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FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Fiscalização Contábil, Financeira E Orçamentária

Os artigos 70 a 75 da Constituição federal são o que abordam este assunto. Coloquei uma explicação
deles com questões de concursos. Posteriormente coloquei estes artigos retirados direto da Consti-
tuição Federal no site do Planalto. No final da postagem tem 3 videoaulas explicando estes artigos.

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Fiscalização Contábil, Financeira E Orçamentária

1. Mecanismos de controle

1.1. Controle Interno: feito por um órgão de um poder sobre as contas desse mesmo poder. Ex: CGU
(órgão do Executivo que fiscaliza o Executivo); CNJ (órgão do Judiciário que fiscaliza o próprio Judi-
ciário).

1.2. Controle Externo: realizado pelo Congresso Nacional sobre os demais poderes, com o auxílio
técnico do Tribunal de Contas da União.

2. TCU

2.1. Natureza jurídica: Instituição permanente de controle técnico-jurídico e contábil, vinculada ao


Legislativo (HÁ CONTROVÉRSIAS) e detentora de poderes administrativos (não exerce jurisdição). O
TCU não é órgão do Poder Judiciário.

Questão de concurso!

(CESPE/TCE-ES/Procurador/2009) A atuação do TCU é caracterizada pela atividade jurisdicional,


cabendo a esse órgão até mesmo apreciar a constitucionalidade de atos do poder público.

Resposta: errado. O TCU não exerce atividade jurisdicional.

Divergência Doutrinária!

Há doutrinadores que situam o TCU como órgão independente de qualquer dos três poderes; outros,
como vinculado ao Legislativo (José Afonso da Silva e Paulo Gustavo Gonet Branco), mas nunca ao
Judiciário. Para o CESPE, considera-se que o Tribunal é um órgão autônomo. Já ESAF e FCC consi-
deram-no vinculado ao Legislativo.

Para o CESPE o TCU é um órgão autônomo, é um órgão fora da estrutura tradicional dos Poderes
(para fins de provas do TCU, é recomendável adotar o entendimento do CESPE). Um consenso na
doutrina é que o TCU NÃO é um órgão do Poder Judiciário, apesar de ter o nome de “Tribunal”, ape-
sar de a lei orgânica do TCU falar em “jurisdição”, apesar de seus ministros terem as mesmas garan-
tias dos ministros do STJ. O TCU NÃO é órgão do Poder Judiciário.

Em suma, há divergência quanto à posição Constitucional do TCU. Teríamos, então: a) doutrina ma-
joritária (José Afonso da Silva, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Pedro Lenza e Ives Gandra
Martins): órgão vinculado ao Legislativo, embora não haja subordinação. É a posição adotada por
ESAF e FCC; b) doutrina minoritária: TCU seria um órgão autônomo, não vinculado a nenhum dos
três poderes. É a posição adotada pelo CESPE.

2.2. Composição: art. 73

São 9 Ministros, 6 deles escolhidos pelo Congresso Nacional, 3 pelo Presiodente da República, com
a aprovação do Senado, sendo: 1 dentre auditores do próprio TCU; 1 dentre membros do Ministério
Público junto ao TCU (que não é o Ministério Público comum, nem da União nem dos Estados, mas
uma carreira interna do próprio TCU!); e 1 de livre escolha do Chefe do Executivo.

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CUIDADO!!! Os Ministros do TCU possuem as mesmas garantias dos Ministros do STJ (art. 73, §3º),
mas não são juízes, pois o TCU não integra o Poder Judiciário nem é órgão jurisdicional.

2.3. Principais atribuições do TCU (art. 71)

Atribuição Explicação

Apreciar as contas anualmente prestadas pelo O TCU apenas dá parecer (parecer obrigató-
Presidente da República rio, mas não vinculante), pois que julga as
contas do Presidente da República é
o Congresso Nacional (art. 49, IX)

Julgar as contas dos demais administradores de Aqui, o TCU julga as contas. Pode até aplicar
recursos federais multa e imputar débito, em decisão que
tem eficácia de título executivo (extrajudicial).
Quem tem que prestar contas; qualquer pes-
soa que “toque” em recursos federais

Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos O TCU só não aprecia os atos de nomeação
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, para cargo em comissão.
excetuadas as nomeações para cargo de provi-
mento em comissão, bem como a das conces- No caso de apreciação de ato que concede
sões de aposentadorias, reformas e pensões aposentadoria, reforma ou pensão, em regra
não é preciso dar ampla defesa e contraditó-
rio (Súmula Vinculante nº 3)

Sustar, se não atendido, a execução do ato im- O TCUI pode sustar a execução de
pugnado um ato administrativo (edital de licitação,
p.ex.). Mas, em se tratando
de contrato administrativo, o ato de sustação,
em regra, terá que ser tomado pelo titular do
controle externo (Congresso Nacional)

Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, apli-
cação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete:

I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio
que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públi-
cos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregu-
laridade de que resulte prejuízo ao erário público;

III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título,
na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,

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excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o funda-
mento legal do ato concessório;

IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão téc-
nica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacio-
nal e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e
demais entidades referidas no inciso II;

V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União partici-
pe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou
por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope-
racional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as


sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;

IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, se verificada ilegalidade;

X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;

XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medi-
das previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título exe-
cutivo.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas ativi-


dades.

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas
não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao


Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar da-
no irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal,
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as
atribuições previstas no art. 96. .

§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam
os seguintes requisitos:

I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

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II – idoneidade moral e reputação ilibada;

III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pú-


blica;

IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhe-
cimentos mencionados no inciso anterior.

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alterna-
damente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista trípli-
ce pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;

II – dois terços pelo Congresso Nacional.

§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedi-


mentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes,
quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titu-


lar e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Fede-
ral.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de con-
trole interno com a finalidade de:

I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;

II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamen-


tária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplica-
ção de recursos públicos por entidades de direito privado;

III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres
da União;

IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou


ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidá-
ria.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição
e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.

Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que
serão integrados por sete Conselheiros.

Fiscalização Contábil, Financeira E Orçamentária No Brasil

Visa delinear a atuação do Estado em face da gestão contábil, financeira e orçamentária do Estado,
tendo por intento esclarecer tão laboriosa tarefa, principalmente no nosso país.

Fiscalização contábil, financeira e orçamentária no Brasil Em todo sistema é necessário uma contra-
força para equilibrar os seus componentes, do contrário o sistema tende a ruir. É com base nessa
estrutura que o nosso sistema jurídico funciona. Tal idéia foi preconizada por Montesquieu, na sua
obra do espírito das leis, onde lançou mão do chamado sistema de freios e contrapesos, desenvol-

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vendo apartir daí a tripartição dos poderes onde nenhum poder deveria ser estanque, mas sim atuan-
te e integrado para que não houvesse o abuso por parte deste.

Neste prisma, com base nesse sistema de freio e contrapesos, iremos discorrer sobre a fiscalização
contábil, financeira e orçamentária, pois, afinal de contas, representa a mais clara relação de sope-
samento entre os três poderes. Por fiscalização contábil, financeira e orçamentária entende-se o pro-
cedimento de análise e fiscalização do dispêndio de receitas por parte de determinadas pessoas.
Essas pessoas poderão ser: o chefe do executivo; ordenadores de despesa; qualquer pessoa jurídica
pública ou privada que mexer em dinheiro público.

A fiscalização ou controle, pode se dá em determinados momentos no que diz respeito à sua execu-
ção. Pode ser prévio ou apriori, quando acontece antes do dispêndio da receita, como exemplo po-
demos citar a licitação; concomitante, quando se dá em concomitância, ao mesmo tempo em que o
dispêndio, podemos citar o controle SAGRES (Sistema de acompanhamento da Gestão dos Recur-
sos da sociedade), que é um sistema em funcionamento na Paraíba, ou a LRF, com a própria apre-
sentação dos relatórios; e por fim, o controle subsequente ou aposteriori que é aquele feito no término
do dispêndio, exemplo o controle feito pelo TCU.

No que concerne ao objeto do controle, este poderá ser sobre a receita, despesa e resultado. No
primeiro este deverá incidir sobre as receitas, podendo esta vir a ser renunciada pelo chefe do execu-
tivo. Caso a renúncia aconteça, esta deverá ser compensada de alguma forma; no controle da des-
pesa este deverá ser feito “in loco”, para se averiguar se de fato existe; já no controle do resultado,
este deverá se pautar na razoabilidade e na economicidade, ou seja, dever-se-á se buscar soluções
mais benéficas. Sobre o alcance, este poderá ser interno, definido pelo art. 74 da CRFB, ou externo,
art. 71 CRFB.

O controle interno deverá ser mantido de forma integrada pelos três poderes, a fim de serem avalia-
dos aspectos fundamentais para o correto caminhar da Adm. pública. O controle interno deverá ser
feito de forma articulada com o controle externo, caso o controle interno de algum dos três poderes
não comunicar as irregularidade internas ao TCU poderão responder solidariamente. O controle ex-
terno é feito pelo Congresso Nacional auxiliado pelo tribunal de contas que, por sua vez, avaliarão,
fiscalizarão os poderes externamente .O controle da adm. pode ser feito ainda, por Qualquer cidadão,
partido político, associação ou sindicato perante o tribunal de contas. Conclusão Sabemos que infe-
lizmente o nosso controle orçamentário é falho, apesar de tão bem estruturado ser, pois tal falha, em
verdade, decorre dos homens, pra ser mais exato.

Podemos extrair do texto, que são muitos os mecanismos de contenção de atos corruptos, porém é
pusilânime a vontade de extirpar da face administrativa a corrupção que reina e impera entre nós.

Linhas gerais, o objetivo deste artigo não é apenas informar sobre os procedimentos de controle or-
çamentário, contábil e financeiro, mas, alertar, sobretudo, a sociedade que pode contar com as mais
diversas armas contra os corruptos. Compete a cada um de um de nós irmos à busca da solução,
pois os meios já estão disponíveis!

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