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CONTROLE

A despeito de a obra Espírito das Leis, de Montesquieu, ser uma das mais famosas a
tratar do controle da administração pública, ao estabelecer o sistema de freios e
contrapesos, outras obras, mais antigas, já vislumbravam essa sistemática, como, por
exemplo, A Política, de Aristóteles, e Segundo Tratado sobre o Governo Civil, de John
Locke.

IMPORTANTE:
Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de controle externo não prevista
constitucionalmente.
Verdadeiro. Item bem interessante. Sabemos que os poderes são harmônicos e
independentes entre si. Mas, para manter a harmonia, temos o sistema de freios e
contrapesos, ou seja, sistema de controle recíproco entre os poderes. Por isso, inviável
que um instrumento do lado de fora da CF crie novas formas de controle entre os
poderes.

IMPORTANTE: O Ministério Público é o único autorizado a promover o inquérito


civil, em defesa do patrimônio público, com poderes de notificação e requisição.

Outro relevante instrumento de controle administrativo é o direito de petição.


Consiste esse direito, de longínqua tradição inglesa, na faculdade que têm os
indivíduos de formular aos órgãos públicos qualquer tipo de postulação, tudo
como decorrência da própria cidadania. A Constituição em vigor contempla o direito
de petição entre os direitos e garantias fundamentais, estabelecendo no art. 5º,
XXXIV, “a”, ser a todos assegurado “o direito de petição aos Poderes Públicos em
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder”.

IMPORTANTE: PEGADINHA DA BANCA


Compete exclusivamente ao Congresso Nacional fiscalizar e controlar, diretamente
ou por qualquer de suas casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta. Aqui a banca usou a letra da lei para embasar o gabarito como
certo. Veja:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
[...]
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do
Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

Portaria AGU nº 428/2019,


Art. 11. É vedada a representação judicial do agente público pela Advocacia-Geral da
União e pela Procuradoria-Geral Federal quando se observar:
IX - o patrocínio concomitante por advogado privado.

SOBRE FISCALIZAÇÃO DE REPASSE DE RECURSOS:


O TCU, por força do art. 71, VI, da CF/88, tem competência para fiscalizar o uso dos
recursos federais repassados a outros entes federados, como no caso de verbas federais
repassadas ao Distrito Federal.
Vale ressaltar, contudo, que, diante da autonomia própria dos entes federados, a
fiscalização, pelo TCU, dos recursos federais repassados ao Distrito Federal não
impede que o TCDF também faça a fiscalização da aplicação desses mesmos
recursos, até porque ele tem pleno e legítimo interesse na regular prestação dos
serviços de saúde no seu território.
Assim, por força dos arts. 71 e 75 da Constituição Federal e do art. 78 da Lei
Orgânica do Distrito Federal, o Tribunal de Contas do Distrito Federal tem
competência para fiscalizar a aplicação de recursos federais repassados ao Distrito
Federal. STJ. 1ª Turma. RMS 61997-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
16/06/2020 (Info 674).” (CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O Tribunal de Contas
do Distrito Federal tem competência para fiscalizar a aplicação de recursos federais
repassados ao Distrito Federal. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/
99e4ff886ade110350981edaec84553c>. Acesso em: 25/01/2022)

“Não há hierarquia ou superposição entre Tribunais de Contas Estaduais,


Municipais ou o Tribunal de Contas da União. Cada Tribunal de Contas tem a sua
esfera de competência que decorre da origem dos recursos. Se o recurso for federal, a
competência para a fiscalização e controle é do Tribunal de Contas da União; se
estadual, a competência é do Tribunal de Contas do respectivo Estado, e assim
sucessivamente.” (AZEREDO, Renato Luís Bordin de. O controle das políticas públicas
e a tutela inibitória ambiental no âmbito dos tribunais de contas).

LEI DA AÇÃO POPULAR:

Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração
de nulidade (ou seja, a lei fala tanto em anulação como em nulidade) de atos lesivos ao
patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades
autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de
sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de
empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para
cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao
patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de
quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.

"Art. 19. (...) § 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e
suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério
Público."

MANDADO DE SEGURANÇA:

"Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via


apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias,
preste as informações;

(...)

Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o juiz
ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo
improrrogável de 10 (dez) dias."

Edição nº 85 da Jurisprudência em Teses do STJ:

12) É incabível mandado de segurança que tem como pedido autônomo a declaração de
inconstitucionalidade de norma, por se caracterizar mandado de segurança contra lei em
tese. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 TEMA 430)

Súmula 266/STF:

Súmula 266-STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.”

IMPORTANTE: CONTROLE DE QUESTÕES EM CONCURSO:

“No RMS 28.204, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou a
jurisprudência no sentido de que os atos administrativos da comissão examinadora
do concurso público só podem ser revistos pelo Judiciário em situações
excepcionais, para a garantia de sua legalidade – o que inclui, segundo o colegiado, a
verificação da fidelidade das questões ao edital.

"É possível a anulação judicial de questão objetiva de concurso público, em caráter


excepcional, quando o vício que a macula se manifesta de forma evidente e
insofismável, ou seja, quando se apresente primo ictu oculi", afirmou a ministra
aposentada Eliana Calmon, relatora do recurso.

Segundo a magistrada, o Poder Judiciário não pode atuar em substituição à banca


examinadora, apreciando critérios de formulação das questões, reexaminando a
correção de provas ou reavaliando notas atribuídas aos
candidatos.” (Disponível: https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Co... Acesso em:
10/05/2023)

JULGADOS:

“É inconstitucional a possibilidade de um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS)


pagar para ter acomodações superiores ou ser atendido por médico de sua preferência, a
chamada ‘diferença de classes’.” (STF. Plenário. RE 581488/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 3/12/2015 -repercussão geral).

O art. 32 da Lei nº 9.656/98 prevê que, se um cliente do plano de saúde utilizar-se dos
serviços do SUS, o Poder Público poderá cobrar do referido plano o ressarcimento que
ele teve com essas despesas.

As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na


ANVISA deverão necessariamente ser propostas em face da União.” (STF. Plenário.
RE 657718/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
julgado em 22/5/2019 (repercussão geral).

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO:


A responsabilização pela ausência (ou falta) do serviço é oriunda da Teoria da Culpa
Administrativa, a qual se verifica a responsabilidade por omissão, que é subjetiva,
devendo-se averiguar a culpa em sentido amplo, a qual se funda na teoria da culpa
administrativa. Nesse sentido, confira-se Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito
Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 856):

Nessas hipóteses, segundo a citada jurisprudência, responde o Estado com base na


teoria da culpa administrativa. Trata-se, portanto, de modalidade de responsabilidade
civil subjetiva, mas à pessoa que sofreu o dano basta provar (o ônus da prova é dela)
que houve falta na prestação de um serviço que deveria ter sido prestado pelo Estado,
provando, também, que existe nexo causal entre o dano e essa omissão estatal.

IMPORTANTE JURIS STF:


Recurso Extraordinário a que se dá provimento para julgar improcedentes os pedidos
iniciais. Tema 362, fixada a seguinte tese de repercussão geral: “Nos termos do artigo
37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva
do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do
sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento
da fuga e a conduta praticada” .

QUESTÃO INTERESSANTE:
A responsabilidade civil do Estado apoia-se em dois fundamentos: teoria do risco
administrativo e repartição dos encargos sociais.

IMPORTANTE:
Sobre o tema, esclarece Rafael Oliveira que, em relação à responsabilidade civil do
Estado, a regra é a sua configuração na hipótese de atos ilícitos. A doutrina,
contudo, tem admitido a responsabilidade civil do Estado por ato lícito em duas
situações:
1) expressa previsão legal (ex.: responsabilidade da União por danos provocados por
atentados terroristas contra aeronaves de matrícula brasileira, na forma da Lei
10.744/2003); e
2) sacrifício desproporcional ao particular (ex.: ato jurídico que determina o
fechamento permanente de rua para tráfego de veículos, inviabilizando a continuidade
de atividades econômicas prestadas por proprietários de postos de gasolina ou de
estacionamento de veículos).
(OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende de. Curso de Direito Administrativo. 8ª ed. rev.
e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2020. E-book. P.1137)

IMPORTANTE:
A responsabilidade primária pelo ressarcimento de danos decorrentes da
prestação é do concessionário, cabendo ao Estado concedente responder em
caráter subsidiário. Além de direta (primária), a responsabilidade do concessionário é
objetiva na medida em que o pagamento da indenização não depende da comprovação
de culpa ou dolo."
Neste caso, a responsabilidade civil é da concessionária, de forma objetiva,
independentemente de a vítima ser ou não usuária de serviço público, conforme
posicionamento do STF no RE 591.874. No entanto, se a empresa não tiver condições
de reparar o dano, em virtude de eventual falência, o município poderá responder
subsidiariamente, conforme entendimento firmado pelo STJ no REsp 1.135.927."
Concessionários de serviços públicos : Responsabilidade objetiva (vítima ser ou não
usuária de serviço público)
Estado responsável SUBSIDIÁRIO: Responsabilidade SUBSIDIÁRIA: cobra
primeiro da concessionária, e em caso de impossibilidade de pagamento, cobra-se do
Estado.

JULGADO IMPORTANTE:
Responsabilidade Civil em caso de danos causados por notários e registradores:
O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que,
no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso
contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade
administrativa.
O Estado possui responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos danos que
notários e oficiais de registro, no exercício de serviço público por delegação, causem a
terceiros. STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019
(repercussão geral) (Info 932)

SOBRE O DIREITO DE REGRESSO:


Registramos, ainda, a possibilidade de o servidor reconhecer a sua
responsabilidade e optar por recolher espontaneamente a quantia devida aos
cofres públicos ou mesmo autorizar que o valor seja descontado de seus
vencimentos, respeitando-se nesse caso os percentuais máximos previstos na
legislação para esse tipo de desconto.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João
de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015. E-book. P.
632)  Assim, A ação regressiva é dispensável para que o agente público causador
do dano ressarça o Estado do que este houver desembolsado como indenização à
vítima.
IMPORTANTE:
A REGRA é que a edição de atos normativos não geram responsabilidade civil do
estado.
Contudo, em duas situações a doutrina e a jurisprudência reconhecem a
responsabilidade civil do Estado por atos legislativos. São elas:
1) leis inconstitucionais – porque a função legislativa deve ser exercida em
conformidade com a Constituição. Ocorrendo a edição de lei inconstitucional, o
Estado responde civilmente pelos danos decorrentes da aplicação dessa
lei. Contudo, o STJ firmou posicionamento de que a responsabilização civil do Estado
por ato legislativo depende da declaração de inconstitucionalidade da lei pelo STF
em sede de controle concentrado, não alcançando, portanto, a inconstitucionalidade
declarada em sede de controle difuso (REsp 571645/RS, j. 21.09.2006, 2.ª Turma, Rel.
Min. João Otávio Noronha);
2) leis de efeitos concretos – porque, apesar de haver passado pelo processo legislativo
constitucionalmente previsto para a formação das leis, a lei de efeitos concretos somente
leva o nome de “lei”, uma vez que, materialmente (quanto ao conteúdo), ela é
verdadeiro ato administrativo, e, por conseguinte, se causar dano ao particular,
gerará direito à indenização.

Atos jurisdicionais
Regra geral: irresponsabilidade do Estado.
OBS: não é aplicável quando estivermos diante da prática de um ato administrativo por
agentes do Poder Judiciário, exercendo a função administrativa em caráter atípico.
Nesse caso, ocorre a responsabilidade do Estado, na modalidade risco administrativo.
Exceções:
- erro judiciário na esfera penal: o Estado indenizará aquele que foi vítima de erro
judiciário (CF, art. 5º, LXXV), respondendo de maneira objetiva, na modalidade risco
administrativo.
- preso além do tempo fixado na sentença: responsabilidade objetiva, na
modalidade risco administrativo.
- conduta dolosa do magistrado que cause dano a terceiro: o magistrado agir com
dolo ou fraude, causando danos a terceiros, o Estado será chamado a indenizar o
particular, civilmente. Além disso, nestes casos, consoante prevê o art. 143 do Código
de Processo Civil (CPC), o magistrado será chamado a responderregressivamente
perante o Estado.

IMPORTANTE:
O Estado não deve indenizar prejuízos oriundos de alteração de política econômico-
tributária caso não se tenha comprometido previamente por meio de planejamento
específico.
No caso concreto, com finalidade extrafiscal, Portaria Ministerial, ao diminuir para 20%
a alíquota do imposto de importação para os produtos nela relacionados, provocou
impacto econômico-financeiro sobre a produção e a comercialização de mercadorias
pelas sociedades empresárias. Tal alteração da alíquota de tributos decorre do risco da
atividade próprio da álea econômica de cada ramo produtivo, não havendo, portanto,
direito subjetivo quanto à indenização.
Não se verifica o dever do Estado de indenizar eventuais prejuízos financeiros do setor
privado decorrentes da alteração de política econômico-tributária, no caso de o ente
público não ter se comprometido, formal e previamente, por meio de determinado
planejamento específico. (inf. 634 STJ)

IMPORTANTE: O Estado não precisa aguardar que o particular ingresse com ação
judicial para pagar indenização em caso de responsabilidade civil. Inclusive, é muito
comum os acordos administrativos prévios ao ingresso no judiciário. Veja o exemplo
fatídico da Escola de Realengo, Tarso da Silveira. Várias das famílias decidiram receber
a indenização diretamente do município, abrindo mão da ação judicial. E no mundo
ideal, se o Estado reconhece seu erro, é muito melhor para todos, afinal o Estado
também gasta recursos em se defender no Judiciário.

IMPORTANTE:
STJ:
Nomeação tardia a cargo público por decisão judicial NÃO tem direito a indenização.
TEM que trabalhar pra receber.
STF:
Nomeação tardia aprovados no concurso público, por meio judicial, eficácia retroativa,
TEM direito à indenização (remunerações durante o tempo que deviria estar trampando.
MASSSS para promoções ou progressões funcionais só se tivesse trabalhado, não se
resolve apenas em deixar o tempo passar )
Tem que ter cumprido o Estágio probatório e preencher de outras condições indicadas
na lei.

Responsabilidade Civil nos Contratos Administrativos:


>> Da empresa contratada:
* Encargos fiscais;
* Encargos comerciais;
* Encargos trabalhistas: pode ser subsidiária com a Adm. Pública
A responsabilidade subsidiária da Adm. Pública com os encargos trabalhistas só é
reconhecida pelo STF em caráter excepcional, quando se comprovar omissão culposa da
Adm. no exercício do seu dever de fiscalização (culpa in vigilando) ou de escolha
adequada da empresa a contratar (culpa in elegendo).
* Encargos previdenciários: solidária com a Adm. Pública

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