CADERNO DE LEI SECA - CÓDIGO DE PROCESSO PENAL - de Acordo Com A Lei Nº 14.836 - 2024

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Código de Processo Penal

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL validade dos atos realizados sob a
DECRETO-LEI Nº 3.689/41 vigência da lei anterior.
Atualizado em 13/04/2024
Art. 3º A lei processual penal ADMITIRÁ
De acordo com a Lei nº 14.836/2024
interpretação extensiva e aplicação
LIVRO I
analógica, bem como o suplemento
DO PROCESSO EM GERAL dos princípios gerais de direito.

TÍTULO I Juiz das Garantias
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 3º-A. O processo penal terá
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em ESTRUTURA ACUSATÓRIA, vedadas a
todo o território brasileiro, por este iniciativa do juiz na fase de investigação
Código, RESSALVADOS: e a substituição da atuação probatória
do órgão de acusação. (Artigo acrescido
I - os tratados, as convenções e regras de pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
direito internacional; na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
vigor 30 dias após a publicação)
II - as prerrogativas constitucionais do
Presidente da República, dos ministros Art. 3º-A. O processo penal terá
de Estado, nos crimes conexos com os estrutura acusatória, vedadas a iniciativa
do Presidente da República, e dos do juiz na fase de investigação e a
ministros do Supremo Tribunal Federal, substituição da atuação probatória das
nos crimes de responsabilidade partes, podendo o juiz, pontualmente,
(Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); nos limites legalmente autorizados,
III - os processos da competência da determinar a realização de diligências
Justiça Militar; suplementares, para o fim de dirimir
dúvida sobre questão relevante para o
IV - os processos da competência do julgamento do mérito; (“Caput” do
tribunal especial (Constituição, art. 122, artigo com redação dada pela
n. 17); interpretação conforme via controle
V - os processos por crimes de imprensa. concentrado, pelo Supremo Tribunal
(Vide ADPF nº 130/2008) Federal, ADIs nºs 6.298, 6.299, 6.300 e
6.305, cuja Decisão foi publicada no
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto,
DOU de 4/9/2023, Acórdão publicado
este Código aos processos referidos nos no DOU de 19/12/2023)
ns. IV e V, quando as leis especiais que
os regulam não dispuserem de modo Art. 3º-B. O JUIZ DAS GARANTIAS é
diverso. responsável pelo controle da legalidade
da investigação criminal e pela
Art. 2º A lei processual penal APLICAR- salvaguarda dos direitos individuais cuja
SE-Á DESDE LOGO, sem prejuízo da franquia tenha sido reservada à
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autorização prévia do Poder Judiciário, VI - prorrogar a prisão provisória ou
competindo-lhe especialmente: outra medida cautelar, bem como
substituí-las ou revogá-las, assegurado,
Art. 3º-B. O juiz das garantias poderá ser
no primeiro caso, o exercício do
criado pela União, no Distrito Federal e
contraditório em audiência pública e
nos Territórios, e pelos Estados, para o
oral, na forma do disposto neste Código
controle da legalidade da investigação
ou em legislação especial pertinente;
criminal e para salvaguarda dos direitos

individuais cuja franquia tenha sido VI - prorrogar a prisão provisória ou
reservada à autorização prévia do Poder outra medida cautelar, bem como
Judiciário, competindo-lhe substituí-las ou revogá-las, assegurado,
especialmente: (“Caput” do artigo com no primeiro caso, o exercício do
redação dada pela interpretação contraditório em audiência pública e
conforme via controle concentrado, pelo oral, na forma do disposto neste Código
Supremo Tribunal Federal, ADIs nºs ou em legislação especial pertinente,
6.298, 6.299, 6.300 e 6.305, cuja Decisão podendo o juiz deixar de realizar a
foi publicada no DOU de 4/9/2023, audiência quando houver risco para o
Acórdão publicado no DOU de processo, ou diferi-la em caso de
19/12/2023) necessidade; (Inciso com redação dada
pela interpretação conforme via
I - receber a comunicação imediata da
controle concentrado, pelo Supremo
prisão, nos termos do inciso LXII do
Tribunal Federal, ADIs nºs 6.298, 6.299,
caput do art. 5º da Constituição Federal;
6.300 e 6.305, cuja Decisão foi publicada
II - receber o auto da prisão em flagrante no DOU de 4/9/2023, Acórdão
para o controle da legalidade da prisão, publicado no DOU de 19/12/2023)
observado o disposto no art. 310 deste
VII - decidir sobre o requerimento de
Código;
produção antecipada de provas
III - zelar pela observância dos direitos do consideradas urgentes e não repetíveis,
preso, podendo determinar que este assegurados o contraditório e a ampla
seja conduzido à sua presença, a defesa em audiência pública e oral;
qualquer tempo;
VIII - prorrogar o prazo de duração do
IV - ser informado sobre a instauração de inquérito, estando o investigado preso,
qualquer investigação criminal; em vista das razões apresentadas pela
V - decidir sobre o requerimento de autoridade policial e observado o
prisão provisória ou outra medida disposto no § 2º deste artigo;
cautelar, observado o disposto no § 1º VIII - decidir sobre o requerimento de
deste artigo; produção antecipada de provas
consideradas urgentes e não repetíveis,
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assegurados o contraditório e a ampla XIII - determinar a instauração de
defesa em audiência pública e oral, incidente de insanidade mental;
podendo o juiz deixar de realizar a
XIV - decidir sobre o recebimento da
audiência quando houver risco para o
denúncia ou queixa, nos termos do art.
processo, ou diferi-la em caso de
399 deste Código;
necessidade (Inciso com redação dada
pela interpretação conforme via XIV - decidir sobre o recebimento da

controle concentrado, pelo Supremo denúncia ou queixa, nos termos do art.
Tribunal Federal, ADIs nºs 6.298, 6.299, 396 deste Código; (Inciso com redação
6.300 e 6.305, cuja Decisão foi publicada dada pela interpretação conforme via
no DOU de 4/9/2023, Acórdão controle concentrado, pelo Supremo
publicado no DOU de 19/12/2023) Tribunal Federal, ADIs nºs 6.298, 6.299,
IX - determinar o trancamento do
no DOU de 4/9/2023, Acórdão
inquérito policial quando não houver
publicado no DOU de 19/12/2023)
fundamento razoável para sua
instauração ou prosseguimento; XV - assegurar prontamente, quando se
fizer necessário, o direito outorgado ao
X - requisitar documentos, laudos e
investigado e ao seu defensor de acesso
informações ao delegado de polícia
a todos os elementos informativos e
sobre o andamento da investigação;
provas produzidos no âmbito da
XI - decidir sobre os requerimentos de: investigação criminal, salvo no que
concerne, estritamente, às diligências
a) interceptação telefônica, do fluxo de
em andamento;
comunicações em sistemas de
informática e telemática ou de outras XVI - deferir pedido de admissão de
formas de comunicação; assistente técnico para acompanhar a
produção da perícia;
b) afastamento dos sigilos fiscal,
bancário, de dados e telefônico; XVII - decidir sobre a homologação de
acordo de não persecução penal ou os
c) busca e apreensão domiciliar;
de colaboração premiada, quando
d) acesso a informações sigilosas; formalizados durante a investigação;
e) outros meios de obtenção da prova XVIII - outras matérias inerentes às
que restrinjam direitos fundamentais do atribuições definidas no caput deste
investigado; artigo.
XII - julgar o habeas corpus impetrado § 1º O preso em flagrante ou por força
antes do oferecimento da denúncia; de mandado de prisão provisória será
encaminhado à presença do juiz de
garantias no prazo de 24 (vinte e quatro)
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horas, momento em que se realizará ainda assim a investigação não for
audiência com a presença do Ministério concluída, a prisão será imediatamente
Público e da Defensoria Pública ou de relaxada. (Artigo acrescido pela Lei nº
advogado constituído, vedado o 13.964, de 24/12/2019, publicada na
emprego de videoconferência. Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
(Parágrafo vetado pelo Presidente da em vigor 30 dias após a publicação)
República na Lei nº 13.964, de
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz

24/12/2019, mantido pelo Congresso
das garantias poderá, mediante
Nacional e publicado no DOU de
representação da autoridade policial e
30/4/2021)
ouvido o Ministério Público, prorrogar,
§ 1º O preso em flagrante ou por força uma única vez, a duração do inquérito
de mandado de prisão provisória será por até 15 (quinze) dias, após o que, se
encaminhado à presença do juiz de ainda assim a investigação não for
garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) concluída, a prisão será imediatamente
horas, salvo impossibilidade fática, relaxada, salvo decisão fundamentada
momento em que se realizará audiência do juiz, reconhecendo a necessidade de
com a presença do Ministério Público e novas prorrogações, diante de
da Defensoria Pública ou de advogado elementos concretos e da complexidade
constituído, cabendo, da investigação. (Parágrafo com
excepcionalmente, o emprego de redação dada pela interpretação
videoconferência, mediante decisão da conforme via controle concentrado, pelo
autoridade judiciária competente, desde Supremo Tribunal Federal, ADIs nºs
que este meio seja apto à verificação da 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305, cuja Decisão
integridade do preso e à garantia de foi publicada no DOU de 4/9/2023,
todos os seus direitos. (Parágrafo com Acórdão publicado no DOU de
redação dada pela interpretação 19/12/2023)
conforme via controle concentrado, pelo
Art. 3º-C. A COMPETÊNCIA do juiz das
Supremo Tribunal Federal, ADIs nºs
garantias abrange todas as infrações
6.298, 6.299, 6.300 e 6.305, cuja Decisão
penais, EXCETO as de menor potencial
foi publicada no DOU de 4/9/2023,
ofensivo, e CESSA com o recebimento da
Acórdão publicado no DOU de
denúncia ou queixa na forma do art. 399
19/12/2023)
deste Código.
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz
Art. 3º-C. A competência do juiz das
das garantias poderá, mediante
garantias poderá abranger todas as
representação da autoridade policial e
infrações penais, conforme dispuserem
ouvido o Ministério Público, prorrogar,
as leis de organização judiciária, exceto
uma única vez, a duração do inquérito
as de menor potencial ofensivo e as
por até 15 (quinze) dias, após o que, se
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submetidas ao procedimento do júri, e ficarão acautelados na secretaria desse
cessa com o recebimento da denúncia juízo, à disposição do Ministério Público
ou queixa na forma do art. 396 deste e da defesa, e não serão apensados aos
Código. (“Caput” do artigo com redação autos do processo enviados ao juiz da
dada pela interpretação conforme via instrução e julgamento, ressalvados os
controle concentrado, pelo Supremo documentos relativos às provas
Tribunal Federal, ADIs nºs 6.298, 6.299, irrepetíveis, medidas de obtenção de

6.300 e 6.305, cuja Decisão foi publicada provas ou de antecipação de provas, que
no DOU de 4/9/2023, Acórdão deverão ser remetidos para
publicado no DOU de 19/12/2023) apensamento em apartado.
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as § 3º Os autos que compõem as matérias

questões pendentes serão decididas de competência do juiz das garantias
pelo juiz da instrução e julgamento. poderão ser remetidos ao juiz da
instrução e julgamento ou por este
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das
requisitados, para apensamento em
garantias não vinculam o juiz da
apartado. (Parágrafo com redação
instrução e julgamento, que, após o
dada pela interpretação conforme via
recebimento da denúncia ou queixa,
controle concentrado, pelo Supremo
deverá reexaminar a necessidade das
medidas cautelares em curso, no prazo
máximo de 10 (dez) dias.
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das publicado no DOU de 19/12/2023)
garantias, nas unidades judiciárias onde
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo
vierem a ser criados, não vinculam o juiz
acesso aos autos acautelados na
da instrução e julgamento, que, após o
secretaria do juízo das garantias. (Artigo
recebimento da denúncia ou queixa,
acrescido pela Lei nº 13.964, de
deverá reexaminar a necessidade das
24/12/2019, publicada na Edição Extra
medidas cautelares em curso, no prazo
do DOU de 24/12/2019, em vigor 30
máximo de 10 (dez) dias. (Parágrafo
dias após a publicação)
com redação dada pela interpretação
conforme via controle concentrado, pelo § 4º Fica assegurado às partes o amplo
Supremo Tribunal Federal, ADIs nºs acesso aos autos eventualmente
6.298, 6.299, 6.300 e 6.305, cuja Decisão acautelados na secretaria do juízo das
foi publicada no DOU de 4/9/2023, garantias. (Parágrafo com redação dada
Acórdão publicado no DOU de pela interpretação conforme via
19/12/2023) controle concentrado, pelo Supremo
§ 3º Os autos que compõem as matérias
de competência do juiz das garantias
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no DOU de 4/9/2023, Acórdão Art. 3º-E. O juiz das garantias será
publicado no DOU de 19/12/2023) designado conforme as normas de
organização judiciária da União, dos
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de
Estados e do Distrito Federal,
investigação, praticar qualquer ato
observando critérios objetivos a serem
incluído nas competências dos arts. 4º e
periodicamente divulgados pelo
5º deste Código ficará impedido de
respectivo tribunal. (Artigo acrescido
funcionar no processo.

pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de publicada na Edição Extra do DOU de
24/12/2019, e declarado 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
inconstitucional, em controle publicação)
concentrado, pelo Supremo Tribunal
Art. 3º-E. O juiz das garantias não será
Federal, ADIs nºs 6.298, 6.299, 6.300 e
designado por decisão discricionária do
órgão judiciário competente, devendo
submeter-se às regras de remoção e
no DOU de 19/12/2023)
promoção para preenchimento da vaga,
Parágrafo único. Nas comarcas em que conforme as normas de organização
funcionar apenas um juiz, os tribunais judiciária da União, dos Estados e do
criarão um sistema de rodízio de Distrito Federal, observando critérios
magistrados, a fim de atender às objetivos a serem periodicamente
disposições deste Capítulo. (Artigo divulgados pelo respectivo tribunal.
acrescido pela Lei nº 13.964, de (“Caput” do artigo com redação dada
24/12/2019, publicada na Edição Extra pela interpretação conforme via
do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 controle concentrado, pelo Supremo
dias após a publicação) Tribunal Federal, ADIs nºs 6.298, 6.299,
Parágrafo único. Nas comarcas em que 6.300 e 6.305, cuja Decisão foi publicada
funcionar apenas um juiz, os tribunais no DOU de 4/9/2023, Acórdão
poderão criar um sistema de rodízio de publicado no DOU de 19/12/2023)
magistrados, a fim de atender às Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá
disposições deste Capítulo. (Parágrafo assegurar o cumprimento das regras
com redação dada pela interpretação para o tratamento dos presos,
conforme via controle concentrado, pelo impedindo o acordo ou ajuste de
Supremo Tribunal Federal, ADIs nºs qualquer autoridade com órgãos da
6.298, 6.299, 6.300 e 6.305, cuja Decisão imprensa para explorar a imagem da
foi publicada no DOU de 4/9/2023, pessoa submetida à prisão, sob pena de
Acórdão publicado no DOU de responsabilidade civil, administrativa e
19/12/2023) penal.
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(Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de de suas respectivas circunscrições e terá
24/12/2019, e declarado por fim a apuração das infrações penais
inconstitucional, em controle e da sua autoria. (“Caput” do artigo com
concentrado, pelo Supremo Tribunal redação dada pela Lei nº 9.043, de
Federal, ADIs nºs 6.298, 6.299, 6.300 e 9/5/1995)
Parágrafo único. A competência definida
neste artigo não excluirá a de

no DOU de 19/12/2023)
autoridades administrativas, a quem por
Parágrafo único. Por meio de lei seja cometida a mesma função.
regulamento, as autoridades deverão
Art. 5º Nos crimes de ação pública o
disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias,
inquérito policial será iniciado:
o modo pelo qual as informações sobre
a realização da prisão e a identidade do I - de ofício;
preso serão, de modo padronizado e II - mediante requisição da autoridade
respeitada a programação normativa judiciária ou do Ministério Público, ou a
aludida no caput deste artigo, requerimento do ofendido ou de quem
transmitidas à imprensa, assegurados a tiver qualidade para representá-lo.
efetividade da persecução penal, o
direito à informação e a dignidade da § 1º O REQUERIMENTO a que se refere
pessoa submetida à prisão. (Artigo o n. II conterá sempre que possível:
acrescido pela Lei nº 13.964, de a) a narração do fato, com todas as
24/12/2019, publicada na Edição Extra circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou
seus sinais característicos e as razões de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, convicção ou de presunção de ser ele o
de 24/12/2019, e declarado autor da infração, ou os motivos de
inconstitucional, em controle impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com
indicação de sua profissão e residência.
DOU de 4/9/2023, Acórdão publicado § 2º Do despacho que indeferir o
no DOU de 19/12/2023) requerimento de abertura de inquérito
caberá recurso para o chefe de Polícia.
TÍTULO II
§ 3º QUALQUER PESSOA DO POVO que
DO INQUÉRITO POLICIAL tiver conhecimento da existência de
Art. 4º A polícia judiciária será exercida infração penal em que caiba ação
pelas autoridades policiais no território pública poderá, verbalmente ou por
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escrito, comunicá-la à autoridade assinado por duas testemunhas que lhe
policial, e esta, verificada a procedência tenham ouvido a leitura;
das informações, mandará instaurar
VI - proceder a reconhecimento de
inquérito.
pessoas e coisas e a acareações;
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a
VII - determinar, se for caso, que se
ação pública depender de
proceda a exame de corpo de delito e a
representação, não poderá sem ela ser

quaisquer outras perícias;
iniciado.
VIII - ordenar a identificação do indiciado
§ 5º Nos crimes de ação privada, a
pelo processo datiloscópico, se possível,
autoridade policial somente poderá
e fazer juntar aos autos sua folha de
proceder a inquérito a requerimento de
antecedentes;
quem tenha qualidade para intentá-la.
IX - averiguar a vida pregressa do
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da
indiciado, sob o ponto de vista individual,
prática da infração penal, a autoridade
familiar e social, sua condição
policial deverá:
econômica, sua atitude e estado de
I - dirigir-se ao local, providenciando para ânimo antes e depois do crime e
que não se alterem o estado e durante ele, e quaisquer outros
conservação das coisas, até a chegada elementos que contribuírem para a
dos peritos criminais; (Inciso com apreciação do seu temperamento e
redação dada pela Lei nº 8.862, de caráter;
28/3/1994, retificada no DOU de
X - colher informações sobre a existência
5/8/1994)
de filhos, respectivas idades e se
II - apreender os objetos que tiverem possuem alguma deficiência e o nome e
relação com o fato, após liberados pelos o contato de eventual responsável
peritos criminais. (Inciso com redação pelos cuidados dos filhos, indicado pela
dada pela Lei nº 8.862, de 28/3/1994, pessoa presa. (Inciso acrescido pela Lei
retificada no DOU de 5/8/1994) nº 13.257, de 8/3/2016)
III - colher todas as provas que servirem Art. 7º Para verificar a possibilidade de
para o esclarecimento do fato e suas haver a infração sido praticada de
circunstâncias; determinado modo, a autoridade
policial poderá proceder à
IV - ouvir o ofendido;
REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS,
V - ouvir o indiciado, com observância, desde que esta não contrarie a
no que for aplicável, do disposto no moralidade ou a ordem pública.
Capítulo III do Título VII, deste Livro,
devendo o respectivo termo ser
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Art. 8º Havendo prisão em flagrante, Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade
será observado o disposto no Capítulo II policial:
do Título IX deste Livro.
I - fornecer às autoridades judiciárias as
Art. 9º TODAS as peças do inquérito informações necessárias à instrução e
policial serão, num só processado, julgamento dos processos;
reduzidas a escrito ou datilografadas e,
II - realizar as diligências requisitadas
neste caso, rubricadas pela autoridade.

pelo juiz ou pelo Ministério Público;
Art. 10. O INQUÉRITO deverá terminar
III - cumprir os mandados de prisão
no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver
expedidos pelas autoridades judiciárias;
sido PRESO em flagrante, ou estiver
preso preventivamente, contado o IV - representar acerca da prisão
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em preventiva.
que se executar a ordem de prisão, OU Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts.
no prazo de 30 dias, quando estiver 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e
SOLTO, mediante fiança ou sem ela. no art. 159 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7
§ 1º A autoridade fará minucioso de dezembro de 1940 (Código Penal), e
relatório do que tiver sido apurado e no art. 239 da Lei nº 8.069, de 13 de
enviará os autos ao juiz competente. julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro do Ministério
§ 2º No relatório poderá a autoridade
Público ou o delegado de polícia poderá
indicar testemunhas que não tiverem
REQUISITAR, de quaisquer órgãos do
sido inquiridas, mencionando o lugar
poder público ou de empresas da
onde possam ser encontradas.
iniciativa privada, DADOS E
§ 3º Quando o fato for de difícil INFORMAÇÕES CADASTRAIS da vítima
elucidação, e o indiciado estiver solto, a ou de suspeitos.
autoridade poderá requerer ao juiz a
Parágrafo único. A requisição, que será
devolução dos autos, para ulteriores
atendida no prazo de 24 (vinte e quatro)
diligências, que serão realizadas no
horas, conterá:
prazo marcado pelo juiz.
I - o nome da autoridade requisitante;
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem
como os objetos que interessarem à II - o número do inquérito policial; e
prova, acompanharão os autos do III - a identificação da unidade de polícia
inquérito. judiciária responsável pela investigação.
Art. 12. O inquérito policial (Artigo acrescido pela Lei nº 13.344, de
acompanhará a denúncia ou queixa, 6/10/2016, publicada no DOU de
sempre que servir de base a uma ou 7/10/2016, em vigor 45 dias após a
outra. publicação)
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Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à § 4º Não havendo manifestação judicial
repressão dos crimes relacionados ao no prazo de 12 (doze) horas, a
TRÁFICO DE PESSOAS, o membro do autoridade competente requisitará às
Ministério Público ou o delegado de empresas prestadoras de serviço de
polícia poderão REQUISITAR, mediante telecomunicações e/ou telemática que
autorização judicial, às empresas disponibilizem imediatamente os meios
prestadoras de serviço de técnicos adequados - como sinais,

telecomunicações e/ou telemática que informações e outros - que permitam a
disponibilizem imediatamente os localização da vítima ou dos suspeitos do
MEIOS TÉCNICOS ADEQUADOS - como delito em curso, com imediata
sinais, informações e outros - que comunicação ao juiz. (Artigo acrescido
permitam a localização da vítima ou dos pela Lei nº 13.344, de 6/10/2016,
suspeitos do delito em curso. publicada no DOU de 7/10/2016, em
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal
significa posicionamento da estação de Art. 14. O ofendido, ou seu
cobertura, setorização e intensidade de representante legal, e o indiciado
radiofrequência. poderão requerer qualquer diligência,
que será realizada, ou não, a juízo da
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o
autoridade.
sinal:
Art. 14-A. Nos casos em que servidores
I - não permitirá acesso ao conteúdo da
vinculados às instituições dispostas no
comunicação de qualquer natureza, que
art. 144 da Constituição Federal
dependerá de autorização judicial,
figurarem como INVESTIGADOS em
conforme disposto em lei;
inquéritos policiais, inquéritos policiais
II - deverá ser fornecido pela prestadora militares e demais procedimentos
de telefonia móvel celular por período extrajudiciais, cujo objeto for a
não superior a 30 (trinta) dias, renovável investigação de fatos relacionados ao
por uma única vez, por igual período; uso da força letal praticados no
III - para períodos superiores àquele de exercício profissional, de forma
que trata o inciso II, será necessária a consumada ou tentada, incluindo as
apresentação de ordem judicial. situações dispostas no art. 23 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o de 1940 (Código Penal), o indiciado
inquérito policial deverá ser instaurado poderá CONSTITUIR DEFENSOR.
no prazo máximo de 72 (setenta e duas)
horas, contado do registro da respectiva § 1º Para os casos previstos no caput
ocorrência policial. deste artigo, o investigado deverá ser
citado da instauração do procedimento
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investigatório, podendo constituir em que poderá ser indicado profissional
defensor no prazo de até 48 (quarenta e que não integre os quadros próprios da
oito) horas a contar do recebimento da Administração. (Parágrafo vetado pelo
citação. Presidente da República na Lei nº
13.964, de 24/12/2019, mantido pelo
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º
Congresso Nacional e publicado no DOU
deste artigo com ausência de nomeação
de 30/4/2021)
de defensor pelo investigado, a

autoridade responsável pela § 5º Na hipótese de não atuação da
investigação deverá intimar a instituição Defensoria Pública, os custos com o
a que estava vinculado o investigado à patrocínio dos interesses dos
época da ocorrência dos fatos, para que investigados nos procedimentos de que
essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) trata este artigo correrão por conta do
horas, indique defensor para a orçamento próprio da instituição a que
representação do investigado. este esteja vinculado à época da
ocorrência dos fatos investigados.
§ 3º Havendo necessidade de indicação
(Parágrafo vetado pelo Presidente da
de defensor nos termos do § 2º deste
República na Lei nº 13.964, de
artigo, a defesa caberá
24/12/2019, mantido pelo Congresso
preferencialmente à Defensoria
Nacional e publicado no DOU de
Pública, e, nos locais em que ela não
30/4/2021)
estiver instalada, a União ou a Unidade
da Federação correspondente à § 6º As disposições constantes deste
respectiva competência territorial do artigo se aplicam aos servidores militares
procedimento instaurado deverá vinculados às instituições dispostas no
disponibilizar profissional para art. 142 da Constituição Federal, desde
acompanhamento e realização de que os fatos investigados digam respeito
todos os atos relacionados à defesa a missões para a Garantia da Lei e da
administrativa do investigado. (Parágrafo Ordem. (Artigo acrescido pela Lei nº
vetado pelo Presidente da República na 13.964, de 24/12/2019, publicada na
Lei nº 13.964, de 24/12/2019, mantido Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
pelo Congresso Nacional e publicado no em vigor 30 dias após a publicação)
DOU de 30/4/2021)
Art. 15. Se o indiciado for MENOR, ser-
§ 4º A indicação do profissional a que se lhe-á nomeado curador pela autoridade
refere o § 3º deste artigo deverá ser policial.
precedida de manifestação de que não
Art. 16. O Ministério Público NÃO
existe defensor público lotado na área
PODERÁ requerer a devolução do
territorial onde tramita o inquérito e
inquérito à autoridade policial, senão
com atribuição para nele atuar, hipótese
11
para novas diligências, imprescindíveis sociedade ou a conveniência da
ao oferecimento da denúncia. investigação o exigir.
Art. 17. A autoridade policial NÃO Parágrafo único. A incomunicabilidade,

PODERÁ mandar arquivar autos de que não excederá de três dias, será
inquérito. decretada por despacho fundamentado
do Juiz, a requerimento da autoridade
Art. 18. Depois de ordenado o
policial, ou do órgão do Ministério

arquivamento do inquérito pela
Público, respeitado, em qualquer
autoridade judiciária, por falta de base
hipótese, o disposto no artigo 89, inciso
para a denúncia, a autoridade policial
III, do Estatuto da Ordem dos Advogados
PODERÁ proceder a novas pesquisas,
do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de
SE de outras provas TIVER NOTÍCIA.
1963). (Parágrafo único com redação
Art. 19. Nos crimes em que NÃO couber dada pela Lei nº 5.010, de 30/5/1966)
ação pública, os autos do inquérito
Art. 22. No Distrito Federal e nas
serão remetidos ao juízo competente,
comarcas em que houver mais de uma
onde aguardarão a iniciativa do ofendido
circunscrição policial, a autoridade com
ou de seu representante legal, OU serão
exercício em uma delas poderá, nos
entregues ao requerente, se o pedir,
inquéritos a que esteja procedendo,
mediante traslado.
ordenar diligências em circunscrição de
Art. 20. A autoridade assegurará no outra, independentemente de
inquérito o SIGILO necessário à precatórias ou requisições, e bem assim
elucidação do fato ou exigido pelo providenciará, até que compareça a
interesse da sociedade. autoridade competente, sobre qualquer
Parágrafo único. Nos atestados de fato que ocorra em sua presença, noutra
antecedentes que lhe forem solicitados, circunscrição.
a autoridade policial NÃO PODERÁ Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do
MENCIONAR quaisquer anotações inquérito ao juiz competente, a
referentes a instauração de inquérito autoridade policial oficiará ao Instituto
contra os requerentes. (Parágrafo único de Identificação e Estatística, ou
acrescido pela Lei nº 6.900, de repartição congênere, mencionando o
14/4/1981, e com redação dada pela Lei juízo a que tiverem sido distribuídos, e os
nº 12.681, de 4/7/2012) dados relativos à infração penal e à
Art. 21. A incomunicabilidade do pessoa do indiciado.
indiciado dependerá sempre de TÍTULO III
despacho nos autos e somente será
DA AÇÃO PENAL
permitida quando o interesse da
12
Art. 24. Nos crimes de AÇÃO PÚBLICA, Art. 28. Ordenado o ARQUIVAMENTO
esta será promovida por denúncia do do inquérito policial ou de quaisquer
Ministério Público, mas dependerá, elementos informativos da mesma
quando a lei o exigir, de requisição do natureza, o órgão do Ministério Público
Ministro da Justiça, ou de representação comunicará à vítima, ao investigado e à
do ofendido ou de quem tiver qualidade autoridade policial e encaminhará os
para representá-lo. autos para a instância de revisão

ministerial para fins de homologação,
§ 1º No caso de morte do ofendido ou
na forma da lei. (“Caput” do artigo com
quando declarado ausente por decisão
redação dada pela Lei nº 13.964, de
judicial, o direito de representação
passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. (Parágrafo único
transformado em § 1º pela Lei nº 8.699,
de 27/8/1993) Art. 28. Ao se manifestar pelo
arquivamento do inquérito policial ou de
§ 2º Seja qual for o crime, quando
quaisquer elementos informativos da
praticado em detrimento do patrimônio
mesma natureza, o órgão do Ministério
ou interesse da União, Estado e
Público submeterá sua manifestação ao
Município, a ação penal será pública.
juiz competente e comunicará à vítima,
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.699, de
ao investigado e à autoridade policial,
27/8/1993)
podendo encaminhar os autos para o
Art. 25. A REPRESENTAÇÃO será Procurador-Geral ou para a instância de
irretratável, depois de oferecida a revisão ministerial, quando existir, para
denúncia. fins de homologação, na forma da lei.
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, (“Caput” do artigo com redação dada
será iniciada com o auto de prisão em pela interpretação conforme via
flagrante ou por meio de portaria controle concentrado, pelo Supremo
expedida pela autoridade judiciária ou Tribunal Federal, ADIs nºs 6.298, 6.299,
policial. 6.300 e 6.305, cuja Decisão foi publicada
Art. 27. QUALQUER PESSOA DO POVO publicado no DOU de 19/12/2023)
poderá provocar a iniciativa do
Ministério Público, nos casos em que § 1º Se a vítima, ou seu representante
caiba a ação pública, fornecendo-lhe, legal, NÃO CONCORDAR com o
por escrito, informações sobre o fato e a arquivamento do inquérito policial,
autoria e indicando o tempo, o lugar e os poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do
elementos de convicção. recebimento da comunicação,
submeter a matéria à revisão da
instância competente do órgão
13
ministerial, conforme dispuser a Art. 28-A. NÃO sendo caso de
respectiva lei orgânica. (Parágrafo arquivamento e tendo o investigado
acrescido pela Lei nº 13.964, de CONFESSADO formal e
24/12/2019, publicada na Edição Extra circunstancialmente a prática de
do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 infração penal SEM violência ou grave
dias após a publicação) ameaça e com pena mínima INFERIOR
a 4 (quatro) anos, o Ministério Público
§ 1º Se a vítima, ou seu representante

poderá propor ACORDO DE NÃO
legal, não concordar com o
PERSECUÇÃO PENAL, desde que
arquivamento do inquérito policial, ou se
necessário e suficiente para reprovação
a autoridade judicial competente
e prevenção do crime, mediante as
verificar patente ilegalidade ou
seguintes condições ajustadas
teratologia no ato do arquivamento,
cumulativa e alternativamente:
poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do
recebimento da comunicação, I - reparar o dano ou restituir a coisa à
submeter a matéria à revisão da vítima, exceto na impossibilidade de
instância competente do órgão fazê-lo;
ministerial, conforme dispuser a
II - renunciar voluntariamente a bens e
respectiva lei orgânica. (Parágrafo com
direitos indicados pelo Ministério Público
redação dada pela interpretação
como instrumentos, produto ou
conforme via controle concentrado, pelo
proveito do crime;
Supremo Tribunal Federal, ADIs nºs
6.298, 6.299, 6.300 e 6.305, cuja Decisão III - prestar serviço à comunidade ou a
foi publicada no DOU de 4/9/2023, entidades públicas por período
Acórdão publicado no DOU de correspondente à pena mínima
19/12/2023) cominada ao delito diminuída de um a
dois terços, em local a ser indicado pelo
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes
juízo da execução, na forma do art. 46
praticados em detrimento da União,
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
Estados e Municípios, a revisão do
dezembro de 1940 (Código Penal);
arquivamento do inquérito policial
poderá ser provocada pela chefia do IV - pagar prestação pecuniária, a ser
órgão a quem couber a sua estipulada nos termos do art. 45 do
representação judicial. (Parágrafo Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
acrescido pela Lei nº 13.964, de de 1940 (Código Penal), a entidade
24/12/2019, publicada na Edição Extra pública ou de interesse social, a ser
do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 indicada pelo juízo da execução, que
dias após a publicação) tenha, preferencialmente, como função
proteger bens jurídicos iguais ou
14
semelhantes aos aparentemente firmado pelo membro do Ministério
lesados pelo delito; ou Público, pelo investigado e por seu
defensor.
V - cumprir, por prazo determinado,
outra condição indicada pelo Ministério § 4º Para a homologação do acordo de
Público, desde que proporcional e não persecução penal, será realizada
compatível com a infração penal audiência na qual o JUIZ deverá verificar
imputada. a sua voluntariedade, por meio da oitiva

do investigado na presença do seu
§ 1º Para aferição da pena mínima
defensor, e sua legalidade.
cominada ao delito a que se refere o
caput deste artigo, SERÃO § 5º Se o juiz considerar inadequadas,
CONSIDERADAS as causas de aumento insuficientes ou abusivas as condições
e diminuição aplicáveis ao caso concreto. dispostas no acordo de não persecução
penal, devolverá os autos ao Ministério
§ 2º O disposto no caput deste artigo
Público para que seja reformulada a
NÃO SE APLICA nas seguintes hipóteses:
proposta de acordo, COM
I - se for cabível transação penal de CONCORDÂNCIA do investigado e seu
competência dos Juizados Especiais defensor.
Criminais, nos termos da lei;
§ 6º Homologado judicialmente o
II - se o investigado for reincidente ou se acordo de não persecução penal, o juiz
houver elementos probatórios que devolverá os autos ao Ministério Público
indiquem conduta criminal habitual, para que inicie sua execução perante o
reiterada ou profissional, exceto se juízo de execução penal.
insignificantes as infrações penais
§ 7º O juiz poderá recusar homologação
pretéritas;
à proposta que não atender aos
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 requisitos legais ou quando não for
(cinco) anos anteriores ao cometimento realizada a adequação a que se refere o
da infração, em acordo de não § 5º deste artigo.
persecução penal, transação penal ou
§ 8º Recusada a homologação, o juiz
suspensão condicional do processo; e
devolverá os autos ao Ministério Público
IV - nos crimes praticados no âmbito de para a análise da necessidade de
violência doméstica ou familiar, OU complementação das investigações ou o
praticados contra a mulher por razões oferecimento da denúncia.
da condição de sexo feminino, em favor
§ 9º A vítima será intimada da
do agressor.
homologação do acordo de não
§ 3º O acordo de não persecução penal persecução penal e de seu
será formalizado por escrito e será descumprimento.
15
§ 10. Descumpridas quaisquer das prova, interpor recurso e, a todo tempo,
condições estipuladas no acordo de não no caso de negligência do querelante,
persecução penal, o Ministério Público retomar a ação como parte principal.
deverá comunicar ao juízo, para fins de
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha
sua rescisão e posterior oferecimento de
qualidade para representá-lo caberá
denúncia.
intentar a ação privada.
§ 11. O descumprimento do acordo de

Art. 31. No caso de morte do ofendido
não persecução penal pelo investigado
ou quando declarado ausente por
também poderá ser utilizado pelo
decisão judicial, o direito de oferecer
Ministério Público como justificativa para
queixa ou prosseguir na ação passará
o eventual não oferecimento de
ao cônjuge, ascendente, descendente
suspensão condicional do processo.
ou irmão.
§ 12. A celebração e o cumprimento do
Art. 32. Nos crimes de AÇÃO PRIVADA,
acordo de não persecução penal não
o JUIZ, a requerimento da parte que
constarão de certidão de antecedentes
comprovar a sua pobreza, nomeará
criminais, exceto para os fins previstos
advogado para promover a ação penal.
no inciso III do § 2º deste artigo.
§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que
§ 13. Cumprido integralmente o acordo
não puder prover às despesas do
de não persecução penal, o juízo
processo, sem privar-se dos recursos
competente decretará a extinção de
indispensáveis ao próprio sustento ou da
punibilidade.
família.
§ 14. No caso de recusa, por parte do
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o
Ministério Público, em propor o acordo
atestado da autoridade policial em cuja
de não persecução penal, o investigado
circunscrição residir o ofendido.
poderá requerer a remessa dos autos a
órgão superior, na forma do art. 28 deste Art. 33. Se o ofendido for menor de 18
Código. (Artigo acrescido pela Lei nº anos, ou mentalmente enfermo, ou
13.964, de 24/12/2019, publicada na retardado mental, e não tiver
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, representante legal, ou colidirem os
em vigor 30 dias após a publicação) interesses deste com os daquele, o
direito de queixa poderá ser exercido por
Art. 29. Será admitida AÇÃO PRIVADA
curador especial, nomeado, de ofício ou
nos crimes de ação pública, se esta não
a requerimento do Ministério Público,
for intentada no prazo legal, cabendo ao
pelo juiz competente para o processo
Ministério Público aditar a queixa,
penal.
repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e
do processo, fornecer elementos de maior de 18 anos, o direito de queixa
16
poderá ser exercido por ele OU por seu mediante declaração, escrita ou oral,
representante legal. feita ao juiz, ao órgão do Ministério
Público, ou à autoridade policial.
Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de
27/11/1997) § 1º A representação feita oralmente ou
por escrito, sem assinatura devidamente
Art. 36. Se comparecer mais de uma
autenticada do ofendido, de seu
pessoa com direito de queixa, terá
representante legal ou procurador, será

preferência o cônjuge, e, em seguida, o
reduzida a termo, perante o juiz ou
parente mais próximo na ordem de
autoridade policial, presente o órgão do
enumeração constante do art. 31,
Ministério Público, quando a este
podendo, entretanto, qualquer delas
houver sido dirigida.
prosseguir na ação, caso o querelante
desista da instância ou a abandone. § 2º A representação conterá todas as
informações que possam servir à
Art. 37. As fundações, associações ou
apuração do fato e da autoria.
sociedades legalmente constituídas
poderão exercer a ação penal, devendo § 3º Oferecida ou reduzida a termo a
ser representadas por quem os representação, a autoridade policial
respectivos contratos ou estatutos procederá a inquérito, ou, não sendo
designarem ou, no silêncio destes, pelos competente, remetê-lo-á à autoridade
seus diretores ou sócios-gerentes. que o for.
Art. 38. SALVO disposição em contrário, § 4º A representação, quando feita ao

o ofendido, ou seu representante legal, juiz ou perante este reduzida a termo,
DECAIRÁ do direito de queixa ou de será remetida à autoridade policial para
representação, se não o exercer dentro que esta proceda a inquérito.
do prazo de seis meses, contado do dia
§ 5º O órgão do Ministério Público
em que vier a saber quem é o autor do
dispensará o inquérito, se com a
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em
representação forem oferecidos
que se esgotar o prazo para o
elementos que o habilitem a promover
oferecimento da denúncia.
a ação penal, e, neste caso, oferecerá a
Parágrafo único. Verificar-se-á a denúncia no prazo de quinze dias.
decadência do direito de queixa ou
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de
representação, dentro do mesmo prazo,
que conhecerem, os juízes ou tribunais
nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e
verificarem a existência de crime de ação
31.
pública, remeterão ao Ministério Público
Art. 39. O direito de representação as cópias e os documentos necessários
poderá ser exercido, pessoalmente ou ao oferecimento da denúncia.
por procurador com poderes especiais,
17
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a órgão do Ministério Público receber
exposição do fato criminoso, com todas novamente os autos.
as suas circunstâncias, a qualificação do
§ 1º Quando o Ministério Público
acusado ou esclarecimentos pelos quais
dispensar o inquérito policial, o prazo
se possa identificá-lo, a classificação do
para o oferecimento da denúncia
crime e, quando necessário, o rol das
contar-se-á da data em que tiver
testemunhas.
recebido as peças de informação ou a

Art. 42. O Ministério Público não poderá representação.
desistir da ação penal.
§ 2º O prazo para o aditamento da
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de queixa será de 3 dias, contado da data
20/6/2008, publicada no DOU de em que o órgão do Ministério Público
23/6/2008, em vigor 60 dias após a receber os autos, e, se este não se
publicação) pronunciar dentro do tríduo, entender-
se-á que não tem o que aditar,
Art. 44. A QUEIXA poderá ser dada por
prosseguindo-se nos demais termos do
procurador com poderes especiais,
processo.
devendo constar do instrumento do
mandato o nome do querelante e a Art. 47. Se o Ministério Público julgar
menção do fato criminoso, SALVO necessários maiores esclarecimentos e
quando tais esclarecimentos documentos complementares ou novos
dependerem de diligências que devem elementos de convicção, deverá
ser previamente requeridas no juízo requisitá-los, diretamente, de quaisquer
criminal. autoridades ou funcionários que devam
ou possam fornecê-los.
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação
penal for privativa do ofendido, poderá Art. 48. A queixa contra qualquer dos
ser aditada pelo Ministério Público, a autores do crime obrigará ao processo
quem caberá intervir em todos os de todos, e o Ministério Público velará
termos subsequentes do processo. pela sua indivisibilidade.
Art. 46. O prazo para OFERECIMENTO Art. 49. A renúncia ao exercício do direito
DA DENÚNCIA, estando o réu PRESO, de queixa, em relação a um dos autores
será de 5 dias, contado da data em que do crime, a todos se estenderá.
o órgão do Ministério Público receber os
Art. 50. A renúncia expressa constará de
autos do inquérito policial, e de 15 dias,
declaração assinada pelo ofendido, por
se o réu estiver SOLTO OU AFIANÇADO.
seu representante legal ou procurador
No último caso, se houver devolução do
com poderes especiais.
inquérito à autoridade policial (art. 16),
contar-se-á o prazo da data em que o Parágrafo único. A renúncia do
representante legal do menor que
18
houver completado 18 anos não privará mesmo tempo, ser cientificado de que o
este do direito de queixa, nem a seu silêncio importará aceitação.
renúncia do último excluirá o direito do
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz
primeiro.
julgará extinta a punibilidade.
Art. 51. O PERDÃO concedido a um dos
Art. 59. A aceitação do perdão fora do
querelados aproveitará a todos, sem
processo constará de declaração
que produza, todavia, efeito em relação

assinada pelo querelado, por seu
ao que o recusar.
representante legal ou procurador com
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 poderes especiais.
e maior de 18 anos, o direito de perdão
Art. 60. Nos casos em que SOMENTE se
poderá ser exercido por ele ou por seu
procede mediante QUEIXA, considerar-
representante legal, mas o perdão
se-á PEREMPTA a ação penal:
concedido por um, havendo oposição
do outro, não produzirá efeito. I - quando, iniciada esta, o querelante
deixar de promover o andamento do
Art. 53. Se o querelado for mentalmente
processo durante 30 dias seguidos;
enfermo ou retardado mental e não
tiver representante legal, ou colidirem os II - quando, falecendo o querelante, ou
interesses deste com os do querelado, a sobrevindo sua incapacidade, não
aceitação do perdão caberá ao curador comparecer em juízo, para prosseguir no
que o juiz lhe nomear. processo, dentro do prazo de 60 dias,
qualquer das pessoas a quem couber
Art. 54. Se o querelado for menor de 21
fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
anos, observar-se-á, quanto à aceitação
do perdão, o disposto no art. 52. III - quando o querelante deixar de
comparecer, sem motivo justificado, a
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por
qualquer ato do processo a que deva
procurador com poderes especiais.
estar presente, ou deixar de formular o
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão pedido de condenação nas alegações
extraprocessual expresso o disposto no finais;
art. 50.
IV - quando, sendo o querelante pessoa
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão jurídica, esta se extinguir sem deixar
tácito admitirão todos os meios de sucessor.
prova.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o
Art. 58. Concedido o perdão, mediante juiz, se reconhecer extinta a
declaração expressa nos autos, o punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
querelado será intimado a dizer, dentro
Parágrafo único. No caso de
de três dias, se o aceita, devendo, ao
requerimento do Ministério Público, do
19
querelante ou do réu, o juiz mandará Parágrafo único. Intentada a ação penal,
autuá-lo em apartado, ouvirá a parte o juiz da ação civil poderá suspender o
contrária e, se o julgar conveniente, curso desta, até o julgamento definitivo
concederá o prazo de cinco dias para a daquela.
prova, proferindo a decisão dentro de
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a
cinco dias ou reservando-se para
sentença penal que reconhecer ter sido
apreciar a matéria na sentença final.
o ato praticado em estado de

Art. 62. No caso de morte do acusado, o necessidade, em legítima defesa, em
juiz somente à vista da certidão de óbito, estrito cumprimento de dever legal ou
e depois de ouvido o Ministério Público, no exercício regular de direito. (Vide
declarará extinta a punibilidade. ADPF nº 779/2021)
TÍTULO IV Art. 66. Não obstante a sentença

absolutória no juízo criminal, a ação civil
DA AÇÃO CIVIL
poderá ser proposta quando não tiver
Art. 63. Transitada em julgado a sido, categoricamente, reconhecida a
sentença condenatória, poderão inexistência material do fato.
promover-lhe a execução, no juízo cível,
Art. 67. Não impedirão igualmente a
para o efeito da reparação do dano, o
propositura da ação civil:
ofendido, seu representante legal ou
seus herdeiros. I - o despacho de arquivamento do
inquérito ou das peças de informação;
Parágrafo único. Transitada em julgado a
sentença condenatória, a execução II - a decisão que julgar extinta a
poderá ser efetuada pelo valor fixado punibilidade;
nos termos do inciso IV do caput do art.
III - a sentença absolutória que decidir
387 deste Código sem prejuízo da
que o fato imputado não constitui crime.
liquidação para a apuração do dano
efetivamente sofrido. (Parágrafo único Art. 68. Quando o titular do direito à
acrescido pela Lei nº 11.719, de reparação do dano for pobre (art. 32, §§
20/6/2008, publicada no DOU de 1º e 2º), a execução da sentença
23/6/2008, em vigor 60 dias após a condenatória (art. 63) ou a ação civil (art.
publicação) 64) será promovida, a seu
requerimento, pelo Ministério Público.
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no
artigo anterior, a ação para TÍTULO V
ressarcimento do dano poderá ser DA COMPETÊNCIA
proposta no juízo cível, contra o autor do
crime e, se for caso, contra o responsável Art. 69. Determinará a COMPETÊNCIA
civil. jurisdicional:
20
I - o lugar da infração: § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
II - o domicílio ou residência do réu;
de 1940 (Código Penal), quando
III - a natureza da infração; praticados mediante depósito,
IV - a distribuição; mediante emissão de cheques sem
suficiente provisão de fundos em poder
V - a conexão ou continência; do sacado ou com o pagamento

VI - a prevenção; frustrado ou mediante transferência de
valores, a competência será definida
VII - a prerrogativa de função.
pelo local do DOMICÍLIO DA VÍTIMA, e,
CAPÍTULO I em caso de pluralidade de vítimas, a
competência firmar-se-á pela
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA
prevenção. (Parágrafo acrescido pela Lei
INFRAÇÃO
nº 14.155, de 27/5/2021)
Art. 70. A COMPETÊNCIA será, DE
Art. 71. Tratando-se de INFRAÇÃO
REGRA, determinada pelo lugar em que
CONTINUADA OU PERMANENTE,
se CONSUMAR A INFRAÇÃO, ou, no
praticada em território de duas ou mais
caso de tentativa, pelo lugar em que for
jurisdições, a competência firmar-se-á
praticado o último ato de execução.
pela PREVENÇÃO.
§ 1º Se, iniciada a execução no território
nacional, a infração se consumar fora
dele, a competência será determinada CAPÍTULO II
pelo lugar em que tiver sido praticado, DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU
no Brasil, o último ato de execução. RESIDÊNCIA DO RÉU
§ 2º Quando o último ato de execução Art. 72. NÃO sendo conhecido o lugar
for praticado fora do território nacional, da infração, a competência regular-se-á
será competente o juiz do lugar em que pelo domicílio ou residência do RÉU.
o crime, embora parcialmente, tenha
§ 1º Se o réu tiver mais de uma
produzido ou devia produzir seu
residência, a competência firmar-se-á
resultado.
pela prevenção.
§ 3º Quando incerto o limite territorial
§ 2º Se o réu não tiver residência certa
entre duas ou mais jurisdições, OU
ou for ignorado o seu paradeiro, será
quando incerta a jurisdição por ter sido
competente o juiz que primeiro tomar
a infração consumada ou tentada nas
conhecimento do fato.
divisas de duas ou mais jurisdições, a
competência firmar-se-á pela Art. 73. Nos casos de exclusiva ação
prevenção. PRIVADA, o querelante poderá preferir
21
o foro do domicílio ou da residência do Tribunal do Júri, a seu presidente caberá
réu, AINDA QUANDO conhecido o lugar proferir a sentença (art. 492, § 2º).
da infração.
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA
Art. 75. A precedência da distribuição
INFRAÇÃO
fixará a competência quando, na mesma

Art. 74. A competência pela NATUREZA circunscrição judiciária, houver mais de
DA INFRAÇÃO será regulada pelas leis um juiz igualmente competente.
de organização judiciária, SALVO a
Parágrafo único. A distribuição realizada
competência privativa do Tribunal do
para o efeito da concessão de fiança ou
Júri.
da decretação de prisão preventiva ou
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o de qualquer diligência anterior à
julgamento dos crimes previstos nos denúncia ou queixa prevenirá a da ação
arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo penal.
único, 123, 124, 125, 126 e 127 do
CAPÍTULO V
Código Penal, consumados ou tentados.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU
263, de 23/2/1948, publicada no DOU CONTINÊNCIA
de 26/2/1948, em vigor: no Distrito Art. 76. A competência será
Federal, 3 dias após a publicação; 10 dias determinada pela CONEXÃO:
nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo
e Minas; e, 20 dias, nos demais Estados e I - se, ocorrendo duas ou mais infrações,
Territórios) houverem sido praticadas, ao mesmo
tempo, por várias pessoas reunidas, ou
§ 2º Se, iniciado o processo perante um por várias pessoas em concurso,
juiz, houver desclassificação para embora diverso o tempo e o lugar, OU
infração da competência de outro, a este por várias pessoas, umas contra as
será remetido o processo, salvo se mais outras;
graduada for a jurisdição do primeiro,
que, em tal caso, terá sua competência II - se, no mesmo caso, houverem sido
prorrogada. umas praticadas para facilitar ou ocultar
as outras, ou para conseguir
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar impunidade ou vantagem em relação a
a infração para outra atribuída à qualquer delas;
competência de juiz singular, observar-
se-á o disposto no art. 410; mas, se a III - quando a prova de uma infração ou
desclassificação for feita pelo próprio de qualquer de suas circunstâncias
22
elementares influir na prova de outra 263, de 23/2/1948, publicada no DOU
infração. de 26/2/1948, em vigor: no Distrito
Federal, 3 dias após a publicação; 10 dias
Art. 77. A competência será
nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo
determinada pela CONTINÊNCIA
e Minas; e, 20 dias, nos demais Estados e
quando:
Territórios)
I - duas ou mais pessoas forem acusadas
Art. 79. A conexão e a continência

pela mesma infração;
importarão unidade de processo e
II - no caso de infração cometida nas julgamento, salvo:
condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53,
I - no concurso entre a jurisdição comum
segunda parte, e 54 do Código Penal.
e a militar;
Art. 78. Na determinação da
II - no concurso entre a jurisdição
competência POR CONEXÃO OU
comum e a do juízo de menores.
CONTINÊNCIA, serão observadas as
seguintes regras: § 1º Cessará, em qualquer caso, a
unidade do processo, se, em relação a
I - no concurso entre a competência do
algum corréu, sobrevier o caso previsto
Júri e a de outro órgão da jurisdição
no art. 152.
comum, prevalecerá a competência do
Júri; § 2º A unidade do processo não
importará a do julgamento, se houver
II - no concurso de jurisdições da mesma
corréu foragido que não possa ser
categoria:
julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese
a) preponderará a do lugar da infração, à do art. 461.
qual for cominada a pena mais grave;
Art. 80. Será facultativa a separação dos
b) prevalecerá a do lugar em que houver processos quando as infrações tiverem
ocorrido o maior número de infrações, sido praticadas em circunstâncias de
se as respectivas penas forem de igual tempo ou de lugar diferentes, ou,
gravidade; quando pelo excessivo número de
c) firmar-se-á a competência pela acusados e para não lhes prolongar a
prevenção, nos outros casos; prisão provisória, ou por outro motivo
relevante, o juiz reputar conveniente a
III - no concurso de jurisdições de separação.
diversas categorias, predominará a de
maior graduação; Art. 81. Verificada a reunião dos
processos por conexão ou continência,
IV - no concurso entre a jurisdição ainda que no processo da sua
comum e a especial, prevalecerá esta. competência própria venha o juiz ou
(Artigo com redação dada pela Lei nº tribunal a proferir sentença absolutória
23
ou que desclassifique a infração para Art. 84. A competência pela prerrogativa
outra que não se inclua na sua de função é do Supremo Tribunal
competência, continuará competente Federal, do Superior Tribunal de Justiça,
em relação aos demais processos. dos Tribunais Regionais Federais e
Tribunais de Justiça dos Estados e do
Parágrafo único. Reconhecida
Distrito Federal, relativamente às
inicialmente ao júri a competência por
pessoas que devam responder perante
conexão ou continência, o juiz, se vier a

eles por crimes comuns e de
desclassificar a infração ou impronunciar
responsabilidade. (“Caput” do artigo
ou absolver o acusado, de maneira que
com redação dada pela Lei nº 10.628, de
exclua a competência do júri, remeterá o
24/12/2002)
processo ao juízo competente.
§ 1º (Parágrafo acrescido pela Lei nº
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou
10.628, de 24/12/2002, e declarado
continência, forem instaurados
inconstitucional, em controle
processos diferentes, a autoridade de
jurisdição prevalente deverá avocar os
Federal, pela ADI nº 2.797/2002,
processos que corram perante os outros
publicada no DOU de 26/9/2005)
juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a § 2º (Parágrafo acrescido pela Lei nº
unidade dos processos só se dará, 10.628, de 24/12/2002, e declarado
ulteriormente, para o efeito de soma ou inconstitucional, em controle
de unificação das penas. concentrado, pelo Supremo Tribunal
Federal, pela ADI nº 2.797/2002,
CAPÍTULO VI
publicada no DOU de 26/9/2005)
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO
Art. 85. Nos processos por crime contra
Art. 83. Verificar-se-á a competência por a honra, em que forem querelantes as
prevenção toda vez que, concorrendo pessoas que a Constituição sujeita à
dois ou mais juízes igualmente jurisdição do Supremo Tribunal Federal e
competentes ou com jurisdição dos Tribunais de Apelação, àquele ou a
cumulativa, um deles tiver antecedido estes caberá o julgamento, quando
aos outros na prática de algum ato do oposta e admitida a exceção da verdade.
processo ou de medida a este relativa,
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal
ainda que anterior ao oferecimento da
competirá, privativamente, processar e
denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71,
julgar:
72, § 2º, e 78, II, c).
I - os seus ministros, nos crimes comuns;
CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA PELA
PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
24
II - os ministros de Estado, salvo nos quando se afastar do País, pela do
crimes conexos com os do Presidente da último em que houver tocado.
República;
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de
III - o procurador-geral da República, os aeronave nacional, dentro do espaço
desembargadores dos Tribunais de aéreo correspondente ao território
Apelação, os ministros do Tribunal de brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de
Contas e os embaixadores e ministros aeronave estrangeira, dentro do espaço

diplomáticos, nos crimes comuns e de aéreo correspondente ao território
responsabilidade. nacional, serão processados e julgados
pela justiça da comarca em cujo
Art. 87. Competirá, originariamente, aos
território se verificar o pouso após o
Tribunais de Apelação o julgamento dos
crime, ou pela da comarca de onde
governadores ou interventores nos
houver partido a aeronave.
Estados ou Territórios, e prefeito do
Distrito Federal, seus respectivos Art. 91. Quando incerta e não se
secretários e chefes de Polícia, juízes de determinar de acordo com as normas
instância inferior e órgãos do Ministério estabelecidas nos arts. 89 e 90, a
Público. (Artigo retificado no DOU de competência se firmará pela prevenção.
24/10/1941) (Artigo com redação dada pela Lei nº
4.893, de 9/12/1965)
CAPÍTULO VIII
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
DAS QUESTÕES E PROCESSOS
Art. 88. No processo por crimes
INCIDENTES
praticados fora do território brasileiro,
será competente o juízo da Capital do CAPÍTULO I
Estado onde houver por último residido
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS
o acusado. Se este nunca tiver residido
no Brasil, será competente o juízo da Art. 92. Se a decisão sobre a existência
Capital da República. da infração depender da solução de
controvérsia, que o juiz repute séria e
Art. 89. Os crimes cometidos em
fundada, sobre o ESTADO CIVIL DAS
qualquer embarcação nas águas
PESSOAS, o curso da ação penal FICARÁ
territoriais da República, ou nos rios e
SUSPENSO até que no juízo cível seja a
lagos fronteiriços, bem como a bordo de
controvérsia dirimida por sentença
embarcações nacionais, em alto-mar,
passada em julgado, sem prejuízo,
serão processados e julgados pela justiça
entretanto, da inquirição das
do primeiro porto brasileiro em que
testemunhas e de outras provas de
tocar a embarcação, após o crime, ou,
natureza urgente.
25
Parágrafo único. Se for o crime de ação será decretada pelo juiz, de ofício ou a
pública, o Ministério Público, quando requerimento das partes.
necessário, promoverá a ação civil ou
CAPÍTULO II
prosseguirá na que tiver sido iniciada,
com a citação dos interessados. DAS EXCEÇÕES
Art. 93. Se o reconhecimento da Art. 95. Poderão ser opostas as

existência da infração penal depender EXCEÇÕES de:

de decisão sobre QUESTÃO DIVERSA da I - suspeição;
prevista no artigo anterior, da
competência do juízo cível, e se neste II - incompetência de juízo;
houver sido proposta ação para resolvê- III - litispendência;
la, o juiz criminal PODERÁ, desde que
IV - ilegitimidade de parte;
essa questão seja de difícil solução e não
verse sobre direito cuja prova a lei civil V - coisa julgada.
limite, SUSPENDER O CURSO DO
Art. 96. A argüição de suspeição
PROCESSO, após a inquirição das
precederá a qualquer outra, salvo
testemunhas e realização das outras
quando fundada em motivo
provas de natureza urgente.
superveniente.
§ 1º O juiz marcará o prazo da
Art. 97. O juiz que espontaneamente
suspensão, que poderá ser
afirmar suspeição deverá fazê-lo por
razoavelmente prorrogado, se a demora
escrito, declarando o motivo legal, e
não for imputável à parte. Expirado o
remeterá imediatamente o processo ao
prazo, sem que o juiz cível tenha
seu substituto, intimadas as partes.
proferido decisão, o juiz criminal fará
prosseguir o processo, retomando sua Art. 98. Quando qualquer das partes
competência para resolver, de fato e de pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo
direito, toda a matéria da acusação ou em petição assinada por ela própria ou
da defesa. por procurador com poderes especiais,
aduzindo as suas razões acompanhadas
§ 2º Do despacho que denegar a
de prova documental ou do rol de
suspensão não caberá recurso.
testemunhas.
§ 3º Suspenso o processo, e tratando-se
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz
de crime de ação pública, incumbirá ao
sustará a marcha do processo, mandará
Ministério Público intervir
juntar aos autos a petição do recusante
imediatamente na causa cível, para o fim
com os documentos que a instruam, e
de promover-lhe o rápido andamento.
por despacho se declarará suspeito,
Art. 94. A suspensão do curso da ação ordenando a remessa dos autos ao
penal, nos casos dos artigos anteriores, substituto.
26
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o apresentar os autos em mesa para nova
juiz mandará autuar em apartado a distribuição.
petição, dará sua resposta dentro em
§ 1º Se não for relator nem revisor, o juiz
três dias, podendo instruí-la e oferecer
que houver de dar-se por suspeito,
testemunhas, e, em seguida,
deverá fazê-lo verbalmente, na sessão
determinará sejam os autos da exceção
de julgamento, registrando-se na ata a
remetidos, dentro em vinte e quatro
declaração.

horas, ao juiz ou tribunal a quem
competir o julgamento. § 2º Se o presidente do tribunal se der
por suspeito, competirá ao seu
§ 1º Reconhecida, preliminarmente, a
substituto designar dia para o
relevância da argüição, o juiz ou tribunal,
julgamento e presidi-lo.
com citação das partes, marcará dia e
hora para a inquirição das testemunhas, § 3º Observar-se-á, quanto à argüição de
seguindo-se o julgamento, suspeição pela parte, o disposto nos arts.
independentemente de mais alegações. 98 a 101, no que lhe for aplicável,
atendido, se o juiz a reconhecer, o que
§ 2º Se a suspeição for de manifesta
estabelece este artigo.
improcedência, o juiz ou relator a
rejeitará liminarmente. § 4º A suspeição, não sendo
reconhecida, será julgada pelo tribunal
Art. 101. Julgada procedente a
pleno, funcionando como relator o
suspeição, ficarão nulos os atos do
presidente.
processo principal, pagando o juiz as
custas, no caso de erro inescusável; § 5º Se o recusado for o presidente do
rejeitada, e evidenciando-se a malícia do tribunal, o relator será o vice-presidente.
excipiente, a este será imposta a multa Art. 104. Se for argüida a suspeição do
de duzentos mil-réis a dois contos de órgão do Ministério Público, o juiz,
réis. depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso,
Art. 102. Quando a parte contrária podendo antes admitir a produção de
reconhecer a procedência da argüição, provas no prazo de três dias.
poderá ser sustado, a seu requerimento, Art. 105. As partes poderão também
o processo principal, até que se julgue o argüir de suspeitos os peritos, os
incidente da suspeição. intérpretes e os serventuários ou
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e funcionários de justiça, decidindo o juiz
nos Tribunais de Apelação, o juiz que se de plano e sem recurso, à vista da
julgar suspeito deverá declará-lo nos matéria alegada e prova imediata.
autos e, se for revisor, passar o feito ao Art. 106. A suspeição dos jurados deverá
seu substituto na ordem da ser argüida oralmente, decidindo de
precedência, ou, se for relator,
27
plano o presidente do Tribunal do Júri, § 2º A exceção de coisa julgada somente
que a rejeitará se, negada pelo recusado, poderá ser oposta em relação ao fato
não for imediatamente comprovada, o principal, que tiver sido objeto da
que tudo constará da ata. sentença.
Art. 107. NÃO se poderá opor suspeição Art. 111. As exceções serão processadas
às AUTORIDADES POLICIAIS nos atos do em autos apartados e não suspenderão,
inquérito, mas deverão elas declarar-se em regra, o andamento da ação penal.

suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
CAPÍTULO III
Art. 108. A exceção de incompetência do
DAS INCOMPATIBILIDADES E
juízo poderá ser oposta, verbalmente ou
IMPEDIMENTOS
por escrito, no prazo de defesa.
Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério
§ 1º Se, ouvido o Ministério Público, for
Público, os serventuários ou funcionários
aceita a declinatória, o feito será
de justiça e os peritos ou intérpretes
remetido ao juízo competente, onde,
abster-se-ão de servir no processo,
ratificados os atos anteriores, o processo
quando houver incompatibilidade ou
prosseguirá.
impedimento legal, que declararão nos
§ 2º Recusada a incompetência, o juiz autos. Se não se der a abstenção, a
continuará no feito, fazendo tomar por incompatibilidade ou impedimento
termo a declinatória, se formulada poderá ser argüido pelas partes,
verbalmente. seguindo-se o processo estabelecido
para a exceção de suspeição.
Art. 109. Se em qualquer fase do
processo o juiz reconhecer motivo que o CAPÍTULO IV
torne incompetente, declará-lo-á nos
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO
autos, haja ou não alegação da parte,
prosseguindo-se na forma do artigo Art. 113. As questões atinentes à
anterior. competência resolver-se-ão não só pela
exceção própria, como também pelo
Art. 110. Nas exceções de litispendência,
conflito positivo ou negativo de
ilegitimidade de parte e coisa julgada,
jurisdição.
será observado, no que lhes for aplicável,
o disposto sobre a exceção de Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:
incompetência do juízo. I - quando duas ou mais autoridades
§ 1º Se a parte houver de opor mais de judiciárias se considerarem
uma dessas exceções, deverá fazê-lo competentes, ou incompetentes, para
numa só petição ou articulado. conhecer do mesmo fato criminoso;
28
II - quando entre elas surgir controvérsia se a instrução do feito depender de
sobre unidade de juízo, junção ou diligência.
separação de processos.
§ 6º Proferida a decisão, as cópias
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado: necessárias serão remetidas, para a sua
execução, às autoridades contra as quais
I - pela parte interessada;
tiver sido levantado o conflito ou que o
II - pelo órgão do Ministério Público junto houverem suscitado.

a qualquer dos juízos em dissídio;
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal,
III - por qualquer dos juízes ou tribunais mediante avocatória, restabelecerá a
em causa. sua jurisdição, sempre que exercida por
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a qualquer dos juízes ou tribunais
forma de representação, e a parte inferiores.
interessada, sob a de requerimento, CAPÍTULO V
darão parte escrita e circunstanciada do
DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS
conflito, perante o tribunal competente,
APREENDIDAS
expondo os fundamentos e juntando os
documentos comprobatórios. Art. 118. Antes de transitar em julgado a
sentença final, as coisas apreendidas não
§ 1º Quando negativo o conflito, os
poderão ser restituídas enquanto
juízes e tribunais poderão suscitá-lo nos
interessarem ao processo.
próprios autos do processo.
Art. 119. As coisas a que se referem os
§ 2º Distribuído o feito, se o conflito for
arts. 74 e 100 do Código Penal não
positivo, o relator poderá determinar
poderão ser restituídas, mesmo depois
imediatamente que se suspenda o
de transitar em julgado a sentença final,
andamento do processo.
salvo se pertencerem ao lesado ou a
§ 3º Expedida ou não a ordem de terceiro de boa fé.
suspensão, o relator requisitará
Art. 120. A RESTITUIÇÃO, quando
informações às autoridades em conflito,
cabível, poderá ser ordenada pela
remetendo-lhes cópia do requerimento
autoridade policial OU juiz, mediante
ou representação.
termo nos autos, desde que não exista
§ 4º As informações serão prestadas no dúvida quanto ao direito do reclamante.
prazo marcado pelo relator.
§ 1º Se duvidoso esse direito, o pedido
§ 5º Recebidas as informações, e depois de restituição autuar-se-á em apartado,
de ouvido o procurador-geral, o conflito assinando-se ao requerente o prazo de 5
será decidido na primeira sessão, salvo dias para a prova. Em tal caso, só o juiz
criminal poderá decidir o incidente.
29
§ 2º O incidente autuar-se-á também Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
em apartado e só a autoridade judicial o em vigor 30 dias após a publicação)
resolverá, se as coisas forem
Art. 123. Fora dos casos previstos nos
apreendidas em poder de terceiro de
artigos anteriores, se dentro no prazo de
boa-fé, que será intimado para alegar e
90 dias, a contar da data em que
provar o seu direito, em prazo igual e
transitar em julgado a sentença final,
sucessivo ao do reclamante, tendo um e
condenatória ou absolutória, os objetos

outro dois dias para arrazoar.
apreendidos não forem reclamados ou
§ 3º Sobre o pedido de restituição será não pertencerem ao réu, serão vendidos
sempre ouvido o Ministério Público. em leilão, depositando-se o saldo à
disposição do juízo de ausentes.
§ 4º Em caso de dúvida sobre quem seja
o verdadeiro dono, o juiz remeterá as Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja
partes para o juízo cível, ordenando o perda em favor da União for decretada,
depósito das coisas em mãos de e as coisas confiscadas, de acordo com o
depositário ou do próprio terceiro que as disposto no artigo 100 do Código Penal,
detinha, se for pessoa idônea. serão inutilizados ou recolhidos a museu
criminal, se houver interesse na sua
§ 5º Tratando-se de coisas facilmente
conservação.
deterioráveis, serão avaliadas e levadas a
leilão público, depositando-se o dinheiro Art. 124-A. Na hipótese de decretação
apurado, ou entregues ao terceiro que de perdimento de obras de arte ou de
as detinha, se este for pessoa idônea e outros bens de relevante valor cultural
assinar termo de responsabilidade. ou artístico, se o crime não tiver vítima
determinada, poderá haver destinação
Art. 121. No caso de apreensão de coisa
dos bens a museus públicos. (Artigo
adquirida com os proventos da infração,
aplica-se o disposto no art. 133 e seu
parágrafo.
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no dias após a publicação)
art. 120, as coisas apreendidas serão
CAPÍTULO VI
alienadas nos termos do disposto no art.
133 deste Código. (“Caput” do artigo DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
Art. 125. Caberá o SEQUESTRO dos bens
imóveis, adquiridos pelo indiciado com
os proventos da infração, ainda que já
tenham sido transferidos a terceiro.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº
Art. 126. Para a decretação do
13.964, de 24/12/2019, publicada na
sequestro, bastará a existência de
30
INDÍCIOS VEEMENTES da proveniência II - se o terceiro, a quem tiverem sido
ilícita dos bens. transferidos os bens, prestar caução que
assegure a aplicação do disposto no art.
Art. 127. O JUIZ, de ofício, a
74, II, b, segunda parte, do Código Penal;
requerimento do Ministério Público ou
do ofendido, ou mediante III - se for julgada extinta a punibilidade
representação da autoridade policial, ou absolvido o réu, por sentença
poderá ordenar o sequestro, em transitada em julgado.

qualquer fase do processo OU ainda
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos
antes de oferecida a denúncia ou
bens móveis se, verificadas as condições
queixa.
previstas no art. 126, não for cabível a
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz medida regulada no Capítulo XI do Título
ordenará a sua inscrição no Registro de VII deste Livro.
Imóveis.
Art. 133. Transitada em julgado a
Art. 129. O SEQUESTRO autuar-se-á em sentença condenatória, o juiz, de ofício
apartado e admitirá embargos de ou a requerimento do interessado ou do
terceiro. Ministério Público, determinará a
avaliação e a venda dos bens em leilão
Art. 130. O sequestro poderá, ainda, ser
público cujo perdimento tenha sido
embargado:
decretado. (“Caput” do artigo com
I - pelo acusado, sob o fundamento de redação dada pela Lei nº 13.964, de
não terem os bens sido adquiridos com 24/12/2019, publicada na Edição Extra
os proventos da infração; do DOU de 24/12/2019, em vigor 30
II - pelo terceiro, a quem houverem os dias após a publicação)
bens sido transferidos a título oneroso, § 1º Do dinheiro apurado, será recolhido
sob o fundamento de tê-los adquirido aos cofres públicos o que não couber ao
de boa-fé. lesado ou a terceiro de boa-fé.
Parágrafo único. Não poderá ser (Parágrafo único transformado em § 1º e
pronunciada decisão nesses embargos com redação dada pela Lei nº 13.964, de
antes de passar em julgado a sentença 24/12/2019, publicada na Edição Extra
condenatória. do DOU de 24/12/2019, em vigor 30
Art. 131. O sequestro será levantado:
§ 2º O valor apurado deverá ser
I - se a ação penal não for intentada no recolhido ao Fundo Penitenciário
prazo de sessenta dias, contado da data Nacional, exceto se houver previsão
em que ficar concluída a diligência; diversa em lei especial. (Parágrafo
31
do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o
dias após a publicação) juiz poderá determinar a transferência
definitiva da propriedade ao órgão
Art. 133-A. O juiz poderá autorizar,
público beneficiário ao qual foi
constatado o interesse público, a
custodiado o bem. (Artigo acrescido pela
utilização de bem sequestrado,
Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
apreendido ou sujeito a qualquer
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
medida assecuratória pelos órgãos de

em vigor 30 dias após a publicação)
segurança pública previstos no art. 144
da Constituição Federal, do sistema Art. 134. A HIPOTECA LEGAL sobre os
prisional, do sistema socioeducativo, da imóveis do indiciado poderá ser
Força Nacional de Segurança Pública e requerida pelo ofendido em qualquer
do Instituto Geral de Perícia, para o fase do processo, desde que haja
desempenho de suas atividades. certeza da infração e indícios suficientes
da autoria.
§ 1º O órgão de segurança pública
participante das ações de investigação Art. 135. Pedida a especialização
ou repressão da infração penal que mediante requerimento, em que a parte
ensejou a constrição do bem terá estimará o valor da responsabilidade
prioridade na sua utilização. civil, e designará e estimará o imóvel ou
imóveis que terão de ficar
§ 2º Fora das hipóteses anteriores,
especialmente hipotecados, o juiz
demonstrado o interesse público, o juiz
mandará logo proceder ao arbitramento
poderá autorizar o uso do bem pelos
do valor da responsabilidade e à
demais órgãos públicos.
avaliação do imóvel ou imóveis.
§ 3º Se o bem a que se refere o caput
§ 1º A petição será instruída com as
deste artigo for veículo, embarcação ou
provas ou indicação das provas em que
aeronave, o juiz ordenará à autoridade
se fundar a estimação da
de trânsito ou ao órgão de registro e
responsabilidade, com a relação dos
controle a expedição de certificado
imóveis que o responsável possuir, se
provisório de registro e licenciamento
outros tiver, além dos indicados no
em favor do órgão público beneficiário, o
requerimento, e com os documentos
qual estará isento do pagamento de
comprobatórios do domínio.
multas, encargos e tributos anteriores à
disponibilização do bem para a sua § 2º O arbitramento do valor da
utilização, que deverão ser cobrados de responsabilidade e a avaliação dos
seu responsável. imóveis designados far-se-ão por perito
nomeado pelo juiz, onde não houver
§ 4º Transitada em julgado a sentença
avaliador judicial, sendo-lhe facultada a
penal condenatória com a decretação
de perdimento dos bens, ressalvado o
32
consulta dos autos do processo penal artigo com redação dada pela Lei nº
respectivo. 11.435, de 28/12/2006)
§ 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de § 1º Se esses bens forem coisas fungíveis

dois dias, que correrá em cartório, e facilmente deterioráveis, proceder-se-á
poderá corrigir o arbitramento do valor na forma do § 5º do art. 120.
da responsabilidade, se lhe parecer
§ 2º Das rendas dos bens móveis
excessivo ou deficiente.

poderão ser fornecidos recursos
§ 4º O juiz autorizará somente a arbitrados pelo juiz, para a manutenção
inscrição da hipoteca do imóvel ou do indiciado e de sua família.
imóveis necessários à garantia da
Art. 138. O processo de especialização
responsabilidade.
da hipoteca e do arresto correrão em
§ 5º O valor da responsabilidade será auto apartado. (Artigo com redação
liquidado definitivamente após a dada pela Lei nº 11.435, de 28/12/2006)
condenação, podendo ser requerido
Art. 139. O depósito e a administração
novo arbitramento se qualquer das
dos bens arrestados ficarão sujeitos ao
partes não se conformar com o
regime do processo civil. (Artigo com
arbitramento anterior à sentença
condenatória.
28/12/2006)
§ 6º Se o réu oferecer caução suficiente,
Art. 140. As garantias do ressarcimento
em dinheiro ou em títulos de dívida
do dano alcançarão também as
pública, pelo valor de sua cotação em
despesas processuais e as penas
Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar
pecuniárias, tendo preferência sobre
proceder à inscrição da hipoteca legal.
estas a reparação do dano ao ofendido.
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser
Art. 141. O arresto será levantado ou
decretado de início, revogando-se,
cancelada a hipoteca, se, por sentença
porém, se no prazo de 15 (quinze) dias
irrecorrível, o réu for absolvido ou
não for promovido o processo de
julgada extinta a punibilidade. (Artigo
inscrição da hipoteca legal. (Artigo com
28/12/2006)
28/12/2006)
Art. 142. Caberá ao Ministério Público
Art. 137. Se o responsável não possuir
promover as medidas estabelecidas nos
bens imóveis OU os possuir de valor
arts. 134, 136 e 137, se houver interesse
insuficiente, poderão ser ARRESTADOS
da Fazenda Pública, ou se o ofendido for
bens móveis suscetíveis de penhora,
pobre e o requerer.
nos termos em que é facultada a
hipoteca legal dos imóveis. (“Caput” do
33
Art. 143. Passando em julgado a § 4º Quando a indisponibilidade recair
sentença condenatória, serão os autos sobre dinheiro, inclusive moeda
de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz estrangeira, títulos, valores mobiliários
do cível (art. 63). (Artigo com redação ou cheques emitidos como ordem de
dada pela Lei nº 11.435, de 28/12/2006) pagamento, o juízo determinará a
conversão do numerário apreendido em
Art. 144. Os interessados ou, nos casos
moeda nacional corrente e o depósito
do art. 142, o Ministério Público,

das correspondentes quantias em conta
poderão requerer no juízo cível contra o
judicial.
responsável civil as medidas previstas
nos arts. 134, 136 e 137. § 5º No caso da alienação de veículos,
embarcações ou aeronaves, o juiz
Art. 144-A. O juiz determinará a
ordenará à autoridade de trânsito ou ao
alienação antecipada para preservação
equivalente órgão de registro e controle
do valor dos bens sempre que estiverem
a expedição de certificado de registro e
sujeitos a qualquer grau de deterioração
licenciamento em favor do arrematante,
ou depreciação, ou quando houver
ficando este livre do pagamento de
dificuldade para sua manutenção.
multas, encargos e tributos anteriores,
§ 1º O leilão far-se-á preferencialmente sem prejuízo de execução fiscal em
por meio eletrônico. relação ao antigo proprietário.
§ 2º Os bens deverão ser vendidos pelo § 6º O valor dos títulos da dívida pública,
valor fixado na avaliação judicial ou por das ações das sociedades e dos títulos
valor maior. Não alcançado o valor de crédito negociáveis em bolsa será o
estipulado pela administração judicial, da cotação oficial do dia, provada por
será realizado novo leilão, em até 10 certidão ou publicação no órgão oficial.
(dez) dias contados da realização do
§ 7º (VETADO). (Artigo acrescido pela Lei
primeiro, podendo os bens ser alienados
nº 12.694, de 24/7/2012, publicada no
por valor não inferior a 80% (oitenta por
DOU de 25/7/2012, em vigor 90 dias
cento) do estipulado na avaliação
após a publicação)
judicial.
CAPÍTULO VII
§ 3º O produto da alienação ficará
depositado em conta vinculada ao juízo DO INCIDENTE DE FALSIDADE
até a decisão final do processo,
Art. 145. Argüida, por escrito, a falsidade
procedendo-se à sua conversão em
de documento constante dos autos, o
renda para a União, Estado ou Distrito
juiz observará o seguinte processo:
Federal, no caso de condenação, ou, no
caso de absolvição, à sua devolução ao I - mandará autuar em apartado a
acusado. impugnação, e em seguida ouvirá a
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parte contrária, que, no prazo de 48 ficando suspenso o processo, se já
horas, oferecerá resposta; iniciada a ação penal, SALVO quanto às
diligências que possam ser prejudicadas
II - assinará o prazo de três dias,
pelo adiamento.
sucessivamente, a cada uma das partes,
para prova de suas alegações; Art. 150. Para o efeito do exame, o
acusado, se estiver preso, será internado
III - conclusos os autos, poderá ordenar
em manicômio judiciário, onde houver,

as diligências que entender necessárias;
ou, se estiver solto, e o requererem os
IV - se reconhecida a falsidade por peritos, em estabelecimento adequado
decisão irrecorrível, mandará que o juiz designar.
desentranhar o documento e remetê-lo,
§ 1º O exame não durará mais de
com os autos do processo incidente, ao
quarenta e cinco dias, salvo se os peritos
Ministério Público.
demonstrarem a necessidade de maior
Art. 146. A argüição de falsidade, feita prazo.
por procurador, exige poderes especiais.
§ 2º Se não houver prejuízo para a
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, marcha do processo, o juiz poderá
proceder à verificação da falsidade. autorizar sejam os autos entregues aos
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, peritos, para facilitar o exame.
não fará coisa julgada em prejuízo de Art. 151. Se os peritos concluírem que o
ulterior processo penal ou civil. acusado era, ao tempo da infração,
CAPÍTULO VIII irresponsável nos termos do art. 22 do
Código Penal, o processo prosseguirá,
DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO com a presença do curador.
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a Art. 152. Se se verificar que a doença
integridade mental do acusado, o JUIZ mental sobreveio à infração o processo
ordenará, de ofício ou a requerimento continuará suspenso até que o acusado
do Ministério Público, do defensor, do se restabeleça, observado o § 2º do art.
curador, do ascendente, descendente, 149.
irmão ou cônjuge do acusado, seja este
submetido a exame médico-legal. § 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a
internação do acusado em manicômio
§ 1º O exame poderá ser ordenado judiciário ou em outro estabelecimento
ainda na fase do inquérito, mediante adequado.
representação da autoridade policial ao
juiz competente. § 2º O processo retomará o seu curso,
desde que se restabeleça o acusado,
§ 2º O juiz nomeará curador ao ficando-lhe assegurada a faculdade de
acusado, quando determinar o exame, reinquirir as testemunhas que
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houverem prestado depoimento sem a facultado ao juiz de ofício: (“Caput” do
sua presença. artigo com redação dada pela Lei nº
11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU
Art. 153. O incidente da insanidade
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
mental processar-se-á em auto
publicação)
apartado, que só depois da
apresentação do laudo será apenso ao I - ordenar, mesmo antes de iniciada a
processo principal. ação penal, a produção antecipada de

provas consideradas urgentes e
Art. 154. Se a insanidade mental
relevantes, observando a necessidade,
sobrevier no curso da execução da pena,
adequação e proporcionalidade da
observar-se-á o disposto no art. 682.
medida; (Inciso acrescido pela Lei nº
TÍTULO VII 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU
DA PROVA de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação)
CAPÍTULO I
II - determinar, no curso da instrução, ou
DISPOSIÇÕES GERAIS antes de proferir sentença, a realização
Art. 155. O JUIZ formará sua convicção de diligências para dirimir dúvida sobre
PELA LIVRE APRECIAÇÃO da prova ponto relevante. (Inciso acrescido pela
produzida em contraditório judicial, Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no
NÃO podendo fundamentar sua DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias
decisão EXCLUSIVAMENTE nos após a publicação)
elementos informativos colhidos na Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser
investigação, RESSALVADAS as provas desentranhadas do processo, as
cautelares, não repetíveis e antecipadas. PROVAS ILÍCITAS, assim entendidas as
(“Caput” do artigo com redação dada obtidas em violação a normas
pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, constitucionais ou legais. (“Caput” do
publicada no DOU de 10/6/2008, em artigo com redação dada pela Lei nº
vigor 60 dias após a publicação) 11.690, de 9/6/200)
Parágrafo único. Somente quanto ao § 1º São também inadmissíveis as
estado das pessoas serão observadas as PROVAS DERIVADAS DAS ILÍCITAS, salvo
restrições estabelecidas na lei civil. quando não evidenciado o nexo de
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº causalidade entre umas e outras, ou
11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU quando as derivadas puderem ser
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a obtidas por uma fonte independente
publicação) das primeiras. (Parágrafo acrescido pela
Art. 156. A PROVA DA ALEGAÇÃO Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no
incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
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CAPÍTULO II
§2º Considera-se FONTE
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA
INDEPENDENTE aquela que por si só,
CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS
seguindo os trâmites típicos e de praxe,
EM GERAL
próprios da investigação ou instrução
criminal, seria capaz de conduzir ao fato Art. 158. Quando a INFRAÇÃO DEIXAR

objeto da prova. (Parágrafo acrescido VESTÍGIOS, será indispensável o EXAME
pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, DE CORPO DE DELITO, direto ou
publicada no DOU de 10/6/2008, em indireto, não podendo supri-lo a
vigor 60 dias após a publicação) confissão do acusado.
§ 3º Preclusa a decisão de Parágrafo único. Dar-se-á PRIORIDADE à

desentranhamento da prova declarada realização do exame de corpo de delito
inadmissível, esta será inutilizada por quando se tratar de crime que envolva:
decisão judicial, facultado às partes I - violência doméstica e familiar contra
acompanhar o incidente. (Parágrafo mulher;
9/6/2008, publicada no DOU de II - violência contra criança, adolescente,
10/6/2008, em vigor 60 dias após a idoso ou pessoa com deficiência.
publicação) (Parágrafo único acrescido pela Lei nº
13.721, de 2/10/2018)
§ 4º (VETADO na Lei nº 11.690, de
9/6/2008) Art. 158-A. Considera-se CADEIA DE
CUSTÓDIA o conjunto de todos os
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo procedimentos utilizados para manter e
da prova declarada inadmissível não documentar a história cronológica do
poderá proferir a sentença ou acórdão. vestígio coletado em locais ou em
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, vítimas de crimes, para rastrear sua
de 24/12/2019, publicada na Edição posse e manuseio a partir de seu
Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor reconhecimento até o descarte.
30 dias após a publicação)
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, com a preservação do local de crime ou
de 24/12/2019, e declarado com procedimentos policiais ou periciais
inconstitucional, em controle nos quais seja detectada a existência de
concentrado, pelo Supremo Tribunal vestígio.
6.305, cuja Decisão foi publicada no § 2º O agente público que reconhecer
DOU de 4/9/2023, Acórdão publicado um elemento como de potencial
no DOU de 19/12/2023) interesse para a produção da prova
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pericial fica responsável por sua acordo com suas características físicas,
preservação. químicas e biológicas, para posterior
análise, com anotação da data, hora e
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material
nome de quem realizou a coleta e o
bruto, visível ou latente, constatado ou
acondicionamento;
recolhido, que se relaciona à infração
penal. (Artigo acrescido pela Lei nº VI - transporte: ato de transferir o
13.964, de 24/12/2019, publicada na vestígio de um local para o outro,

Edição Extra do DOU de 24/12/2019, utilizando as condições adequadas
em vigor 30 dias após a publicação) (embalagens, veículos, temperatura,
entre outras), de modo a garantir a
Art. 158-B. A CADEIA DE CUSTÓDIA
manutenção de suas características
compreende o rastreamento do vestígio
originais, bem como o controle de sua
nas seguintes ETAPAS:
posse;
I - reconhecimento: ato de distinguir um
VII - recebimento: ato formal de
elemento como de potencial interesse
transferência da posse do vestígio, que
para a produção da prova pericial;
deve ser documentado com, no
II - isolamento: ato de evitar que se mínimo, informações referentes ao
altere o estado das coisas, devendo número de procedimento e unidade de
isolar e preservar o ambiente imediato, polícia judiciária relacionada, local de
mediato e relacionado aos vestígios e origem, nome de quem transportou o
local de crime; vestígio, código de rastreamento,
III - fixação: descrição detalhada do natureza do exame, tipo do vestígio,
vestígio conforme se encontra no local protocolo, assinatura e identificação de
de crime ou no corpo de delito, e a sua quem o recebeu;
posição na área de exames, podendo VIII - processamento: exame pericial em
ser ilustrada por fotografias, filmagens si, manipulação do vestígio de acordo
ou croqui, sendo indispensável a sua com a metodologia adequada às suas
descrição no laudo pericial produzido características biológicas, físicas e
pelo perito responsável pelo químicas, a fim de se obter o resultado
atendimento; desejado, que deverá ser formalizado
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que em laudo produzido por perito;
será submetido à análise pericial, IX - armazenamento: procedimento
respeitando suas características e referente à guarda, em condições
natureza; adequadas, do material a ser
V - acondicionamento: procedimento processado, guardado para realização de
por meio do qual cada vestígio coletado contraperícia, descartado ou
é embalado de forma individualizada, de
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transportado, com vinculação ao § 1º Todos os recipientes deverão ser
número do laudo correspondente; selados com lacres, com numeração
individualizada, de forma a garantir a
X - descarte: procedimento referente à
inviolabilidade e a idoneidade do vestígio
liberação do vestígio, respeitando a
durante o transporte.
legislação vigente e, quando pertinente,
mediante autorização judicial. (Artigo § 2º O recipiente deverá individualizar o
acrescido pela Lei nº 13.964, de vestígio, preservar suas características,

24/12/2019, publicada na Edição Extra impedir contaminação e vazamento, ter
do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 grau de resistência adequado e espaço
dias após a publicação) para registro de informações sobre seu
conteúdo.
Art. 158-C. A COLETA dos vestígios
deverá ser realizada preferencialmente § 3º O recipiente só poderá ser aberto
por perito oficial, que dará o pelo perito que vai proceder à análise e,
encaminhamento necessário para a motivadamente, por pessoa autorizada.
central de custódia, mesmo quando for
§ 4º Após cada rompimento de lacre,
necessária a realização de exames
deve se fazer constar na ficha de
complementares.
acompanhamento de vestígio o nome e
§ 1º Todos vestígios coletados no a matrícula do responsável, a data, o
decurso do inquérito ou processo local, a finalidade, bem como as
devem ser tratados como descrito nesta informações referentes ao novo lacre
Lei, ficando órgão central de perícia utilizado.
oficial de natureza criminal responsável
§ 5º O lacre rompido deverá ser
por detalhar a forma do seu
acondicionado no interior do novo
cumprimento.
recipiente. (Artigo acrescido pela Lei nº
§ 2º É proibida a entrada em locais 13.964, de 24/12/2019, publicada na
isolados bem como a remoção de Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
quaisquer vestígios de locais de crime em vigor 30 dias após a publicação)
antes da liberação por parte do perito
Art. 158-E. Todos os Institutos de
responsável, sendo tipificada como
Criminalística deverão ter uma central de
fraude processual a sua realização.
custódia destinada à guarda e controle
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de
dos vestígios, e sua gestão deve ser
vinculada diretamente ao órgão central
de perícia oficial de natureza criminal.
§ 1º Toda central de custódia deve
Art. 158-D. O recipiente para
possuir os serviços de protocolo, com
acondicionamento do vestígio será
local para conferência, recepção,
determinado pela natureza do material.
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devolução de materiais e documentos, 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
possibilitando a seleção, a classificação e publicação)
a distribuição de materiais, devendo ser
Art. 159. O exame de corpo de delito e
um espaço seguro e apresentar
outras perícias serão realizados por
condições ambientais que não
PERITO OFICIAL, portador de diploma
interfiram nas características do vestígio.
de curso superior. (“Caput” do artigo
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a com redação dada pela Lei nº 11.690, de

saída de vestígio deverão ser 9/6/2008, publicada no DOU de
protocoladas, consignando-se 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
informações sobre a ocorrência no publicação)
inquérito que a eles se relacionam.
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame
§ 3º Todas as pessoas que tiverem será realizado por 2 (duas) pessoas
acesso ao vestígio armazenado deverão idôneas, portadoras de diploma de
ser identificadas e deverão ser curso superior preferencialmente na
registradas a data e a hora do acesso. área específica, dentre as que tiverem
habilitação técnica relacionada com a
§ 4º Por ocasião da tramitação do
natureza do exame. (Parágrafo com
vestígio armazenado, todas as ações
deverão ser registradas, consignando-se
9/6/2008, publicada no DOU de
a identificação do responsável pela
10/6/2008, em vigor 60 dias após a
tramitação, a destinação, a data e
publicação)
horário da ação. (Artigo acrescido pela
Lei nº 13.964, de 24/12/2019) § 2º Os peritos não oficiais prestarão o
compromisso de bem e fielmente
Art. 158-F. Após a realização da perícia,
desempenhar o encargo. (Parágrafo
o material deverá ser devolvido à central
de custódia, devendo nela permanecer.
9/6/2008)
Parágrafo único. Caso a central de
§ 3º Serão facultadas ao Ministério
custódia não possua espaço ou
Público, ao assistente de acusação, ao
condições de armazenar determinado
ofendido, ao querelante e ao acusado a
material, deverá a autoridade policial ou
formulação de quesitos e indicação de
judiciária determinar as condições de
assistente técnico. (Parágrafo acrescido
depósito do referido material em local
pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008,
diverso, mediante requerimento do
publicada no DOU de 10/6/2008, em
diretor do órgão central de perícia oficial
de natureza criminal. (Artigo acrescido
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, § 4º O assistente técnico atuará a partir
publicada na Edição Extra do DOU de de sua admissão pelo juiz e após a
conclusão dos exames e elaboração do
40
laudo pelos peritos oficiais, sendo as § 7º Tratando-se de perícia complexa
partes intimadas desta decisão. que abranja mais de uma área de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, conhecimento especializado, poder-se-á
de 9/6/2008, publicada no DOU de designar a atuação de mais de um perito
10/6/2008, em vigor 60 dias após a oficial, e a parte indicar mais de um
publicação) assistente técnico. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008,
§ 5º Durante o curso do processo

judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia:
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo
I - requerer a oitiva dos peritos para
pericial, onde descreverão
esclarecerem a prova ou para
minuciosamente o que examinarem, e
responderem a quesitos, desde que o
responderão aos quesitos formulados.
mandado de intimação e os quesitos ou
questões a serem esclarecidas sejam Parágrafo único. O laudo pericial será
encaminhados com antecedência elaborado no prazo máximo de 10 dias,
mínima de 10 (dez) dias, podendo podendo este prazo ser prorrogado, em
apresentar as respostas em laudo casos excepcionais, a requerimento dos
complementar; peritos. (Artigo com redação dada pela
Lei nº 8.862, de 28/3/1994)
II - indicar assistentes técnicos que
poderão apresentar pareceres em prazo Art. 161. O EXAME DE CORPO DE
a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos DELITO poderá ser feito em qualquer dia
em audiência. (Parágrafo acrescido pela e a qualquer hora.
Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no Art. 162. A AUTÓPSIA será feita pelo
DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias menos seis horas depois do óbito,
após a publicação) SALVO se os peritos, pela evidência dos
sinais de morte, julgarem que possa ser
§ 6º Havendo requerimento das partes,
feita antes daquele prazo, o que
o material probatório que serviu de base
declararão no auto.
à perícia será disponibilizado no
ambiente do órgão oficial, que manterá Parágrafo único. Nos casos de MORTE
sempre sua guarda, e na presença de VIOLENTA, bastará o simples exame
perito oficial, para exame pelos externo do cadáver, quando não houver
assistentes, salvo se for impossível a sua infração penal que apurar, OU quando
as lesões externas permitirem precisar a
conservação. (Parágrafo acrescido pela
causa da morte e não houver
Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no
necessidade de exame interno para a
verificação de alguma circunstância
relevante.
41
Art. 163. Em caso de EXUMAÇÃO para os objetos encontrados, que possam ser
exame cadavérico, a autoridade úteis para a identificação do cadáver.
providenciará para que, em dia e hora
Art. 167. NÃO sendo possível o exame
previamente marcados, se realize a
de corpo de delito, por haverem
diligência, da qual se lavrará auto
desaparecido os vestígios, a PROVA
circunstanciado.
TESTEMUNHAL poderá suprir-lhe a
Parágrafo único. O administrador de falta.

cemitério público ou particular indicará
Art. 168. Em caso de LESÕES
o lugar da sepultura, sob pena de
CORPORAIS, se o primeiro exame
desobediência. No caso de recusa ou de
pericial tiver sido incompleto, proceder-
falta de quem indique a sepultura, ou de
se-á a exame complementar por
encontrar-se o cadáver em lugar não
determinação da autoridade policial ou
destinado a inumações, a autoridade
judiciária, de ofício, ou a requerimento
procederá às pesquisas necessárias, o
do Ministério Público, do ofendido ou do
que tudo constará do auto.
acusado, ou de seu defensor.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre
§ 1º No exame complementar, os
fotografados na posição em que forem
peritos terão presente o auto de corpo
encontrados, bem como, na medida do
de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência
possível, todas as lesões externas e
ou retificá-lo.
vestígios deixados no local do crime.
(Artigo com redação dada pela Lei nº § 2º Se o exame tiver por fim precisar a
8.862, de 28/3/1994) classificação do delito no art. 129, § 1º, I,
do Código Penal, deverá ser feito logo
Art. 165. Para representar as lesões
que decorra o prazo de 30 dias, contado
encontradas no cadáver, os peritos,
da data do crime.
quando possível, juntarão ao laudo do
exame provas fotográficas, esquemas ou § 3º A falta de exame complementar
desenhos, devidamente rubricados. poderá ser suprida pela prova
testemunhal.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a
identidade do cadáver exumado, Art. 169. Para o efeito de EXAME DO
proceder-se-á ao reconhecimento pelo LOCAL onde houver sido praticada a
Instituto de Identificação e Estatística ou infração, a autoridade providenciará
repartição congênere ou pela inquirição imediatamente para que não se altere o
de testemunhas, lavrando-se auto de estado das coisas até a chegada dos
reconhecimento e de identidade, no peritos, que poderão instruir seus laudos
qual se descreverá o cadáver, com todos com fotografias, desenhos ou esquemas
os sinais e indicações. elucidativos.
Parágrafo único. Em qualquer caso, Parágrafo único. Os peritos registrarão,

serão arrecadados e autenticados todos no laudo, as alterações do estado das
coisas e discutirão, no relatório, as
42
consequências dessas alterações na I - a pessoa a quem se atribua ou se
dinâmica dos fatos. (Parágrafo único possa atribuir o escrito será intimada
acrescido pela Lei nº 8.862, de para o ato, se for encontrada;
28/3/1994)
II - para a comparação, poderão servir
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os quaisquer documentos que a dita
peritos guardarão material suficiente pessoa reconhecer ou já tiverem sido
para a eventualidade de nova perícia. judicialmente reconhecidos como de

Sempre que conveniente, os laudos seu punho, ou sobre cuja autenticidade
serão ilustrados com provas fotográficas, não houver dúvida;
ou microfotográficas, desenhos ou
III - a autoridade, quando necessário,
esquemas.
requisitará, para o exame, os
Art. 171. Nos crimes cometidos com documentos que existirem em arquivos
DESTRUIÇÃO OU ROMPIMENTO DE ou estabelecimentos públicos, ou nestes
OBSTÁCULO à subtração da coisa, ou realizará a diligência, se daí não puderem
por meio de ESCALADA, os peritos, ser retirados;
além de descrever os vestígios, indicarão
IV - quando não houver escritos para a
com que instrumentos, por que meios e
comparação ou forem insuficientes os
em que época presumem ter sido o fato
exibidos, a autoridade mandará que a
praticado.
pessoa escreva o que lhe for ditado. Se
Art. 172. Proceder-se-á, quando estiver ausente a pessoa, mas em lugar
necessário, à avaliação de coisas certo, esta última diligência poderá ser
destruídas, deterioradas ou que feita por precatória, em que se
constituam produto do crime. consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever.
Parágrafo único. Se impossível a
avaliação direta, os peritos procederão à Art. 175. Serão sujeitos a exame os
avaliação por meio dos elementos instrumentos empregados para a prática
existentes nos autos e dos que da infração, a fim de se lhes verificar a
resultarem de diligências. natureza e a eficiência.
Art. 173. No caso de INCÊNDIO, os Art. 176. A autoridade e as partes
peritos verificarão a causa e o lugar em poderão formular quesitos até o ato da
que houver começado, o perigo que diligência.
dele tiver resultado para a vida ou para o
Art. 177. No exame por precatória, a
patrimônio alheio, a extensão do dano e
nomeação dos peritos far-se-á no juízo
o seu valor e as demais circunstâncias
deprecado. Havendo, porém, no caso de
que interessarem à elucidação do fato.
ação privada, acordo das partes, essa
Art. 174. No exame para o nomeação poderá ser feita pelo juiz
reconhecimento de escritos, por deprecante.
comparação de letra, observar-se-á o
seguinte:
43
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das Art. 182. O juiz NÃO ficará adstrito ao
partes serão transcritos na precatória. laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo,
no todo ou em parte.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame
será requisitado pela autoridade ao Art. 183. Nos crimes em que não couber
diretor da repartição, juntando-se ao ação pública, observar-se-á o disposto
processo o laudo assinado pelos peritos. no art. 19.
Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o Art. 184. Salvo o caso de exame de

escrivão lavrará o auto respectivo, que corpo de delito, o juiz ou a autoridade
será assinado pelos peritos e, se policial negará a perícia requerida pelas
presente ao exame, também pela partes, quando não for necessária ao
autoridade. esclarecimento da verdade.
Parágrafo único. No caso do art. 160, CAPÍTULO III
parágrafo único, o laudo, que poderá ser
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
datilografado, será subscrito e rubricado
em suas folhas por todos os peritos. Art. 185. O acusado que COMPARECER
perante a autoridade judiciária, no
Art. 180. Se houver DIVERGÊNCIA entre
curso do processo penal, será qualificado
os peritos, serão consignadas no auto do
e interrogado na presença de seu
exame as declarações e respostas de
defensor, constituído ou nomeado.
um e de outro, OU cada um redigirá
(“Caput” do artigo com redação dada
separadamente o seu laudo, e a
pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
autoridade nomeará um terceiro; se
este divergir de ambos, a autoridade § 1º O interrogatório do réu preso será
poderá mandar proceder a novo exame realizado, em sala própria, no
por outros peritos. estabelecimento em que estiver
recolhido, desde que estejam garantidas
Art. 181. No caso de inobservância de
a segurança do juiz, do membro do
formalidades, ou no caso de omissões,
Ministério Público e dos auxiliares bem
obscuridades ou contradições, a
como a presença do defensor e a
autoridade judiciária mandará suprir a
publicidade do ato. (Parágrafo acrescido
formalidade, complementar ou
pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003, e
esclarecer o laudo. (“Caput” do artigo
com nova redação dada pela Lei nº
11.900, de 8/1/2009)
28/3/1994)
§ 2º EXCEPCIONALMENTE, o juiz, por
Parágrafo único. A autoridade poderá
decisão fundamentada, de ofício ou a
também ordenar que se proceda a novo
requerimento das partes, poderá
exame, por outros peritos, se julgar
realizar o interrogatório do réu preso por
conveniente.
SISTEMA DE VIDEOCONFERÊNCIA ou
outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em
44
tempo real, desde que a medida seja acompanhar, pelo mesmo sistema
necessária para atender a uma das tecnológico, a realização de todos os
seguintes finalidades: (“Caput” do atos da audiência única de instrução e
parágrafo acrescido pela Lei nº 10.792, julgamento de que tratam os arts. 400,
de 1º/12/2003, e com nova redação 411 e 531 deste Código. (Parágrafo
dada pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009) acrescido pela Lei nº 11.900, de
I - prevenir risco à segurança pública, 8/1/2009)

quando exista fundada suspeita de que
§ 5º Em qualquer modalidade de
o preso integre organização criminosa
interrogatório, o juiz garantirá ao réu o
ou de que, por outra razão, possa fugir
direito de entrevista prévia e reservada
durante o deslocamento; (Inciso
acrescido pela Lei nº 11.900, de com o seu defensor; se realizado por
8/1/2009) videoconferência, fica também
garantido o acesso a canais telefônicos
II - viabilizar a participação do réu no
reservados para comunicação entre o
referido ato processual, quando haja
defensor que esteja no presídio e o
relevante dificuldade para seu
advogado presente na sala de audiência
comparecimento em juízo, por
do Fórum, e entre este e o preso.
enfermidade ou outra circunstância
pessoal; (Inciso acrescido pela Lei nº (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900,
11.900, de 8/1/2009) de 8/1/2009)
III - impedir a influência do réu no ânimo § 6º A sala reservada no

de testemunha ou da vítima, desde que estabelecimento prisional para a
não seja possível colher o depoimento realização de atos processuais por
destas por videoconferência, nos termos sistema de videoconferência será
do art. 217 deste Código; (Inciso fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz
acrescido pela Lei nº 11.900, de de cada causa, como também pelo
8/1/2009) Ministério Público e pela Ordem dos
IV - responder à gravíssima questão de Advogados do Brasil. (Parágrafo
ordem pública. (Inciso acrescido pela Lei acrescido pela Lei nº 11.900, de
nº 11.900, de 8/1/2009) 8/1/2009)
§ 3º Da decisão que determinar a § 7º Será requisitada a apresentação do

realização de interrogatório por réu preso em juízo nas hipóteses em
videoconferência, as partes serão que o interrogatório não se realizar na
intimadas com 10 (dez) dias de forma prevista nos §§ 1º e 2º deste
antecedência. (Parágrafo acrescido pela artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
Lei nº 11.900, de 8/1/2009) 11.900, de 8/1/2009)
§ 4º Antes do interrogatório por § 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º

videoconferência, o preso poderá e 5º deste artigo, no que couber, à
45
realização de outros atos processuais Art. 187. O interrogatório será
que dependam da participação de constituído de duas partes: sobre a
pessoa que esteja presa, como pessoa do acusado e sobre os fatos.
acareação, reconhecimento de pessoas (“Caput” do artigo com redação dada
e coisas, e inquirição de testemunha ou pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
tomada de declarações do ofendido.
§ 1º Na primeira parte o interrogando
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900,
será perguntado sobre a residência,

de 8/1/2009)
meios de vida ou profissão,
§ 9º Na hipótese do § 8º deste artigo, oportunidades sociais, lugar onde exerce
fica garantido o acompanhamento do a sua atividade, vida pregressa,
ato processual pelo acusado e seu notadamente se foi preso ou
defensor. (Parágrafo acrescido pela Lei nº processado alguma vez e, em caso
11.900, de 8/1/2009) afirmativo, qual o juízo do processo, se
houve suspensão condicional ou
§ 10. Do interrogatório deverá constar a
condenação, qual a pena imposta, se a
informação sobre a existência de filhos,
cumpriu e outros dados familiares e
respectivas idades e se possuem alguma
sociais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
deficiência e o nome e o contato de
10.792, de 1º/12/2003)
eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa. § 2º Na segunda parte será perguntado
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, sobre:
de 8/3/2016)
I - ser verdadeira a acusação que lhe é
Art. 186. Depois de devidamente feita;
qualificado e cientificado do inteiro teor
II - não sendo verdadeira a acusação, se
da acusação, o acusado será informado
tem algum motivo particular a que
pelo JUIZ, antes de iniciar o
atribuí-la, se conhece a pessoa ou
interrogatório, do seu DIREITO DE
pessoas a quem deva ser imputada a
PERMANECER CALADO e de não
prática do crime, e quais sejam, e se com
responder perguntas que lhe forem
elas esteve antes da prática da infração
formuladas. (“Caput” do artigo com
ou depois dela;
1º/12/2003) III - onde estava ao tempo em que foi
cometida a infração e se teve notícia
Parágrafo único. O SILÊNCIO, que não
desta;
importará em confissão, não poderá ser
interpretado em prejuízo da defesa. IV - as provas já apuradas;
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº V - se conhece as vítimas e testemunhas
10.792, de 1º/12/2003) já inquiridas ou por inquirir, e desde
46
quando, e se tem o que alegar contra Art. 192. O interrogatório do mudo, do
elas; surdo ou do surdo-mudo será feito pela
forma seguinte:
VI - se conhece o instrumento com que
foi praticada a infração, ou qualquer I - ao surdo serão apresentadas por
objeto que com esta se relacione e escrito as perguntas, que ele responderá
tenha sido apreendido; oralmente;

VII - todos os demais fatos e pormenores II - ao mudo as perguntas serão feitas
que conduzam à elucidação dos oralmente, respondendo-as por escrito;
antecedentes e circunstâncias da
III - ao surdo-mudo as perguntas serão
infração;
formuladas por escrito e do mesmo
VIII - se tem algo mais a alegar em sua modo dará as respostas.
defesa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
Parágrafo único. Caso o interrogando
10.792, de 1º/12/2003)
não saiba ler ou escrever, intervirá no
Art. 188. Após proceder ao ato, como intérprete e sob
interrogatório, o juiz indagará das partes compromisso, pessoa habilitada a
se restou algum fato para ser entendê-lo. (Artigo com redação dada
esclarecido, formulando as perguntas pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
correspondentes se o entender
Art. 193. Quando o interrogando não
pertinente e relevante. (Artigo com
falar a língua nacional, o interrogatório
será feito por meio de intérprete. (Artigo
1º/12/2003)
Art. 189. Se o interrogando negar a 1º/12/2003)
acusação, no todo ou em parte, poderá
Art. 194. (Revogado pela Lei nº 10.792,
prestar esclarecimentos e indicar provas.
de 1º/12/2003)
Art. 190. Se confessar a autoria, será
Art. 195. Se o interrogado não souber
perguntado sobre os motivos e
escrever, não puder ou não quiser
circunstâncias do fato e se outras
assinar, tal fato será consignado no
pessoas concorreram para a infração, e
termo. (Artigo com redação dada pela
quais sejam. (Artigo com redação dada
Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá
Art. 191. Havendo mais de um acusado,
proceder a novo interrogatório de ofício
serão interrogados separadamente.
ou a pedido fundamentado de qualquer
(Artigo com redação dada pela Lei nº
das partes. (Artigo com redação dada
10.792, de 1º/12/2003)
pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
CAPÍTULO IV
47
DA CONFISSÃO ofendido poderá ser conduzido à
presença da autoridade. (Parágrafo
Art. 197. O valor da CONFISSÃO se
único transformado em § 1º pela Lei nº
aferirá pelos critérios adotados para os
outros elementos de prova, e para a sua
apreciação o JUIZ deverá confrontá-la
publicação)
com as demais provas do processo,
verificando se entre ela e estas existem § 2º O ofendido será comunicado dos

compatibilidade ou concordância. atos processuais relativos ao ingresso e à
saída do acusado da prisão, à
Art. 198. O SILÊNCIO do acusado NÃO
designação de data para audiência e à
importará confissão, mas PODERÁ
sentença e respectivos acórdãos que a
constituir elemento para a formação do
mantenham ou modifiquem. (Parágrafo
convencimento do juiz.
Art. 199. A confissão, quando feita fora 9/6/2008, publicada no DOU de
do interrogatório, será tomada por 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
termo nos autos, observado o disposto publicação)
no art. 195.
§ 3º As comunicações ao ofendido
Art. 200. A CONFISSÃO será divisível e deverão ser feitas no endereço por ele
retratável, sem prejuízo do livre indicado, admitindo-se, por opção do
convencimento do juiz, fundado no ofendido, o uso de meio eletrônico.
exame das provas em conjunto. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690,
CAPÍTULO V de 9/6/2008, publicada no DOU de
DO OFENDIDO publicação)
Art. 201. Sempre que possível, o § 4º Antes do início da audiência e
OFENDIDO será qualificado e durante a sua realização, será reservado
perguntado sobre as circunstâncias da espaço separado para o ofendido.
infração, quem seja ou presuma ser o (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690,
seu autor, as provas que possa indicar, de 9/6/2008, publicada no DOU de
tomando-se por termo as suas 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
declarações. (“Caput” do artigo com publicação)
9/6/2008, publicada no DOU de § 5º Se o juiz entender necessário,
10/6/2008, em vigor 60 dias após a poderá encaminhar o ofendido para
publicação) atendimento multidisciplinar,
especialmente nas áreas psicossocial, de
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar assistência jurídica e de saúde, a
de comparecer sem motivo justo, o expensas do ofensor ou do Estado.
48
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, Art. 204. O DEPOIMENTO será prestado
de 9/6/2008, publicada no DOU de oralmente, NÃO sendo permitido à
10/6/2008, em vigor 60 dias após a testemunha trazê-lo por escrito.
publicação)
Parágrafo único. NÃO será vedada à
§ 6º O juiz tomará as providências testemunha, entretanto, breve consulta
necessárias à preservação da intimidade, a apontamentos.
vida privada, honra e imagem do

Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a
ofendido, podendo, inclusive,
identidade da testemunha, o JUIZ
determinar o segredo de justiça em
procederá à verificação pelos meios ao
relação aos dados, depoimentos e
seu alcance, podendo, entretanto,
outras informações constantes dos
tomar-lhe o depoimento desde logo.
autos a seu respeito para evitar sua
exposição aos meios de comunicação. Art. 206. A TESTEMUNHA não poderá
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, eximir-se da obrigação de depor.
de 9/6/2008, publicada no DOU de Poderão, entretanto, RECUSAR-SE a
10/6/2008, em vigor 60 dias após a fazê-lo o ascendente ou descendente, o
publicação) afim em linha reta, o cônjuge, ainda que
desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o
CAPÍTULO VI
filho adotivo do acusado, SALVO
DAS TESTEMUNHAS quando não for possível, por outro
modo, obter-se ou integrar-se a prova
Art. 202. Toda pessoa poderá ser
do fato e de suas circunstâncias.
testemunha.
Art. 207. São PROIBIDAS de depor as
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra
pessoas que, em razão de função,
de honra, a promessa de dizer a verdade
ministério, ofício ou profissão, devam
do que souber e lhe for perguntado,
guardar segredo, SALVO se,
devendo declarar seu nome, sua idade,
desobrigadas pela parte interessada,
seu estado e sua residência, sua
quiserem dar o seu testemunho.
profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, Art. 208. NÃO se deferirá o
de alguma das partes, ou quais suas compromisso a que alude o art. 203 (de
relações com qualquer delas, e relatar o dizer a verdade) aos doentes e deficientes
que souber, explicando sempre as mentais e aos menores de 14 anos,
razões de sua ciência ou as nem às pessoas a que se refere o art.
circunstâncias pelas quais possa avaliar- 206.
se de sua credibilidade.
Art. 209. O JUIZ, quando julgar
necessário, poderá ouvir outras
49
testemunhas, além das indicadas pelas decisão na audiência (art. 538, § 2º), o
partes. tribunal (art. 561), ou o conselho de
sentença, após a votação dos quesitos,
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente,
poderão fazer apresentar
serão ouvidas as pessoas a que as
imediatamente a testemunha à
testemunhas se referirem.
autoridade policial.
§ 2º NÃO será computada como
Art. 212. As PERGUNTAS serão

testemunha a pessoa que nada souber
formuladas pelas partes diretamente à
que interesse à decisão da causa.
testemunha, não admitindo o JUIZ
Art. 210. As testemunhas serão aquelas que puderem induzir a
inquiridas cada uma de per si, de modo resposta, não tiverem relação com a
que umas não saibam nem ouçam os causa ou importarem na repetição de
depoimentos das outras, devendo o juiz outra já respondida. (“Caput” do artigo
adverti-las das penas cominadas ao falso com redação dada pela Lei nº 11.690, de
testemunho. (“Caput” do artigo com 9/6/2008, publicada no DOU de
redação dada pela Lei nº 11.690, de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
9/6/2008, publicada no DOU de publicação)
Parágrafo único. Sobre os pontos não
publicação)
esclarecidos, o JUIZ poderá
Parágrafo único. Antes do início da complementar a inquirição. (Parágrafo
audiência e durante a sua realização, único acrescido pela Lei nº 11.690, de
serão reservados espaços separados 9/6/2008, publicada no DOU de
para a garantia da incomunicabilidade 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
das testemunhas. (Parágrafo único publicação)
Art. 213. O JUIZ não permitirá que a
testemunha manifeste suas apreciações
pessoais, SALVO quando inseparáveis da
publicação)
narrativa do fato.
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar
Art. 214. Antes de iniciado o
sentença final, reconhecer que alguma
depoimento, as partes poderão
testemunha fez afirmação falsa, calou ou
contraditar a testemunha ou arguir
negou a verdade, remeterá cópia do
circunstâncias ou defeitos, que a tornem
depoimento à autoridade policial para a
suspeita de parcialidade, ou indigna de
instauração de inquérito.
fé. O juiz fará consignar a contradita ou
Parágrafo único. Tendo o depoimento argüição e a resposta da testemunha,
sido prestado em plenário de mas só excluirá a testemunha ou não lhe
julgamento, o juiz, no caso de proferir
50
deferirá compromisso nos casos Art. 218. Se, regularmente intimada, a
previstos nos arts. 207 e 208. testemunha deixar de comparecer sem
motivo justificado, o juiz poderá
Art. 215. Na redação do depoimento, o
requisitar à autoridade policial a sua
juiz deverá cingir-se, tanto quanto
apresentação ou determinar SEJA
possível, às expressões usadas pelas
CONDUZIDA por oficial de justiça, que
testemunhas, reproduzindo fielmente as
poderá solicitar o auxílio da força pública.
suas frases.

Art. 219. O juiz poderá aplicar à
Art. 216. O depoimento da testemunha
testemunha faltosa a multa prevista no
será reduzido a termo, assinado por ela,
artigo 453, sem prejuízo do processo
pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha
penal por crime de desobediência, e
não souber assinar, ou não puder fazê-lo,
condená-la ao pagamento das custas da
pedirá a alguém que o faça por ela,
diligência. (Artigo com redação dada
depois de lido na presença de ambos.
pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
Art. 217. Se o juiz verificar que a
Art. 220. As pessoas impossibilitadas,
PRESENÇA DO RÉU poderá causar
por enfermidade ou por velhice, de
humilhação, temor, ou sério
comparecer para depor, serão inquiridas
constrangimento à testemunha ou ao
onde estiverem.
ofendido, de modo que prejudique a
verdade do depoimento, fará a Art. 221. O Presidente e o Vice-
inquirição por videoconferência e, Presidente da República, os Senadores e
somente na impossibilidade dessa Deputados Federais, os Ministros de
forma, determinará a retirada do réu, Estado, os Governadores de Estado e
prosseguindo na inquirição, com a Territórios, os Secretários de Estado, os
presença do seu defensor. (“Caput” do Prefeitos do Distrito Federal e dos
artigo com redação dada pela Lei nº Municípios, os Deputados às
11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU Assembléias Legislativas Estaduais, os
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a membros do Poder Judiciário, os
publicação) Ministros e Juízes dos Tribunais de
Contas da União, dos Estados, do Distrito
Parágrafo único. A adoção de qualquer
Federal, bem como os do Tribunal
das medidas previstas no caput deste
Marítimo serão inquiridos em local, dia
artigo deverá constar do termo, assim
e hora previamente ajustados entre
como os motivos que a determinaram.
eles e o Juiz. (“Caput” do artigo com
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº
4/11/1959)
publicação) § 1º O Presidente e o Vice-Presidente da
República, os Presidentes do Senado
51
Federal, da Câmara dos Deputados e do tecnológico de transmissão de sons e
Supremo Tribunal Federal poderão imagens em tempo real, permitida a
optar pela prestação de depoimento por presença do defensor e podendo ser
escrito, caso em que as perguntas, realizada, inclusive, durante a realização
formuladas pelas partes e deferidas pelo da audiência de instrução e julgamento.
juiz, lhes serão transmitidas por ofício. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900,
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº de 8/1/2009)

6.416, de 24/5/1977)
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão
§ 2º Os militares deverão ser expedidas se demonstrada previamente
requisitados à autoridade superior. a sua imprescindibilidade, arcando a
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº parte requerente com os custos de
6.416, de 24/5/1977) envio.
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se- Parágrafo único. Aplica-se às cartas

á o disposto no artigo 218, devendo, rogatórias o disposto nos §§ 1º e 2º do
porém, a expedição do mandado ser art. 222 deste Código. (Artigo acrescido
imediatamente comunicada ao chefe da pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
repartição em que servirem, com
Art. 223. Quando a testemunha não
indicação do dia e da hora marcados.
conhecer a língua nacional, será
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.416, de
nomeado intérprete para traduzir as
24/5/1977)
perguntas e respostas.
Art. 222. A testemunha que morar fora
Parágrafo único. Tratando-se de mudo,
da jurisdição do juiz, será inquirida pelo
surdo ou surdo-mudo, proceder-se-á na
juiz do lugar de sua residência,
conformidade do art. 192.
expedindo-se, para esse fim, CARTA
PRECATÓRIA, com prazo razoável, Art. 224. As testemunhas comunicarão
intimadas as partes. ao juiz, dentro de um ano, qualquer
mudança de residência, sujeitando-se,
§ 1º A expedição da precatória NÃO
pela simples omissão, às penas do não-
SUSPENDERÁ a instrução criminal.
comparecimento.
§ 2º Findo o prazo marcado, poderá
Art. 225. Se qualquer testemunha
realizar-se o julgamento, mas, a todo
houver de ausentar-se, ou, por
tempo, a precatória, uma vez devolvida,
enfermidade ou por velhice, inspirar
será junta aos autos.
receio de que ao tempo da instrução
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste criminal já não exista, o juiz poderá, de
artigo, a oitiva de testemunha poderá ofício ou a requerimento de qualquer
ser realizada por meio de das partes, tomar-lhe antecipadamente
videoconferência ou outro recurso o depoimento.
52
CAPÍTULO VII Art. 227. No reconhecimento de objeto,
proceder-se-á com as cautelas
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E
estabelecidas no artigo anterior, no que
COISAS
for aplicável.
Art. 226. Quando houver necessidade
Art. 228. Se várias forem as pessoas
de fazer-se o RECONHECIMENTO DE
chamadas a efetuar o reconhecimento
PESSOA, proceder-se-á pela seguinte
de pessoa ou de objeto, cada uma fará a

forma:
prova em separado, evitando-se
I - a pessoa que tiver de fazer o qualquer comunicação entre elas.
reconhecimento será convidada a
CAPÍTULO VIII
descrever a pessoa que deva ser
reconhecida; DA ACAREAÇÃO
II - a pessoa, cujo reconhecimento se Art. 229. A ACAREAÇÃO será admitida

pretender, será colocada, se possível, ao entre acusados, entre acusado e
lado de outras que com ela tiverem testemunha, entre testemunhas, entre
qualquer semelhança, convidando-se acusado ou testemunha e a pessoa
quem tiver de fazer o reconhecimento a ofendida, e entre as pessoas ofendidas,
apontá-la; sempre que divergirem, em suas
declarações, sobre fatos ou
III - se houver razão para recear que a
circunstâncias relevantes.
pessoa chamada para o
reconhecimento, por efeito de Parágrafo único. Os acareados serão
intimidação ou outra influência, não diga reperguntados, para que expliquem os
a verdade em face da pessoa que deve pontos de divergência, reduzindo-se a
ser reconhecida, a autoridade termo o ato de acareação.
providenciará para que esta não veja
Art. 230. Se ausente alguma
aquela;
testemunha, cujas declarações divirjam
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se- das de outra, que esteja presente, a esta
á auto pormenorizado, subscrito pela se darão a conhecer os pontos da
autoridade, pela pessoa chamada para divergência, consignando-se no auto o
proceder ao reconhecimento e por duas que explicar ou observar. Se subsistir a
testemunhas presenciais. discordância, expedir-se-á precatória à
autoridade do lugar onde resida a
Parágrafo único. O disposto no n. III
testemunha ausente, transcrevendo-se
deste artigo não terá aplicação na fase
as declarações desta e as da testemunha
da instrução criminal ou em plenário de
presente, nos pontos em que
julgamento.
divergirem, bem como o texto do
referido auto, a fim de que se complete
53
a diligência, ouvindo-se a testemunha Art. 235. A letra e firma dos documentos
ausente, pela mesma forma particulares serão submetidas a exame
estabelecida para a testemunha pericial, quando contestada a sua
presente. Esta diligência só se realizará autenticidade.
quando não importe demora prejudicial
Art. 236. Os documentos em língua
ao processo e o juiz a entenda
estrangeira, sem prejuízo de sua juntada
conveniente.
imediata, serão, se necessário,

CAPÍTULO IX traduzidos por tradutor público, ou, na
falta, por pessoa idônea nomeada pela
DOS DOCUMENTOS
autoridade.
Art. 231. SALVO os casos expressos em
Art. 237. As públicas-formas só terão
lei, as partes poderão apresentar
valor quando conferidas com o original,
documentos em qualquer fase do
em presença da autoridade.
processo.
Art. 238. Os documentos originais,
Art. 232. Consideram-se DOCUMENTOS
juntos a processo findo, quando não
quaisquer escritos, instrumentos ou
exista motivo relevante que justifique a
papéis, públicos ou particulares.
sua conservação nos autos, poderão,
Parágrafo único. À fotografia do mediante requerimento, e ouvido o
documento, devidamente autenticada, Ministério Público, ser entregues à parte
se dará o mesmo valor do original. que os produziu, ficando traslado nos
Art. 233. As cartas particulares, autos.
interceptadas ou obtidas por meios CAPÍTULO X
criminosos, não serão admitidas em
DOS INDÍCIOS
juízo.
Art. 239. Considera-se indício a
Parágrafo único. As cartas poderão ser
circunstância conhecida e provada, que,
exibidas em juízo pelo respectivo
tendo relação com o fato, autorize, por
destinatário, para a defesa de seu direito,
indução, concluir-se a existência de outra
ainda que não haja consentimento do
ou outras circunstâncias.
signatário.
CAPÍTULO XI
Art. 234. Se o JUIZ tiver notícia da
existência de documento relativo a DA BUSCA E DA APREENSÃO
ponto relevante da acusação ou da
Art. 240. A busca será domiciliar OU
defesa, providenciará,
pessoal.
independentemente de requerimento
de qualquer das partes, para sua
juntada aos autos, se possível.
54
§1º Proceder-se-á à BUSCA Art. 242. A busca poderá ser
DOMICILIAR, quando fundadas razões a determinada de ofício ou a
autorizarem, para: requerimento de qualquer das partes.
a) prender criminosos; Art. 243. O MANDADO de busca

deverá:
b) apreender coisas achadas ou obtidas
por meios criminosos; I - indicar, o mais precisamente possível,

a casa em que será realizada a diligência
c) apreender instrumentos de
e o nome do respectivo proprietário ou
falsificação ou de contrafação e objetos
morador; ou, no caso de busca pessoal,
falsificados ou contrafeitos;
o nome da pessoa que terá de sofrê-la
d) apreender armas e munições, ou os sinais que a identifiquem;
instrumentos utilizados na prática de
II - mencionar o motivo e os fins da
crime ou destinados a fim delituoso;
diligência;
e) descobrir objetos necessários à prova
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado
de infração ou à defesa do réu;
pela autoridade que o fizer expedir.
f) apreender cartas, abertas ou não,
§ 1º Se houver ordem de prisão,
destinadas ao acusado ou em seu poder,
constará do próprio texto do mandado
quando haja suspeita de que o
de busca.
conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato; § 2º NÃO será permitida a apreensão
de documento em poder do defensor do
g) apreender pessoas vítimas de crime;
acusado, salvo quando constituir
h) colher qualquer elemento de elemento do corpo de delito.
convicção.
Art. 244. A BUSCA PESSOAL
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal independerá de mandado, no caso de
quando houver fundada suspeita de prisão OU quando houver fundada
que alguém oculte consigo arma suspeita de que a pessoa esteja na
proibida ou objetos mencionados nas posse de arma proibida ou de objetos
letras b a f e letra h do parágrafo anterior. ou papéis que constituam corpo de
Art. 241. Quando a própria autoridade delito, OU quando a medida for
policial ou judiciária não a realizar determinada no curso de busca
pessoalmente, a busca domiciliar deverá domiciliar.
ser precedida da expedição de Art. 245. As BUSCAS DOMICILIARES
MANDADO. serão executadas de dia, salvo se o
morador consentir que se realizem à
noite, e, antes de penetrarem na casa, os
55
executores mostrarão e lerão o habitação coletiva ou em
mandado ao morador, ou a quem o compartimento não aberto ao público,
represente, intimando-o, em seguida, a onde alguém exercer profissão ou
abrir a porta. atividade.
§ 1º Se a própria autoridade der a busca, Art. 247. NÃO sendo encontrada a

declarará previamente sua qualidade e o pessoa ou coisa procurada, os motivos
objeto da diligência. da diligência serão comunicados a quem

tiver sofrido a busca, se o requerer.
§2º Em caso de desobediência, será
arrombada a porta e forçada a entrada. Art. 248. Em casa habitada, a busca será
feita de modo que não moleste os
§3º Recalcitrando o morador, será
moradores mais do que o indispensável
permitido o emprego de força contra
para o êxito da diligência.
coisas existentes no interior da casa,
para o descobrimento do que se Art. 249. A BUSCA EM MULHER será
procura. feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º
e 3º, quando ausentes os moradores, Art. 250. A autoridade ou seus agentes
devendo, neste caso, ser intimado a poderão penetrar no território de
assistir à diligência qualquer vizinho, se jurisdição alheia, ainda que de outro
houver e estiver presente. Estado, quando, para o fim de
apreensão, forem no seguimento de
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa
pessoa ou coisa, devendo apresentar-se
que se vai procurar, o morador será
à competente autoridade local, antes
intimado a mostrá-la.
da diligência ou após, conforme a
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que urgência desta.
se procura, será imediatamente
§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou
apreendida e posta sob custódia da
seus agentes vão em seguimento da
autoridade ou de seus agentes.
pessoa ou coisa, quando:
§ 7º Finda a diligência, os executores
a) tendo conhecimento direto de sua
lavrarão auto circunstanciado,
remoção ou transporte, a seguirem sem
assinando-o com duas testemunhas
interrupção, embora depois a percam
presenciais, sem prejuízo do disposto no
de vista;
§ 4º.
b) ainda que não a tenham avistado,
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto
mas sabendo, por informações
no artigo anterior, quando se tiver de
fidedignas ou circunstâncias indiciárias,
proceder a busca em compartimento
que está sendo removida ou
habitado ou em aposento ocupado de
56
transportada em determinada direção, III - tiver funcionado como juiz de outra
forem ao seu encalço. instância, pronunciando-se, de fato ou
de direito, sobre a questão;
§ 2º Se as autoridades locais tiverem
fundadas razões para duvidar da IV - ele próprio ou seu cônjuge ou
legitimidade das pessoas que, nas parente, consanguíneo ou afim em linha
referidas diligências, entrarem pelos seus reta ou colateral até o 3º grau, inclusive,
distritos, ou da legalidade dos mandados for parte ou diretamente interessado no

que apresentarem, poderão exigir as feito.
provas dessa legitimidade, mas de
Art. 253. Nos juízos coletivos, não
modo que não se frustre a diligência.
poderão servir no mesmo processo os
TÍTULO VIII juízes que forem entre si parentes,
consanguíneos ou afins, em linha reta ou
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO
colateral até o 3º grau, inclusive.
ACUSADO E DEFENSOR, DOS
ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA Art. 254. O juiz dar-se-á por SUSPEITO,
e, se não o fizer, poderá ser recusado por
CAPÍTULO I
qualquer das partes: (circunstâncias de
DO JUIZ origem externa ao processo)
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à I - se for amigo íntimo ou inimigo capital
regularidade do processo e manter a de qualquer delas;
ordem no curso dos respectivos atos,
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou
podendo, para tal fim, requisitar a força
descendente, estiver respondendo a
pública.
processo por fato análogo, sobre cujo
Art. 252. O JUIZ não poderá exercer caráter criminoso haja controvérsia;
JURISDIÇÃO no processo em que: (rol
III - se ele, seu cônjuge, ou parente,
taxativo)
consanguíneo ou afim, até o 3º grau,
I - tiver funcionado seu cônjuge ou inclusive, sustentar demanda ou
parente, consanguíneo ou afim, em responder a processo que tenha de ser
linha reta ou colateral até o 3º grau, julgado por qualquer das partes;
inclusive, como defensor ou advogado,
IV - se tiver aconselhado qualquer das
órgão do Ministério Público, autoridade
partes;
policial, auxiliar da justiça ou perito;
V - se for credor ou devedor, tutor ou
II - ele próprio houver desempenhado
curador, de qualquer das partes;
qualquer dessas funções ou servido
como testemunha; VI - se for sócio, acionista ou
administrador de sociedade interessada
no processo.
57
Art. 255. O impedimento ou suspeição ou afim, em linha reta ou colateral, até o
decorrente de parentesco por afinidade terceiro grau, inclusive, e a eles se
cessará pela dissolução do casamento estendem, no que lhes for aplicável, as
que lhe tiver dado causa, salvo prescrições relativas à suspeição e aos
sobrevindo descendentes; mas, ainda impedimentos dos juízes.
que dissolvido o casamento sem
CAPÍTULO III
descendentes, não funcionará como juiz

o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro DO ACUSADO E SEU DEFENSOR
ou enteado de quem for parte no Art. 259. A impossibilidade de
processo. identificação do acusado com o seu
Art. 256. A suspeição não poderá ser verdadeiro nome ou outros
declarada nem reconhecida, quando a qualificativos, não retardará a ação
parte injuriar o juiz ou de propósito der penal, quando certa a identidade física.
motivo para criá-la. A qualquer tempo, no curso do
processo, do julgamento ou da execução
CAPÍTULO II
da sentença, se for descoberta a sua
DO MINISTÉRIO PÚBLICO qualificação, far-se-á a retificação, por
termo nos autos, sem prejuízo da
Art. 257. Ao Ministério Público cabe:
validade dos atos precedentes.
pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008, Art. 260. Se o acusado não atender à
publicada no DOU de 23/6/2008, em intimação para o interrogatório,
vigor 60 dias após a publicação) reconhecimento ou qualquer outro ato
que, sem ele, não possa ser realizado, a
I - promover, privativamente, a ação
autoridade PODERÁ mandar
penal pública, na forma estabelecida
CONDUZI-LO à sua presença. (Expressão
neste Código; e (Inciso acrescido pela Lei
“para o interrogatório” declarada não
recepcionada pela Constituição Federal de
1988, em controle concentrado, pelo
após a publicação) Supremo Tribunal Federal, na ADPF nº 395 e
II - fiscalizar a execução da lei. (Inciso na ADPF nº 444, publicadas no DOU de
acrescido pela Lei nº 11.719, de 22/6/2018)
20/6/2008, publicada no DOU de Parágrafo único. O mandado conterá,
23/6/2008, em vigor 60 dias após a além da ordem de condução, os
publicação) requisitos mencionados no art. 352, no
Art. 258. Os órgãos do Ministério que lhe for aplicável.
Público não funcionarão nos processos Art. 261. Nenhum acusado, ainda que
em que o juiz ou qualquer das partes for ausente ou foragido, será processado ou
seu cônjuge, ou parente, consanguíneo julgado sem defensor.
58
Parágrafo único. A defesa técnica, 23/6/2008, em vigor 60 dias após a
quando realizada por defensor público publicação)
ou dativo, será sempre exercida através
§ 2º Incumbe ao defensor provar o
de manifestação fundamentada.
impedimento até a abertura da
audiência. Não o fazendo, o juiz não
10.792, de 1º/12/2003)
determinará o adiamento de ato algum
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á do processo, devendo nomear defensor

curador. substituto, ainda que provisoriamente
ou só para o efeito do ato. (Parágrafo
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-
lhe-á nomeado defensor pelo juiz,
ressalvado o seu direito de, a todo
tempo, nomear outro de sua confiança,
publicação)
ou a si mesmo defender-se, caso tenha
habilitação. § 3º Em caso de abandono do processo
pelo defensor, o acusado será intimado
Parágrafo único. O acusado, que não for
para constituir novo defensor, se assim o
pobre, será obrigado a pagar os
quiser, e, na hipótese de não ser
honorários do defensor dativo,
localizado, deverá ser nomeado
arbitrados pelo juiz.
defensor público ou advogado dativo
Art. 264. Salvo motivo relevante, os para a sua defesa. (Incluído pela Lei nº
advogados e solicitadores serão 14.752, de 2023)
obrigados, sob pena de multa de cem a
Art. 266. A constituição de defensor
quinhentos mil-réis, a prestar seu
independerá de instrumento de
patrocínio aos acusados, quando
mandato, se o acusado o indicar por
nomeados pelo juiz.
ocasião do interrogatório.
Art. 265. O defensor não poderá
Art. 267. Nos termos do art. 252, não
abandonar o processo sem justo
motivo, previamente comunicado ao funcionarão como defensores os
juiz, sob pena de responder por infração parentes do juiz.
disciplinar perante o órgão correicional CAPÍTULO IV
competente. (Redação dada pela Lei nº
14.752, de 2023) DOS ASSISTENTES
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, Art. 268. Em todos os termos da ação
por motivo justificado, o defensor não pública, poderá intervir, como
puder comparecer. (Parágrafo único ASSISTENTE do Ministério Público, o
transformado em § 1º e com nova ofendido ou seu representante legal, ou,
redação dada pela Lei nº 11.719, de na falta, qualquer das pessoas
20/6/2008, publicada no DOU de mencionadas no art. 31.
59
Art. 269. O ASSISTENTE será admitido Art. 274. As prescrições sobre suspeição
enquanto não passar em julgado a dos juízes estendem-se aos
sentença e receberá a causa no estado serventuários e funcionários da justiça,
em que se achar. no que lhes for aplicável.
Art. 270. O corréu no mesmo processo CAPÍTULO VI

não poderá intervir como assistente do
DOS PERITOS E INTÉRPRETES

Art. 275. O perito, ainda quando não
Art. 271. Ao assistente será permitido
oficial, estará sujeito à disciplina
propor meios de prova, requerer
judiciária.
perguntas às testemunhas, aditar o
libelo e os articulados, participar do Art. 276. As partes não intervirão na
debate oral e arrazoar os recursos nomeação do perito.
interpostos pelo Ministério Público, ou Art. 277. O perito nomeado pela
por ele próprio, nos casos dos arts. 584, autoridade será obrigado a aceitar o
§ 1º, e 598. encargo, sob pena de multa de cem a
§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, quinhentos mil-réis, salvo escusa
decidirá acerca da realização das provas atendível.
propostas pelo assistente. Parágrafo único. Incorrerá na mesma
§ 2º O processo prosseguirá multa o perito que, sem justa causa,
independentemente de nova intimação provada imediatamente:
do assistente, quando este, intimado, a) deixar de acudir à intimação ou ao
deixar de comparecer a qualquer dos chamado da autoridade;
atos da instrução ou do julgamento, sem
motivo de força maior devidamente b) não comparecer no dia e local
comprovado. designados para o exame;
Art. 272. O Ministério Público será c) não der o laudo, ou concorrer para
ouvido previamente sobre a admissão que a perícia não seja feita, nos prazos
do assistente. estabelecidos.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou Art. 278. No caso de não-

não, o assistente, não caberá recurso, comparecimento do perito, sem justa
devendo, entretanto, constar dos autos causa, a autoridade poderá determinar
o pedido e a decisão. a sua condução.
CAPÍTULO V Art. 279. NÃO poderão ser peritos:
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA I - os que estiverem sujeitos à interdição

de direito mencionada nos ns. I e IV do
art. 69 do Código Penal;
60
II - os que tiverem prestado depoimento Público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
no processo ou opinado anteriormente 12.403, de 4/5/2011, e com nova
sobre o objeto da perícia; redação dada pela Lei nº 13.964, de
III - os analfabetos e os menores de 21
anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que
§ 3º Ressalvados os casos de urgência

lhes for aplicável, o disposto sobre
OU de perigo de ineficácia da medida, o
suspeição dos juízes.
juiz, ao receber o pedido de medida
Art. 281. Os intérpretes são, para todos cautelar, determinará a intimação da
os efeitos, equiparados aos peritos. parte contrária, para se manifestar no
TÍTULO IX prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada
de cópia do requerimento e das peças
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES necessárias, permanecendo os autos
E DA LIBERDADE PROVISÓRIA em juízo, e os casos de urgência ou de
CAPÍTULO I perigo deverão ser justificados e
fundamentados em decisão que
DISPOSIÇÕES GERAIS
contenha elementos do caso concreto
Art. 282. As MEDIDAS CAUTELARES que justifiquem essa medida
previstas neste Título deverão ser excepcional. (Parágrafo acrescido pela
aplicadas observando-se a: Lei nº 12.403, de 4/5/2011, e com nova
I - necessidade para aplicação da lei
penal, para a investigação ou a instrução
criminal e, nos casos expressamente
previstos, para evitar a prática de
infrações penais; § 4º No caso de DESCUMPRIMENTO de
qualquer das obrigações impostas, o
II - adequação da medida à gravidade do
JUIZ, mediante requerimento do
crime, circunstâncias do fato e condições
Ministério Público, de seu assistente ou
pessoais do indiciado ou acusado.
do querelante, poderá substituir a
§ 1º As medidas cautelares poderão ser medida, impor outra em cumulação,
aplicadas isolada ou cumulativamente. ou, em último caso, decretar a prisão
preventiva, nos termos do parágrafo
§ 2º As medidas cautelares serão
único do art. 312 deste Código.
decretadas pelo juiz a requerimento das
partes ou, quando no curso da § 5º O juiz poderá, DE OFÍCIO ou A
investigação criminal, por PEDIDO das partes, revogar a medida
representação da autoridade policial ou cautelar ou substituí-la quando verificar
mediante requerimento do Ministério
61
a falta de motivo para que subsista, bem 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
como voltar a decretá-la, se publicação)
sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 284. Não será permitido o emprego
§ 6º A PRISÃO PREVENTIVA somente de força, salvo a indispensável no caso
será determinada quando não for de resistência ou de tentativa de fuga do
cabível a sua substituição por outra preso.
medida cautelar, observado o art. 319

Art. 285. A autoridade que ordenar a
deste Código, e o não cabimento da
prisão fará expedir o respectivo
substituição por outra medida cautelar
mandado.
deverá ser justificado de forma
fundamentada nos elementos Parágrafo único. O mandado de prisão:
presentes do caso concreto, de forma a) será lavrado pelo escrivão e assinado
individualizada. pela autoridade;
Art. 283. Ninguém poderá ser preso b) designará a pessoa, que tiver de ser
senão em flagrante delito ou por ordem presa, por seu nome, alcunha ou sinais
escrita e fundamentada da autoridade característicos;
judiciária competente, em decorrência
de prisão cautelar ou em virtude de c) mencionará a infração penal que
condenação criminal transitada em motivar a prisão;
julgado. (“Caput” do artigo com redação d) declarará o valor da fiança arbitrada,
dada pela Lei nº 13.964/2019) quando afiançável a infração;
§ 1º As medidas cautelares previstas e) será dirigido a quem tiver qualidade
neste Título não se aplicam à infração a para dar-lhe execução.
que não for isolada, cumulativa ou
Art. 286. O mandado será passado em
alternativamente cominada pena
duplicata, e o executor entregará ao
privativa de liberdade. (Parágrafo
preso, logo depois da prisão, um dos
exemplares com declaração do dia, hora
e lugar da diligência. Da entrega deverá o
preso passar recibo no outro exemplar;
publicação)
se recusar, não souber ou não puder
§ 2º A PRISÃO poderá ser efetuada em escrever, o fato será mencionado em
qualquer dia e a qualquer hora, declaração, assinada por duas
respeitadas as restrições relativas à testemunhas.
inviolabilidade do domicílio. (Parágrafo
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a
falta de exibição do mandado não
obstará a prisão, e o preso, em tal caso,
62
será imediatamente apresentado ao juiz publicada no DOU de 5/5/2011, em
que tiver expedido o mandado, para a vigor 60 dias após a publicação)
realização de AUDIÊNCIA DE
§ 2º A autoridade a quem se fizer a
CUSTÓDIA. (Artigo com redação dada
requisição tomará as precauções
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
necessárias para averiguar a
publicada na Edição Extra do DOU de
autenticidade da comunicação.

publicação)
de 4/5/2011, publicada no DOU de
Art. 288. Ninguém será recolhido à 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
prisão, sem que seja exibido o mandado publicação)
ao respectivo diretor ou carcereiro, a
§ 3º O juiz processante deverá
quem será entregue cópia assinada pelo
providenciar a remoção do preso no
executor ou apresentada a guia
prazo máximo de 30 (trinta) dias,
expedida pela autoridade competente,
contados da efetivação da medida.
devendo ser passado recibo da entrega
do preso, com declaração de dia e hora.
Parágrafo único. O recibo poderá ser 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
passado no próprio exemplar do publicação)
mandado, se este for o documento
Art. 289-A. O JUIZ competente
exibido.
providenciará o imediato registro do
Art. 289. Quando o acusado estiver no mandado de prisão em banco de dados
território nacional, fora da jurisdição do mantido pelo Conselho Nacional de
juiz processante, será deprecada a sua Justiça para essa finalidade.
prisão, devendo constar da precatória o
§ 1º Qualquer agente policial poderá
inteiro teor do mandado. (“Caput” do
efetuar a prisão determinada no
artigo com redação dada pela Lei nº
mandado de prisão registrado no
Conselho Nacional de Justiça, ainda que
fora da competência territorial do juiz
publicação)
que o expediu.
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá
§ 2º Qualquer agente policial poderá
requisitar a prisão por qualquer meio de
efetuar a prisão decretada, ainda que
comunicação, do qual deverá constar o
sem registro no Conselho Nacional de
motivo da prisão, bem como o valor da
Justiça, adotando as precauções
fiança se arbitrada. (Parágrafo único
necessárias para averiguar a
transformado em § 1º e com redação
autenticidade do mandado e
dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
comunicando ao juiz que a decretou,
devendo este providenciar, em seguida,
63
o registro do mandado na forma do § 1º Entender-se-á que o executor vai
caput deste artigo. em perseguição do réu, quando:
§ 3º A prisão será IMEDIATAMENTE a) tendo-o avistado, for perseguindo-o

comunicada ao juiz do local de sem interrupção, embora depois o
cumprimento da medida o qual tenha perdido de vista;
providenciará a certidão extraída do
b) sabendo, por indícios ou informações
registro do Conselho Nacional de Justiça

fidedignas, que o réu tenha passado, há
e informará ao juízo que a decretou.
pouco tempo, em tal ou qual direção,
§ 4º O preso será informado de seus pelo lugar em que o procure, for no seu
direitos, nos termos do inciso LXIII do art. encalço.
5º da Constituição Federal e, caso o
§ 2º Quando as autoridades locais
autuado não informe o nome de seu
tiverem fundadas razões para duvidar da
advogado, será comunicado à
legitimidade da pessoa do executor ou
Defensoria Pública.
da legalidade do mandado que
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades apresentar, poderão pôr em custódia o
locais sobre a legitimidade da pessoa do réu, até que fique esclarecida a dúvida.
executor ou sobre a identidade do
Art. 291. A prisão em virtude de
preso, aplica-se o disposto no § 2º do art.
mandado entender-se-á feita desde que
290 deste Código.
o executor, fazendo-se conhecer do réu,
§ 6° O Conselho Nacional de Justiça lhe apresente o mandado e o intime a
regulamentará o registro do mandado acompanhá-lo.
de prisão a que se refere o caput deste
Art. 292. Se houver, ainda que por parte
artigo. (Artigo acrescido pela Lei nº
de terceiros, resistência à prisão em
flagrante ou à determinada por
autoridade competente, o executor e as
publicação)
pessoas que o auxiliarem poderão usar
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, dos meios necessários para defender-se
passar ao território de outro município ou para vencer a resistência, do que
ou comarca, o executor poderá efetuar- tudo se lavrará auto subscrito também
lhe a prisão no lugar onde o alcançar, por duas testemunhas.
apresentando-o imediatamente à
Parágrafo único. É vedado o uso de
autoridade local, que, depois de lavrado,
algemas em mulheres grávidas durante
se for o caso, o auto de flagrante,
os atos médico-hospitalares
providenciará para a remoção do preso.
preparatórios para a realização do parto
(“Caput” do artigo retificado no DOU de
e durante o trabalho de parto, bem
24/10/1941)
como em mulheres durante o período
64
de puerpério imediato. (Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 3.181, de
12/4/2017)
III - os membros do Parlamento
Art. 293. Se o executor do mandado Nacional, do Conselho de Economia
verificar, com segurança, que o réu Nacional e das Assembléias Legislativas
entrou ou se encontra em alguma casa, dos Estados;
o morador será intimado a entregá-lo, à

IV - os cidadãos inscritos no "Livro de
vista da ordem de prisão. Se não for
Mérito";
obedecido imediatamente, o executor
convocará duas testemunhas e, sendo V - os oficiais das Forças Armadas e os
dia, entrará à força na casa, arrombando militares dos Estados, do Distrito Federal
as portas, se preciso; sendo noite, o e dos Territórios; (Inciso com redação
executor, depois da intimação ao dada pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001)
morador, se não for atendido, fará VI - os magistrados;
guardar todas as saídas, tornando a casa
incomunicável, e, logo que amanheça, VII - os diplomados por qualquer das
arrombará as portas e efetuará a prisão. faculdades superiores da República;
Parágrafo único. O morador que se VIII - os ministros de confissão religiosa;

recusar a entregar o réu oculto em sua IX - os ministros do Tribunal de Contas;
casa será levado à presença da
X - os cidadãos que já tiverem exercido
autoridade, para que se proceda contra
efetivamente a função de jurado, salvo
ele como for de direito.
quando excluídos da lista por motivo de
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, incapacidade para o exercício daquela
observar-se-á o disposto no artigo função;
anterior, no que for aplicável.
XI - os delegados de polícia e os guardas-
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a civis dos Estados e Territórios, ativos ou
prisão especial, à disposição da inativos. (Inciso acrescido pela Lei nº
autoridade competente, quando 4.760, de 23/8/1965, e com redação
sujeitos a prisão antes de condenação dada pela Lei nº 5.126, de 29/9/1966)
definitiva:
§ 1º A prisão especial, prevista neste
I - os ministros de Estado; Código ou em outras leis, consiste
II - os governadores ou interventores de exclusivamente no recolhimento em
Estados e Territórios, o Prefeito do local distinto da prisão comum.
Distrito Federal, seus respectivos (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.258,
secretários, os prefeitos municipais, os de 11/7/2001)
vereadores e chefes de Polícia; (Inciso
65
§ 2º Não havendo estabelecimento 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
específico para o preso especial, este publicação)
será recolhido em cela distinta do
Art. 299. A captura poderá ser
mesmo estabelecimento. (Parágrafo
requisitada, à vista de mandado judicial,
por qualquer meio de comunicação,
11/7/2001)
tomadas pela autoridade, a quem se
§ 3º A cela especial poderá consistir em fizer a requisição, as precauções

alojamento coletivo, atendidos os necessárias para averiguar a
requisitos de salubridade do ambiente, autenticidade desta. (Artigo com
pela concorrência dos fatores de redação dada pela Lei nº 12.403, de
aeração, insolação e condicionamento 4/5/2011, publicada no DOU de
térmico adequados à existência 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
humana. (Parágrafo acrescido pela Lei nº publicação)
10.258, de 11/7/2001)
Art. 300. As pessoas presas
§ 4º O preso especial não será provisoriamente ficarão separadas das
transportado juntamente com o preso que já estiverem definitivamente
comum. (Parágrafo acrescido pela Lei nº condenadas, nos termos da lei de
10.258, de 11/7/2001) execução penal. (“Caput” do artigo com
§ 5º Os demais direitos e deveres do
preso especial serão os mesmos do
preso comum. (Parágrafo acrescido pela
publicação)
Lei nº 10.258, de 11/7/2001)
Parágrafo único. O militar preso em
Art. 296. Os inferiores e praças de pré,
flagrante delito, após a lavratura dos
onde for possível, serão recolhidos à
procedimentos legais, será recolhido a
prisão, em estabelecimentos militares,
quartel da instituição a que pertencer,
de acordo com os respectivos
onde ficará preso à disposição das
regulamentos.
autoridades competentes.
Art. 297. Para o cumprimento de
CAPÍTULO II
mandado expedido pela autoridade
judiciária, a autoridade policial poderá DA PRISÃO EM FLAGRANTE
expedir tantos outros quantos
Art. 301. Qualquer do povo PODERÁ e
necessários às diligências, devendo neles
as autoridades policiais e seus agentes
ser fielmente reproduzido o teor do
DEVERÃO prender quem quer que seja
mandado original.
encontrado em flagrante delito.
à Poderá: Flagrante Facultativo.
66
à Deverá: Flagrante Obrigatório. após cada oitiva suas respectivas
assinaturas, lavrando, a autoridade,
Art. 302. Considera-se em FLAGRANTE
afinal, o auto.
DELITO quem:
§ 1º Resultando das respostas fundada
I - está cometendo a infração penal;
suspeita contra o conduzido, a
à Flagrante próprio; perfeito; real; autoridade mandará recolhê-lo à prisão,
verdadeiro ou propriamente dito. exceto no caso de livrar-se solto ou de

II - acaba de cometê-la; prestar fiança, e prosseguirá nos atos do
inquérito ou processo, se para isso for
à Flagrante próprio; perfeito; real; competente; se não o for, enviará os
verdadeiro ou propriamente dito. autos à autoridade que o seja.
§ 2º A falta de testemunhas da infração

III - é perseguido, logo após, pela não impedirá o auto de prisão em
autoridade, pelo ofendido ou por flagrante; mas, nesse caso, com o
qualquer pessoa, em situação que faça condutor, deverão assiná-lo pelo menos
presumir ser autor da infração; duas pessoas que hajam testemunhado
a apresentação do preso à autoridade.
à Flagrante impróprio; imperfeito; irreal
ou quase flagrante. § 3º Quando o acusado se recusar a
assinar, não souber ou não puder fazê-lo,
IV - é encontrado, logo depois, com
o auto de prisão em flagrante será
instrumentos, armas, objetos ou papéis
assinado por duas testemunhas, que
que façam presumir ser ele autor da
tenham ouvido sua leitura na presença
infração.
deste.
à Flagrante presumido; ficto ou
à Assinado por 2 TESTEMUNHAS.
assimilado.
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em
Art. 303. Nas infrações PERMANENTES,
flagrante deverá constar a informação
entende-se o agente em flagrante delito
sobre a existência de FILHOS, respectivas
enquanto não cessar a permanência.
idades e se possuem alguma deficiência
Art. 304. Apresentado o preso à e o nome e o contato de eventual
autoridade competente, ouvirá esta o responsável pelos cuidados dos filhos,
condutor e colherá, desde logo, sua indicado pela pessoa presa.
assinatura, entregando a este cópia do
Art. 305. Na falta ou no impedimento do
termo e recibo de entrega do preso. Em
escrivão, qualquer pessoa designada
seguida, procederá à oitiva das
pela autoridade lavrará o auto, depois
testemunhas que o acompanharem e
de prestado o compromisso legal.
ao interrogatório do acusado sobre a
imputação que lhe é feita, colhendo,
67
Art. 306. A PRISÃO de qualquer pessoa e Art. 308. Não havendo autoridade no
o local onde se encontre serão lugar em que se tiver efetuado a prisão,
comunicados imediatamente ao juiz o preso será logo apresentado à do lugar
competente, ao Ministério Público e à mais próximo.
família do preso ou à pessoa por ele
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá
indicada.
ser posto em liberdade, depois de
à A comunicação da prisão é lavrado o auto de prisão em flagrante.

IMEDIATAMENTE;
Art. 310. Após receber o auto de prisão
à Comunicação ao: a) Juiz; b) MP; c) em flagrante, no prazo MÁXIMO de até
Família do Preso e d) pessoa por ele 24 (vinte e quatro) horas após a
indicada. realização da prisão, o juiz deverá
promover AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas
com a presença do acusado, seu
após a realização da prisão, será
advogado constituído ou membro da
encaminhado ao juiz competente o
Defensoria Pública e o membro do
auto de prisão em flagrante e, caso o
Ministério Público, e, nessa audiência, o
autuado não informe o nome de seu
juiz deverá, fundamentadamente:
advogado, cópia integral para a
Defensoria Pública. Art. 310. Após receber o auto de prisão
em flagrante, no prazo máximo de até
§ 2º No mesmo prazo (24 horas), será
24 (vinte e quatro) horas após a
entregue ao preso, mediante recibo, a
realização da prisão, o juiz deverá
nota de culpa, assinada pela autoridade,
promover audiência de custódia, que,
com o motivo da prisão, o nome do
em caso de urgência e se o meio se
condutor e os das testemunhas.
revelar idôneo, poderá ser realizada por
Art. 307. Quando o fato for praticado em videoconferência, com a presença do
presença da autoridade, ou contra esta, acusado, seu advogado constituído ou
no exercício de suas funções, constarão membro da Defensoria Pública e o
do auto a narração desse fato, a voz de membro do Ministério Público, e, nessa
prisão, as declarações que fizer o preso e audiência, o juiz deverá,
os depoimentos das testemunhas, fundamentadamente: (“Caput” do
sendo tudo assinado pela autoridade, artigo com redação dada pela
pelo preso e pelas testemunhas e interpretação conforme via controle
remetido imediatamente ao juiz a quem concentrado, pelo Supremo Tribunal
couber tomar conhecimento do fato Federal, ADIs nºs 6.298, 6.299, 6.300 e
delituoso, se não o for a autoridade que 6.305, cuja Decisão foi publicada no
houver presidido o auto. DOU de 4/9/2023, Acórdão publicado
no DOU de 19/12/2023)
68
I - relaxar a prisão ilegal; ou criminosa armada OU milícia, OU que
porta arma de fogo de uso restrito,
II - converter a prisão em flagrante em
deverá denegar a liberdade provisória,
preventiva, quando presentes os
com ou sem medidas cautelares.
requisitos constantes do art. 312 deste
Código, e se revelarem inadequadas ou à Liberdade provisória será negada ao:
insuficientes as medidas cautelares
a) Agente reincidente;
diversas da prisão; ou

b) Agente que integra organização
III - conceder liberdade provisória, com
criminosa armada;
ou sem fiança.
c) Agente que integra milícia;
Informativo 917, STF
d) Agente que porta arma de fogo de
A decisão que, na audiência de
uso restrito.
custódia, determina o relaxamento da
prisão em flagrante sob o argumento de § 3º A autoridade que deu causa, sem
que a conduta praticada é atípica não faz motivação idônea, à NÃO realização da
coisa julgada. Assim, esta decisão não audiência de custódia no prazo
vincula o titular da ação penal, que estabelecido no caput deste artigo
poderá oferecer acusação contra o responderá administrativa, civil e
indivíduo narrando os mesmos fatos e o penalmente pela omissão.
juiz poderá receber essa denúncia. STF. § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro)
1ª Turma. HC 157306/SP, Rel. Min. Luiz horas após o decurso do prazo
Fux, julgado em 25/9/2018 (Info 917). estabelecido no caput deste artigo, a
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de NÃO realização de audiência de
prisão em flagrante, que o agente custódia sem motivação idônea
praticou o fato em qualquer das ENSEJARÁ também a ilegalidade da
condições constantes dos incisos I, II ou prisão, a ser relaxada pela autoridade
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº competente, sem prejuízo da
2.848, de 7 de dezembro de 1940 possibilidade de imediata decretação de
(Código Penal), [ou seja, excludentes da prisão preventiva.
ilicitude], poderá, fundamentadamente, § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro)
conceder ao acusado LIBERDADE horas após o decurso do prazo
PROVISÓRIA, mediante termo de estabelecido no caput deste artigo, a
comparecimento obrigatório a todos os não realização de audiência de custódia
atos processuais, sob pena de sem motivação idônea ensejará
revogação. também a ilegalidade da prisão,
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é devendo a autoridade judiciária avaliar
reincidente OU que integra organização se estão presentes os requisitos para a
69
prorrogação excepcional do prazo ou Público requererem a prisão o vício de
para sua imediata realização por ilegalidade que maculava a custódia é
videoconferência, sem prejuízo da suprido (convalidado) e a prisão não será
possibilidade de imediata decretação de relaxada. O posterior requerimento da
prisão preventiva. (Parágrafo com autoridade policial pela segregação
redação dada pela interpretação cautelar ou manifestação do Ministério
conforme via controle concentrado, pelo Público favorável à prisão preventiva

Supremo Tribunal Federal, ADIs nºs suprem o vício da inobservância da
6.298, 6.299, 6.300 e 6.305, cuja Decisão formalidade de prévio requerimento.
foi publicada no DOU de 4/9/2023, STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136708/MS,
Acórdão publicado no DOU de Rel. Min. Felix Fisher, julgado em
19/12/2023) 11/03/2021 (Info 691). Em resumo: Não
é possível que o juiz de ofício, decrete a
prisão preventiva; vale ressaltar, no
CAPÍTULO III entanto, que, se logo depois de decretar
DA PRISÃO PREVENTIVA a autoridade policial ou o MP
requererem a prisão o vício de
Art. 311. Em qualquer fase da ilegalidade que maculava a custódia é
investigação policial ou do processo suprido.
penal, caberá a PRISÃO PREVENTIVA
decretada pelo juiz, a requerimento do Art. 312. A prisão preventiva poderá ser
Ministério Público, do querelante ou do DECRETADA como garantia da ordem
assistente, ou por representação da pública, da ordem econômica, por
autoridade policial. conveniência da instrução criminal ou
para assegurar a aplicação da lei penal,
àApós o PAC, não se admite quando houver prova da existência do
decretação da preventiva de ofício. crime e indício suficiente de autoria e de
à Requerimento: a) MP; b) Querelante; perigo gerado pelo estado de liberdade
c) Assistente; do imputado.
àRepresentação: da AUTORIDADE § 1º A prisão preventiva também poderá

POLICIAL. ser decretada em caso de
descumprimento de qualquer das
Informativo 691, STJ
obrigações impostas por força de outras
O que acontece se o juiz decretar a medidas cautelares (art. 282, § 4º).
prisão preventiva de ofício (sem
§ 2º A DECISÃO que decretar a prisão
requerimento)? Regra: a prisão deverá
preventiva deve ser motivada e
ser relaxada por se tratar de prisão ilegal.
fundamentada em receio de perigo e
Exceção: se, após a decretação a
existência concreta de fatos novos ou
autoridade policial ou o Ministério
70
contemporâneos que justifiquem a investigação criminal ou da
aplicação da medida adotada. apresentação ou recebimento de
denúncia.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste
Código, SERÁ ADMITIDA a decretação Art. 314. A prisão preventiva em
da prisão preventiva: NENHUM CASO será decretada se o juiz
verificar pelas provas constantes dos
I - nos crimes dolosos punidos com pena
autos ter o agente praticado o fato nas

privativa de liberdade MÁXIMA
condições previstas nos incisos I, II e III
superior a 4 (quatro) anos;
do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº
à É a pena máxima do delito. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
à Superior a 4 anos. Código Penal (ou seja, excludentes de
ilicitude).
II - se tiver sido condenado por outro
crime doloso, em sentença transitada Art. 315. A DECISÃO que decretar,
em julgado, ressalvado o disposto no substituir ou denegar a prisão preventiva
inciso I do caput do art. 64 do Decreto- será sempre motivada e
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 fundamentada.
- Código Penal; § 1º Na motivação da decretação da
III - se o crime envolver violência prisão preventiva ou de qualquer outra
doméstica e familiar contra a mulher, cautelar, o juiz deverá indicar
criança, adolescente, idoso, enfermo ou concretamente a existência de fatos
pessoa com deficiência, para garantir a novos ou contemporâneos que
execução das medidas protetivas de justifiquem a aplicação da medida
urgência; adotada.
§ 1º Também será admitida a prisão § 2º Não se considera fundamentada

preventiva quando houver dúvida sobre qualquer decisão judicial, seja ela
a identidade civil da pessoa ou quando interlocutória, sentença ou acórdão,
esta não fornecer elementos suficientes que:
para esclarecê-la, devendo o preso ser I - limitar-se à indicação, à reprodução ou
colocado imediatamente em liberdade à paráfrase de ato normativo, sem
após a identificação, salvo se outra explicar sua relação com a causa ou a
hipótese recomendar a manutenção da questão decidida;
medida.
II - empregar conceitos jurídicos
§ 2º Não será admitida a decretação da indeterminados, sem explicar o motivo
prisão preventiva com a finalidade de concreto de sua incidência no caso;
antecipação de cumprimento de pena
III - invocar motivos que se prestariam a
ou como decorrência imediata de
justificar qualquer outra decisão;
71
IV - não enfrentar todos os argumentos Art. 317. A PRISÃO DOMICILIAR
deduzidos no processo capazes de, em consiste no recolhimento do indiciado
tese, infirmar a conclusão adotada pelo ou acusado em sua residência, só
julgador; podendo dela ausentar-se com
autorização judicial.
V - limitar-se a invocar precedente ou
enunciado de súmula, sem identificar Art. 318. Poderá o JUIZ substituir a
seus fundamentos determinantes nem prisão preventiva pela domiciliar

demonstrar que o caso sob julgamento quando o agente for:
se ajusta àqueles fundamentos;
I - maior de 80 (oitenta) anos;
VI - deixar de seguir enunciado de
II - extremamente debilitado por motivo
súmula, jurisprudência ou precedente
de doença grave;
invocado pela parte, sem demonstrar a
existência de distinção no caso em III - imprescindível aos cuidados especiais
julgamento ou a superação do de pessoa menor de 6 (seis) anos de
entendimento. idade ou com deficiência;
Art. 316. O JUIZ poderá, de ofício ou a IV - gestante;

pedido das partes, REVOGAR a prisão V- mulher com filho de até 12 (doze)
preventiva se, no correr da investigação anos de idade incompletos;
ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como VI- homem, caso seja o único
NOVAMENTE DECRETÁ-LA, se responsável pelos cuidados do filho de
sobrevierem razões que a justifiquem. até 12 (doze) anos de idade
incompletos.
à Diante da nova sistemática pós
pacote anticrime, não se admite Parágrafo único. Para a substituição, o
decretar preventiva de ofício, contudo, juiz exigirá prova idônea dos requisitos
revogar de ofício e novamente decretá- estabelecidos neste artigo.
la, é possível, conforme disposto no art. Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à
316, caput. mulher gestante ou que for mãe ou
Parágrafo único. Decretada a prisão responsável por crianças ou pessoas
preventiva, deverá o órgão emissor da com deficiência será substituída por
decisão revisar a necessidade de sua prisão domiciliar, desde que:
manutenção a cada 90 (noventa) dias, I - não tenha cometido crime com
mediante decisão fundamentada, de violência ou grave ameaça a pessoa;
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
II - não tenha cometido o crime contra
CAPÍTULO IV seu filho ou dependente.
DA PRISÃO DOMICILIAR
72
Art. 318-B. A substituição de que tratam 1. O período de recolhimento
os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada obrigatório noturno e nos dias de folga,
sem prejuízo da aplicação concomitante por comprometer o status libertatis do
das medidas alternativas previstas no acusado deve ser reconhecido como
art. 319 deste Código (Outras medidas período a ser detraído da pena
cautelares). privativa de liberdade e da medida de
segurança, em homenagem aos
CAPÍTULO V

princípios da proporcionalidade e do
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES non bis in idem.
Art. 319. São MEDIDAS CAUTELARES 2. O monitoramento eletrônico
diversas da prisão: associado, atribuição do Estado, não é
I - comparecimento periódico em juízo, condição indeclinável para a detração
no prazo e nas condições fixadas pelo dos períodos de submissão a essas
juiz, para informar e justificar atividades; medidas cautelares, não se justificando
distinção de tratamento ao investigado
II - proibição de acesso ou frequência a ao qual não é determinado e
determinados lugares quando, por disponibilizado o aparelhamento.
circunstâncias relacionadas ao fato, deva
o indiciado ou acusado permanecer 3. A soma das horas de recolhimento
distante desses locais para evitar o risco domiciliar a que o réu foi submetido
de novas infrações; devem ser convertidas em dias para
contagem da detração da pena. Se no
III - proibição de manter contato com cômputo total remanescer período
pessoa determinada quando, por menor que vinte e quatro horas, essa
circunstâncias relacionadas ao fato, deva fração de dia deverá ser desprezada.
o indiciado ou acusado dela permanecer
distante; STJ. 3ª Seção.REsp 1977135-SC, Rel. Min.
Joel Ilan Paciornik, julgado em
IV - proibição de ausentar-se da 23/11/2022 (Recurso Repetitivo – tema
Comarca quando a permanência seja 1155) (Info 758).
conveniente ou necessária para a
investigação ou instrução; Cuidado porque existem julgados do STF
em sentido contrário: a orientação
V - recolhimento domiciliar no período jurisprudencial desta Suprema Corte é
noturno e nos dias de folga quando o no sentido de que a detração da pena
investigado ou acusado tenha residência privativa de liberdade não abrange o
e trabalho fixos; cumprimento de medidas cautelares
Informativo 758, STJ. diversas da prisão por falta de previsão
legal (STF. 1ª Turma. HC 205.740/SC AgR,
73
Rel. Min. Rosa Weber, julgado em para ENTREGAR O PASSAPORTE, no
22/04/2022). prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
VI - suspensão do exercício de função àA entrega do PASSAPORTE deve ser

pública ou de atividade de natureza feita em 24 HORAS.
econômica ou financeira quando
houver justo receio de sua utilização
para a prática de infrações penais; CAPÍTULO VI

VII - internação provisória do acusado DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU
nas hipóteses de crimes praticados com SEM FIANÇA
violência ou grave ameaça, quando os Art. 321. Ausentes os requisitos que
peritos concluírem ser inimputável ou autorizam a decretação da prisão
semi-imputável (art. 26 do Código Penal) preventiva, o juiz deverá conceder
e houver risco de reiteração; LIBERDADE PROVISÓRIA, impondo, se
VIII - fiança, nas infrações que a for o caso, as medidas cautelares
admitem, para assegurar o previstas no art. 319 deste Código e
comparecimento a atos do processo, observados os critérios constantes do
evitar a obstrução do seu andamento ou art. 282 deste Código.
em caso de resistência injustificada à I - (Revogado pela Lei nº 12.403/2011).
ordem judicial;
II - (Revogado pela Lei nº 12.403/2011).
IX - monitoração eletrônica.
Art. 322. A AUTORIDADE POLICIAL
§ 1º (Revogado pela Lei nº somente poderá conceder fiança nos
12.403/2011). casos de infração cuja pena privativa de
§ 2º (Revogado pela Lei nº liberdade MÁXIMA não seja superior a
12.403/2011). 4 (quatro) anos.
§ 3º (Revogado pela Lei nº à Pena privativa MÁXIMA não pode

12.403/2011). ser superior a 4 ANOS;
§ 4º A fiança será aplicada de acordo Parágrafo único. Nos demais casos, a

com as disposições do Capítulo VI deste fiança será requerida ao JUIZ, que
Título, podendo ser cumulada com decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
outras medidas cautelares. à Fiança: juiz decide em 48 HORAS.
Art. 320. A proibição de ausentar-se do Art. 323. NÃO será concedida fiança:
País será comunicada pelo juiz às
I - nos crimes de racismo;
autoridades encarregadas de fiscalizar
as saídas do território nacional,
intimando-se o indiciado ou acusado
74
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de § 1º Se assim recomendar a situação
entorpecentes e drogas afins, terrorismo econômica do preso, a fiança poderá
e nos definidos como crimes hediondos; ser:
à 3 T + Hediondos. I - dispensada, na forma do art. 350

deste Código;
III - nos crimes cometidos por grupos
armados, civis ou militares, contra a II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois

ordem constitucional e o Estado terços); ou
Democrático;
III - aumentada em até 1.000 (mil)
IV - (Revogado) vezes.
Art. 324. NÃO será, igualmente, § 2º (Revogado pela Lei nº

concedida fiança: 12.403/2011).
I - aos que, no mesmo processo, tiverem Art. 326. Para determinar o valor da
quebrado fiança anteriormente fiança, a autoridade terá em
concedida OU infringido, sem motivo consideração a natureza da infração, as
justo, qualquer das obrigações a que se condições pessoais de fortuna e vida
referem os arts. 327 e 328 deste Código; pregressa do acusado, as circunstâncias
indicativas de sua periculosidade, bem
II - em caso de prisão civil ou militar;
como a importância provável das custas
III - (Revogado pela Lei nº 12.403/2011). do processo, até final julgamento.
IV - quando presentes os motivos que Art. 327. A fiança tomada por termo
autorizam a decretação da prisão obrigará o afiançado a comparecer
preventiva (art. 312). perante a autoridade, todas as vezes
Art. 325. O valor da fiança será fixado que for intimado para atos do inquérito
pela autoridade que a conceder nos e da instrução criminal e para
seguintes limites: julgamento. Quando o réu não
comparecer, a fiança será havida como
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários quebrada.
mínimos, quando se tratar de infração
cuja pena privativa de liberdade, no grau Art. 328. O réu afiançado não poderá,
máximo, não for superior a 4 (quatro) sob pena de QUEBRAMENTO DA
anos; FIANÇA, mudar de residência, sem
prévia permissão da autoridade
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários processante, ou ausentar-se por mais de
mínimos, quando o máximo da pena OITO DIAS de sua residência, sem
privativa de liberdade cominada for comunicar àquela autoridade o lugar
superior a 4 (quatro) anos. onde será encontrado.
75
Art. 329. Nos juízos criminais e Parágrafo único. Nos lugares em que o
delegacias de polícia, haverá um livro depósito não se puder fazer de pronto, o
especial, com termos de abertura e de valor será entregue ao escrivão ou
encerramento, numerado e rubricado pessoa abonada, a critério da
em todas as suas folhas pela autoridade, autoridade, e dentro de três dias dar-se-
destinado especialmente aos termos de á ao valor o destino que lhe assina este
fiança. O termo será lavrado pelo artigo, o que tudo constará do termo de

escrivão e assinado pela autoridade e fiança.
por quem prestar a fiança, e dele extrair-
Art. 332. Em caso de prisão em
se-á certidão para juntar-se aos autos.
flagrante, será competente para
Parágrafo único. O réu e quem prestar a CONCEDER A FIANÇA a autoridade que
fiança serão pelo escrivão notificados presidir ao respectivo auto, e, em caso
das obrigações e da sanção previstas nos de prisão por mandado, o juiz que o
arts. 327 e 328, o que constará dos houver expedido, ou a autoridade
autos. judiciária ou policial a quem tiver sido
requisitada a prisão.
Art. 330. A fiança, que será sempre
definitiva, consistirá em depósito de Art. 333. Depois de prestada a fiança,
dinheiro, pedras, objetos ou metais que será concedida
preciosos, títulos da dívida pública, independentemente de audiência do
federal, estadual ou municipal, ou em Ministério Público, este terá vista do
hipoteca inscrita em primeiro lugar. processo a fim de requerer o que julgar
conveniente.
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras,
objetos ou metais preciosos será feita Art. 334. A fiança poderá ser prestada
imediatamente por perito nomeado enquanto não transitar em julgado a
pela autoridade. sentença condenatória.
§ 2º Quando a fiança consistir em Art. 335. Recusando ou retardando a

caução de títulos da dívida pública, o autoridade policial a concessão da
valor será determinado pela sua cotação fiança, o preso, ou alguém por ele,
em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir- poderá prestá-la, mediante simples
se-á prova de que se acham livres de petição, perante o juiz competente, que
ônus. decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 331. O valor em que consistir a Art. 336. O dinheiro ou objetos dados
fiança será recolhido à repartição como fiança servirão ao pagamento das
arrecadadora federal OU estadual, ou custas, da indenização do dano, da
entregue ao depositário público, prestação pecuniária e da multa, se o
juntando-se aos autos os respectivos réu for condenado.
conhecimentos.
76
Parágrafo único. Este dispositivo terá I - regularmente intimado para ato do
aplicação ainda no caso da prescrição processo, deixar de comparecer, sem
depois da sentença condenatória (art. motivo justo;
110 do Código Penal).
II - deliberadamente praticar ato de
Art. 337. Se a fiança for declarada sem obstrução ao andamento do processo;
efeito ou passar em julgado sentença
III - descumprir medida cautelar imposta
que houver absolvido o acusado ou

cumulativamente com a fiança;
declarada extinta a ação penal, o valor
que a constituir, atualizado, será IV - resistir injustificadamente a ordem
restituído sem desconto, salvo o judicial;
disposto no parágrafo único do art. 336 V - praticar nova infração penal dolosa.
deste Código.
Art. 342. Se vier a ser reformado o
Art. 338. A fiança que se reconheça não julgamento em que se declarou
ser cabível na espécie será cassada em quebrada a fiança, esta subsistirá em
qualquer fase do processo. todos os seus efeitos.
Art. 339. Será também CASSADA A Art. 343. O quebramento injustificado
FIANÇA quando reconhecida a da fiança importará na perda de
existência de delito inafiançável, no caso metade do seu valor, cabendo ao juiz
de inovação na classificação do delito. decidir sobre a imposição de outras
Art. 340. Será exigido o REFORÇO DA medidas cautelares ou, se for o caso, a
FIANÇA: decretação da prisão preventiva.
I - quando a autoridade tomar, por Art. 344. Entender-se-á perdido, na

engano, fiança insuficiente; totalidade, o valor da fiança, se,
condenado, o acusado não se
II - quando houver depreciação material
apresentar para o início do
ou perecimento dos bens hipotecados
cumprimento da pena definitivamente
ou caucionados, ou depreciação dos
imposta.
metais ou pedras preciosas;
Art. 345. No caso de perda da fiança, o
III - quando for inovada a classificação do
seu valor, deduzidas as custas e mais
delito.
encargos a que o acusado estiver
Parágrafo único. A fiança ficará sem obrigado, será recolhido ao fundo
efeito e o réu será recolhido à prisão, penitenciário, na forma da lei.
quando, na conformidade deste artigo,
Art. 346. No caso de quebramento de
não for reforçada.
fiança, feitas as deduções previstas no
Art. 341. Julgar-se-á QUEBRADA A art. 345 deste Código, o valor restante
FIANÇA quando o acusado:
77
será recolhido ao fundo penitenciário, na território sujeito à jurisdição do juiz que
forma da lei. a houver ordenado.
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do Art. 352. O mandado de citação indicará:
art. 345, o saldo será entregue a quem
I - o nome do juiz;
houver prestado a fiança, depois de
deduzidos os encargos a que o réu II - o nome do querelante nas ações
estiver obrigado. iniciadas por queixa;

Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver III - o nome do réu, ou, se for
sido prestada por meio de hipoteca, a desconhecido, os seus sinais
execução será promovida no juízo cível característicos;
pelo órgão do Ministério Público. IV - a residência do réu, se for conhecida;
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, V - o fim para que é feita a citação;
objetos ou metais preciosos, o juiz
determinará a venda por leiloeiro ou VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em
corretor. que o réu deverá comparecer;
Art. 350. Nos casos em que couber VII - a subscrição do escrivão e a rubrica
fiança, o juiz, verificando a situação do juiz.
econômica do preso, poderá conceder- Art. 353. Quando o réu estiver fora do
lhe liberdade provisória, sujeitando-o às território da jurisdição do juiz
obrigações constantes dos arts. 327 e processante, será citado mediante
328 deste Código e a outras medidas precatória.
cautelares, se for o caso.
Art. 354. A precatória indicará:
Parágrafo único. Se o beneficiado
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;
descumprir, sem motivo justo, qualquer
das obrigações ou medidas impostas, II - a sede da jurisdição de um e de outro;
aplicar-se-á o disposto no § 4º do art.
III - o fim para que é feita a citação, com
282 deste Código.
todas as especificações;
TÍTULO X
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES que o réu deverá comparecer.
CAPÍTULO I Art. 355. A precatória será devolvida ao
juiz deprecante, independentemente de
DAS CITAÇÕES
traslado, depois de lançado o "cumpra-
Art. 351. A CITAÇÃO inicial far-se-á por se" e de feita a citação por mandado do
mandado, quando o réu estiver no juiz deprecado.
78
§ 1º Verificado que o réu se encontra em Art. 361. Se o réu não for encontrado,
território sujeito à jurisdição de outro será citado por edital, com o prazo de
juiz, a este remeterá o juiz deprecado os quinze dias.
autos para efetivação da diligência,
Art. 362. Verificando que o réu se oculta
desde que haja tempo para fazer-se a
para não ser citado, o oficial de justiça
citação.
certificará a ocorrência e procederá à
§ 2º Certificado pelo oficial de justiça que citação com hora certa, na forma

o réu se oculta para não ser citado, a estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei
precatória será imediatamente nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
devolvida, para o fim previsto no art. Código de Processo Civil.
362.
Parágrafo único. Completada a citação
Art. 356. Se houver urgência, a com hora certa, se o acusado não
precatória, que conterá em resumo os comparecer, ser-lhe-á nomeado
requisitos enumerados no art. 354, defensor dativo.
poderá ser expedida por via telegráfica,
Art. 363. O processo terá completada a
depois de reconhecida a firma do juiz, o
sua formação quando realizada a citação
que a estação expedidora mencionará.
do acusado. (“Caput” do artigo com
Art. 357. São requisitos da citação por redação dada pela Lei nº 11.719, de
mandado: 20/6/2008, publicada no DOU de
I - leitura do mandado ao citando pelo
publicação)
oficial e entrega da contrafé, na qual se
mencionarão dia e hora da citação; I - (Revogado pela Lei nº 11.719, de
II - declaração do oficial, na certidão, da
entrega da contrafé, e sua aceitação ou
publicação)
recusa.
II - (Revogado pela Lei nº 11.719, de
Art. 358. A citação do militar far-se-á por
intermédio do chefe do respectivo
serviço.
publicação)
Art. 359. O dia designado para
§ 1º Não sendo encontrado o acusado,
funcionário público comparecer em
será procedida a citação por edital.
juízo, como acusado, será notificado
assim a ele como ao chefe de sua
repartição.
Art. 360. Se o réu estiver PRESO, será publicação)
pessoalmente citado.
79
§ 2º (VETADO na Lei nº 11.719, de publicação provada por exemplar do
20/6/2008) jornal ou certidão do escrivão, da qual
conste a página do jornal com a data da
§ 3º (VETADO na Lei nº 11.719, de
publicação.
20/6/2008)
Art. 366. Se o acusado, citado por edital,
§ 4º Comparecendo o acusado citado
não comparecer, nem constituir
por edital, em qualquer tempo, o
advogado, FICARÃO SUSPENSOS o

processo observará o disposto nos arts.
processo e o curso do prazo
394 e seguintes deste Código. (Parágrafo
prescricional, podendo o juiz determinar
a produção antecipada das provas
consideradas urgentes e, se for o caso,
decretar prisão preventiva nos termos
publicação)
do disposto no art. 312.
Art. 364. No caso do artigo anterior, n. I,
o prazo será fixado pelo juiz entre quinze
9.271, de 17/4/1996, e revogado pela
e noventa dias, de acordo com as
circunstâncias, e, no caso do n. II, o prazo
no DOU de 23/6/2008, em vigor 60 dias
será de trinta dias.
Art. 365. O edital de citação indicará:
I - o nome do juiz que a determinar; 9.271, de 17/4/1996, e revogado pela
II - o nome do réu, ou, se não for Lei nº 11.719, de 20/6/2008, publicada
conhecido, os seus sinais característicos, no DOU de 23/6/2008, em vigor 60 dias
bem como sua residência e profissão, se após a publicação)
constarem do processo; Art. 367. O PROCESSO SEGUIRÁ sem a
III - o fim para que é feita a citação; presença do acusado que, citado ou
intimado pessoalmente para qualquer
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em ato, deixar de comparecer sem motivo
que o réu deverá comparecer; justificado, ou, no caso de mudança de
V - prazo, que será contado do dia da residência, não comunicar o novo
publicação do edital na imprensa, se endereço ao juízo. (Artigo com redação
houver, ou da sua afixação. dada pela Lei nº 9.271, de 17/4/1996,
Parágrafo único. O edital será afixado à
porta do edifício onde funcionar o juízo e
será publicado pela imprensa, onde Art. 368. Estando o acusado no
houver, devendo a afixação ser estrangeiro, em lugar sabido, será
certificada pelo oficial que a tiver feito e a citado mediante carta rogatória,
suspendendo-se o curso do prazo de
80
prescrição até o seu cumprimento. DOU de 18/4/1996, em vigor 60 dias
(Artigo com redação dada pela Lei nº após a publicação)
§ 4º A intimação do Ministério Público e
do defensor nomeado será pessoal.
publicação)
Art. 371. Será admissível a intimação por
Art. 369. As citações que houverem de
despacho na petição em que for
ser feitas em legações estrangeiras serão

requerida, observado o disposto no art.
efetuadas mediante carta rogatória.
357.
9.271, de 17/4/1996, publicada no DOU Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a
de 18/4/1996, em vigor 60 dias após a instrução criminal, o juiz marcará desde
publicação) logo, na presença das partes e
testemunhas, dia e hora para seu
CAPÍTULO II
prosseguimento, do que se lavrará
DAS INTIMAÇÕES termo nos autos.
Art. 370. Nas INTIMAÇÕES dos TÍTULO XI

acusados, das testemunhas e demais
DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE
pessoas que devam tomar
INTERDIÇÕES DE DIREITOS E MEDIDAS
conhecimento de qualquer ato, será
DE SEGURANÇA
observado, no que for aplicável, o
disposto no Capítulo anterior. Art. 373. A aplicação provisória de
interdições de direitos poderá ser
§ 1º A intimação do defensor
determinada pelo juiz, de ofício, ou a
constituído, do advogado do querelante
requerimento do Ministério Público, do
e do assistente far-se-á por publicação
querelante, do assistente, do ofendido,
no órgão incumbido da publicidade dos
ou de seu representante legal, ainda que
atos judiciais da comarca, incluindo, sob
este não se tenha constituído como
pena de nulidade, o nome do acusado.
assistente:
§ 2º Caso não haja órgão de publicação
I - durante a instrução criminal após a
dos atos judiciais na comarca, a
apresentação da defesa ou do prazo
intimação far-se-á diretamente pelo
concedido para esse fim;
escrivão, por mandado, ou via postal
com comprovante de recebimento, ou II - na sentença de pronúncia;
por qualquer outro meio idôneo. III - na decisão confirmatória da
§ 3º A intimação pessoal, feita pelo pronúncia ou na que, em grau de
escrivão, dispensará a aplicação a que recurso, pronunciar o réu;
alude o § 1º. (Parágrafo acrescido pela IV - na sentença condenatória recorrível.
81
§ 1º No caso do n. I, havendo Art. 377. Transitando em julgado a
requerimento de aplicação da medida, o sentença condenatória, serão
réu ou seu defensor será ouvido no executadas somente as interdições nela
prazo de dois dias. aplicadas ou que derivarem da
imposição da pena principal.
§ 2º Decretada a medida, serão feitas as
comunicações necessárias para a sua Art. 378. A aplicação provisória de
execução, na forma do disposto no medida de segurança obedecerá ao

Capítulo III do Título II do Livro IV. disposto nos artigos anteriores, com as
modificações seguintes:
Art. 374. Não caberá recurso do
despacho ou da parte da sentença que I - o juiz poderá aplicar, provisoriamente,
decretar ou denegar a aplicação a medida de segurança, de ofício, ou a
provisória de interdições de direitos, mas requerimento do Ministério Público;
estas poderão ser substituídas ou
II - a aplicação poderá ser determinada
revogadas:
ainda no curso do inquérito, mediante
I - se aplicadas no curso da instrução representação da autoridade policial;
criminal, durante esta ou pelas
III - a aplicação provisória de medida de
sentenças a que se referem os ns. II, III e
segurança, a substituição ou a revogação
IV do artigo anterior;
da anteriormente aplicada poderão ser
II - se aplicadas na sentença de determinadas, também, na sentença
pronúncia, pela decisão que, em grau de absolutória;
recurso, a confirmar, total ou
IV - decretada a medida, atender-se-á ao
parcialmente, ou pela sentença
disposto no Título V do Livro IV, no que
condenatória recorrível;
for aplicável.
III - se aplicadas na decisão a que se
Art. 379. Transitando em julgado a
refere o n. III do artigo anterior, pela
sentença, observar-se-á, quanto à
sentença condenatória recorrível.
execução das medidas de segurança
Art. 375. O despacho que aplicar, definitivamente aplicadas, o disposto no
provisoriamente, substituir ou revogar Título V do Livro IV.
interdição de direito, será
Art. 380. A aplicação provisória de
fundamentado.
medida de segurança obstará a
Art. 376. A decisão que impronunciar ou concessão de fiança, e tornará sem
absolver o réu fará cessar a aplicação efeito a anteriormente concedida.
provisória de interdição anteriormente
TÍTULO XII
determinada.
DA SENTENÇA
82
Art. 381. A sentença conterá: encaminhados os autos. (Parágrafo
I - os nomes das partes ou, quando não
possível, as indicações necessárias para
identificá-las;
publicação)
II - a exposição sucinta da acusação e da
Art. 384. Encerrada a instrução
defesa;
probatória, se entender cabível nova

III - a indicação dos motivos de fato e de definição jurídica do fato, em
direito em que se fundar a decisão; consequência de prova existente nos
IV - a indicação dos artigos de lei autos de elemento ou circunstância da
aplicados; infração penal não contida na acusação,
o Ministério Público deverá aditar a
V - o dispositivo; denúncia ou queixa, no prazo de 5
VI - a data e a assinatura do juiz. (cinco) dias, se em virtude desta houver
sido instaurado o processo em crime de
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no
ação pública, reduzindo-se a termo o
prazo de dois dias, pedir ao juiz que
aditamento, quando feito oralmente.
declare a sentença, sempre que nela
houver obscuridade, ambigüidade,
pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008,
contradição ou omissão.
Art. 383. O juiz, sem modificar a vigor 60 dias após a publicação)
descrição do fato contida na denúncia
§ 1º Não procedendo o órgão do
ou queixa, poderá atribuir-lhe definição
Ministério Público ao aditamento, aplica-
jurídica diversa, ainda que, em
se o art. 28 deste Código. (Parágrafo
consequência, tenha de aplicar pena
único transformado em § 1º e com nova
mais grave.
§ 1º Se, em consequência de definição 20/6/2008, publicada no DOU de
jurídica diversa, houver possibilidade de 23/6/2008, em vigor 60 dias após a
proposta de suspensão condicional do publicação)
processo, o juiz procederá de acordo
§ 2º Ouvido o defensor do acusado no
com o disposto na lei. (Parágrafo
prazo de 5 (cinco) dias e admitido o
aditamento, o juiz, a requerimento de
qualquer das partes, designará dia e
hora para continuação da audiência,
publicação)
com inquirição de testemunhas, novo
§ 2º Tratando-se de infração da interrogatório do acusado, realização de
competência de outro juízo, a este serão debates e julgamento. (Parágrafo
83
acrescido pela Lei nº 11.719, de III - não constituir o fato infração penal;
IV - estar provado que o réu não
concorreu para a infração penal;
publicação)
V - não existir prova de ter o réu
§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º
concorrido para a infração penal;
e 2º do art. 383 ao caput deste artigo.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.719, VI - existirem circunstâncias que excluam

de 20/6/2008, publicada no DOU de o crime ou isentem o réu de pena (arts.
23/6/2008, em vigor 60 dias após a 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos
publicação) do Código Penal), ou mesmo se houver
fundada dúvida sobre sua existência;
§ 4º Havendo aditamento, cada parte
poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, VII - não existir prova suficiente para a
no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, condenação.
na sentença, adstrito aos termos do Parágrafo único. Na sentença
aditamento. (Parágrafo acrescido pela absolutória, o juiz:
no DOU de 23/6/2008, em vigor 60 dias I - mandará, se for o caso, pôr o réu em
após a publicação) liberdade;
§ 5º Não recebido o aditamento, o II - ordenará a cessação das medidas

processo prosseguirá. (Parágrafo cautelares e provisoriamente aplicadas;
acrescido pela Lei nº 11.719, de (Inciso com redação dada pela Lei nº
20/6/2008, publicada no DOU de 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU
23/6/2008, em vigor 60 dias após a de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação) publicação)
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o III - aplicará medida de segurança, se
juiz poderá proferir sentença cabível.
condenatória, AINDA QUE o Ministério Art. 387. O juiz, ao proferir sentença
Público tenha opinado pela absolvição, condenatória:
bem como reconhecer agravantes,
I - mencionará as circunstâncias
embora nenhuma tenha sido alegada.
agravantes ou atenuantes definidas no
Art. 386. O juiz absolverá o réu, Código Penal, e cuja existência
mencionando a causa na parte reconhecer;
dispositiva, desde que reconheça:
II - mencionará as outras circunstâncias
I - estar provada a inexistência do fato; apuradas e tudo o mais que deva ser
II - não haver prova da existência do fato; levado em conta na aplicação da pena,
de acordo com o disposto nos arts. 59 e
84
60 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de § 2º O tempo de prisão provisória, de
dezembro de 1940 - Código Penal; prisão administrativa ou de internação,
(Inciso com redação dada pela Lei nº no Brasil ou no estrangeiro, será
11.719, de 20/6/2008, publicada no computado para fins de determinação
DOU de 23/6/2008, em vigor 60 dias do regime inicial de pena privativa de
após a publicação) liberdade. (Parágrafo acrescido pela Lei
nº 12.736, de 30/11/2012)
III - aplicará as penas de acordo com

essas conclusões; (Inciso com redação Art. 388. A sentença poderá ser
dada pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008, datilografada e neste caso o juiz a
publicada no DOU de 23/6/2008, em rubricará em todas as folhas.
Art. 389. A sentença será publicada em
IV - fixará valor mínimo para reparação mão do escrivão, que lavrará nos autos o
dos danos causados pela infração, respectivo termo, registrando-a em livro
considerando os prejuízos sofridos pelo especialmente destinado a esse fim.
ofendido;
Art. 390. O escrivão, dentro de três dias
V - atenderá, quanto à aplicação após a publicação, e sob pena de
provisória de interdições de direitos e suspensão de cinco dias, dará
medidas de segurança, ao disposto no conhecimento da sentença ao órgão do
Título XI deste Livro; Ministério Público.
VI - determinará se a sentença deverá Art. 391. O querelante ou o assistente

ser publicada na íntegra ou em resumo e será intimado da sentença,
designará o jornal em que será feita a pessoalmente ou na pessoa de seu
publicação (art. 73, § 1º, do Código advogado. Se nenhum deles for
Penal). encontrado no lugar da sede do juízo, a
intimação será feita mediante edital com
§ 1º O juiz decidirá,
o prazo de 10 dias, afixado no lugar do
fundamentadamente, sobre a
costume.
manutenção ou, se for o caso, a
imposição de prisão preventiva ou de Art. 392. A intimação da sentença será
outra medida cautelar, sem prejuízo do feita:
conhecimento de apelação que vier a
I - ao réu, pessoalmente, se estiver
ser interposta. (Parágrafo único
preso;
20/6/2008, transformado em § 1º e II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor
com redação dada pela Lei nº 12.736, de por ele constituído, quando se livrar
30/11/2012) solto, ou, sendo afiançável a infração,
tiver prestado fiança;
85
III - ao defensor constituído pelo réu, se CAPÍTULO I
este, afiançável, ou não, a infração,
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
expedido o mandado de prisão, não
tiver sido encontrado, e assim o certificar Art. 394. O procedimento será comum
o oficial de justiça; ou especial. (“Caput” do artigo com
IV - mediante edital, nos casos do n. II, se
o réu e o defensor que houver

constituído não forem encontrados, e
publicação)
assim o certificar o oficial de justiça;
§ 1º O procedimento comum será
V - mediante edital, nos casos do n. III, se
ordinário, sumário ou sumaríssimo:
o defensor que o réu houver constituído
também não for encontrado, e assim o I - ordinário, quando tiver por objeto
certificar o oficial de justiça; crime cuja sanção máxima cominada for
igual ou superior a 4 (quatro) anos de
VI - mediante edital, se o réu, não tendo
pena privativa de liberdade;
constituído defensor, não for
encontrado, e assim o certificar o oficial II - sumário, quando tiver por objeto
de justiça. crime cuja sanção máxima cominada
seja inferior a 4 (quatro) anos de pena
§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se
privativa de liberdade;
tiver sido imposta pena privativa de
liberdade por tempo igual ou superior a III - sumaríssimo, para as infrações penais
um ano, e de 60 dias, nos outros casos. de menor potencial ofensivo, na forma
da lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
§ 2º O prazo para apelação correrá após
11.719, de 20/6/2008, publicada no
o término do fixado no edital, salvo se,
no curso deste, for feita a intimação por
qualquer das outras formas
estabelecidas neste artigo. § 2º Aplica-se a todos os processos o
procedimento comum, salvo
disposições em contrário deste Código
ou de lei especial. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008,
publicação)
LIVRO II vigor 60 dias após a publicação)
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE § 3º Nos processos de competência do

Tribunal do Júri, o procedimento
TÍTULO I
observará as disposições estabelecidas
DO PROCESSO COMUM nos arts. 406 a 497 deste Código.
86
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.719, 23/6/2008, em vigor 60 dias após a
de 20/6/2008, publicada no DOU de publicação)
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e
publicação)
sumário, oferecida a denúncia ou
§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398 queixa, o juiz, se não a rejeitar
deste Código aplicam-se a todos os liminarmente, recebê-la-á e ordenará a
procedimentos penais de primeiro grau, citação do acusado para RESPONDER À

ainda que não regulados neste Código. ACUSAÇÃO, por escrito, no prazo de 10
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.719, (dez) dias.
Parágrafo único. No caso de citação por
edital, o prazo para a defesa começará a
publicação)
fluir a partir do comparecimento
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos pessoal do acusado ou do defensor
procedimentos especial, sumário e constituído. (Artigo com redação dada
sumaríssimo as disposições do pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008,
procedimento ordinário. (Parágrafo publicada no DOU de 23/6/2008, em
acrescido pela Lei nº 11.719, de vigor 60 dias após a publicação)
Art. 396-A. Na resposta, o acusado
poderá argüir preliminares e alegar tudo
publicação)
o que interesse à sua defesa, oferecer
Art. 394-A. Os processos que apurem a documentos e justificações, especificar
prática de crime hediondo terão as provas pretendidas e arrolar
prioridade de tramitação em todas as testemunhas, qualificando-as e
instâncias. requerendo sua intimação, quando
necessário.
Art. 395. A denúncia ou queixa SERÁ
REJEITADA quando: § 1º A exceção será processada em
apartado, nos termos dos arts. 95 a 112
I - for manifestamente inepta;
deste Código.
II - faltar pressuposto processual ou
§ 2º Não apresentada a resposta no
condição para o exercício da ação penal;
prazo legal, ou se o acusado, citado, não
ou
constituir defensor, o juiz nomeará
III - faltar justa causa para o exercício da defensor para oferecê-la, concedendo-
ação penal. lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.
Parágrafo único. (Revogado). (Parágrafo (Artigo acrescido pela Lei nº 11.719, de
único acrescido pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008, publicada no DOU de
20/6/2008, publicada no DOU de 23/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação)
87
Art. 397. Após o cumprimento do prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
disposto no art. 396-A, e parágrafos, proceder-se-á à tomada de declarações
deste Código, o juiz deverá ABSOLVER do ofendido, à inquirição das
SUMARIAMENTE o acusado quando testemunhas arroladas pela acusação e
verificar: pela defesa, nesta ordem, ressalvado o
disposto no art. 222 deste Código, bem
I - a existência manifesta de causa
como aos esclarecimentos dos peritos,
excludente da ilicitude do fato;

às acareações e ao reconhecimento de
II - a existência manifesta de causa pessoas e coisas, interrogando-se, em
excludente da culpabilidade do agente, seguida, o acusado.
salvo inimputabilidade;
§ 1º As provas serão produzidas numa
III - que o fato narrado evidentemente só audiência, podendo o juiz indeferir as
não constitui crime; ou consideradas irrelevantes, impertinentes
IV - extinta a punibilidade do agente. ou protelatórias. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008,
Art. 398. (Revogado pela Lei nº 11.719, publicada no DOU de 23/6/2008, em
de 20/6/2008, publicada no DOU de vigor 60 dias após a publicação)
publicação) § 2º Os esclarecimentos dos peritos
dependerão de prévio requerimento
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, das partes. (Parágrafo acrescido pela Lei
o juiz designará dia e hora para a nº 11.719, de 20/6/2008, publicada no
audiência, ordenando a intimação do DOU de 23/6/2008, em vigor 60 dias
acusado, de seu defensor, do Ministério após a publicação)
Público e, se for o caso, do querelante e
do assistente. (“Caput” do artigo com Art. 400-A. Na audiência de instrução e
redação dada pela Lei nº 11.719, de julgamento, e, em especial, nas que
20/6/2008, publicada no DOU de apurem crimes contra a dignidade
23/6/2008, em vigor 60 dias após a sexual, todas as partes e demais sujeitos
publicação) processuais presentes no ato deverão
zelar pela integridade física e psicológica
§ 1º O acusado preso será requisitado da vítima, sob pena de responsabilização
para comparecer ao interrogatório, civil, penal e administrativa, cabendo ao
devendo o poder público providenciar juiz garantir o cumprimento do disposto
sua apresentação. neste artigo, vedadas:
§ 2º O juiz que presidiu a instrução I - a manifestação sobre circunstâncias
deverá proferir a sentença. ou elementos alheios aos fatos objeto
Art. 400. Na AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO de apuração nos autos;
E JULGAMENTO, a ser realizada no
88
II - a utilização de linguagem, de Art. 403. Não havendo requerimento de
informações ou de material que diligências, ou sendo indeferido, serão
ofendam a dignidade da vítima ou de oferecidas alegações finais orais por 20
testemunhas. (Artigo acrescido pela Lei (vinte) minutos, respectivamente, pela
nº 14.245, de 22/11/2021) acusação e pela defesa, prorrogáveis por
mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir,
Art. 401. Na instrução poderão ser
sentença. (“Caput” do artigo com
inquiridas até 8 (oito) testemunhas

arroladas pela acusação e 8 (oito) pela
defesa. (“Caput” do artigo com redação
publicação)
vigor 60 dias após a publicação) § 1º Havendo mais de um acusado, o
tempo previsto para a defesa de cada
§ 1º Nesse número não se
um será individual. (Parágrafo acrescido
compreendem as que não prestem
pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008,
compromisso e as referidas. (Parágrafo
único transformado em § 1º com nova
20/6/2008, publicada no DOU de § 2º Ao assistente do Ministério Público,
23/6/2008, em vigor 60 dias após a após a manifestação desse, serão
publicação) concedidos 10 (dez) minutos,
prorrogando-se por igual período o
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição
tempo de manifestação da defesa.
de qualquer das testemunhas arroladas,
ressalvado o disposto no art. 209 deste
Código. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
11.719, de 20/6/2008, publicada no
publicação)
após a publicação) § 3º O juiz poderá, considerada a
complexidade do caso ou o número de
Art. 402. Produzidas as provas, ao final
acusados, conceder às partes o prazo de
da audiência, o Ministério Público, o
5 (cinco) dias sucessivamente para a
querelante e o assistente e, a seguir, o
apresentação de memoriais. Nesse caso,
acusado poderão requerer diligências
terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir
cuja necessidade se origine de
a sentença. (Parágrafo acrescido pela Lei
circunstâncias ou fatos apurados na
instrução. (Artigo com redação dada
pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008,
89
Art. 404. Ordenado diligência 23/6/2008, em vigor 60 dias após a
considerada imprescindível, de ofício ou publicação)
a requerimento da parte, a audiência
§ 2º No caso de registro por meio
será concluída sem as alegações finais.
audiovisual, será encaminhado às partes
cópia do registro original, sem
pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008,
necessidade de transcrição. (Parágrafo

Parágrafo único. Realizada, em seguida, 23/6/2008, em vigor 60 dias após a
a diligência determinada, as partes publicação)
apresentarão, no prazo sucessivo de 5
CAPÍTULO II
(cinco) dias, suas alegações finais, por
memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS
juiz proferirá a sentença. (Parágrafo PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO
único acrescido pela Lei nº 11.719, de TRIBUNAL DO JÚRI
20/6/2008, publicada no DOU de Seção I
publicação) Da Acusação e da Instrução Preliminar
Art. 405. Do ocorrido em audiência será Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia
lavrado termo em livro próprio, assinado ou a queixa, ordenará a citação do
pelo juiz e pelas partes, contendo breve acusado para responder a acusação, por
resumo dos fatos relevantes nela escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
ocorridos. (“Caput” do artigo com (“Caput” do artigo com redação dada
redação dada pela Lei nº 11.719, de pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
20/6/2008, publicada no DOU de publicada no DOU de 10/6/2008, em
23/6/2008, em vigor 60 dias após a vigor 60 dias após a publicação)
publicação) § 1º O prazo previsto no caput deste
§ 1º Sempre que possível, o registro dos artigo será contado a partir do efetivo
depoimentos do investigado, indiciado, cumprimento do mandado ou do
ofendido e testemunhas será feito pelos comparecimento, em juízo, do acusado
meios ou recursos de gravação ou de defensor constituído, no caso de
magnética, estenotipia, digital ou técnica citação inválida ou por edital. (Parágrafo
similar, inclusive audiovisual, destinada a com redação dada pela Lei nº 11.689, de
obter maior fidelidade das informações. 9/6/2008, publicada no DOU de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.719, 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
de 20/6/2008, publicada no DOU de publicação)
90
§ 2º A acusação deverá arrolar com redação dada pela Lei nº 11.689, de
testemunhas, até o máximo de 8 (oito), 9/6/2008, publicada no DOU de
na denúncia ou na queixa. (Parágrafo 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
com redação dada pela Lei nº 11.689, de publicação)
Art. 410. O juiz determinará a inquirição
das testemunhas e a realização das
publicação)
diligências requeridas pelas partes, no

§ 3º Na resposta, o acusado poderá prazo máximo de 10 (dez) dias. (Artigo
argüir preliminares e alegar tudo que com redação dada pela Lei nº 11.689, de
interesse a sua defesa, oferecer 9/6/2008, publicada no DOU de
documentos e justificações, especificar 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
as provas pretendidas e arrolar publicação)
testemunhas, até o máximo de 8 (oito),
Art. 411. Na audiência de instrução,
qualificando-as e requerendo sua
proceder-se-á à tomada de declarações
intimação, quando necessário.
do ofendido, se possível, à inquirição das
testemunhas arroladas pela acusação e
pela defesa, nesta ordem, bem como
aos esclarecimentos dos peritos, às
publicação)
acareações e ao reconhecimento de
Art. 407. As exceções serão processadas pessoas e coisas, interrogando-se, em
em apartado, nos termos dos arts. 95 a seguida, o acusado e procedendo-se o
112 deste Código. (Artigo com redação debate.
§ 1º Os esclarecimentos dos peritos
dependerão de prévio requerimento e
de deferimento pelo juiz. (Parágrafo
Art. 408. Não apresentada a resposta no acrescido pela Lei nº 11.689, de
prazo legal, o juiz nomeará defensor 9/6/2008, publicada no DOU de
para oferecê-la em até 10 (dez) dias, 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
concedendo-lhe vista dos autos. (Artigo publicação)
§ 2º As provas serão produzidas em uma
só audiência, podendo o juiz indeferir as
consideradas irrelevantes, impertinentes
publicação)
ou protelatórias. (Parágrafo acrescido
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
ouvirá o Ministério Público ou o publicada no DOU de 10/6/2008, em
querelante sobre preliminares e vigor 60 dias após a publicação)
documentos, em 5 (cinco) dias. (Artigo
91
§ 3º Encerrada a instrução probatória, de 9/6/2008, publicada no DOU de
observar-se-á, se for o caso, o disposto 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
no art. 384 deste Código. (Parágrafo publicação)
§ 8º A testemunha que comparecer será
inquirida, independentemente da
suspensão da audiência, observada em
publicação)
qualquer caso a ordem estabelecida no

§ 4º As alegações serão orais, caput deste artigo. (Parágrafo acrescido
concedendo-se a palavra, pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
respectivamente, à acusação e à defesa, publicada no DOU de 10/6/2008, em
pelo prazo de 20 (vinte) minutos, vigor 60 dias após a publicação)
prorrogáveis por mais 10 (dez).
§ 9º Encerrados os debates, o juiz
proferirá a sua decisão, ou o fará em 10
(dez) dias, ordenando que os autos para
isso lhe sejam conclusos. (Parágrafo
publicação)
§ 5º Havendo mais de 1 (um) acusado, o 9/6/2008, publicada no DOU de
tempo previsto para a acusação e a 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
defesa de cada um deles será individual. publicação)
Art. 412. O procedimento será concluído
no prazo máximo de 90 (noventa) dias.
publicação)
§ 6º Ao assistente do Ministério Público, de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
após a manifestação deste, serão publicação)
concedidos 10 (dez) minutos,
tempo de manifestação da defesa. Seção II
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689, Da Pronúncia, da Impronúncia e da
de 9/6/2008, publicada no DOU de Absolvição Sumária
publicação) Art. 413. O juiz, fundamentadamente,
pronunciará o acusado, se convencido
§ 7º Nenhum ato será adiado, salvo da materialidade do fato e da existência
quando imprescindível à prova faltante, de indícios suficientes de autoria ou de
determinando o juiz a condução participação. (“Caput” do artigo com
coercitiva de quem deva comparecer. redação dada pela Lei nº 11.689, de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689, 9/6/2008, publicada no DOU de
92
10/6/2008, em vigor 60 dias após a de indícios suficientes de autoria ou de
publicação) participação, o juiz,
fundamentadamente, impronunciará o
§ 1º A fundamentação da pronúncia
acusado. (“Caput” do artigo com
limitar-se-á à indicação da materialidade
do fato e da existência de indícios
suficientes de autoria ou de participação,
devendo o juiz declarar o dispositivo

publicação)
legal em que julgar incurso o acusado e
especificar as circunstâncias Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a
qualificadoras e as causas de aumento extinção da punibilidade, poderá ser
de pena. (Parágrafo único transformado formulada nova denúncia ou queixa se
em § 1º e com redação dada pela Lei nº houver prova nova. (Parágrafo único
11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU acrescido pela Lei nº 11.689, de
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a 9/6/2008, publicada no DOU de
publicação) 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação)
§ 2º Se o crime for afiançável, o juiz
arbitrará o valor da fiança para a Art. 415. O juiz, fundamentadamente,
concessão ou manutenção da liberdade ABSOLVERÁ DESDE LOGO o acusado,
provisória. (Parágrafo acrescido pela Lei quando:
I - provada a inexistência do fato;
após a publicação) II - provado não ser ele autor ou
partícipe do fato;
§ 3º O juiz decidirá, motivadamente, no
caso de manutenção, revogação ou III - o fato não constituir infração penal;
substituição da prisão ou medida IV - demonstrada causa de isenção de
restritiva de liberdade anteriormente pena ou de exclusão do crime.
decretada e, tratando-se de acusado
solto, sobre a necessidade da Parágrafo único. Não se aplica o disposto
decretação da prisão ou imposição de no inciso IV do caput deste artigo ao
quaisquer das medidas previstas no caso de inimputabilidade prevista no
Título IX do Livro I deste Código. caput do art. 26 do Decreto-Lei nº 2.848,
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689, de 7 de dezembro de 1940 - Código
de 9/6/2008, publicada no DOU de Penal, salvo quando esta for a única tese
10/6/2008, em vigor 60 dias após a defensiva. (Primitivo § 1º transformado
publicação) em parágrafo único e com redação dada
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
Art. 414. Não se convencendo da publicada no DOU de 10/6/2008, em
materialidade do fato ou da existência vigor 60 dias após a publicação)
93
Art. 416. Contra a sentença de ficará o acusado preso. (Parágrafo único
impronúncia ou de absolvição sumária acrescido pela Lei nº 11.689, de
caberá apelação. (Artigo com redação 9/6/2008, publicada no DOU de
dada pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicada no DOU de 10/6/2008, em publicação)
Art. 420. A intimação da decisão de
Art. 417. Se houver indícios de autoria pronúncia será feita: (“Caput” do artigo

ou de participação de outras pessoas com redação dada pela Lei nº 11.689, de
não incluídas na acusação, o juiz, ao 9/6/2008, publicada no DOU de
pronunciar ou impronunciar o acusado, 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
determinará o retorno dos autos ao publicação)
Ministério Público, por 15 (quinze) dias,
I - pessoalmente ao acusado, ao
aplicável, no que couber, o art. 80 deste
defensor nomeado e ao Ministério
Código. (Artigo com redação dada pela
Público; (Inciso acrescido pela Lei nº
publicação)
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato
II - ao defensor constituído, ao
definição jurídica diversa da constante da
querelante e ao assistente do Ministério
acusação, embora o acusado fique
Público, na forma do disposto no § 1º do
sujeito a pena mais grave. (Artigo com
art. 370 deste Código. (Inciso acrescido
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
publicação)
Parágrafo único. Será intimado por edital
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em
o acusado solto que não for encontrado.
discordância com a acusação, da
existência de crime diverso dos referidos
no § 1º do art. 74 deste Código e não for
competente para o julgamento,
publicação)
remeterá os autos ao juiz que o seja.
(“Caput” do artigo com redação dada Art. 421. Preclusa a decisão de
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, pronúncia, os autos serão
publicada no DOU de 10/6/2008, em encaminhados ao juiz presidente do
vigor 60 dias após a publicação) Tribunal do Júri. (“Caput” do artigo com
Parágrafo único. Remetidos os autos do
processo a outro juiz, à disposição deste
94
10/6/2008, em vigor 60 dias após a Art. 423. Deliberando sobre os
publicação) requerimentos de provas a serem
produzidas ou exibidas no plenário do
§ 1º Ainda que preclusa a decisão de
júri, e adotadas as providências devidas,
pronúncia, havendo circunstância
o juiz presidente: (“Caput” do artigo com
superveniente que altere a classificação
do crime, o juiz ordenará a remessa dos
autos ao Ministério Público. (Parágrafo

único transformado em § 1º e com
publicação)
9/6/2008, publicada no DOU de I - ordenará as diligências necessárias
10/6/2008, em vigor 60 dias após a para sanar qualquer nulidade ou
publicação) esclarecer fato que interesse ao
julgamento da causa; (Inciso acrescido
§ 2º Em seguida, os autos serão
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
conclusos ao juiz para decisão.
10/6/2008, em vigor 60 dias após a II - fará relatório sucinto do processo,
publicação) determinando sua inclusão em pauta da
reunião do Tribunal do Júri. (Inciso
Seção III
Da Preparação do Processo para 9/6/2008, publicada no DOU de
Julgamento em Plenário 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
Art. 422. Ao receber os autos, o publicação)
presidente do Tribunal do Júri Art. 424. Quando a lei local de
determinará a intimação do órgão do organização judiciária não atribuir ao
Ministério Público ou do querelante, no presidente do Tribunal do Júri o preparo
caso de queixa, e do defensor, para, no para julgamento, o juiz competente
prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol remeter-lhe-á os autos do processo
de testemunhas que irão depor em preparado até 5 (cinco) dias antes do
plenário, até o máximo de 5 (cinco), sorteio a que se refere o art. 433 deste
oportunidade em que poderão juntar Código.
documentos e requerer diligência.
Parágrafo único. Deverão ser remetidos,
também, os processos preparados até o
encerramento da reunião, para a
realização de julgamento. (Artigo com
publicação)
95
10/6/2008, em vigor 60 dias após a jurado. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
publicação) 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU
Seção IV
publicação)
Do Alistamento dos Jurados
Art. 426. A lista geral dos jurados, com
Art. 425. Anualmente, serão alistados indicação das respectivas profissões, será
pelo presidente do Tribunal do Júri de publicada pela imprensa até o dia 10 de

800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e outubro de cada ano e divulgada em
quinhentos) jurados nas comarcas de editais afixados à porta do Tribunal do
mais de 1.000.000 (um milhão) de Júri. (“Caput” do artigo com redação
habitantes, de 300 (trezentos) a 700 dada pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
(setecentos) nas comarcas de mais de publicada no DOU de 10/6/2008, em
100.000 (cem mil) habitantes e de 80 vigor 60 dias após a publicação)
(oitenta) a 400 (quatrocentos) nas
§ 1º A lista poderá ser alterada, de ofício
comarcas de menor população.
ou mediante reclamação de qualquer
do povo ao juiz presidente até o dia 10
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
de novembro, data de sua publicação
definitiva. (Parágrafo acrescido pela Lei
§ 1º Nas comarcas onde for necessário, DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias
poderá ser aumentado o número de após a publicação)
jurados e, ainda, organizada lista de
§ 2º Juntamente com a lista, serão
suplentes, depositadas as cédulas em
transcritos os arts. 436 a 446 deste
urna especial, com as cautelas
Código.
mencionadas na parte final do § 3º do
art. 426 deste Código. (Parágrafo único § 3º Os nomes e endereços dos
transformado em § 1º e com redação alistados, em cartões iguais, após serem
dada pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, verificados na presença do Ministério
publicada no DOU de 10/6/2008, em Público, de advogado indicado pela
vigor 60 dias após a publicação) Seção local da Ordem dos Advogados do
Brasil e de defensor indicado pelas
§ 2º O juiz presidente requisitará às
Defensorias Públicas competentes,
autoridades locais, associações de classe
permanecerão guardados em urna
e de bairro, entidades associativas e
fechada a chave, sob a responsabilidade
culturais, instituições de ensino em geral,
do juiz presidente. (Parágrafo acrescido
universidades, sindicatos, repartições
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
públicas e outros núcleos comunitários a
indicação de pessoas que reúnam as
condições para exercer a função de
96
§ 4º O jurado que tiver integrado o § 2º Sendo relevantes os motivos
Conselho de Sentença nos 12 (doze) alegados, o relator poderá determinar,
meses que antecederem à publicação fundamentadamente, a suspensão do
da lista geral fica dela excluído. (Parágrafo julgamento pelo júri. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 11.689, de acrescido pela Lei nº 11.689, de
9/6/2008, publicada no DOU de 9/6/2008, publicada no DOU de
10/6/2008, em vigor 60 dias após a 10/6/2008, em vigor 60 dias após a

§ 5º Anualmente, a lista geral de jurados § 3º Será ouvido o juiz presidente,

será, obrigatoriamente, completada. quando a medida não tiver sido por ele
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689, solicitada. (Parágrafo acrescido pela Lei
de 9/6/2008, publicada no DOU de nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no
10/6/2008, em vigor 60 dias após a DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias
publicação) após a publicação)
Seção V § 4º Na pendência de recurso contra a

decisão de pronúncia ou quando
Do Desaforamento
efetivado o julgamento, não se admitirá
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o pedido de desaforamento, salvo, nesta
o reclamar ou houver dúvida sobre a última hipótese, quanto a fato ocorrido
imparcialidade do júri ou a segurança durante ou após a realização de
pessoal do acusado, o Tribunal, a julgamento anulado. (Parágrafo
requerimento do Ministério Público, do acrescido pela Lei nº 11.689, de
assistente, do querelante ou do acusado 9/6/2008, publicada no DOU de
ou mediante representação do juiz 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
competente, poderá determinar o publicação)
desaforamento do julgamento para
Art. 428. O desaforamento também
outra comarca da mesma região, onde
poderá ser determinado, em razão do
não existam aqueles motivos,
comprovado excesso de serviço, ouvidos
preferindo-se as mais próximas.
o juiz presidente e a parte contrária, se o
§ 1º O pedido de desaforamento será julgamento não puder ser realizado no
distribuído imediatamente e terá prazo de 6 (seis) meses, contado do
preferência de julgamento na Câmara trânsito em julgado da decisão de
ou Turma competente. (Parágrafo único pronúncia. (“Caput” do artigo com
transformado em § 1º e com redação redação dada pela Lei nº 11.689, de
dada pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, 9/6/2008, publicada no DOU de
publicada no DOU de 10/6/2008, em 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
vigor 60 dias após a publicação) publicação)
97
§ 1º Para a contagem do prazo referido II - dentre os acusados presos, aqueles
neste artigo, não se computará o tempo que estiverem há mais tempo na prisão;
de adiamentos, diligências ou incidentes (Inciso acrescido pela Lei nº 11.689, de
de interesse da defesa. (Parágrafo 9/6/2008, publicada no DOU de
acrescido pela Lei nº 11.689, de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
III - em igualdade de condições, os

publicação)
precedentemente pronunciados. (Inciso
§ 2º Não havendo excesso de serviço ou acrescido pela Lei nº 11.689, de
existência de processos aguardando 9/6/2008, publicada no DOU de
julgamento em quantidade que 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
ultrapasse a possibilidade de apreciação publicação)
pelo Tribunal do Júri, nas reuniões
§ 1º Antes do dia designado para o
periódicas previstas para o exercício, o
primeiro julgamento da reunião
acusado poderá requerer ao Tribunal
periódica, será afixada na porta do
que determine a imediata realização do
edifício do Tribunal do Júri a lista dos
julgamento. (Parágrafo acrescido pela Lei
processos a serem julgados, obedecida a
ordem prevista no caput deste artigo.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº
publicação)
§ 2º O juiz presidente reservará datas na

Seção VI
mesma reunião periódica para a
Da Organização da Pauta inclusão de processo que tiver o
Art. 429. Salvo motivo relevante que julgamento adiado. (Parágrafo com
autorize alteração na ordem dos redação dada pela Lei nº 11.689, de
julgamentos, terão preferência: (“Caput” 9/6/2008, publicada no DOU de
do artigo com redação dada pela Lei nº 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU publicação)
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a Art. 430. O assistente somente será
publicação) admitido se tiver requerido sua
I - os acusados presos; (Inciso acrescido habilitação até 5 (cinco) dias antes da
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, data da sessão na qual pretenda atuar.
publicada no DOU de 10/6/2008, em (Artigo com redação dada pela Lei nº
vigor 60 dias após a publicação) 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU
98
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
Art. 431. Estando o processo em ordem, § 1º O sorteio será realizado entre o 15º
o juiz presidente mandará intimar as (décimo quinto) e o 10º (décimo) dia útil
partes, o ofendido, se for possível, as antecedente à instalação da reunião.
testemunhas e os peritos, quando (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689,
houver requerimento, para a sessão de de 9/6/2008, publicada no DOU de

instrução e julgamento, observando, no 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
que couber, o disposto no art. 420 deste publicação)
Código. (Artigo com redação dada pela
§ 2º A audiência de sorteio não será
adiada pelo não comparecimento das
partes. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
publicação)
Seção VII
§ 3º O jurado não sorteado poderá ter o
Do Sorteio e da Convocação dos Jurados
seu nome novamente incluído para as
Art. 432. Em seguida à organização da reuniões futuras. (Parágrafo acrescido
pauta, o juiz presidente determinará a pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
intimação do Ministério Público, da publicada no DOU de 10/6/2008, em
Ordem dos Advogados do Brasil e da vigor 60 dias após a publicação)
Defensoria Pública para
Art. 434. Os jurados sorteados serão
acompanharem, em dia e hora
convocados pelo correio ou por
designados, o sorteio dos jurados que
qualquer outro meio hábil para
atuarão na reunião periódica. (Artigo
comparecer no dia e hora designados
para a reunião, sob as penas da lei.
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
publicação)
Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, vigor 60 dias após a publicação)
far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe
Parágrafo único. No mesmo expediente
retirar as cédulas até completar o
de convocação serão transcritos os arts.
número de 25 (vinte e cinco) jurados,
436 a 446 deste Código. (Parágrafo único
para a reunião periódica ou
extraordinária. (“Caput” do artigo com
publicação)
99
Art. 435. Serão afixados na porta do 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
edifício do Tribunal do Júri a relação dos publicação)
jurados convocados, os nomes do
Art. 437. Estão isentos do serviço do júri:
acusado e dos procuradores das partes,
além do dia, hora e local das sessões de
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
instrução e julgamento. (Artigo com

10/6/2008, em vigor 60 dias após a I - o Presidente da República e os
publicação) Ministros de Estado; (Inciso acrescido
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
Seção VIII
Da Função do Jurado vigor 60 dias após a publicação)
Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. II - os Governadores e seus respectivos

O alistamento compreenderá os Secretários; (Inciso acrescido pela Lei nº
cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU
de notória idoneidade. (“Caput” do de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
artigo com redação dada pela Lei nº publicação)
III - os membros do Congresso Nacional,
das Assembléias Legislativas e das
publicação)
Câmaras Distrital e Municipais; (Inciso
§ 1º Nenhum cidadão poderá ser acrescido pela Lei nº 11.689, de
excluído dos trabalhos do júri ou deixar 9/6/2008, publicada no DOU de
de ser alistado em razão de cor ou etnia, 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
raça, credo, sexo, profissão, classe social publicação)
ou econômica, origem ou grau de
IV - os Prefeitos Municipais; (Inciso
instrução. (Parágrafo único
publicação)
V - os Magistrados e membros do
§ 2º A recusa injustificada ao serviço do
Ministério Público e da Defensoria
júri acarretará multa no valor de 1 (um) a
Pública; (Inciso acrescido pela Lei nº
10 (dez) salários mínimos, a critério do
juiz, de acordo com a condição
econômica do jurado. (Parágrafo
publicação)
100
VI - os servidores do Poder Judiciário, do publicada no DOU de 10/6/2008, em
Ministério Público e da Defensoria vigor 60 dias após a publicação)
Pública; (Inciso acrescido pela Lei nº
§ 1º Entende-se por serviço alternativo o
exercício de atividades de caráter
administrativo, assistencial, filantrópico
publicação)
ou mesmo produtivo, no Poder
VII - as autoridades e os servidores da Judiciário, na Defensoria Pública, no

polícia e da segurança pública; (Inciso Ministério Público ou em entidade
acrescido pela Lei nº 11.689, de conveniada para esses fins. (Parágrafo
9/6/2008, publicada no DOU de acrescido pela Lei nº 11.689, de
10/6/2008, em vigor 60 dias após a 9/6/2008, publicada no DOU de
publicação)
VIII - os militares em serviço ativo; (Inciso
acrescido pela Lei nº 11.689, de § 2º O juiz fixará o serviço alternativo
9/6/2008, publicada no DOU de atendendo aos princípios da
10/6/2008, em vigor 60 dias após a proporcionalidade e da razoabilidade.
publicação) (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689,
IX - os cidadãos maiores de 70 (setenta)
anos que requeiram sua dispensa;
publicação)
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.689, de
9/6/2008, publicada no DOU de Art. 439. O exercício efetivo da função de
10/6/2008, em vigor 60 dias após a jurado constituirá serviço público
publicação) relevante e estabelecerá presunção de
idoneidade moral. (Artigo com redação
X - aqueles que o requererem,
demonstrando justo impedimento.
10/6/2008, em vigor 60 dias após a Art. 440. Constitui também direito do
publicação) jurado, na condição do art. 439 deste
Código, preferência, em igualdade de
Art. 438. A recusa ao serviço do júri
condições, nas licitações públicas e no
fundada em convicção religiosa,
provimento, mediante concurso, de
filosófica ou política importará no dever
cargo ou função pública, bem como nos
de prestar serviço alternativo, sob pena
casos de promoção funcional ou
de suspensão dos direitos políticos,
remoção voluntária. (Artigo com
enquanto não prestar o serviço imposto.
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
101
10/6/2008, em vigor 60 dias após a Art. 445. O jurado, no exercício da
publicação) função ou a pretexto de exercê-la, será
responsável criminalmente nos mesmos
Art. 441. Nenhum desconto será feito
termos em que o são os juízes togados.
nos vencimentos ou salário do jurado
sorteado que comparecer à sessão do
júri. (Artigo com redação dada pela Lei

publicação)
após a publicação) Art. 446. Aos suplentes, quando
convocados, serão aplicáveis os
Art. 442. Ao jurado que, sem causa
dispositivos referentes às dispensas,
legítima, deixar de comparecer no dia
faltas e escusas e à equiparação de
marcado para a sessão ou retirar-se
responsabilidade penal prevista no art.
antes de ser dispensado pelo presidente
445 deste Código. (Artigo com redação
será aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez)
salários mínimos, a critério do juiz, de
acordo com a sua condição econômica.
11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU Seção IX
Da Composição do Tribunal do Júri e da
publicação)
Formação do Conselho de Sentença
Art. 443. Somente será aceita escusa
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto
fundada em motivo relevante
por 1 (um) juiz togado, seu presidente e
devidamente comprovado e
por 25 (vinte e cinco) jurados que serão
apresentada, ressalvadas as hipóteses
sorteados dentre os alistados, 7 (sete)
de força maior, até o momento da
dos quais constituirão o Conselho de
chamada dos jurados. (Artigo com
Sentença em cada sessão de
julgamento. (Artigo com redação dada
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
publicação)
Art. 444. O jurado somente será
Art. 448. São impedidos de servir no
dispensado por decisão motivada do juiz
mesmo Conselho: (“Caput” do artigo
presidente, consignada na ata dos
trabalhos. (Artigo com redação dada
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
publicação)
102
I - marido e mulher; (Inciso acrescido § 2º Aplicar-se-á aos jurados o disposto
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, sobre os impedimentos, a suspeição e as
publicada no DOU de 10/6/2008, em incompatibilidades dos juízes togados.
vigor 60 dias após a publicação) (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689,
II - ascendente e descendente; (Inciso
publicação)

10/6/2008, em vigor 60 dias após a Art. 449. Não poderá servir o jurado que:
publicação) (“Caput” do artigo com redação dada
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
III - sogro e genro ou nora; (Inciso
10/6/2008, em vigor 60 dias após a I - tiver funcionado em julgamento
publicação) anterior do mesmo processo,
independentemente da causa
IV - irmãos e cunhados, durante o
determinante do julgamento posterior;
cunhadio; (Inciso acrescido pela Lei nº
publicação)
publicação)
V - tio e sobrinho; (Inciso acrescido pela
II - no caso do concurso de pessoas,
houver integrado o Conselho de
Sentença que julgou o outro acusado;
VI - padrasto, madrasta ou enteado. 9/6/2008, publicada no DOU de
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.689, de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
III - tiver manifestado prévia disposição
publicação)
para condenar ou absolver o acusado.
§ 1º O mesmo impedimento ocorrerá (Inciso acrescido pela Lei nº 11.689, de
em relação às pessoas que mantenham 9/6/2008, publicada no DOU de
união estável reconhecida como 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
entidade familiar. (Parágrafo único publicação)
Art. 450. Dos impedidos entre si por
parentesco ou relação de convivência,
servirá o que houver sido sorteado em
primeiro lugar. (Artigo com redação
103
dada pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, dispensa de jurados e o pedido de
publicada no DOU de 10/6/2008, em adiamento de julgamento, mandando
vigor 60 dias após a publicação) consignar em ata as deliberações. (Artigo
Art. 451. Os jurados excluídos por
impedimento, suspeição ou
incompatibilidade serão considerados
publicação)
para a constituição do número legal

exigível para a realização da sessão. Art. 455. Se o Ministério Público não
(Artigo com redação dada pela Lei nº comparecer, o juiz presidente adiará o
11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU julgamento para o primeiro dia
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a desimpedido da mesma reunião,
publicação) cientificadas as partes e as testemunhas.
Art. 452. O mesmo Conselho de
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
Sentença poderá conhecer de mais de
um processo, no mesmo dia, se as
partes o aceitarem, hipótese em que
seus integrantes deverão prestar novo Parágrafo único. Se a ausência não for
compromisso. (Artigo com redação justificada, o fato será imediatamente
dada pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, comunicado ao Procurador-Geral de
publicada no DOU de 10/6/2008, em Justiça com a data designada para a
vigor 60 dias após a publicação) nova sessão. (Primitivo § 1º
transformado em parágrafo único e com
Seção X 9/6/2008, publicada no DOU de
Da reunião e das sessões do Tribunal do 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
Júri publicação)
Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima,
para as sessões de instrução e for do advogado do acusado, e se outro
julgamento nos períodos e na forma não for por este constituído, o fato será
estabelecida pela lei local de organização imediatamente comunicado ao
judiciária. (Artigo com redação dada pela presidente da seccional da Ordem dos
Lei nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no Advogados do Brasil, com a data
DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias designada para a nova sessão. (“Caput”
após a publicação) do artigo com redação dada pela Lei nº
Art. 454. Até o momento de abertura de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
dos trabalhos da sessão, o juiz publicação)
presidente decidirá os casos de isenção e
104
§ 1º Não havendo escusa legítima, o (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689,
julgamento será adiado somente uma de 9/6/2008, publicada no DOU de
vez, devendo o acusado ser julgado 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
quando chamado novamente. publicação)
Art. 458. Se a testemunha, sem justa
causa, deixar de comparecer, o juiz
presidente, sem prejuízo da ação penal

publicação)
pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o prevista no § 2º do art. 436 deste
juiz intimará a Defensoria Pública para o Código. (Artigo com redação dada pela
novo julgamento, que será adiado para Lei nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no
o primeiro dia desimpedido, observado DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias
o prazo mínimo de 10 (dez) dias. após a publicação)
Art. 457. O julgamento não será adiado Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a
pelo não comparecimento do acusado serviço do Tribunal do Júri o disposto no
solto, do assistente ou do advogado do art. 441 deste Código. (Artigo com
querelante, que tiver sido regularmente redação dada pela Lei nº 11.689, de
intimado. (“Caput” do artigo com 9/6/2008, publicada no DOU de
redação dada pela Lei nº 11.689, de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
Art. 460. Antes de constituído o
publicação)
Conselho de Sentença, as testemunhas
§ 1º Os pedidos de adiamento e as serão recolhidas a lugar onde umas não
justificações de não comparecimento possam ouvir os depoimentos das
deverão ser, salvo comprovado motivo outras. (Artigo com redação dada pela
de força maior, previamente submetidos Lei nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no
à apreciação do juiz presidente do DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias
Tribunal do Júri. (Parágrafo acrescido após a publicação)
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
Art. 461. O julgamento não será adiado
se a testemunha deixar de comparecer,
salvo se uma das partes tiver requerido a
§ 2º Se o acusado preso não for sua intimação por mandado, na
conduzido, o julgamento será adiado oportunidade de que trata o art. 422
para o primeiro dia desimpedido da deste Código, declarando não prescindir
mesma reunião, salvo se houver pedido do depoimento e indicando a sua
de dispensa de comparecimento localização. (“Caput” do artigo com
subscrito por ele e seu defensor. redação dada pela Lei nº 11.689, de
105
9/6/2008, publicada no DOU de 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU
10/6/2008, em vigor 60 dias após a de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
§ 1º Se, intimada, a testemunha não § 1º O oficial de justiça fará o pregão,

comparecer, o juiz presidente certificando a diligência nos autos.
suspenderá os trabalhos e mandará (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689,
conduzi-la ou adiará o julgamento para o de 9/6/2008, publicada no DOU de

primeiro dia desimpedido, ordenando a 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
sua condução. (Parágrafo único publicação)
§2º Os jurados excluídos por
impedimento ou suspeição serão
computados para a constituição do
número legal.
§ 2º O julgamento será realizado mesmo
Art. 464. Não havendo o número
na hipótese de a testemunha não ser
referido no art. 463 deste Código,
encontrada no local indicado, se assim
proceder-se-á ao sorteio de tantos
for certificado por oficial de justiça.
suplentes quantos necessários, e
designar-se-á nova data para a sessão do
júri. (Artigo com redação dada pela Lei
publicação)
Art. 462. Realizadas as diligências após a publicação)
referidas nos arts. 454 a 461 deste
Art. 465. Os nomes dos suplentes serão
Código, o juiz presidente verificará se a
consignados em ata, remetendo-se o
urna contém as cédulas dos 25 (vinte e
expediente de convocação, com
cinco) jurados sorteados, mandando
observância do disposto nos arts. 434 e
que o escrivão proceda à chamada
435 deste Código. (Artigo com redação
deles. (Artigo com redação dada pela Lei
Art. 466. Antes do sorteio dos membros
Art. 463. Comparecendo, pelo menos,
do Conselho de Sentença, o juiz
15 (quinze) jurados, o juiz presidente
presidente esclarecerá sobre os
declarará instalados os trabalhos,
impedimentos, a suspeição e as
anunciando o processo que será
incompatibilidades constantes dos arts.
submetido a julgamento. (“Caput” do
448 e 449 deste Código. (“Caput” do
106
11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU cada parte, sem motivar a recusa.
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a (“Caput” do artigo com redação dada
publicação) pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
§ 1º O juiz presidente também advertirá
os jurados de que, uma vez sorteados,
não poderão comunicar-se entre si e Parágrafo único. O jurado recusado
com outrem, nem manifestar sua imotivadamente por qualquer das

opinião sobre o processo, sob pena de partes será excluído daquela sessão de
exclusão do Conselho e multa, na forma instrução e julgamento, prosseguindo-se
do § 2º do art. 436 deste Código. o sorteio para a composição do
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 263, de Conselho de Sentença com os jurados
23/2/1948, e com redação dada pela Lei remanescentes. (Parágrafo único
nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no acrescido pela Lei nº 11.689, de
DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias 9/6/2008, publicada no DOU de
após a publicação) 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação)
§ 2º A incomunicabilidade será
certificada nos autos pelo oficial de Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os
justiça. (Primitivo parágrafo único acusados, as recusas poderão ser feitas
transformado em § 2º pela Lei nº 263, por um só defensor. (“Caput” do artigo
de 23/2/1948, e com redação dada pela com redação dada pela Lei nº 11.689, de
Lei nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no 9/6/2008, publicada no DOU de
DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
após a publicação) publicação)
Art. 467. Verificando que se encontram § 1º A separação dos julgamentos

na urna as cédulas relativas aos jurados somente ocorrerá se, em razão das
presentes, o juiz presidente sorteará 7 recusas, não for obtido o número
(sete) dentre eles para a formação do mínimo de 7 (sete) jurados para compor
Conselho de Sentença. (Artigo com o Conselho de Sentença. (Parágrafo
redação dada pela Lei nº 11.689, de acrescido pela Lei nº 11.689, de
9/6/2008, publicada no DOU de 9/6/2008, publicada no DOU de
10/6/2008, em vigor 60 dias após a 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
Art. 468. À medida que as cédulas forem § 2º Determinada a separação dos

sendo retiradas da urna, o juiz julgamentos, será julgado em primeiro
presidente as lerá, e a defesa e, depois lugar o acusado a quem foi atribuída a
dela, o Ministério Público poderão autoria do fato ou, em caso de co-
recusar os jurados sorteados, até 3 (três) autoria, aplicar-se-á o critério de
107
preferência disposto no art. 429 deste vossa consciência e os ditames da
Código. (Parágrafo acrescido pela Lei nº justiça.
Os jurados, nominalmente chamados
pelo presidente, responderão:
publicação)
Assim o prometo. (“Caput” do artigo
Art. 470. Desacolhida a argüição de
impedimento, de suspeição ou de

incompatibilidade contra o juiz
presidente do Tribunal do Júri, órgão do
publicação)
Ministério Público, jurado ou qualquer
funcionário, o julgamento não será Parágrafo único. O jurado, em seguida,
suspenso, devendo, entretanto, constar receberá cópias da pronúncia ou, se for
da ata o seu fundamento e a decisão. o caso, das decisões posteriores que
(Artigo com redação dada pela Lei nº julgaram admissível a acusação e do
11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU relatório do processo. (Parágrafo único
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a acrescido pela Lei nº 11.689, de
publicação) 9/6/2008, publicada no DOU de
Art. 471. Se, em consequência do
publicação)
impedimento, suspeição,
incompatibilidade, dispensa ou recusa,
não houver número para a formação do Seção XI
Conselho, o julgamento será adiado para
o primeiro dia desimpedido, após Da Instrução em Plenário
sorteados os suplentes, com Art. 473. Prestado o compromisso pelos
observância do disposto no art. 464 jurados, será iniciada a instrução plenária
deste Código. (Artigo com redação dada quando o juiz presidente, o Ministério
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, Público, o assistente, o querelante e o
publicada no DOU de 10/6/2008, em defensor do acusado tomarão, sucessiva
vigor 60 dias após a publicação) e diretamente, as declarações do
Art. 472. Formado o Conselho de ofendido, se possível, e inquirirão as
Sentença, o presidente, levantando-se, testemunhas arroladas pela acusação.
e, com ele, todos os presentes, fará aos (“Caput” do artigo com redação dada
jurados a seguinte exortação: pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
Em nome da lei, concito-vos a examinar vigor 60 dias após a publicação)
esta causa com imparcialidade e a
proferir a vossa decisão de acordo com a § 1º Para a inquirição das testemunhas
arroladas pela defesa, o defensor do
108
acusado formulará as perguntas antes poderão formular, diretamente,
do Ministério Público e do assistente, perguntas ao acusado. (Parágrafo com
mantidos no mais a ordem e os critérios redação dada pela Lei nº 11.689, de
estabelecidos neste artigo. (Parágrafo 9/6/2008, publicada no DOU de
acrescido pela Lei nº 11.689, de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
§ 2º Os jurados formularão perguntas

publicação)
por intermédio do juiz presidente.
§ 2º Os jurados poderão formular (Parágrafo com redação dada pela Lei nº
perguntas ao ofendido e às 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU
testemunhas, por intermédio do juiz de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
presidente. (Parágrafo acrescido pela Lei publicação)
§ 3º Não se permitirá o uso de algemas
no acusado durante o período em que
permanecer no plenário do júri, salvo se
§ 3º As partes e os jurados poderão absolutamente necessário à ordem dos
requerer acareações, reconhecimento trabalhos, à segurança das testemunhas
de pessoas e coisas e esclarecimento ou à garantia da integridade física dos
dos peritos, bem como a leitura de presentes. (Parágrafo acrescido pela Lei
peças que se refiram, exclusivamente, às nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no
provas colhidas por carta precatória e às DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias
provas cautelares, antecipadas ou não após a publicação)
repetíveis. (Parágrafo acrescido pela Lei
Art. 474-A. Durante a instrução em
plenário, todas as partes e demais
sujeitos processuais presentes no ato
deverão respeitar a dignidade da vítima,
Art. 474. A seguir será o acusado sob pena de responsabilização civil,
interrogado, se estiver presente, na penal e administrativa, cabendo ao juiz
forma estabelecida no Capítulo III do presidente garantir o cumprimento do
Título VII do Livro I deste Código, com as disposto neste artigo, vedadas:
alterações introduzidas nesta Seção.
I - a manifestação sobre circunstâncias
ou elementos alheios aos fatos objeto
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
de apuração nos autos;
vigor 60 dias após a publicação) II - a utilização de linguagem, de
informações ou de material que
§ 1º O Ministério Público, o assistente, o
ofendam a dignidade da vítima ou de
querelante e o defensor, nessa ordem,
109
testemunhas. (Artigo acrescido pela Lei publicada no DOU de 10/6/2008, em
nº 14.245, de 22/11/2021) vigor 60 dias após a publicação)
Art. 475. O registro dos depoimentos e § 2º Tratando-se de ação penal de

do interrogatório será feito pelos meios iniciativa privada, falará em primeiro
ou recursos de gravação magnética, lugar o querelante e, em seguida, o
eletrônica, estenotipia ou técnica similar, Ministério Público, salvo se este houver
destinada a obter maior fidelidade e retomado a titularidade da ação, na

celeridade na colheita da prova. forma do art. 29 deste Código.
(“Caput” do artigo com redação dada (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689,
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, de 9/6/2008, publicada no DOU de
publicada no DOU de 10/6/2008, em 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
vigor 60 dias após a publicação) publicação)
Parágrafo único. A transcrição do § 3º Finda a acusação, terá a palavra a

registro, após feita a degravação, defesa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
constará dos autos. (Parágrafo único 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU
acrescido pela Lei nº 11.689, de de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
§ 4º A acusação poderá replicar e a
publicação)
defesa treplicar, sendo admitida a
Seção XII reinquirição de testemunha já ouvida
em plenário. (Parágrafo acrescido pela
Dos Debates
Art. 476. Encerrada a instrução, será DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias
concedida a palavra ao Ministério após a publicação)
Público, que fará a acusação, nos limites
Art. 477. O tempo destinado à acusação
da pronúncia ou das decisões
e à defesa será de uma hora e meia para
posteriores que julgaram admissível a
cada, e de uma hora para a réplica e
acusação, sustentando, se for o caso, a
outro tanto para a tréplica. (“Caput” do
existência de circunstância agravante.
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
publicação)
§ 1º Havendo mais de um acusador ou
§ 1º O assistente falará depois do
mais de um defensor, combinarão entre
Ministério Público. (Parágrafo único
si a distribuição do tempo, que, na falta
de acordo, será dividido pelo juiz
presidente, de forma a não exceder o
110
determinado neste artigo. (Parágrafo 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
acrescido pela Lei nº 11.689, de publicação)
Art. 479. Durante o julgamento não será
permitida a leitura de documento ou a
publicação)
exibição de objeto que não tiver sido
§ 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o juntado aos autos com a antecedência
tempo para a acusação e a defesa será mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se

acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao ciência à outra parte. (“Caput” do artigo
dobro o da réplica e da tréplica, com redação dada pela Lei nº 11.689, de
observado o disposto no § 1º deste 9/6/2008, publicada no DOU de
artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU publicação)
Parágrafo único. Compreende-se na
publicação)
proibição deste artigo a leitura de jornais
Art. 478. Durante os debates as partes ou qualquer outro escrito, bem como a
não poderão, sob pena de nulidade, exibição de vídeos, gravações,
fazer referências: (“Caput” do artigo com fotografias, laudos, quadros, croqui ou
redação dada pela Lei nº 11.689, de qualquer outro meio assemelhado, cujo
9/6/2008, publicada no DOU de conteúdo versar sobre a matéria de fato
10/6/2008, em vigor 60 dias após a submetida à apreciação e julgamento
publicação) dos jurados. (Parágrafo único acrescido
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
I - à decisão de pronúncia, às decisões
posteriores que julgaram admissível a
acusação ou à determinação do uso de
algemas como argumento de Art. 480. A acusação, a defesa e os
autoridade que beneficiem ou jurados poderão, a qualquer momento
prejudiquem o acusado; (Inciso e por intermédio do juiz presidente,
acrescido pela Lei nº 11.689, de pedir ao orador que indique a folha dos
9/6/2008, publicada no DOU de autos onde se encontra a peça por ele
10/6/2008, em vigor 60 dias após a lida ou citada, facultando-se, ainda, aos
publicação) jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio,
o esclarecimento de fato por ele
II - ao silêncio do acusado ou à ausência
alegado. (“Caput” do artigo com
de interrogatório por falta de
requerimento, em seu prejuízo. (Inciso
publicação)
111
§ 1º Concluídos os debates, o presidente publicada no DOU de 10/6/2008, em
indagará dos jurados se estão habilitados vigor 60 dias após a publicação)
a julgar ou se necessitam de outros
esclarecimentos. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, Seção XIII
publicada no DOU de 10/6/2008, em Do Questionário e sua Votação

Art. 482. O Conselho de Sentença será
§ 2º Se houver dúvida sobre questão de questionado sobre matéria de fato e se
fato, o presidente prestará o acusado deve ser absolvido. (“Caput”
esclarecimentos à vista dos autos. do artigo com redação dada pela Lei nº
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689, 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU
de 9/6/2008, publicada no DOU de de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
publicação)
Parágrafo único. Os quesitos serão
§ 3º Os jurados, nesta fase do redigidos em proposições afirmativas,
procedimento, terão acesso aos autos e simples e distintas, de modo que cada
aos instrumentos do crime se um deles possa ser respondido com
solicitarem ao juiz presidente. (Parágrafo suficiente clareza e necessária precisão.
acrescido pela Lei nº 11.689, de Na sua elaboração, o presidente levará
9/6/2008, publicada no DOU de em conta os termos da pronúncia ou
10/6/2008, em vigor 60 dias após a das decisões posteriores que julgaram
publicação) admissível a acusação, do interrogatório
Art. 481. Se a verificação de qualquer e das alegações das partes. (Parágrafo
fato, reconhecida como essencial para o único acrescido pela Lei nº 11.689, de
julgamento da causa, não puder ser 9/6/2008, publicada no DOU de
realizada imediatamente, o juiz 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
presidente dissolverá o Conselho, publicação)
ordenando a realização das diligências Art. 483. Os quesitos serão formulados
entendidas necessárias. na seguinte ordem, indagando sobre:
Parágrafo único. Se a diligência consistir (“Caput” do artigo com redação dada
na produção de prova pericial, o juiz pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
presidente, desde logo, nomeará perito publicada no DOU de 10/6/2008, em
e formulará quesitos, facultando às vigor 60 dias após a publicação)
partes também formulá-los e indicar I - a materialidade do fato; (Inciso
assistentes técnicos, no prazo de 5 acrescido pela Lei nº 11.689, de
(cinco) dias. (Artigo com redação dada 9/6/2008, publicada no DOU de
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
112
10/6/2008, em vigor 60 dias após a II - circunstância qualificadora ou causa
publicação) de aumento de pena, reconhecidas na
pronúncia ou em decisões posteriores
II - a autoria ou participação;
que julgaram admissível a acusação.
III - se o acusado deve ser absolvido; (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689,
IV - se existe causa de diminuição de de 9/6/2008, publicada no DOU de
pena alegada pela defesa; 10/6/2008, em vigor 60 dias após a

publicação)
V - se existe circunstância qualificadora
ou causa de aumento de pena § 4º Sustentada a desclassificação da
reconhecidas na pronúncia ou em infração para outra de competência do
decisões posteriores que julgaram juiz singular, será formulado quesito a
admissível a acusação. respeito, para ser respondido após o 2º
(segundo) ou 3º (terceiro) quesito,
§ 1º A resposta negativa, de mais de 3 conforme o caso. (Parágrafo acrescido
(três) jurados, a qualquer dos quesitos pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
referidos nos incisos I e II do caput deste publicada no DOU de 10/6/2008, em
artigo encerra a votação e implica a vigor 60 dias após a publicação)
absolvição do acusado. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 11.689, de § 5º Sustentada a tese de ocorrência do
9/6/2008, publicada no DOU de crime na sua forma tentada ou havendo
10/6/2008, em vigor 60 dias após a divergência sobre a tipificação do delito,
publicação) sendo este da competência do Tribunal
do Júri, o juiz formulará quesito acerca
§ 2º Respondidos afirmativamente por destas questões, para ser respondido
mais de 3 (três) jurados os quesitos após o segundo quesito. (Parágrafo
relativos aos incisos I e II do caput deste acrescido pela Lei nº 11.689, de
artigo será formulado quesito com a 9/6/2008, publicada no DOU de
seguinte redação: 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
O jurado absolve o acusado? (Parágrafo publicação)
acrescido pela Lei nº 11.689, de § 6º Havendo mais de um crime ou mais
9/6/2008, publicada no DOU de de um acusado, os quesitos serão
10/6/2008, em vigor 60 dias após a formulados em séries distintas.
publicação) (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.689,
§ 3º Decidindo os jurados pela de 9/6/2008, publicada no DOU de
condenação, o julgamento prossegue, 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
devendo ser formulados quesitos sobre: publicação)
I - causa de diminuição de pena alegada Art. 484. A seguir, o presidente lerá os

pela defesa; quesitos e indagará das partes se têm
113
requerimento ou reclamação a fazer, 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
devendo qualquer deles, bem como a publicação)
decisão, constar da ata.
Art. 486. Antes de proceder-se à votação
Parágrafo único. Ainda em plenário, o de cada quesito, o juiz presidente
juiz presidente explicará aos jurados o mandará distribuir aos jurados
significado de cada quesito. (Artigo com pequenas cédulas, feitas de papel opaco
redação dada pela Lei nº 11.689, de e facilmente dobráveis, contendo 7

9/6/2008, publicada no DOU de (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a
10/6/2008, em vigor 60 dias após a palavra não. (Artigo com redação dada
publicação) pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
Art. 485. Não havendo dúvida a ser
esclarecida, o juiz presidente, os jurados,
o Ministério Público, o assistente, o Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto,
querelante, o defensor do acusado, o o oficial de justiça recolherá em urnas
escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão separadas as cédulas correspondentes
à sala especial a fim de ser procedida a aos votos e as não utilizadas. (Artigo com
votação. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 11.689, de
redação dada pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU de
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
publicação)
Art. 488. Após a resposta, verificados os
§ 1º Na falta de sala especial, o juiz votos e as cédulas não utilizadas, o
presidente determinará que o público se presidente determinará que o escrivão
retire, permanecendo somente as registre no termo a votação de cada
pessoas mencionadas no caput deste quesito, bem como o resultado do
artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº julgamento. (“Caput” do artigo com
11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU redação dada pela Lei nº 11.689, de
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a 9/6/2008, publicada no DOU de
publicação)
§ 2º O juiz presidente advertirá as partes
de que não será permitida qualquer Parágrafo único. Do termo também
intervenção que possa perturbar a livre constará a conferência das cédulas não
manifestação do Conselho e fará retirar utilizadas. (Parágrafo único acrescido
da sala quem se portar pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
inconvenientemente. (Parágrafo publicada no DOU de 10/6/2008, em
acrescido pela Lei nº 11.689, de vigor 60 dias após a publicação)
114
Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri Seção XIV
serão tomadas por maioria de votos.
Da sentença
11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU Art. 492. Em seguida, o presidente
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a proferirá SENTENÇA que:
publicação) I - no caso de condenação:
Art. 490. Se a resposta a qualquer dos

a) fixará a pena-base;
quesitos estiver em contradição com
outra ou outras já dadas, o presidente, b) considerará as circunstâncias
explicando aos jurados em que consiste agravantes ou atenuantes alegadas nos
a contradição, submeterá novamente à debates;
votação os quesitos a que se referirem c) imporá os aumentos ou diminuições
tais respostas. (“Caput” do artigo com da pena, em atenção às causas
redação dada pela Lei nº 11.689, de admitidas pelo júri;
d) observará as demais disposições do
art. 387 deste Código;
publicação)
e) mandará o acusado recolher-se ou
Parágrafo único. Se, pela resposta dada a
recomendá-lo-á à prisão em que se
um dos quesitos, o presidente verificar
encontra, se presentes os requisitos da
que ficam prejudicados os seguintes,
prisão preventiva, ou, no caso de
assim o declarará, dando por finda a
condenação a uma pena igual ou
votação. (Parágrafo único acrescido pela
superior a 15 (quinze) anos de reclusão,
determinará a execução provisória das
penas, com expedição do mandado de
prisão, se for o caso, sem prejuízo do
Art. 491. Encerrada a votação, será o conhecimento de recursos que vierem a
termo a que se refere o art. 488 deste ser interpostos; (Alínea acrescida pela Lei
Código assinado pelo presidente, pelos nº 11.689, de 9/6/2008, e com nova
jurados e pelas partes. (Artigo com redação dada pela Lei nº 13.964, de
redação dada pela Lei nº 11.689, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra
9/6/2008, publicada no DOU de do DOU de 24/12/2019, em vigor 30
10/6/2008, em vigor 60 dias após a dias após a publicação)
publicação)
f) estabelecerá os efeitos genéricos e
específicos da condenação;
II - no caso de absolvição:
115
a) mandará colocar em liberdade o plausivelmente levar à revisão da
acusado se por outro motivo não estiver condenação. (Parágrafo acrescido pela
preso; Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
b) revogará as medidas restritivas
em vigor 30 dias após a publicação)
provisoriamente decretadas;
§ 4º A apelação interposta contra
c) imporá, se for o caso, a medida de
decisão condenatória do Tribunal do Júri

segurança cabível.
a uma pena igual ou superior a 15
§ 1º Se houver desclassificação da (quinze) anos de reclusão não terá efeito
infração para outra, de competência do suspensivo. (Parágrafo acrescido pela Lei
juiz singular, ao presidente do Tribunal nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na
do Júri caberá proferir sentença em Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
seguida, aplicando-se, quando o delito em vigor 30 dias após a publicação)
resultante da nova tipificação for
§ 5º Excepcionalmente, poderá o
considerado pela lei como infração penal
tribunal atribuir efeito suspensivo à
de menor potencial ofensivo, o disposto
apelação de que trata o § 4º deste
nos arts. 69 e seguintes da Lei nº 9.099,
artigo, quando verificado
de 26 de setembro de 1995. (Parágrafo
cumulativamente que o recurso:
9/6/2008, publicada no DOU de I - não tem propósito meramente
10/6/2008, em vigor 60 dias após a protelatório; e
publicação)
II - levanta questão substancial e que
§ 2º Em caso de desclassificação, o crime pode resultar em absolvição, anulação
conexo que não seja doloso contra a da sentença, novo julgamento ou
vida será julgado pelo juiz presidente do redução da pena para patamar inferior a
Tribunal do Júri, aplicando-se, no que 15 (quinze) anos de reclusão. (Parágrafo
couber, o disposto no § 1º deste artigo. acrescido pela Lei nº 13.964, de
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 24/12/2019, publicada na Edição Extra
11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU do DOU de 24/12/2019, em vigor 30
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a dias após a publicação)
publicação)
§ 6º O pedido de concessão de efeito
§ 3º O presidente poderá, suspensivo poderá ser feito
excepcionalmente, deixar de autorizar a incidentemente na apelação ou por
execução provisória das penas de que meio de petição em separado dirigida
trata a alínea e do inciso I do caput deste diretamente ao relator, instruída com
artigo, se houver questão substancial cópias da sentença condenatória, das
cuja resolução pelo tribunal ao qual razões da apelação e de prova da
competir o julgamento possa tempestividade, das contrarrazões e das
116
demais peças necessárias à IV - o ofício ou requerimento de isenção
compreensão da controvérsia. ou dispensa;
V - o sorteio dos jurados suplentes;
de 24/12/2019, publicada na Edição
Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor VI - o adiamento da sessão, se houver
30 dias após a publicação) ocorrido, com a indicação do motivo;
Art. 493. A sentença será lida em VII - a abertura da sessão e a presença

plenário pelo presidente antes de do Ministério Público, do querelante e
encerrada a sessão de instrução e do assistente, se houver, e a do defensor
julgamento. (Artigo com redação dada do acusado;
pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008, VIII - o pregão e a sanção imposta, no
publicada no DOU de 10/6/2008, em caso de não comparecimento;
IX - as testemunhas dispensadas de
depor;
Seção XV X - o recolhimento das testemunhas a
Da Ata dos Trabalhos lugar de onde umas não pudessem
ouvir o depoimento das outras;
Art. 494. De cada sessão de julgamento
o escrivão lavrará ata, assinada pelo XI - a verificação das cédulas pelo juiz
presidente e pelas partes. (Artigo com presidente;
redação dada pela Lei nº 11.689, de XII - a formação do Conselho de
9/6/2008, publicada no DOU de Sentença, com o registro dos nomes dos
10/6/2008, em vigor 60 dias após a jurados sorteados e recusas;
publicação)
XIII - o compromisso e o interrogatório,
Art. 495. A ata descreverá fielmente com simples referência ao termo;
todas as ocorrências, mencionando
obrigatoriamente: XIV - os debates e as alegações das
partes com os respectivos fundamentos;
I - a data e a hora da instalação dos
trabalhos; XV - os incidentes;
II - o magistrado que presidiu a sessão e XVI - o julgamento da causa;

os jurados presentes; XVII - a publicidade dos atos da instrução
III - os jurados que deixaram de plenária, das diligências e da sentença.
comparecer, com escusa ou sem ela, e (Artigo com redação dada pela Lei nº
as sanções aplicadas; 11.689, de 9/6/2008, publicada no DOU
publicação)
117
Art. 496. A falta da ata sujeitará o VII - suspender a sessão pelo tempo
responsável a sanções administrativa e indispensável à realização das diligências
penal. (Artigo com redação dada pela Lei requeridas ou entendidas necessárias,
nº 11.689, de 9/6/2008, publicada no mantida a incomunicabilidade dos
DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias jurados;
VIII - interromper a sessão por tempo
Seção XVI razoável, para proferir sentença e para

repouso ou refeição dos jurados;
Das Atribuições do Presidente do
Tribunal do Júri IX - decidir, de ofício, ouvidos o
Ministério Público e a defesa, ou a
Art. 497. São atribuições do juiz
requerimento de qualquer destes, a
presidente do Tribunal do Júri, além de
argüição de extinção de punibilidade;
outras expressamente referidas neste
Código: X - resolver as questões de direito
suscitadas no curso do julgamento;
I - regular a polícia das sessões e prender
os desobedientes; XI - determinar, de ofício ou a
requerimento das partes ou de qualquer
II - requisitar o auxílio da força pública,
jurado, as diligências destinadas a sanar
que ficará sob sua exclusiva autoridade;
nulidade ou a suprir falta que prejudique
III - dirigir os debates, intervindo em caso o esclarecimento da verdade;
de abuso, excesso de linguagem ou
XII - regulamentar, durante os debates, a
mediante requerimento de uma das
intervenção de uma das partes, quando
partes;
a outra estiver com a palavra, podendo
IV - resolver as questões incidentes que conceder até 3 (três) minutos para cada
não dependam de pronunciamento do aparte requerido, que serão acrescidos
júri; ao tempo desta última. (Inciso acrescido
V - nomear defensor ao acusado, pela Lei nº 11.689, de 9/6/2008,
quando considerá-lo indefeso, podendo, publicada no DOU de 10/6/2008, em
neste caso, dissolver o Conselho e vigor 60 dias após a publicação)
designar novo dia para o julgamento, CAPÍTULO III
com a nomeação ou a constituição de
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS
novo defensor;
CRIMES DA COMPETÊNCIA DO JUIZ
VI - mandar retirar da sala o acusado que SINGULAR
dificultar a realização do julgamento, o
Arts. 498 a 502. (Revogados pela Lei nº
qual prosseguirá sem a sua presença;
11.719, de 20/6/2008)
TÍTULO II
118
DOS PROCESSOS ESPECIAIS cartório, onde poderão ser examinados
pelo acusado ou por seu defensor.
CAPÍTULO I
Parágrafo único. A resposta poderá ser
instruída com documentos e
CRIMES DE FALÊNCIA
justificações.
Arts. 503 a 512. (Revogados pela Lei nº
Art. 516. O juiz REJEITARÁ a queixa ou
11.101, de 9/2/2005)

denúncia, em despacho fundamentado,
CAPÍTULO II se convencido, pela resposta do acusado
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS ou do seu defensor, da inexistência do
CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS crime ou da improcedência da ação.
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS Art. 517. Recebida a denúncia ou a
Art. 513. Nos crimes de queixa, será o acusado citado, na forma
responsabilidade dos funcionários estabelecida no Capítulo I do Título X do
públicos, cujo processo e julgamento Livro I.
competirão aos juízes de direito, a Art. 518. Na instrução criminal e nos
queixa ou a denúncia será instruída com demais termos do processo, observar-
documentos ou justificação que façam se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título
presumir a existência do delito ou com I, deste Livro.
declaração fundamentada da
CAPÍTULO III
impossibilidade de apresentação de
qualquer dessas provas. DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS
CRIMES DE CALÚNIA E INJÚRIA, DE
Art. 514. Nos CRIMES AFIANÇÁVEIS,
COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR
estando a denúncia ou queixa em
devida forma, o juiz mandará autuá-la e Art. 519. No processo por crime de
ordenará a notificação do acusado, para calúnia ou injúria, para o qual não haja
responder por escrito, dentro do prazo outra forma estabelecida em lei especial,
de quinze dias. observar-se-á o disposto nos Capítulos I
e III, Titulo I, deste Livro, com as
Parágrafo único. Se não for conhecida a
modificações constantes dos artigos
residência do acusado, ou este se achar
seguintes.
fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á
nomeado defensor, a quem caberá Art. 520. Antes de receber a queixa, o
apresentar a resposta preliminar. juiz oferecerá às partes oportunidade
para se reconciliarem, fazendo-as
Art. 515. No caso previsto no artigo
comparecer em juízo e ouvindo-as,
anterior, durante o prazo concedido para
separadamente, sem a presença dos
a resposta, os autos permanecerão em
seus advogados, não se lavrando termo.
119
Art. 521. Se depois de ouvir o querelante preliminarmente requerida pelo
e o querelado, o juiz achar provável a ofendido.
reconciliação, promoverá entendimento
Art. 527. A diligência de busca ou de
entre eles, na sua presença.
apreensão será realizada por dois peritos
Art. 522. No caso de reconciliação, nomeados pelo juiz, que verificarão a
depois de assinado pelo querelante o existência de fundamento para a
termo da desistência, a queixa será apreensão, e quer esta se realize, quer

arquivada. não, o laudo pericial será apresentado
dentro de três dias após o encerramento
Art. 523. Quando for oferecida a exceção
da diligência.
da verdade ou da notoriedade do fato
imputado, o querelante poderá Parágrafo único. O requerente da
contestar a exceção no prazo de dois diligência poderá impugnar o laudo
dias, podendo ser inquiridas as contrário à apreensão, e o juiz ordenará
testemunhas arroladas na queixa, ou que esta se efetue, se reconhecer a
outras indicadas naquele prazo, em improcedência das razões aduzidas
substituição às primeiras, ou para pelos peritos.
completar o máximo legal.
Art. 528. Encerradas as diligências, os
CAPÍTULO IV autos serão conclusos ao juiz para
homologação do laudo.
CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE Art. 529. Nos crimes de ação privativa
IMATERIAL do ofendido, NÃO SERÁ ADMITIDA
queixa com fundamento em apreensão
Art. 524. No processo e julgamento dos
e em perícia, se decorrido o prazo de 30
crimes contra a propriedade imaterial,
dias, após a homologação do laudo.
observar-se-á o disposto nos Capítulos I
e III do Título I deste Livro, com as Parágrafo único. Será dada vista ao
modificações constantes dos artigos Ministério Público dos autos de busca e
seguintes. apreensão requeridas pelo ofendido, se
o crime for de ação pública e não tiver
Art. 525. No caso de haver o crime
sido oferecida queixa no prazo fixado
deixado vestígio, a queixa ou a denúncia
neste artigo.
não será recebida se não for instruída
com o exame pericial dos objetos que Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante
constituam o corpo de delito. e o réu não for posto em liberdade, o
prazo a que se refere o artigo anterior
Art. 526. Sem a prova de direito à ação,
será de oito dias.
não será recebida a queixa, nem
ordenada qualquer diligência Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a
530 será aplicável aos crimes em que se
120
proceda mediante queixa. (Artigo DOU de 2/7/2003, em vigor 30 dias
acrescido pela Lei nº 10.695, de após a publicação)
1º/7/2003, publicada no DOU de
Art. 530-E. Os titulares de direito de
autor e os que lhe são conexos serão os
publicação)
fiéis depositários de todos os bens
Art. 530-B. Nos casos das infrações apreendidos, devendo colocá-los à
previstas nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 184 disposição do juiz quando do

do Código Penal, a autoridade policial ajuizamento da ação. (Artigo acrescido
procederá à apreensão dos bens pela Lei nº 10.695, de 1º/7/2003,
ilicitamente produzidos ou reproduzidos, publicada no DOU de 2/7/2003, em
em sua totalidade, juntamente com os vigor 30 dias após a publicação)
equipamentos, suportes e materiais que
Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de
possibilitaram a sua existência, desde
se preservar o corpo de delito, o juiz
que estes se destinem precipuamente à
poderá determinar, a requerimento da
prática do ilícito. (Artigo acrescido pela
vítima, a destruição da produção ou
Lei nº 10.695, de 1º/7/2003, publicada
reprodução apreendida quando não
no DOU de 2/7/2003, em vigor 30 dias
houver impugnação quanto à sua
ilicitude ou quando a ação penal não
Art. 530-C. Na ocasião da apreensão puder ser iniciada por falta de
será lavrado termo, assinado por 2 determinação de quem seja o autor do
(duas) ou mais testemunhas, com a ilícito. (Artigo acrescido pela Lei nº
descrição de todos os bens apreendidos 10.695, de 1º/7/2003, publicada no
e informações sobre suas origens, o qual DOU de 2/7/2003, em vigor 30 dias
deverá integrar o inquérito policial ou o após a publicação)
processo. (Artigo acrescido pela Lei nº
Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença
10.695, de 1º/7/2003, publicada no
condenatória, poderá determinar a
destruição dos bens ilicitamente
produzidos ou reproduzidos e o
Art. 530-D. Subseqüente à apreensão, perdimento dos equipamentos
será realizada, por perito oficial, ou, na apreendidos, desde que precipuamente
falta deste, por pessoa tecnicamente destinados à produção e reprodução
habilitada, perícia sobre todos os bens dos bens, em favor da Fazenda Nacional,
apreendidos e elaborado o laudo que que deverá destruí-los ou doá-los aos
deverá integrar o inquérito policial ou o Estados, Municípios e Distrito Federal, a
processo. (Artigo acrescido pela Lei nº instituições públicas de ensino e
10.695, de 1º/7/2003, publicada no pesquisa ou de assistência social, bem
como incorporá-los, por economia ou
121
interesse público, ao patrimônio da às acareações e ao reconhecimento de
União, que não poderão retorná-los aos pessoas e coisas, interrogando-se, em
canais de comércio. (Artigo acrescido seguida, o acusado e procedendo-se,
pela Lei nº 10.695, de 1º/7/2003, finalmente, ao debate. (Artigo com
publicada no DOU de 2/7/2003, em redação dada pela Lei nº 11.719, de
vigor 30 dias após a publicação) 20/6/2008, publicada no DOU de
Art. 530-H. As associações de titulares de

publicação)
direitos de autor e os que lhes são
conexos poderão, em seu próprio nome, Art. 532. Na instrução, poderão ser
funcionar como assistente da acusação inquiridas até 5 (cinco) testemunhas
nos crimes previstos no art. 184 do arroladas pela acusação e 5 (cinco) pela
Código Penal, quando praticado em defesa. (Artigo com redação dada pela
detrimento de qualquer de seus Lei nº 11.719, de 20/6/2008, publicada
associados. (Artigo acrescido pela Lei nº no DOU de 23/6/2008, em vigor 60 dias
10.695, de 1º/7/2003, publicada no após a publicação)
Art. 533. Aplica-se ao procedimento
sumário o disposto nos parágrafos do
Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação art. 400 deste Código.
penal pública incondicionada ou
§ 1º (Revogado)
condicionada, observar-se-ão as normas
constantes dos arts. 530-B, 530-C, 530-D, § 2º (Revogado)
530-E, 530-F, 530-G e 530-H. (Artigo § 3º (Revogado)
1º/7/2003, publicada no DOU de § 4º (Revogado)
2/7/2003, em vigor 30 dias após a Art. 534. As alegações finais serão orais,
publicação) concedendo-se a palavra,
CAPÍTULO V respectivamente, à acusação e à defesa,
pelo prazo de 20 (vinte) minutos,
DO PROCESSO SUMÁRIO prorrogáveis por mais 10 (dez),
Art. 531. Na audiência de instrução e proferindo o juiz, a seguir, sentença.
julgamento, a ser realizada no prazo (“Caput” do artigo com redação dada
máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se- pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008,
á à tomada de declarações do ofendido, publicada no DOU de 23/6/2008, em
se possível, à inquirição das vigor 60 dias após a publicação)
testemunhas arroladas pela acusação e § 1º Havendo mais de um acusado, o
pela defesa, nesta ordem, ressalvado o tempo previsto para a defesa de cada
disposto no art. 222 deste Código, bem um será individual. (Parágrafo acrescido
como aos esclarecimentos dos peritos,
122
pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008, adoção de outro procedimento,
publicada no DOU de 23/6/2008, em observar-se-á o procedimento sumário
vigor 60 dias após a publicação) previsto neste Capítulo. (“Caput” do
§ 2º Ao assistente do Ministério Público,
11.719, de 20/6/2008, publicada no
após a manifestação deste, serão
concedidos 10 (dez) minutos,

tempo de manifestação da defesa. § 1º (Revogado)
§ 2º (Revogado)
23/6/2008, em vigor 60 dias após a § 3º (Revogado)
publicação) § 4º (Revogado)
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo Art. 539. (Revogado pela Lei nº 11.719,
quando imprescindível a prova faltante, de 20/6/2008, publicada no DOU de
determinando o juiz a condução 23/6/2008, em vigor 60 dias após a
coercitiva de quem deva comparecer. publicação)
pela Lei nº 11.719, de 20/6/2008, Art. 540. (Revogado pela Lei nº 11.719,
publicada no DOU de 23/6/2008, em de 20/6/2008, publicada no DOU de
vigor 60 dias após a publicação) 23/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação)
§ 1º (Revogado)
CAPÍTULO VI
§ 2º (Revogado)
DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE
Art. 536. A testemunha que comparecer AUTOS EXTRAVIADOS OU DESTRUÍDOS
será inquirida, independentemente da
suspensão da audiência, observada em Art. 541. Os autos originais de processo
qualquer caso a ordem estabelecida no penal extraviados ou destruídos, em
art. 531 deste Código. (Artigo com primeira ou segunda instância, serão
redação dada pela Lei nº 11.719, de restaurados.
20/6/2008, publicada no DOU de § 1º Se existir e for exibida cópia
23/6/2008, em vigor 60 dias após a autêntica ou certidão do processo, será
publicação) uma ou outra considerada como
Art. 537. (Revogado) original.
Art. 538. Nas infrações penais de menor § 2º Na falta de cópia autêntica ou

potencial ofensivo, quando o juizado certidão do processo, o juiz mandará, de
especial criminal encaminhar ao juízo ofício, ou a requerimento de qualquer
comum as peças existentes para a das partes, que:
123
a) o escrivão certifique o estado do III - a prova documental será reproduzida
processo, segundo a sua lembrança, e por meio de cópia autêntica ou, quando
reproduza o que houver a respeito em impossível, por meio de testemunhas;
seus protocolos e registros;
IV - poderão também ser inquiridas
b) sejam requisitadas cópias do que sobre os atos do processo, que deverá
constar a respeito no Instituto Médico- ser restaurado, as autoridades, os
Legal, no Instituto de Identificação e serventuários, os peritos e mais pessoas

Estatística ou em estabelecimentos que tenham nele funcionado;
congêneres, repartições públicas,
V - o Ministério Público e as partes
penitenciárias ou cadeias;
poderão oferecer testemunhas e
c) as partes sejam citadas pessoalmente, produzir documentos, para provar o teor
ou, se não forem encontradas, por do processo extraviado ou destruído.
edital, com o prazo de dez dias, para o
Art. 544. Realizadas as diligências que,
processo de restauração dos autos.
salvo motivo de força maior, deverão
§ 3º Proceder-se-á à restauração na concluir-se dentro de vinte dias, serão os
primeira instância, ainda que os autos se autos conclusos para julgamento.
tenham extraviado na segunda.
Parágrafo único. No curso do processo e,
Art. 542. No dia designado, as partes depois de subirem os autos conclusos
serão ouvidas, mencionando-se em para sentença, o juiz poderá, dentro em
termo circunstanciado os pontos em cinco dias, requisitar de autoridades ou
que estiverem acordes e a exibição e a de repartições todos os esclarecimentos
conferência das certidões e mais para a restauração.
reproduções do processo apresentadas
Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já
e conferidas.
pagos nos autos originais, não serão
Art. 543. O juiz determinará as novamente cobrados.
diligências necessárias para a
Art. 546. Os causadores de extravio de
restauração, observando-se o seguinte:
autos responderão pelas custas, em
I - caso ainda não tenha sido proferida a dobro, sem prejuízo da responsabilidade
sentença, reinquirir-se-ão as criminal.
testemunhas podendo ser substituídas
Art. 547. Julgada a restauração, os autos
as que tiverem falecido ou se
respectivos valerão pelos originais.
encontrarem em lugar não sabido;
Parágrafo único. Se no curso da
II - os exames periciais, quando possível,
restauração aparecerem os autos
serão repetidos, e de preferência pelos
originais, nestes continuará o processo,
mesmos peritos;
apensos a eles os autos da restauração.
124
Art. 548. Até à decisão que julgue Art. 553. O Ministério Público, ao fazer o
restaurados os autos, a sentença requerimento inicial, e a defesa, no
condenatória em execução continuará a prazo estabelecido no artigo anterior,
produzir efeito, desde que conste da poderão requerer exames, diligências e
respectiva guia arquivada na cadeia ou arrolar até três testemunhas.
na penitenciária, onde o réu estiver
Art. 554. Após o prazo de defesa ou a
cumprindo a pena, ou de registro que
realização dos exames e diligências

torne a sua existência inequívoca.
ordenados pelo juiz, de ofício ou a
CAPÍTULO VII requerimento das partes, será marcada
audiência, em que, inquiridas as
DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE
testemunhas e produzidas alegações
MEDIDA DE SEGURANÇA POR FATO
orais pelo órgão do Ministério Público e
NÃO CRIMINOSO
pelo defensor, dentro de dez minutos
Art. 549. Se a autoridade policial tiver para cada um, o juiz proferirá sentença.
conhecimento de fato que, embora não
Parágrafo único. Se o juiz não se julgar
constituindo infração penal, possa
habilitado a proferir a decisão, designará,
determinar a aplicação de medida de
desde logo, outra audiência, que se
segurança (Código Penal, arts. 14 e 27),
realizará dentro de cinco dias, para
deverá proceder a inquérito, a fim de
publicar a sentença.
apurá-lo e averiguar todos os elementos
que possam interessar à verificação da Art. 555. Quando, instaurado processo
periculosidade do agente. por infração penal, o juiz, absolvendo ou
impronunciando o réu, reconhecer a
Art. 550. O processo será promovido
existência de qualquer dos fatos
pelo Ministério Público, mediante
previstos no art. 14 ou no art. 27 do
requerimento que conterá a exposição
Código Penal, aplicar-lhe-á, se for caso,
sucinta do fato, as suas circunstâncias e
medida de segurança.
todos os elementos em que se fundar o
pedido. TÍTULO III
Art. 551. O juiz, ao deferir o DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DO

requerimento, ordenará a intimação do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E DOS
interessado para comparecer em juízo, a TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
fim de ser interrogado.
(Revogado pela Lei nº 8.658, de
Art. 552. Após o interrogatório ou dentro 26/5/1993)
do prazo de dois dias, o interessado ou
CAPÍTULO I
seu defensor poderá oferecer alegações.
DA INSTRUÇÃO
Parágrafo único. O juiz nomeará
defensor ao interessado que não o tiver. Arts. 556 a 560. (Revogados)
125
CAPÍTULO II d) a intervenção do Ministério Público
em todos os termos da ação por ele
DO JULGAMENTO
intentada e nos da intentada pela parte
Art. 561. (Revogado pela Lei nº 8.658, de ofendida, quando se tratar de crime de
26/5/1993) ação pública;
Art. 562. (Revogado pela Lei nº 8.658, de e) a citação do réu para ver-se processar,
26/5/1993) o seu interrogatório, quando presente, e

LIVRO III os prazos concedidos à acusação e à
defesa;
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM
GERAL f) a sentença de pronúncia, o libelo e a
entrega da respectiva cópia, com o rol de
TÍTULO I testemunhas, nos processos perante o
DAS NULIDADES Tribunal do Júri;
Art. 563. Nenhum ato será declarado g) a intimação do réu para a sessão de
nulo, se da nulidade não resultar julgamento, pelo Tribunal do Júri,
prejuízo para a acusação ou para a quando a lei não permitir o julgamento à
defesa. revelia;
Art. 564. A NULIDADE ocorrerá nos h) a intimação das testemunhas

seguintes casos: arroladas no libelo e na contrariedade,
nos termos estabelecidos pela lei;
I - por incompetência, suspeição ou
suborno do juiz; i) a presença pelo menos de 15 jurados
para a constituição do júri;
II - por ilegitimidade de parte;
j) o sorteio dos jurados do conselho de
III - por falta das fórmulas ou dos termos
sentença em número legal e sua
seguintes:
incomunicabilidade;
a) a denúncia ou a queixa e a
k) os quesitos e as respectivas respostas;
representação e, nos processos de
contravenções penais, a portaria ou o l) a acusação e a defesa, na sessão de
auto de prisão em flagrante; julgamento;
b) o exame de corpo de delito nos m) a sentença;

crimes que deixam vestígios, ressalvado n) o recurso de oficio, nos casos em que
o disposto no art. 167; a lei o tenha estabelecido;
c) a nomeação de defensor ao réu o) a intimação, nas condições
presente, que o não tiver, ou ao ausente, estabelecidas pela lei, para ciência de
e de curador ao menor de 21 anos;
126
sentenças e despachos de que caiba todo tempo sanada, mediante
recurso; ratificação dos atos processuais.
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Art. 569. As omissões da denúncia ou da

Tribunais de Apelação, o quórum legal queixa, da representação, ou, nos
para o julgamento; processos das contravenções penais, da
portaria ou do auto de prisão em
IV - por omissão de formalidade que
flagrante, poderão ser supridas a todo o

constitua elemento essencial do ato;
tempo, antes da sentença final.
V - em decorrência de decisão carente
Art. 570. A falta ou a nulidade da
de fundamentação. (Inciso acrescido
citação, da intimação ou notificação
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
estará sanada, desde que o interessado
publicada na Edição Extra do DOU de
compareça, antes de o ato consumar-
se, embora declare que o faz para o
publicação)
único fim de argui-la. O juiz ordenará,
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a todavia, a suspensão ou o adiamento do
nulidade, por deficiência dos quesitos ou ato, quando reconhecer que a
das suas respostas, e contradição entre irregularidade poderá prejudicar direito
estas. da parte.
Art. 565. Nenhuma das partes poderá Art. 571. As nulidades deverão ser
arguir nulidade a que haja dado causa, arguidas:
ou para que tenha concorrido, ou
I - as da instrução criminal dos processos
referente a formalidade cuja
da competência do júri, nos prazos a que
observância só à parte contrária
se refere o art. 406;
interesse.
II - as da instrução criminal dos processos
Art. 566. NÃO será declarada a nulidade
de competência do juiz singular e dos
de ato processual que não houver
processos especiais, salvo os dos
influído na apuração da verdade
Capítulos V e VII do Título II do Livro II,
substancial ou na decisão da causa.
nos prazos a que se refere o art. 500;
Art. 567. A INCOMPETÊNCIA do juízo
III - as do processo sumário, no prazo a
anula somente os atos decisórios,
que se refere o art. 537, ou, se
devendo o processo, quando for
verificadas depois desse prazo, logo
declarada a nulidade, ser remetido ao
depois de aberta a audiência e
juiz competente.
apregoadas as partes;
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade
IV - as do processo regulado no Capítulo
do representante da parte poderá ser a
VII do Título II do Livro II, logo depois de
aberta a audiência;
127
V - as ocorridas posteriormente à § 2º O juiz que pronunciar a nulidade
pronúncia, logo depois de anunciado o declarará os atos a que ela se estende.
julgamento e apregoadas as partes (art.
447);
VI - as de instrução criminal dos

processos de competência do Supremo TÍTULO II
Tribunal Federal e dos Tribunais de

DOS RECURSOS EM GERAL
Apelação, nos prazos a que se refere o
art. 500; CAPÍTULO I
VII - se verificadas após a decisão da DISPOSIÇÕES GERAIS

primeira instância, nas razões de recurso Art. 574. Os recursos serão voluntários,
ou logo depois de anunciado o excetuando-se os seguintes casos, em
julgamento do recurso e apregoadas as que deverão ser interpostos, de ofício,
partes; pelo juiz:
VIII - as do julgamento em plenário, em I - da sentença que conceder habeas
audiência ou em sessão do tribunal, logo corpus;
depois de ocorrerem.
II - da que absolver desde logo o réu com
Art. 572. As nulidades previstas no art. fundamento na existência de
564, III, d e e, segunda parte, g e h, e IV, circunstância que exclua o crime ou
considerar-se-ão sanadas: isente o réu de pena, nos termos do art.
I - se não forem arguidas, em tempo 411.
oportuno, de acordo com o disposto no Art. 575. Não serão prejudicados os
artigo anterior; recursos que, por erro, falta ou omissão
II - se, praticado por outra forma, o ato dos funcionários, não tiverem
tiver atingido o seu fim; seguimento ou não forem apresentados
dentro do prazo.
III - se a parte, ainda que tacitamente,
tiver aceito os seus efeitos. Art. 576. O Ministério Público não
poderá desistir de recurso que haja
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver interposto.
sido sanada, na forma dos artigos
anteriores, serão renovados ou Art. 577. O recurso poderá ser
retificados. interposto pelo Ministério Público, ou
pelo querelante, ou pelo réu, seu
§ 1º A nulidade de um ato, uma vez procurador ou seu defensor.
declarada, causará a dos atos que dele
diretamente dependam ou sejam Parágrafo único. Não se admitirá,
consequência. entretanto, recurso da parte que não
128
tiver interesse na reforma ou DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
modificação da decisão.
Art. 581. Caberá RECURSO, NO
Art. 578. O recurso será interposto por SENTIDO ESTRITO, da decisão,
petição ou por termo nos autos, despacho ou sentença:
assinado pelo recorrente ou por seu
I - que não receber a denúncia ou a
representante.
queixa;

§ 1º Não sabendo ou não podendo o
II - que concluir pela incompetência do
réu assinar o nome, o termo será
juízo;
assinado por alguém a seu rogo, na
presença de duas testemunhas. III - que julgar procedentes as exceções,
salvo a de suspeição;
§ 2º A petição de interposição de
recurso, com o despacho do juiz, será, IV - que pronunciar o réu;
até o dia seguinte ao último do prazo, V - que conceder, negar, arbitrar, cassar
entregue ao escrivão, que certificará no ou julgar inidônea a fiança, indeferir
termo da juntada a data da entrega. requerimento de prisão preventiva ou
§ 3º Interposto por termo o recurso, o revogá-la, conceder liberdade provisória
escrivão, sob pena de suspensão por dez ou relaxar a prisão em flagrante; (Inciso
a trinta dias, fará conclusos os autos ao com redação dada pela Lei nº 7.780, de
juiz, até o dia seguinte ao último do 22/6/1989)
prazo. VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a 9/6/2008, publicada no DOU de
parte não será prejudicada pela 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
interposição de um recurso por outro. publicação)
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, VII - que julgar quebrada a fiança ou
reconhecer a impropriedade do recurso perdido o seu valor;
interposto pela parte, mandará VIII - que decretar a prescrição ou julgar,
processá-lo de acordo com o rito do por outro modo, extinta a punibilidade;
recurso cabível.
IX - que indeferir o pedido de
Art. 580. No caso de concurso de reconhecimento da prescrição ou de
agentes (Código Penal, art. 25), a decisão outra causa extintiva da punibilidade;
do recurso interposto por um dos réus,
se fundado em motivos que não sejam X - que conceder ou negar a ordem de
de caráter exclusivamente pessoal, habeas corpus;
aproveitará aos outros. XI - que conceder, negar ou revogar a
CAPÍTULO II suspensão condicional da pena;
129
XII - que conceder, negar ou revogar Art. 582. Os recursos serão sempre para
livramento condicional; o Tribunal de Apelação, salvo nos casos
dos ns. V, X e XIV.
XIII - que anular o processo da instrução
criminal, no todo ou em parte; Parágrafo único. O recurso, no caso do
nº XIV, será para o presidente do
XIV - que incluir jurado na lista geral ou
Tribunal de Apelação.
desta o excluir;

Art. 583. Subirão nos próprios autos os
XV - que denegar a apelação ou a julgar
recursos:
deserta;
I - quando interpostos de oficio;
XVI - que ordenar a suspensão do
processo, em virtude de questão II - nos casos do art. 581, ns. I, III, IV, VI,
prejudicial; VIII e X;
XVII - que decidir sobre a unificação de III - quando o recurso não prejudicar o
penas; andamento do processo.
XVIII - que decidir o incidente de Parágrafo único. O recurso da pronúncia

falsidade; subirá em traslado, quando, havendo
dois ou mais réus, qualquer deles se
XIX - que decretar medida de segurança,
conformar com a decisão ou todos não
depois de transitar a sentença em
tiverem sido ainda intimados da
julgado;
pronúncia.
XX - que impuser medida de segurança
Art. 584. Os recursos terão efeito
por transgressão de outra;
suspensivo nos casos de perda da fiança,
XXI - que mantiver ou substituir a de concessão de livramento condicional
medida de segurança, nos casos do art. e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
774;
§ 1º Ao recurso interposto de sentença
XXII - que revogar a medida de de impronúncia ou no caso do nº VIII do
segurança; art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts.
XXIII - que deixar de revogar a medida de 596 e 598.
segurança, nos casos em que a lei § 2º O recurso da pronúncia suspenderá
admita a revogação; tão-somente o julgamento.
XXIV - que converter a multa em § 3º O recurso do despacho que julgar
detenção ou em prisão simples; quebrada a fiança suspenderá
XXV - que recusar homologação à unicamente o efeito de perda da
proposta de acordo de não persecução metade do seu valor.
penal, previsto no art. 28-A desta Lei.
130
Art. 585. O réu não poderá recorrer da instruir o recurso com os traslados que
pronúncia senão depois de preso, salvo lhe parecerem necessários.
se prestar fiança, nos casos em que a lei
Parágrafo único. Se o juiz reformar o
a admitir.
despacho recorrido, a parte contrária,
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser por simples petição, poderá recorrer da
interposto no prazo de cinco dias. nova decisão, se couber recurso, não
sendo mais lícito ao juiz modificá-la.

Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV,
Neste caso, independentemente de
o prazo será de vinte dias, contado da
novos arrazoados, subirá o recurso nos
data da publicação definitiva da lista de
próprios autos ou em traslado.
jurados.
Art. 590. Quando for impossível ao
Art. 587. Quando o recurso houver de
escrivão extrair o traslado no prazo da lei,
subir por instrumento, a parte indicará,
poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro.
no respectivo termo, ou em
requerimento avulso, as peças dos autos Art. 591. Os recursos serão
de que pretenda traslado. apresentados ao juiz ou tribunal ad
quem, dentro de cinco dias da
Parágrafo único. O traslado será extraído,
publicação da resposta do juiz a quo, ou
conferido e concertado no prazo de
entregues ao Correio dentro do mesmo
cinco dias, e dele constarão sempre a
prazo.
decisão recorrida, a certidão de sua
intimação, se por outra forma não for Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou
possível verificar-se a oportunidade do do tribunal ad quem, deverão os autos
recurso, e o termo de interposição. ser devolvidos, dentro de cinco dias, ao
juiz a quo.
Art. 588. Dentro de dois dias, contados
da interposição do recurso, ou do dia em CAPÍTULO III
que o escrivão, extraído o traslado, o
DA APELAÇÃO
fizer com vista ao recorrente, este
oferecerá as razões e, em seguida, será Art. 593. Caberá APELAÇÃO no prazo de
aberta vista ao recorrido por igual prazo. cinco dias:
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, I - das sentenças definitivas de

será intimado do prazo na pessoa do condenação ou absolvição proferidas
defensor. por Juiz singular;
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou II - das decisões definitivas, ou com força
sem ela, será o recurso concluso ao juiz, de definitivas, proferidas por Juiz
que, dentro de dois dias, reformará ou singular, nos casos não previstos no
sustentará o seu despacho, mandando capítulo anterior;
131
III - das decisões do Tribunal do Júri, Art. 594. (Revogado)
quando:
Art. 595. (Revogado)
a) ocorrer nulidade posterior à
Art. 596. A apelação da sentença
pronúncia;
absolutória não impedirá que o réu seja
b) for a sentença do Juiz Presidente posto imediatamente em liberdade.
contrária à lei expressa ou à decisão dos
Parágrafo único. A apelação não

jurados;
suspenderá a execução da medida de
c) houver erro ou injustiça no tocante à segurança aplicada provisoriamente
aplicação da pena ou da medida de (Artigo com redação dada pela Lei nº
segurança; 5.941, de 22/11/1973)
d) for a decisão dos jurados Art. 597. A apelação de sentença

manifestamente contrária à prova dos condenatória terá efeito suspensivo,
autos. salvo o disposto no art. 393, a aplicação
provisória de interdições de direitos e de
§ 1º Se a sentença do Juiz Presidente for
medidas de segurança (arts. 374 e 378),
contrária à lei expressa ou divergir das
e o caso de suspensão condicional de
respostas dos jurados aos quesitos, o
pena.
Tribunal ad quem fará a devida
retificação. Art. 598. Nos crimes de competência do
Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da
§ 2º Interposta a apelação com
sentença não for interposta apelação
fundamento no nº III, letra c , deste
pelo Ministério Público no prazo legal, o
artigo, o Tribunal ad quem, se lhe der
ofendido ou qualquer das pessoas
provimento retificará a aplicação da
enumeradas no art. 31, ainda que não
pena ou da medida de segurança.
se tenha habilitado como assistente,
§ 3º Se a apelação se fundar no nº III, poderá interpor apelação, que não terá,
letra d, deste artigo, e o Tribunal ad porém, efeito suspensivo.
quem se convencer de que a decisão
Parágrafo único. O prazo para
dos jurados é manifestamente contrária
interposição desse recurso será de
à prova dos autos, dar-lhe-á provimento
quinze dias e correrá do dia em que
para sujeitar o réu a novo julgamento;
terminar o do Ministério Público.
não se admite, porém, pelo mesmo
motivo, segunda apelação. Art. 599. As apelações poderão ser
interpostas quer em relação a todo o
§ 4º Quando cabível a apelação, não
julgado, quer em relação a parte dele.
poderá ser usado o recurso em sentido
estrito, ainda que somente de parte da Art. 600. Assinado o termo de apelação,
decisão se recorra. o apelante e, depois dele, o apelado
132
terão o prazo de oito dias cada um para razões de apelação, ou do vencimento
oferecer razões, salvo nos processos de do prazo para a apresentação das do
contravenção, em que o prazo será de apelado.
três dias.
§ 2º As despesas do traslado correrão
§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, por conta de quem o solicitar, salvo se o
no prazo de três dias, após o Ministério pedido for de réu pobre ou do
Público. Ministério Público.

§ 2º Se a ação penal for movida pela Art. 602. Os autos serão, dentro dos
parte ofendida, o Ministério Público terá prazos do artigo anterior, apresentados
vista dos autos, no prazo do parágrafo ao tribunal ad quem ou entregues ao
anterior. Correio, sob registro.
§ 3º Quando forem dois ou mais os Art. 603. A apelação subirá nos autos
apelantes ou apelados, os prazos serão originais e, a não ser no Distrito Federal e
comuns. nas comarcas que forem sede de
Tribunal de Apelação, ficará em cartório
§ 4º Se o apelante declarar, na petição
traslado dos termos essenciais do
ou no termo, ao interpor a apelação,
processo referidos no art. 564, III.
que deseja arrazoar na Superior
Instância serão os autos remetidos ao Art. 604. (Revogado)
Tribunal ad quem onde será aberta vista
às partes, observados os prazos legais,
notificadas as partes pela publicação Art. 606. (Revogado)
oficial. (Parágrafo acrescido pela Lei nº CAPÍTULO IV
4.336, de 1º/6/1964)
DO PROTESTO POR NOVO JÚRI
Art. 601. Findos os prazos para razões, os
autos serão remetidos à instância (Revogado pela Lei nº 11.689, de
superior, com as razões ou sem elas, no 9/6/2008, publicada no DOU de
prazo de cinco dias, salvo no caso do art. 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
603, segunda parte, em que o prazo será publicação)
de trinta dias. Art. 607. (Revogado)
§ 1º Se houver mais de um réu, e não Art. 608. (Revogado)
houverem todos sido julgados, ou não
CAPÍTULO V
tiverem todos apelado, caberá ao
apelante promover extração do traslado DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS
dos autos, o qual deverá ser remetido à RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO E DAS
instância superior no prazo de trinta dias, APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE
contado da data da entrega das últimas APELAÇÃO
133
Art. 609. Os recursos, apelações e procurador-geral, quando o requerer,
embargos serão julgados pelos Tribunais por igual prazo.
de Justiça, Câmaras ou Turmas criminais,
de acordo com a competência
estabelecida nas leis de organização Art. 612. Os recursos de habeas corpus,
judiciária. (“Caput” do artigo com designado o relator, serão julgados na
redação dada pela Lei nº 1.720-B, de primeira sessão.

3/11/1952) Art. 613. As apelações interpostas das
Parágrafo único. Quando não for sentenças proferidas em processos por
unânime a decisão de segunda crime a que a lei comine pena de
instância, desfavorável ao réu, admitem- reclusão, deverão ser processadas e
se embargos infringentes e de nulidade, julgadas pela forma estabelecida no art.
que poderão ser apostos dentro de 10 610, com as seguintes modificações:
(dez) dias, a contar da publicação de I - exarado o relatório nos autos,
acórdão, na forma do artigo 613. Se o passarão estes ao revisor, que terá igual
desacordo for parcial, os embargos prazo para o exame do processo e
serão restritos à matéria objeto de pedirá designação de dia para o
divergência. (Parágrafo único acrescido julgamento; (Inciso retificado no DOU de
pela Lei nº 1.720-B, de 3/11/1952) 24/10/1941)
Art. 610. Nos recursos em sentido II - os prazos serão ampliados ao dobro;
estrito, com exceção do de habeas
corpus, e nas apelações interpostas das III - o tempo para os debates será de um
sentenças em processo de contravenção quarto de hora.
ou de crime a que a lei comine pena de Art. 614. No caso de impossibilidade de
detenção, os autos irão imediatamente observância de qualquer dos prazos
com vista ao procurador-geral pelo prazo marcados nos arts. 610 e 613, os
de cinco dias, e, em seguida, passarão, motivos da demora serão declarados
por igual prazo, ao relator, que pedirá nos autos.
designação de dia para o julgamento.
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria
Parágrafo único. Anunciado o de votos.
julgamento pelo presidente, e
§ 1º Em todos os julgamentos em
apregoadas as partes, com a presença
matéria penal ou processual penal em
destas ou à sua revelia, o relator fará a
órgãos colegiados, havendo empate,
exposição do feito, e, em seguida, o
prevalecerá a decisão mais favorável ao
presidente concederá, pelo prazo de dez
indivíduo imputado, proclamando-se de
minutos, a palavra aos advogados ou às
imediato esse resultado, ainda que, nas
partes que a solicitarem e ao
hipóteses de vaga aberta a ser
134
preenchida, de impedimento, de Art. 620. Os embargos de declaração
suspeição ou de ausência, tenha sido o serão deduzidos em requerimento de
julgamento tomado sem a totalidade que constem os pontos em que o
dos integrantes do colegiado. (Parágrafo acórdão é ambíguo, obscuro,
com redação dada pela Lei nº 14.836, contraditório ou omisso.
de 8/4/2024)
§ 1º O requerimento será apresentado
§ 2º O acórdão será apresentado à pelo relator e julgado,

conferência na primeira sessão seguinte independentemente de revisão, na
à do julgamento, ou no prazo de duas primeira sessão.
sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo.
§ 2º Se não preenchidas as condições
Art. 616. No julgamento das apelações enumeradas neste artigo, o relator
poderá o tribunal, câmara ou turma indeferirá desde logo o requerimento.
proceder a novo interrogatório do
CAPÍTULO VII
acusado, reinquirir testemunhas ou
determinar outras diligências. DA REVISÃO
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma Art. 621. A revisão dos processos findos
atenderá nas suas decisões ao disposto será admitida:
nos arts. 383, 386 e 387, no que for I - quando a sentença condenatória for
aplicável, não podendo, porém, ser contrária ao texto expresso da lei penal
agravada a pena, quando somente o réu ou à evidência dos autos;
houver apelado da sentença.
II - quando a sentença condenatória se
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de fundar em depoimentos, exames ou
Apelação estabelecerão as normas documentos comprovadamente falsos;
complementares para o processo e
julgamento dos recursos e apelações. III - quando, após a sentença, se
descobrirem novas provas de inocência
CAPÍTULO VI do condenado ou de circunstância que
DOS EMBARGOS determine ou autorize diminuição
especial da pena.
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos
Tribunais de Apelação, câmaras ou Art. 622. A revisão poderá ser requerida
turmas, poderão ser opostos embargos em qualquer tempo, antes da extinção
de declaração, no prazo de dois dias da pena ou após.
contados da sua publicação, quando Parágrafo único. Não será admissível a
houver na sentença ambiguidade, reiteração do pedido, salvo se fundado
obscuridade, contradição ou omissão. em novas provas.
(Artigo retificado no DOU de
24/10/1941)
135
Art. 623. A revisão poderá ser pedida julgamento de revisão, obedecido o que
pelo próprio réu ou por procurador for estabelecido no respectivo
legalmente habilitado ou, no caso de Regimento Interno. (Parágrafo acrescido
morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, pelo Decreto-Lei nº 504, de 18/3/1969)
descendente ou irmão.
Art. 625. O requerimento será
Art. 624. As revisões criminais serão distribuído a um relator e a um revisor,
processadas e julgadas: (“Caput” do devendo funcionar como relator um

artigo com redação dada pelo Decreto- desembargador que não tenha
Lei nº 504, de 18/3/1969) pronunciado decisão em qualquer fase
do processo.
I - pelo Supremo Tribunal Federal,
quanto às condenações por ele § 1º O requerimento será instruído com
proferidas; (Inciso com redação dada a certidão de haver passado em julgado
pelo Decreto-Lei nº 504, de 18/3/1969) a sentença condenatória e com as peças
necessárias à comprovação dos fatos
II - pelo Tribunal Federal de Recursos,
argüidos.
Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos
demais casos. (Inciso com redação dada § 2º O relator poderá determinar que se
pelo Decreto-Lei nº 504, de 18/3/1969) apensem os autos originais, se daí não
advier dificuldade à execução normal da
§ 1º No Supremo Tribunal Federal e no
sentença.
Tribunal Federal de Recursos o processo
e julgamento obedecerão ao que for § 3º Se o relator julgar insuficientemente
estabelecido no respectivo Regimento instruído o pedido e inconveniente ao
Interno. (Parágrafo único transformado interesse da justiça que se apensem os
em § 1º e com redação dada pelo autos originais, indeferi-lo-á in limine,
Decreto-Lei nº 504, de 18/3/1969) dando recurso para as câmaras reunidas
ou para o tribunal, conforme o caso (art.
§ 2º Nos Tribunais de Justiça ou de
624, parágrafo único).
Alçada, o julgamento será efetuado
pelas Câmaras ou Turmas Criminais, § 4º Interposto o recurso por petição e
reunidas em sessão conjunta, quando independentemente de termo, o relator
houver mais de uma, e, no caso apresentará o processo em mesa para o
contrário, pelo Tribunal pleno. (Parágrafo julgamento e o relatará, sem tomar
acrescido pelo Decreto-Lei nº 504, de parte na discussão.
18/3/1969)
§ 5º Se o requerimento não for
§ 3º Nos Tribunais onde houver quatro indeferido in limine, abrir-se-á vista dos
ou mais Câmaras ou Turmas Criminais, autos ao procurador-geral, que dará
poderão ser constituídos dois ou mais parecer no prazo de dez dias. Em
Grupos de Câmaras ou Turmas para o seguida, examinados os autos,
136
sucessivamente, em igual prazo, pelo § 2º A indenização não será devida:
relator e revisor, julgar-se-á o pedido na
a) se o erro ou a injustiça da condenação
sessão que o presidente designar.
proceder de ato ou falta imputável ao
Art. 626. Julgando procedente a revisão, próprio impetrante, como a confissão ou
o tribunal poderá alterar a classificação a ocultação de prova em seu poder;
da infração, absolver o réu, modificar a
b) se a acusação houver sido
pena ou anular o processo.

meramente privada.
Parágrafo único. De qualquer maneira,
Art. 631. Quando, no curso da revisão,
não poderá ser agravada a pena imposta
falecer a pessoa, cuja condenação tiver
pela decisão revista.
de ser revista, o presidente do tribunal
Art. 627. A absolvição implicará o nomeará curador para a defesa.
restabelecimento de todos os direitos
CAPÍTULO VIII
perdidos em virtude da condenação,
devendo o tribunal, se for caso, impor a DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
medida de segurança cabível. Arts. 632 a 636. (Revogados)
Art. 628. Os regimentos internos dos Art. 637. O recurso extraordinário não
Tribunais de Apelação estabelecerão as tem efeito suspensivo, e uma vez
normas complementares para o arrazoados pelo recorrido os autos do
processo e julgamento das revisões traslado, os originais baixarão à primeira
criminais. instância, para a execução da sentença.
Art. 629. À vista da certidão do acórdão Art. 638. O recurso extraordinário e o
que cassar a sentença condenatória, o recurso especial serão processados e
juiz mandará juntá-la imediatamente julgados no Supremo Tribunal Federal e
aos autos, para inteiro cumprimento da no Superior Tribunal de Justiça na forma
decisão. estabelecida por leis especiais, pela lei
Art. 630. O tribunal, se o interessado o processual civil e pelos respectivos
requerer, poderá reconhecer o direito a regimentos internos. (Artigo com
uma justa indenização pelos prejuízos redação dada pela Lei nº 13.964, de
sofridos. 24/12/2019, publicada na Edição Extra
§ 1º Por essa indenização, que será
liquidada no juízo cível, responderá a
União, se a condenação tiver sido CAPÍTULO IX
proferida pela justiça do Distrito Federal DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
ou de Território, ou o Estado, se o tiver
sido pela respectiva justiça. Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I - da decisão que denegar o recurso;
137
II - da que, admitindo embora o recurso, estabelecido para o recurso
obstar à sua expedição e seguimento extraordinário, se deste se tratar.
para o juízo ad quem.
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a
Art. 640. A carta testemunhável será que competir o julgamento da carta, se
requerida ao escrivão, ou ao secretário desta tomar conhecimento, mandará
do tribunal, conforme o caso, nas processar o recurso, ou, se estiver
quarenta e oito horas seguintes ao suficientemente instruída, decidirá logo,

despacho que denegar o recurso, de meritis.
indicando o requerente as peças do
Art. 645. O processo da carta
processo que deverão ser trasladadas.
testemunhável na instância superior
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do seguirá o processo do recurso
tribunal, dará recibo da petição à parte e, denegado.
no prazo máximo de cinco dias, no caso
Art. 646. A carta testemunhável não terá
de recurso no sentido estrito, ou de
efeito suspensivo.
sessenta dias, no caso de recurso
extraordinário, fará entrega da carta, CAPÍTULO X
devidamente conferida e concertada. DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do Art. 647. Dar-se-á HABEAS CORPUS
tribunal, que se negar a dar o recibo, ou sempre que alguém sofrer ou se achar
deixar de entregar, sob qualquer na iminência de sofrer violência ou
pretexto, o instrumento, será suspenso coação ilegal na sua liberdade de ir e vir,
por trinta dias. O juiz, ou o presidente do SALVO nos casos de punição disciplinar.
Tribunal de Apelação, em face de
representação do testemunhante, Art. 647-A. No âmbito de sua
imporá a pena e mandará que seja competência jurisdicional, qualquer
extraído o instrumento, sob a mesma autoridade judicial poderá expedir de
sanção, pelo substituto do escrivão ou ofício ordem de habeas corpus,
do secretário do tribunal. Se o individual ou coletivo, quando, no curso
testemunhante não for atendido, de qualquer processo judicial, verificar
poderá reclamar ao presidente do que, por violação ao ordenamento
tribunal ad quem, que avocará os autos, jurídico, alguém sofre ou se acha
para o efeito do julgamento do recurso e ameaçado de sofrer violência ou coação
imposição da pena. em sua liberdade de locomoção. (Artigo
Art. 643. Extraído e autuado o 8/4/2024)
instrumento, observar-se-á o disposto
nos arts. 588 a 592, no caso de recurso Parágrafo único. A ordem de habeas
em sentido estrito, ou o processo corpus poderá ser concedida de ofício
138
pelo juiz ou pelo tribunal em processo forem atribuídos a governadores, ou
de competência originária ou recursal, interventores, dos Estados ou Territórios
ainda que não conhecidos a ação ou o e ao prefeito do Distrito Federal, ou a
recurso em que veiculado o pedido de seus secretários, ou aos chefes de Polícia.
cessação de coação ilegal. (Parágrafo (Inciso retificado no DOU de
8/4/2024)
§ 1º A competência do juiz cessará

Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: sempre que a violência ou coação
provier de autoridade judiciária de igual
I - quando não houver justa causa;
ou superior jurisdição.
II - quando alguém estiver preso por
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a
mais tempo do que determina a lei;
prisão administrativa, atual ou iminente,
III - quando quem ordenar a coação não dos responsáveis por dinheiro ou valor
tiver competência para fazê-lo; pertencente à Fazenda Pública,
IV - quando houver cessado o motivo alcançados ou omissos em fazer o seu
que autorizou a coação; recolhimento nos prazos legais, salvo se
o pedido for acompanhado de prova de
V - quando não for alguém admitido a quitação ou de depósito do alcance
prestar fiança, nos casos em que a lei a verificado, ou se a prisão exceder o prazo
autoriza; legal.
VI - quando o processo for Art. 651. A concessão do habeas corpus
manifestamente nulo; não obstará, nem porá termo ao
VII - quando extinta a punibilidade. processo, desde que este não esteja em
conflito com os fundamentos daquela.
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos
limites da sua jurisdição, fará passar Art. 652. Se o habeas corpus for
imediatamente a ordem impetrada, nos concedido em virtude de nulidade do
casos em que tenha cabimento, seja processo, este será renovado.
qual for a autoridade coatora. Art. 653. Ordenada a soltura do paciente
Art. 650. Competirá conhecer, em virtude de habeas corpus, será
originariamente, do pedido de habeas condenada nas custas a autoridade que,
corpus: por má-fé ou evidente abuso de poder,
tiver determinado a coação.
I - ao Supremo Tribunal Federal, nos
casos previstos no art. 101, I, g, da Parágrafo único. Neste caso, será
Constituição; remetida ao Ministério Público cópia das
peças necessárias para ser promovida a
II - aos Tribunais de Apelação, sempre
responsabilidade da autoridade.
que os atos de violência ou coação
139
Art. 654. O habeas corpus poderá ser autoridade judiciária, caso em que
impetrado por qualquer pessoa, em seu caberá ao Supremo Tribunal Federal ou
favor ou de outrem, bem como pelo ao Tribunal de Apelação impor as
Ministério Público. multas.
§ 1º A petição de habeas corpus conterá: Art. 656. Recebida a petição de habeas

corpus, o juiz, se julgar necessário, e
a) o nome da pessoa que sofre ou está
estiver preso o paciente, mandará que

ameaçada de sofrer violência ou coação
este lhe seja imediatamente
e o de quem exercer a violência, coação
apresentado em dia e hora que designar.
ou ameaça;
Parágrafo único. Em caso de
b) a declaração da espécie de
desobediência, será expedido mandado
constrangimento ou, em caso de
de prisão contra o detentor, que será
simples ameaça de coação, as razões em
processado na forma da lei, e o juiz
que funda o seu temor;
providenciará para que o paciente seja
c) a assinatura do impetrante, ou de tirado da prisão e apresentado em juízo.
alguém a seu rogo, quando não souber
Art. 657. Se o paciente estiver preso,
ou não puder escrever, e a designação
nenhum motivo escusará a sua
das respectivas residências.
apresentação, salvo:
§ 2º Os juízes e os tribunais têm
I - grave enfermidade do paciente;
competência para expedir de ofício
ordem de habeas corpus, quando no II - não estar ele sob a guarda da pessoa
curso de processo verificarem que a quem se atribui a detenção;
alguém sofre ou está na iminência de
III - se o comparecimento não tiver sido
sofrer coação ilegal.
determinado pelo juiz ou pelo tribunal.
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local
prisão, o escrivão, o oficial de justiça ou a
em que o paciente se encontrar, se este
autoridade judiciária ou policial que
não puder ser apresentado por motivo
embaraçar ou procrastinar a expedição
de doença.
de ordem de habeas corpus, as
informações sobre a causa da prisão, a Art. 658. O detentor declarará à ordem
condução e apresentação do paciente, de quem o paciente estiver preso.
ou a sua soltura, será multado na Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar
quantia de duzentos mil-réis a um conto que já cessou a violência ou coação
de réis, sem prejuízo das penas em que ilegal, julgará prejudicado o pedido.
incorrer. As multas serão impostas pelo
juiz do tribunal que julgar o habeas Art. 660. Efetuadas as diligências, e
corpus, salvo quando se tratar de interrogado o paciente, o juiz decidirá,
140
fundamentadamente, dentro de vinte e Art. 661. Em caso de competência
quatro horas. originária do Tribunal de Apelação, a
petição de habeas corpus será
§ 1º Se a decisão for favorável ao
apresentada ao secretário, que a enviará
paciente, será logo posto em liberdade,
imediatamente ao presidente do
salvo se por outro motivo dever ser
tribunal, ou da câmara criminal, ou da
mantido na prisão.
turma, que estiver reunida, ou primeiro

§ 2º Se os documentos que instruírem a tiver de reunir-se.
petição evidenciarem a ilegalidade da
Art. 662. Se a petição contiver os
coação, o juiz ou o tribunal ordenará que
requisitos do art. 654, § 1º, o presidente,
cesse imediatamente o
se necessário, requisitará da autoridade
constrangimento.
indicada como coatora informações por
§ 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de escrito. Faltando, porém, qualquer
não ter sido o paciente admitido a daqueles requisitos, o presidente
prestar fiança, o juiz arbitrará o valor mandará preenchê-lo, logo que lhe for
desta, que poderá ser prestada perante apresentada a petição.
ele, remetendo, neste caso, à autoridade
Art. 663. As diligências do artigo anterior
os respectivos autos, para serem
não serão ordenadas, se o presidente
anexados aos do inquérito policial ou
entender que o habeas corpus deva ser
aos do processo judicial.
indeferido in limine. Nesse caso, levará a
§ 4º Se a ordem de habeas corpus for petição ao tribunal, câmara ou turma,
concedida para evitar ameaça de para que delibere a respeito.
violência ou coação ilegal, dar-se-á ao
Art. 664. Recebidas as informações, ou
paciente salvo-conduto assinado pelo
dispensadas, o habeas corpus será
juiz.
julgado na primeira sessão, podendo,
§ 5º Será incontinenti enviada cópia da entretanto, adiar-se o julgamento para a
decisão à autoridade que tiver ordenado sessão seguinte.
a prisão ou tiver o paciente à sua
Parágrafo único. A decisão será tomada
disposição, a fim de juntar-se aos autos
por maioria de votos. Havendo empate,
do processo.
se o presidente não tiver tomado parte
§ 6º Quando o paciente estiver preso na votação, proferirá voto de
em lugar que não seja o da sede do juízo desempate; no caso contrário,
ou do tribunal que conceder a ordem, o prevalecerá a decisão mais favorável ao
alvará de soltura será expedido pelo paciente.
telégrafo, se houver, observadas as
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará
formalidades estabelecidas no art. 289,
a ordem que, assinada pelo presidente
parágrafo único, in fine, ou por via postal.
do tribunal, câmara ou turma, será
141
dirigida por ofício ou telegrama, ao respectivo presidente prover-lhe a
detentor, ao carcereiro ou autoridade execução.
que exercer ou ameaçar exercer o
Art. 669. Só depois de passar em
constrangimento.
julgado, será exequível a sentença, salvo:
Parágrafo único. A ordem transmitida
I - quando condenatória, para o efeito de
por telegrama obedecerá ao disposto no
sujeitar o réu a prisão, ainda no caso de
art. 289, parágrafo único, in fine.

crime afiançável, enquanto não for
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de prestada a fiança;
Apelação estabelecerão as normas
II - quando absolutória, para o fim de
complementares para o processo e
imediata soltura do réu, desde que não
julgamento do pedido de habeas corpus
proferida em processo por crime a que a
de sua competência originária.
lei comine pena de reclusão, no
Art. 667. No processo e julgamento do máximo, por tempo igual ou superior a
habeas corpus de competência oito anos.
originária do Supremo Tribunal Federal,
Art. 670. No caso de decisão absolutória
bem como nos de recurso das decisões
confirmada ou proferida em grau de
de última ou única instância,
apelação, incumbirá ao relator fazer
denegatórias de habeas corpus,
expedir o alvará de soltura, de que dará
observar-se-á, no que lhes for aplicável,
imediatamente conhecimento ao juiz de
o disposto nos artigos anteriores,
primeira instância.
devendo o regimento interno do
tribunal estabelecer as regras Art. 671. Os incidentes da execução
complementares. serão resolvidos pelo respectivo juiz.
LIVRO IV Art. 672. Computar-se-á na pena

privativa da liberdade o tempo:
DA EXECUÇÃO
I - de prisão preventiva no Brasil ou no
TÍTULO I
estrangeiro;
II - de prisão provisória no Brasil ou no
Art. 668. A execução, onde não houver estrangeiro;
juiz especial, incumbirá ao juiz da
III - de internação em hospital ou
sentença, ou, se a decisão for do Tribunal
manicômio.
do Júri, ao seu presidente.
Art. 673. Verificado que o réu, pendente
Parágrafo único. Se a decisão for de
a apelação por ele interposta, já sofreu
tribunal superior, nos casos de sua
prisão por tempo igual ao da pena a que
competência originária, caberá ao
foi condenado, o relator do feito
142
mandará pô-lo imediatamente em tribunal fará, logo após a sessão de
liberdade, sem prejuízo do julgamento julgamento, remeter ao chefe de Polícia
do recurso, salvo se, no caso de crime a o mandado de prisão do condenado.
que a lei comine pena de reclusão, no
§ 2º Se o réu estiver em prisão especial,
máximo, por tempo igual ou superior a 8
deverá, ressalvado o disposto na
anos, o querelante ou o Ministério
legislação relativa aos militares, ser
Público também houver apelado da
expedida ordem para sua imediata

sentença condenatória.
remoção para prisão comum, até que se
TÍTULO II verifique a expedição de carta de guia
para o cumprimento da pena.
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE
Art. 676. A carta de guia, extraída pelo
escrivão e assinada pelo juiz, que a
CAPÍTULO I rubricará em todas as folhas, será
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE remetida ao diretor do estabelecimento
em que tenha de ser cumprida a
Art. 674. Transitando em julgado a sentença condenatória, e conterá:
sentença que impuser pena privativa de
liberdade, se o réu já estiver preso, ou I - o nome do réu e a alcunha por que for
vier a ser preso, o juiz ordenará a conhecido;
expedição de carta de guia para o II - a sua qualificação civil (naturalidade,
cumprimento da pena. filiação, idade, estado, profissão),
Parágrafo único. Na hipótese do art. 82, instrução e, se constar, número do
última parte, a expedição da carta de registro geral do Instituto de
guia será ordenada pelo juiz competente Identificação e Estatística ou de
para a soma ou unificação das penas. repartição congênere;
Art. 675. No caso de ainda não ter sido III - o teor integral da sentença
expedido mandado de prisão, por tratar- condenatória e a data da terminação da
se de infração penal em que o réu se pena.
livra solto ou por estar afiançado, o juiz, Parágrafo único. Expedida carta de guia
ou o presidente da câmara ou tribunal, para cumprimento de uma pena, se o
se tiver havido recurso, fará expedir o réu estiver cumprindo outra, só depois
mandado de prisão, logo que transite de terminada a execução desta será
em julgado a sentença condenatória. aquela executada. Retificar-se-á a carta
§ 1º No caso de reformada pela superior de guia sempre que sobrevenha
instância, em grau de recurso, a modificação quanto ao início da
sentença absolutória, estando o réu execução ou ao tempo de duração da
solto, o presidente da câmara ou do pena.
143
Art. 677. Da carta de guia e seus § 2º Se a internação se prolongar até o
aditamentos se remeterá cópia ao término do prazo restante da pena e
Conselho Penitenciário. não houver sido imposta medida de
segurança detentiva, o indivíduo terá o
Art. 678. O diretor do estabelecimento,
destino aconselhado pela sua
em que o réu tiver de cumprir a pena,
enfermidade, feita a devida
passará recibo da carta de guia para
comunicação ao juiz de incapazes.
juntar-se aos autos do processo.

Art. 683. O diretor da prisão a que o réu
Art. 679. As cartas de guia serão
tiver sido recolhido provisoriamente ou
registradas em livro especial, segundo a
em cumprimento de pena comunicará
ordem cronológica do recebimento,
imediatamente ao juiz o óbito, a fuga ou
fazendo-se no curso da execução as
a soltura do detido ou sentenciado para
anotações necessárias.
que fique constando dos autos.
Art. 680. Computar-se-á no tempo da
Parágrafo único. A certidão de óbito
pena o período em que o condenado,
acompanhará a comunicação.
por sentença irrecorrível, permanecer
preso em estabelecimento diverso do Art. 684. A recaptura do réu evadido não
destinado ao cumprimento dela. depende de prévia ordem judicial e
poderá ser efetuada por qualquer
Art. 681. Se impostas cumulativamente
pessoa.
penas privativas da liberdade, será
executada primeiro a de reclusão, depois Art. 685. Cumprida ou extinta a pena, o
a de detenção e por último a de prisão condenado será posto, imediatamente,
simples. em liberdade, mediante alvará do juiz,
no qual se ressalvará a hipótese de dever
Art. 682. O sentenciado a que sobrevier
o condenado continuar na prisão por
doença mental, verificada por perícia
outro motivo legal.
médica, será internado em manicômio
judiciário, ou, à falta, em outro Parágrafo único. Se tiver sido imposta
estabelecimento adequado, onde lhe medida de segurança detentiva, o
seja assegurada a custódia. condenado será removido para
estabelecimento adequado (art. 762).
§ 1º Em caso de urgência, o diretor do
estabelecimento penal poderá CAPÍTULO II
determinar a remoção do sentenciado,
DAS PENAS PECUNIÁRIAS
comunicando imediatamente a
providência ao juiz, que, em face da Art. 686. A pena de multa será paga
perícia médica, ratificará ou revogará a dentro em 10 dias após haver transitado
medida. em julgado a sentença que a impuser.
144
Parágrafo único. Se interposto recurso da I - possuindo o condenado bens sobre os
sentença, esse prazo será contado do dia quais possa recair a execução, será
em que o juiz ordenar o cumprimento extraída certidão da sentença
da decisão da superior instância. condenatória, a fim de que o Ministério
Público proceda à cobrança judicial;
Art. 687. O juiz poderá, desde que o
condenado o requeira: II - sendo o condenado insolvente, far-
se-á a cobrança:

I - prorrogar o prazo do pagamento da
multa até três meses, se as a) mediante desconto de quarta parte
circunstâncias justificarem essa de sua remuneração (arts. 29, § 1º, e 37
prorrogação; do Código Penal), quando cumprir pena
privativa da liberdade, cumulativamente
II - permitir, nas mesmas circunstâncias,
imposta com a de multa;
que o pagamento se faça em parcelas
mensais, no prazo que fixar, mediante b) mediante desconto em seu
caução real ou fidejussória, quando vencimento ou salário, se, cumprida a
necessário. (Inciso com redação dada pena privativa da liberdade, ou
pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977) concedido o livramento condicional, a
multa não houver sido resgatada;
§ 1º O requerimento, tanto no caso do
nº I, como no do nº II, será feito dentro c) mediante esse desconto, se a multa
do decêndio concedido para o for a única pena imposta ou no caso de
pagamento da multa. suspensão condicional da pena.
§ 2º A permissão para o pagamento em § 1º O desconto, nos casos das letras b e

parcelas será revogada, se o juiz verificar c, será feito mediante ordem ao
que o condenado dela se vale para empregador, à repartição competente
fraudar a execução da pena. Nesse caso, ou à administração da entidade
a caução resolver-se-á em valor paraestatal, e, antes de fixá-lo, o juiz
monetário, devolvendo-se ao requisitará informações e ordenará
condenado o que exceder à satisfação diligências, inclusive arbitramento,
da multa e das custas processuais. quando necessário, para observância do
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº art. 37, § 3º, do Código Penal.
6.416, de 24/5/1977)
§ 2º Sob pena de desobediência e sem
Art. 688. Findo o decêndio ou a prejuízo da execução a que ficará sujeito,
prorrogação sem que o condenado o empregador será intimado a recolher
efetue o pagamento, ou ocorrendo a mensalmente, até o dia fixado pelo juiz,
hipótese prevista no § 2º do artigo a importância correspondente ao
anterior, observar-se-á o seguinte: desconto, em selo penitenciário, que
será inutilizado nos autos pelo juiz.
145
§ 3º Se o condenado for funcionário condenado solto ou em cumprimento
estadual ou municipal ou empregado de de pena privativa da liberdade.
entidade paraestatal, a importância do
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo,
desconto será, semestralmente,
a conversão será feita pelo valor das
recolhida ao Tesouro Nacional, delegacia
parcelas não pagas. (Parágrafo acrescido
fiscal ou coletoria federal, como receita
pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
do selo penitenciário.

Art. 690. O juiz tornará sem efeito a
§ 4º As quantias descontadas em folha
conversão, expedindo alvará de soltura
de pagamento de funcionário federal
ou cassando a ordem de prisão, se o
constituirão renda do selo penitenciário.
condenado, em qualquer tempo:
Art. 689. A multa será convertida, à razão
I - pagar a multa;
de dez mil-réis por dia, em detenção ou
prisão simples, no caso de crime ou de II - prestar caução real ou fidejussória
contravenção: que lhe assegure o pagamento.
I - se o condenado solvente frustrar o Parágrafo único. No caso do nº II, antes

pagamento da multa; de homologada a caução, será ouvido o
Ministério Público dentro do prazo de
II - se não forem pagas pelo condenado
dois dias.
solvente as parcelas mensais autorizadas
sem garantia. (Inciso com redação dada CAPÍTULO III
pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977) DAS PENAS ACESSÓRIAS
§ 1º Se o juiz reconhecer desde logo a Art. 691. O juiz dará à autoridade
existência de causa para a conversão, a administrativa competente
ela procederá de ofício ou a conhecimento da sentença transitada
requerimento do Ministério Público, em julgado, que impuser ou de que
independentemente de audiência do resultar a perda da função pública ou a
condenado; caso contrário, depois de incapacidade temporária para
ouvir o condenado, se encontrado no investidura em função pública ou para
lugar da sede do juízo, poderá admitir a exercício de profissão ou atividade.
apresentação de prova pelas partes,
inclusive testemunhal, no prazo de três Art. 692. No caso de incapacidade
dias. temporária ou permanente para o
exercício do pátrio poder, da tutela ou da
§ 2º O juiz, desde que transite em curatela, o juiz providenciará para que
julgado a decisão, ordenará a expedição sejam acautelados, no juízo
de mandado de prisão ou aditamento à competente, a pessoa e os bens do
carta de guia, conforme esteja o menor ou do interdito.
146
Art. 693. A incapacidade permanente ou outro crime a pena privativa da
temporária para o exercício da liberdade, salvo o disposto no parágrafo
autoridade marital ou do pátrio poder único do artigo 46 do Código Penal;
será averbada no registro civil. (Inciso com redação dada pela Lei nº
6.416, de 24/5/1977)
Art. 694. As penas acessórias
consistentes em interdições de direitos II - os antecedentes e a personalidade do
serão comunicadas ao Instituto de sentenciado, os motivos e as

Identificação e Estatística ou circunstâncias do crime autorizem a
estabelecimento congênere, figurarão presunção de que não tornará a
na folha de antecedentes do condenado delinqüir.
e serão mencionadas no rol de culpados.
Parágrafo único. Processado o
Art. 695. Iniciada a execução das beneficiário por outro crime ou
interdições temporárias (art. 72, a e b, do contravenção, considerar-se-á
Código Penal), o juiz, de ofício, a prorrogado o prazo da suspensão da
requerimento do Ministério Público ou pena até o julgamento definitivo.
do condenado, fixará o seu termo final,
Art. 697. O Juiz ou tribunal, na decisão
completando as providências
que aplicar pena privativa da liberdade
determinadas nos artigos anteriores.
não superior a dois anos, deverá
TÍTULO III pronunciar-se, motivadamente, sobre a
suspensão condicional, quer a conceda
DOS INCIDENTES DA EXECUÇÃO
quer a denegue. (Artigo com redação
CAPÍTULO I dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA Art. 698. Concedida a suspensão, o juiz
PENA especificará as condições a que fica
Art. 696. O juiz poderá suspender, por sujeito o condenado, pelo prazo
tempo não inferior a dois nem superior previsto, começando este a correr da
a seis anos, a execução das penas de audiência em que se der conhecimento
reclusão e de detenção que não da sentença ao beneficiário e lhe for
excedam a dois anos, ou, por tempo não entregue documento similar ao descrito
inferior a um nem superior a três anos, a no artigo 724. (“Caput” do artigo com
execução da pena de prisão simples, redação dada pela Lei nº 6.416, de
desde que o sentenciado: (“Caput” do 24/5/1977)
artigo com redação dada pela Lei nº § 1º As condições serão adequadas ao
6.416, de 24/5/1977) delito e à personalidade do condenado.
I - não haja sofrido, no País ou no (Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.416, de
estrangeiro, condenação irrecorrível por 24/5/1977)
147
§ 2º Poderão ser impostas, além das comunicando, também, a sua ocupação,
estabelecidas no artigo 767, como os salários ou proventos de que vive, as
normas de conduta e obrigações, as economias que conseguiu realizar e as
seguintes condições: dificuldades materiais ou sociais que
enfrenta. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
I - freqüentar curso de habilitação
6.416, de 24/5/1977)
profissional ou de instrução escolar;
§ 6º A entidade fiscalizadora deverá

II - prestar serviços em favor da
comunicar imediatamente ao órgão de
comunidade;
inspeção, para os fins legais (arts. 730 e
III - atender aos encargos de família; 731), qualquer fato capaz de acarretar a
IV - submeter-se a tratamento de revogação do benefício, a prorrogação
desintoxicação. (Parágrafo acrescido pela do prazo ou a modificação das
Lei nº 6.416, de 24/5/1977) condições. (Parágrafo acrescido pela Lei
nº 6.416, de 24/5/1977)
§ 3º O juiz poderá fixar, a qualquer
tempo, de ofício ou a requerimento do § 7º Se for permitido ao beneficiário
Ministério Público, outras condições mudar-se, será feita comunicação ao juiz
além das especificadas na sentença e e à entidade fiscalizadora do local da
das referidas no parágrafo anterior, nova residência, aos quais deverá
desde que as circunstâncias o apresentar-se imediatamente.
aconselhem. (Parágrafo acrescido pela (Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.416, de
Lei nº 6.416, de 24/5/1977) 24/5/1977)
§ 4º A fiscalização do cumprimento das Art. 699. No caso de condenação pelo

condições deverá ser regulada, nos tribunal do júri, a suspensão condicional
Estados, Territórios e Distrito Federal, por da pena competirá ao seu presidente.
normas supletivas e atribuída a serviço Art. 700. A suspensão não compreende
social penitenciário, patronato, conselho a multa, as penas acessórias, os efeitos
de comunidade ou entidades similares, da condenação nem as custas.
inspecionadas pelo Conselho
Art. 701. O juiz, ao conceder a
Penitenciário, pelo Ministério Público ou
suspensão, fixará, tendo em conta as
ambos, devendo o juiz da execução na
condições econômicas ou profissionais
comarca suprir, por ato, a falta das
do réu, o prazo para o pagamento,
normas supletivas. (Parágrafo acrescido
integral ou em prestações, das custas do
pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
processo e taxa penitenciária.
§ 5º O beneficiário deverá comparecer
Art. 702. Em caso de co-autoria, a
periodicamente à entidade fiscalizadora,
suspensão poderá ser concedida a uns e
para comprovar a observância das
negada a outros réus.
condições a que está sujeito,
148
Art. 703. O juiz que conceder a sem motivo justificado, a reparação do
suspensão lerá ao réu, em audiência, a dano.
sentença respectiva, e o advertirá das
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a
consequências de nova infração penal e
suspensão, se o beneficiário deixa de
da transgressão das obrigações
cumprir qualquer das obrigações
impostas.
constantes da sentença, de observar
Art. 704. Quando for concedida a proibições inerentes à pena acessória,

suspensão pela superior instância, a esta ou é irrecorrivelmente condenado a
caberá estabelecer-lhe as condições, pena que não seja privativa da
podendo a audiência ser presidida por liberdade; se não a revogar, deverá
qualquer membro do tribunal ou advertir o beneficiário, ou exacerbar as
câmara, pelo juiz do processo ou por condições ou, ainda, prorrogar o período
outro designado pelo presidente do da suspensão até no máximo, se esse
tribunal ou câmara. limite não foi o fixado. (Artigo com
Art. 705. Se, intimado pessoalmente ou
24/5/1977)
por edital com prazo de 20 dias, o réu
não comparecer à audiência a que se Art. 708. Expirado o prazo de suspensão
refere o art. 703, a suspensão ficará sem ou a prorrogação, sem que tenha
efeito e será executada imediatamente a ocorrido motivo de revogação, a pena
pena, salvo prova de justo impedimento, privativa de liberdade será declarada
caso em que será marcada nova extinta.
audiência.
Parágrafo único. O juiz, quando julgar
Art. 706. A suspensão também ficará necessário, requisitará, antes do
sem efeito se, em virtude de recurso, for julgamento, nova folha de antecedentes
aumentada a pena de modo que exclua do beneficiário.
a concessão do benefício. (Artigo com
Art. 709. A condenação será inscrita,
com a nota de suspensão, em livros
24/5/1977)
especiais do Instituto de Identificação e
Art. 707. A suspensão será revogada se o Estatística, ou repartição congênere,
beneficiário: averbando-se, mediante comunicação
do juiz ou do tribunal, a revogação da
I - é condenado, por sentença
suspensão ou a extinção da pena. Em
irrecorrível, a pena privativa da
caso de revogação, será feita a
liberdade;
averbação definitiva no registro geral.
II - frustra, embora solvente, o
§ 1º Nos lugares onde não houver
pagamento da multa, ou não efetua,
Instituto de Identificação e Estatística ou
repartição congênere, o registro e a
149
averbação serão feitos em livro próprio Art. 711. As penas que correspondem a
no juízo ou no tribunal. infrações diversas, podem somar-se,
para efeito do livramento. (Artigo com
§ 2º O registro será secreto, salvo para
efeito de informações requisitadas por
24/5/1977)
autoridade judiciária, no caso de novo
processo. Art. 712. O livramento condicional
poderá ser concedido mediante

§ 3º Não se aplicará o disposto no § 2º,
requerimento do sentenciado, de seu
quando houver sido imposta ou resultar
cônjuge ou de parente em linha reta, ou
de condenação pena acessória
por proposta do diretor do
consistente em interdição de direitos.
estabelecimento penal, ou por iniciativa
CAPÍTULO II do Conselho Penitenciário. (“Caput” do
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL artigo com redação dada pelo Decreto-
Lei nº 6.109, de 16/12/1943)
Art. 710. O livramento condicional
poderá ser concedido ao condenado a Parágrafo único. No caso do artigo
pena privativa da liberdade igual ou anterior, a concessão do livramento
superior a dois anos, desde que se competirá ao juiz da execução da pena
verifiquem as condições seguintes: que o condenado estiver cumprindo.
(“Caput” do artigo com redação dada Art. 713. As condições de
pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977) admissibilidade, conveniência e
I - cumprimento de mais da metade da oportunidade da concessão do
pena, ou mais de três quartos, se livramento serão verificadas pelo
reincidente o sentenciado; (Inciso com Conselho Penitenciário, a cujo parecer
redação dada pela Lei nº 6.416, de não ficará, entretanto, adstrito o juiz.
24/5/1977) Art. 714. O diretor do estabelecimento
II - ausência ou cessação de penal remeterá ao Conselho
periculosidade; Penitenciário minucioso relatório sobre:
III - bom comportamento durante a vida I - o caráter do sentenciado, revelado

carcerária; pelos seus antecedentes e conduta na
prisão;
IV - aptidão para prover à própria
subsistência mediante trabalho honesto; II - o procedimento do liberando na
prisão, sua aplicação ao trabalho e seu
V - reparação do dano causado pela trato com os companheiros e
infração, salvo impossibilidade de fazê-lo. funcionários do estabelecimento;
(Inciso com redação dada pela Lei nº
6.416, de 24/5/1977) III - suas relações, quer com a família,
quer com estranhos;
150
IV - seu grau de instrução e aptidão § 1º Para emitir parecer, o Conselho
profissional, com a indicação dos poderá determinar diligências e
serviços em que haja sido empregado e requisitar os autos do processo.
da especialização anterior ou adquirida
§ 2º O juiz ou o tribunal mandará juntar
na prisão;
a petição ou a proposta, com o ofício ou
V - sua situação financeira, e seus documento que a acompanharem, aos
propósitos quanto ao seu futuro meio autos do processo, e proferirá sua

de vida, juntando o diretor, quando dada decisão, previamente ouvido o
por pessoa idônea, promessa escrita de Ministério Público.
colocação do liberando, com indicação
Art. 717. Na ausência da condição
do serviço e do salário.
prevista no art. 710, inciso I, o
Parágrafo único. O relatório será, dentro requerimento será liminarmente
do prazo de quinze dias, remetido ao indeferido. (Artigo com redação dada
Conselho, com o prontuário do pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
sentenciado, e, na falta, o Conselho
Art. 718. Deferido o pedido, o juiz ao
opinará livremente, comunicando à
especificar as condições a que ficará
autoridade competente a omissão do
subordinado o livramento, atenderá ao
diretor da prisão.
disposto no art. 698, parágrafos 1º, 2º e
Art. 715. Se tiver sido imposta medida 5º.
de segurança detentiva, o livramento
§ 1º Se for permitido ao liberado residir
não poderá ser concedido sem que se
fora da jurisdição do juiz da execução,
verifique, mediante exame das
remeter-se-á cópia da sentença do
condições do sentenciado, a cessação da
livramento à autoridade judiciária do
periculosidade.
lugar para onde ele se houver
Parágrafo único. Consistindo a medida transferido, e à entidade de observação
de segurança em internação em casa de cautelar e proteção.
custódia e tratamento, proceder-se-á a
§ 2º O liberado será advertido da
exame mental do sentenciado.
obrigação de apresentar-se
Art. 716. A petição ou a proposta de imediatamente a autoridade judiciária e
livramento será remetida ao juiz ou ao à entidade de observação cautelar e
tribunal por ofício do presidente do proteção. (Artigo com redação dada
Conselho Penitenciário, com a cópia do pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
respectivo parecer e do relatório do
Art. 719. O livramento ficará também
diretor da prisão.
subordinado à obrigação de pagamento
das custas do processo e da taxa
151
penitenciária, salvo caso de insolvência condições impostas na sentença de
comprovada. livramento;
Parágrafo único. O juiz poderá fixar o III - o preso declarará se aceita as

prazo para o pagamento integral ou em condições.
prestações, tendo em consideração as
§ 1º De tudo, em livro próprio, se lavrará
condições econômicas ou profissionais
termo, subscrito por quem presidir a
do liberado.

cerimônia, e pelo liberando, ou alguém a
Art. 720. A forma de pagamento da seu rogo, se não souber ou não puder
multa, ainda não paga pelo liberando, escrever.
será determinada de acordo com o
§ 2º Desse termo, se remeterá cópia ao
disposto no art. 688.
juiz do processo.
Art. 721. Reformada a sentença
Art. 724. Ao sair da prisão o liberado, ser-
denegatória do livramento, os autos
lhe-á entregue, além do saldo do seu
baixarão ao juiz da primeira instância, a
pecúlio e do que lhe pertencer, uma
fim de que determine as condições que
caderneta que exibirá à autoridade
devam ser impostas ao liberando.
judiciária ou administrativa sempre que
Art. 722. Concedido o livramento, será lhe for exigido. Essa caderneta conterá:
expedida carta de guia, com a cópia
I - a reprodução da ficha de identidade,
integral da sentença em duas vias,
ou o retrato do liberado, sua qualificação
remetendo-se uma ao diretor do
e sinais característicos;
estabelecimento penal e outra ao
presidente do Conselho Penitenciário. II - o texto impresso dos artigos do
presente capítulo;
Art. 723. A cerimônia do livramento
condicional será realizada solenemente, III - as condições impostas ao liberado;
em dia marcado pela autoridade que IV - a pena acessória a que esteja sujeito.
deva presidi-la, observando-se o (Inciso acrescido pela Lei nº 6.416, de
seguinte: 24/5/1977)
I - a sentença será lida ao liberando, na § 1º Na falta de caderneta, será entregue
presença dos demais presos, salvo ao liberado um salvo-conduto, em que
motivo relevante, pelo presidente do constem as condições do livramento e a
Conselho Penitenciário, ou pelo seu pena acessória, podendo substituir-se a
representante junto ao estabelecimento ficha de identidade ou o retrato do
penal, ou, na falta, pela autoridade liberado pela descrição dos sinais que
judiciária local; possam identificá-lo. (Parágrafo único
II - o diretor do estabelecimento penal transformado em § 1º e com redação
chamará a atenção do liberando para as dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
152
§ 2º Na caderneta e no salvo-conduto crime, a pena que não seja privativa da
deve haver espaço para consignar o liberdade. (“Caput” do artigo com
cumprimento das condições referidas redação dada pela Lei nº 6.416, de
no art. 718. (Parágrafo acrescido pela Lei 24/5/1977)
nº 6.416, de 24/5/1977)
Parágrafo único. Se o juiz não revogar o
Art. 725. A observação cautelar e livramento, deverá advertir o liberado ou
proteção realizadas por serviço social exacerbar as condições. (Parágrafo único

penitenciário, patronato, conselho de acrescido pela Lei nº 6.416, de
comunidade ou entidades similares, terá 24/5/1977)
a finalidade de:
Art. 728. Se a revogação for motivada
I - fazer observar o cumprimento da por infração penal anterior à vigência do
pena acessória, bem como das livramento, computar-se-á no tempo da
condições especificadas na sentença pena o período em que esteve solto o
concessiva do benefício; liberado, sendo permitida, para a
concessão de novo livramento, a soma
II - proteger o beneficiário, orientando-o
do tempo das duas penas.
na execução de suas obrigações e
auxiliando-o na obtenção de atividade Art. 729. No caso de revogação por
laborativa. outro motivo, não se computará na
pena o tempo em que esteve solto o
Parágrafo único. As entidades
liberado, e tampouco se concederá, em
encarregadas de observação cautelar e
relação à mesma pena, novo
proteção do liberado apresentarão
livramento.
relatório ao Conselho Penitenciário, para
efeito da representação prevista nos Art. 730. A revogação do livramento será
artigos 730 e 731. (Artigo com redação decretada mediante representação do
dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977) Conselho Penitenciário, ou a
requerimento do Ministério Público, ou
Art. 726. Revogar-se-á o livramento
de ofício, pelo juiz, que, antes, ouvirá o
condicional, se o liberado vier, por crime
liberado, podendo ordenar diligências e
ou contravenção, a ser condenado por
permitir a produção de prova, no prazo
sentença irrecorrível a pena privativa de
de cinco dias. (Artigo com redação dada
liberdade.
pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
Art. 727. O juiz pode, também, revogar o
Art. 731. O juiz, de ofício, a requerimento
livramento, se o liberado deixar de
do Ministério Público, ou mediante
cumprir qualquer das obrigações
representação do Conselho
constantes da sentença, de observar
Penitenciário, poderá modificar as
proibições inerentes a pena acessória ou
condições ou normas de conduta
for irrecorrivelmente condenado, por
especificadas na sentença, devendo a
153
respectiva decisão ser lida ao liberado Art. 735. A petição de graça,
por uma das autoridades ou por um dos acompanhada dos documentos com
funcionários indicados no inciso I do que o impetrante a instruir, será
artigo 723, observado o disposto nos remetida ao Ministro da Justiça por
incisos II e III, e parágrafos 1º e 2º do intermédio do Conselho Penitenciário.
mesmo artigo. (Artigo com redação
Art. 736. O Conselho Penitenciário, à
dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
vista dos autos do processo, e depois de

Art. 732. Praticada pelo liberado nova ouvir o diretor do estabelecimento penal
infração, o juiz ou o tribunal poderá a que estiver recolhido o condenado,
ordenar a sua prisão, ouvido o Conselho fará, em relatório, a narração do fato
Penitenciário, suspendendo o curso do criminoso, examinará as provas,
livramento condicional, cuja revogação mencionará qualquer formalidade ou
ficará, entretanto, dependendo da circunstância omitida na petição e
decisão final no novo processo. exporá os antecedentes do condenado
e seu procedimento depois de preso,
Art. 733. O juiz, de ofício, ou a
opinando sobre o mérito do pedido.
requerimento do interessado, do
Ministério Público, ou do Conselho Art. 737. Processada no Ministério da
Penitenciário, julgará extinta a pena Justiça, com os documentos e o relatório
privativa de liberdade, se expirar o prazo do Conselho Penitenciário, a petição
do livramento sem revogação, ou na subirá a despacho do Presidente da
hipótese do artigo anterior, for o liberado República, a quem serão presentes os
absolvido por sentença irrecorrível. autos do processo ou a certidão de
qualquer de suas peças, se ele o
TÍTULO IV
determinar.
DA GRAÇA, DO INDULTO, DA ANISTIA E
Art. 738. Concedida a graça e junta aos
DA REABILITAÇÃO
autos cópia do decreto, o juiz declarará
CAPÍTULO I extinta a pena ou penas, ou ajustará a
DA GRAÇA, DO INDULTO E DA ANISTIA execução aos termos do decreto, no
caso de redução ou comutação de pena.
Art. 734. A graça poderá ser provocada
por petição do condenado, de qualquer Art. 739. O condenado poderá recusar a
pessoa do povo, do Conselho comutação da pena.
Penitenciário, ou do Ministério Público, Art. 740. Os autos da petição de graça
ressalvada, entretanto, ao Presidente da serão arquivados no Ministério da
República, a faculdade de concedê-la Justiça.
espontaneamente.
Art. 741. Se o réu for beneficiado por
indulto, o juiz, de ofício ou a
154
requerimento do interessado, do III - atestados de bom comportamento
Ministério Público ou por iniciativa do fornecidos por pessoas a cujo serviço
Conselho Penitenciário, providenciará de tenha estado;
acordo com o disposto no art. 738.
IV - quaisquer outros documentos que
Art. 742. Concedida a anistia após sirvam como prova de sua regeneração;
transitar em julgado a sentença
V - prova de haver ressarcido o dano
condenatória, o juiz, de ofício ou a

causado pelo crime ou persistir a
requerimento do interessado, do
impossibilidade de fazê-lo.
Ministério Público ou por iniciativa do
Conselho Penitenciário, declarará extinta Art. 745. O juiz poderá ordenar as
a pena. diligências necessárias para apreciação
do pedido, cercando-as do sigilo possível
CAPÍTULO II
e, antes da decisão final, ouvirá o
DA REABILITAÇÃO Ministério Público.
Art. 743. A reabilitação será requerida ao Art. 746. Da decisão que conceder a
juiz da condenação, após o decurso de reabilitação haverá recurso de ofício.
quatro ou oito anos, pelo menos,
Art. 747. A reabilitação, depois de
conforme se trate de condenado ou
sentença irrecorrível, será comunicada
reincidente, contados do dia em que
ao Instituto de Identificação e Estatística
houver terminado a execução da pena
ou repartição congênere.
principal ou da medida de segurança
detentiva, devendo o requerente indicar Art. 748. A condenação ou condenações
as comarcas em que haja residido anteriores não serão mencionadas na
durante aquele tempo. folha de antecedentes do reabilitado,
nem em certidão extraída dos livros do
Art. 744. O requerimento será instruído
juízo, salvo quando requisitadas por juiz
com:
criminal.
I - certidões comprobatórias de não ter o
Art. 749. Indeferida a reabilitação, o
requerente respondido, nem estar
condenado não poderá renovar o
respondendo a processo penal, em
pedido senão após o decurso de dois
qualquer das comarcas em que houver
anos, salvo se o indeferimento tiver
residido durante o prazo a que se refere
resultado de falta ou insuficiência de
o artigo anterior;
documentos.
II - atestados de autoridades policiais ou
Art. 750. A revogação de reabilitação
outros documentos que comprovem ter
(Código Penal, art. 120) será decretada
residido nas comarcas indicadas e
pelo juiz, de ofício ou a requerimento do
mantido, efetivamente, bom
comportamento;
155
TÍTULO V ser imposta a medida de segurança,
enquanto não decorrido tempo
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE
equivalente ao da sua duração mínima,
SEGURANÇA
a indivíduo que a lei presuma perigoso.
Art. 751. Durante a execução da pena ou
Art. 754. A aplicação da medida de
durante o tempo em que a ela se furtar
segurança, nos casos previstos nos arts.
o condenado, poderá ser imposta
751 e 752, competirá ao juiz da

medida de segurança, se:
execução da pena, e, no caso do art.
I - o juiz ou o tribunal, na sentença: 753, ao juiz da sentença.
a) omitir sua decretação, nos casos de Art. 755. A imposição da medida de
periculosidade presumida; segurança, nos casos dos arts. 751 a 753,
b) deixar de aplicá-la ou de excluí-la poderá ser decretada de ofício ou a
expressamente; requerimento do Ministério Público.
c) declarar os elementos constantes do Parágrafo único. O diretor do

processo insuficientes para a imposição estabelecimento penal, que tiver
ou exclusão da medida e ordenar conhecimento de fatos indicativos da
indagações para a verificação da periculosidade do condenado a quem
periculosidade do condenado; não tenha sido imposta medida de
segurança, deverá logo comunicá-los ao
II - tendo sido, expressamente, excluída juiz.
na sentença a periculosidade do
condenado, novos fatos demonstrarem Art. 756. Nos casos do nº I, a e b, do art.
ser ele perigoso. 751, e nº I do art. 752, poderá ser
dispensada nova audiência do
Art. 752. Poderá ser imposta medida de condenado.
segurança, depois de transitar em
julgado a sentença, ainda quando não Art. 757. Nos casos do nº I, c, e nº II do
iniciada a execução da pena, por motivo art. 751 e nº II do art. 752, o juiz, depois
diverso de fuga ou ocultação do de proceder às diligências que julgar
condenado: convenientes, ouvirá o Ministério
Público e concederá ao condenado o
I - no caso da letra a do nº I do artigo prazo de três dias para alegações,
anterior, bem como no da letra b, se devendo a prova requerida ou reputada
tiver sido alegada a periculosidade; necessária pelo juiz ser produzida dentro
II - no caso da letra c do nº I do mesmo em dez dias.
artigo. § 1º O juiz nomeará defensor ao
Art. 753. Ainda depois de transitar em condenado que o requerer.
julgado a sentença absolutória, poderá
156
§ 2º Se o réu estiver foragido, o juiz Art. 763. Se estiver solto o internando,
procederá às diligências que julgar expedir-se-á mandado de captura, que
convenientes, concedendo o prazo de será cumprido por oficial de justiça ou
provas, quando requerido pelo por autoridade policial.
Art. 764. O trabalho nos
§ 3º Findo o prazo de provas, o juiz estabelecimentos referidos no art. 88, §
proferirá a sentença dentro de três dias. 1º, III, do Código Penal, será educativo e

remunerado, de modo que assegure ao
Art. 758. A execução da medida de
internado meios de subsistência,
segurança incumbirá ao juiz da execução
quando cessar a internação.
da sentença.
§ 1º O trabalho poderá ser praticado ao
Art. 759. No caso do art. 753, o juiz
ar livre.
ouvirá o curador já nomeado ou que
então nomear, podendo mandar § 2º Nos outros estabelecimentos, o
submeter o condenado a exame trabalho dependerá das condições
mental, internando-o, desde logo, em pessoais do internado.
estabelecimento adequado.
Art. 765. A quarta parte do salário
Art. 760. Para a verificação da caberá ao Estado, ou, no Distrito Federal
periculosidade, no caso do § 3º do art. e nos Territórios, à União, e o restante
78 do Código Penal, observar-se-á o será depositado em nome do internado
disposto no art. 757, no que for aplicável. ou, se este preferir, entregue à sua
família. (Artigo retificado no DOU de
Art. 761. Para a providência
24/10/1941)
determinada no art. 84, § 2º, do Código
Penal, se as sentenças forem proferidas Art. 766. A internação das mulheres será
por juízes diferentes, será competente o feita em estabelecimento próprio ou em
juiz que tiver sentenciado por último ou secção especial.
a autoridade de jurisdição prevalente no
Art. 767. O juiz fixará as normas de
caso do art. 82.
conduta que serão observadas durante
Art. 762. A ordem de internação, a liberdade vigiada.
expedida para executar-se medida de
§ 1º Serão normas obrigatórias,
segurança detentiva, conterá:
impostas ao indivíduo sujeito à liberdade
I - a qualificação do internando; vigiada:
II - o teor da decisão que tiver imposto a a) tomar ocupação, dentro de prazo

medida de segurança; razoável, se for apto para o trabalho;
III - a data em que terminará o prazo b) não mudar do território da jurisdição

mínimo da internação. do juiz, sem prévia autorização deste.
157
§ 2º Poderão ser impostas ao indivíduo poderá mantê-lo detido até proferir
sujeito à liberdade vigiada, entre outras decisão.
obrigações, as seguintes:
§ 2º Se for reconhecida a transgressão e
a) não mudar de habitação sem aviso imposta, consequentemente, a
prévio ao juiz, ou à autoridade liberdade vigiada, determinará o juiz que
incumbida da vigilância; a autoridade policial providencie a fim
de que o infrator siga imediatamente

b) recolher-se cedo à habitação;
para o lugar de residência por ele
c) não trazer consigo armas ofensivas ou escolhido, e oficiará à autoridade policial
instrumentos capazes de ofender; desse lugar, observando-se o disposto
d) não frequentar casas de bebidas ou no art. 768.
de tavolagem, nem certas reuniões, Art. 772. A proibição de freqüentar
espetáculos ou diversões públicas. determinados lugares será comunicada
§ 3º Será entregue ao indivíduo sujeito à pelo juiz à autoridade policial, que lhe
liberdade vigiada uma caderneta, de dará conhecimento de qualquer
que constarão as obrigações impostas. transgressão.
Art. 768. As obrigações estabelecidas na Art. 773. A medida de fechamento de

sentença serão comunicadas à estabelecimento ou de interdição de
autoridade policial. associação será comunicada pelo juiz à
autoridade policial, para que a execute.
Art. 769. A vigilância será exercida
discretamente, de modo que não Art. 774. Nos casos do parágrafo único
prejudique o indivíduo a ela sujeito. do art. 83 do Código Penal, ou quando a
transgressão de uma medida de
Art. 770. Mediante representação da segurança importar a imposição de
autoridade incumbida da vigilância, a outra, observar-se-á o disposto no art.
requerimento do Ministério Público ou 757, no que for aplicável.
de ofício, poderá o juiz modificar as
normas fixadas ou estabelecer outras. Art. 775. A cessação ou não da
periculosidade se verificará ao fim do
Art. 771. Para execução do exílio local, o prazo mínimo de duração da medida de
juiz comunicará sua decisão à segurança pelo exame das condições da
autoridade policial do lugar ou dos pessoa a que tiver sido imposta,
lugares onde o exilado está proibido de observando-se o seguinte:
permanecer ou de residir.
I - o diretor do estabelecimento de
§ 1º O infrator da medida será internação ou a autoridade policial
conduzido à presença do juiz que incumbida da vigilância, até um mês
antes de expirado o prazo de duração
158
mínima da medida, se não for inferior a já expirado o prazo de duração mínima
um ano, ou até quinze dias nos outros da medida de segurança;
casos, remeterá ao juiz da execução
VIII - ouvidas as partes ou realizadas as
minucioso relatório, que o habilite a
diligências a que se refere o número
resolver sobre a cessação ou
anterior o juiz proferirá a sua decisão, no
permanência da medida;
prazo de três dias.
II - se o indivíduo estiver internado em

Art. 776. Nos exames sucessivos a que
manicômio judiciário ou em casa de
se referem o § 1º, II, e § 2º do art. 81 do
custódia e tratamento, o relatório será
Código Penal, observar-se-á, no que lhes
acompanhado do laudo de exame
for aplicável, o disposto no artigo
pericial feito por dois médicos
anterior.
designados pelo diretor do
estabelecimento; Art. 777. Em qualquer tempo, ainda
durante o prazo mínimo de duração da
III - o diretor do estabelecimento de
medida de segurança, poderá o tribunal,
internação ou a autoridade policial
câmara ou turma, a requerimento do
deverá, no relatório, concluir pela
Ministério Público ou do interessado,
conveniência da revogação, ou não, da
seu defensor ou curador, ordenar o
medida de segurança;
exame, para a verificação da cessação da
IV - se a medida de segurança for o exílio periculosidade.
local ou a proibição de freqüentar
§ 1º Designado o relator e ouvido o
determinados lugares, o juiz, até um
procurador-geral, se a medida não tiver
mês ou quinze dias antes de expirado o
sido por ele requerida, o pedido será
prazo mínimo de duração, ordenará as
julgado na primeira sessão.
diligências necessárias, para verificar se
desapareceram as causas da aplicação § 2º Deferido o pedido, a decisão será
da medida; imediatamente comunicada ao juiz, que
requisitará, marcando prazo, o relatório
V - junto aos autos o relatório, ou
e o exame a que se referem os ns. I e II
realizadas as diligências, serão ouvidos
do art. 775 ou ordenará as diligências
sucessivamente o Ministério Público e o
mencionadas no nº IV do mesmo artigo,
curador ou o defensor, no prazo de três
prosseguindo de acordo com o disposto
dias para cada um;
nos outros incisos do citado artigo.
VI - o juiz nomeará curador ou defensor
Art. 778. Transitando em julgado a
ao interessado que o não tiver;
sentença de revogação, o juiz expedirá
VII - o juiz, de ofício, ou a requerimento ordem para a desinternação, quando se
de qualquer das partes, poderá tratar de medida detentiva, ou para que
determinar novas diligências, ainda que
159
cesse a vigilância ou a proibição, nos Justiça, a fim de ser pedido o seu
outros casos. cumprimento, por via diplomática, às
autoridades estrangeiras competentes.
Art. 779. O confisco dos instrumentos e
produtos do crime, no caso previsto no Art. 784. As cartas rogatórias emanadas
art. 100 do Código Penal, será decretado de autoridades estrangeiras
no despacho de arquivamento do competentes não dependem de
inquérito, na sentença de impronúncia homologação e serão atendidas se

ou na sentença absolutória. encaminhadas por via diplomática e
desde que o crime, segundo a lei
LIVRO V
brasileira, não exclua a extradição.
DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM
§ 1º As rogatórias, acompanhadas de
AUTORIDADE ESTRANGEIRA
tradução em língua nacional, feita por
TÍTULO ÚNICO tradutor oficial ou juramentado, serão,
CAPÍTULO I após exequatur do presidente do
Supremo Tribunal Federal, cumpridas
DISPOSIÇÕES GERAIS pelo juiz criminal do lugar onde as
Art. 780. Sem prejuízo de convenções ou diligências tenham de efetuar-se,
tratados, aplicar-se-á o disposto neste observadas as formalidades prescritas
Título à homologação de sentenças neste Código.
penais estrangeiras e à expedição e ao § 2º A carta rogatória será pelo
cumprimento de cartas rogatórias para presidente do Supremo Tribunal Federal
citações, inquirições e outras diligências remetida ao presidente do Tribunal de
necessárias à instrução de processo Apelação do Estado, do Distrito Federal,
penal. ou do Território, a fim de ser
Art. 781. As sentenças estrangeiras não encaminhada ao juiz competente.
serão homologadas, nem as cartas § 3º Versando sobre crime de ação
rogatórias cumpridas, se contrárias à privada, segundo a lei brasileira, o
ordem pública e aos bons costumes. andamento, após o exequatur,
Art. 782. O trânsito, por via diplomática, dependerá do interessado, a quem
dos documentos apresentados incumbirá o pagamento das despesas.
constituirá prova bastante de sua § 4º Ficará sempre na secretaria do
autenticidade. Supremo Tribunal Federal cópia da carta
CAPÍTULO II rogatória.
DAS CARTAS ROGATÓRIAS Art. 785. Concluídas as diligências, a

carta rogatória será devolvida ao
Art. 783. As cartas rogatórias serão, pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal,
respectivo juiz, remetidas ao Ministro da
160
por intermédio do presidente do V - estar acompanhada de tradução,
Tribunal de Apelação, o qual, antes de feita por tradutor público.
devolvê-la, mandará completar
Art. 789. O procurador-geral da
qualquer diligência ou sanar qualquer
República, sempre que tiver
nulidade.
conhecimento da existência de sentença
Art. 786. O despacho que conceder o penal estrangeira, emanada de Estado
exequatur marcará, para o que tenha com o Brasil tratado de

cumprimento da diligência, prazo extradição e que haja imposto medida
razoável, que poderá ser excedido, de segurança pessoal ou pena acessória
havendo justa causa, ficando esta que deva ser cumprida no Brasil, pedirá
consignada em ofício dirigido ao ao Ministro da Justiça providências para
presidente do Supremo Tribunal Federal, obtenção de elementos que o habilitem
juntamente com a carta rogatória. a requerer a homologação da sentença.
CAPÍTULO III § 1º A homologação de sentença

emanada de autoridade judiciária de
DA HOMOLOGAÇÃO DAS SENTENÇAS
Estado, que não tiver tratado de
ESTRANGEIRAS
extradição com o Brasil, dependerá de
Art. 787. As sentenças estrangeiras requisição do Ministro da Justiça.
deverão ser previamente homologadas
§ 2º Distribuído o requerimento de
pelo Supremo Tribunal Federal para que
homologação, o relator mandará citar o
produzam os efeitos do art. 7º do Código
interessado para deduzir embargos,
Penal.
dentro de dez dias, se residir no Distrito
Art. 788. A sentença penal estrangeira Federal, ou de trinta dias, no caso
será homologada, quando a aplicação contrário.
da lei brasileira produzir na espécie as
§ 3º Se nesse prazo o interessado não
mesmas consequências e concorrerem
deduzir os embargos, ser-lhe-á pelo
os seguintes requisitos:
relator nomeado defensor, o qual dentro
I - estar revestida das formalidades de dez dias produzirá a defesa.
externas necessárias, segundo a
§ 4º Os embargos somente poderão
legislação do país de origem;
fundar-se em dúvida sobre a
II - haver sido proferida por juiz autenticidade do documento, sobre a
competente, mediante citação regular, inteligência da sentença, ou sobre a falta
segundo a mesma legislação; de qualquer dos requisitos enumerados
III - ter passado em julgado; nos arts. 781 e 788.
IV - estar devidamente autenticada por § 5º Contestados os embargos dentro

cônsul brasileiro; de dez dias, pelo procurador-geral, irá o
161
processo ao relator e ao revisor, do secretário, do oficial de justiça que
observando-se no seu julgamento o servir de porteiro, em dia e hora certos,
Regimento Interno do Supremo Tribunal ou previamente designados.
Federal.
§ 1º Se da publicidade da audiência, da
§ 6º Homologada a sentença, a sessão ou do ato processual, puder
respectiva carta será remetida ao resultar escândalo, inconveniente grave
presidente do Tribunal de Apelação do ou perigo de perturbação da ordem, o

Distrito Federal, do Estado, ou do juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma,
Território. poderá, de ofício ou a requerimento da
parte ou do Ministério Público,
§ 7º Recebida a carta de sentença, o
determinar que o ato seja realizado a
presidente do Tribunal de Apelação a
portas fechadas, limitando o número de
remeterá ao juiz do lugar de residência
pessoas que possam estar presentes.
do condenado, para a aplicação da
medida de segurança ou da pena § 2º As audiências, as sessões e os atos
acessória, observadas as disposições do processuais, em caso de necessidade,
Título II, Capítulo III, e Título V do Livro IV poderão realizar-se na residência do juiz,
deste Código. ou em outra casa por ele especialmente
designada.
Art. 790. O interessado na execução de
sentença penal estrangeira, para a Art. 793. Nas audiências e nas sessões,
reparação do dano, restituição e outros os advogados, as partes, os escrivães e
efeitos civis, poderá requerer ao os espectadores poderão estar
Supremo Tribunal Federal a sua sentados. Todos, porém, se levantarão
homologação, observando-se o que a quando se dirigirem aos juízes ou
respeito prescreve o Código de Processo quando estes se levantarem para
Civil. qualquer ato do processo.
LIVRO VI Parágrafo único. Nos atos da instrução

criminal, perante os juízes singulares, os
advogados poderão requerer sentados.
Art. 791. Em todos os juízos e tribunais
Art. 794. A polícia das audiências e das
do crime, além das audiências e sessões
sessões compete aos respectivos juízes
ordinárias, haverá as extraordinárias, de
ou ao presidente do tribunal, câmara, ou
acordo com as necessidades do rápido
turma, que poderão determinar o que
andamento dos feitos.
for conveniente à manutenção da
Art. 792. As audiências, sessões e os atos ordem. Para tal fim, requisitarão força
processuais serão, em regra, públicos e pública, que ficará exclusivamente à sua
se realizarão nas sedes dos juízos e disposição.
tribunais, com assistência dos escrivães,
162
Art. 795. Os espectadores das audiências § 4º Não correrão os prazos, se houver
ou das sessões não poderão manifestar- impedimento do juiz, força maior, ou
se. obstáculo judicial oposto pela parte
contrária.
Parágrafo único. O juiz ou o presidente
fará retirar da sala os desobedientes, § 5º Salvo os casos expressos, os prazos
que, em caso de resistência, serão correrão:
presos e autuados.

a) da intimação;
Art. 796. Os atos de instrução ou
b) da audiência ou sessão em que for
julgamento prosseguirão com a
proferida a decisão, se a ela estiver
assistência do defensor, se o réu se
presente a parte;
portar inconvenientemente.
c) do dia em que a parte manifestar nos
Art. 797. Excetuadas as sessões de
autos ciência inequívoca da sentença ou
julgamento, que não serão marcadas
despacho.
para domingo ou dia feriado, os demais
atos do processo poderão ser praticados Art. 798-A. Suspende-se o curso do
em período de férias, em domingos e prazo processual nos dias
dias feriados. Todavia, os julgamentos compreendidos entre 20 de dezembro e
iniciados em dia útil não se 20 de janeiro, inclusive, salvo nos
interromperão pela superveniência de seguintes casos:
feriado ou domingo. I - que envolvam réus presos, nos
Art. 798. Todos os prazos correrão em processos vinculados a essas prisões;
cartório e serão contínuos e II - nos procedimentos regidos pela Lei
peremptórios, não se interrompendo nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei
por férias, domingo ou dia feriado. Maria da Penha);
§ 1º Não se computará no prazo o dia III - nas medidas consideradas urgentes,
do começo, incluindo-se, porém, o do mediante despacho fundamentado do
vencimento. juízo competente.
§ 2º A terminação dos prazos será Parágrafo único. Durante o período a
certificada nos autos pelo escrivão; será, que se refere o caput deste artigo, fica
porém, considerado findo o prazo, ainda vedada a realização de audiências e de
que omitida aquela formalidade, se feita sessões de julgamento, salvo nas
a prova do dia em que começou a correr. hipóteses dos incisos I, II e III do caput
§ 3º O prazo que terminar em domingo deste artigo. (Artigo acrescido pela Lei nº
ou dia feriado considerar-se-á 14.365, de 2/6/2022, publicada no DOU
prorrogado até o dia útil imediato. de 03/06/2022, em vigor em vigor na
data de sua publicação)
163
Art. 799. O escrivão, sob pena de multa quantos forem os excedidos. Na
de cinquenta a quinhentos mil-réis e, na contagem do tempo de serviço, para o
reincidência, suspensão até trinta dias, efeito de promoção e aposentadoria, a
executará dentro do prazo de dois dias perda será do dobro dos dias excedidos.
os atos determinados em lei ou
Art. 802. O desconto referido no artigo
ordenados pelo juiz.
antecedente far-se-á à vista da certidão
Art. 800. Os juízes singulares darão seus do escrivão do processo ou do secretário

despachos e decisões dentro dos prazos do tribunal, que deverão, de ofício, ou a
seguintes, quando outros não estiverem requerimento de qualquer interessado,
estabelecidos: remetê-la às repartições encarregadas
do pagamento e da contagem do
I - de dez dias, se a decisão for definitiva,
tempo de serviço, sob pena de
ou interlocutória mista;
incorrerem, de pleno direito, na multa
II - de cinco dias, se for interlocutória de quinhentos mil-réis, imposta por
simples; autoridade fiscal.
III - de um dia, se se tratar de despacho Art. 803. Salvo nos casos expressos em
de expediente. lei, é proibida a retirada de autos do
§ 1º Os prazos para o juiz contar-se-ão cartório, ainda que em confiança, sob
do termo de conclusão. pena de responsabilidade do escrivão.
§ 2º Os prazos do Ministério Público Art. 804. A sentença ou o acórdão, que

contar-se-ão do termo de vista, salvo julgar a ação, qualquer incidente ou
para a interposição do recurso (art. 798, recurso, condenará nas custas o vencido.
§ 5º). Art. 805. As custas serão contadas e
§ 3º Em qualquer instância, declarando cobradas de acordo com os
motivo justo, poderá o juiz exceder por regulamentos expedidos pela União e
igual tempo os prazos a ele fixados neste pelos Estados.
Código. Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas
§ 4º O escrivão que não enviar os autos ações intentadas mediante queixa,
ao juiz ou ao órgão do Ministério Público nenhum ato ou diligência se realizará,
no dia em que assinar termo de sem que seja depositada em cartório a
conclusão ou de vista estará sujeito à importância das custas.
sanção estabelecida no art. 799. § 1º Igualmente, nenhum ato requerido
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os no interesse da defesa será realizado,
juízes e os órgãos do Ministério Público, sem o prévio pagamento das custas,
responsáveis pelo retardamento, salvo se o acusado for pobre.
perderão tantos dias de vencimentos
164
§ 2º A falta do pagamento das custas, idade, filiação, estado civil, prole,
nos prazos fixados em lei, ou marcados residência, meios de vida e condições
pelo juiz, importará renúncia à diligência econômicas, grau de instrução, religião, e
requerida ou deserção do recurso condições de saúde física e psíquica;
interposto.
IV - o número dos casos de
§ 3º A falta de qualquer prova ou codelinquência;
diligência que deixe de realizar-se em

V - a reincidência e os antecedentes
virtude do não pagamento de custas
judiciários;
não implicará a nulidade do processo, se
a prova de pobreza do acusado só VI - as sentenças condenatórias ou
posteriormente foi feita. absolutórias, bem como as de pronúncia
ou de impronúncia;
Art. 807. O disposto no artigo anterior
não obstará à faculdade atribuída ao juiz VII - a natureza das penas impostas;
de determinar de ofício inquirição de VIII - a natureza das medidas de
testemunhas ou outras diligências. segurança aplicadas;
Art. 808. Na falta ou impedimento do IX - a suspensão condicional da execução
escrivão e seu substituto, servirá pessoa da pena, quando concedida;
idônea, nomeada pela autoridade,
perante quem prestará compromisso, X - as concessões ou denegações de
lavrando o respectivo termo. habeas corpus.
Art. 809. A estatística judiciária criminal, a § 1º Os dados acima enumerados

cargo do Instituto de Identificação e constituem o mínimo exigível, podendo
Estatística ou repartições congêneres, ser acrescidos de outros elementos úteis
terá por base o boletim individual, que é ao serviço da estatística criminal.
parte integrante dos processos e versará § 2º Esses dados serão lançados
sobre: semestralmente em mapa e remetidos
I - os crimes e as contravenções ao Serviço Estatística Demográfica Moral
praticados durante o trimestre, com e Política do Ministério da Justiça.
especificação da natureza de cada um, (Parágrafo com redação dada pela Lei nº
meios utilizados e circunstâncias de 9.061, de 14/6/1995)
tempo e lugar; § 3º O boletim individual a que se refere
II - as armas proibidas que tenham sido este artigo é dividido em três partes
apreendidas; destacáveis, conforme modelo anexo a
este Código, e será adotado nos Estados,
III - o número de delinquentes, no Distrito Federal e nos Territórios. A
mencionadas as infrações que primeira parte ficará arquivada no
praticaram, sua nacionalidade, sexo,
165
cartório policial; a segunda será
remetida ao Instituto de Identificação e
Estatística, ou repartição congênere; e a
terceira acompanhará o processo, e,
depois de passar em julgado a sentença
definitiva, lançados os dados finais, será
enviada ao referido Instituto ou

repartição congênere.
Art. 810. Este Código entrará em vigor

no dia 1º de janeiro de 1942.
Art. 811. Revogam-se as disposições em

contrário.
Rio de Janeiro, em 3 de outubro de

1941.
GETÚLIO VARGAS
Hora do Treino:
Acesse ao link e resolva as

questões sobre o CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL:
https://www.qconcursos.com/qu
estoes-de-
concursos/questoes?discipline_id
s%5B%5D=10&exclude_nullified=
true&exclude_outdated=true&jo
b_ids%5B%5D=169
166

CADERNO DE LEI SECA - CÓDIGO DE PROCESSO PENAL - de Acordo Com A Lei Nº 14.836 - 2024

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Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as § 3º Os autos que compõem as matérias

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Art. 17. A autoridade policial NÃO Parágrafo único. A incomunicabilidade,

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Art. 38. SALVO disposição em contrário, § 4º A representação, quando feita ao

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

TÍTULO IV Art. 66. Não obstante a sentença

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Art. 93. Se o reconhecimento da Art. 95. Poderão ser opostas as

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

§ 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de § 1º Se esses bens forem coisas fungíveis

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

§ 3º Preclusa a decisão de Parágrafo único. Dar-se-á PRIORIDADE à

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Parágrafo único. Em qualquer caso, Parágrafo único. Os peritos registrarão,

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

III - impedir a influência do réu no ânimo § 6º A sala reservada no

§ 3º Da decisão que determinar a § 7º Será requisitada a apresentação do

§ 4º Antes do interrogatório por § 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Penal