de crime. Dessa forma, a qualquer momento o desaparecimento pode ser carac-
terizado como crime.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Carolina Carvalhal.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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