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ÊQUESTÕES COMENTADAS
Sim. O direito brasileiro admite o decreto autônomo estadual, apesar de não haver
disposição expressa na Constituição Federal autorizando seu uso. Contudo, a jurispru-
dência do Supremo Tribunal Federal aplica o princípio da simetria ao caso.
O artigo 84, inciso VI, alíneas “a” e “b” da Carta da República autoriza o Presidente
da República a dispor, mediante decreto, acerca da administração e funcionamento da
administração federal, quando não importar criação de órgão nem aumento de des-
pesas, bem como a extinção de funções ou cargos públicos quando vagos.
Dentro dessas hipóteses, independentemente de a Constituição Estadual prever
a figura do decreto autônomo nos moldes da Constituição Federal, o Governador do
Estado estará autorizado para editá-lo, desde que se limite rigorosamente às matérias
previstas nas alíneas “a” e “b” do inciso VI do artigo 84 da Constituição Federal.
No mesmo sentido é o pensamento de Alexandre de Moraes, para quem o dis-
positivo que prevê o decreto autônomo na órbita federal é um princípio federal ex-
tensível, aplicando-se automaticamente aos Estados e Municípios independentemente
de expressa previsão na Constituição Estadual ou na Lei Orgânica, respectivamente.
Advirta-se, contudo, que o tema não é pacífico na doutrina.
Cumpre observar, ademais, que o uso do decerto autônomo estadual não fere o
principio da separação dos poderes, haja vista que seu uso está restrito a situações
limitadas, não invadindo a competência do poder legislativo, pois o que o decreto re-
gula é de interesse da administração pública, não restringindo direitos dos administra-
dos, caso este que só poderia estar regulado mediante lei propriamente dita, observa-
do o processo legislativo (e por isso tampouco há violação ao princípio da legalidade).
aos ditames da Separação dos Poderes, de modo que em todas essas situações a atu-
ação do Poder Executivo não tem força criadora autônoma, uma vez que se cuida de
atividades que, em geral, estão amplamente reguladas na ordem jurídica. Precedentes
jurisprudenciais: ADIn n° 2.806-5/RS, STF. Existe doutrina que sustenta a ilegalidade do
instituto, em especial ao Princípio de Separação dos Poderes.
◉ DOUTRINA TEMÁTICA
“Com a Emenda Constitucional nº 32, altera-se o artigo 84, VI, para outorgar ao Presi-
dente da República competência para 'dispor, mediante decreto, sobre: (a) organização
e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos; (b) extinção de funções ou cargos públi-
cos, quando vagos'. A competência quanto à alínea a, limita-se à organização e funcio-
namento, pois a criação e extinção de Ministérios e órgãos da Administração Pública
continua a depender de lei, conforme artigo 88, alterado pela Emenda Constitucional nº
32. Quanto à alínea b, não se trata de função regulamentar, mas de típico ato de efeitos
concretos, porque a competência do Presidente da República se limitará a extinguir car-
gos ou funções, quando vagos, e não a estabelecer normas sobre a matéria.
◉ JURISPRUDÊNCIA TEMÁTICA
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 6.835/2001 DO ESTADO DO ESPÍRITO
SANTO. INCLUSÃO DOS NOMES DE PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS INADIMPLENTES NO
SERASA, CADIN E SPC. ATRIBUIÇÕES DA SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA. INI-
CIATIVA DA MESA DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL.
A lei 6.835/2001, de iniciativa da Mesa da Assembléia Legislativa do Estado do Espírito
Santo, cria nova atribuição à Secretaria de Fazenda Estadual, órgão integrante do Poder
Executivo daquele Estado. À luz do princípio da simetria, são de iniciativa do Chefe do
Poder Executivo estadual as leis que versem sobre a organização administrativa do Es-
tado, SRGHQGRDTXHVWmRUHIHUHQWHjRUJDQL]DomRHIXQFLRQDPHQWRGD$GPLQLVWUD-
omR (VWDGXDO TXDQGR QmR LPSRUWDU DXPHQWR GH GHVSHVD VHU UHJXODPHQWDGD SRU
PHLRGH'HFUHWRGR&KHIHGR3RGHU([HFXWLYR DUW,,HHDUW9,DGD
&RQVWLWXLomR IHGHUDO Inconstitucionalidade formal, por vício de iniciativa da lei ora
atacada. (ADI 2.857, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, j. 30.08.2007). (grifado
pelo autor).
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PRINCÍPIOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
02. 7-')7 ² -XL] GH 'LUHLWR ² "O Presidente da República pode dispor, mediante de-
creto, sobre a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, quando vagos." – asser-
tiva correta.
◉ DOUTRINA TEMÁTICA
“Depois de alguma hesitação, R 67) DGRWRX R HQWHQGLPHQWR QR VHQWLGR GH TXH p
LQFRQVWLWXFLRQDODH[LJrQFLDGHGHSyVLWRSUpYLRFRPRFRQGLomRGHDGPLVVLELOLGDGH
GH UHFXUVR QD HVIHUD DGPLQLVWUDWLYD )XQGRXVH D GHFLVmR QR IDWR GH TXH WDO H[L-
JrQFLDYXOQHUDRDUW/9GD&)TXHDVVHJXUDRFRQWUDGLWyULRHDDPSODGHIHVD
com os meios e recursos a ela inerentes, e o art. 5º, XXXIV, “a”, que garante o direito de
petição independentemente do pagamento de taxas. A decisão não foi unânime, tendo
sido proferido voto no sentido de que no sistema vigente inexiste a garantia do duplo
grau obrigatório na via administrativa. O STJ, no entanto, embora reconhecendo a mu-
dança de orientação, decidiu no mesmo sentido da inconstitucionalidade da exigência.
O STF, a seu turno, consolidou essa mesma posição, com caráter vinculante.” (CARVA-
LHO FILHO 2011, P. 883). (grifado pelo autor).
◉ JURISPRUDÊNCIA TEMÁTICA
SÚMULA VINCULANTE 28 DO STF: É inconstitucional a exigência de depósito prévio
como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigi-
bilidade de crédito tributário.
$WHQomR$SHVDUGHDTXHVWmRVHUHIHULUjHVIHUDDGPLQLVWUDWLYDHVVDV~PXODYLQ-
FXODQWH JXDUGD UHODomR FRP R PHVPR IXQGDPHQWR XWLOL]DGR SHOD MXULVSUXGrQFLD
DTXLHVSRVDGDTXDOVHMDRSULQFtSLRGRFRQWUDGLWyULRHGDDPSODGHIHVD
` STF
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 32, QUE DEU NOVA REDAÇÃO AO
ART. 33, § 2º, DO DECRETO 70.235/72 E ART. 33, AMBOS DA MP 1.699-41/1998. DISPO-
SITIVO NÃO REEDITADO NAS EDIÇÕES SUBSEQUENTES DA MEDIDA PROVISÓRIA TAM-
POUCO NA LEI DE CONVERSÃO. ADITAMENTO E CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA
NA LEI 10.522/2002. ALTERAÇÃO SUBSTANCIAL DO CONTEÚDO DA NORMA IMPUG-
NADA. INOCORRÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE RELEVÂNCIA E URGÊNCIA. DEPÓSITO DE
TRINTA PORCENTO DO DÉBITO EM DISCUSSÃO OU ARROLAMENTO PRÉVIO DE BENS
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PRINCÍPIOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
` STJ
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC.
NÃO CONFIGURADA. DEPÓSITO PRÉVIO DE 30% DO VALOR DA EXAÇÃO. CONDIÇÃO
DE PROCEDIBILIDADE DO RECURSO ADMINISTRATIVO. EXIGÊNCIA CONSIDERADA IN-
CONSTITUCIONAL PELO STF. 1. O Supremo Tribunal Federal considera inconstitucio-
nal a exigência de depósito prévio como condição de procedibilidade de recurso na
esfera administrativa. Orientação seguida pelo STJ. 2. Recurso especial a que se nega
provimento. (REsp 972.075, Rel. Min, Teori Albino Zavascki, 1ª Turma, j. 19.05.2008, DJ
02.06.2008)
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ANTÔNIO AUGUSTO JR.
◉ DOUTRINA TEMÁTICA
“O princípio (da impessoalidade) objetiva a igualdade de tratamento que a Administra-
ção deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica.
Nesse ponto, representa uma faceta do princípio da isonomia. Por outro lado, SDUDTXH
KDMD YHUGDGHLUD LPSHVVRDOLGDGH GHYH D $GPLQLVWUDomR YROWDUVH H[FOXVLYDPHQWH
SDUDRLQWHUHVVHS~EOLFRHQmRSDUDRSULYDGRYHGDQGRVHHPFRQVHTXrQFLDVH-
MDPIDYRUHFLGRVDOJXQVLQGLYtGXRVHPGHWULPHQWRGHRXWURVHSUHMXGLFDQGRDOJXQV
SDUDIDYRUHFLPHQWRGHRXWURV$TXLUHIOHWHDDSOLFDomRGRFRQKHFLGRSULQFtSLRGD
ILQDOLGDGH, sempre estampado na obra de tratadistas da matéria, VHJXQGR R TXDO R
DOYR D VHU DOFDQoDGR SHOD $GPLQLVWUDomR p VRPHQWH R LQWHUHVVH S~EOLFR, e não se
alcança o interesse público se for perseguido o interesse particular, porquanto have-
rá nesse campo sempre uma atuação discriminatória.” (CARVALHO FILHO, 2011, p. 19).
(grifado pelo autor).
“$GLVFULFLRQDULHGDGHpLGHQWLILFDGDTXDQGRDQRUPDFRQIHUHHPVHXSUySULRPDQ-
GDPHQWRXPDOLEHUGDGHGHFLVyULDTXHHQYROYHRH[DPHGDFRQYHQLrQFLDHRSRUWX-
QLGDGH, ao invés de estipular um dever de praticar um ato específico. (...) 7DPEpPKi
GLVFULFLRQDULHGDGHTXDQGRDOHLpRPLVVDSRUTXHQmRIRLSRVVtYHOSUHYHUWRGDVDV
VLWXDo}HVVXSHUYHQLHQWHVRXDLQGDTXDQGRDOHLSUHYrDFRPSHWrQFLDPDVQmRHV-
WDEHOHFHDFRQGXWDDVHUGHVHQYROYLGD. (...) 2DWRGRDGPLQLVWUDGRUpWDPEpPGLV-
FULFLRQiULRTXDQGRDVLWXDomRpGHVFULWDQDQRUPDSRUSDODYUDVTXHUHFREUHPFRQ-
FHLWRV YDJRV GRWDGRV GH FHUWD LPSUHFLVmR e, por isso mesmo, essas são irredutíveis
à objetividade, não tendo uma significação unívoca inquestionável como, por exemplo,
‘comportamento indecoroso’.” (MARINELA, 2013, p. 269). (grifado pelo autor).
◉ JURISPRUDÊNCIA TEMÁTICA
Súmula vinculante nº 13 do STF: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nome-
ante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
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ANTÔNIO AUGUSTO JR.
` STF
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, AJUIZADA EM PROL DA RESOLUÇÃO
Nº 07, de 18/10/2005, DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. MEDIDA CAUTELAR. Pa-
tente a legitimidade da Associação dos Magistrados do Brasil – AMB para propor ação
declaratória de constitucionalidade. Primeiro, por se tratar de entidade de classe de âm-
bito nacional. Segundo, porque evidenciado o estreito vínculo objetivo entre as finali-
dades institucionais da proponente e o conteúdo do ato normativo por ela defendido
(inciso IX do art. 103 da CF, com redação dada pela EC 45/04). Ação declaratória que não
merece conhecimento quanto ao art. 3º da resolução, porquanto, em 06/12/05, o Con-
selho Nacional de Justiça editou a Resolução nº 09/05, alterando substancialmente a de
nº 07/2005. A Resolução nº 07/05 do CNJ reveste-se dos atributos da generalidade (os
dispositivos dela constantes veiculam normas proibitivas de ações administrativas de logo
padronizadas), impessoalidade (ausência de indicação nominal ou patronímica de quem
quer que seja) e abstratividade (trata-se de um modelo normativo com âmbito temporal
de vigência em aberto, pois claramente vocacionado para renovar de forma contínua o
liame que prende suas hipóteses de incidência aos respectivos mandamentos). A Resolu-
ção nº 07/05 se dota, ainda, de caráter normativo primário, dado que arranca diretamente
do § 4º do art. 103-B da Carta-cidadã e tem como finalidade debulhar os próprios conteú-
dos lógicos dos princípios constitucionais de centrada regência de toda a atividade admi-
nistrativa do Estado, especialmente o da impessoalidade, o da eficiência, o da igualdade e
o da moralidade. O ato normativo que se faz de objeto desta ação declaratória densifica
apropriadamente os quatro citados princípios do art. 37 da Constituição Federal, razão
por que não há antinomia de conteúdos na comparação dos comandos que se veiculam
pelos dois modelos normativos: o constitucional e o infraconstitucional. Logo, o Conselho
Nacional de Justiça fez adequado uso da competência que lhe conferiu a Carta de Outu-
bro, após a Emenda 45/04. Noutro giro, RVFRQGLFLRQDPHQWRVLPSRVWRVSHOD5HVROXomR
HPIRFRQmRDWHQWDPFRQWUDDOLEHUGDGHGHQRPHDomRHH[RQHUDomRGRVFDUJRVHP
FRPLVVmRHIXQo}HVGHFRQILDQoD LQFLVRV,,H9GRDUW ,VWRSRUTXHDLQWHUSUHWD-
omRGRVPHQFLRQDGRVLQFLVRVQmRSRGHVHGHVDSHJDUGRVSULQFtSLRVTXHVHYHLFXODP
SHORFDSXWGRPHVPRDUW'RQGHRMXt]RGHTXHDVUHVWULo}HVFRQVWDQWHVGRDWR
QRUPDWLYRGR&1-VmRQRULJRUGRVWHUPRVDVPHVPDVUHVWULo}HVMiLPSRVWDVSHOD
&RQVWLWXLomR GH GHGXWtYHLV GRV UHSXEOLFDQRV SULQFtSLRV GD LPSHVVRDOLGDGH
GDHILFLrQFLDGDLJXDOGDGHHGDPRUDOLGDGH. É dizer: o que já era constitucionalmente
proibido permanece com essa tipificação, porém, agora, mais expletivamente positiva-
do. Não se trata, então, de discriminar o Poder Judiciário perante os outros dois Poderes
Orgânicos do Estado, sob a equivocada proposição de que o Poder Executivo e o Poder
Legislativo estariam inteiramente libertos de peias jurídicas para prover seus cargos em
comissão e funções de confiança, naquelas situações em que os respectivos ocupantes
não hajam ingressado na atividade estatal por meio de concurso público. O modelo nor-
mativo em exame não é suscetível de ofender a pureza do princípio da separação dos
Poderes e até mesmo do princípio federativo. Primeiro, pela consideração de que o CNJ
não é órgão estranho ao Poder Judiciário (art. 92, CF) e não está a submeter esse Poder à
autoridade de nenhum dos outros dois; segundo, porque ele, Poder Judiciário, tem uma
singular compostura de âmbito nacional, perfeitamente compatibilizada com o caráter
estadualizado de uma parte dele. Ademais, o art. 125 da Lei Magna defere aos Estados a
competência de organizar a sua própria Justiça, mas não é menos certo que esse mesmo
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PRINCÍPIOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
art. 125, caput, junge essa organização aos princípios "estabelecidos" por ela, Carta Maior,
neles incluídos os constantes do art. 37, cabeça. Medida liminar deferida para, com efeito
vinculante: a) emprestar interpretação conforme para incluir o termo "chefia" nos inciso
II, III, IV, V do artigo 2º do ato normativo em foco b) suspender, até o exame de mérito
desta ADC, o julgamento dos processos que tenham por objeto questionar a constitucio-
nalidade da Resolução nº 07/2005, do Conselho Nacional de Justiça; c) obstar que juízes e
Tribunais venham a proferir decisões que impeçam ou afastem a aplicabilidade da mesma
Resolução nº 07/2005, do CNJ e d) suspender, com eficácia ex tunc, os efeitos daquelas
decisões que, já proferidas, determinaram o afastamento da sobredita aplicação. (ADC-
-MC 12, Rel. Min. Carlos Britto, Pleno, j. 15.02.2006, DJ 01-09-2006). (grifado pelo autor).
` STJ
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO COM FUN-
ÇÕES DE PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO. LICITAÇÃO. DESOBEDIÊNCIA AO PRIN-
CÍPIO DA IMPESSOALIDADE. 1. Contratação do ex-Procurador Geral, vencedor do certa-
me. Transmudação do cargo de Procurador Geral em advogado de confiança no afã de
permitir ao profissional o exercício simultâneo da função pública e do munus privado
da advocacia. 2. 2 SULQFtSLR GD LPSHVVRDOLGDGH REVWD TXH FULWpULRV VXEMHWLYRV RX
DQWLLVRQ{PLFR LQIOXDP QD HVFROKD GRV H[HUFHQWHV GRV FDUJRV S~EOLFRV Pi[LPH
SRUTXHGLVS}HPRVyUJmRVGD$GPLQLVWUDomRYLDGHUHJUDGRVGHQRPLQDGRVFDU-
JRVGHFRQILDQoDGHSUHHQFKLPHQWRLQVLQGLFiYHO. 3. A impessoalidade opera-se pro
populo, impedindo discriminações, e contra o administrador, ao vedar-lhe a contratação
dirigida intuito personae. 4. Distinção salarial entre o recebido pelo assessor jurídico da
municipalidade e o novel advogado contratado. Condenação na restituição da diferen-
ça, considerando o efetivo trabalho prestado pelo requerente. Justiça da decisão que
aferiu com exatidão a ilegalidade e a lesividade do ato. 5. Coisa Julgada. Os motivos
encartados na decisão do julgamento do prefeito são inextensíveis ao beneficiário do
ato por força das regras que regulam os limites objetivos e subjetivos da coisa julgada.
(artigos 469 e 472 do CPC). 6. Recurso conhecido quanto à violação dos artigos 61, pa-
rágrafo único, e 54, § 1º, da Lei 8.666/93; 10 e 11 da Lei nº 8.429/92, 458, II e III, do CPC;
e 1.525 do Código Civil, inadmitido quanto à pretensão de revolvimento dos elementos
probatórios e integralmente desprovido. (REsp 403.981, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, j.
30.09.2002, DJ 28.10.2002). (grifado pelo autor).
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