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REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA
A- Cabimento
O pedido de revogação da prisão preventiva será utilizado
quando a prisão for considerada legal, mas não estiverem mais
presentes os fundamentos que ensejaram sua decretação.
A prisão é medida de exceção. Não havendo razões sérias e
objetivas para a sua decretação, não há motivos para ser decretada ou
mantida.
A necessidade da revogação da prisão é uma forma de
reforçar o Princípio da Presunção de Inocência previsto na Constituição
Federal, artigo 5º, inciso LVII, combinado com o artigo 8º, I, do Pacto de
San José da Costa Rica, recepcionado em nosso ordenamento jurídico
(artigo 5º, §2º, CF88 – Decreto Executivo nº 678/1992 e Decreto
Legislativo nº 27/1992).
A revogação reafirma a necessidade da tutela da liberdade
pessoal, um dos fundamentos da dignidade da pessoa humana,
prerrogativa de todo ser humano de ser respeitado como pessoa, de não
ser prejudicado em sua existência (vida, corpo e saúde) de forma a
garantir o patamar existencial mínimo.
B – Competência
A peça deverá ser endereçada para o juízo que decretou a
prisão preventiva. Pode ser tanto da Justiça Estadual quanto da Federal.
Caso a conduta imputada seja crime doloso contra a vida, a peça deverá
ser endereçada para o Juízo da Vara do Júri.
C – Legitimidade
D – Prazo
E – Principais teses
A - Cabimento
Quando se pede? Quando houver prisão em flagrante válida, mas
o acusado/indiciado não necessita ficar preso enquanto transcorre o
processo. PQ? Porque nunca estiveram presentes quaisquer dos
requisitos da prisão preventiva.
Assim, será cabível o pedido de liberdade provisória quando
ocorrer a prisão em flagrante e esta for legal, mas não estiverem
presentes os requisitos da prisão preventiva.
É válido lembrar que a prisão em flagrante, quando realizada de
maneira indevida, por razões intrínsecas (não era hipótese de flagrante)
ou extrínsecas (aspectos formais do auto de prisão em flagrante não
foram observados), não pode subsistir, merecendo ser relaxada pela
autoridade judiciária competente. Logo, não é caso de concessão de
liberdade provisória.
Por outro lado, quando o juiz decretar a prisão preventiva, se,
porventura, cessar a razão que a determinou, deve o magistrado revogá-
la simplesmente, retornando o indiciado/acusado à situação de
liberdade anterior. Também não é o caso de concessão de liberdade
provisória.
Concede-se, pois, a liberdade provisória quando houver prisão em
flagrante válida, mas o indiciado/acusado não necessita ficar detido
enquanto transcorre o processo. Tal se dará quando os requisitos para
a decretação da prisão preventiva nunca estiveram presentes.
Normalmente, quando se impugna uma prisão cautelar, o pedido
é cumulado: Pedido de concessão da liberdade provisória ou de
Revogação da Prisão Preventiva. No desenrolar da peça, evidencia-se
que as razões pelas quais a prisão preventiva foi decretada nunca
existiram (por isso a liberdade provisória) ou, se é que existiram, não
existem mais (revogação da prisão preventiva).
B- Competência/ Endereçamento
A competência para analisar o pedido de liberdade provisória é do
juiz da causa, que poderá ser tanto o estadual quanto o federal.
Caso a conduta imputada seja crime doloso contra a vida, a peça
deverá ser endereçada para o Juízo da Vara do Júri.
C – Legitimidade
O requerimento é feito pela pessoa que se encontra presa, sendo,
entretanto, representado por seu advogado.
Se for antes da denúncia, tem que qualificar: nome, nacionalidade,
estado civil, profissão, RG, CPF, endereço, por seu advogado que esta
subscreve, (...)
Se for depois da denúncia : “Fulano de tal, já qualificado nos autos
da ação penal em epígrafe, vem à presença de V. Exa., por seu advogado
que esta subscreve, requerer a
CONCESSÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA COM OU SEM A IMPOSIÇÃO
DE MEDIDAS CAUTELARES ou a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
(...)”.
D – Fundamentação
Fundamento constitucional: art. 5.°, LXVI, da CF.
A fundamentação deve se pautar no fato de que não estão
presentes os fundamentos que autorizam a prisão preventiva (artigo
321, CPP), podendo ser requerida a concessão da liberdade provisória
mediante aplicação das medidas cautelares diversas da prisão
constantes do artigo 319, do CPP.