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CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE 5 DE OUTUBRO DE 1989

PREÂMBULO
O POVO DO PARÁ, por seus representantes, reunidos em Assembléia Estadual Constituinte,
inspirado nos princípios constitucionais da REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, rejeitando
todas as formas de colonialismo e opressão; almejando edificar uma sociedade justa e pluralista;
buscando a igualdade econômica, política, cultural, jurídica e social entre todos; reafirmando os
direitos e garantias fundamentais e as liberdades inalienáveis de homens e mulheres, sem
distinção de qualquer espécie; pugnando por um regime democrático avançado, social e
abominando, portanto, os radicalismos de toda origem; consciente de que não pode haver
convivência fraternal e solidária dentro de uma ordem econômica injusta e egoísta; confiante em
que o valor supremo é a liberdade do ser humano e que devem ser reconhecidos e respeitados
os seus direitos elementares e naturais, especialmente, o direito ao trabalho, à livre iniciativa, à
saúde, à educação, à alimentação, à segurança, à dignidade; invoca a proteção de DEUS e
promulga a seguinte CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ, esperando que ela seja o
instrumento eficiente da paz e do progresso, perpetuando as tradições, a cultura, a história, os
recursos naturais, os valores materiais e morais dos paraenses.

SEÇÃO VII

DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 115. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do


Estado e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela
Assembléia Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.

§ 1°. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais
o Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.

§ 2°. Estado e Municípios, na forma da lei, manterão sistema de fiscalização mútua,


mediante gestões administrativas entre os seus órgãos internos, nos assuntos em que sejam
partes interessadas, em decorrência de convênio e disposições legais que admitem a
cessão de recursos um ao outro, seja sob forma de doação, repasses, ajustes, antecipação
de receitas, seja sob forma de investimentos para realização de obras específicas.

Art. 116. O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador, mediante parecer prévio, que
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas
e mantidas pelo Poder Público estadual e as contas daqueles que derem causa à perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem
como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Assembléia Legislativa, de Comissão técnica ou de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
e demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Estado, mediante convênio,


acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres;

VI - fiscalizar a aplicação das quotas entregues pela União ao Estado, referentes ao Fundo
de Participação estabelecido no art. 159 da Constituição Federal;

VII - prestar as informações solicitadas pela Assembléia Legislativa, ou por qualquer de suas
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de


contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa
proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à


Assembléia Legislativa;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1°. No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela Assembléia
Legislativa, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis;

§ 2°. Se a Assembléia Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não


efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3°. As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de
título executivo.

§ 4°. O Tribunal encaminhará à Assembléia Legislativa, trimestral e anualmente, relatório de


suas atividades.

§ 5°. É assegurado ao Deputado Estadual, no Tribunal de Contas do Estado, acesso a


processos de diligências, inspeções, auditorias e de contas, dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, independentemente de já terem sido julgados pelo Tribunal.

Art. 117. A Comissão permanente de fiscalização financeira e orçamentária, da Assembléia


Legislativa, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de
investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à
autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os
esclarecimentos necessários.

§ 1°. Não prestados os esclarecimentos ou considerados estes insuficientes, a Comissão


solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2°. Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa
causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá à Assembléia
Legislativa sua sustação.
Art. 118. O Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas dos Municípios, integrados
por sete Conselheiros, cada um, têm sede na Capital, quadro próprio de pessoal e jurisdição
em todo o território estadual, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 160,
cabendo-lhes a iniciativa de leis que disponham sobre a criação e extinção dos cargos de
suas secretarias e serviços auxiliares, e fixação dos respectivos vencimentos, provendo por
concurso público de provas, ou de provas e títulos, os cargos necessários à realização de
suas atividades, exceto os de confiança assim definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização do Tribunal de Contas do Estado e do


Tribunal de Contas dos Municípios podendo dividi-los em câmaras e criar delegações ou
órgãos destinados a auxiliá-los no exercício de suas funções, visando à descentralização e
interiorização de seus trabalhos.

Art. 119. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de Contas dos


Municípios serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de


administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija
os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

§ 1°. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de Contas dos


Municípios serão escolhidos:

I - três pelo Governador, com aprovação da Assembléia Legislativa, sendo um de livre


escolha, e dois, alternadamente, dentre Auditores e membros do Ministério Público junto
ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e
merecimento;

II - Quatro pela Assembléia Legislativa.

§ 2°. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de Contas dos


Municípios terão as mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos, vencimentos e
vantagens dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, aplicando-se-lhes
quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40 da Constituição
Federal.

§ 3°. O auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá as mesmas


garantias, impedimentos, vencimentos e vantagens do titular, e, quando no exercício das
demais atribuições da judicatura, as de Juiz de Direito, e, neste caso, seus vencimentos e
vantagens serão fixados com diferença não superior a dez por cento dos percebidos pelo
Conselheiro.

§ 3º. O Auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá as mesmas garantias e


impedimentos do titular e, quando o exercício das demais atribuições da judicatura, as de
Juiz de Direito de última Entrância. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 51 de
14/12/2011)

§ 4°. Os Conselheiros, nos casos de crimes comuns e nos de responsabilidade, serão


processados e julgados, originariamente, pelo Superior Tribunal de Justiça.
Art. 120. Os auditores do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de Contas
dos Municípios, em número de sete, serão nomeados pelo Governador, obedecida a
ordem de classificação em concurso público de provas e títulos , com a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Pará, devendo o candidato preencher os
seguintes requisitos:

Art. 120 Os Auditores do Tribunal de Contas do Estado do Pará e do Tribunal de Contas


dos Municípios, serão nomeados pelo Governador, obedecida a ordem de classificação
em concurso público de provas e títulos, devendo o candidato preencher os seguintes
requisitos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 51 de 14/12/2011)

I - diploma em curso superior referente aos conhecimentos mencionados no art. 119, III.

II - mais de trinta anos de idade, na data da inscrição no concurso;

II - mais de trinta e cinco anos de idade, na data da inscrição do concurso; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 51 de 14/12/2011)

II - mais de trinta anos de idade, na data da inscrição do concurso, até 31 de dezembro de


2012 e mais de trinta e cinco anos a partir de 01 de janeiro de 2013. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 53 de 21/03/2012)

III - idoneidade moral e reputação ilibada;

IV - cinco anos, pelo menos, de efetiva atividade profissional.

IV – dez anos, pelo menos, de efetiva atividade profissional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 51 de 14/12/2011)

IV – cinco anos, pelo menos, de efetiva atividade profissional, até 31 de dezembro de


2012, e 10 anos, pelo menos, de efetiva atividade profissional a partir de 01 de janeiro de
2013. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53 de 21/03/2012)

Art. 121. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, com
auxílio dos respectivos órgãos de auditoria, sistema de controle interno com a finalidade
de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos


programas de governo e dos orçamentos do Estado;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão


orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração estadual,
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos
e haveres do Estado;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1°. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer


irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob
pena de responsabilidade solidária.
§ 2°. Qualquer cidadão , partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na
forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do
Estado.

Art. 122. O Tribunal de Contas do Estado prestará suas contas, anualmente, à Assembléia
Legislativa, no prazo de sessenta dias da abertura da sessão legislativa.

Art. 123. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização do Tribunal de Contas dos Municípios.

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