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2021.

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Estágio Supervisionado
Prática Jurídica Simulada II

Prof. Taítalo Mota


PEÇAS DE LIBERDADE
LIBERDADE PROVISÓRIA
LIBERDADE PROVISÓRIA

1. CABIMENTO

A liberdade provisória é a medida cabível nas


hipóteses de agrante lícito, tanto na materialidade
quanto na formalidade, devendo-se demonstrar que
NÃO EXISTE A NECESSIDADE de se manter o
agente encarcerado.
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PEÇAS DE LIBERDADE
ATENÇÃO!

A liberdade provisória somente é possível em casos


de agrantes legais, portanto, ao pleitear a medida,
o requerente está admitindo a legalidade do
agrante. O advogado simplesmente não questiona
a legalidade do agrante, em decorrência, não se
discute em preliminar a ilegalidade da prisão no
pedido de liberdade provisória.
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PEÇAS DE LIBERDADE
ATENÇÃO!

A liberdade provisória tem por objetivo a restituição do


preso ao status de liberdade, uma vez que ausentes os
pressupostos da prisão preventiva.

Assegura a Constituição Federal que “ninguém será


levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem ança” (art. 5º, LXVI,
da CRFB/88).
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LIBERDADE PROVISÓRIA
2. Formas de se demonstrar a desnecessidade da
manutenção da prisão em agrante

a) Ausência dos requisitos que autorizam a prisão


preventiva;

Necessário conhecer bem os dispositivos relacionados à


prisão preventiva.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

CPP, Art. 311. Em qualquer fase da investigação


policial ou do processo penal, caberá a prisão
preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do
Ministério Público, do querelante ou do assistente,
ou por representação da autoridade policial.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada


como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal
ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício
su ciente de autoria e de perigo gerado pelo estado
de liberdade do imputado. (Redação dada pela Lei
nº 13.964, de 2019)
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LIBERDADE PROVISÓRIA

§ 1º  A prisão preventiva também poderá ser


decretada em caso de descumprimento de qualquer
das obrigações impostas por força de outras
medidas cautelares (art. 282, § 4º).  (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)
LIBERDADE PROVISÓRIA

§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve


ser motivada e fundamentada em receio de perigo e
existência concreta de fatos novos ou
contemporâneos que justi quem a aplicação da
medida adotada.  (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 313.  Nos termos do  art. 312 deste Código, será
admitida a decretação da prisão preventiva:

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de


liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em


sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto
no inciso I do caput do art. 64 CP.
LIBERDADE PROVISÓRIA

III - se o crime envolver violência doméstica e


familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com de ciência, para garantir a
execução das medidas protetivas de urgência;

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LIBERDADE PROVISÓRIA

§ 1º  Também será admitida a prisão preventiva


quando houver dúvida sobre a identidade civil da
pessoa ou quando esta não fornecer elementos
su cientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a
identi cação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida.  (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
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LIBERDADE PROVISÓRIA

§ 2º Não será admitida a decretação da prisão


preventiva com a nalidade de antecipação de
cumprimento de pena ou como decorrência imediata
de investigação criminal ou da apresentação ou
recebimento de denúncia.  (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 314.  A prisão preventiva em nenhum caso será


decretada se o juiz veri car pelas provas constantes
dos autos ter o agente praticado o fato nas
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do
art. 23 do CP.
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LIBERDADE PROVISÓRIA
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a
prisão preventiva será sempre motivada e
fundamentada.  (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019)

§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva


ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar
concretamente a existência de fatos novos ou
contemporâneos que justi quem a aplicação da medida
adotada.  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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LIBERDADE PROVISÓRIA

§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão


judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de


ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou
a questão decidida; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
LIBERDADE PROVISÓRIA

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem


explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; 
LIBERDADE PROVISÓRIA

III - invocar motivos que se prestariam a justi car


qualquer outra decisão;         (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no


processo capazes de, em tese, in rmar a conclusão
adotada pelo julgador;      (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

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LIBERDADE PROVISÓRIA
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
súmula, sem identi car seus fundamentos determinantes
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

VI - deixar de seguir enunciado de súmula,


jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das


partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, veri car a falta de
motivo para que ela subsista, bem como novamente
d e c re t á - l a , s e s o b re v i e re m r a z õ e s q u e a
justi quem.     (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019)
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva,


deverá o órgão emissor da decisão revisar a
necessidade de sua manutenção a cada 90
(noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.      (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
LIBERDADE PROVISÓRIA

Cabe neste momento apresentar a fórmula para o


cabimento da preventiva:

PP = 2p + 1f + 1ca

p = pressupostos = prova da existência do crime e


indício su ciente de autoria (fumus comissi delicti) –
art. 312 do CPP;
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LIBERDADE PROVISÓRIA

f = fundamentos = garantia da ordem pública, da


ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal
(periculum libertatis) – art. 312 do CPP;

ca = condições de admissibilidade = hipóteses de


cabimento da preventiva - art. 313 do CPP.

LIBERDADE PROVISÓRIA

Deve-se observar os arts. 312 e o 313 do CPP que


dão os critérios objetivos autorizadores da prisão
preventiva. São estes os critérios a serem analisados
pelo juiz quando toma ciência do agrante, já que
não é mais possível a manutenção da prisão em
agrante após a ciência formal do juízo.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Assim, ao receber os autos do agrante, o juiz deve


atentar para o que dispõe o art. 310 do CPP.

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LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 310. Após receber o auto de prisão em agrante,


no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas
após a realização da prisão, o juiz deverá promover
audiência de custódia com a presença do acusado,
seu advogado constituído ou membro da Defensoria
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

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LIBERDADE PROVISÓRIA
I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em agrante em preventiva,


quando presentes os requisitos constantes do  art. 312
deste Código, e se revelarem inadequadas ou
insu cientes as medidas cautelares diversas da prisão;
ou

III - conceder liberdade provisória, com ou sem ança.


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LIBERDADE PROVISÓRIA

§ 1º Se o juiz veri car, pelo auto de prisão em agrante,


que o agente praticou o fato em qualquer das condições
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder
ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação.    (Renumerado do
parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019)
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LIBERDADE PROVISÓRIA
§ 2º Se o juiz veri car que o agente é reincidente ou que
integra organização criminosa armada ou milícia, ou que
porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a
liberdade provisória, com ou sem medidas
cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à


não realização da audiência de custódia no prazo
estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa,
civil e penalmente pela omissão.   (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
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LIBERDADE PROVISÓRIA

§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o


decurso do prazo estabelecido no  caput  deste artigo, a
não realização de audiência de custódia sem motivação
idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser
relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da
possibilidade de imediata decretação de prisão
preventiva.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
LIBERDADE PROVISÓRIA

Na liberdade provisória a discussão é, portanto, de


mérito, e deve-se demonstrar que não estão
presentes os requisitos objetivos e subjetivos da
prisão preventiva, devendo ser pleiteada até o
momento em que o juiz toma ciência e decide
conforme art. 310 supra.
LIBERDADE PROVISÓRIA

Repare que o juiz deve, de acordo com o atual art.


310 do CPP, manifestar-se de ofício acerca da
concessão do benefício, mas nada impede que
seja o mesmo, antes daquele momento, provocado
pelo advogado.
LIBERDADE PROVISÓRIA
Mas, o que fazer se não houver pedido de
liberdade provisória em momento anterior, nem o
juiz a conceder de ofício, ou seja, se após ciência
do agrante, o juiz mantiver o preso “em
agrante”, sem conceder a liberdade, relaxar a
prisão ou converter o agrante em preventiva
previamente requerida?
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LIBERDADE PROVISÓRIA

A solução seria impetrar o habeas corpus no


tribunal, já que o juiz, agindo em desconformidade
com a lei, passa a se con gurar como autoridade
coatora.

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LIBERDADE PROVISÓRIA

Quando o juiz for analisar o agrante inicial, em


audiência de custódia, terá que decidir se deve
conceder a liberdade provisória ou se, caso seja
requerida, converte esse agrante pela prisão
preventiva, fundamentando-a no art. 312 do CPP, ou
ainda se há a possibilidade de aplicação de outra
medida cautelar diversa da prisão (art. 319 do CPP)
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LIBERDADE PROVISÓRIA

O agrante legal tem, então, natureza de uma pré-


cautelar, já que haverá necessariamente a sua
conversão em outra cautelar, seja ela a preventiva,
seja uma das cautelares não prisionais previstas nos
arts. 319 e 320 do CPP.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 319.  São medidas cautelares diversas da


prisão:

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e


nas condições xadas pelo juiz, para informar e
justi car atividades;
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LIBERDADE PROVISÓRIA

II - proibição de acesso ou frequência a


determinados lugares quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
permanecer distante desses locais para evitar o
risco de novas infrações;
LIBERDADE PROVISÓRIA

III - proibição de manter contato com pessoa


determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
dela permanecer distante;

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a


permanência seja conveniente ou necessária para a
investigação ou instrução;
LIBERDADE PROVISÓRIA

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos


dias de folga quando o investigado ou acusado
tenha residência e trabalho xos;

VI - suspensão do exercício de função pública ou de


atividade de natureza econômica ou nanceira
quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais;
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LIBERDADE PROVISÓRIA

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses


de crimes praticados com violência ou grave
ameaça, quando os peritos concluírem ser
inimputável ou semi-imputável  (art. 26 do Código
Penal) e houver risco de reiteração;
LIBERDADE PROVISÓRIA

VIII - ança, nas infrações que a admitem, para


assegurar o comparecimento a atos do processo,
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de
resistência injusti cada à ordem judicial;

IX - monitoração eletrônica.
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LIBERDADE PROVISÓRIA
§ 4º A ança será aplicada de acordo com as
disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser
cumulada com outras medidas cautelares.

Art. 320.  A proibição de ausentar-se do País será


comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de
scalizar as saídas do território nacional, intimando-se o
indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
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Como já foi dito acima a prisão preventiva possui a


seguinte fórmula PP = 2P + 1f + 1Ca, que pode ser
explicada da seguinte forma:
LIBERDADE PROVISÓRIA
Pressupostos - a lei exige prova da materialidade
do crime, ou seja, no que se refere a materialidade
deve-se ter a certeza de que ela foi demonstrada
mediante prova. Além disso, a lei exige a existência
de indícios su cientes da autoria, isto é, deve-se
demonstrar indicativos de que o sujeito é o autor ou
participou do crime, não sendo exigida prova cabal
em relação a este segundo pressuposto.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Fundamentos – existem quatro fundamentos,


devendo haver pelo menos um para que seja viável a
decretação da prisão preventiva.
LIBERDADE PROVISÓRIA

Garantia da ordem pública

Ocorre quando há risco na prática de novas


infrações por parte do indiciado ou réu, motivo pelo
qual o mesmo não será solto. A preocupação está
na segurança social, uma vez que há sérios indícios
de que o réu, se solto estiver, voltará a delinquir.
LIBERDADE PROVISÓRIA

Garantia da ordem econômica

A prisão é decretada por garantia da ordem


econômica quando veri cada a probabilidade de,
estando solto o réu, voltar o mesmo a praticar
crimes contra a ordem econômica ou as relações de
consumo.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Conveniência da instrução criminal

Ocorre quando há risco do indiciado ou réu, se


solto, di cultar o andamento do inquérito policial ou
da instrução criminal, prejudicando, assim, a colheita
de provas.
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LIBERDADE PROVISÓRIA
Segurança da aplicação da lei penal

Ocorre quando há risco do indivíduo, se solto, tentar


evadir-se, furtando-se à aplicação da lei no caso de
uma eventual condenação. Ou seja, há risco de o
réu vir a fugir, o que inviabilizaria a aplicação da lei
penal.
LIBERDADE PROVISÓRIA
Importante!

Não é possível a prisão preventiva fundamentada


exclusivamente na repercussão social do crime,
gravidade em abstrato da conduta ou clamor
público. Assim, uma prisão decretada por tais
motivos não possui fundamentação idônea,
con gurando-se numa prisão ilegal, passível de
habeas corpus.
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LIBERDADE PROVISÓRIA
Não é cabível prisão preventiva em crimes com
pena máxima in abstracto igual ou inferior a 4
(quatro) anos (inciso I do art. 313), salvo se o
indiciado ou réu for reincidente (inciso II do art. 313);

É Possível: se houver necessidade de garantia das


tutelas de urgência nos casos de violência
doméstica (inciso III do art. 313); nos casos em que
há dúvida sobre a identidade civil (§1º do 313).
LIBERDADE PROVISÓRIA

Não é cabível prisão preventiva com a nalidade


de antecipação de cumprimento de pena ou como
decorrência imediata de investigação criminal ou da
apresentação ou recebimento de denúncia.

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LIBERDADE PROVISÓRIA

A prisão preventiva é a ultima ratio.

Por tal motivo, o juiz somente poderá decretá-la


quando as medidas cautelares de que trata os
artigos 319 e 320 do CPP forem insu cientes ao
caso concreto, mostrando-se a preventiva
extremamente necessária.

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LIBERDADE PROVISÓRIA
Assim, na peça em que será formulado o pedido de
liberdade provisória, deve o candidato demonstrar:

a) não estão presentes os pressupostos; ou

b) não estão presentes os fundamentos; ou

c) não estão presentes as condições de admissibilidade


da prisão preventiva, PP = 2p + 1f + 1ca

Pedindo, em seguida, a concessão da liberdade


provisória.
LIBERDADE PROVISÓRIA
Lembre-se!

Nos casos em que o juiz já tenha decretado a


preventiva, embora ausentes seus requisitos, a
prisão será manifestamente ilegal, e o juiz passa a
ser considerado autoridade coatora, caso em que a
medida correta é o habeas corpus, endereçado ao
tribunal competente.
LIBERDADE PROVISÓRIA
Características básicas:

1ª) Somente pode ser decretada mediante ordem


judicial;

2ª) A prisão preventiva não tem prazo determinado;

3ª) A prisão preventiva pode ser decretada até o


trânsito em julgado.
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3. Espécies de liberdade provisória

Liberdade provisória mediante ança (arts. 322 e


seguintes do CPP);


Liberdade provisória sem ança por pobreza (art.
350 do CPP). fi
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LIBERDADE PROVISÓRIA
3. Espécies de liberdade provisória

Liberdade provisória porque presentes excludentes


de ilicitude (art. 310, §1º, do CPP)


Liberdade provisória sem ança com a aplicação
das medidas do art. 319 e 320 do CPP (art. 321 do
CPP) fi
LIBERDADE PROVISÓRIA
4. Cabimento de ança:

Regra geral: será cabível a liberdade provisória COM


ança.

Não cabimento de ança: exceção que deve estar


prevista expressamente na lei.
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LIBERDADE PROVISÓRIA
Art. 323.  Não será concedida ança:

I - nos crimes de racismo;

II - nos crimes de tortura, trá co ilícito de entorpecentes


e drogas a ns, terrorismo e nos de nidos como crimes
hediondos;

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 324.  Não será, igualmente, concedida ança:

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado


ança anteriormente concedida ou infringido, sem
motivo justo, qualquer das obrigações a que se
referem os arts. 327 e 328 deste Código;
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LIBERDADE PROVISÓRIA

II - em caso de prisão civil ou militar;

III - (Revogado)

IV - quando presentes os motivos que autorizam a


decretação da prisão preventiva (art. 312).
LIBERDADE PROVISÓRIA

Estando presentes qualquer das vedações acima


elencadas, NÃO será possível a concessão da
liberdade provisória COM ança, entretanto, uma
vez ausentes os pressupostos da prisão
preventiva, surge a indagação: Seria possível a
concessão de liberdade provisória SEM ança?
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Importante!

A autoridade policial poderá conceder liberdade


provisória COM ança nos crimes com pena
privativa de liberdade máxima de até 04 anos.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 322.  A autoridade policial somente poderá


conceder ança nos casos de infração cuja pena
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos.

Parágrafo único.  Nos demais casos, a ança será


requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e
oito) horas.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Em caso de não concessão da liberdade provisória


mediante ança pela autoridade policial, o preso, ou
alguém por ele, poderá peticionar ao juiz
competente buscando sua concessão.

Vide art. 335, CPP


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LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 335.  Recusando ou retardando a autoridade


policial a concessão da ança, o preso, ou alguém
por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição,
perante o juiz competente, que decidirá em 48
(quarenta e oito) horas.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

Questão Polêmica: é cabível ou não pedido de


liberdade provisória em crimes hediondos e
equiparados?
LIBERDADE PROVISÓRIA
Inicialmente deve-se saber quais são os crimes
hediondos, para tanto deve-se olhar o art. 1º da Lei
8.072/90.

Por certo, crimes hediondos são ina ançáveis, e,


portanto, inadmissível a liberdade provisória
mediante ança. O mesmo podendo ser dito do
crime de trá co de entorpecentes.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

O STF, em maio de 2012, decidiu incidentalmente


pela inconstitucionalidade da expressão “e liberdade
provisória”, constante do caput do artigo 44 da Lei
no 11.343/2006, estendendo-se, nesse caso, as
vedações constantes nas demais legislações
vigentes.
LIBERDADE PROVISÓRIA

Lei, 11.343/06: Art. 44. Os crimes previstos nos arts.


33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são
ina ançáveis e insuscetíveis de sursis, graça,
indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a
conversão de suas penas em restritivas de direitos.
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LIBERDADE PROVISÓRIA
Assim, surgindo a discussão na peça prático pro ssional,
como advogado, você deve sustentar que, embora a conduta
seja ina ançável, estando ausentes os pressupostos da
prisão preventiva, deverá ser concedida ao preso em
agrante por crime hediondo ou equiparado liberdade
provisória por ausência dos pressupostos da preventiva (art.
282, § 6º, c/c art. 321, ambos do CPP, c/c art 5º, inc. LXVI, da
CRFB/88), com a aplicação de uma das medidas cautelares
não prisionais do art. 319 do CPP, se for o caso.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

1. FUNDAMENTO LEGAL

Artigo 5.º, LXVI, Constituição Federal (sempre).

Artigo 310, III, Código de Processo Penal.

Artigo 321, Código de Processo Penal.


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2. PRAZO
Não há prazo estipulado em lei.

3. FORMATO DA PEÇA
Petição única, dirigida ao juiz da causa.
LIBERDADE PROVISÓRIA

4. COMPETÊNCIA
Juízo da causa.

5. LEGITIMIDADE
As partes podem requerer a concessão da liberdade
provisória, com ou sem ança.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

6. VERBO E DENOMINAÇÃO DA PARTE

No preâmbulo, utilize o verbo “requerer”. Na


redação da petição, empregue “Requerente” na
denominação de quem pede a liberdade provisória.
LIBERDADE PROVISÓRIA
7. HIPÓTESES DE CABIMENTO

É cabível a concessão de liberdade provisória com


ança nas hipóteses que não estão contidas nos artigos
323 e 324, Código de Processo Penal.

A liberdade provisória sem ança é possível nas demais


situações, como, por exemplo, para os que tenham
praticado crimes hediondos e equiparados.
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LIBERDADE PROVISÓRIA

8. CONTEÚDO

A petição deve ser dividida em três partes:

a) dos fatos;

b) do direito; e

c) do pedido.
LIBERDADE PROVISÓRIA

9. PEDIDO GENÉRICO

Pede-se, após a oitiva do Ministério Público, a


concessão de liberdade provisória, com ou sem ança,
com a consequente expedição do alvará de soltura.

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LIBERDADE PROVISÓRIA

10. PARTICULARIDADES

Se o pedido for indeferido, cabe impetração


de  habeas corpus, com fundamento legal no artigo
648, I, Código de Processo Penal.
LIBERDADE PROVISÓRIA

10. PARTICULARIDADES

Só pode ser requerida na fase policial, já que de


acordo com a Lei 12.403/2011, o juiz, ao receber o
auto de prisão em agrante, decidirá se relaxa a
prisão, concede liberdade provisória ou a converte
em prisão preventiva.
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