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É uma medida judicial que tem como objetivo a proteção da liberdade de locomoção
do indivíduo, quando esta se encontra ameaçada ou restringida de forma direta ou
indireta. Normalmente este amparo pode ser requisitado por qualquer pessoa fisica
que sofrer (ou se achar na iminência de sofrer) violencia ou coação ilegal na sua
liberdade de ir e vir, em decorrência de ilegalidade ou abuso de poder.
II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a
autoriza;
É preciso haver possibilidade jurídica do pedido e ele deve ser líquido e certo.
A primeira condição diz respeito ao cabimento do habeas corpus, inadmissível, por
exemplo, nas punições disciplinares militares (art. 142, §2º da CF/88). Já a segunda
está relacionada à necessidade de ser evidente o motivo do pleito, notório,
manifestamente compreensível pelo julgador.
Todos esses alicerces compõem a base de julgamento do magistrado, sendo
imprescindível a sua fundamentação quando proferida a decisão sobre o
salvo-conduto ou o alvará de soltura.
Competência e procedimento
Uma das maiores discussões jurídicas de todo o ano de 2020 foi, sem dúvidas, a
soltura de André do Rap, um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da
Capital (PCC).
Evidentemente, a sociedade não viu com bons olhos a cena de André do Rap
saindo, com aparente tranquilidade, pelo portão da frente do presídio. As forças
policiais certamente também não, considerando que desempenharam, por anos, um
árduo trabalho para efetivar a sua captura. Entretanto, apesar da revolta
generalizada, alguns pontos precisam ser esclarecidos. O faccionado encontrava-se
preso preventivamente. Por conseguinte, se faz necessário, para compreensão,
uma análise desse instituto.
"Artigo 312 — A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e
indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do
imputado (redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Artigo 313... (...)
§1º. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a
identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida
(redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)".
"Artigo 316 — O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo
para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que
a justifiquem (redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019).
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão
revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias, mediante decisão
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal (incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)".
"Artigo 5º — Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...) LXV. a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária".
Além disso, os riscos de possibilitar que o julgador intérprete a questão a seu sentir
são incalculáveis, tendo em vista a total ausência de segurança jurídica propiciada
por tal fato. As legislações federais são elaboradas pelo Congresso Nacional,
composto por representantes democraticamente eleitos e mediante amplo debate
com a sociedade civil. À vista disso, contrariar o disposto na norma é atentar contra
a própria democracia, que, indiretamente, a elaborou.