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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

APOSTILA 05
ESTÁGIO SUPERVISIONADO III (PRÁTICA PENAL)
LIBERDADE PROVISÓRIA

Prezados (as) estagiários (as):

A liberdade provisória é um direito do acusado de um crime previsto no art. 5º, inc.


LXVI, da Constituição Federal de 1988, dispondo que “ninguém será levado à prisão e
nela mantido, quando a lei admitir liberdade provisória, com ou sem fiança”.

A Constituição Federal de 1988 prevê em seu artigo 5º, incisos LXI e LVII, que ninguém
será preso senão em flagrante delito ou por ordem devidamente fundamentada por
autoridade competente, assim como ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado da sentença penal condenatória.

Ou seja, somente permanecerá preso antes da sentença condenatória o indivíduo que


for detido em flagrante delito, cuja prisão deverá ser convertida em preventiva, ou
quando for necessário cumprimento de mandado de prisão expedido pelo juiz ou
autoridade competente.

No entanto, é possível que seja concedida a liberdade provisória do réu preso, por
meio da revogação ou do relaxamento da prisão ilegal, a qualquer tempo, se os
pressupostos de ambas as hipóteses estiverem cumpridos.

Isso porque, quando alguém é detido, não será mantido, necessariamente, na


penitenciária até o fim, haja vista que há recursos para mudar tal situação.

E o que é mesmo a liberdade provisória?

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O andamento de um processo penal deve obedecer uma ordem cronológica de atos,


que estão devidamente regulamentados por lei, ou seja, no Código de Processo Penal
Brasileiro.

No referido diploma, existem alguns recursos que podem ser utilizados para o fim de
requerer a liberdade provisória do acusado de um crime que estiver preso.

A liberdade provisória consiste em um direito do acusado de um crime, também


previsto no art. 5º, inc. LXVI, da Constituição Federal de 1988, dispondo que “ninguém
será levado à prisão e nela mantido, quando a lei admitir liberdade provisória, com ou
sem fiança”.

Tipos de liberdade provisória


A concessão da liberdade provisória pode ser ato posterior à prisão em flagrante, à
prisão preventiva e à prisão temporária.

Assim, consumado o ato de prisão em flagrante pela autoridade policial, o termo será
autuado e levado ao conhecimento do juiz que deverá, segundo o art. 310, do Código
de Processo Penal, em audiência de custódia e no prazo de 24 horas após o flagrante,
decidir:

 pelo relaxamento da prisão (se considerada ilegal conforme requisitos


presentes no CPP); ou
 pela conversão do flagrante em prisão preventiva, se presentes os
requisitos do art. 312, do CPP e se não for o caso das medidas cautelares diversas da
prisão; ou

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 pela concessão da liberdade provisória, com ou sem fiança (se não


estiverem presentes os requisitos do art. 312, do CPP ou for o caso de medidas
cautelares diversas da prisão).
Obrigatória
A liberdade provisória poderá ser concedida com ou sem fiança, se o juiz compreender
que os requisitos estão preenchidos.

No entanto, aos crimes que admitem e forem arbitradas fiança pela autoridade
policial, o acusado deverá ser posto em liberdade obrigatoriamente no prazo máximo
de 24 horas, a contar do pagamento.

A fiança poderá ser arbitrada de 1 a 100 salários mínimos quando o acusado estiver
respondendo por crime com pena não superior a 4 anos.

Por outro lado, poderá ser arbitrada no valor de 10 a 200 salários mínimos quando a
pena for superior a 4 anos.

Os crimes hediondos e equiparados não admitem fiança.

Além disso, o juiz deverá realizar audiência de custódia no prazo máximo de 24 horas
após o flagrante delito. Caso ultrapassado respectivo prazo, a prisão torna-se ilegal,
devendo ser posto obrigatoriamente em liberdade o acusado, por meio do
relaxamento da prisão.

Permitida
A liberdade provisória será permitida em qualquer caso, desde que os requisitos
estejam presentes para tanto.

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Quando aplicável fiança, o pagamento do valor fixado pelo juiz é motivo suficiente
para que o acusado seja posto em liberdade imediatamente, até o prazo máximo de 24
horas para cumprimento.
No entanto, quando a fiança não for aplicada, é possível ainda que a liberdade
provisória seja concedida. São nestes casos que os requisitos legais devem ser
observados.

Vale lembrar que a prisão em flagrante deverá ser convertida em prisão preventiva
para que o acusado seja mantido preso conforme prevê a lei. Caso contrário, deverá
ser posto em liberdade.

Assim, os requisitos para a conversão da prisão em flagrante para preventiva são


fundamentais para averiguar se a liberdade provisória poderá ser concedida ou não. O
art. 312, prevê que:

A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem


pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal
ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da
existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado
pelo estado de liberdade do imputado.

Ou seja, o defensor, ao analisar o respectivo dispositivo legal, irá realizar o pedido de


liberdade provisória, seja por revogação da prisão, pois ausentes os requisitos do art.
312, do CPP, destacado acima, seja por relaxamento da prisão ou por motivo de
ilegalidade.

Vedada
Antes da promulgação da lei de 2007, era expressamente vedada a liberdade
provisória aos crimes hediondos.

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Neste mesmo sentido, podemos destacar a antiga lei 9034/95, que previa a vedação à
concessão da liberdade provisória aos agentes que tenham tido participação efetiva
em organização criminosa.

No entanto, a lei 12.850/2013 revogou a lei 9.304/95, excluindo a vedação à medida,


haja vista que foram diversos os posicionamentos judiciais divergentes, no sentido de
considerar inconstitucional tal vedação.

Assim, em qualquer crime poderá ser concedida a liberdade provisória, desde que os
requisitos já destacados anteriormente estejam presentes.

Quanto tempo dura a liberdade provisória?


A liberdade provisória tem durabilidade enquanto o acusado cumprir com as
determinações legais, até o trânsito em julgado da ação criminal.

Nesse sentido, é importante ressaltar que a concessão da liberdade provisória pode


ser acompanhada de fixação de medidas cautelares da prisão, cumulativamente ou
não, que podem ser:

I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz,


para informar e justificar atividades;
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer
distante;

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IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente


ou necessária para a investigação ou instrução;
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais;
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-
imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a
atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência
injustificada à ordem judicial;
IX – monitoração eletrônica.

Quando arbitradas as medidas cautelares junto à concessão da liberdade provisória, o


acusado deve cumpri-las, sob pena de revogação da medida e decretação de nova
prisão preventiva.

Se o acusado cumprir as medidas, a durabilidade da liberdade provisória será até o


trânsito em julgado da ação criminal. Se for condenado, cumprirá a pena pertinente.

Requisitos para a concessão da liberdade provisória


A liberdade provisória é uma medida que permite ao acusado responder em
liberdade.

Nos termos do art. 310, do Código Penal, o juiz colocará em liberdade o acusado
quando considerar presente uma das hipóteses do art. 23, incisos I, II e III, do Código
Penal, quando é considerado inexistente o crime na hipótese de: i) estado de

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necessidade; ii) legítima defesa ou iii) cumprimento de dever legal ou exercício regular
de direito (atuação de policiais militares, por exemplo).

A liberdade provisória poderá ser concedida, também, quando os requisitos do art.


312 do Código de Processo Penal não estiverem presentes, que são:

 Garantia à ordem pública, da ordem econômica;


 Conveniência da instrução criminal;
 Assegurar a lei penal;
 Quando a liberdade do acusado gerar perigo à sociedade;
 Quando não estiverem presentes os requisitos de autoria e
materialidade do crime.

Direitos e deveres na liberdade provisória


Para saber os direitos de quem está em liberdade provisória, é importante averiguar a
fundamentação da decisão judicial e se foram estabelecidas medidas cautelares
diversas da prisão.

Em linhas gerais, o réu que responde pelo crime ou contravenção penal em liberdade
não pode se ausentar do país. Porém, deverão ser analisadas quais as medidas
cautelares diversas da prisão que foram fixadas pelo juiz.

Por exemplo, o magistrado pode aplicar cumulativamente a monitoração eletrônica e a


proibição de acesso ou frequência a determinados lugares. Assim, o réu deverá
cumprir a determinação e delimitação territorial, sob pena de perder a liberdade
provisória.

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Não poderá viajar se houver monitoração eletrônica e a proibição de ausentar-se da


Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou
instrução.

Na dúvida, recomendamos buscar orientação jurídica para evitar o risco de perder a


liberdade provisória.

Quanto aos deveres, a pessoa em liberdade provisória deverá cumprir as


determinações do juiz fundamentadas em decisão. Então, se foram aplicadas medidas
restritivas, o réu deverá cumpri-las sob pena de perder o direito à liberdade.

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MODELO ANEXO
MERETÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA CRIME DA COMARCA DE
____________ /__.

URGENTE
RÉU PRESO

Processo Crime nº ________

________ , devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem,


por intermédio de seus procuradores, com fulcro nos Arts. 310, III e
321 do Código de Processo Penal REQUERER

LIBERDADE PROVISÓRIA

pelas razões de fato e fundamentos:

DOS FATOS
O requerente teve sua prisão em flagrante decretada em
________ ficando recolhido por ________ até a presente data.

O mérito da prisão trata-se de suposta prática dos delitos de


________ enquadrado no Art. ________ .

Contudo, conforme passa a expor, os motivos de imposição das


medidas cautelares não mais persistem, viabilizando o presente pedido.

AUSÊNCIA DO PERICULUM LIBERTATIS


Nos termos do art. 321 do CPP, "ausentes os requisitos que
autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319
(...)".

Ou seja, a prisão preventiva será mantida SOMENTE quando


presentes os requisitos e não for cabível a sua substituição por outra

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medida cautelar, conforme clara redação do Art. 282, §6 do CPP.

No entanto, não há nos autos do processo, qualquer elemento a


evidenciar a manutenção da prisão preventiva. Afinal, a gravidade abstrata do
delito não ostenta motivo legal suficiente ao enquadramento em uma das
hipóteses que cabível se revelaria à prisão cautelar. (CPP, arts. 282 e 312)

A prisão preventiva tem caráter cautelar diante da manutenção


das circunstâncias que a fundamentam, previstas no Art. 282 do CPP:

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título


deverão ser aplicadas observando-se a:
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a
investigação ou a instrução criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de
infrações penais;
II - adequação da medida à gravidade do crime,
circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado
ou acusado.
(...)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,
revogar a medida cautelar ou substituí-la quando
verificar a falta de motivo para que subsista, bem
como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.

§ 6º A prisão preventiva somente será determinada


quando não for cabível a sua substituição por outra
medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o
não cabimento da substituição por outra medida cautelar
deverá ser justificado de forma fundamentada nos
elementos presentes do caso concreto, de forma
individualizada.

Tais requisitos devem estar presentes não somente no ato da


prisão, mas durante todo o lapso temporal de sua manutenção.

Todavia, considerando que a prisão ocorreu a mais de ________


meses, não permanece qualquer risco à investigação ou instrução criminal,
desfazendo-se qualquer periculum libertatis que pudesse fundamentar a
continuidade da prisão, conforme leciona o STJ:

"Sabe-se que o ordenamento jurídico vigente traz a


liberdade do indivíduo como regra. Desse modo, antes da
confirmação da condenação pelo Tribunal de Justiça, a

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prisão revela-se cabível tão somente quando estiver


concretamente comprovada a existência do periculum
libertatis,sendo impossível o recolhimento de alguém
ao cárcere caso se mostrem inexistentes os
pressupostos autorizadores da medida extrema,
previstos na legislação processual penal." (HC
430.460/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA
PALHEIRO, SEXTA TURMA, DJe 16/04/2018,
#13267812)#326781
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Trata-se da aplicação do princípio da provisionalidade, conforme
desta respeitável doutrina, de forma esclarecedora:

"Nas prisões cautelares, a provisionalidade é um princípio


básico, pois são elas, acima de tudo, situacionais, na
medida em que tutelam uma situação fática. Uma vez
desaparecido o suporte fático legitimador da medida e
corporificado no fumus commissi delicti e/ou no
periculum libertatis, deve cessar a prisão. O
desaparecimento de qualquer uma das "fumaças" impõe a
imediata soltura do imputado, na medida em que é exigida
a presença concomitante de ambas (requisito e
fundamento) para manutenção da prisão." (LOPES JR,
AURY. Direito Processual Penal. 15ª ed. Editora Saraiva
jur, 2018. Versão Kindle, P. 12555)

Ou seja, os "indigitados fundamentos de cautelaridade devem ser


apreciados sob o signo temporal, devendo ser atuais independentemente de
se tratar de novo decreto de prisão ou de restabelecimento de prisão há
muito revogada, seja em virtude da ausência dos requisitos do artigo 312
do Código de Processo Penal, seja em virtude da ausência de
fundamentação idônea" (AgRg no REsp 1.195.873/MT, Rel. Min. MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA).

Afinal, a conversão em prisão preventiva seria cabível somente


diante dos requisitos dos arts. 312 e 313 do CPP:

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como


garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência
do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado
pelo estado de liberdade do imputado.
Art. 313. Nos termos doArt. 312 deste Código, será
admitida a decretação da prisão preventiva:

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I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de


liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto
noInciso I do Caput do art. 64 do Decreto-Lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou
pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência;

Situações que não estão mais presentes no presente quadro.,


uma vez que não há indícios de que o acusado em liberdade ponha em
risco a instrução criminal, a ordem pública ou risco à ordem econômica.

Portanto, considerando que ausentes os requisitos que pudessem


motivar a conversão em prisão preventiva, não subsistem motivos à
manutenção da prisão cautelar, conforme precedentes sobre o tema:

HABEAS CORPUS. DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA.


AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. ILEGALIDADE
FLAGRANTE. ORDEM CONCEDIDA. PRISÃO
REVOGADA. RESSALVADA A POSSIBILIDADE DE QUE
NOVA CUSTÓDIA VENHA A SER DECRETADA, SE
APONTADAS RAZÕES CONCRETAS. 1. As instâncias
ordinárias, in casu, não indicaram fatos concretos
aptos a justificar a segregação cautelar do paciente,
estando a decisão fundamentada apenas em conjecturas
e na gravidade abstrata do tráfico de drogas, o que
configura nítido constrangimento ilegal. No caso, a
quantidade de droga apreendida (4 mudas de
maconha e 885 g de maconha) não constitui elemento
concreto a evidenciar a periculosidade do paciente
para o fim de justificar a determinação da prisão
cautelar. 2. Desde 11/5/2012, após o Plenário do
Supremo Tribunal Federal declarar, incidentalmente, a
inconstitucionalidade de parte do art. 44 da Lei n.
11.343/2006, a saber, da que proibia a concessão de
liberdade provisória nos casos de tráfico de drogas, a
fundamentação calcada nesse dispositivo simplesmente
perdeu o respaldo. De acordo com o julgamento da
Suprema Corte, a regra prevista no referido art. 44 da Lei
n. 11.343/2006 é incompatível com o princípio
constitucional da presunção de inocência e do devido
processo legal, dentre outros princípios. Assim, para se

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manter a prisão, imprescindível seria a presença de


algum dos requisitos do art. 312 do Código de
Processo Penal, o que não ocorreu no caso. 3. Ordem
concedida, confirmando-se a liminar, para garantir ao
paciente o direito de responder ao processo em liberdade,
salvo se por outro motivo estiver preso e ressalvada a
possibilidade de haver nova decretação de prisão ou a
aplicação de uma das medidas cautelares previstas no
art. 319 do Código de Processo Penal, caso se apresente
motivo concreto para tanto. (STJ - HC: 401830 MG
2017/0127983-6, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS
JÚNIOR, Data de Julgamento: 18/09/2018, T6 - SEXTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 07/11/2018,
#43267812)
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES.
PRISÃO EM FLAGRANTE CONVERTIDA EM
PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. ORDEM
CONCEDIDA. 1. Sabe-se que o ordenamento jurídico
vigente traz a liberdade do indivíduo como regra. Desse
modo, antes da confirmação da condenação pelo Tribunal
de Justiça, a prisão revela-se cabível tão somente quando
estiver concretamente comprovada a existência do
periculum libertatis, sendo impossível o recolhimento de
alguém ao cárcere caso se mostrem inexistentes os
pressupostos autorizadores da medida extrema, previstos
na legislação processual penal. 2. Na espécie, ao
converter a prisão em flagrante em preventiva, deteve-
se o Juízo de piso a fazer ilações acerca da gravidade
abstrata do crime de tráfico, a mencionar a prova de
materialidade e os indícios de autoria, a supor a fuga
do distrito da culpa e a invocar a quantidade do
entorpecente apreendido, o que, na hipótese
específica dos autos, não constitui motivação
suficiente para a segregação antecipada, sobretudo
porque não há falar, no caso, em apreensão de elevada
quantidade de droga, já que encontradas com o paciente
20 porções de cocaína, com peso líquido de 26,9g (vinte e
seis gramas e nove decigramas). 3. Habeas corpus
concedido. (STJ - HC: 458857 SP 2018/0171330-9,
Relator: Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, Data
de Julgamento: 09/10/2018, T6 - SEXTA TURMA, Data de
Publicação: DJe 26/10/2018, #43267812)
EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES - LESÃO
CORPORAL E AMEAÇA - DECRETAÇÃO DA PRISÃO

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PREVENTIVA - IMPOSSIBILIDADE -
EXCEPCIONALIDADE DA PRISÃO CAUTELAR. No
processo penal brasileiro a prisão cautelar, antes do
trânsito em julgado, deve ser entendida como medida
excepcional, sendo cabível exclusivamente quando
comprovada a sua real necessidade, pautando-se em
fatos e circunstâncias do processo, que preencham os
requisitos previstos no artigo 312 do Código de Processo
Penal. Ausentes os requisitos do artigo 312 do Código de
Processo Penal, não há como se decretar a prisão
preventiva. (TJ-MG - Emb Infring e de Nulidade:
10433150282450002 MG, Relator: Maria Luíza de
Marilac, Data de Julgamento: 10/04/2018, Data de
Publicação: 20/04/2018, #43267812)
HABEAS CORPUS. REVOGAÇÃO DA PRISÃO
PREVENTIVA. A prisão sem condenação é medida
excepcional, devendo ser imposta, ou mantida, apenas
quando houver prova da existência do crime, indício
suficiente de autoria e, ainda, forem atendidas as
exigências dos artigos 312 e 313, ambos do Código de
Processo Penal. Decisão que carecedora de
fundamentação, não sendo possível inferir necessidade
de garantia da ordem pública, da ordem econômica, a
conveniência da instrução criminal e tampouco a
exigência da prisão do paciente para garantir a aplicação
da lei penal. (TJ-SP 20325049820188260000 SP
2032504-98.2018.8.26.0000, Relator: Kenarik Boujikian,
Data de Julgamento: 09/04/2018, 2ª Câmara de Direito
Criminal, Data de Publicação: 13/04/2018, #63267812)
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS.
LIBERDADE PROVISÓRIA. POSSIBILIDADE. A
gravidade do crime em abstrato, por si só, não pode
fundamentar prisão preventiva, sob pena de séria violação
aos mais basilares princípios constitucionais. Caso em
que nada no fato concreto ou nas circunstâncias pessoais
do paciente poderia justificar a alegação de que sua
soltura é um perigo concreto à ordem pública, assim como
nada indica que possam prejudicar a instrução criminal ou
eventual aplicação da lei penal. ORDEM CONCEDIDA.
UNÂNIME. (Habeas Corpus Nº 70077105138, Segunda
Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz
Mello Guimarães, Julgado em 12/04/2018).

Por se tratar de requisitos indispensáveis para a condução da


prisão em flagrante para preventiva, não há motivos para a manutenção da

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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

prisão em flagrante.
Motivos pelos quais, requer o provimento do presente pedido de
liberdade provisória.

DOS BONS ANTECEDENTES, ENDEREÇO CERTO E EMPREGO FIXO


Não obstante a preliminar arguida, importa destacar que o Réu é
________ , trata-se de pessoa íntegra, de bons antecedentes e que jamais
respondeu a qualquer processo crime conforme certidão negativa que junta em
anexo.

Possui ainda endereço certo na ________ , onde reside com sua


família nesta Comarca, trabalha na condição de ________ na empresa
________ conforme comprovantes em anexo.

DOS PROCESSOS CRIMINAIS SEM TRÂNSITO EM JULGADO


O princípio da presunção da inocência faz com que o réu não
possa sofrer consequências penais ou extrapenais em decorrência de
processos criminais em curso.

Logo, a ausência de trânsito em julgado de eventuais ações


penais passa a ser um argumento na defesa do reconhecimento de bons
antecedentes do réu, para fins de dosimetria da pena, conforme
expressamente previsto no CPP:

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo


necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse
da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe
forem solicitados, a autoridade policial não poderá
mencionar quaisquer anotações referentes a
instauração de inquérito contra os requerentes.

Portanto, a simples existência de inquéritos policiais ou processos


criminais sem trânsito em julgado, não podem ser considerados como
antecedentes criminais para qualquer fim, conforme já sumulado pelo STJ:

Súmula STJ 444 - É vedada a utilização de inquéritos


policiais e ações penais em curso para agravar a
pena-base.

Sobre o tema, o STF já se pronunciou em Recurso Extraordinário


com repercussão geral declarada, ao afirmar que "A existência de inquéritos
policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado não podem ser
considerados como maus antecedentes para fins de dosimetria da pena".
(RE 591054)

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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

O Art. 5º, inciso LVII da Constituição Federal traz expressamente


a garantia de que ninguém será considerado culpado antes do trânsito em
julgado de sentença condenatória.

Desta forma, para efeito de aumento da pena somente podem ser


valoradas como maus antecedentes decisões condenatórias irrecorríveis,
sendo impossível considerar, para tanto, investigações preliminares ou
processos criminais em andamento, mesmo que estejam em fase recursal.

Sobre o tema, cabe destacar os precedentes do STJ:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. DOSIMETRIA DA PENA.
ANTECEDENTES CRIMINAIS. INQUÉRITOS E
PROCESSOS EM CURSO. TEMA 129/STF. 1. As ações
e inquéritos penais em andamento não são hábeis a
validar a fixação da pena-base além do piso legal, por
intermédio da valoração prejudicial das circunstâncias
judiciais elencadas no art. 59 do CP, em respeito ao
princípio da inocência. 2. "Ante o princípio constitucional
da não culpabilidade, inquéritos e processos criminais em
curso são neutros na definição dos antecedentes
criminais" (RE-RG 591.054, Rel. Min. Marco Aurélio,
Tribunal Pleno, julgado em 17/12/2014, publicado em
26/2/2015 - Tema 129/STF). Agravo regimental improvido.
(AgRg no RE no AgRg no HC 392.214/RS, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, CORTE ESPECIAL, julgado em
07/03/2018, DJe 23/03/2018, #23267812)

Sobre o tema, a jurisprudência acompanha este entendimento:

PENAL. PROCESSO PENAL. APELAÇÃO. ROUBO


"SIMPLES". CONDENAÇÃO. RECURSO DA DEFESA.
Recurso visando, em preliminar, ao reconhecimento de
nulidades, e, no mérito, à absolvição por falta de provas
ou à mitigação da pena (fixação da base no mínimo e
alteração do regime inicial para o semiaberto), com
pedido, ainda, de concessão de liberdade provisória.
Parcial pertinência. 1. Prejudicado pedido de concessão
de liberdade provisória com o julgamento do presente
recurso. Legitimidade, de todo o modo, de execução
definitiva da pena em face da concretização do duplo grau
de jurisdição na esteira de recente jurisprudência do C.
STF (HC 126.292/SP, de 17/02/2016 e MC nas ADCs 43

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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

e 44, de 05/10/2016). 2. Nulidades inexistentes. A)


Ilicitude na prova de autoria não detectada. A despeito de
ilegal condução coercitiva, a elucidação de autoria partiu
de denúncia anônima, confirmada a suspeita depois de
efetuado reconhecimento (fotográfico e de pessoa, ambos
"Positivo"), surgindo, portanto, de fonte independente. Art.
157, do CPP. B) Inexistente violação ao princípio da
judicialização das provas. Policiais que descreveram com
precisão a dinâmica da investigação, não se limitando, ao
reverso do colocado, a ratificar o que fora afirmado na
fase inquisitiva. Existência, ademais, de outras provas
incriminadoras (confissão e relatos da vítima)
regularmente produzidas em juízo. Nulidades inexistentes.
3. Condenação legítima. Acusado que, simulando estar
armado, subtraiu bens da vítima que caminhava em via
pública. Integral admissão em juízo. Confirmação da
confissão pela prova judicializada. Inviável absolvição.
Idoneidade das provas, quais sejam, da confissão judicial
(comprovando, no caso, a prática da infração), bem como
das declarações da vítima e dos testemunhos dos
policiais (confirmando aquela). Precedentes. 3. Imperiosa
fixação da base no mínimo. Na sentença, foram
valorados, sob a pecha de "maus antecedentes",
processos em trâmite, sem sentença e um com
trânsito em julgado posterior, mas em que fora
declarada a extinção da punibilidade pela prescrição
da pretensão punitiva. A existência de inquéritos
policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado
não pode ser considerada como maus antecedentes
para fins de dosimetria da pena. Entendimento
firmado, pelo C. STF, no RE 591054 SC, com
repercussão geral reconhecida. Súmula nº 444, do C.
STJ. Retorno ao mínimo. 4. Inviável alteração do regime
determinado para início de expiação da aflitiva. Apesar de
se cuidar de roubo "simples", em tese, inicialmente,
possível de determinação de cumprimento da pena mais
brando, a escolha pelo fechado se mostra mais
adequada, para que a pena surta suas devidas
finalidades, quando o crime é cometido mediante
simulação de porte de arma, aspecto este que demonstra
maior ousadia e periculosidade do agente, extraíveis,
também pelo fato de a subtração ter ocorrido em via
pública, local não ermo, portanto, Reincidência específica
que, ademais, impõe, de todo o modo, determinação de
início de cumprimento em regime fechado (não incidência

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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

da Súmula de nº 269, do C. STJ). Inteligência do art. 33,


§§ 2º e 3º, do CP. Situação que tornou inaplicável, no
caso, o disposto no artigo 387, §2º, do CPP, porque
irrelevante, para aquele objetivo, quantum imposto e, por
consequência, eventual tempo de prisão provisória.
Parcial provimento, na parte não prejudicada e afastadas
as nulidades. (TJSP; Apelação Criminal 0011724-
21.2018.8.26.0050; Relator (a): Alcides Malossi Junior;
Órgão Julgador: 8ª Câmara de Direito Criminal; Foro
Central Criminal Barra Funda - 28ª Vara Criminal; Data do
Julgamento: 25/04/2019; Data de Registro: 29/04/2019,
#93267812)
REVISÃO CRIMINAL. SENTENÇA CONTRÁRIA À
PROVA DOS AUTOS. ABSOLVIÇÃO. AFASTADA.
ROUBO. PALAVRA DA VÍTIMA. ESPECIAL VALOR
PROBANTE. CONTINUIDADE DELITIVA.
IMPOSSIBILIDADE. CONTUMÁCIA. DESPROVIMENTO.
UNÂNIME. 1. Tese absolutória rejeitada em virtude do
arcabouço processual fundado nos depoimentos
prestados pelas vítimas dos delitos de roubo, pois em
crimes deste jaez a palavra da vítima têm especial valor
probante.Precedentes.2. Conquanto os delitos praticados
pelo réu sejam da mesma espécie, praticados contra
distintas vítimas, mas com idêntico modus operandi, em
curto espaço de tempo e dentro da mesma comarca, não
há como aplicar o favor legal quando se constata que não
se tratam de crimes continuados e sim de inegável e
deslavada contumácia delituosa. 3. Ao reconhecimento da
continuidade delitiva não basta que se façam presentes
os requisitos objetivos (mesmas circunstâncias de tempo,
lugar e modo de execução) é imperioso que se demonstre
a unicidade de desígnios, que se estabeleçam liames
entre os crimes praticados em sequência tal que permita
admitir a ficção de que os demais delitos são a
continuação do primeiro.4. O requerente, entre os meses
de abril e julho do ano de 2005, praticou isoladamente
vários crimes de roubo na localidade, de forma que os
excertos demonstram que o Réu faz do crime de roubo à
mão armada um meio de vida, um modo de auferir
dinheiro.5. Constata-se que o réu trata-se de delinquente
habitual, de modo que sua contumácia impede que seja
amparado pela benesse da continuidade delitiva, pois
verifica-se que as condutas perpetradas são
independentes, com desígnios autônomos em condições
de tempo distintas e isoladas, de forma que caberia à

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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

espécie o concurso material e não a continuidade


pretendida. Precedentes.6. Continuidade delitiva afastada.
À unanimidade de votos.PENA. ART. 59, CP.
REDIMENSIONAMENTO. VETORES DO MOTIVO E
CIRCUNSTÂNCIAS. VALOR NEGATIVO AFASTADO.
UNÂNIME. MAUS ANTECEDENTES. MANTIDOS. STF:
RE 591054/SC REPERCUSSÃO GERAL AFASTADA E
INTELIGÊNCIA DA SÚM. 444 DO STJ AFASTADA. POR
MAIORIA DA TURMA. 7. Pena reduzida, à unanimidade,
ante o reconhecimento da ausência de fundamentação
legal na análise das circunstâncias do art. 59 do CP, dos
motivos e das circunstâncias do crime, todavia, por
maioria, a Turma afastou a incidência do entendimento
sufragado pelo pleno do STF quando do julgamento
realizado no RE 591054/SC, com repercussão geral
reconhecida, em foi assentada a tese de que "A
existência de inquéritos policiais ou de ações penais sem
trânsito em julgado não podem ser considerados como
maus antecedentes para fins de dosimetria da pena",
afastando, consequentemente, o escólio já sedimentado
pelo STJ na Súm. 444, vencido o Relator. 8. Habeas
corpus concedido ex officio, à unanimidade de votos, para
estender a ação n. 661/2006 a redução aqui procedida,
resultando em cada uma delas a pena de 06 (seis) anos e
08 (oito) meses de reclusão. (Revisão Criminal 499848-
10001228-35.2018.8.17.0000, Rel. Fausto de Castro
Campos, Seção Criminal, julgado em 28/03/2019, DJe
11/06/2019, #33267812)

A doutrina ao lecionar sobre a matéria, esclarece:

"no âmbito penal, em particular, por conta da edição da


Súmula 444 do STJ. ("É vedada a utilização de inquéritos
policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
base"), somente se podem considerar as condenações,
com trânsito em julgado, existentes antes da prática do
delito" (NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito
Penal - Vol. 1 - Parte Geral - Arts. 1ª a 120 do Código
Penal, 3ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2019.)

Portanto, quaisquer inquéritos ou processos criminais sem trânsito


em julgado, não podem ser considerados para fins de antecedentes.

As razões do fato em si serão analisadas oportunamente, no


devido processo legal, não cabendo, neste momento, um julgamento prévio

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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

que comprometa sua inocência, conforme precedentes sobre o tema:

EMENTA: HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO E


FURTO QUALIFICADO TENTADO. PRISÃO
PREVENTIVA. SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS
CAUTELARES ALTERNATIVAS MENOS GRAVOSAS.
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLÊNCIA OU
GRAVE AMEAÇA. PACIENTE PRIMÁRIO, DE BONS
ANTECEDENTES E COM RESIDÊNCIA FIXA. ORDEM
PARCIALMENTE CONCEDIDA. - A prisão preventiva é
medida excepcional que deve ser decretada somente
quando não for possível sua substituição por cautelares
alternativas menos gravosas, desde que presentes os
seus requisitos autorizadores e mediante decisão judicial
fundamentada (§ 6º, artigo 282, CPP)- No caso,
considerando a ausência de violência ou grave
ameaça e, ainda, as condições pessoais favoráveis do
paciente (primariedade, bons antecedentes e
residência fixa), a substituição da prisão por medidas
diversas mais brandas revela-se suficiente para os
fins acautelatórios almejados. (TJ-MG - HC:
10000180115032000 MG, Relator: Renato Martins Jacob,
Data de Julgamento: 15/03/2018, Data de Publicação:
26/03/2018, #03267812)

Neste sentido, Julio Fabbrini Mirabete em sua obra, leciona:

"Como, em princípio, ninguém deve ser recolhido à prisão


senão após a sentença condenatória transitada em
julgado, procura-se estabelecer institutos e medidas que
assegurem o desenvolvimento regular do processo com a
presença do acusado sem sacrifício de sua liberdade,
deixando a custódia provisória apenas para as
hipóteses de absoluta necessidade."(Código De
Processo Penal Interpretado, 8ª edição, pág. 670)

À vista do exposto, requer-se a consideração de todos os


argumentos acima com o deferimento do presente pedido.

PEDIDOS
Isto posto, requer que seja acolhido o presente pedido, aplicado o
art. 310, III do Código de Processo Penal, para fins de conceder a LIBERDADE
PROVISÓRIA ao Requerente.

Termos em que, pede deferimento.

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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

________ , ________ .

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