O Art. 310, I do Código de Processo Penal, tratou de prever o
cabimento do Relaxamento de Prisão nos seguintes termos:
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante,
o juiz deverá fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal;
Ou seja, trata-se de pedido cabível diante de qualquer ilegalidade da
prisão em flagrante ou preventiva ( e Art. 5º, LXV da CF)
Portanto: Relaxamento = Ilegalidade
LIBERDADE PROVISÓRIA
O Pedido de Liberdade Provisória é cabível após a prisão
em flagrante e antes da prisão preventiva, buscando impedir a conversão em prisão cautelar (preventiva), e vem previsto no Art. 310 do Código de Processo Penal:
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante,
o juiz deverá fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem
fiança.
Após a conversão em prisão preventiva pelo juiz, se houver o
desaparecimento do suporte acautelatório (periculum libertatis), o que cabe é o pedido de Revogação da prisão. A diferença do pedido de Revogação da prisão e do Pedido de Liberdade Provisória é o momento do pedido, enquanto o Pedido de Liberdade Provisória é cabível antes da análise do juiz pela decretação ou não da prisão preventiva, o pedido de Revogação ocorre enquanto já decretada a prisão preventiva. Lembrando que em qualquer momento, se houver ilegalidade, cabe o Relaxamento de prisão.
Portanto: Pedido de Liberdade Provisória = Ausência do
periculum libertatis (perigo da liberdade) antes da prisão preventiva ser decretada.
REVOGAÇÃO DA PRISÃO
Pedido cabível diante da insubsistência dos requisitos à manutenção
da prisão cautelar, e como tal, foi previsto no Art. 316 do Código de Processo Penal:
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão
preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Ou seja, a prisão preventiva será mantida SOMENTE enquanto
presentes os requisitos para a prisão cautelar, e não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, conforme clara redação do Art. 282, §6 do CPP. Assim, o pedido de Revogação é cabível em virtude de a prisão ser desnecessária, à falta dos pressupostos do artigo 312 do CPP.
Portanto: Revogação = Ausência do periculum libertatis
(perigo da liberdade) depois da prisão preventiva ser decretada
- legalidade da prisão: a liberdade provisória incide sobre uma
prisão legal, mas cabível porque o juiz verifica que ela não é necessária. O relaxamento da prisão, por sua vez, incide na prisão ilegal. E a revogação da prisão ocorre quando uma prisão legal deixa de ser necessária.
- momento: a liberdade provisória é pedido que se faz contra prisão
em flagrante, já que se preso preventivamente, a medida adequada é o relaxamento ou a revogação. Estas duas últimas medidas distinguem-se, neste ponto, uma vez que o relaxamento é cabível quando a prisão é ilegal, enquanto que a revogação na preventiva e na temporária. –
delitos: embora haja decisões do Supremo em sentido contrário,
ainda prevalece que o tráfico de drogas não permite liberdade provisória. Já o relaxamento da prisão e sua revogação podem se dar em qualquer delito. Neste sentido: Súm. 697, STF – A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.
- competência: a liberdade provisória pode ser concedida pelo
delegado ou pelo juiz: Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
O relaxamento da prisão somente pode ser concedido pelo juiz
e a revogação o mesmo juiz que anteriormente decretou a medida.
Resumindo: o pedido de liberdade provisória é feito em situação
de prisão em flagrante; enquanto o de revogação da prisão é para a hipótese de prisão preventiva já decretada (ou convertida, se a situação é de análise da prisão em flagrante); e o de relaxamento quando a prisão for ilegal. HABEAS CORPUS
O Habeas Corpus vem previsto no Art. 5º da Constituição Federal
nos seguintes termos:
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Note que os requisitos do Habeas Corpus é a necessária
demonstração de:
Violência ou coação na liberdade + ilegalidade
ou abuso de poder.
Ou seja, necessariamente, o habeas corpus é impetrado contra ato
da autoridade coatora (decisão), não em face do Estado ou Ministério Público, mas sim em face de um Agente Público, que detentor do poder de polícia praticou ato atentatório à legalidade ou com abuso de poder.
O Código de Processo Penal tratou de prever as possibilidades de
cabimento do Habeas Corpus:
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
II - quando alguém estiver preso por mais tempo
do que determina a lei;
III - quando quem ordenar a coação não tiver
competência para fazê-lo;
IV - quando houver cessado o motivo que
autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar
fiança, nos casos em que a lei a autoriza
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
VII - quando extinta a punibilidade.
Note que muitos dos casos previstos como ato de coação passível de cabimento do Habeas Corpus fundamentam igualmente o Pedido de Relaxamento de Prisão.
Outro detalhe relevante sobre o Habeas Corpus é o cuidado
necessário sobre a competência para recebimento do pedido, uma vez que se trata de remédio constitucional cabível em face de um ato de uma autoridade coatora. Assim, é preciso que identifique corretamente quem é o impetrado para não errar a competência.