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Eixo Temático 4
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EIXO TEMÁTICO 4
Bloco 5 – Área: Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos
– Eixo Temático 4 – Direitos Humanos, Direitos dos Povos Originários e das Popula-
ções Tradicionais.
– Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n. 8.069/1990 e alterações.
No que concerne aos aspectos criminais, é necessário frisar que, no Brasil, a maiori-
dade penal é de 18 (dezoito) anos completos, prevista pela Constituição Federal e pelo
Código Penal. Além disso, existe a possibilidade de pessoas menores de 18 (dezoito)
anos praticarem atos infracionais, estes referenciados como análogos aos crimes ou
às contravenções penais. Portanto, esses menores são considerados inimputáveis, isto
é, não podem ser responsabilizados em esfera penal.
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contra-
venção penal.
5m Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às
medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adoles-
cente à data do fato.
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• DIREITOS INDIVIDUAIS
Toda criança e todo adolescente, tal como os maiores de 18 (dezoito) anos, por óbvio,
ostentam direitos individuais voltados à prática de atos infracionais.
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante
de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.
De acordo com o Direito Constitucional, ninguém pode ser privado de sua liberdade, apenas
em casos de flagrante delito ou por ordem fundamentada a partir de uma decisão judicial.
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Toda pessoa, seja adolescente ou não, que seja apreendida, tem direito de saber quem
está lhe privando de liberdade e o seu motivo. Se o responsável pela apreensão não revelar
sua identidade (nome, cargo etc.), estará praticando um crime de abuso de autoridade.
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Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo má-
ximo de quarenta e cinco dias.
A decisão de internação deve ser fundamentada pelo juiz e deve se lastrear em indí-
cios suficientes de autoria (menor), materialidade (resultado da prática do ato infracio-
nal), bem como a necessidade imperiosa (obrigatória) da medida (demonstrar a “tumul-
tuação” do processo pelo menor).
• GARANTIAS PROCESSUAIS
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido pro-
cesso legal.
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Como Princípio Constitucional, todo adolescente que for privado de sua liberdade
precisa ser submetido ao devido processo legal que respeite prazos e permita a mani-
festação igualitária de ambas as partes, isto é, o contraditório (argumentos de acu-
sação) e a contra defesa (realizada por advogado regularmente inscrito nos quadros da
OAB). Se não houver o respeito do devido processo legal, o procedimento é nulo, cha-
mado de nulidade absoluta ou nulo de pleno direito.
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O indivíduo sempre estará representado por alguém, pais ou responsáveis, pois tra-
ta-se de um menor.
• MEDIDAS SÓCIO–EDUCATIVAS
Espécie de “bronca” dada pelo juiz que adverte o menor a não praticar determi-
nada conduta.
IV – liberdade assistida;
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Todas essas medidas socioeducativas podem ser aplicadas em conjunto ou não com as
medidas de proteção previstas no art. 101., I a VI, no caso de maiores de 12 (doze) anos.
Para menores de 12 (doze) anos, somente podem ser submetidos às medidas de proteção.
• REMISSÃO
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infra-
cional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como
forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do
fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autorida-
de judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.
No caso de o procedimento judicial ainda não ter sido instaurado, isto é, o Ministé-
rio Público (Promotor de Justiça ou Procurador da República) não fez a representação
perante o poder judiciário e a investigação somente decorre em delegacia especializada,
uma remissão pode ser concedida ao menor. Será feita uma espécie de acordo a partir
do depoimento do indivíduo e diante das circunstâncias do fato, de sua personalidade,
da gravidade ou não do ato infracional e de sua participação, o Ministério Público deci-
dirá não abrir o processo judicial contra esse menor.
No caso de um procedimento já instaurado, ainda é possível haver uma remissão con-
cedida somente pelo juiz que implicará na suspensão (por prazo estipulado) ou extinção
do processo e, assim, apaga-se qualquer registro de sentença contra o menor entendida
pela autoria e materialidade do ato infracional.
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Tanto o Ministério Público quanto o juiz ao conceder a remissão – antes ou após o procedimento,
respectivamente –, que gera a exclusão ou suspensão do processo, podem aplicar as medidas
socioeducativas, salvo as de semiliberdade e internação.
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Para que haja restrição da liberdade do menor, é necessária a realização do devido processo
legal que garante a ampla defesa e o contraditório.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente,
a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu represen-
tante legal, ou do Ministério Público.
• DOS CRIMES
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o ado-
lescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do
Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
§ 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescente, independentemen-
te da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. (In-
cluído pela Lei n. 14.344/2022) Vigência
Para TODOS os crimes cometidos contra a criança e o adolescente JAMAIS pode ser
aplicada a Lei n. 9.009/1995, que trata dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM) pois
deve haver uma proteção maior para esses menores.
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Se for um processo que verse uma conduta praticada no contexto familiar ou domés-
tico, o juiz não pode condenar a pessoa a pagamento de prestação pecuniária (pena alter-
nativa) ou de cesta básica. Também não pode haver a substituição da pena que implique
o pagamento ISOLADO de multa. Deve-se aplicar uma pena privativa de liberdade combi-
nada com multa. Esta mudança ocorreu, em 2022, a partir da Lei Henry Borel, que endure-
ceu a aplicabilidade do Direito Penal para aqueles que cometeram crimes contra menores.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
Ação penal pública incondicionada: É necessário que haja o preenchimento dos requi-
sitos legais para que o Ministério Público, por meio de seu representante, ingresse com a
demanda judicial sem a autorização de qualquer outra pessoa.
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92. do De-
creto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes pre-
vistos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de autoridade,
são condicionados à ocorrência de reincidência. (Incluído pela Lei n. 13.869/2019)
Para que haja a aplicação dos efeitos condenatórios sob todo aquele que praticou
um crime contra criança e adolescente, se foi servidor público, é preciso que ele seja
reincidente. Essa reincidência significa que existe uma condenação criminal definitiva
anterior por qualquer outro crime.
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Desde 2019 têm ocorrido mudanças legislativas que implicam maior gravidade
quanto à prática de condutas criminosas contra crianças e adolescentes.
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O crime culposo é quando o agente não teve a intenção deliberada, foi sucedido por
negligência. O caput do art. 228. ocorre em modalidade dolosa, ou seja, ele quer fazer e
quer o resultado – ou assume o risco que esse resultado aconteça.
Obs.: se a lei não expressar nada a respeito do crime, ele é doloso. Para que seja culposo,
é preciso que a lei preveja expressamente; a culpa no Direito Penal não se presume,
ela deve ser expressa.
Neste artigo há uma pluralidade de pessoas que podem praticar esse crime por omis-
são: médico, enfermeiro ou dirigente do estabelecimento de atenção à saúde da ges-
tante (maternidades). Após o parto, a mulher recebe uma pulseira com seu nome e um
número, a criança que nasceu dela também recebe uma pulseira que contém as mesmas
informações, o que serve para a identificação. Além disso, após o nascimento, toda
criança é submetida a exames obrigatórios que têm a intenção de monitorar o desenvol-
vimento nas primeiras horas de vida do recém-nascido. Assim, caso o funcionário deixe
de realizar a identificação e os exames necessários, sua ação é considerada crime.
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Nenhum indivíduo pode ser privado de liberdade, salvo situações de flagrante delito
ou por decisão judicial. Tal ação é considerada crime.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem ob-
servância das formalidades legais.
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Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância
a vexame ou a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
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No Direito Penal existe o Princípio da Legalidade, que traz em sua essência o Princípio da
Taxatividade. A lei precisa ser taxativa, se ela não define como crime o impedimento ou
embaraço da ação de autoridade POLICIAL, neste caso (art. 236.) não há crime.
Somente haverá crime se ocorre o impedimento ou embaraço da ação de autoridades
judiciárias, como juiz, conselheiros tutelares, Promotor de Justiça ou Procurador da República.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guar-
da em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.
Lar substituto (adoção): situação de ordem extrema, isto é, tirar a criança ou o ado-
lescente do seio familiar.
Pergunta: Qual a prescrição do crime previsto no art. 237.?
Todos os crimes previstos na lei são prescritíveis; os não prescritíveis (ou imprescrití-
veis) são aqueles previstos na Constituição Federal: racismo e ações de grupos armados
contra a ordem democrática.
Quanto à prescrição do crime do art. 237. no art. 109. do Código Penal contém uma
tabela que prevê os prazos prescricionais a partir da pena máxima. Exemplo: se a pena
máxima é de 6 (seis) anos, a prescrição será de 12 (doze) anos.
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Pessoas não podem ser alienadas, o indivíduo que vende ou compra um menor
comete crime como previsto na lei.
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Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qual-
quer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou ado-
lescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829/2008)
65m Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
11.829/2008)
Essa nova lei também traz o bullying e o cyberbullying como novos crimes do Código
Penal e alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente, observadas no § 1º do art. 240.:
Como previsto na lei, é considerado crime qualquer situação em que haja pornografia
ou cenas de sexo envolvendo criança ou adolescente (até os 17 (dezessete) anos com-
pletos). Mesmo que o adolescente tenha consentido na realização do material, seu con-
sentimento é inválido.
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Obs.: as relações são em linha reta, isto é, pai e mãe-filho/filha, avô e avó, bisavô e
bisavó -filho/filha e em linha colateral, isto é, irmão-irmã e tio-sobrinho.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo
ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfi-
ca envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade
o material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comu-
nicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts.
240., 241., 241-A. e 241-C. desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluído
pela Lei n. 11.829/2008)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalida-
des institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notí-
cia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou
serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do mate-
rial relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder
Judiciário. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material
ilícito referido. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
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Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuita-
mente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem
justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência
física ou psíquica: (Redação dada pela Lei n. 13.106/2015)
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave. (Redação dada pela Lei n. 13.106/2015)
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Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal, de forma dolosa, de co-
municar à autoridade pública o desaparecimento de criança ou adolescente:
(Incluído pela Lei n. 14.811/2024)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Todo aquele que é responsável por uma criança ou adolescente que venha a desa-
parecer, é obrigatório que o incidente seja comunicado à autoridade pública. Exemplo:
o caso do menino Bernardo Boldrini cabe dentro deste artigo, porém, não pode ser, de
fato, aplicado pois na Constituição Federal, o Princípio de Aplicabilidade do Direito
Penal corresponde ao Princípio da Irretroatividade da lei penal mais gravosa. A nova
lei n. 14.811 sancionada em 12 de janeiro de 2024 traz um NOVO crime no art. 244-C.,
assim, não é permitido retroagir para alcançar fatos anteriores à lei, somente poderá
ser aplicada sob fatos que ocorreram após o período em que entrou em vigor.
Há um problema no que concerne ao não estabelecimento de prazo para caracteri-
zação de crime. Dessa forma, a qualquer momento o desaparecimento pode ser carac-
terizado como crime.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Carolina Carvalhal.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.
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