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Direito Administrativo

Controle da Administração Pública


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Contextualização da aula
Controle interno e externo. Noções gerais. Conceito. Abrangência.

Lei de improbidade administrativa e mecanismos de controle da administração pública.

Sustação de atos e contratos do poder executivo. Convocação de ministros e autoridades para informações.

Comissões parlamentares de inquérito. Autorizações ou aprovações para atos concretos do Executivo.

Poderes controladores privativos do Senado. Julgamento das contas do Executivo. Suspensão e destituição
(impeachment) do presidente ou ministros.

Controle pelo Tribunal de Contas: parecer prévio na apreciação de contas do presidente e julgamento de contas
dos administradores públicos.

Controle jurisdicional: noções gerais. Ação Popular. Ação Civil Pública. Mandado de segurança. Estudos de caso.

Controle interno e externo, noções gerais, conceito, abrangência.


Lei de improbidade administrativa e mecanismos de controle da administração pública.
Nos termos do art. 74, CF/88, o controle interno é realizado pelos poderes de Estado (Poder Legislativo/Executivo e
Judiciário).

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno
com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de
crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de
sua missão institucional.

Também chamado de “autocontrole”.

Os Poderes devem realizar um sistema integrado de controle para avaliar cronogramas, metas, orçamentos e etc.

É realizado em todos os níveis governamentais, pela Chefia competente, sob supervisão Ministerial.

É o controle de um Poder realizado sobre outro Poder independente funcionalmente.

Por exemplo: Uma anulação pelo Poder Judiciário de um ato ilegal do Poder Executivo ; Anualmente o Poder
Legislativo aprecia e analisa as contas do Poder Executivo.

O controle externo pode ser dividido da seguinte forma: 1) o controle parlamentar direto; 2) o controle pelo
Tribunal de Contas (órgão auxiliar do Legislativo nesta matéria); 3) o controle jurisdicional, que serão tratados na
parte 2 desta aula.

Lei de improbidade administrativa e mecanismos de controle da administração pública:


Previsão no art. 37, § 4º da CF/88 e na Lei de Improbidade Administrativa nº 8.429/92.
Art. 31, § 3º da CF/88: Contas dos Municípios fiscalizadas pelo Poder Legislativo; bem como disponibilidade das
contas para a população para exame e apreciação, podendo questioná-las.

Art. 74, § 2º “Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.”

A imprensa exerce importante papel para levar conhecimento à população, bem como auxilia na apuração de
denuncias.

Secretaria Federal de Controle – órgão criado para a investigação de eventuais desvios e irregularidades contra a
administração.

Conceitos
Controle Externo.

Sustação de atos e contratos do poder executivo. Convocação de ministros e autoridades para informações.

Comissões parlamentares de inquérito. Autorizações ou aprovações para atos concretos do Executivo.

Poderes controladores privativos do Senado. Julgamento das contas do Executivo. Suspensão e destituição
(impeachment) do presidente ou ministros.

Controle pelo Tribunal de Contas: parecer prévio na apreciação de contas do presidente e julgamento de contas
dos administradores públicos.

Controle Externo. Controle parlamentar direto


1. Controle Parlamentar Direto:
a. Sustação de atos e contratos do Executivo: art. 49, V e art. 49, X da CF/88; e Lei nº 7.295/84. Compete ao
Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar
ou dos limites de delegação legislativa.
b. Convocação de ministros e autoridades para informações: art. 50, § 2º da CF/88 “A Câmara dos
Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado. Poderão ainda importando crime
de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.”
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas descritas acima, onde, a recusa ou não
atendimento no prazo, ou a prestação de informação falsa acarretarão crime de responsabilidade.
c. Comissões Parlamentares de Inquérito: art. 58, § 3º da CF/88 As comissões parlamentares de inquérito,
que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de
fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
d. Autorizações ou aprovações do Congresso necessárias para atos concretos do Executivo: art. 49, incisos
I, XII, XIII, XVI e XVII da CF/88. Situações em que o Poder Legislativo interfere para controlar as atividades
administrativas. Ex: concessão e/ou renovação de concessão de emissora de TV; autorização de
exploração em Terras Indígenas.
e. Poderes controladores privativos do Senado: Art. 52, incisos III a IX da CF/88. competência exclusiva, por
voto SECRETO para escolha de magistrados em casos específicos; Ministros do Tribunal de Contas;
f. Julgamento das contas do Executivo: art. 49, IX, CF/88. Também é competência do Congresso julgar todo
ano as contas e execução do plano de governo apresentadas pelo Presidente da República, no prazo de
60 dias.
E se o presidente não apresentar no prazo? Art. 51, inciso II, CF/88, a Câmara dos Deputados fará a
tomada.
g. Suspensão e destituição ( "impeachment") do Presidente ou de Ministros: art. 85 e 86 da CF/88 e Lei
1.079/50. Trazem o rol dos crimes de responsabilidade, onde se ao presidente for imputado algum deles,
por meio de denuncia, e a Câmara dos Deputados acolher tal acusação, ele será suspenso do cargo
desde a instauração do processo.
Se for condenado, será destituído do cargo, procedendo o impeachment.
Os ministros também podem incorrer nos crimes de responsabilidade.

Controle Externo. Controle pelo Tribunal de Contas


2. Controle pelo Tribunal de Contas:
a. Parecer prévio sobre as contas do Presidente: art. 71, I, CF/88. Antes de o presidente mandar suas contas
ao Congresso Nacional para julgamento (visto anteriormente), elas devem primeiro passar pelo Tribunal
de Contas para apreciar e emitir parecer prévio sobre as contas anuais, após emissão do parecer, são
encaminhadas ao congresso para julgamento.
b. Julgamento das contas dos administradores públicos: art. 71, II, CF/88. Congresso + Tribunal de Contas
compete Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros e outros que geram
prejuízo ao erário. Atitudes: apreciar/ registrar/ fiscalizar/ fazer inspeção e auditoria em qualquer
unidade administrativa de quaisquer dos Poderes.
ATENÇÃO! Podem tomar decisões de imputação de débito ou multa, que terão eficácia de título
executivo (art. 71, §3º).

Controle jurisdicional: noções gerais, ação aopular, ação civil pública,


mandado de segurança, estudos de caso
Controle jurisdicional, noções gerais
Celso Antônio Bandeira de Mello (2008, p. 938), define o controle jurisdicional como sendo uma “proteção
jurisdicional a quem seja agravado por ação ou omissão ilegal do Poder Público sempre que isto ocorra.” (...)
“Dessarte, é imperioso reconhecer que existe direito à proteção judicial toda vez que (a) a ruptura da legalidade
cause ao administrado um agravo pessoal do qual estaria livre se fosse mantida íntegra a ordem jurídica, ou (b)
lhe seja subtraída uma vantagem a que acederia ou a que se propõe nos termos da lei a aceder e que
pessoalmente desfrutaria ou faria jus a disputá-la se não houvesse ruptura da legalidade.”
Ação Popular
Lei 4.717/65 e art. 141, §38 da CF/46.
A ação popular é o instrumento pelo qual qualquer cidadão é parte legítima para pleitear anulação/declaração de
nulidade de atos lesivos do patrimônio da União, dos Estados, dos Municípios, das entidades autárquicas e das
sociedades de economia mista.
Julgada procedente e invalidando o ato impugnado, o responsável pelo ato bem como seus beneficiários serão
condenados ao pagamento de perdas e danos.
Ex. João x Deputado José: João ficou sabendo pela impressa que o Deputado José faria uma reforma em seu
gabinete, que custaria aos cofres públicos um valor de R$ 1.000.000,00, custeado pela Câmara dos Deputados.

Ação Civil Pública


Art. 129, III, da CF/88 - Competência do Ministério Público.

Lei nº 7.347/85 – regula também a competência da União/Estados/Municípios/Autarquias/Sociedades de economia


mista/ empresas públicas/ fundações/associações.

Destina-se a interesses difusos e coletivos, como exemplo, o meio ambiente/patrimônio histórico; ou determinado
grupo de trabalhadores.

Caracteriza-se pelo interesse público e social.

Ex. MPF x PETROBRAS: indenização por danos causados ao meio ambiente e a particulares por vazamento de óleo.

Ex. MPMG x Vale S.A. (Brumadinho) – indenização a reparar os danos sociais, morais e econômicos causados no
rompimento.
Mandado de Segurança
art. 52 , LXIX e LXX, da CF/88 e Lei 1.533/51.

O mandado de segurança possui como função a de proteger um indivíduo de uma violação ou uma ameaça de
violação.

ATENÇÃO – é relativo a outros direitos que não estão previstos no habeas corpus ou habeas data.

Direito deve ser liquido e certo, ou seja, no momento em que for impetrado já deve conter as provas, e a certeza
de plano dos fatos narrados.

Ex. João x Presidente da Comissão de Concursos Y: concurso público do Estado X para soldado da polícia Militar,
onde João é aprovado, quando convocado para fazer os exames de saúde, foi considerado inapto por uma
tatuagem em suas costas, alegando que no edital havia item de proibição de tatuagens aparentes mesmo estando
fardado. O que motiva a impetração de mandado de segurança é que João considera que sua tatuagem não é
visível quando do uso do uniforme.

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