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CONTROLE ADMINISTRATIVO

Art. 70. A fiscalização (COFOP) contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade (LELECO), aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos
ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária

Quanto ao âmbito:
 Interno: dentro do mesmo poder
 Externo: fora do poder

A sociedade de economia mista e a empresa publica são pessoas de direito privado:


que podem tanto prestar serviço publico como explorar atividade comercial. As duas
devem prestar contar perante os Tribunais de Conta e se sujeitar seu sistema interno
de controle.

CGU (controladoria geral da União): faz o sistema interno de controle do poder


executivo federal.

Lá no Judiciário temos o CNJ (órgão do Poder Judiciário): faz controle sobre atividade
financeira e administrativa do Poder Judiciário.

Controle Externo é o controle de um Poder sobre outro Poder.

Um Poder tem controle interno e externo para controlar os demais para ter freios e
contrapesos.

*Poder Executivo Poder Legislativo Poder Judiciário

Maria Silva Zanela de Pietro: Quando temos um órgão da Administração Direita  sob
Administracao Indireta: Seria um controle externo.

Prevalece em concursos quando se tem controle externo é de um poder sobre outro


poder. Mas pode cair que o controle da administração direta sob a indireta também é
um controle externo.

COMPETÊNCIA DO TCU.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - APRECIAR as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante


parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu
recebimento;

A quem compete julgar as contas do presidente da república?? Congresso Nacional. O


TCU vai apenas apreciar as contas (parecer), em 60 dias. Submete ao Congresso, e o
Congresso pode acolher, rejeitar, aprovar ou recusar.

Cabe ao Congresso Nacional julgar as contas do presidente da república.

O TCU é um órgão independente e autônomo que não está subordinado ao congresso


nacional (Poder Legislativo).

Não pode a a Lei infraconstitucional não pode dispor de modo diferente daquilo que
está na CF/88

II - JULGAR as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e


valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público;

III - APRECIAR, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias (ato complexo), reformas e
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do
ato concessório;

Súmula Vinculante nº 3, do STF, “nos processos perante o Tribunal de Contas da União


asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão”.

Regra: contraditório e ampla defesa no TCU

O entendimento inicial do STF era na direção de que o TCU não estaria submetido ao
prazo de 5 anos para fazer o registro da aposentadoria. Contudo, era exigida a
observância dos princípios do contraditório e ampla defesa quando o TCU não
analisava o registro inicial no prazo de 5 anos.
Em 2020, o STF aprecia novamente a questão em sede de Repercussão Geral, fixando a
seguinte tese: “Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança
legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 (cinco) anos para o
julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou
pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas". (RE nº
636.553).

Com o novo posicionamento do STF, se o Tribunal de Contas negar o registro dentro de


5 anos, a contar da chegada do processo, não será necessário contraditório e ampla
defesa ao interessado. Temos aqui a aplicação da Súmula Vinculante nº 3 que, a
princípio, não sofreu alteração.

Assim, até o prazo de 5 anos, dispensa contraditório e ampla defesa se o Tribunal


nega o registro (aplica-se a ressalva da Sumula Vinculante 03,STF ). Depois de 5 anos,
o Tribunal não pode negar o registro. Logo, não haverá mais exceção à súmula
vinculante nº 3 do STF acerca do direito de contraditório e ampla defesa.

O relator, Ministro Gilmar Mendes, propôs, por analogia, a aplicação do prazo


prescricional de cinco anos previsto no Decreto 20.910/1932 para que o administrado
acione a Fazenda Pública.

Ato de registro de aposentadoria continua sendo ato complexo? Sim, junção do órgão
de origem + TCU.

IV - REALIZAR, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de


Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - FISCALIZAR as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social


a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - FISCALIZAR a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante


convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município;

VII - PRESTAR as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de


suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;

VIII - APLICAR aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade


de contas, as sanções previstas em lei (*Lei 8443/92), que estabelecerá, entre outras
cominações, MULTA proporcional ao dano causado ao erário;

Essas multas aplicadas pelo TCU têm natureza de título executivo extrajudicial
IX - ASSINAR prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - SUSTAR, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à


Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

SUSTAR é suspender a execução.

ATENÇÃO!! NÃO SE CONFUNDE COM:

Art. 49, V, CF: cabe ao _CONGRESSO NACIONAL____ SUSTAR os atos normativos do


Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa.

Art. 71, X, CF: cabe ao ____TCU____ SUSTAR, se não atendido, a execução do ato
impugnado, comunicando a decisão à ___CAMARA DOS DEPUTADOS___ e ao
___SENADO_____;

Art. 71, X § 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo
_____CONGRESSO NACIONAL_____, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as
medidas cabíveis.

§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não


efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

XI - REPRESENTAR ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de CONTRATO, o ato de sustação será adotado diretamente pelo


Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas
cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não


efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão


eficácia de título executivo.

As decisões das Cortes de Contas que impõem condenação patrimonial aos


responsáveis por irregularidades no uso de bens públicos têm eficácia de título
executivo (CF, artigo 71, § 3º). Não podem, contudo, ser executadas por iniciativa do
próprio Tribunal de Contas, seja diretamente ou por meio do Ministério Público que
atua perante ele. (CABERÁ A PROCURADORIA DO ESTADO FAZER ESSA EXECUÇÃO)
Ausência de titularidade, legitimidade e interesse imediato e concreto. 2. A ação de
cobrança somente pode ser proposta pelo ente público beneficiário da condenação
imposta pelo Tribunal de Contas, por intermédio de seus procuradores que atuam
junto ao órgão jurisdicional competente".(RE 223037, DJ 02-08-2002 PP-00061) No
mesmo sentido: ADI 4070, DJe-168 DIVULG 31-07-2017; AI 826676 AgR, DJe-037
DIVULG 23- 02-2011.Essa é a posição tanto do STF (Plenário. ARE 823347 RG, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 02/10/2014. Repercussão geral), como do STJ (2ª Turma.
REsp 1.464.226-MA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 20/11/2014). STJ.
2ª Turma. REsp 1.464.226-MA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
20/11/2014 (Info 552)"

TCU pode quebrar sigilo bancário? A lei complementar 105 de 2001 que regulamenta a
quebra do sigilo fiscal, NÃO deu poderes ao TCU para fazer a quebra de sigilo bancário
(STF)

OBS! BNDES é obrigado a fornecer ao TCU documentos e informações sobre contrato


de financiamento celebrado com empresa privada

Competência DO tcu
 Fiscalizatória (art.71, III, IV, V,VI,XI, CF).
 Judicante (art.71, II, CF).
 Sancionatória (art.71, VIII, CF)
 Consultiva (art.71, I, CF)
 Informativa (art.71, VII, CF)

Quanto ao momento: prévio, concomitante ou posterior.


Prévio é o controle que se faz antes da prática do ato, ex. a indicação do ministro do
STF, que a escolhe é feita pelo Presidente, e tem uma sabatina pelo Senado, este é um
controle prévio.

Controle prévio é feito antes.

Concomitante é feito durante. Ex. acompanhamento da execução orçamentaria, pelo


Tribunal de Contas, auxiliando o Legislativo é um controle concomitante.

Controle posterior é feito depois, após a prática do ato. Ex. Quando o legislativo susta
o ato do poder executivo que exorbitou o poder regulamentar é controle posterior.
Quando o Judiciario determina anulação de um ato que foi praticado pelo Legislativo.
Declara que uma Lei é inconstitucional é um controle posterior.

Quanto ao aspecto:
 Mérito/ Político: Conveniência e oportunidade/ legitimidade.

 Legalidade: Analisar a conformidade do ato com a Lei.


Judiciario faz controle de legalidade. O Judiciario não faz controle de conveniência e
oportunidade. O judiciário não faz revogação de ato.

Controle dos atos administrativo pelo poder judiciário:


 Ato vinculado: ato preso a Lei, podendo o Juiz analisar todos seus aspectos:
competência, forma, motivo, etc. pois está preso e amarrado a Lei.

 Ato discricionário: Mérito Administrativo: juízo de conveniência e oportunidade


que o gestor faz para poder escolher a situação mais adequada para aquela
situação.

Todo ato administrativo é sujeito a controle judicial de legalidade. O vinculado sem


duvidas. O que o juiz não pode fazer é controlar a conveniência e oportunidade do ato
discricionário. O juiz não pode dizer ao gestor o que é mais conveniente e oportuno
para aquela situação.

O ato discricionário é imune ao controle judicial?? Não, errado. O ato discricionário


pode ser controlado pelo Judiciário, só não pode o juiz fazer juízo de conveniência e
oportunidade no lugar do gestor.

O mérito administrativo está sujeito ao controle judicial, mas é um controle de


legalidade do mérito. E não simplesmente de sua conveniência e oportunidade.

4) DEVOLUÇÃO DE VALORES DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO

Súmula 249 do TCU: É dispensada a reposição de importâncias indevidamente


percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de
erro escusável (JUSTIFICADO) de interpretação de lei por parte do órgão/entidade,
ou por parte de autoridade legalmente investida em função de orientação e
supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter
alimentar das parcelas salariais.
 Logo, não precisa fazer a devolução se tiver de boa-fé

DEVOLUÇÃO DE VALORES DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO TEMA 531 STJ:


Quando a Administração Pública interpreta erroneamente uma lei, resultando em
pagamento indevido ao servidor, cria-se uma falsa expectativa de que os valores
recebidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra desconto dos mesmos,
ante a boa-fé do servidor público  Interpretação equivocada de uma Lei, logo o
servidor NÃO TEM QUE FAZER A DEVOLUÇÃO.

Súmula 34-AGU: Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo
servidor público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por
parte da Administração Pública.
Questão submetida a julgamento O Tema 531 do STJ abrange, ou não, a devolução ao
Erário de valores recebidos de boa-fé pelo servidor público quando pagos
indevidamente por erro operacional da Administração Pública.

TEMA 1009: Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro


administrativo (operacional ou de cálculo), não embasado em interpretação errônea
ou equivocada da lei pela Administração, estão sujeitos à devolução, ressalvadas as
hipóteses em que o servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva,
sobretudo com demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento
indevido.  Logo erro de cálculo está sujeito a devolução, salvo se ele provar que ele
não tinha como saber que o pagamento era indevido.
REGRA: O ERRO OPERACIONAL/CÁLCULO TEM QUE FAZER A DEVOLUÇÃO.

Controle Administrativo - Recurso, Revisão, Consideração

Recurso: Uma outra autoridade vai examinar o recurso. O processo ainda ta


tramitando.
Revisão: o processo acabou, mas pede-se a revisão.
Reconsideração: reconsiderar a decisão.

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