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7 SIMULADOS DE PEÇAS PRÁTICAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA

JUSPOL CURSOS & CONCURSOS – Prof. Paulo Reyner

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PAULO REYNER CAMARGO MOUSINHO

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7 SIMULADOS DE PEÇAS PRÁTICAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA
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MOUSINHO, Paulo Reyner Camargo. 7 Simulados de Peças Práticas para Delegado de


Polícia. Macapá, AP: Ed. do autor, 2021. Disponível em: https://juspol.com.br/4191-
2/
60 p

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PIRATARIA É CRIME!

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SUMÁRIO AUTOMÁTICO – CLIQUE PARA IR

APRESENTAÇÃO
SOBRE MODELOS E PEÇAS
Estrutura das Peças Práticas
Peças Práticas como Redação Oficial
Endereçamento
Cumulação de Pedidos na mesma Peça
SIMULADOS
Simulado 01
simulado 02
simulado 03
simulado 04
simulado 05
simulado 06
simulado 07
ESPELHOS
Espelho de correção do simulado 01
Espelho de correção do simulado 02
Espelho de correção do simulado 03
Espelho de correção do simulado 04
Espelho de correção do simulado 05
Espelho de correção do simulado 06
Espelho de correção do simulado 07

CURSO DE PEÇAS PRÁTICAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA


FOLHA PAUTADA PARA CONFECÇÃO DOS SIMULADOS

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APRESENTAÇÃO

OLÁ PESSOAL, TUDO BEM?!

Sobre este e-book!

Com o objetivo de ajudar alunos, ex-alunos e todos aqueles que


estão se preparando para a fase de Peças Práticas para
Delegado de Polícia, preparamos um material bastante especial
e totalmente gratuito para você: nosso e-book 7 Simulados de
Peças Práticas DELEGADO DE POLÍCIA.

Esse pequeno livro digital contém 07 (sete) simulados das peças


práticas mais cobradas nos concursos públicos para Delegado de
Polícia! Poderíamos cobrar por este e-book, mas nossa intenção é
realmente contribuir com aqueles que não podem adquirir um
material de qualidade, mas têm o desejo inafastável de obter a
aprovação na carreira de Delgado de Políca. Por isso, valorize o
conteúdo que tem em suas mãos.

Todos os enunciados dos simulados são de elaboração própria,


considerando a análise daquelas peças em que os alunos mais
costumam ter dúvidas.

Orientações para fazer os simulados:

Para que você obtenha o melhor aproveitamento do seu material, sugere-se:

1. A leitura atenta da parte introdutória do e-book, o Capítulo intitulado Sobre modelos e


peças, pois contém informações valiosas para a elaboração de uma peça com máxima
qualidade;
2. Não olhe o gabarito/espelho-padrão de resposta antes de tentar fazer o simulado;
3. Caso tenha muita dificuldade em fazer o simulado, veja o espelho-padrão de resposta, mas
não copie, procure entender a estrutura da peça e os fundamentos jurídicos, após, elabore
o simulado com suas próprias palavras;
4. Deve ser feita consulta apenas à legislação seca, ou seja, sem comentários, sem consulta à
jurisprudência ou à doutrina;
5. O tempo de elaboração deve ser entre 3 e 4 horas;
6. Deve ser utilizado o espaço máximo de 150 linhas (folha pautada ao final);
7. Procure um local tranquilo e longe de qualquer distração para fazer o seu simulado.

Se tiver dificuldade, conheça nossos Cursos de Peças Práticas. Estamos à


disposição para ajudá-los. Ademais, por meio deste e-book você pode conferir a qualidade do
nosso conteúdo!

Veja no final deste e-book os detalhes do nosso curso.

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Um pouco sobre o autor!

Primeiramente, peço licença ao leitor para me apresentar e compartilhar um pouco da minha história.
Bem, meu nome é Paulo Reyner, sou Delegado de Polícia há dez anos e há quatro descobri outra atividade que
desempenho com muito orgulho também, Professor. Como minha vida profissional sempre foi junto ao serviço público, a
docência na preparação para concursos foi bastante natural. Venho de família humilde e iniciei minha vida nos concursos
públicos ainda muito jovem, pois sou natural de Brasília e, devido à escassez de outras oportunidades na Capital Federal,
logo percebi que precisava me dedicar aos concursos para auferir segurança financeira e, não menos importante, servir à
sociedade!

Fui aprovado no meu primeiro concurso aos 18 anos de idade, (PMDF), o que me possibilitou cursar
Direito, concluído em dezembro de 2008. Durante o curso, bem como devido à inicialização na carreira policial (dizem que
nunca mais sai do sangue rsrsrs) nasceu o desejo de ser Delegado de Polícia. Assim, estudava bastante para atingir o
sonho/objetivo. Em 2009, após ser aprovado na primeira fase logo no meu primeiro concurso para Delegado (PCRJ), fui
reprovado na 2ª fase. Daí já pude notar o quanto é importante a preparação para a fase de peças práticas. Mas a gente
não pode parar, não é mesmo?!

Continuei estudando, assim, em 2010 as coisas começaram a melhorar: fui aprovado para Analista do
TRE-GO, Oficial da PMDF, Delegado de Polícia do Estado do Amazonas e para Delegado de Polícia do Estado do Amapá.
Assumi como Delegado de Polícia no mesmo ano, cargo que exerço até os dias atuais com enorme contentamento,
fazendo o que gosto e servindo à população.

Especializei-me em Políticas e Gestão de Segurança Pública. Percebi que poderia contribuir um pouco
mais, motivo pelo qual passei a dedicar-me à pesquisa e produção doutrinária, momento em que criei o site Justiça &
Polícia e comecei a escrever artigos jurídicos. Posteriormente, nasceu o desejo de escrever um livro, cujo resultado foi
concretizado com o lançamento da obra Peças e Prática da Atividade Policial (2016). Já em 2020, participei como
coautor das obras Tratado Contemporâneo de Polícia Judiciária, Vl. 2 (Ed. Umanos), Manual de Educação Digital,
Cibercidadania e Prevenção de Crimes Cibernéticos (Ed. Juspodivm), além de outros projetos em andamento.

Minha outra paixão é ministrar aulas, sejam presenciais ou on-line. Penso que se trata de um constante
compartilhamento de conhecimento entre alunos e o professor, possibilitando o crescimento mútuo. Ademais, contribuir
para a mudança de vida das pessoas não tem preço!

Como professor atuo, principalmente, ministrando cursos para a fase de Peças Práticas para Delegado
de Polícia, tema sobre o qual, como já mencionado, tenho um livro publicado: Peças e Prática da Atividade Policial. Já
participei da preparação de muitos alunos para essa importante etapa do concurso para Delegado e tenho o orgulho de
dizer que muitos ex-alunos hoje são colegas de profissão!

Dessa maneira, já que agora nos conhecemos melhor, tenho que te dizer que vale a pena todo o esforço
nos estudos. E nós estamos aqui, para ajudá-lo a conseguir!

Forte abraço e bons estudos! Espero que este material seja útil na sua preparação.

Prof. Paulo Reyner

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Qualquer dúvida não hesite em entrar em contato conosco!

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SOBRE MODELOS E PEÇAS

Bem, antes de iniciar a elaboração dos seus simulados é interessante que seja feita a leitura
de algumas breves considerações. Vamos agregar a este pequeno e-book com um dos mais
importantes Capítulos do nosso Livro Peças e Prática da Atividade Policial1, justamente o que trata dos
aspectos gerais das peças práticas para Delegado de Polícia. informações que podem ser muito úteis na sua
preparação!

Assim, trataremos dos seguintes tópicos iniciais:

✓ Estrutura das peças práticas


✓ Peças práticas como redação oficial
✓ Endereçamento
✓ Cumulação de pedidos na mesma peça
✓ Estrutura da fundamentação jurídica

1As informações deste Capítulo foram extraídas da obra com a seguinte referência: MOUSINHO. Paulo Reyner Camargo.
Peças e prática da atividade policial. 3 ed. Macapá, AP: Ed. do autor, 2021. p. 47-80.

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ESTRUTURA DAS PEÇAS PRÁTICAS

Trechos do livro Peças e Prática da Atividade Policial:


Caso se entenda a estrutura comum a quase todas as peças jurídicas, torna-se menos
tormentosa sua elaboração. Deve-se pensar no objetivo de uma peça ou um documento oficial, pois ambos
têm a finalidade precípua de comunicar, ou seja, o simples ato de transmitir uma mensagem de forma oficial,
clara, precisa e, se possível, elegante e harmoniosa.
Em relação às peças, sobretudo àquelas ligadas ao exercício da atividade policial, podemos
apontar, de maneira didática, o esquema por nós denominado 7.8.9-10, correlacionando o número aos
pontos/requisitos de cada peça. Confira abaixo:
Despachos: 7 pontos;
Portaria: 8 pontos;
Representações: 9 pontos, e
Relatório Final de Inquérito Policial: 10 pontos.

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No que diz respeito aos Despachos (7 pontos), muito embora não sejam comumente objeto de
cobrança em concursos públicos, relembra-se que o certame para preenchimento do cargo de Delegado de
Polícia do Estado Piauí (2014) cobrou a peça. Com absoluta certeza, a falta de conhecimento prático da
estrutura aparentemente simples afastou a possibilidade de muitos candidatos se habilitarem.
O despacho, como se nota no tópico n. 5.15, nada mais é que uma série de determinações
diante de uma ocorrência policial que necessita de encaminhamento. Geralmente, é agregado na própria
Portaria de instauração de Inquérito Policial, no conjunto de determinações pertinentes à elucidação da
infração penal e formalização do procedimento. No entanto, pode perfeitamente ser elaborado em separado,
seja no início das investigações, quando não existem elementos para instauração do procedimento policial,
seja no decorrer da fase inquisitorial, quando há necessidade de novo direcionamento das investigações.
Por fim, pode também ser utilizado para arquivamento de alguns Boletins de Ocorrência em
casos muito específicos, como, por exemplo, quando não se tratar de fato típico para justificar a liberação do
conduzido ou, ainda, justificando a não lavratura do Auto de Prisão em Flagrante.
Já em relação à Portaria (8 pontos), também já cobrada em certame para Delegado de Polícia
(Espírito Santo em 2019), remetemos o leitor para o tópico específico desta obra (n. 6), onde o tema foi
pormenorizadamente tratado.
As Representações (9 pontos), com certeza, são as peças mais cobradas em concursos
públicos para a carreira de Delegado de Polícia, por serem, em certa medida, as postulações judiciais mais
realizadas na prática.
Representação é a exposição de motivos fundamentada, dirigida ao Poder Judiciário,
informando a necessidade e adequação de determinada medida, geralmente cautelar, como a busca e
apreensão, a prisão temporária, a interceptação telefônica entre tantas outras. Podemos elencar nove pontos
para construção de sua estrutura básica.
Quase todas as peças endereçadas ao Poder Judiciário obedecem a essa estrutura; uma
exceção, no entanto, é o Relatório Final de Inquérito Policial (10 pontos), na medida em que, geralmente, não
se pleiteia nada nele, mas se narra o fato, mencionam-se as providências adotadas no curso da investigação,
justifica-se o indiciamento ou não, remetendo-o ao juízo competente. Sem olvidar a possibilidade de eventuais
adaptações de acordo com o caso concreto, pois em certas circunstâncias pode haver cumulação do Relatório
Final com pedidos ou relato de excepcional ocorrência.
Em razão da importância dos Despachos, Portarias, Representações e do Relatório Final de
Inquérito Policial, seguem nas próximas páginas esquemas explicativos de cada uma dessas peças, salientando
que em relação ao Relatório, foi cuidadosamente tratado no tópico n. 33; já as representações, há vários
modelos no decorrer desta obra, a exemplo de representações por Prisão Temporária e Preventiva, Infiltração
Policial, Interceptação Telefônica, entre outras.

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Os sete pontos dos Despachos:

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Os oito pontos da Portaria de Instauração de IP

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A fim de facilitar o aprendizado, graficamente temos a seguinte figura relativa ao modelo


geral das Representações (9 pontos) elaboradas pelo Delegado de Polícia:

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A seguir exemplo da estrutura do Relatório Final de Inquérito Policial (10 pontos):

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PEÇAS PRÁTICAS COMO REDAÇÃO OFICIAL

As peças práticas elaboradas pelo Delegado de Polícia têm a finalidade de materializar a


comunicação entre duas autoridades públicas, quais sejam: o Delegado de Polícia e o Magistrado. Assim, não
deixam de ser um documento oficial.

Por isso, é pertinente destacar os atributos da redação oficial, como a clareza, a objetividade,
a coesão, a coerência entre outros. Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o
Poder Público redige comunicações oficiais e atos normativos. Neste Capítulo, interessa-nos tratá-la do ponto
de vista que se alinhe à produção de peças práticas.

A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É que sua
finalidade básica – comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz
da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular etc.
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de
cada um de seus atributos.

Clareza e precisão
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro aquele
texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um documento oficial ou um ato
normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua
compreensão. A transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou
um ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional da publicidade não se esgota
na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro.
No caso de Peças Práticas redigidas pelo Delegado de Polícia, não se deve esquecer, ainda, que
tudo será analisado pelo Poder Judiciário (quando da decisão), pelos membros do Ministério Público, seja
quando for exarar seu parecer seja no próprio oferecimento da denúncia, bem como escrutinado pela defesa
do investigado/ indiciado ou representado.
Para a obtenção de clareza, sugere-se:
a) Utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto versar
sobre assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da área;
b) Usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar
intercalações excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da
ordem inversa da oração;
c) Buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;
d) Não utilizar regionalismos e neologismos;
e) Pontuar adequadamente o texto;
f) Explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela; e
g) Utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em razão
de serem designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem exata tradução.

O atributo da precisão complementa a clareza e caracteriza-se por:


a) articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia

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b) veiculada no texto;
c) manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando o emprego
de sinonímia com propósito meramente estilístico; e
d) escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto.

É indispensável, também, a releitura de todo o texto redigido. A ocorrência, em peças práticas,


de trechos obscuros provém principalmente da falta da releitura, o que tornaria possível sua correção. Na
revisão de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos
parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros.
O domínio que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrência de nossa experiência
profissional, muitas vezes, faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é
verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e das abreviações
e os conceitos específicos que não possam ser dispensados.
A revisão atenta exige tempo, o que pode ser escasso na elaboração de peças práticas durante a prova do
concurso público. Assim, quanto mais houver treino prévio, melhor será o aproveitamento. Desse modo,
dedique-se aos simulados, corrija-os e revise-os.

Objetividade
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem
redundâncias. Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e
quais são as secundárias.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma
complexidade: as fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-
las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao
texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o que também
proporcionará mais objetividade ao texto.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações,
sem subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade suprime a
delicadeza da expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
Concisão
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica da peça prática. Conciso é o texto
que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto com
o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias
e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários
supérfluos, adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva.
Na peça prática, a concisão é muito bem-vinda na narrativa dos fatos, pois o examinador já
sabe quais são e simplesmente transcrevê-los denota falta de concisão e, até mesmo, de conhecimento
jurídico, como se o candidato quisesse preencher o espaço vazio disponível.

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Por isso, evite transcrever o enunciado do caso apresentado, procure utilizar o espaço “Dos Fatos” para
fazer a subsunção das circunstâncias fáticas à norma penal e processual aplicável. Por exemplo, ao invés de
narrar que “TÍCIO matou JOSÉ por conta de uma briga de bar”, mencione que “TÍCIO, com animus necandi,
por motivo fútil, ceifou a vida da vítima JOSÉ, nos termos do art. 121, § 2º, II, do Código Penal.” Percebe?
Assim o candidato já demonstra conhecimento jurídico logo na narrativa dos fatos.

Coerência e coesão
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a
ligação, a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando
se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade
uns aos outros.
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são: referência,
substituição, elipse e uso de conjunção.
A referência diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua
interpretação. Esse mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que é precedente no
texto, ou por antecipação de um termo cuja interpretação dependa do que se segue.
Impessoalidade
A impessoalidade decorre de princípio constitucional (CF, art. 37), e seu significado remete a
dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a administração pública proceda de modo a não
privilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre, o interesse público; o segundo, a abstração
da pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a ação administrativa ser exercida por intermédio de
seus servidores, é resultado tão somente da vontade estatal.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento
ao interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser
tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam
das comunicações oficiais decorre:
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo,
de uma peça assinada por Delegado de Polícia, a comunicação é sempre feita em nome do serviço público.
Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que as comunicações elaboradas em diferentes
setores da administração pública guardem entre si certa uniformidade;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação: ela pode ser dirigida a um cidadão,
sempre concebido como público, ou a uma instituição privada, a outro órgão ou a outra entidade pública. Em
todos os casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; e
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações
oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural não caber qualquer tom
particular ou pessoal.
Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam
de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação
oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem a elabora.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os
expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.

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Sugere-se, também, a utilização de verbos na terceira pessoa do singular, justamente por


conferir impessoalidade à redação. Por exemplo, preferia “Ante o exposto, REPRESENTA-SE pela Prisão
Preventiva de [...]” a “Ante o exposto, REPRESENTO pela Prisão Preventiva de [...].
Nas peças práticas todos esses atributos são úteis e bem-vindos, especialmente para a
caracterização da técnica redacional desejada. A demonstração da necessidade e adequação de determinada
medida cautelar numa representação, por exemplo, não significa que o Delegado de Polícia tenha reservas de
natureza pessoal contra o representado.

ENDEREÇAMENTO

Aspectos técnicos do endereçamento:

O endereçamento é o primeiro item da estrutura (também chamado de esqueleto) das


representações, podendo ser utilizado, a depender do estilo adotado, também no Relatório Final de Inquérito
Policial.
Assim, é bem importante que o futuro aprovado dê a devida atenção a ele, pois, afinal, será o
seu cartão de visitas, sendo o primeiro tópico que o examinador vai verificar, analisar e conferir pontuação.
Analisaremos o endereçamento sob dois enfoques, o primeiro deles do ponto de vista
técnico, abrangendo o uso da língua culta ou do vernáculo, e o segundo sob o ponto de vista jurídico, já que
tem estreita correlação com a competência do juízo. Ao final deste tópico constam, ainda, diversos modelos
de endereçamento.
Conforme o Manual de Redação da Presidência da República (2018, p. 29) o endereçamento é
a parte do documento que informa quem receberá o expediente ou, no nosso caso, a peça prática, a petição.
No caso de peças práticas para a carreira de Delegado de Polícia, absolutamente superada a
ideia de representação encaminhada ao Ministério Público (veja mais no Capítulo 1. Capacidade Postulatória
do Delegado de Polícia), exceto pela Portaria de Instauração de Inquérito Policial, os Despachos e a Ordem de
Missão, o destinatário das peças lavradas pelo Delegado é o Poder Judiciário.
Importante ressaltar, também, que após a entrada em vigor da Lei n. 13.964/19 (Pacote
Anticrime), o juízo competente para analisar as cautelares durante a fase da investigação policial será o
chamado Juiz das Garantias, nos termos dos artigos 13-A a 13-F, do Código de Processo Penal, conforme será
melhor analisado mais a frente ainda neste capítulo.
Algumas questões chamam atenção no endereçamento, podendo levantar dúvidas.
Destacamos:

✓ Posso abreviar palavras no endereçamento?

✓ Uso ou não “Doutor”?

✓ Coloco todas as palavras em letras maiúsculas (caixa alta)?

Vamos procurar saná-las.

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Posso abreviar palavras no endereçamento?

A resposta a esta pergunta é simples: NÃO, por uma simples razão: seu texto precisa ser claro.
A clareza é um dos atributos da redação oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
imediata compreensão pelo leitor.
Ademais, sugere-se, e assim o fazemos com todas as abreviaturas, que a primeira vez que
mencionar determinada palavra no seu texto escreva-a por extenso, sem abreviaturas, a partir da segunda vez,
permite-se o uso das abreviaturas. Como o endereçamento está localizado logo no início da peça prática,
evidentemente, será a primeira vez que as expressões serão escritas, assim, não abrevie.
Desse modo, apenas a título de exemplo, prefira escrever ‘Código de Processo Penal’ antes de
usar a forma abreviada ‘CPP’. Prefira escrever ‘artigo’ antes de abreviar na forma ‘art.’ Do mesmo modo,
prefira, ao menos no endereçamento, escrever a forma completa das palavras.

NÃO RECOMENDADO:
Exmo. Senhor Min. do Colendo Supremo Tribunal Federal
Excelentíssimo Senhor Desemb. do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado __________/UF.
Exmo. Sr. Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de _______/UF.

RECOMENDADO:
Excelentíssimo Senhor Ministro do Colendo Supremo Tribunal Federal
Excelentíssimo Senhor Desembargador do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado __________/UF.
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de _______/UF

Uso ou não “Doutor”?

Bem, essa é uma indagação cuja resposta é polêmica, então, pode ter duas respostas.
Sob o ponto de vista técnico doutor não é pronome de tratamento, mas sim nomenclatura outorgada àqueles
que possuem a titulação acadêmica respectiva.
O Manual de Redação da Presidência da República – MRPR (2018, p. 27) orienta:

“Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. O tratamento por meio de Senhor confere a formalidade
desejada.”

Ressalta-se, ainda, que no endereçamento, comumente, já temos dois pronomes de


tratamento, quais sejam: ‘Excelentíssimo’ e ‘Senhor’. Caso se entenda pelo uso do ‘Doutor’, teremos a
exagerada utilização de três pronomes para a mesma finalidade.

No entanto, não raro nos deparamos com manuais de elaboração de peças práticas para
carreira de Delegado e, até mesmo, espelhos de questões de concursos públicos utilizando o famigerado
‘Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito’ (...).

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Ocorre que a praxe forense utiliza bastante "doutor'' como pronome de tratamento para se
referir Delegados, Advogados, Promotores, Juízes, Defensores Públicos etc. A força do hábito, por vezes,
supera a técnica. Assim, o uso comum e diário do doutor como pronome de tratamento acabou por ser
incorporado à nossa língua.

Veja o trecho inicial do espelho da Peça Prática do concurso de Delegado de Polícia Civil do
estado do Mato Grosso do Sul (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura de Mato Grosso do Sul –
FAPEMS - 2017), que além de abreviar as palavras iniciais utilizou doutor:

No concurso para Delegado de Polícia Federal (2018), a tradicional banca Cespe/Cebraspe,


também acostou em seu espelho o doutor no endereçamento:

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Porém, no ano de 2016, a mesma banca, no concurso para Delegado de Polícia Civil do Estado
de Pernambuco, não utilizou a palavra:

Como não existe uniformidade nos espelhos das bancas examinadoras, muito embora
consideremos pouco técnico o uso da palavra doutor como pronome de tratamento, não podemos afirmar que
é errado utilizá-la dessa forma.

Coloco todas as palavras em letra maiúscula (caixa alta)?

Aqui o tema se resolve de forma um pouco mais pragmática, tendo em vista o usual no MRPR
(2018, p. 48), quando nos ensina que "não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou
trecho da mensagem, pois denota agressividade por parte do emissor da comunicação.”

Neste caso, prefira utilizar apenas a primeira letra da palavra em maiúsculo. Dessa forma:

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de _______/UF

O novo acordo ortográfico tornou opcional o uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas
reverencialmente, por exemplo para cargos e títulos, como é o caso de Juiz, Desembargador, Ministro etc.
Ademais, os próprios exemplos do MRPR (2018, p. 23) apresentam-se dessa forma ao tratar do
endereçamento. Veja a seguir:

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Neste momento, é importante mencionar que consideramos (na prática forense) forma de
endereçamento o que o MRPR considera como vocativo. Em rigor, correto mesmo seria fazer o
endereçamento desta forma:

A Sua Excelência o Senhor Juiz de Direito da _ Vara Criminal da Comarca de _________/ UF

Todavia, a fim de não causar estranheza ao examinador, orientamos que não seja usada a
forma acima descrita. Fiquemos com o usual, pois muito embora se assemelhem com os documentos oficiais,
as peças práticas utilizadas no meio forense ganharam características próprias.

Aspectos jurídicos do endereçamento

Juízo ou Juiz?

Importante traçarmos uma distinção inicial antes de avançar com os aspectos jurídicos do
endereçamento: a diferença entre juiz e juízo.
Juiz(a) é a pessoa investida do Poder Jurisdicional para julgar uma causa. Pode ser o Juiz
togado, membro da Magistratura e investido por meio de concurso público, mas também o jurado, como
ocorre no Tribunal do Júri ou, ainda, juízes leigos, presentes nos Juizados Especiais Cíveis (art. 21, caput, da Lei
9099/05).
Por outro lado, juízo é a somatória do magistrado com os órgãos auxiliares, atuantes sob o
seu comando e, até mesmo, evidentemente sem qualquer hierarquia, o Membro do Ministério Público que
oficia perante aquele juízo.
Notamos o Código de Processo Penal mencionar ora o termo juízo, ora a própria pessoa do
juiz. Vejamos:

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão
entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:


I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.

Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua
competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a
infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos
demais processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência, o juiz, se
vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a
competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente.

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Notamos, destarte, que o termo juízo é mais amplo, e se refere a toda a estrutura que envolve
o órgão julgador, podendo ser um Juiz singular de primeira instância ou um colegiado de juízes.
Vale a pena observar, entretanto, que, às vezes, se emprega uma figura de linguagem
conhecida como metonímia, que consiste em usar uma palavra em lugar da outra, desde que ambas tenham
entre si algum tipo de relação e de proximidade.
E na peça prática, deve-se colocar no endereçamento juiz ou juízo? O mais usual realmente é a
inserção de juiz, porém, considera-se plenamente correto a utilização do juízo, igualmente.
Lembra-se que o art. 319, I, do Novo CPC/15, aplicável subsidiariamente ao Processo Penal,
não mais menciona que a petição deve ser dirigida ao Juiz (como mencionava o art. 282 do revogado
CPC/1973), mas sim ao juízo:
CPC 1973 CPC 2015
Art. 282. A petição inicial indicará: Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; I - o juízo a que é dirigida; (..)

Competência do juízo
É evidente que a competência do juízo está diretamente relacionada com o endereçamento,
pois a remessa da representação ao órgão julgador competente faz parte da aferição do conhecimento jurídico
que se espera do candidato.
Nesse sentido, é necessário que observemos aspectos previstos na Lei de Organização
Judiciária, o juízo prevento, foro por prerrogativa de função e, mais recentemente, e certamente será o mais
comum doravante, a competência do Juiz das Garantias.
Lei de Organização Judiciária
No que se refere à Lei de Organização Judiciária, é ordinário que a referida legislação disponha
sobre varas especializadas, tais como Varas de Violência Doméstica, Varas de Crimes de Trânsito, Varas de
Crime Organizado etc. Assim, caso haja previsão no Edital do Concurso Público, o concursando deve prestar
atenção nesse detalhe, uma leitura detida da legislação estadual pode render valiosos pontos.
Nesse aspecto, ressalta-se a previsão inserida pela Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime) na Lei
n. 12.964/12, no que concerne às Varas Criminais Colegiadas, com competência para processo e julgamento
de crimes de pertinência de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à sua disposição;
constituição de milícia privada (CP, art. 288-A) e infrações penais conexas. Veja os artigos acrescentados:

Art. 1º-A. Os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais poderão instalar, nas comarcas
sedes de Circunscrição ou Seção Judiciária, mediante resolução, Varas Criminais Colegiadas com
competência para o processo e julgamento:

I - de crimes de pertinência a organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição;



II - do crime do art. 288-A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal); e

III - das infrações penais conexas aos crimes a que se referem os incisos I e II do caputdeste artigo.

§ 1º As Varas Criminais Colegiadas terão competência para todos os atos jurisdicionais no decorrer da
investigação, da ação penal e da execução da pena, inclusive a transferência do preso para
estabelecimento prisional de segurança máxima ou para regime disciplinar diferenciado.

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§ 2º Ao receber, segundo as regras normais de distribuição, processos ou procedimentos que tenham


por objeto os crimes mencionados no caput deste artigo, o juiz deverá declinar da competência e
remeter os autos, em qualquer fase em que se encontrem, à Vara Criminal Colegiada de sua
Circunscrição ou Seção Judiciária.

§ 3º Feita a remessa mencionada no § 2o deste artigo, a Vara Criminal Colegiada terá competência para
todos os atos processuais posteriores, incluindo os da fase de execução.

Como se nota, até mesmo Resoluções dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais Regionais
Federais devem ser consultadas para verificar a existência das Varas Criminais Colegiadas e o correto
endereçamento a elas nos casos pertinentes.
Juiz das Garantias
Como ponto de destaque no chamado Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019), sancionado e
publicado pelo Presidente da República no dia 24 de dezembro de 2019, foi positivada a figura do Juiz das
Garantias, justamente visando resguardar a imparcialidade do órgão julgador.
Trata-se de legislação relativamente recente. Mas o certo é que será obrigatório aos
candidatos ao cargo de Delegado de Polícia o conhecimento minucioso da competência do Juiz das Garantias,
pois estreitamente relacionado com o trabalho de investigação policial.
Todas as cautelares e demais decisões relacionadas à investigação na fase pré-processual será
de competência do juiz das garantias, tais como receber comunicação de prisão, decidir sobre o
requerimento/representação de prisões temporárias e preventivas, prorrogação do prazo do inquérito policial,
busca e apreensão domiciliar, interceptação telefônica e vários outros assuntos, conforme tratamento dado
nos artigos 3º-A a 3º-F do CPP.
Como a figura do Juiz das garantias há uma designação para que um magistrado atue
especificamente na fase da investigação preliminar, tendo sua competência encerrada com o recebimento da
denúncia ou queixa.
Conforme art. 3º-B do CPP, ”O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à
autorização prévia do Poder Judiciário”.
Lembramos o disposto no 3º-C do CPP, na medida em que nos Juizados Especiais Criminais,
cuja competência se restringe aos crimes de menor potencial ofensivo, está afastada a competência do Juiz
das Garantias.
Ocorre que no momento na elaboração desta edição já constavam o ajuizamento de três
Ações Direta de Inconstitucionalidade (6.298, 6.299, 6.300 e 6.305), questionando a constitucionalidade do
Juiz das Garantias, apontando como fundamentos principais os seguintes:
1. A lei nova não previu a criação do Juízo das Garantias no âmbito dos Tribunais, uma vez que o rito
dos inquéritos e das ações penais está disciplinado, para o STJ e STF, nos artigos 1º a 5º da Lei n.
8038/90, que teve sua eficácia estendida para os TJ´s e TRF´s pela Lei 8658/93;
2. Exíguo tempo de vacatio legis (30 dias);
3. Falta de magistrados em número suficientes para divisão entre juiz das garantias e juiz do
julgamento;
4. Vício formal de competência por disciplinar tanto normas gerais quanto à forma de procedimento
em matéria processual, cuja competência da união se restringe a estabelecer normas gerais (CF, §1º do
art. 24), violando a competência concorrente legislativa da União com os Estados (CF, art. 24,XI), já que
a fase processual é caracterizada por normas procedimentais;

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5. No âmbito da Justiça dos Estados cabe ao legislador ordinário estadual, por meio de iniciativa do
Tribunal de Justiça, elaborar a lei que vier a criar, efetivamente, a figura do Juiz das Garantias; no
âmbito da Justiça Federal cabe ao STJ tal iniciativa legislativa, conforme previsão do art. 96, I, “d” e II,
“b” e “d”, da CF;
6. Violação do art. 93, caput, da CF, em razão da criação de classe própria de juiz, com competência
restrita à fase de investigação criminal;
7. Violação do princípio do juiz natural, por ser a jurisdição uma e indivisível (art. 5º, LIII), criando uma
instância interna dentro do 1º grau; entre outros.
Considerando tais argumentos, o Min. Luiz Fux suspendeu sine die a eficácia, ad referendum
do Plenário, da implantação do juiz das garantias e de seus consectários (CPP, arts. 3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3º-
E e 3º-F), afirmando, ademais, que a concessão dessa medida cautelar não teria o condão de interferir nem
suspender os inquéritos e processos então em andamento, nos termos do art. 10, §2º, da Lei n. 9.868/95.
Assim, deve-se ficar atento ao andamento da decisão de mérito a ser julgada pelo STF.
Juízo prevento
Sempre orientamos nossos leitores e alunos a terem atenção quanto ao juízo prevento, em
caso de já ter sido deferida alguma medida cautelar anteriormente no curso da investigação.
Nesse sentido, caso, por exemplo, o Juízo da 1º Vara Criminal de determinada Comarca tenha
proferido decisão concedendo mandado de busca e apreensão domiciliar, na continuidade das investigações o
mesmo juízo é o destinatário de posterior representação por prisão preventiva relacionada à mesma
investigação, em razão do disposto no art. 69, VI c/c art. 83, todos do CPP:

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:


I - o lugar da infração:
II - o domicílio ou residência do réu;
III - a natureza da infração;
IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência;
VI - a prevenção;
VII - a prerrogativa de função.

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes
igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática
de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da
denúncia ou da queixa.

O leitor deve ter atenção, também, em concursos públicos, em relação à menção no


enunciado da questão da Peça Prática de dois ou mais juízos em investigações independentes, quando havia
sido instaurado outro inquérito policial para apurar infração penal diversa da que originou o primeiro
procedimento investigativo. Isso ocorreu, por exemplo, na Prova do Concurso de Delegado de Polícia do
Estado do Mato Grosso do Sul. Veja o enunciado elaborado pela Banca FAPEMS:

(2017 – PC-MS – Delegado de Polícia) Após autorização pelo juízo da 1ª Vara Criminal de determinada capital
brasileira para realização de interceptação de comunicações telefônicas, visando a investigação o crime de

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lavagem de dinheiro, colheu-se a informação da prática do crime de tráfico ilícito de drogas por membros da
facção conhecida como “CZN” (Comando Zona Norte), integrada pelos condenados Wesley Ferreira, Daniel
Inocêncio, Lindomar Praxedes e Ribamar das Neves, que cumprem penas pela prática de crime de roubo (art.
157 do Código Penal), há pelo menos 15 anos na mesma cela em Penitenciária Estadual de Segurança Máxima.
Baseado nessas informações foi instaurado novo Inquérito Policial, para apurar eventual prática de tráfico de
drogas e/ou de outros ilícitos. Dos esforços investigativos, inclusive advindos de nova interceptação de
comunicações telefônicas, autorizada pelo juízo da 2ª Vara Criminal desta capital, foi possível compreender
que todo o gerenciamento e a divisão de tarefas são definidos verbalmente entre os suspeitos, no interior do
estabelecimento prisional, bem como se constatou que os referidos reclusos vêm cooptando outros membros,
inclusive não aprisionados, visando integrar a facção e ampliar seu poder de atuação. Não obstante, não foi
possível estabelecer indícios suficientes de autoria e prova cabal da materialidade delitiva, razão pela qual não
se concluiu o Inquérito Policial.

Em face do caso narrado, na qualidade de Delegado de Polícia responsável pela investigação, elabore,
fundamentadamente, a medida pertinente ao caso, visando à constituição de justa causa para o oferecimento
de eventual ação penal.”

Note que no caso proposto acima pela Banca o juízo competente para análise da nova medida
cautelar não era prevento, pois relacionada a instauração de novo inquérito policial, visando a apuração de
outros crimes que não foram objeto inicial da investigação. Deveria ser endereçada, então, a representação ao
“Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 2º Vara Criminal de Determinada Capital Brasileira.”
Talvez ocorra a menção de dois juízos, mas um relacionado ao primeiro grau e outro
relacionado a determinado investigado com foro por prerrogativa de função.

Modelos de endereçamento

A seguir alguns modelos sugestivos de endereçamento, inclusive com direcionamento tanto ao


juízo quanto ao membro do Poder Judiciário:

STF

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Ministro(a) Presidente do Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Ao Juízo da Presidência do Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Ministro(a) Presidente da ____ Turma - Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Ao Juízo da Presidência da ____ Turma do Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Ministro(a) Relator(a) _________ - Egrégio Supremo Tribunal Federal.

STJ

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Ministro(a) Presidente do Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

Ao Juízo da Presidência do Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Ministro(a) Presidente da ____ Turma - Egrégio Superior Tribunal de


Justiça.

Ao Juízo da Presidência da ____ Turma do Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Ministro(a) Relator(a) _________ - Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

TSE

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Ministro (a) Presidente do Egrégio Tribunal Superior Eleitoral.

Ao Juízo da Presidência do Egrégio Tribunal Superior Eleitoral.

STM

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Ministro(a) Presidente do Egrégio Superior Tribunal Militar.

Ao Juízo da Presidência do Egrégio Superior Tribunal Militar.

TRF

Excelentíssimo Senhor(a) Desembargador(a) Federal Presidente do Colendo Tribunal Regional Federal


da __ Região.

Ao Juízo da Presidência do Colendo Tribunal Regional Federal da __ Região.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Desembargador(a) Federal da __ Turma - Colendo Tribunal Regional


Federal da __ Região.

Ao Juízo da __ Turma do Colendo Tribunal Regional Federal da __ Região.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Desembargador(a) Federal Relator - Colendo Tribunal Regional Federal da


__ Região.

TRE

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Presidente do Colendo Tribunal Regional Eleitoral de(a/o) ____/UF.

Ao Juízo da Presidência do Colendo Tribunal Regional Eleitoral de(a/o) ____/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) Eleitoral Membro da __ Turma - Colendo Tribunal Regional


Eleitoral de(a/o) ____/UF.

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Ao Juízo da __ Turma do Tribunal Regional Eleitoral de ___/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) Eleitoral Membro do Colendo Tribunal Regional Federal de(a/o)
____/UF.

TRIBUNAIS DE JUSTIÇA ESTADUAIS

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Presidente do Colendo Tribunal de Justiça do Estado de(a/o) ____/UF.

Ao Juízo da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de(a/o) ____/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Desembargador(a) da __ Câmara Criminal do Colendo Tribunal de Justiça


do Estado de(a/o) ____/UF.

Ao Juízo da __ Câmara Criminal do Colendo Tribunal de Justiça do Estado de(a/o) ____/UF.

PRIMEIRA INSTÂNCIA

Varas Colegiadas

Excelentíssimo Senhor Juiz Presidente da Vara Criminal Colegiada de Crime Organizado da Comarca de
____________/UF.

Ao Juízo da Vara Criminal Colegiada de Crime Organizado da Comarca de ____________/UF.

Excelentíssimo(a) Juiz(a) Presidente da _____ Turma Recursal dos Juizados Especiais (Cíveis e) Criminais
do Estado de(a/o) ____/UF.

Ao Juízo da Presidência da _____ Turma Recursal dos Juizados Especiais (Cíveis e) Criminais do Estado
de(a/o) ____/UF .

Juízos singulares

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) Federal do Juizado Especial Federal da __ Vara Federal da Seção
Judiciária de _______/UF.

Ao Juízo do Juizado Especial Federal da __ Vara Federal da Seção Judiciária de _______/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz de Direito do Juizado Especial Criminal da Comarca de ________/UF.

Ao Juízo do Juizado Especial Criminal da Comarca de ________/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito da __ Vara do Tribunal do Júri da Comarca de


________/UF.

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Ao Juízo da __ Vara do Tribunal do Júri da Comarca de ________/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) Presidente da __ Vara do Tribunal do Júri da Comarca de


________/UF.

Ao Juízo da Presidência do Tribunal do Júri da __ Vara da Comarca de ________/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de _______/UF.

Ao Juízo da __ Vara Criminal da Comarca de _______/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito da __ Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de


__________/DF.

Ao Juízo da __ Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de __________/DF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito da Vara de Execuções Penais da Comarca de


_______/UF.

Ao Juízo da Vara de Execuções Penais da Comarca de ___________/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito da __ Zona Eleitoral - _______/UF.

Ao Juízo da __ Zona Eleitoral de(a/o) _______/UF.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Impende mencionar, considerando o teor do art. 28 do CPP, com redação dada pela Lei n. 13.964/19,
que modificou consideravelmente a sistemática de remessa dos autos do inquérito policial, embora sua
eficácia esteja suspensa pelo STF, há possibilidade de endereçamento do Relatório Final de Inquérito Policial
ao Ministério Público. Veja a nova redação (suspensa pelas ADIs 9.298, 9.299 e 9.300) do art. 28 do CPP:

Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos


informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao
investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão
ministerial para fins de homologação, na forma da lei.

§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito


policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a
matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a
respectiva lei orgânica.

§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e


Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia
do órgão a quem couber a sua representação judicial.

Por esse motivo, abaixo seguem modelos de endereçamento ao Ministério Público.

Ministério Público Federal:

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Excelentíssimo(a) Senhor Procurador(a)-Geral da República.

(Oficia junto ao STF e ao STJ - art. 48, II da LC 75/93)

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Subprocurador(a) -Geral da República.

(Oficia perante o STF, STJ, TSE (por delegação) e nas Câmaras de Coordenação e Revisão - art. 66 da LC
75/93)

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Procurador(a) Regional da República.

(Oficia perante os Tribunais Regionais Federais)

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Procurador(a) da República

(Oficia perante os Juízos Federais)

Ministério Público Estadual:

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Procurador(a)-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado


_______/UF.

(Oficia nos processos de competência originária dos TJs – art. 29 da Lei 8.625/93)

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Promotor(a) de Justiça da Promotoria Criminal da Comarca de


_______/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Promotor(a) de Justiça que Oficia perante a Comarca de _______/UF.

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Promotor(a) de Justiça que Oficia perante o Juiz das Garantias da Comarca
de _______/UF.

Caso haja efetiva implantação do juiz das garantias, deve-se acrescentar nos endereçamentos
logo após a palavra ‘Juiz(a)’a expressão ‘das Garantias’. Assim:

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito das Garantias da __ Vara do Tribunal do Júri da Comarca
de _______/UF

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito das Garantias da __ Vara Criminal da Comarca de


_______/UF.

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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito do Núcleo Garantias da Comarca de _______/UF.

Ao Juízo do Núcleo de Garantias da Comarca de ______/ UF.

CUMULAÇÃO DE PEDIDOS NA MESMA PEÇA

Atendendo aos princípios da economia processual e da celeridade não é raro haver


cumulação de pedidos ou de representações na mesma peça, exceto, obviamente, se os pedidos forem
totalmente incompatíveis, como, por exemplo, representação por prisão temporária cumulada relatório final
de IP, posto que inconciliáveis, pois não se mostra razoável o pedido por uma medida instrumental, que visa
obter elementos indiciários suficientes, junto com a conclusão do procedimento. Ora, se ainda existem
diligências a serem realizadas, não se pode relatar o inquérito.
Situação bastante comum é a representação por prisão temporária cumulada com busca e
apreensão, vez que na execução da medida de constrição da liberdade comumente se ingressa no domicílio do
indivíduo, sendo ótima oportunidade para angariar mais elementos probatórios para esclarecer o fato
criminoso.
Entendemos que, desde que juridicamente razoável, também não há óbice para pedidos
alternativos, compreendidos como aqueles que o Juiz pode conceder um ou outro pedido, como pode
ocorrer, por exemplo, em representação por Prisão Preventiva ou Medida Cautelar Diversa da Prisão. Nesse
caso, se o Magistrado atender um dos pedidos, por consequência lógica, não poderá atender o outro.
Vislumbramos, ainda, a possibilidade de se representar por pedidos sucessivos, aqueles em
que se faz à Autoridade Judiciária determinado pedido, com prevalência como pedido principal e, caso não
entenda preenchidos os requisitos, defere-se o outro pedido de forma subsidiária. Cita-se como exemplo a
representação por interceptação telefônica com pedido principal e, como pedido subsidiário, se o Juiz
entender não preenchidos os requisitos da Lei n.º 9.296/96, a quebra do sigilo de dados telefônicos, o qual
possui requisitos mais elásticos que o primeiro.
Por oportuno, entendemos também que em situações excepcionais há os pedidos
necessariamente cumulados. Em algumas circunstâncias mostra-se imprescindível para o deferimento de
determinado pedido que outro o acompanhe, devendo o Delegado de Polícia representar por dois ou mais
pedidos. Cita-se como exemplo o caso da representação por infiltração; sabendo-se que somente o
depoimento pessoal do agente infiltrado pode ser insuficiente, faz-se necessária alguma cautelar para
resguardar as provas por ele colhidas, como, por exemplo, a captação ambiental.
Tanto na vida prática da atividade policial como em concursos voltados para essa área,
sobretudo concursos para o cargo de Delegado de Polícia, cada vez mais tem se exigido a cumulação de
pedidos, até como forma de mensurar, no caso dos concursos, a capacidade de raciocínio jurídico do
candidato e adaptabilidade ao caso concreto.
Assim, não se deve ficar vinculado a somente o modelo de uma das peças, mas se atentar para
a possibilidade de várias combinações entre elas, que devem ser feitas com a devida fundamentação fática e
jurídica, de preferência separando por tópicos ou capítulos as razões de cada pedido formulado.

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Finalmente, cumpre salientar que, com o avanço dos meios tecnológicos de transmissão de
dados, os modelos de peças tendem a ficar circunscritos a plataformas padronizadas, com comunicação on-
line entre a Polícia e o Poder Judiciário.
A necessidade, contudo, de raciocinar soluções que atendam o caso concreto é insubstituível
e, obrigatoriamente, passa pelo Delegado de Polícia.

Estrutura da fundamentação jurídica

Por questão de coerência lógica, sugere-se que no momento da elaboração da fundamentação


jurídica se faça um encadeamento piramidal dos diversos diplomas normativos pertinentes.

A pirâmide de Kelsen é um sistema de escalonamento de normas jurídicas desenvolvido pelo


jurisconsulto europeu Hans Kelsen. E tem como objetivo promover um plano de hierarquia entre as diversas
espécies de normas jurídicas, fazendo com que elas sejam tratadas como superiores/ inferiores entre si.

Assim, no cume da pirâmide está a Constituição Federal e, modernamente, os Tratados e


Convenções Internacionais que versem sobre Direitos Humanos aprovados com o rito descrito no § 3º do art.
5º da CF/88 (compreendido como “bloco de constitucionalidade”), seguidos das normas infraconstitucionais,
mais precisamente Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos não aprovados com o quórum qualificado,
demais Tratados e Convenções Internacionais (CF, art. 5º, §2º), as Leis Complementares e Ordinárias,
Resoluções Legislativas, as Constituições Estaduais, as Leis Estaduais e, por fim, os atos infralegais, a exemplo
de Decretos, Portarias e Instruções Normativas.

Desse modo, ao abordar determinado tema, mostra-se interessante que o profissional jurista
ou candidato a um cargo público adote essa mesma ordem de fundamentação, inserindo num primeiro
momento as normas constitucionais e convencionais para, posteriormente, descer às minúcias dos demais
diplomas normativos nacionais, constituições e leis estaduais e atos infralegais.

Assim, além de ser uma forma de verificar possíveis vícios de constitucionalidade das normas
inferiores, a estrutura textual tem maiores chances de ficar clara, objetiva e harmoniosa.

Caso se trate de peça elaborada pelo Delegado de Polícia, é imprescindível que o preâmbulo
faça referência à Lei n. 12.830/13, que dispõe sobre a investigação criminal conduzida por esse profissional.

É de se notar, também, que a fundamentação jurídica do preâmbulo perpassa por dois


aspectos: o primeiro deles deve demonstrar a legitimidade do postulante, ou seja, o amparo legal que
permite o peticionário ingressar em juízo; o segundo, no entanto, relacionado à fundamentação do pedido
em si, aquilo no mundo dos fatos que se deseja.

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Exemplificando:

O Delegado de Polícia que abaixo subscreve, legitimado pelo art. 144,


§ 1º (se Delegado de Polícia Federal) ou § 4º (se Delegado de Polícia Civil), da CF/88
c/c a Lei 12.830/13; pelo art. _____ Constituição do Estado _________, vem,
perante Vossa Excelência, representar por

BUSCA E APREENSÃO DOMICILIAR

Com fulcro no art. 5º, inciso XI, da CF/88 c/c art. 11.2, do Pacto São
José da Costa Rica e arts. 240, 241, 242 e seguintes do Código de Processo Penal,
em relação ao domicílio ao final indicado, onde reside [...]

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SIMULADOS

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SIMULADO 01

PEÇA PRÁTICA DE NATUREZA POLICIAL N. 1

No dia 10 de dezembro de 2020, por volta das 21 horas, uma guarnição da Polícia Militar,
comandada pelo 3º SGT/PM SOUSA, composta por quatro Policiais, foi acionada para atender uma
ocorrência de roubo, que estava acontecendo no estabelecimento comercial denominado PEGUE &
LEVE, localizado no Município paraense de Cametá. Ao chegar ao local dos fatos, os Policiais Militares
avistaram dois indivíduos, ambos armados com armas de fogo e, mesmo após os Policiais
determinarem que se entregassem, os indivíduos efetuaram vários disparos na direção dos militares,
mas nenhum Policial foi atingido.

Após realizar o cerco no local, os Policiais iniciaram procedimento de incursão, logrando


êxito em render os dois indivíduos, os quais, percebendo que não tinham chances de empreender
fuga ou enfrentar com êxito dos quatro policiais, se entregaram, jogando as armas de fogo no chão e
deitando em seguida com as mãos na cabeça. Cessada a agressão, os Policiais Militares, devido os
dois indivíduos terem efetuado disparos iniciais, ainda com eles rendidos, efetuaram disparos contra
eles, matando-os no interior do estabelecimento comercial.

Em seguida, dirigiram-se até a Delegacia de Polícia Judiciária Civil do Município de


Cametá, apresentando as armas de fogo utilizadas pelos dois indivíduos mortos, posteriormente
identificados como JOÃO e JOSÉ, alegando legítima defesa, solicitando que o Delegado lavrasse auto
de resistência. O Delegado de Plantão procedeu nas oitivas dos Policiais Militares, contudo, o dono
do estabelecimento comercial chegou à delegacia de polícia de posse das imagens do circuito interno
de filmagens, entregando-as ao Delegado.

De posse das imagens, a Autoridade Policial percebeu que a versão dos militares não
correspondia à verdade completa dos fatos. Os militares, por sua vez, notando a possibilidade de
responder criminalmente por homicídio, alegaram que a atribuição para investigar e instaurar
inquérito policial era da própria Polícia Militar, por meio de inquérito policial militar, conforme
recente decisão do Supremo Tribunal Federal, retirando-se todos da delegacia em seguida.

Na qualidade de único Delegado de Polícia Civil da Delegacia de Polícia Judiciária Civil


de Cametá/PA, elabore a peça procedimental de natureza policial pertinente ao caso, abordando
os seguintes itens:

1. Qual(is) crime(s) os Policiais Militares estão, em tese, incursos?


2. Seria possível a voz de prisão em flagrante aos Policiais Militares?
3. De qual instituição é a atribuição para a investigação de crimes dolosos contra a
vida, praticados por militares contra civis? O STF já pacificou a questão?

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SIMULADO 02

PEÇA PRÁTICA DE NATUREZA POLICIAL N. 2

DIONÍSIO foi eleito Prefeito do Município de Mossoró, no Estado do Rio Grande do


Norte, para exercício do mandato 2013/2016. Após o término do mandato não foi reeleito. Ocorre
que em 2018 se candidatou ao cargo de Deputado Federal, sendo eleito para exercício do mandato
entre os anos 2019/2022, diplomado para o referido cargo em 17 de dezembro de 2018.

Ocorre que em dezembro de 2020 a senhora LINDALVA compareceu à unidade de


Polícia Judiciária da circunscrição de Mossoró, noticiando à Delegada de Polícia TÁTICA ter
descoberto recentemente que enquanto trabalhava como empregada doméstica na casa de
DIONÍSIO, em meados de 2016, sua filha CÍNTIA, à época com de 11 anos de idade, teria sido abusada
sexualmente por ele.

Conforme narrou LINDALVA, era comum levar sua filha para a casa do então Prefeito e,
somente agora, em 2020, após sua mãe ter sido demitida, a vítima teve coragem de contar ter sido
sucessivamente submetida a sevícias e que, inclusive, as relações sexuais eram gravadas e
armazenadas por DIONÍSIO. CÍNTIA narrou à sua genitora, também, que DIONÍSIO lhe confidenciou
ter mantido relações sexuais com outras meninas, inclusive mostrou alguns vídeos a ela, com a
finalidade de convencê-la a manter a mesma prática com ele.

Diante das informações, a Delegada de Polícia instaurou o inquérito policial n.


100/2020 – DEAM, encaminhando a vítima ao instituto pericial da localidade. No dia 30 de dezembro
de 2020 o laudo pericial foi disponibilizado, sendo constatada a ruptura do hímen, porém, com sinais
defloramento antigo devido à cicatrização.

Diante dos fatos narrados, na qualidade de presidente das investigações, elabore a


peça prática procedimental pertinente ao caso em apreço com vistas à colheita de elementos de
autoria e materialidade, abordando, necessariamente, no corpo da peça:

1. A tipificação do(s) crime(s) que, em tese, está incurso o investigado;


2. A necessidade de autorização judicial para início das investigações;
3. O juízo competente para analisar eventuais pedidos por medidas cautelares.

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SIMULADO 03

PEÇA PRÁTICA DE NATUREZA POLICIAL N. 3

No dia 10 de janeiro de 2021, por volta das 02h da madrugada, após JAIR e sua
namorada CHAIENE saírem de uma festa na cidade de CURITIBA/ PR, quando estavam indo em
direção ao carro do casal, foram perseguidos por dois indivíduos em uma motocicleta, ocasião em
que um deles saltou da garupa do veículo e, de arma em punho, anunciou um roubo, exigindo que as
vítimas deitassem no chão com as mãos na cabeça. CHAIENE, bastante nervosa, logo obedeceu às
determinações do criminoso, entregando sua bolsa, que continha um aparelho celular e a quantia
aproximada de R$ 300,00 (trezentos reais), além do seu relógio, um colar e um par de brincos,
ambos em ouro. Já JAIR, indignado com situação, recusou-se a deitar no chão, tentando argumentar
com os dois indivíduos e, ato contínuo, travou luta corporal com um deles, no entanto, acabou sendo
dominado e alvejado com dois disparos de arma de fogo, um atingiu sua perna e o outro o coração,
culminando no seu óbito quase que imediato. Após a morte da vítima JAIR, os dois indivíduos
empreenderam fuga do local levando consigo os bens subtraídos de CHAIENE.

As investigações foram iniciadas pela 1º Delegacia de Curitiba, sendo colhidas as


declarações de CHAIENE, que saiu ilesa, bem como de duas testemunhas que passavam pelo local.
Além disso, as imagens do circuito externo de filmagens de estabelecimento comercial localizado às
adjacências foram determinantes para identificar a placa da motocicleta utilizada no crime, uma
Honda CG de cor preta, placa XXX-0121. De posse dos dados do veículo, a Polícia Judiciária Civil
logrou êxito em identificar o proprietário como sendo JÚNIOR CAVEIRA, residente à Av. Curitibanos,
123, Bairro Boa Viagem, Curitiba/PR. A vítima CHAIENE e as testemunhas realizaram o
reconhecimento fotográfico de JÚNIOR CAVEIRA, mas apesar de considerarem ele parecido com um
dos indivíduos, não o reconheceram com plena certeza, informando ao Delegado que o
reconhecimento pessoal poderia ser mais preciso.

Durante as diligências os Agentes de Polícia apresentaram Relatório de Investigação,


no qual constava que JÚNIOR tinha se evadido da sua residência e escondido a motocicleta nos
fundos do lote, coberta por uma lona. Foi descoberto ainda que ele estava homiziado na casa de um
primo, localizada na Rua Esperança, n. 200, Bairro Latino – Curitiba/PR. A perícia do local de morte
violenta foi apresentada ao Delegado de Polícia presidente das investigações, constando no laudo
que foi encontrado e apreendido um estojo de munição calibre .380, que continha vestígios de digital
aptos para confronto datiloscópico e balístico porém, nos Sistemas de Pesquisa Policiais não
constavam as digitais de JÚNIOR para comparação.

Considerando o caso acima proposto, na qualidade de Delegado de Polícia


responsável pelo inquérito, represente pela medida cautelar apropriada ao andamento das
investigações e capaz de solucionar o caso, abordando todos os aspectos jurídicos pertinentes à
situação apresentada.

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SIMULADO 04

PEÇA PRÁTICA DE NATUREZA POLICIAL N. 4

No dia 26 de fevereiro de 2021, por volta das 15 horas, RICARDO estava em seu local de
trabalho, uma empresa do ramo de construção civil, juntamente com MARIA. Como se tratava de uma sexta-
feira, final de mês, na ocasião havia uma soma considerável em dinheiro na sede da empresa, pois comumente
os servidores são pagos em dinheiro nesse período.

Repentinamente, entrou no recinto um indivíduo e, simulando portar arma de fogo, anunciou


um roubo, exigindo que RICARDO e MARIA entregassem a ele toda a quantia em dinheiro disponível,
subtraindo o valor aproximado de R $100.000,00 (cem mil reais). Após, empreendeu fuga.

Durante as investigações a Polícia Judiciária instaurou inquérito policial n. 171/2021 e colheu


as declarações das vítimas, ao que o Delegado estranhou que somente MARIA se recordava das características
físicas do autor da subtração.

Ademais, inexplicavelmente, o circuito de filmagens da empresa havia sido desligado dois dias
antes do crime. Continuando as diligências, logrou-se êxito colher imagens do circuito de filmagens de um
estabelecimento comercial localizado às adjacências da sede da empresa, sendo possível identificar a placa da
motocicleta utilizada no crime, prefixo KTZ-1200, cadastrada em nome de JOSÉ DA SILVA, residente à Av. Rio
Amazonas, n. 1234, Bairro Central, Belém/PA. Ante tais informações, os Policiais Civis passaram a fazer
vigilância nas proximidades da residência, quando filmaram JOSÉ DA SILVA e RICARDO conversando em frente
ao imóvel.

Assim, relatado o fato à Autoridade Policial, esta representou pela quebra de sigilo de dados
telefônicos de RICARDO. Deferido o pedido pelo juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Belém/PA, restou
comprovado pelo extrato telefônico várias ligações recebidas e efetuadas entre JOSÉ e RICARDO, inclusive
minutos antes do crime. Nesse ínterim, MARIA procurou a Delegacia e narrou que RICARDO lhe confidenciou
que iria pedir demissão nos próximos dias e fazer uma viagem.

No entanto, MARIA percebeu que ele havia trocado de telefone, adquirindo um modelo de
última geração, avaliado em mais de R $10.000,00 (dez mil reais). Quando ela o confrontou e procurou saber
como ele tinha adquirido um celular tão caro, ele disse para ela ficar calada e não se intrometer na vida dele,
senão iria se arrepender.

Diante as circunstâncias narradas acima, na qualidade de Delegado de Polícia responsável


pelo caso, elabore a peça prática de natureza policial com as medidas cautelares necessárias e adequadas,
capazes de robustecer os autos do inquérito Policial, com vistas a instrumentalizar ainda mais as
investigações em andamento.

Aponte a tipificação em relação a cada um dos envolvidos, especialmente no caso de restar


comprovada a participação de RICARDO.

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SIMULADO 05

PEÇA PRÁTICA DE NATUREZA POLICIAL N. 5

No dia 17 de janeiro de 2019, por volta das 22h, DANIEL VENTURA, Deputado Federal pelo
Estado do Espírito Santo, de 25 anos de idade, capaz e habilitado, estava trafegando em via pública com seu
veículo GM CAMARO, placa IAM-0007 e, em determinado trecho da via pública, próximo de uma boate, iniciou
manobras exibicionistas, tais como frenagens bruscas, derrapagens, utilizando o citado veículo, no entanto,
perdeu o controle do automóvel e acabou atingindo uma mulher que estava às margens da via, causando-lhe o
óbito.

Após perceber que a vítima havia falecido, a fim de não ser identificado pelas pessoas que ali
estavam, DANIEL VENTURA empreendeu fuga no veículo. Populares que Presenciaram o fato, no entanto,
ligaram para a Polícia Militar, a qual compareceu local e, após colher informações sobre as características do
condutor e do veículo envolvido, inclusive a placa, realizou breves diligências logrando êxito localizar DANIEL
VENTURA ainda na condução do automóvel.

Ao ser abordado pelos Policiais, DANIEL VENTURA estava bastante alterado, ocasião em que se
identificou como parlamentar, alegou que não poderia ser preso, bem como xingou um dos policiais de
“merdinha fardado”. Ciente que DANIEL era, de fato, um parlamentar, os policiais militares não o prenderam,
nem tampouco o apresentaram na Delegacia de Polícia.

Após alguns dias, o laudo pericial foi acostado aos autos do procedimento investigativo, sendo
constatado que o veículo estava com velocidade aproximada de 120 km/h no momento do atropelamento
uma via de velocidade máxima de 50 Km/h, assim como que houve morte instantânea da vítima.

Os Familiares da vítima compareceram à Delegacia de Polícia, solicitando providências sobre o


caso. Foi instaurado procedimento investigativo no mesmo dia dos fatos, ocasião em que DANIEL VENTURA foi
intimado, mas não compareceu alegando que tinha a prerrogativa de escolher o local e a data da sua oitiva.
Cerca de cinco testemunhas foram inquiridas, sendo que todas foram unânimes em apontar DANIEL VENTURA
como condutor do veículo, não havendo mais diligências a serem efetuadas.

Na qualidade de Delegado de Polícia responsável pelo caso, elabore a peça adequada caso
apresentado, datando no último dia do prazo, respondendo seguintes questionamentos:

a) Os policiais que atenderam a ocorrência agiram corretamente? Fundamente Sua Resposta


Diferenciado as fases da prisão em flagrante.

b) Qual o foro competente para processar e jugar eventual ação penal proposta em desfavor
de DANIEL VENTURA? 

c) Por qual(is) crime(s) ele deverá responder? 

d) A alegação de DANIEL VENTURA para não comparecer ao interrogatório 
foi pertinente?
Poderá eles ser conduzido coercitivamente em alguma circunstância?


Observação: Simulado aplicado antes da vigência das Leis n. 13.964/19 e n. 13.869/19.

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SIMULADO 06

PEÇA PRÁTICA DE NATUREZA POLICIAL N. 6

Em uma investigação policial chefiada pelo Delegado de Polícia Civil OPERACIONAL, integrante
de uma Delegacia Especializada da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo, descobriu-se que os indivíduos
ATLAS, BAÍA, CAIO, além de outros três desconhecidos, tinham cometido diversas infrações penais, motivo
pelo qual foi instaurado o IP n. 100/2019 – DE.

Durante as investigações ficou claro que os indivíduos acima mencionados estavam envolvidos
em diferentes eventos criminosos em que havia uso de artefatos explosivos contra terminais de
autoatendimento bancário, para posterior subtração de valores vultosos dinheiro desses equipamentos.

Impressionou a Autoridade Policial responsável pela presidência das investigações o preparo


dos indivíduos envolvidos, pois ATLAS era especialista em explosivos, enquanto BAÍA e CAIO tinham grande
habilidade no uso de armamentos pesados, tendo, inclusive, sido apreendido um fuzil calibre 5.56 após os
indivíduos terem empreendido fuga numa ação frustrada determinada cidade do interior do Estado do Espírito
Santo, que terminou com troca de tiros entre Policiais Militares e os criminosos, sem restar nenhum ferido.

Além disso, há informações de que os três indivíduos desconhecidos têm habilidades na


condução de veículos para fuga eficaz e em encontrar locais para que se homiziarem após os crimes
cometidos.

Sabe-se, ainda, que ATLAS é o líder do bando, contudo, as investigações não estão avançando
devido à perspicácia dele, havendo, ainda, diversas provas e elementos de informação a serem colhidos para
lastrear melhor possível futura ação penal, inclusive identificação dos demais membros do grupo.

Ocorre que durante a última ação do bando, um dos investigados deixou cair um aparelho
celular no local do evento. Com a devida autorização do juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de Vitória/ES, os
investigadores tiveram acesso constante no aparelho móvel e lograram êxito identificar um grupo virtual em
determinado aplicativo de troca de mensagens no qual os criminosos comunicam.

Assim, soube-se que o grupo iria cometer um furto, tendo como objeto explosivos da pedreira
MINERA BEM, no dia 17 de agosto do corrente ano. Artefatos com os quais pretendem dar continuidade aos
seus crimes. Ademais, com a relação de contatos constante no aparelho celular apreendido foi possível
identificar as linhas telefônicas 27 9999-9999 e 27 8888-8888 utilizadas, respectivamente, por ATLAS e CAIO.

Com base nessas informações elabore, na condição de Delegado de Polícia presidente do IP,
a peça cabível para o sucesso das investigações, abordando, necessariamente, os seguintes itens:

1) Em qual(is)crime(s)os indivíduos estão,em tese,incursos?

2) Qual(is) medida(s) cautelar(es) pode(m) ser implementada(s) diante dos fatos narrados?

3) Qual A Legislação Aplicável ao Caso?

Observação: Simulado aplicado antes da vigência das Leis n. 13.964/19 e n. 13.869/19.

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SIMULADO 07

PEÇA PRÁTICA DE NATUREZA POLICIAL N. 7

Em investigação sob a responsabilidade da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente do


Espírito Santo – DPCA/ES, cujo presidente do Inquérito Policial era o Delegado de Polícia Civil SILVA, foi
descoberto um grupo de aproximadamente 15 indivíduos, todos residentes no Brasil, os quais trocavam
mensagens privadas por meio de aplicativos de uso comum e e-mails.

Descobriu-se pelas investigações, que os indivíduos possuíam um líder, conhecido apenas como
NEOSEXY, apelido virtual utilizado por ele, que era quem organizava a troca de mensagens e frequência dos
encontros virtuais entre todos os integrantes. Soube-se, ainda, que os integrantes observavam menores de
idade de ambos os sexos em redes sociais e logo em seguida entravam em contato com eles, logrando êxito,
após estabelecerem a confiança, em obter fotografias com cenas nitidamente pornográficas, inclusive com
exposição de órgãos genitais dos menores.

Em determinado vídeo, obtido por meio da apresentação dos pais de uma das vítimas na
Delegacia, foi possível notar que a menor, de 13 anos de idade, ficou nua em cima da cama, posando para o
interlocutor que estava online, na ocasião dos fatos, interagindo com ela e satisfazendo sua lascívia. Em outro
material obtido pela Polícia Civil, o exame pericial determinou que foram feitas diversas montagens com os
vídeos dos menores, simulando a participação de crianças em cena de sexo explícito.

Com a investigação em andamento há aproximadamente 60 dias, mesmo com o empenho de


muitas diligências, ainda não foi possível angariar elementos suficientes de autoria. No entanto, durante busca
e apreensão de um computador (devidamente autorizada judicialmente) no endereço do suspeito
cognominado PAPA-ANJO, que empreendeu fuga logo que a polícia adentrou seu imóvel, obteve-se dados de
conexão deste usuário, possibilitando um novo rumo para as investigações.

Considerando os elementos acima descritos, sem criar fatos novos, elabore a Peça
Prática, na condição Delegado de Polícia responsável pelo caso, abordando, necessariamente, os
seguintes itens:

1. Qual o juízo competente, se estadual ou federal, explicitando o fundamento e


requisitos citados pela jurisprudência para estabelecer a competência?
2. Qual(is) crime(s) os indivíduos estão, em tese, incursos pelos fatos narrados?

Observação: Simulado aplicado antes da vigência das Leis n. 13.964/19 e n. 13.869/19.

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ESPELHOS
DOS
SIMULADOS

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ESPELHO DE CORREÇÃO SIMULADO 01

NOTA NOTA
Item RESPOSTA ESPERADA
MÁXIMA ATRIBUÍDA
Estrutura da Peça e denominação correta:
01 09
PORTARIA DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL
Preâmbulo corretamente exposto, com menção aos artigos da Constituição Federal (art. 144, §4º),
02 do Código de Processo Penal (art. 4º, 5º,I), da Lei 12.830/13 e da Constituição Estadual, os quais 10
dão legitimidade ao Delegado de Polícia para investigação.
Tipificação dos crimes cometidos, em tese, pelos Policiais Militares:
Homicídio qualificado pelo meio que tornou impossível a defesa da vítima - art. 121, § 2º, IV, do
03 15
CP c/c art. 71 do CP (duas vezes);
Abuso de autoridade - art. 23, da Lei n. 13.869/19.
Exposição da posição majoritária doutrinaria que defende a impossibilidade de lavratura de APF
04 15
em caso de apresentação espontânea.
Deveria ser argumentado pela atribuição da Polícia Judiciária Civil para apurar e instaurar inquérito
05 policial, com vistas à competência do Tribunal do Júri para processar e julgar crimes dolosos contra 15
vida praticados por Militares Estaduais contra civis (art. 125, § 4º, da CF/88).
Providências:
1) Juntem-se aos autos os depoimentos declinados pelos policiais militares, pelo
proprietário do estabelecimento denominado PEGUE & LEVE, confeccionando-
se boletim de ocorrência;
2) Acoste-se aos autos as imagens dos fatos, encaminhando-as a exame pericial (CPP, art.
6º, III);
3) Lavre-se termo de apresentação e apreensão das armas apresentadas pelos policiais
militares, consignando que foram entregues nesta unidade policial, conquanto deveriam
ter sido mantidas no local dos fatos para realização da perícia técnica (CPP, art. 6º, II);
4) Encaminhem-se as armas apreendidas ao Instituto de Criminalística/POLITEC,
requisitando exames periciais pertinentes, sobretudo de potencialidade lesiva,
recenticidade de disparos e outros cabíveis (CPP, art. 6º, VII);
5) Oficie-se ao Instituto de Criminalística/POLITEC, requisitando exame necroscópico nos
corpos de JOÃO e JOSÉ (CPP, art. 6º, VII c/c art. 162);
6) Oficie-se ao Instituto de Criminalística/POLITEC, requisitando exame pericial a ser
realizado no local de morte violenta, onde se deram os fatos (CPP, art. 6º, VII c/c art.
164 e 165);
7) Expeça-se Ordem de Missão aos Agentes desta Unidade Policial, determinando o
06 comparecimento ao local dos fatos, a fim de manter sua preservação, bem como o início 26
de investigações visando obter informações a respeito de eventuais testemunhas que
tenham presenciado os fatos e demais elementos pertinentes ao seu completo
esclarecimento (CPP, art. 6º, I, III);
8) Oficie-se ao Comando da Polícia Militar do Município de Cametá, no Estado o Pará,
requisitando a apresentação das armas utilizadas pela guarnição comandada pelo
SGT/PM SOUSA, a fim de encaminhá-las a exame pericial;
9) Notifiquem-se os investigados da instauração do presente inquérito policial para que,
querendo, constituam defensor, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, nos termos
do art. 14-A do CPP. Transcorrido o prazo a que alude o artigo mencionado sem
constituição de defensor, oficie-se ao Comando da Polícia Militar do Estado do Pará, a
fim de que indique defensor para representação dos investigados (CPP, art. 14-A, § 2º);
10) Prossigam- as providências pertinentes, juntando todos os elementos necessários ao
completo esclarecimento dos fatos. Após, voltem-me conclusos os autos para ulteriores
determinações.
11) CUMPRA-SE
12) Cametá, 10 de dezembro de 2020.

Delegado de Polícia Civil

7 Capacidade de argumentação 10
TOTAL 100

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ESPELHO DE CORREÇÃO SIMULADO 02

NOTA NOTA
Item RESPOSTA ESPERADA
MÁXIMA ATRIBUÍDA
ENDEREÇAMENTO:
01 05
Juízo de Primeira Instância da Vara Criminal da Comarca de Mossoró/RN
Referência:
02 10
IP n. 100/DEAM -2020 e incidência penal
Preâmbulo corretamente exposto, com menção aos artigos da Constituição Federal (art. 5º,
03 XI e art. 144, § 4º); art. 90, § 1º, da Constituição do Estado do Rio Grande do Norte, arts. 6º, 05
282, § 2º, 240, 241 do CPP e Lei 12.830/13.
Estrutura da Peça e denominação correta:
04 05
REPRESENTAÇÃO POR BUSCA E APREENSÃO

05 Narrativa sucinta dos fatos que demonstram a necessidade da cautelar 05


8. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Juízo competente para analisar a representação:
Entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto
6.1 Barroso, julgado em 03/05/2018 -Info 900), que o foro por prerrogativa de função aplica-se 10
apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas. No mesmo sentido entendeu o STJ (STJ. Corte Especial. APn 857/DF, Rel.
para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado em 20/06/2018).
Fundamentação a respeito da desnecessidade de autorização do STF/TJ para início das
investigações.
O STJ firmou entendimento que não há necessidade de prévia autorização do Poder Judiciário
6.2 para a instauração de inquérito ou procedimento investigatório criminal contra investigado 10
com foro por prerrogativa de função. Isso porque não existe norma exigindo essa autorização,
seja na Constituição Federal, seja na legislação infraconstitucional. Demonstração do afastamento
da competência do STF.
Tipificação dos crimes, em tese, cometidos pelo investigado em concurso material (art. 69
do CP):

6.3 1. Art. 217-A do CP c/c art. 1º, VI, da Lei n. 8072/90 (estupro de vulnerável); 16
2. Arts. 240 do ECA;
3. 241-B do ECA;
4. 241-D, parágrafo único, I, do ECA.
BUSCA E APRESSÃO DOMICILIAR:
1. Demonstração da necessidade e adequação da medida (art. 282, I e II, do CPP);
2. Indicação precisa dos bens/objetos da busca e apreensão: dispositivos de
6.4 armazenamento, tais como celulares, notebooks, computadores, CDs, DVDs, 15
filmadoras, HDs, pendrives etc.
3. Menção dos artigos aplicáveis (art. 5º, XI, da CF c/c art. 6º, 282, § 2º, 240, 241 e
242 do CPP).
4. Menção que se trata de fatos novos ou contemporâneos (art. 315, § 1º, do CPP)
9. PEDIDO
1. Representação pela concessão de Mandado de Busca e Apreensão na residência
7.1 do investigado DIONÍSIO. 10
2. Pedido de deferimento inaudita altera pars (art. 282, § 3º, do CPP).
LOCAL E DATA
08 02
Mossoró, 30 de dezembro de 2020

09 TÁTICA - Delegada de Polícia/DEAM 03


10 Capacidade de argumentação 04
TOTAL 100

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ESPELHO DE CORREÇÃO SIMULADO 03

NOTA NOTA
Item RESPOSTA ESPERADA
MÁXIMA ATRIBUÍDA
ENDEREÇAMENTO:
01 Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca 05
de Curitiba/PR.
Referência:
IP n. ___/2021 – 1 ª Delegacia de Polícia/CR
02 05
Incidência Penal: art. 157, § 3º, II, do CP c/c art. 1º, inciso II, alínea “c”, da Lei n.
8.072/90.
Preâmbulo corretamente exposto, com menção aos artigos da Constituição
Federal (art. 5º, XI e art. 144, § 4º); do Código de Processo Penal (arts. 6º, 282, §
03 05
2º, 240, 241 do CPP); da Lei 12.830/13; art. 47 da Constituição do Estado do
Paraná; Lei n. 7.960/89 e Lei n. 8.072/90.
Estrutura da Peça e denominação correta:
04 05
REPRESENTAÇÃO POR BUSCA E APREENSÃO C/C PRISÃO TEMPORÁRIA
05 Narrativa sucinta dos fatos que demonstram a necessidade da cautelar 05
6 FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA GERAL
Fumus Comissi Delicti – Latrocínio art. 157, § 3º, II, do CP c/c art. 1º, inciso II, alínea
6.1 10
“c”, da Lei n. 8.072/90

Fundamentação da gravidade concreta do delito e fatos novos ou


6.2 05
contemporâneos (art. 315, § 1º, do CPP)

FUNDAMENTAÇÃO DA BUSCA E APREENSÃO


Demonstração da necessidade e Adequação para:
Art. 240, § 1º, do CPP: prender criminosos (alínea “a”), apreender armas,
6.3 munições, instrumentosutilizados na prática de crime ou destinados a fim 10
delituoso (alínea “d”), descobrir objetos necessários à prova de infração ou à
defesa do réu (alínea “e”), bem como colher qualquer elemento de convicção
(alínea “h”).
Especificação dos objetos da busca e apreensão: HONDA CG de cor preta, placa
6.4 XXX-0121 e arma de fogo e demais elementos de convicção. 05
Fundamentação do periculum in mora.
FUNDAMENTAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA
Fundamentação sobre a imprescindibilidade para ser realizado o reconhecimento
pessoal e identificação criminal compulsória – colheita das digitais e comparação:
6.5 Art. 1º, I, II e III, c, da Lei n. 7.960/89. Lei n. 12.037/09
10
Fundamentação que se trata de crime hediondo, nos termos do art. 1º, inciso II,
alínea “c”, da Lei n. 8.072/90, portanto, o prazo é de 30 dias, conforme § 2º do art.
4º da Lei n. 8.072/90.
Fundamentação do não cabimento de outras medidas cautelares diversas da
6.6 10
prisão (§ 6º do art. 282 do CPP). Fundamentação do periculum libertatis.
7 PEDIDO
Representação pela concessão de Mandado de Busca e Apreensão na nos
7.1 seguintes endereços: Av. Curitibanos, 123, Bairro Boa Viagem, Curitiba/PR e Rua 05
Esperança, n. 200, Bairro Latino – Curitiba/PR.
Representação pela decretação da prisão temporária de JÚNIOR CAVEIRA por 30
7.2 05
(trinta), nos termos do § 2º do art. 4º da Lei n. 8.072/90.

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Solicitação que a medida seja concedida inaudita altera pars, nos termos do § 3º
7.3 do art. 282 do CPP e de oitiva do Ministério Público, conforme o § 1º do art. 2º 05
da Lei n. 7.960/89.
08 LOCAL E DATA: Curitiba, __ de ____ de 2021. 02
09 Delegado de Polícia Civil/ 1ª DP/CR 03
10 Capacidade de argumentação 05
TOTAL 100

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ESPELHO DE CORREÇÃO SIMULADO 04

NOTA NOTA
Item RESPOSTA ESPERADA
MÁXIMA ATRIBUÍDA

ENDEREÇAMENTO:
01 05
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de Belém/PA.

Referência:
02 IP n. 71/2021 05
Incidência Penal: art. 157, § 2º, II, do CP
Preâmbulo corretamente exposto, com menção aos artigos da Constituição Federal (art. 5º, XI e
03 LIX; art. 144, § 4º); do Código de Processo Penal (arts. 6º, 282, § 2º, 240, 241 do CPP); Lei 05
12.830/13; art. 194 da Constituição do Estado do Pará; Lei n. 7.960/89;
Estrutura da Peça e denominação correta:
04 05
REPRESENTAÇÃO POR BUSCA E APREENSÃO C/C PRISÃO TEMPORÁRIA
05 Narrativa sucinta dos fatos que demonstram a necessidade da cautelar 05
6 FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA GERAL
Fumus Comissi Delicti – Roubo majorado pelo concurso de pessoas art. 157, 2º, II, do CP (JOSÉ DA
10
SILVA); art. 157, 2º, II, c/c art. 29 do CP (RICARDO)
6.1
Fundamentação da gravidade concreta do delito e fatos novos ou contemporâneos (art. 315, §
05
1º, do CPP)

FUNDAMENTAÇÃO DA BUSCA E APREENSÃO

Demonstração da necessidade e Adequação para:


Prender criminosos (alínea “a”), apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos
(alínea “b”); apreender armas, munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou 10
6.2 destinados a fim delituoso (alínea “d”), descobrir objetos necessários à prova de infração ou à
defesa do réu (alínea “e”), bem como colher qualquer elemento de convicção (alínea “h”).
Especificação dos objetos: motocicleta utilizada no crime, placa KTZ-1200, cadastrada em nome
de JOSÉ DA SILVA; valor auferido com o roubo e aparelho celular de RICARDO; demais elementos 05
de convicção.
FUNDAMENTAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA

Fundamentação sobre a imprescindibilidade da medida, bem como incidência no crime de roubo,


15
previsto na alínea “c” do inciso III do art. 1º da Lei n. 7.960/89. Risco de fuga e ameaça a MARIA.
6.3

Fundamentação do não cabimento de outras medidas cautelares diversas da prisão (§ 6º do art.


05
282 do CPP). Fundamentação do periculum libertatis
7 PEDIDO

Representação pela concessão de Mandado de Busca e Apreensão no endereço situado à Av. Rio
7.2 05
Amazonas, n. 1234, Bairro Central, Belém/PA, onde reside o suspeito JOSÉ DA SILVA.

Representação pela decretação da prisão temporária de RICARDO e JOSÉ DA SILVA, por 05 dias,
7.1 05
nos termos da Lei n. 7.960/89
Solicitação que a medida seja concedida inaudita altera pars, nos termos do § 3º do art. 282 do
7.3 05
CPP.

08 LOCAL E DATA: Belém, __ de ____ de 2021. 02

09 Delegado de Polícia Civil 03


10 Capacidade de argumentação 05
TOTAL 100

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ESPELHO DE CORREÇÃO SIMULADO 05

NOTA NOTA
RESPOSTA ESPERADA MÁXIMA ATRIBUÍDA
Item

Endereçamento/Encaminhamento para:
Excelentíssimo Juiz __ Vara Criminal da Comarca de ______________- ES

Explicação da competência do juízo comum para processar e julgar o investigado, considerando


a decisão do STF que restringiu o foro por prerrogativa de função somente para crimes
ocorridos em razão do exercício do cargo. Como o homicídio não teve qualquer relação com o
mandato parlamentar, compete ao juízo de 1ª Instância processar e julgar o caso.
1.
Jurisprudência selecionada:
“O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o
exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. 10
Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).”

Observação: O aluno poderia discorrer sobre essa justificativa em capítulo inicial ou no


decorrer da peça.
Nome da Peça
RELATÓRIO FINAL DE INQUÉRITO POLICIAL
Considerando a menção no enunciado da frase: “(...) não havendo mais diligências a serem
2. 10
efetuadas.” a única peça viável é o Relatório Final de IP.

Preâmbulo corretamente exposto, com apresentação do remetente como Delegado de Polícia


Civil, fundamentação legal sucinta da sua legitimidade, prevista no art. 144, §4º, da CF/88; art.
10, §1º, do CPP e art. 2º, §1º, da Lei n. 12.830/13.
3. Menção à forma de instauração do inquérito por Portaria, já que não houve prisão em 05
flagrante.
Narrativa dos principais fatos.
4. 10
Providências adotadas pelo Delegado durante a instrução do Inquérito Policial:
1) Inquirição das 05 testemunhas do fato;
2) Juntada do laudo pericial do local de morte violenta, que atestou a velocidade do veículo
5. do indiciado; 10
3) Intimação do indiciado (não atendida).

Tipificação da conduta do investigado, seu indiciamento e respectiva fundamentação:


1) Crime de Desacato (05 pontos)
Ao xingar um dos Policiais Militares de “merdinha”, o indiciado incorreu no crime de Desacato,
previsto no art. 331, do CP.

2) Crime descrito no § 2º do art. 308 do Código de Trânsito Brasileiro:

Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou
competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de
veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à
incolumidade pública ou privada:(...)

§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias


demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena
privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas
6. previstas neste artigo. 30

No caso exposto na questão, nota-se que houve homicídio culposo no trânsito, pois DANIEL
VENTURA agiu com imprudência, elemento da culpa. Nesse aspecto, cumpre salientar aplicável
ao caso a culpa consciente, que consiste na crença por parte do agente que, embora previsível
o resultado, este não ocorreria.

Por o §2º do art. 308 do CTB ser mais específico, ele aplica-se ao caso proposto, pois da
conduta do investigado, praticar manobras exibicionistas, decorreu a morte da vítima.

Seria pertinente a imputação de homicídio doloso, a título de dolo eventual, se tivessem sido
mencionados outros fatos agregadores, a exemplo da ingestão de álcool.
Oportunamente, cita-se trecho da jurisprudência do STF:Verifica-se a existência de dolo
eventual no ato de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, além de fazê-lo na
contramão. Esse é, portanto, um caso específico que evidencia a diferença entre

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a culpa consciente e o dolo eventual. O condutor assumiu o risco ou, no mínimo, não se
preocupou com o risco de, eventualmente, causar lesões ou mesmo a morte de outrem. STF. 1ª
Turma. HC 124687/MS, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
29/5/2018 (Info 904).
3) Evasão do local do acidente – art. 305, do CTB
Tendo em vista que o enunciado narra que DANIEL VENTURA empreendeu fuga no veículo para
não ser identificado pelas pessoas que ali estavam, fugindo da responsabilidade penal que lhe
podia ser atribuída, configurado o crime do art. 305, do CTB, mesmo que tenha havido morte
instantânea da vítima, conforme jurisprudência recente.

Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade
penal ou civil que lhe possa ser atribuída:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

A regra que prevê o crime do art. 305 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é constitucional,
posto não infirmar o princípio da não incriminação, garantido o direito ao silêncio e ressalvadas
as hipóteses de exclusão da tipicidade e da antijuridicidade. STF. Plenário. RE 971959/RS, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 14/11/2018 (repercussão geral) (Info 923).

Doutrina:
“(...) o condutor, uma vez verificado o acidente, simplesmente abandona o local, não
aguardando a realização das providências de identificação dos veículos, dos condutores, e
demais anotações, a cargo da autoridade de trânsito, e mesmo dos outros envolvidos.”
(RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito brasileiro. 9ª ed., São Paulo: RT, 2013,
p. 627).

No que tange ao crime de omissão de socorro (art. 304, do CTB), importante mencionar que é
crime subsidiário, notando-se do preceito secundário, quando diz “se o fato não constitui
elemento de crime mais grave.” Assim, como DANIEL VENTURA foi atuado pelo §2º do art. 308,
mais grave, resta prejudicada a configuração do tipo previsto no art. 304, do CTB.

Com pequenas variações, a maior parte dos autores especializados defende que a prisão em
flagrante possui algumas fases, a saber: 1) Prisão-captura – fazer cessar a atividade criminosa;
2) Prisão-condução - conduzir o suspeito coercitivamente perante a presença da Autoridade
Policial; 3) Prisão audiência preliminar e leitura das garantias; 4) Prisão lavratura do auto de
prisão em flagrante; 5) Recolhimento ao cárcere e, 6) Comunicação da prisão ao juiz;

8. No caso do parlamentar em questão, poderia ser capturado, conduzido para Delegacia de 10


Polícia; se o Delegado entendesse que os crimes eram inafiançáveis seria lavrado o flagrante -
presentes os requisitos da prisão preventiva, por exemplo, conforme art. 324, IV, do CPP; caso
entendesse que os crimes eram afiançáveis, o parlamentar seria liberado e contra ele
instaurado IP, considerando a imunidade prevista no art. 52, §2º, da CF/88.

Explicação da decisão do STF que considerou não recepcionado parte do art. 260 do CPP, no
que tange ao condução coercitiva para fins de interrogatório, contudo, há possibilidade de
condução coercitiva para fins de qualificação pessoal ou outro ato que não possa sem ele ser
realizado, a exemplo do reconhecimento pessoal.
9. 10
Explicação que o não comparecimento o investigado foi injustificado, uma vez que de acordo
com art. 221 do CPP (aplicado por analogia na fase do IP), somente na qualidade de
testemunha poderia escolher local e data para ser inquirido.
DATA:
18 de fevereiro de 2019 (prazo de 30 dias para conclusão do IP com investigado solto,
10 conforme art. 10 c/c art. 798, §1º, do CPP). 05

Delegado de Polícia Civil


11 Correção gramatical e adequação vocabular -

TOTAL 100

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ESPELHO DE CORREÇÃO SIMULADO 06

NOTA NOTA
Item RESPOSTA ESPERADA
MÁXIMA ATRIBUÍDA
ENDEREÇAMENTO:
01 05
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE VITÓRIA/ES
IP n. 100/2019-DE

Preâmbulo corretamente exposto, com menção aos artigos da Constituição Federal (art. 144, §4º),
02 da Lei 12.850/13 (art. 3º, incisos III e V e art. 8º), Lei 9.296/96 (art. 3º, I), da Lei 12.830/13 (art. 2º, 05
1º) e da Constituição Estadual (art. 128, §§ 2º, 3º e 6º), os quais dão legitimidade ao Delegado de
Polícia para investigar, bem como representar por Interceptação Telefônica e comunicar a Ação
Controlada.
REPRESENTAÇÃO POR INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA CUMULADA COM COMUNICAÇÃO DE AÇÃO
03 05
CONTROLADA
04 NARRATIVA DOS FATOS PRINCIPAIS 05
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Legislação aplicável ao caso:
Este é o local adequado para mencionar que o grupo investigado preenche os requisitos para
configuração uma organização criminosa, com associação estável de 4 pessoas ou mais, hierarquia,
divisão de tarefas, cometimento de infrações penais com penas máximas superiores a 4 anos e
objetivo de obtenção de vantagem, conforme conceito legal trazido pelo § 1º do art. 1º da Lei n.
12.850/13. Menção à Lei 9.296/96, que regula a interceptação telefônica

CRIMES COMETIDOS
Organização Criminosa armada –art. 2º, §2º, da Lei 12.850/13.
05
Furto Qualificado pelo emprego de explosivos – Art. 155, §4º-A, do CP.
10
Resistência Qualificada – §1º do art. 329, do CP - Considerando que o enunciado da questão não
mencionou a intenção dos criminosos ao disparar contra os policiais, nem mesmo se os disparos
foram na direção deles; considerando que não restou nenhuma vítima ferida; levando-se em conta
os julgados constantes noHC 495979 RJ/ 2019 –STJ e RHC 100625 / MG – 2018 STJ, que, em
situação similar houve tipificação da conduta de disparar contra Policiais como crime de
resistência, mais adequada ao caso essa tipificação. Deve-se aplicar ao evento o § 1º do art. 329,
do CP, pois, na ocasião da resistência nenhum indivíduo foi preso.

Também será aceita a tipificação em tentativa de homicídio contra os Policiais Militares - Art. 121,
§2º, V, VII c/c art. 14, II, do CP, qualificado pela conexão consequencial ou causal (assegurar a
execução de outro crime), tendo como vítimas autoridades descritas no art. 144 da CF/88.
DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
Alusão que a Lei 12.850/13, que trata sobre meios de obtenção de prova durante a investigação de
organizações criminosas, prevê a interceptação telefônica (art. 3º, V) como medida cabível.

Citação aos requisitos da interceptação telefônica, previstos na Lei 9.9296/96, quais sejam (art. 2º,
a contraio sensu):

I – indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal, conforme tipificação;


6.1 15
II – Imprescindibilidade da medida, considerando a ineficácia de outros meios investigativos;
III - As infrações investigadas são punidas com pena de reclusão.

Demonstração dos requisitos gerais das medidas cautelares, quais sejam: fumus commissi delicti
(indícios da prática dos crimes investigados) e o periculum in mora, considerando possível prejuízo
para a investigação em caso de não deferimento da medida, sobretudo pela impossibilidade de em
momento posterior efetuar gravações para lastrear os autos do IP com indícios suficientes de
autoria e materialidade e, por consequência, a futura ação penal.
DA COMUNICAÇÃO DA AÇÃO CONTROLADA
O art. 8º, da Lei 12.850/13 possibilita a ação controlada, retardando a ação da polícia (possível
prisão em flagrante) durante o furto de explosivos que ocorreria, de modo a assegurar a eficácia
da investigação e obtenção de provas sobre a identidade de todos os envolvidos.

O aluno deveria informar ao juiz que encaminhará auto circunstanciado da diligência (art. 8º, §4º),
6.2 bem como que a equipe policial realizará o acompanhamento e observação contínua dos 10
integrantes da organização criminosa.

Observação: determinado trecho o enunciado revela que tinham diversas provas e elementos de
informação a serem colhidos, inclusive identificação dos demais membros do grupo. Assim, não
era indicado para as circunstâncias da investigação a representação por prisão cautelar, já que o
furto de explosivos possibilita à Polícia obter maiores informações sobre a identidade de todos os

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membros da organização e colher mais indícios de autoria e materialidade, conforme art. 8º, da Lei
12.850/13. Deste modo, a prisão de qualquer membro do grupo ocorrida precipitadamente
poderia frustrar o complemento desmantelamento da organização investigada.

O aluno também NÃO deveria solicitar ou representar pela autorização para Ação Controlada, já
que a lei menciona apenas a prévia comunicação ao juízo competente (art. 8º, §1º).
7 PEDIDO (modelo de pedido de Interceptação Telefônica)
Considerando, assim, que o art. 1.º da Lei n.o 9.296/1996 autoriza a interceptação de
comunicações telefônicas de qualquer natureza para prova em investigação criminal e em
instrução processual penal, e que o fato ora investigado constitui crime de natureza grave, não
havendo outros meios de prova disponíveis no sentido de demonstrar a autoria dos delitos sob
investigação, REPRESENTA-SE a Vossa Excelência pela expedição de ofício único, com força de
Mandado Judicial, direcionado às prestadoras de serviços de telefonia BRASIL TELECOM, CLARO,
TIM, VIVO, OI/TELEMAR, GVT, EMBRATEL e NEXTEL, determinando:

A INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS e a QUEBRA DE SIGILO DE DADOS


TELEFÔNICOS das linhas telefônicas: 27 9999-9999 e 27 8888-8888, seus respectivos IMEIs e
outros que o sucedam, pelo prazo de quinze dias, contados de sua implementação, devendo as
referidas empresas:

a. Disponibilizar condições técnicas para monitoramento gravado de áudio, texto, imagens


7.1 10
e outras formas de comunicação porventura existentes relativos ao terminal
supracitado;
b. Fornecer extratos do terminal mencionado, contendo datas, horários e durações de
chamadas/mensagens tentadas, originadas e recebidas durante o período de
interceptação, agenda de contatos e informações sobre as Estações Rádio Base (ERB)
transmissoras das ligações;
c. Fornecer todos os dados cadastrais existentes em poder das respectivas empresas
referentes ao terminal interceptado e aos interlocutores que com eles
mantiverem/tentarem contato, cujo contexto seja de interesse da investigação.

Solicita-se, por fim, a remessa das informações descritas nesta representação à autoridade policial
requerente, informando, desde já, que, nos termos do art. 6.º, § 1.º, da Lei n.o 9.296/1996, se for
deferida a medida aqui requerida, as gravações das comunicações eventualmente interceptadas
serão transcritas e acompanharão, em apenso, os autos do inquérito policial competente.
COMUNICAÇÃO da ação controlada nos termos dos fundamentos jurídicos já delineados na
fundamentação jurídica e comunicação ao MP (§3º do art. 8º da Lei n. 12.850/13). (Como não se
trata de um pedido, poderia ser omitido nesse campo, desde que houvesse fundamentação
05
7.2 jurídica a respeito na segunda parte da peça).

Solicitação de sigilo da medida (art. 8º, §2º, da Lei 12.850/13).

Vitória, __ de Agosto de 2019.


08 05
Pedido de deferimento.

OPERACIONAL
09 05
Delegado de Polícia Civil - DE

Correção gramatical e adequação vocabular 05


TOTAL 100

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ESPELHO DE CORREÇÃO SIMULADO 07

NOTA NOTA
Item RESPOSTA ESPERADA MÁXIMA ATRIBUÍDA

Endereçamento:
01 Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da ___ª Vara Criminal da Comarca de Vitória/ES 05

Referência:
02 IP n. ____/____ 05
Incidência Penal: Arts. 240, 241-A e 241-C, do ECA; Art. 217-A, do CP.

Preâmbulo corretamente exposto, com menção aos artigos da Constituição Federal (Art. 144, §4º e
227, 4º); da Lei 12.830/13 (art. 2º, §1º); da Constituição do Estado do Espírito Santo (art. 128, §§ 05
03 2º, 3º e 6º); do Código de Processo Penal (art 4º.); da Lei 8.069/90 (art. 190-A, II), os quais dão
legitimidade ao Delegado de Polícia para investigar, bem como representar pela INFILTRAÇÃO DE
AGENTES; ainda, alusão ao art. 190-A – 190-E, do ECA.

Nome da peça:
04 INFILTRAÇÃO DE AGENTE DE POLÍCIA NA INTERNET/VIRTUAL 05

Narrativa dos fatos sucinta.


05 05
6 FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

JUÍZO COMPETENTE: ESTADUAL


Ausência de disponibilização do conteúdo pornográfico em sítio aberto da Internet;
Ausência de relação de internacionalidade. A relação de internacionalidade ocorre quando:
a)iniciada a execução do crime no Brasil, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro; b)iniciada a execução do crime no estrangeiro, o resultado tenha ou devesse ter
ocorrido no Brasil.
Transmissão do conteúdo pornográfico somente por aplicativo de troca de mensagens e e-mails.
Jurisprudência selecionada:

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA ESTADUAL. INQUÉRITO


POLICIAL. DIVULGAÇÃO DE IMAGEM PORNOGRÁFICA DE ADOLESCENTE VIA WHATSAPP E EM
CHAT NO FACEBOOK. ART. 241-1 DA LEI 8.069/90. INEXISTÊNCIA DE EVIDÊNCIAS DE DIVULGAÇÃO
DAS IMAGENS EM SÍTIOS VIRTUAIS DE AMPLO E FÁCIL ACESSO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
ESTADUAL.
1. A Justiça Federal é competente, conforme disposição do inciso V do art. 109 da Constituição
da República, quando se tratar de infrações previstas em tratados ou convenções
internacionais, como é caso do racismo, previsto na Convenção Internacional sobre a Eliminação
de todas as Formas de Discriminação Racial, da qual o Brasil é signatário, assim como nos crimes
de guarda de moeda falsa, de tráfico internacional de entorpecentes, de tráfico de mulheres, de
envio ilegal e tráfico de menores, de tortura, de pornografia infantil e pedofilia e corrupção ativa
e tráfico de influência nas transações comerciais internacionais. 10
6.1 2. Deliberando sobre o tema, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso
Extraordinário n. 628.624/MG, em sede de repercussão geral, assentou que a fixação da
competência da Justiça Federal para o julgamento do delito do art. 241-A do Estatuto da
Criança e do Adolescente (divulgação e publicação de conteúdo pedófilo-pornográfico)
pressupõe a possibilidade de identificação do atributo da internacionalidade do resultado
obtido ou que se pretendia obter.
Por sua vez, a constatação da internacionalidade do delito demandaria apenas que a publicação
do material pornográfico tivesse sido feita em "ambiência virtual de sítios de amplo e fácil
acesso a qualquer sujeito, em qualquer parte do planeta, que esteja conectado à internet" e que
"o material pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes tenha estado acessível por alguém
no estrangeiro, ainda que não haja evidências de que esse acesso realmente ocorreu." (RE
628.624, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Tribunal
Pleno, julgado em 29/10/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-062
DIVULG 05-04-2016 PUBLIC 06-04-2016) 3. Situação em que os indícios coletados até o
momento revelam que as imagens da vítima foram trocadas por particulares via Whatsapp e
por meio de chat na rede social Facebook.
4. Tanto no aplicativo WhatsApp quanto nos diálogos (chat) estabelecido na rede social
Facebook, a comunicação se dá entre destinatários escolhidos pelo emissor da mensagem.
Trata-se de troca de informação privada que não está acessível a qualquer pessoa.

5. Diante de tal contexto, no caso concreto, não foi preenchido o requisito estabelecido pela
Corte Suprema de que a postagem de conteúdo pedófilo-pornográfico tenha sido feita em

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cenário propício ao livre acesso.


6. A possibilidade de descoberta de outras provas e/ou evidências, no decorrer das investigações,
levando a conclusões diferentes, demonstra não ser possível firmar peremptoriamente a
competência definitiva para julgamento do presente inquérito policial. Isso não obstante, tendo
em conta que a definição do Juízo competente em tais hipóteses se dá em razão dos indícios
coletados até então, revela-se a competência do Juízo Estadual.
7. Conflito conhecido, para declarar a competência do Juízo de Direito da Vara Criminal e
Execução Penal de São Sebastião do Paraíso/MG, o Suscitado.
(CC 150.564/MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
26/04/2017, DJe 02/05/2017)

TIPIFICAÇÃO DAS CONDUTAS


Pela narrativa dos fatos, pelo menos as seguintes condutas podem ser delineadas como fatos
típicos:

Organização criminosa – art. 2º, caput, da Lei 12.850/13, considerando a hierarquia, estrutura,
crimes com penas maiores que 04 anos e obtenção de vantagens (de natureza sexual).

I – Art. 240, do ECA:

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de
sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:

II – Art. 241-A, do ECA:

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:[...]

III – Art. 241-C, do ECA:

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou


pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer
outra forma de representação visual: [...]

III – Art. 217-A, do CP – Estupro de Vulnerável


Dispensabilidade de contato físico entre o autor e a vítima.

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
6.2 anos: [...] 25

Jurisprudência selecionada:
RECURSO EM HABEAS CORPUS. ESTUPRO DE VULNERÁVEL EM CONTINUIDADE DELITIVA.
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA E ATIPICIDADE DA CONDUTA.
CONTEMPLAÇÃO LASCIVA DE MENOR DESNUDA. ATO LIBIDINOSO CARACTERIZADO. TESE
RECURSAL QUE DEMANDA REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. AUSÊNCIA DE FLAGRANTE
ILEGALIDADE. RECURSO DESPROVIDO.
O Parquet classificou a conduta do recorrente como ato libidinoso diverso da conjunção carnal,
praticado contra vítima de 10 anos de idade. Extrai-se da peça acusatória que as corrés teriam
atraído e levado a ofendida até um motel, onde, mediante pagamento, o 15acusado teria
incorrido na contemplação lasciva da menor de idade desnuda.
Discute-se se a inocorrência de efetivo contato físico entre o recorrente e a vítima autorizaria a
desclassificação do delito ou mesmo a absolvição sumária do acusado.
A maior parte da doutrina penalista pátria orienta no sentido de que a contemplação lasciva
configura o ato libidinoso constitutivo dos tipos dos arts. 213 e 217-A do Código Penal - CP,
sendo irrelavante, para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e
ofendido.(RHC 70.976/MS, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em
02/08/2016, DJe 10/08/2016)

Doutrina selecionada:
Rogério Sanches explica que é desnecessário o contato físico:
“De acordo com a maioria da doutrina, não há necessidade de contato físico entre o autor e a
vítima, cometendo o crime o agente que, para satisfazer a sua lascívia, ordena que a vítima
explore seu próprio corpo (masturbando-se), somente para contemplação (tampouco há que se
imaginar a vítima desnuda para a caracterização do crime- RT 429/380).” (Manual de direito
penal: parte especial. 8ª ed., Salvador: Juspodivm, 2016, p. 460).
o simples fato de o agente ficar olhando a vítima nua com o objetivo de satisfazer sua lascívia

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(contemplação lasciva) já é suficiente para caracterizar ato libidinoso e, portanto, configurar o


crime de estupro (art. 213) ou de estupro de vulnerável (art. 217-A).
Essa é a posição, também, de Cleber Masson:
“Na prática de atos libidinosos, a vítima também pode desempenhar, simultaneamente, papeis
ativo e passivo. Nessas duas últimas condutas - praticar ou permitir que com ele se pratique outro
ato libidinoso é dispensável o contato físico de natureza erótica entre o estuprador e a vítima”.
(MASSON, Cleber. Código Penal comentado. 2ª ed., São Paulo: Método, 2014, p. 825)
Vale ressaltar, ainda, que o delito imputado(estupro de vulnerável é uma espécie de crime contra
a dignidade sexual. A dignidade sexual da vítima não se ofende somente com lesões de natureza
física.

2- DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA NA INTERNET


Requisitos:
2.1 – configuração dos crimes descritos no caput do art. 190-A, do ECA, como pressuposto;

2.2 Demonstração da necessidade, alcance das tarefas dos policiais, inclusive com a menção que
a prova não pode ser obtida por outros meios (art. 190-A, I e §3º, do ECA);
6.3
2.3 Nomes e apelidos dos investigados, nesse caso somente os apelidos eram suficientes – art. 25
190-A, II, do ECA

2.4 Alusão da obtenção de dados de conexão do investigado PAPA-ANJO – art. 190-A, §2º, I, do
ECA.
PEDIDO
Representação pela INFILTRAÇÃO DE AGENTE DE POLÍCIA NA INTERNT
Pelo prazo de 90 (noventa) dias (art. 190-A, III, do ECA);
07 Pedido de Sigilo e preservação da identidade do Agente Policial infiltrado e intimidade das 05
crianças e adolescentes envolvidos (art. 190-E, parágrafo único, do ECA)
Pedido de deferimento.
Data, Vitória/ES
08 05
SILVA Delegado de Polícia Civil – DPCA/ES
Correção gramatical e adequação vocabular 05

TOTAL 100

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além de o candidato ter que demonstrar pleno domínio da língua portuguesa, com coesão, coerência, clareza
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Examinadora, especialmente nas disciplinas de Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal,
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MÓDULOS DO CURSO DE PEÇAS PRÁTICAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA (Premium)

1. CAPACIDADE POSTULATÓRIA DO DELEGADO DE POLÍCIA


1.1. Principais aspectos jurídicos que legitimam o Delegado de Polícia a postular em juízo
1.2. Representação ou Requerimento?

2. SOBRE MODELOS E PEÇAS


2.1. Estrutura Geral das Peças Práticas
2.2. Cumulação de pedidos na mesma peça
2.3. Estrutura da fundamentação jurídica de peças

3. ENDEREÇAMENTO
3.1. Aspectos técnicos do endereçamento
3.2. Aspectos jurídicos do endereçamento
3.3. Modelos de endereçamento

4. ESRUTURA DAS PEÇAS PRÁTICAS


4.1. Portaria e Despacho
4.2. Busca e Apreensão
4.3. Prisão Temporária
4.4. Prisão Preventiva
4.5. Relatório Final de Inquérito
4.6. Representação por Instauração de Incidente de Insanidade Mental
4.7. Medida Cautelar Diversa da Prisão
4.8. Representação por Infiltração
4.9. Representação por Ação Controlada
4.10. Quebra de Sigilo de Dados Cadastrais
4.11. Quebra de Sigilo de Dados Telefônicos
4.12. Representação por Interceptação Telefônica e Telemática
4.13. Representação por Captação Ambiental
4.14. Representação por dados setoriais
4.15. Acordo de Colaboração Premiada

5. SIMULADOS
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