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CURSO MEGE

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Material: Prova comentada TJDFT | Analista Judiciário – Área judiciária

PROVA COMENTADA TJDFT


Analista Judiciário – Área judiciária
APRESENTAÇÃO

Olá! Tudo bem, futuros Analistas do TJDFT?


Estudamos muitas semanas para este concurso em nossa turma de
reta final, com tudo extremamente direcionado para a prova (raio-x das
disciplinas, resumos, simulados, Vade Mege, dentre outras atividades).
Agora, para fechar com chave de outro, comentamos a prova objetiva
do certame. É um material de leitura imprescindível, que serve como fonte
de estudo e, ainda, para entender seus eventuais erros nesta prova.
Não bastasse isso, apontamos as questões passíveis de recurso,
sendo que, aqui, no TJDFT, não vislumbramos questões passíveis de
anulação.
É a primeira prova de Analista que comentamos, mas, agora, não
podemos mais parar. Sempre que houver turma do Mege para futuros
concursos de Analista, vamos confeccionar essa prova comentada. Em
magistratura estadual, já é tradição por aqui, e, agora, em provas de
Analista, queremos seguir essa mesma linha.
Então, é isso. Estamos na torcida por todos vocês.
Contem sempre com nossa equipe!
Grande abraço!
LÍNGUA PORTUGUESA

01. “Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo menos do que com a
vida. Apenas um livro me ensinou muito: o dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas
também adoro a estrada, um dicionário muito mais maravilhoso.” Depreende-se
desse pensamento que seu autor:
(A) nada aprende com os livros, com exceção do dicionário;
(B) deve tudo que conhece ao dicionário;
(C) adquire conhecimentos com as viagens que realiza;
(D) conhece o mundo por meio da experiência de vida;
(E) constatou que os dicionários registram o melhor da vida.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O texto não permite inferir que o autor nada aprendeu com os livros.
(B) INCORRETA. A alternativa extrapola o que se pode depreender do texto.
(C) INCORRETA. A alternativa reduz o que se pode depreender do texto, pois o texto vai
além do que se lê na alternativa. É preciso entender também que “estrada”, aqui, é uma
metáfora de “vida”. Assim, o texto não permite inferir que o autor realiza viagens.
(D) CORRETA. Observe que o autor deixa entrever que o conhecimento de mundo dele
advém, sobretudo, de experiências da vida, o que ele chama de “estrada”.
(E) INCORRETA. Em nenhum momento, o texto permite inferir que o melhor da vida foi
constatado pelos dicionários.

02. “E da minha fidelidade não se deveria duvidar; pois, tendo-a sempre observado,
não devo aprender a rompê-la agora; e quem foi fiel e bom por quarenta e três anos,
como eu, não deve poder mudar de natureza: da minha fidelidade e da minha bondade
é testemunha a minha pobreza.”
Nesse pensamento, o autor utiliza os adjetivos “fiel e bom” e, em seguida, os
substantivos correspondentes “fidelidade” e “bondade”.
A opção abaixo em que os dois adjetivos citados mostram substantivos adequados é:
(A) sensato e esperto / sensatez e espertez;
(B) claro e escuro / clareza e escureza;
(C) alto e gordo / altura e magrura;
(D) fundo e profundo / fundeza e profundeza;
(E) liso e áspero / lisibilidade e asperidade.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. As formas corretas são “sensatez” e “esperteza”.
(B) CORRETA. Formas corretas: “clareza” e “escureza” (escureza é o mesmo que
escuridão).
(C) INCORRETA. As formas corretas são “altura” e “magreza”.
(D) INCORRETA. As formas corretas são “fundura” e “profundeza”.
(E) INCORRETA. As formas corretas são “lisura” e “aspereza” (mas vale ressaltar que
“asperidade” também pode ser usado com sentido de “aspereza”).

03. “Não há nada que demonstre tão bem a grandeza e a potência da inteligência
humana, nem a superioridade e a nobreza do homem, como o fato de ele poder
conhecer, compreender por completo e sentir fortemente a sua pequenez.”
Os termos desse pensamento mostram paralelismo perfeito nos seguintes segmentos:
(A) “Não há nada” / “como o fato”;
(B) “que demonstre” / “de ele poder conhecer”;
(C) “a grandeza e a potência da inteligência humana” / “a superioridade e a nobreza
do homem”;
(D) “poder conhecer” / “compreender por completo”;
(E) “como o fato de ele poder conhecer” / “compreender por completo e sentir
fortemente”.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Aqui, tem-se apenas uma relação de exemplificação.
(B) INCORRETA. Esses termos não constituem paralelismo.
(C) CORRETA. O paralelismo diz respeito à manutenção da mesma estrutura. Está
relacionado a estruturas simétricas, em que há correspondências gramaticais e/ou
semânticas similares. O paralelismo pode ser sintático (quando diz respeito a estruturas
gramáticas idênticas) ou semântico (quando se aplica a ideias em simetria). No item C,
ocorrem estruturas paralelísticas perfeitas por meio de uma relação de adição.
(D) INCORRETA. Os termos não constituem paralelismo perfeito. O primeiro traz uma
locução verbal precedida de preposição (de) e de pronome pessoal (ele); o segundo
apresenta um verbo no infinitivo seguido de termo preposicionado (por completo).
(E) INCORRETA. Os trechos apresentados na alternativa não constituem paralelismo
perfeito. Observe que os trechos (1) “Como o fato de ele poder conhecer”,
“compreender por completo” / (3) e “sentir fortemente” não são estruturas simétricas.

04. “Todos aqueles que devem deliberar sobre quaisquer questões devem manter-se
imunes ao ódio e à simpatia, à ira e ao sentimentalismo.”
Tratando-se de um pensamento dirigido àqueles que julgam, o seu autor recomenda
que eles:
(A) pratiquem a caridade em relação ao próximo;
(B) deixem de lado, no julgamento, questões pessoais;
(C) não abandonem o sentimento ao julgarem;
(D) considerem sempre a realidade do próximo;
(E) privilegiem sempre a verdade.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A alternativa extrapola o que se pode depreender do texto.
(B) CORRETA. O autor explicita que, na deliberação de qualquer questão, o ódio e a
simpatia, a ira e o sentimentalismo não devem existir. Ele deixa claro que aqueles que
julgam devem fazê-lo com imparcialidade.
(C) INCORRETA. O autor afirma que o sentimentalismo deve ficar de fora de qualquer
julgamento.
(D) INCORRETA. A consideração sobre a realidade do próximo não é abordada no texto.
(E) INCORRETA. O que se deve privilegiar é a imparcialidade, e não a verdade.

05.“Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes
chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.”
O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é:
(A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa;
(B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também
procura;
(C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso
amanhã;
(D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva;
(E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A, B, C, D) INCORRETAS. Nessas alternativas, ocorre o raciocínio dedutivo, no qual se
parte da compreensão da regra geral para se chegar à conclusão dos casos específicos.
(E) CORRETA. Um argumento/raciocínio indutivo é aquele no qual se parte de
experiências sobre fatos particulares/específicos e se inferem daí conclusões gerais. Isso
ocorre na alternativa E: Ontem nevou bastante (fato particular), por isso as estradas
devem estar intransitáveis (fato/conclusão geral).

06.“A liberdade, como a vida, só a merece quem deve conquistá-la a cada dia!”
Essa frase exemplifica um caso de linguagem figurada que é um(a):
(A) pleonasmo, com a repetição da palavra “liberdade” por meio do pronome pessoal
em “a merece”;
(B) hipérbole, com a expressão “deve conquistá-la a cada dia”, já que indica um
exagero;
(C) elipse do termo “liberdade” no segmento “só a merece quem deve conquistá-la”;
(D) ironia na comparação “como a vida”, igualando duas realidades muito diferentes:
a liberdade e a vida;
(E) anacoluto com o termo inicial “liberdade”, já que ele não mostra continuidade
sintática na frase.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Na alternativa A, há um complemento verbal (objeto direto) repetido ou
pleonástico, representado pelo pronome oblíquo “a”, em “só a merece”. O verbo
“merecer”, nessa frase, tem dois complementos de mesma natureza (objeto direto), que
são os termos “A liberdade” (inicia a frase e está separado por vírgula) e o pronome
oblíquo “a” (pleonástico).
(B) INCORRETA. Não há hipérbole (exagero) na frase.
(C) INCORRETA. O termo “liberdade” é retomado pelo pronome oblíquo “a”. Sendo
assim, não ocorre elipse (omissão).
(D) INCORRETA. Não há ironia (afirmar algo com intenção contrária) na alternativa D.
(E) INCORRETA. Anacoluto consiste na “quebra” da estrutura sintática, resultando em
termos da oração isolados na frase. É conhecido também como “frase quebrada”.
Mesmo que haja anacoluto na frase, pela anteposição do objeto direto, não se pode
afirmar que a frase não tem continuidade, pois o pronome oblíquo “a” retoma o termo
isolado por vírgula no início do período.

Mensagem do professor Volney Ribeiro:


Prezado aluno, apesar de o edital não explicitar o tópico figuras de linguagem, o assunto
pode ser contemplado no primeiro tópico do edital. A questão solicita ao candidato que
identifique uma frase que exemplifica um caso de linguagem figurada, o que é comum
ocorrer no texto literário. Vale destacar que, entre as características de um texto
literário, encontram-se as seguintes: conotação, subjetividade, recriação da realidade,
função estética, linguagem plurissignificativa e presença de figuras de linguagem
Desse modo, a questão pode estar ancorada no tópico de abertura do programa de
língua portuguesa do edital: “Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero
do texto literário e não literário...); interpretação e organização interna.”. No entanto,
entendemos que a sinalização do tópico “figuras de linguagem” poderia realmente ser
explicitada no edital, com o fito de que os candidatos priorizassem o tema e pudessem
ter mais chance de acertar a questão.

07. Chegaram todos atrasados; além disso, não trouxeram as encomendas.


Nessa frase, aparece o conector “além disso” com valor de adição; a frase abaixo em
que NÃO há um conector do mesmo valor aditivo é:
(A) Além de usar máscara, os passageiros dos ônibus deviam estar mais separados uns
dos outros;
(B) Ainda por cima, as pessoas parecem considerar que a pandemia já acabou;
(C) Corria o risco de contrair a doença e mesmo assim não se importava;
(D) Nem a máscara nem o álcool protegem integralmente contra a Covid;
(E) Não só a pandemia não terminou, como também novas cepas são esperadas.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. “Além de” é uma locução prepositiva com valor aditivo.
(B) INCORRETA. “Ainda por cima” é um conectivo de adição.
(C) CORRETA. O conectivo “e” tem valor adversativo e pode ser corretamente
substituído por “mas”.
(D) INCORRETA. A conjunção “nem”, nas duas ocorrências, tem valor aditivo.
(E) INCORRETA. A locução conjuntiva “não só...como também” indica adição.

08.“Justiça é consciência, não uma consciência pessoal, mas a consciência de toda a


humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas próprias consciências
normalmente reconhecem também a voz da justiça.” (Alexander Solzhenitsyn)
A afirmação que está de acordo com a estruturação e a significação desse pensamento
é:
(A) a conjunção “mas” mostra uma oposição entre “consciência” e “consciência de
toda a humanidade”;
(B) ao dizer que justiça é a consciência de toda a humanidade, o autor mostra uma
marca da justiça: a imparcialidade;
(C) o segmento “não uma consciência pessoal” corrige o erro do emprego do termo
“consciência” no trecho anterior;
(D) o segundo período amplia a informação do texto, uma espécie de consequência da
afirmação anterior;
(E) o termo “normalmente” indica que o processo de reconhecimento ocorre de forma
particular em cada cidadão.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A conjunção “mas” mostra oposição entre “não uma consciência
pessoal” e “consciência de toda a humanidade”.
(B) INCORRETA. No texto, o autor relaciona consciência e justiça. Ao dizer que “justiça
é a consciência de toda a humanidade”, o autor está fazendo alusão ao fato de que
justiça e consciência são conceitos convergentes, por isso a justiça não deve derivar de
uma consciência pessoal, mas de uma consciência coletiva. Nesse caso, há a ideia de
totalidade, envolvendo todos os que compõem uma sociedade.
(C) INCORRETA. Não há correção de erro, mas uma ampliação da informação inicial.
(D) CORRETA. Entre os dois períodos, subentende-se o conectivo de conclusão
“portanto”. Como a alternativa usa o termo “espécie de consequência”, suavizado,
pode-se confirmar isso por meio da ideia de conclusão (espécie de consequência). Além
disso, há também ideia de ampliação de informação entre os períodos.
(E) INCORRETA. O advérbio “normalmente” assume sentido temporal, equivalendo a
“frequentemente”. Não tem valor, portanto, de algo que ocorre de forma particular em
cada cidadão.

09.“A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa. É mais uma arte de mestres do
que discípulos; é preciso já ter aprendido muitas coisas para saber perguntar o que
não se sabe.”
A frase abaixo que mostra uma interrogação, ainda que indireta, é:
(A) Sei o porquê de ele ter chegado atrasado;
(B) Vi quando o táxi capotou;
(C) Desconheço onde ele mora;
(D) Vi como ela fez isso;
(E) Queria conhecer todas as respostas.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A frase é apenas uma declaração afirmativa.
(B) INCORRETA. Trata-se apenas de um registro pessoal de um fato.
(C) CORRETA. Trata-se de uma frase interrogativa indireta. Observe que, ao dizer
“Desconheço onde ele mora”, a frase pode levar um interlocutor a dizer onde alguém
mora, como se uma pergunta houvesse sido feita.
(D) INCORRETA. Trata-se apenas de uma constatação.
(E) INCORRETA. Trata-se apenas da expressão de um desejo, não de uma interrogação.

10.“Os regimes que reprimem a liberdade da palavra, por se incomodarem com a


liberdade que ela difunde, fazem como as crianças que fecham os olhos para não
serem vistas.”
Sobre esse pensamento, é correto afirmar que:
(A) o segmento “que reprimem a liberdade da palavra” explica o termo anterior;
(B) o termo “da palavra” marca o paciente de “liberdade”;
(C) “por se incomodarem com a liberdade que ela difunde” indica a consequência da
repressão da liberdade da palavra;
(D) a comparação com as crianças marca uma atitude infantil dos regimes citados;
(E) “que fecham os olhos para não serem vistas” mostra uma ação claramente
irracional.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O segmento “que reprimem a liberdade da palavra” restringe o termo
anterior, pois é oração subordinada adjetiva restritiva.
(B) INCORRETA. O termo “da palavra” não marca o paciente de “liberdade”, pois não
exerce função sintática de complemento nominal, mas de adjunto adnominal. Nesse
caso, é possuidor, agente.
(C) INCORRETA. O trecho “por se incomodarem com a liberdade que ela infunde” tem
valor causal.
(D) INCORRETA. A comparação apresenta uma relação paradoxal, contraditória. Assim,
fazer o que a criança faz é ilógico. Não se trata, pois, de uma atitude infantil dos regimes
citados, mas de uma atitude incoerente e inútil.
(E) CORRETA. Sem dúvida alguma, conforme mencionamos acima, tal comportamento
contraditório demonstra claramente irracionalidade, pois não é lógico.

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO, REGIMENTO INTERNO E LEI DE


ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

11. A Lei nº 11.697/2008, que dispõe sobre a Organização Judiciária do Distrito Federal
e dos Territórios, estabelece que aos juízes de direito cabe, além de processar e julgar
os feitos de sua competência:
(A) inspecionar os serviços cartorários, informando, mensalmente, ao corregedor o
resultado das inspeções;
(B) nomear servidores para cargo em comissão e função de confiança na respectiva
Secretaria;
(C) conceder a delegação para o exercício da atividade notarial e de registro, bem
como extingui-la, na respectiva comarca;
(D) aplicar aos servidores que lhes sejam subordinados penalidades disciplinares que
não excedam a trinta dias de suspensão;
(E) regular a atividade do depositário público, dispondo sobre as formas de controle
dos bens em depósito, bem como as atividades dos contadores-partidores e
distribuidores.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
A informação é SEMESTRAL, nos termos do art. 45, I, da Lei de Organização Judiciária do
Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 45. Aos Juízes de Direito cabe, além de processar e julgar os feitos de sua
competência:
I – inspecionar os serviços cartorários, informando, semestralmente, ao Corregedor o
resultado das inspeções;
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Ele apenas indica à nomeação, nos termos do art. 45, IV, da Lei da Organização Judiciária
do Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 45. Aos Juízes de Direito cabe, além de processar e julgar os feitos de sua
competência:
IV – indicar à nomeação o cargo e as funções comissionadas da respectiva Secretaria.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
É uma atribuição do Presidente do TJDFT, nos termos do art. 10º, III, da Lei de
Organização Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 10. São atribuições do Presidente:
III – conceder a delegação para o exercício da atividade notarial e de registro, bem como
extingui-la, nos casos previstos em lei, declarando vago o respectivo serviço;
ALTERNATIVA D: CORRETA
Nos termos do art. 45, II, da Lei de Organização Judiciária do Distrito Federal e dos
Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 45. Aos Juízes de Direito cabe, além de processar e julgar os feitos de sua
competência:
II – aplicar aos servidores que lhes sejam subordinados penalidades disciplinares que
não excedam a 30 (trinta) dias de suspensão;
ALTERNATIVA E: INCORRETA
É uma atribuição do Corregedor, nos termos do art. 12, VII, da Lei de Organização
Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 12. São atribuições do Corregedor:
VII – regular a atividade do Depositário Público, dispondo especialmente sobre as formas
de controle dos bens em depósito, bem como as atividades dos Contadores-Partidores
e Distribuidores.
12. No âmbito do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, tramita ação
que tem por objeto a declaração de ilegalidade de greve de servidores distritais não
regidos pela legislação trabalhista.
Consoante dispõe o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios, o processo e julgamento de ações como a mencionada compete:
(A) ao Conselho Especial;
(B) à Câmara de Uniformização;
(C) ao presidente do Tribunal;
(D) às Turmas Cíveis;
(E) às Câmaras Cíveis.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Compete às Câmaras Cíveis nos termos do art. 21, VI, do Regimento Interno do TJDFT.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Compete às Câmaras Cíveis nos termos do art. 21, VI, do Regimento Interno do TJDFT.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
Compete às Câmaras Cíveis nos termos do art. 21, VI, do Regimento Interno do TJDFT.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Compete às Câmaras Cíveis nos termos do art. 21, VI, do Regimento Interno do TJDFT.
ALTERNATIVA E: CORRETA
Nos termos do art. 21, VI, do Regimento Interno do TJDFT:
Art. 21. Compete às Câmaras Cíveis processar e julgar:
VI - as ações que tenham por objeto a declaração de legalidade ou ilegalidade de greve
de servidores distritais não regidos pela legislação trabalhista;

13. João, servidor público ocupante de cargo efetivo, no exercício das funções, opôs
resistência injustificada ao andamento de documento e processo.
De acordo com o regime jurídico disciplinar da Lei nº 8.112/1990, que lhe é aplicável,
observadas as cautelas procedimentais legais, em tese, João, que até então nunca
havia praticado qualquer infração funcional, está sujeito à sanção de:
(A) advertência, que terá seu registro cancelado, após o decurso de três anos de
efetivo exercício, se João não houver, nesse período, praticado nova infração
disciplinar;
(B) suspensão, que terá seu registro cancelado, após o decurso de três anos de efetivo
exercício, se João não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar;
(C) suspensão, que terá seu registro cancelado, após o decurso de cinco anos de efetivo
exercício, se João não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar;
(D) demissão, que terá seu registro cancelado, após o decurso de três anos de efetivo
exercício, se João não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar;
(E) demissão, que terá seu registro cancelado, após o decurso de cinco anos de efetivo
exercício, se João não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: CORRETA
Nos termos dos arts. 117, IV, 130 e 131 da Lei nº 8.112/1990:
Art. 117. Ao servidor é proibido:
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução
de serviço;
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com
advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a
penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados,
após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o
servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
O ato de João está sujeito à sanção de advertência, e não suspensão, conforme indicado
acima.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
O ato de João está sujeito à sanção de advertência, e não suspensão, conforme indicado
acima.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
O ato de João está sujeito à sanção de advertência, e não demissão, conforme indicado
acima.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
O ato de João está sujeito à sanção de advertência, e não demissão, conforme indicado
acima.

14. De acordo com o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e


dos Territórios, dar posse aos servidores do quadro do Tribunal de Justiça e àqueles
investidos em cargo em comissão é atribuição administrativa do:
(A) presidente do Tribunal;
(B) governador do Estado;
(C) primeiro vice-presidente do Tribunal;
(D) corregedor do Tribunal;
(E) secretário de Estado de Administração.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
É uma atribuição administrativa do Primeiro Vice-Presidente, nos termos do art. 368, II,
do Regimento Interno.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
É uma atribuição administrativa do Primeiro Vice-Presidente, nos termos do art. 368, II,
do Regimento Interno.
ALTERNATIVA C: CORRETA
Nos termos do art. 368, II, do Regimento Interno:
Art. 368. São atribuições administrativas do Primeiro Vice-Presidente:
II - dar posse aos servidores do quadro do Tribunal de Justiça e àqueles investidos em
cargo em comissão;
ALTERNATIVA D: INCORRETA
É uma atribuição administrativa do Primeiro Vice-Presidente, nos termos do art. 368, II,
do Regimento Interno.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
É uma atribuição administrativa do Primeiro Vice-Presidente, nos termos do art. 368, II,
do Regimento Interno.

15. Em matéria de composição do primeiro grau de jurisdição no Distrito Federal, de


acordo com a Lei nº 11.697/2008, que dispõe sobre a Organização Judiciária do Distrito
Federal e dos Territórios:
(A) a Magistratura de primeiro grau do Distrito Federal compõe-se apenas de juízes de
direito;
(B) o Tribunal de Justiça não poderá remanejar Varas dentre as Circunscrições
Judiciárias;
(C) a especialização de Varas ocorre após votação dos juízes de primeiro grau e
mediante estudo técnico;
(D) a especialização de Varas é ato privativo do presidente do Tribunal, sendo
desnecessário estudo técnico;
(E) o Tribunal de Justiça poderá utilizar, como critério para criação de novas
Circunscrições Judiciárias, as Regiões Administrativas do Distrito Federal, mediante
Resolução.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Também é composta por Juízes de Direito Substitutos, nos termos do art. 16 da Lei de
Organização Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 16. A Magistratura de Primeiro Grau do Distrito Federal compõe-se de Juízes de
Direito e Juízes de Direito Substitutos.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Poderá remanejar, nos termos do art. 17, § 3º, da Lei de Organização Judiciária do
Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 17. A Justiça de Primeiro Grau do Distrito Federal compreende as Circunscrições
Judiciárias com o respectivo quantitativo de Varas definido no Anexo IV desta Lei.
§ 3º O Tribunal de Justiça poderá remanejar Varas dentre as Circunscrições Judiciárias,
quando for conveniente e oportuno.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
A especialização é definida pelo Regimento Interno, nos termos do art. 17, § 1º, da Lei
de Organização Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 17. A Justiça de Primeiro Grau do Distrito Federal compreende as Circunscrições
Judiciárias com o respectivo quantitativo de Varas definido no Anexo IV desta Lei.
§ 1º As especializações das Varas referidas no caput deste artigo serão definidas pelo
Regimento Interno, obedecendo-se às competências dos Juízos definidas nos arts. 18 a
44 desta Lei e mediante estudo técnico.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
A especialização é definida pelo Regimento Interno, nos termos do art. 17, § 1º, da Lei
de Organização Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 17. A Justiça de Primeiro Grau do Distrito Federal compreende as Circunscrições
Judiciárias com o respectivo quantitativo de Varas definido no Anexo IV desta Lei.
§ 1º As especializações das Varas referidas no caput deste artigo serão definidas pelo
Regimento Interno, obedecendo-se às competências dos Juízos definidas nos arts. 18 a
44 desta Lei e mediante estudo técnico.
ALTERNATIVA E: CORRETA
Nos termos do art. 17, § 2º, da Lei de Organização Judiciária do Distrito Federal e dos
Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 17. A Justiça de Primeiro Grau do Distrito Federal compreende as Circunscrições
Judiciárias com o respectivo quantitativo de Varas definido no Anexo IV desta Lei.
§ 2º O Tribunal de Justiça poderá utilizar, como critério para criação de novas
Circunscrições Judiciárias, as Regiões Administrativas do Distrito Federal, mediante
Resolução.
PROVIMENTO GERAL DA CORREGEDORIA

16. O Diário de Justiça eletrônico (DJe) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios é o instrumento oficial de publicação dos atos judiciais, administrativos e
de comunicação em geral.
Nesse contexto, de acordo com o Provimento Geral da Corregedoria do Poder
Judiciário do Distrito Federal e dos Territórios aplicado aos Juízes e Ofícios Judiciais,
disponibilizado no DJe de 10/10/2014, é correto afirmar que:
(A) a publicação de atos no DJe não será isenta de custas, exceto para os beneficiários
da gratuidade de justiça;
(B) a publicação eletrônica substituirá a intimação ou vista pessoal nos casos em que
a lei as exigir;
(C) a publicação do edital de citação deverá ser feita no DJe, vedada a publicação na
rede mundial de computadores;
(D) a remessa de expediente para publicação no DJe deverá abranger todos os atos
judiciais, exceto os casos em que tenha sido decretado sigilo, seja por determinação
judicial, seja por força de lei;
(E) a remessa de expediente para publicação no DJe deverá restringir-se aos atos
judiciais que forem estritamente obrigatórios e essenciais, tais como os atos
ordinatórios que devam ser cumpridos ou atendidos pelas partes ou por terceiros
interessados.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Nos termos do art. 65, § 2º, do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e
ofícios judiciais:
Art. 65. (...)
§ 2º É isenta de custas a publicação de atos no DJe.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Nos termos do art. 65, § 1º, do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e
ofícios judiciais:
Art. 65. (...)
§ 1º A publicação eletrônica não substituirá a intimação ou vista pessoal nos casos em
que a lei as exigir.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
Nos termos do art. 66, parágrafo único, do provimento geral da corregedoria aplicado
aos juízes e ofícios judiciais:
Art. 66. (...)
Parágrafo único. A publicação do edital de citação deverá ser feita na rede mundial de
computadores, no sítio eletrônico do Tribunal e na plataforma de editais do Conselho
Nacional de Justiça, sendo obrigatória a certificação do ato nos autos. (Redação dada
pelo Provimento 1, de 2016)
ALTERNATIVA D: INCORRETA
A remessa de expediente para publicação no DJE é restrita aos atos judiciais
estritamente obrigatórios e essenciais, nos termos do art. 66 do provimento geral da
corregedoria aplicado aos juízes e ofícios judiciais:
Art. 66. A remessa de expediente para publicação no Diário da Justiça eletrônico será
feita por meio eletrônico e deverá restringir-se aos atos judiciais que forem estritamente
obrigatórios e essenciais, assim entendidos:
ALTERNATIVA E: CORRETA
Nos termos do art. 66 do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e ofícios
judiciais:
Art. 66. A remessa de expediente para publicação no Diário da Justiça eletrônico será
feita por meio eletrônico e deverá restringir-se aos atos judiciais que forem estritamente
obrigatórios e essenciais, assim entendidos:
I – a parte dispositiva da sentença;
II – as decisões interlocutórias, os despachos e os atos ordinatórios que devam ser
cumpridos ou atendidos pelas partes ou por terceiros interessados;
II – as decisões interlocutórias, os despachos e os atos ordinatórios que devam ser
cumpridos ou atendidos pelas partes ou por terceiros interessados;
III – as datas designadas para a realização de atos processuais, tais como audiências,
hastas públicas ou perícias judiciais;
III – as datas designadas para a realização de atos processuais, tais como audiências,
leilões e perícias judiciais; (Redação dada pelo Provimento 1, de 2016)
IV – os editais.

17. Tramita em determinada Vara Cível do Poder Judiciário do Distrito Federal ação de
cobrança em que figura como autor João, que possui síndrome de imunodeficiência
adquirida (Sida).
De acordo com o Provimento da Corregedoria da Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios nº 07, de 08/09/2010, João:
(A) terá prioridade na tramitação do citado processo, mesmo que a doença tenha sido
contraída após o início do processo;
(B) terá prioridade na tramitação do citado processo, apenas se a doença tiver sido
contraída antes do início do processo;
(C) não terá prioridade na tramitação do citado processo, porque não se trata de ação
relacionada diretamente à doença, como obtenção de medicamentos ou tratamento
de saúde;
(D) deverá requerer a obtenção do benefício da prioridade na tramitação processual
diretamente ao juízo competente, que analisará o pedido no prazo máximo de trinta
dias;
(E) não terá prioridade na tramitação do citado processo, pela falta de previsão legal
específica, devendo ser aplicado o princípio da isonomia.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: CORRETA
Nos termos do art. 1º do Provimento da Corregedoria da Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios nº 07 de 08/09/2010:
Art. 1º Os processos judiciais, inclusive cartas precatórias e rogatórias, terão prioridade
na tramitação nos juízos de Primeira Instância, desde que figurem, como parte ou
interessado, pessoas que se encontrem em qualquer das seguintes situações:
I – ter idade igual ou superior a sessenta anos;
II – ser portadora de doença grave;
III – ser portadora de deficiência física, visual, auditiva ou mental, desde que o objeto da
causa tenha vínculo direto com a própria deficiência, conforme o preceituado no art. 9º
da Lei 7.853/1989.
Parágrafo Único. Em complementação ao que dispõe o inciso II, considera-se como parte
ou interessado apto a receber o benefício da tramitação prioritária aquele que seja
portador de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados
da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de
imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da
medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do
processo.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Conforme exposto acima.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
Conforme exposto acima.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Conforme exposto acima.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
Conforme exposto acima.

18. Em matéria de emissão de certidões, o Provimento Geral da Corregedoria do Poder


Judiciário do Distrito Federal e dos Territórios aplicado aos Juízes e Ofícios Judiciais,
disponibilizado no DJe de 10/10/2014, dispõe que:
(A) o fornecimento de certidão à pessoa estranha à relação processual é vedado;
(B) o nome do requerente não poderá constar das certidões, exceto quando se tratar
de órgão público;
(C) o nome da vítima deverá constar das certidões e dos documentos referentes a
informações sobre o andamento de processos criminais;
(D) as certidões serão expedidas sem rasuras e com inutilização dos espaços não
aproveitados, no prazo máximo de cinco dias, salvo motivo justificado;
(E) as certidões expedidas pelos ofícios judiciais e órgãos administrativos da
Corregedoria não são gratuitas, sendo a única exceção quando o requerente for
assistido pela Defensoria Pública.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Nos termos do art. 84, § 1º, do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e
ofícios judiciais:
Art. 84. (...)
§ 1º O fornecimento de certidão a pessoa estranha à relação processual dependerá de
requerimento escrito, do qual conste a devida qualificação do requerente.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Nos termos do art. 84, § 2º, do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e
ofícios judiciais:
Art. 84. (...)
§ 2º O nome do requerente constará das certidões.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
Nos termos do art. 84, § 3º, do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e
ofícios judiciais:
Art. 84. (...)
§ 3º O nome da vítima não poderá constar das certidões e dos documentos referentes
a informações sobre o andamento de processos criminais.
ALTERNATIVA D: CORRETA
Nos termos do art. 84 do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e ofícios
judiciais:
Art. 84. As certidões serão expedidas sem rasuras e com inutilização dos espaços não
aproveitados, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, salvo motivo justificado. (Redação
dada pelo Provimento 1, de 2016)
ALTERNATIVA E: INCORRETA
Nos termos do art. 84, § 4º, do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e
ofícios judiciais:
Art. 84. (...)
§ 4º São gratuitas as certidões expedidas pelos ofícios judiciais e órgãos administrativos
da Corregedoria.

19. O plantão judiciário do primeiro grau de jurisdição no Tribunal de Justiça do


Distrito Federal e dos Territórios é constituído pelo plantão judiciário semanal e pelo
plantão judiciário prestado no feriado forense compreendido entre 20 de dezembro e
6 de janeiro.
Nesse contexto, consoante dispõe o Provimento Geral da Corregedoria do Poder
Judiciário do Distrito Federal e dos Territórios aplicado aos Juízes e Ofícios Judiciais,
ao juiz plantonista compete decidir:
(A) pedido de levantamento de importância em dinheiro ou valores;
(B) reiteração de pedido já apreciado no órgão judicial de origem ou em plantão
anterior;
(C) recebimento de comunicação de prisões temporárias, preventivas ou outras
diversas das efetuadas em flagrante;
(D) pedidos de liberdade provisória, com ou sem fiança, desde que a competência já
não esteja afeta, por prevenção, a outro juízo;
(E) apreciação de quaisquer matérias afetas à Vara de Execução Penal do Distrito
Federal e à Vara de Execução das Penas e Medidas Alternativas do Distrito Federal.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Hipótese não prevista no art. 117, transcrito abaixo.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Hipótese não prevista no art. 117, transcrito abaixo.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
Hipótese não prevista no art. 117, transcrito abaixo.
ALTERNATIVA D: CORRETA
Nos termos do art. 17, IV, do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e
ofícios judiciais:
Art. 117. Ao Juiz plantonista compete:
I – apreciar pedidos de habeas corpus e mandados de segurança em que figurar como
coatora autoridade submetida à competência jurisdicional do magistrado de Primeiro
Grau;
II – em caso de justificada urgência, decidir sobre pedidos de prisão preventiva ou
temporária, busca e apreensão de pessoas, bens ou valores;
III – receber comunicação de prisão em flagrante e apreciar sua legalidade, nos termos
do artigo 310 do Código de Processo Penal;
IV – decidir os pedidos de liberdade provisória, com ou sem fiança, desde que a
competência já não esteja afeta, por prevenção, a outro juízo;
V – decidir as medidas urgentes de que trata a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006,
salvo se, a prudente arbítrio do magistrado, for possível aguardar o prazo previsto no
artigo 18 do referido diploma legal, hipótese em que o Juiz deverá encaminhar o pedido
ao Juiz natural da causa;
VI – decidir sobre pedidos de liberdade, em caso de prisão civil;
VII – decidir medidas urgentes de competência da Vara da Infância e da Juventude – VIJ
que não tenham sido apreciadas por qualquer órgão que trata dessa matéria;
VIII – decidir medidas urgentes de natureza cível ou criminal que não possam ser
apreciadas no horário normal de expediente, estritamente nos casos de risco concreto
de perecimento do direito, de lesão grave ou de difícil reparação.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
Hipótese não prevista no art. 117, transcrito acima.

PROVIMENTO JUDICIAL APLICADO AO PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO

20. Em matéria de indisponibilidade do sistema PJe, de acordo com o Provimento


Judicial da Corregedoria da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios aplicado ao
Processo Judicial Eletrônico (disponibilizado no DJe de 21/08/2017), os prazos que
vencerem no dia da ocorrência da indisponibilidade serão prorrogados para o dia útil
seguinte, quando a indisponibilidade:
(A) ocorrer entre a 0h00 e as 06h00 dos dias de expediente forense;
(B) ocorrer em feriados e finais de semana, a qualquer hora, por período superior a
noventa minutos;
(C) for superior a sessenta minutos, ininterruptos ou não, se ocorrida entre as 6h00 e
as 23h00;
(D) for superior a trinta minutos, ininterruptos ou não, nas últimas 24 horas do prazo,
ocasião em que a prorrogação de prazo será feita mediante ato do presidente do
Tribunal, vedada a prorrogação automática pelo sistema PJe;
(E) ocorrer, em qualquer dia, por período superior a noventa minutos, ocasião em que
a prorrogação de prazo será feita mediante ato do presidente do Tribunal, vedada a
prorrogação automática pelo sistema PJe.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Nos termos do art. 12, § 1º, do provimento judicial aplicado ao processo judicial
eletrônico:
Art. 12. Os prazos que se vencerem no dia da ocorrência da indisponibilidade serão
prorrogados para o dia útil seguinte, quando:
(...)
§ 1º As indisponibilidades ocorridas entre a 0h00m e as 06h00m dos dias de expediente
forense e as ocorridas em feriados e finais de semana, a qualquer hora, não produzirão
o efeito previsto no caput deste artigo.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Nos termos do art. 12, § 1º, do provimento judicial aplicado ao processo judicial
eletrônico:
Art. 12. Os prazos que se vencerem no dia da ocorrência da indisponibilidade serão
prorrogados para o dia útil seguinte, quando:
(...)
§ 1º As indisponibilidades ocorridas entre a 0h00m e as 06h00m dos dias de expediente
forense e as ocorridas em feriados e finais de semana, a qualquer hora, não produzirão
o efeito previsto no caput deste artigo.
ALTERNATIVA C: CORRETA
Nos termos do art. 12, I, do provimento judicial aplicado ao processo judicial eletrônico:
Art. 12. Os prazos que se vencerem no dia da ocorrência da indisponibilidade serão
prorrogados para o dia útil seguinte, quando:
I - a indisponibilidade, se ocorrida entre as 6h00m e as 23h00m, for superior a 60
minutos, ininterruptos ou não;
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Hipótese não prevista no art. 12 do provimento judicial aplicado ao processo judicial
eletrônico:
Art. 12. Os prazos que se vencerem no dia da ocorrência da indisponibilidade serão
prorrogados para o dia útil seguinte, quando:
I - a indisponibilidade, se ocorrida entre as 6h00m e as 23h00m, for superior a 60
minutos, ininterruptos ou não;
II - a indisponibilidade ocorrer entre as 23h00m e as 24h00m.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
Hipótese não prevista no art. 12 do provimento judicial aplicado ao processo judicial
eletrônico:
Art. 12. Os prazos que se vencerem no dia da ocorrência da indisponibilidade serão
prorrogados para o dia útil seguinte, quando:
I - a indisponibilidade, se ocorrida entre as 6h00m e as 23h00m, for superior a 60
minutos, ininterruptos ou não;
II - a indisponibilidade ocorrer entre as 23h00m e as 24h00m.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

21. A organização religiosa Alfa alugou o imóvel de João para ali instalar o seu templo.
Ato contínuo, foi comunicada, pela imobiliária que administrava a relação locatícia,
sobre a necessidade de pagar o IPTU incidente sobre o imóvel, o que estaria previsto
no contrato de locação.
Por ter dúvida a respeito da compatibilidade da cobrança com a ordem constitucional,
consultou seu advogado, que respondeu, corretamente, que ela era:
(A) inconstitucional, pois os templos de qualquer culto estão imunes à cobrança de
qualquer tributo;
(B) inconstitucional, pois os templos de qualquer culto não podem figurar como
contribuintes de direito em relação a qualquer imposto;
(C) inconstitucional, pois, apesar de a organização religiosa Alfa figurar como
contribuinte de fato, não de direito, ela é imune à cobrança do IPTU;
(D) constitucional, pois os templos de qualquer culto não estão imunes ao pagamento
de impostos quando figurarem como contribuintes de fato;
(E) constitucional, pois os templos de qualquer culto, quando figurarem como
contribuintes de fato, somente estão imunes ao pagamento de impostos sobre a
renda, não sobre o patrimônio.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIO
Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune
ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da
CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais
entidades foram constituídas.

22. Após um acordo entre as lideranças partidárias, a Comissão Permanente de


Orçamento e Finanças da Assembleia Legislativa do Estado Alfa, com o objetivo de
avaliar os critérios utilizados na execução orçamentária de determinado programa de
trabalho, deliberou, pela maioria absoluta de seus membros: (1) convocar o
governador do Estado, responsável pela prática dos atos analisados; (2) convocar os
dirigentes máximos dos entes da Administração Pública indireta, cuja área de atuação
tangenciava o referido programa de trabalho; (3) solicitar o depoimento de três
renomados economistas; e (4) quebrar o sigilo bancário dos integrantes do órgão
estadual de auditoria, considerando a existência de provas de que se omitiram na
fiscalização e de que tinham um elevado padrão de vida.
À luz da sistemática constitucional, são corretas as medidas descritas:
(A) apenas no item 3;
(B) apenas nos itens 1 e 2;
(C) apenas nos itens 3 e 4;
(D) apenas nos itens 1, 2 e 3;
(E) nos itens 1, 2, 3 e 4.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIO
A questão se refere a Comissão Permanente de Orçamento e Finanças que é espécie de
comissão parlamentar comum. As comissões parlamentares atuam como organismos
auxiliares constituídos em cada Casa, composta de um número geralmente restrito de
seus membros, encarregados de instruir e examinar as proposições legislativas,
formulando emendas, quando necessárias, e apresentando seus pareceres (opiniões
técnicas sobre determinada matéria), dos quais se servem o Plenário para deliberar, ou
seja, aprovar ou rejeitar a proposta legislativa. Dessa feita, apenas o item 3 (solicitar o
depoimento de três renomados economistas) está dentro das atribuições da comissão
parlamentar comum, todas os outros itens estão dentro das atribuições de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito.
A legislação diz que a CPI tem poder de investigação próprio de autoridades judiciais.
Significa dizer que uma comissão de inquérito pode:
• inquirir testemunhas (que têm o compromisso de dizer a verdade);
• ouvir suspeitos (que têm o direito ao silêncio para não se incriminarem);
• prender (somente em caso de flagrante delito);
• requisitar da administração pública direta, indireta ou fundacional informações
e documentos;
• tomar o depoimento de autoridades;
• requerer a convocação de ministros de Estado;
• deslocar-se a qualquer ponto do país para realizar investigações e audiências
públicas;
• requisitar servidores de outros poderes para auxiliar nas investigações;
• quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados, desde que por ato devidamente
fundamentado, com o dever de não dar publicidade aos dados.

23. José, advogado recém-formado, tão logo foi incorporado a um escritório de


advocacia, recebeu a incumbência de identificar as causas que poderiam ser
submetidas, em grau de recurso, ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e
dos Tribunais Superiores, vale dizer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Superior Tribunal
Militar (STM). Para tanto, precisou identificar se as competências desses tribunais
estavam previstas em numerus clausus na ordem constitucional ou se poderiam ser
delineadas pela legislação infraconstitucional.
Ao final de sua análise, José concluiu, corretamente, que:
(A) todos os tribunais têm suas competências previstas em numerus clausus na ordem
constitucional;
(B) apenas as competências do STF e do STJ estão previstas em numerus clausus na
ordem constitucional;
(C) apenas as competências do STF, do STJ e do TST estão previstas em numerus
clausus na ordem constitucional;
(D) apenas as competências do STF, do STJ, do TST e do TSE estão previstas em
numerus clausus na ordem constitucional;
(E) todos os tribunais podem ter suas competências delineadas pela legislação
infraconstitucional, observados, em qualquer caso, os balizamentos constitucionais.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIO
Apenas o STF e o STJ possuem competência taxativamente delimitada pelos arts. 102 e
105 da CF/88, respectivamente. Para os outros tribunais superiores a CF prevê
regulamentação infraconstitucional, vejamos:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: IX outras controvérsias
decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais,
dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em
lei. Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência
da Justiça Militar.

24. Após ampla mobilização dos proprietários de farmácias, que argumentavam com
a reduzida margem de lucro oferecida pela maioria dos medicamentos, o Estado Alfa
promulgou a Lei nº XX, que autorizou a comercialização de produtos de uso comum
(rectius: artigos de conveniência) nas farmácias.
Esse diploma normativo desagradou sobremaneira os proprietários de mercados e
mercearias. Ao consultarem um emérito constitucionalista, foi-lhes informado,
corretamente, que a Lei nº XX é:
(A) constitucional, pois compete privativamente aos Estados legislar sobre saúde;
(B) inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre saúde;
(C) constitucional, desde que sejam observadas as normas gerais editadas pela União;
(D) inconstitucional, pois compete privativamente aos Municípios legislar sobre
assuntos de interesse local;
(E) inconstitucional, pois matérias afetas à vigilância sanitária atraem a competência
administrativa da União e, por via reflexa, sua competência legislativa.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIO
Constitucional é a lei de estado-membro que verse o comércio varejista de artigos de
conveniência em farmácias e drogarias (STF - ADI 4954). Ao tratar sobre a venda de
produtos de conveniência em farmácias e drogarias, o legislador não tratou sobre defesa
da saúde, mas, sim, sobre comércio local. Desse modo, os Estados-membros podem
autorizar, mediante lei e em observância ao disposto em diploma federal (Lei 5.991/73),
a comercialização dos chamados artigos de conveniência sem que isso represente
invasão na esfera de competência da União.

25. John, de nacionalidade estrangeira e que veio a se naturalizar brasileiro, tinha sido
condenado, anteriormente, em seu país de origem, em sentença judicial transitada em
julgado, pela prática de crime comum. Após anos de negociação, o seu país de origem
celebrou tratado de extradição com o Estado brasileiro e requereu a extradição de
John.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que John:
(A) não pode ser extraditado, pois o Brasil não extradita os seus nacionais;
(B) não pode ser extraditado, salvo se, previamente, for declarada a perda da
nacionalidade brasileira;
(C) pode ser extraditado em razão da natureza do crime e do momento em que o
praticou, sendo-lhe aplicável o tratado de extradição celebrado posteriormente;
(D) poderia ser extraditado em razão da natureza do crime e do momento em que o
praticou, mas não lhe é aplicável o tratado de extradição celebrado posteriormente;
(E) poderia ser extraditado, como qualquer nacional, nato ou naturalizado, em razão
da natureza do crime, mas não lhe é aplicável o tratado de extradição celebrado
posteriormente.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIO
A extradição é considerada pelo Direito Brasileiro, ato solene de cooperação penal entre
países, que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou mais
crimes, ao país que a reclama. A extradição é efetivada por meio do respectivo tratado
de extradição firmado entre Estados Soberanos.
Segundo o Art. 5º LI da CF/88, nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

26. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) dispõe
que é assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os
níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e
igualitário.
De acordo com tal Estatuto da Pessoa com Deficiência, as ações e os serviços de saúde
pública destinados à pessoa com deficiência devem assegurar diversas providências,
EXCETO:
(A) atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambulatorial e internação;
(B) atendimento psicológico, exceto para seus familiares e atendentes pessoais;
(C) respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da pessoa
com deficiência;
(D) atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida;
(E) diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe multidisciplinar.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Cobrou-se a literalidade do § 4º do art. 18 do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei
Federal nº 13.146/2015):

Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com


deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio
do SUS, garantido acesso universal e igualitário.
[...]
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pessoa
com deficiência devem assegurar:
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe
multidisciplinar;
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que
necessários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a
manutenção da melhor condição de saúde e qualidade de vida;
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento
ambulatorial e internação;
IV - campanhas de vacinação;
V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e
atendentes pessoais;
VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à
orientação sexual da pessoa com deficiência;
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à
fertilização assistida;
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência
e a seus familiares sobre sua condição de saúde;
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o
desenvolvimento de deficiências e agravos adicionais;
X - promoção de estratégias de capacitação permanente das
equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no
atendimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a
seus atendentes pessoais;
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção,
medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as
normas vigentes do Ministério da Saúde. (...)

27. Em abril de 2022, o Tribunal de Justiça Alfa deseja contratar aquisição de


determinados equipamentos que só podem ser fornecidos por empresa exclusiva.
De acordo com o regime jurídico da Lei nº 14.133/2021, tal contratação pelo Tribunal
de Justiça Alfa deve ser feita mediante:
(A) inexigibilidade de licitação, mas o Tribunal deverá demonstrar a inviabilidade de
competição mediante atestado de exclusividade, contrato de exclusividade,
declaração do fabricante ou outro documento idôneo capaz de comprovar que o
objeto é fornecido por empresa exclusiva, vedada a preferência por marca específica;
(B) inexigibilidade de licitação, mas o Tribunal deverá demonstrar a inviabilidade de
competição mediante atestado de exclusividade, contrato de exclusividade,
declaração do fabricante ou outro documento idôneo capaz de comprovar que o
objeto é fornecido por empresa exclusiva, permitida a preferência por marca
específica;
(C) dispensa de licitação, mas o Tribunal deverá demonstrar a inviabilidade de
competição mediante atestado de exclusividade, contrato de exclusividade,
declaração do fabricante ou outro documento idôneo capaz de comprovar que o
objeto é fornecido por empresa exclusiva, vedada a preferência por marca específica;
(D) dispensa de licitação, mas o Tribunal deverá demonstrar a inviabilidade de
competição mediante atestado de exclusividade, contrato de exclusividade,
declaração do fabricante ou outro documento idôneo capaz de comprovar que o
objeto é fornecido por empresa exclusiva, permitida a preferência por marca
específica;
(E) prévia licitação, na modalidade diálogo competitivo, para contratação de compra
em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente
selecionados mediante critérios subjetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais
alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes
apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
A inexigibilidade e a dispensa de licitação são espécies de contratação direta, em que a
Administração celebra contratos sem a realização de licitação prévia. Diferem uma da
outra porque: na inexigibilidade, há inviabilidade de competição, impedindo a realização
do certame; na dispensa, embora viável a competição, sendo possível a licitação em
tese, esta é contrária ao interesse público, gerando maiores prejuízos caso fosse
realizada. Outra importante diferença é que, na inexigibilidade, por ocorrer sempre
quando houver inviabilidade de competição, as hipóteses legais são exemplificativas
(numerus apertus), ao passo que, na dispensa, dependente que é de uma avaliação
discricionária do agente público acerca dos prejuízos ao interesse público, os casos legais
são taxativos (numerus clausus), não sendo possível em outras situações.
A inexigibilidade de licitação vem disciplinada no art. 74 da Lei Federal nº 14.133/2021,
in verbis:

Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em


especial nos casos de:
I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou
contratação de serviços que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivos;
II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou
por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
crítica especializada ou pela opinião pública;
III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados
de natureza predominantemente intelectual com profissionais
ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade
para serviços de publicidade e divulgação:
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos
executivos;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou
tributárias;
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou
serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e
ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e
monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio
ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem no
disposto neste inciso;
IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
credenciamento;
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de
instalações e de localização tornem necessária sua escolha.
§ 1º Para fins do disposto no inciso I do caput deste artigo, a
Administração deverá demonstrar a inviabilidade de
competição mediante atestado de exclusividade, contrato de
exclusividade, declaração do fabricante ou outro documento
idôneo capaz de comprovar que o objeto é fornecido ou
prestado por produtor, empresa ou representante comercial
exclusivos, vedada a preferência por marca específica.
§ 2º Para fins do disposto no inciso II do caput deste artigo,
considera-se empresário exclusivo a pessoa física ou jurídica que
possua contrato, declaração, carta ou outro documento que
ateste a exclusividade permanente e contínua de representação,
no País ou em Estado específico, do profissional do setor
artístico, afastada a possibilidade de contratação direta por
inexigibilidade por meio de empresário com representação
restrita a evento ou local específico.
§ 3º Para fins do disposto no inciso III do caput deste artigo,
considera-se de notória especialização o profissional ou a
empresa cujo conceito no campo de sua especialidade,
decorrente de desempenho anterior, estudos, experiência,
publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou
outros requisitos relacionados com suas atividades, permita
inferir que o seu trabalho é essencial e reconhecidamente
adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
§ 4º Nas contratações com fundamento no inciso III
do caput deste artigo, é vedada a subcontratação de empresas
ou a atuação de profissionais distintos daqueles que tenham
justificado a inexigibilidade.
§ 5º Nas contratações com fundamento no inciso V
do caput deste artigo, devem ser observados os seguintes
requisitos:
I - avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos
custos de adaptações, quando imprescindíveis às necessidades
de utilização, e do prazo de amortização dos investimentos;
II - certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e
disponíveis que atendam ao objeto;
III - justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a
ser comprado ou locado pela Administração e que evidenciem
vantagem para ela.

28. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), com as alterações


introduzidas pela Lei nº 13.655/2018, trouxe o chamado consequencialismo, visando
à maior previsibilidade, segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do
Direito Público.
Nesse contexto, de acordo com a atual redação da LINDB:
(A) a interpretação de normas sobre gestão pública deve privilegiar a efetividade das
políticas públicas e os direitos dos administrados, desconsiderando os obstáculos e as
dificuldades reais do gestor;
(B) nas esferas administrativa e controladora, não se decidirá, em qualquer hipótese,
com base em valores jurídicos abstratos, e a motivação demonstrará a necessidade e
a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo
ou norma administrativa, sem mencionar possíveis alternativas que foram
descartadas;
(C) a decisão que, nas esferas controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso
suas consequências jurídicas, sem referências às consequências administrativas, em
razão do princípio da separação dos poderes;
(D) a revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver
completado, levará em conta as orientações gerais vigentes no momento da decisão
de revisão, de maneira que é permitido que, com base em mudança posterior de
orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas;
(E) a decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou
orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou
novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando
indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de
modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS

A) INCORRETA. Art. 22, LINDB. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão
considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas
públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.
B) INCORRETA. Art. 20, LINDB. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não
se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as
consequências práticas da decisão.
C) INCORRETA. Art. 21, LINDB. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora
ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e
administrativas.
D) INCORRETA. Art. 24, LINDB. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou
judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa
cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época,
sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem
inválidas situações plenamente constituídas
E) CORRETA. Art. 23, LINDB. A decisão administrativa, controladora ou judicial que
estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado,
impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de
transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito
seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos
interesses gerais.

29. Em março de 2022, José, analista judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito


Federal e dos Territórios, de forma dolosa, no exercício da função, revelou fato de que
tinha ciência em razão das atribuições e que devia permanecer em segredo,
propiciando beneficiamento por informação privilegiada e, ainda, colocando em risco
a segurança da sociedade e do Estado.
De acordo com a atual redação da Lei nº 8.429/1992, José praticou ato de improbidade
administrativa e, após o devido processo legal, está sujeito às seguintes cominações,
que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do
fato:
(A) pagamento de multa civil de até 24 vezes o valor da remuneração percebida pelo
agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a quatro anos;
(B) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo
agente e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
(C) perda da função pública, pagamento de multa civil de até 24 vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou
de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
não superior a quatro anos;
(D) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até doze anos,
pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com
o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo não superior a doze anos;
(E) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até catorze
anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e
proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a catorze anos.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
Trata-se de ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração Pública, expressamente previsto no inciso III do art. 11 da Lei Federal nº
8.429/1992, in litteris:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta


contra os princípios da administração pública a ação ou omissão
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e
de legalidade, caracterizada por uma das seguintes
condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
[...]
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em
risco a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)

Note-se que, em momento algum, o enunciado refere haver enriquecimento ilícito ou


prejuízo ao erário.
As penas cabíveis por ato de improbidade dependem da espécie praticada, estando
enunciadas no art. 12 da Lei, in verbis:

Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano


patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de
responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do
fato: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos,
pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo
patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14
(catorze) anos; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil
equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o
poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não
superior a 12 (doze) anos; (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021)
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil
de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder
público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não
superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

30. Maria é servidora pública federal estável ocupante de cargo efetivo e, após
processo administrativo disciplinar, foi demitida. Inconformada, Maria aforou medida
judicial e obteve sentença, já transitada em julgado, que determinou sua reintegração.
Após o retorno a seu cargo, Maria recebeu apenas o pagamento retroativo dos
vencimentos, férias indenizadas e auxílio-alimentação, referentes ao período em que
esteve afastada por força da demissão, ora já declarada nula.
Insatisfeita com os valores recebidos, mesmo ciente de que não ocorreu, no período
reivindicado, qualquer situação de ambiente insalubre nem necessitou se deslocar no
trajeto residência-trabalho-residência, Maria ajuizou nova medida judicial, agora
pleiteando o pagamento retroativo das verbas a título de auxílio-transporte e
adicional de insalubridade, em relação ao período em que ficou ilegalmente afastada.
Levando em consideração a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre
o tema, a pretensão de Maria:
(A) merece prosperar, pois todas as verbas, sejam de natureza salarial, sejam de
natureza indenizatória, devem ser pagas retroativamente em relação ao período em
que Maria ficou ilegalmente afastada de suas funções;
(B) merece prosperar, pois, além de receber retroativamente todas as verbas, sejam
de natureza salarial, sejam de natureza indenizatória, Maria tem direito à reparação
pelos danos morais sofridos pela demissão declarada nula;
(C) não merece prosperar, pois a servidora somente tem direito ao pagamento
retroativo de seus vencimentos, razão pela qual deve devolver os valores recebidos
de boa-fé a título de férias indenizadas e auxílio-alimentação;
(D) não merece prosperar, pois os pagamentos do auxílio-transporte e do adicional de
insalubridade têm natureza indenizatória, assim como também não lhe seria devido o
auxílio-alimentação que lhe fora indevidamente pago;
(E) não merece prosperar, pois os pagamentos do auxílio-transporte e do adicional de
insalubridade não se mostram devidos à servidora pelo tão só exercício ficto no cargo
público, haja vista que ditas rubricas reclamam a existência de requisitos legais
específicos, não preenchidos.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
Trata-se do RECURSO ESPECIAL Nº 1.941.987 - PR (2021/0169608-4), assim ementado:

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. RECURSO ESPECIAL.


DEMISSÃO. POSTERIOR ANULAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ATO.
REINTEGRAÇÃO AO CARGO. ART. 28 DA LEI 8.112/1990.
PRETENSÃO AUTORAL DE RECEBIMENTO DE DIVERSAS
PARCELAS PECUNIÁRIAS QUE DEIXOU PERCEBER NESSE
INTERREGNO. EXERCÍCIO FICTO. POSSIBILIDADE APENAS EM
RELAÇÃO A ALGUMAS DAS VANTAGENS PLEITEADAS.
IMPOSSIBILIDADE DE RECEBIMENTO DAS RUBRICAS
CONCERNENTES AO AUXÍLIO-TRANSPORTE E AO ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. AUSÊNCIA DE ATENDIMENTO A REQUISITOS
ESPECÍFICOS. REAJUSTE DE 28,86%. TERMO INICIAL. ANO DE
1993. RECURSO ESPECIAL DO INSS PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Cuida-se, na origem, de ação ordinária ajuizada pela servidora
recorrida em desfavor do INSS, objetivando a cobrança de todas
as verbas salariais correspondentes ao período de 1º/7/1991 a
12/6/2002, em que esteve alijada de seu cargo público por força
de demissão posteriormente anulada pela própria
Administração, ocasião em que se viu reintegrada ao cargo.
2. Nos termos do art. 28 da Lei 8.112/1990, "A reintegração é a
investidura do servidor estável no cargo anteriormente
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens".
3. Na forma da jurisprudência desta Corte, anulada a demissão
do servidor, sua reintegração deverá lhe assegurar, em
princípio, todos os efeitos funcionais e financeiros, como se em
efetivo exercício estivesse. Nesse sentido, mutatis mutandis:
AgRg no REsp 1.104.582/RS, Rel. Ministro CELSO LIMONGI
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, DJe
8/3/2010; REsp 886.293/PR, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES
LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 27/11/2007, DJ 7/2/2008.
4. A partir da conjugada interpretação dos arts. 15, caput, e 102,
I, da Lei 8.112/1990 c/c o art. 22 da Lei 8.460/1992, conclui-se
que o direito às férias indenizadas, acrescidas de um terço, e ao
auxílio-alimentação tem como fato gerador o tão só exercício
efetivo do cargo público pelo servidor, motivo pelo qual devem
ser incluídos dentre os valores a serem pagos à autora, ora
recorrida.
5. Já os pagamentos do auxílio-transporte e do adicional de
insalubridade não se mostram devidos à servidora pelo tão só
exercício ficto no cargo público, haja vista que ditas rubricas
reclamam a existência de requisitos específicos, a saber, o
efetivo trabalho habitual "em locais insalubres ou em contato
permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco
de vida" (art. 68 da Lei 8.112/1990) e a realização de despesas
"com transporte coletivo municipal, intermunicipal ou
interestadual pelos militares, servidores e empregados
públicos da Administração Federal direta, autárquica e
fundacional da União, nos deslocamentos de suas residências
para os locais de trabalho e vice-versa" (art. 1º da Medida
Provisória 2.165-36/2001). No caso concreto, não se
comprovou, mediante a juntada de competente laudo pericial,
a existência de ambiente insalubre no período reivindicado
pela autora, nem tampouco necessitou esta, no mesmo
interregno temporal, se deslocar no trajeto residência-
trabalho-residência.
6. Quanto ao reajuste de 28,86% incidente sobre os
vencimentos, entendeu a Corte de origem que "sua inclusão
deve ser considerada desde a data que se tornaram devidos, isto
é, desde janeiro de 1991" (fl. 621). Sucede que, na forma da
jurisprudência desta Corte, "o direito à extensão do reajuste de
28,86% foi reconhecido aos servidores públicos federais pela
Medida Provisória 1.704, de 30/6/1998. Garantiu-se, inclusive, o
pagamento de parcelas vencidas, devidas desde 1993" (REsp
738.588/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA
TURMA, DJ 1º/8/2006). Nesse mesmo sentido: AgInt no REsp
1.483.566/PB, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA,
DJe 26/9/2019.
7. Recurso especial do INSS conhecido e provido em parte, a fim
de excluir dos cálculos as rubricas relativas ao auxílio-transporte
e ao adicional de insalubridade, assim como para fixar como
termo inicial das diferenças de 28,86% a data de 1º/7/1993.

31. Recentemente, Ricardo, empresário aposentado e já viúvo, recebeu de seu único


filho, Roberto, recém-casado, a notícia de que se tornaria avô. Para que Roberto
tivesse um espaço melhor para a família que começava a crescer, Ricardo decidiu
vender para ele um dos vários imóveis dos quais é proprietário. Para ajudar o filho,
Ricardo cobrou um preço módico, a ser dividido em doze parcelas, e autorizou que a
primeira delas fosse paga apenas dois anos após a celebração do contrato de compra
e venda. Em gratidão ao pai e buscando oferecer maior segurança a ele, Roberto fez
constar do contrato uma cláusula por meio da qual renunciava, desde logo, a qualquer
prazo prescricional relativo à obrigação de pagar o preço do imóvel que pudesse
beneficiá-lo.
À luz do direito civil brasileiro, essa cláusula é:
(A) ineficaz, porque, sendo Roberto descendente de Ricardo, a lei já determina que
não corre a prescrição entre eles;
(B) anulável, mas não prejudica a validade do restante do contrato, por força do
princípio da conversão dos negócios;
(C) válida, mas terá sua eficácia suspensa, já que as partes estipularam termo no
contrato;
(D) nula, uma vez que foi pactuada antes de a prescrição efetivamente se consumar;
(E) inválida, pois a prescrição não pode ser suspensa nem interrompida, ao contrário
da decadência.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
CC: “Art. 197. Não corre a prescrição: (...) II - entre ascendentes e descendentes, durante
o poder familiar; (...)”. (grifo nosso). + Vide comentários da alternativa “d”
(B) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “d”.
(C) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “d”.
(D) CORRETA.
CC: “Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo
feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia
quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição”. (grifo
nosso).
De acordo com o art. 191 do atual Código Civil, é admitida a renúncia à prescrição por
parte daquele que dela se beneficia, ou seja, o devedor. Está superada a admissão da
renúncia prévia, pois a renúncia somente é possível após se consumar a prescrição.
Inicialmente, essa renúncia à prescrição poderá ser expressa, mediante declaração
comprovada e idônea do devedor, sem vícios. Pode ocorrer ainda a renúncia tácita da
prescrição, por condutas do devedor que induzem a tal fato, como o pagamento total
ou mesmo parcial da dívida prescrita, que não pode ser repetida, exemplo que é de
obrigação natural (art. 882 do CC).
Essa conclusão também tem fundamento no art. 114 do Código Civil, segundo o qual a
renúncia não admite interpretação extensiva, apenas restritiva. A par dessa realidade
jurídica, em casos de dúvidas, não há que reconhecer que houve renúncia à prescrição.
(E) INCORRETA.
Arts. 197- 204 do CC. + Vide comentários da alternativa “d”.

32. Fernanda é uma arquiteta bem-sucedida, proprietária de três imóveis residenciais


na cidade de Recife. Como um dos imóveis se encontrava desocupado, ela decidiu
emprestá-lo à sua prima Isadora, esteticista, que estava desempregada e havia sido
despejada do apartamento alugado em que morava. As duas formalizaram o contrato
de comodato pelo prazo de um ano, estipulando que Isadora apenas poderia utilizar
o apartamento para sua própria moradia. Durante os doze meses seguintes, Fernanda
permaneceu sem notícias de Isadora. Findo o prazo do contrato, Fernanda visitou o
imóvel para pedir sua devolução. Somente nesse momento descobriu que sua prima
havia morado no local apenas nos dois primeiros meses, tendo depois convertido o
apartamento em uma clínica de estética. Durante a visita, Isadora comunicou a
Fernanda que não sairia dali e, diante da indignação da prima, expulsou-a do local.
Fernanda acionou seu advogado imediatamente e ajuizou ação de reintegração da
posse em face da prima para reaver a posse do imóvel.
Sobre esse caso, é correto afirmar que:
(A) a posse de Isadora era clandestina e tornou-se injusta no momento em que venceu
o prazo do contrato de comodato;
(B) Isadora nunca foi possuidora do imóvel, pois o ato de mera permissão ou tolerância
de Fernanda não induz posse;
(C) a pretensão deduzida em juízo por Fernanda apenas poderia ser satisfeita no
âmbito de ação de interdito proibitório;
(D) o juiz deverá determinar a reintegração de Fernanda na posse do imóvel porque
ela é a legítima proprietária do bem;
(E) a posse de Isadora qualifica-se como precária e não convalescerá com o mero
decurso do tempo.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA.
Na verdade, posse clandestina é aquela exercida às escondidas de quem tem direito.
Conforme comentários da alternativa “e”, o caso concreto trata de uma posse precária.
Vide comentários da alternativa “e”
B) INCORRETA.
A detenção ou posse degradada pode ser entendida como a posse que encontra
obstáculos na lei e que, portanto, não pode ser entendida como tal. De acordo com
TARTUCE, “o detentor, também conhecido como fâmulo da posse, tem a coisa apenas
em virtude de situação de dependência econômica ou de um vínculo de subordinação
(ato de mera custódia)”.
Isadora chegou a ser possuidora.
Vide comentários da alternativa “e”
C) INCORRETA.
São três as possessórias típicas: o interdito proibitório, a manutenção da posse e a
reintegração. Destinam-se a defender o possuidor contra as agressões à posse, que
podem ser o esbulho, a turbação, ou a ameaça de esbulho ou turbação.
Esbulho é a ilegítima subtração da posse de quem a exerce; turbação é a agressão que
impede o pleno exercício da posse, mas não o elimina de todo. Contra o esbulho, deve-
se intentar a ação de reintegração de posse, e, contra a turbação, a ação de manutenção.
Sendo a agressão da posse apenas uma ameaça concreta de esbulho ou turbação, a ação
específica será o interdito proibitório.
Em suma, interditos possessórios:
- Ação de Reintegração de Posse – cabível em caso de esbulho (perda da posse).
- Ação de Manutenção da Posse – cabível em caso de (per)turbação, embaraço da posse,
inclusive no caso de descumprimento de contrato em que haja desdobramento da
posse. Ex.: atraso na restituição de bem dado em comodato.
- Interdito Proibitório - cabível em caso de ameaça da posse.
Vide comentários da alternativa “e”
D) INCORRETA.
Vide comentários das alternativas “c” e “e”
E) CORRETA.
Posse precária é a posse originária do abuso de confiança, materializando-se quando
alguém que recebeu a coisa, com a obrigação de restituí-la, ilegalmente se recusa a fazê-
lo.
O caso concreto posto se adequa exatamente a essa tipo de posse, uma vez que restou
inconteste o abuso de confiança e a recusa por parte de Isadora.

33. Carlos Alberto dirigia pela via pública muito acima da velocidade permitida quando
atropelou Violeta, que atravessava a rua em local de travessia proibida, a poucos
metros de uma passarela destinada a pedestres. Embora o local fosse bem iluminado,
Carlos Alberto afirma que não avistou a vítima. Testemunhas sustentam que o
motorista havia ultrapassado um semáforo com sinal vermelho segundos antes do
acidente. Socorrida, Violeta foi levada ao hospital e salva pela equipe médica, embora
tenha ficado com sequelas permanentes em seus membros inferiores em decorrência
do atropelamento. O boletim médico demonstra que Violeta estava sob efeito de
bebidas alcoólicas no momento do acidente.
Nessas circunstâncias, é correto afirmar que:
(A) a responsabilidade civil de Carlos Alberto é independente da verificação da
velocidade do veículo e de eventual desrespeito à sinalização de trânsito;
(B) a conduta de Violeta pode interferir sobre a quantificação de eventual montante
indenizatório a ser pago por Carlos Alberto à vítima;
(C) o comportamento de Carlos Alberto no instante do acidente poderá atrair para o
caso o regime jurídico de responsabilidade civil aplicado às atividades de risco;
(D) se ficar caracterizada culpa concorrente de Violeta, ocorrerá a interrupção do nexo
de causalidade, isentando Carlos Alberto de responsabilidade civil;
(E) a interferência da equipe médica ao socorrer Violeta configura fato exclusivo de
terceiro e, por isso, implica a responsabilidade civil solidária da equipe com Carlos
Alberto.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “b”
B) CORRETA.
Podemos apontar a existência de quatro pressupostos do dever de indenizar: conduta
humana; culpa genérica ou lato sensu; nexo de causalidade e dano ou prejuízo.
Quando se fala em responsabilidade com ou sem culpa, leva-se em conta a culpa em sentido
amplo ou a culpa genérica (culpa lato sensu), que engloba o dolo e a culpa estrita (stricto sensu).
Nos termos do que consta do art. 944, caput, do Código Civil, presente o dolo, vale a
regra do princípio da reparação dos danos, o que significa que todos os danos
suportados pela vítima serão indenizados. Isso porque, presente o dolo do agente, em
regra, não se pode falar em culpa concorrente da vítima ou de terceiro, a gerar a redução
por equidade da indenização. Porém, se a vítima tiver concorrido culposamente para
o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua
culpa em confronto com a do autor do dano (art. 945 do CC).
Em suma, a culpa concorrente, o fato concorrente e o risco concorrente da vítima são
amplamente admitidos como atenuantes do nexo de causalidade na responsabilidade
objetiva, conduzindo à redução equitativa da indenização.
C) INCORRETA
Vide comentários da alternativa “b”
D) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “b”
E) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “b”.

34. A rede de supermercados Preços Incríveis Ltda. celebrou contrato com a fabricante
de bebidas gaseificadas Geral Cola S/A, por tempo indeterminado, para comercializar,
com exclusividade, a “Nova Geral Cola”, o mais novo produto desta última,
repassando-lhe um percentual do valor auferido com as vendas. Os supermercados
Preços Incríveis ainda se comprometiam a não comercializar bebidas de fabricantes
concorrentes. O contrato previa cláusula penal compensatória para a hipótese de
inadimplemento absoluto por qualquer das partes, sem prever indenização
suplementar. Na data prevista para o primeiro pagamento à Geral Cola pela rede de
supermercados, esta quedou-se inerte, deixando de repassar à fabricante o percentual
devido das vendas do produto. Dias depois, os gestores da Geral Cola ainda
descobriram que os supermercados Preços Incríveis continuavam a comercializar
bebidas de diversas outras marcas.
Considerando que a conduta da rede de supermercados abalou drasticamente a
estratégia comercial da Geral Cola, fulminando qualquer interesse útil que esta ainda
mantivesse no contrato, é correto afirmar que:
(A) a Geral Cola S/A poderá exigir da rede Preços Incríveis Ltda. a cláusula penal, mas
não poderá cumular o pedido com eventuais perdas e danos pelo inadimplemento;
(B) a Geral Cola S/A poderá cobrar da rede Preços Incríveis Ltda. lucros cessantes
decorrentes do inadimplemento, cumulados com a cláusula penal, mas não com danos
emergentes;
(C) a rede Preços Incríveis Ltda. deverá pagar o percentual das vendas devido à Geral
Cola S/A, acrescido de juros remuneratórios, mas não de juros legais;
(D) a rede Preços Incríveis Ltda. somente deverá arcar com a cláusula penal
compensatória na exata proporção do prejuízo sofrido pela Geral Cola S/A;
(E) o montante estipulado na cláusula penal apenas será devido pela rede Preços
Incríveis Ltda. se restar evidenciado que a inexecução resultou de dolo do devedor.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
A) CORRETA.
Cláusula penal é uma penalidade, de natureza civil, imposta pela inexecução parcial ou
total de um dever patrimonial assumido. Trata-se de uma obrigação acessória que visa
a garantir o cumprimento da obrigação principal, bem como fixar, antecipadamente, o
valor das perdas e danos em caso de descumprimento.
Ela pode ser moratória, quando o inadimplemento for relativo, ou compensatória, em
caso de inadimplemento absoluto.
A finalidade da cláusula penal compensatória é recompor a parte pelos prejuízos que
eventualmente decorram do inadimplemento total ou parcial da obrigação. Não é
possível, portanto, cumular cláusula penal compensatória com perdas e danos
decorrentes de inadimplemento contratual.
B) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “a”
C) INCORRETA
Vide comentários da alternativa “a”
D) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “a”
E) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “a”.

35. Em 2019, Adriana contratou promessa de compra e venda de uma unidade


autônoma residencial em empreendimento imobiliário ainda em construção com a
incorporadora Cadência Construções S/A, no valor de R$ 700.000,00, dos quais R$
200.000,00 seriam pagos em parcelas com recursos próprios pela promitente-
compradora e o valor restante seria financiado ao tempo da entrega da obra. A
incorporação não seguia o regime de patrimônio de afetação. O contrato previa, ainda,
que Adriana deveria pagar um valor específico como comissão de corretagem, devida
pela intermediação do negócio, e estabelecia pena convencional, determinando a
perda de 80% do montante do preço já quitado por Adriana na hipótese de
inadimplemento absoluto de sua parte. Tais cláusulas foram redigidas com destaque,
e Adriana prestou anuência específica quanto a tais pontos, assinando ao lado das
cláusulas. Passados alguns meses e muito antes da época prevista para a entrega da
obra, após pagar à incorporadora o valor da comissão de corretagem e quitar algumas
parcelas do preço, Adriana ficou desempregada e concluiu que não conseguiria honrar
seu compromisso. Assim, comunicou à incorporadora que desistia da aquisição e
requereu a restituição de todos os valores pagos, nos termos da Lei nº 13.786/2018.
A respeito do caso, é correto afirmar que Adriana faz jus:
(A) apenas à restituição de parte das quantias pagas referentes ao preço, devidamente
atualizadas, das quais perderá o exato percentual previsto na pena convencional,
diante do seu inadimplemento absoluto;
(B) à restituição integral das quantias pagas referentes ao preço, devidamente
atualizadas, mas não deve reaver a comissão de corretagem, já que esta remunerava
um serviço efetivamente prestado;
(C) à restituição integral da comissão de corretagem, na medida em que a finalidade
última da intermediação não foi atingida, mas não deve reaver as quantias pagas
referentes ao preço;
(D) à restituição de parte das quantias pagas referentes ao preço da unidade,
devidamente atualizadas, das quais perderá percentual inferior ao previsto na pena
convencional, mas não deve reaver a comissão de corretagem;
(E) à restituição integral das quantias pagas referentes ao preço, devidamente
atualizadas, bem como deve reaver a integralidade da comissão de corretagem, sendo
totalmente nula a pena convencional estipulada.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “d”
B) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “d”
C) INCORRETA
Vide comentários da alternativa “d”
D) CORRETA.
Lei. 13.786/2018 (a chamada Lei do Distrato):
Art. 67-A . Em caso de desfazimento do contrato celebrado exclusivamente com o
incorporador, mediante distrato ou resolução por inadimplemento absoluto de
obrigação do adquirente, este fará jus à restituição das quantias que houver pago
diretamente ao incorporador, atualizadas com base no índice contratualmente
estabelecido para a correção monetária das parcelas do preço do imóvel, delas
deduzidas, cumulativamente:
I - a integralidade da comissão de corretagem;
(…)”.
E) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “d”.

36. Rodrigo, solteiro, professor de música, mora sozinho em um pequeno


apartamento alugado em Porto Alegre. Ele é proprietário de um único imóvel
residencial – uma casa de vila, atualmente locada a terceiros – e utiliza o valor auferido
com a locação para pagar suas despesas fixas e o aluguel do próprio apartamento em
que habita. Rodrigo tem poucos bens de valor significativo em sua residência: apenas
uma pintura de um artista brasileiro do século passado, que recebeu como herança de
um tio distante, e um piano de cauda importado da Alemanha, que ganhou de seu pai
há muitos anos e que utiliza para dar aulas. Recentemente, Rodrigo passou por
dificuldades financeiras e, tendo contraído empréstimo junto ao banco do qual é
correntista, não dispôs de recursos suficientes para pagar o valor devido à instituição
financeira na data do vencimento do débito.
Caso venha sofrer a execução judicial do débito e o banco requeira a penhora de seus
bens, é correto afirmar que:
(A) a casa de vila é penhorável, porque não é o local de residência de Rodrigo;
(B) a casa de vila não se submete ao regime jurídico dos bens de família, porque
Rodrigo é solteiro e mora sozinho;
(C) a pintura e o piano de cauda pertencentes a Rodrigo são adornos suntuosos e,
portanto, penhoráveis;
(D) o piano de cauda é impenhorável, porque está abrangido pelo regime jurídico dos
bens de família;
(E) a pintura é impenhorável, na medida em que guarnece imóvel que não pertence a
Rodrigo.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA.
É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que
a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família
(Súmula 486/STJ).
B) INCORRETA.
O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. (Súmula 364/STJ).
C) INCORRETA
Vide comentários da alternativa “d”
D) CORRETA.
O valor moral, sentimental e religioso que encoberta o bem deixa transparecer a
impenhorabilidade decorrente de sua situação, ainda que não arrolado expressamente
no rol do art. 649 do CPC.
Neste sentido, veja-se os ensinamentos do ilustre Professor Humberto Theodoro Júnior
(fl. 11):
“(…) Em algumas circunstâncias especiais, a lei exclui também da execução alguns bens
patrimoniais, qualificando-os de impenhoráveis por motivos de ordem moral religiosa,
sentimental, pública, etc. (art, 649)”. (Curso de direito (sic) Processual Civil, 12a ed., Rio
de Janeiro: Forense, 1998, vol. II. p. 105),”
E) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “d”.

37. Diego adquiriu recentemente uma motocicleta zero quilômetro, viabilizada por
meio de financiamento contratado junto à instituição financeira Nosso Banco S/A. Nos
termos do contrato, que foi garantido pela alienação fiduciária do próprio veículo em
favor da instituição credora, o valor financiado, acrescido dos devidos juros, será pago
por Diego em 24 parcelas mensais. Após adimplir pontualmente as cinco primeiras
parcelas, Diego deixou de pagar a sexta parcela na data de vencimento. Diante disso,
a instituição financeira credora ajuizou ação de busca e apreensão do bem alienado
fiduciariamente com pedido liminar, como a autoriza o Decreto-Lei nº 911/1969.
Nesse caso, é correto afirmar que:
(A) a concessão liminar da busca e apreensão do bem independe de qualquer prévia
comunicação ou notificação a Diego, pois a mora, neste caso, é ex re;
(B) a concessão liminar da busca e apreensão do bem não pode ocorrer sem que antes
se oportunize a Diego a purga da sua mora no prazo de quinze dias contados de sua
intimação;
(C) a propriedade sobre o veículo se consolidou no patrimônio do banco no momento
do inadimplemento da sexta parcela do financiamento por Diego;
(D) Diego poderá evitar a consolidação da propriedade do veículo no patrimônio do
banco se pagar o valor em aberto das parcelas vencidas no prazo de trinta dias a contar
da concessão da medida liminar;
(E) executada a medida de busca e apreensão, Diego ainda poderá reaver o bem livre
de ônus se pagar a integralidade da dívida pendente, tal como apresentada na petição
inicial, no prazo de cinco dias a contar da execução da medida.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “e”
B) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “e”
C) INCORRETA
Vide comentários da alternativa “e”
D) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “e”
E) CORRETA.
Artigo 3º, parágrafo 2º, do Decreto-Lei 911/1969:
“Art. 3º O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, na
forma estabelecida pelo § 2o do art. 2o, ou o inadimplemento, requerer contra o
devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será
concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário. (Redação dada
pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 1º Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a
propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário,
cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de
registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do
ônus da propriedade fiduciária. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004)
§ 2º No prazo do § 1o, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida
pendente, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese
na qual o bem lhe será restituído livre do ônus. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004)
(...)”
Nos contratos firmados na vigência da Lei n. 10.931/2004, compete ao devedor, no
prazo de 5 (cinco) dias após a execução da liminar na ação de busca e apreensão, pagar
a integralidade da dívida - entendida esta como os valores apresentados e comprovados
pelo credor na inicial -, sob pena de consolidação da propriedade do bem móvel objeto
de alienação fiduciária (Tema Repetitivo 722).
38. Mãe de duas crianças pequenas e preocupada com a limpeza de sua casa, Lúcia
contratou os serviços especializados da Estofados Zil Ltda. para a aplicação de um
produto impermeabilizante no sofá de sua sala. No momento da contratação, o
representante da fornecedora garantiu que o serviço tornaria o estofado “cem por
cento à prova d’água”. Três semanas após a prestação do serviço, a filha de Lúcia
derrubou acidentalmente um copo cheio de refrigerante sobre o sofá, que
prontamente absorveu o líquido, ficando claro que o estofado não havia adquirido
nem mesmo um nível mínimo de impermeabilidade. Lúcia entrou em contato no
mesmo dia com a fornecedora Estofados Zil Ltda. para relatar o ocorrido.
De acordo com o direito do consumidor brasileiro, é correto afirmar que Lúcia:
(A) pode exigir a reexecução do serviço, arcando apenas com os eventuais custos
operacionais de reexecução;
(B) pode exigir um abatimento do preço pago pelo serviço, mas não tem a alternativa
de exigir a restituição integral do valor;
(C) pode exigir a restituição do preço pago, ainda que a fornecedora se ofereça para
reexecutar o serviço;
(D) não pode cobrar eventuais perdas e danos caso opte por exigir a restituição
integral do preço;
(E) não pode exigir mais nada da fornecedora, pois já decaiu do direito de reclamar
por vícios de fácil constatação.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “c”
B) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “c”
C) CORRETA
O reembolso da quantia paga é concedido ao consumidor e está presente em diversos
momentos no Código, como na responsabilidade por vícios do produto ou do serviço,
nos casos de vício de quantidade de produto, produtos impróprios para consumo e no
direito de arrependimento do consumidor nas transações feitas fora do
estabelecimentos comercial e outras.
Em virtude de cada uma das situações terem seus prazos próprios, seguem elencados
os artigos com destaque dos prazos:
CDC:
“Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes
da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária,
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
(...) II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo
de eventuais perdas e danos;”
D) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “c”
E) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “c”.

39. Apresentada em juízo uma petição inicial, com pedidos de ressarcimento de dano
material e compensação pelos danos morais afirmados pelo autor, o juízo entendeu
que o réu reconhecia a procedência do pedido de ressarcimento do dano material
alegado e, por isso, o julgou procedente. Também determinou a intimação das partes
para que informassem quais provas ainda pretendiam produzir nos autos do processo.
Desejando recorrer deste pronunciamento judicial, que julgou procedente o pedido
de ressarcimento do dano material, deverá o recorrente:
(A) interpor apelação antes do julgamento do pedido de dano moral;
(B) oferecer reclamação, para garantir a autoridade das decisões judiciais;
(C) interpor agravo interno, para que a questão seja encaminhada ao Tribunal de
Justiça;
(D) aguardar o julgamento do pedido de dano moral para oferecer apelação;
(E) interpor agravo de instrumento antes do julgamento do pedido de dano moral.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Conforme disposto no art. 1.009 do CPC/2015, o recurso de apelação
somente é cabível em face de uma sentença. A questão retrata caso de julgamento
antecipado parcial do mérito que é proferido por meio de decisão interlocutória, tendo
em vista o disposto no §1º do art. 203 do CPC/2015 que define que sentença é o
pronunciamento judicial que põe fim a fase cognitiva bem como extingue a execução e
decisão interlocutória são todos os demais pronunciamentos judiciais com carga
decisória. Portanto, como o julgamento antecipado parcial do mérito não põe fim a fase
cognitiva, uma vez que o processo continua para fins de análise dos demais pedidos,
este é realizado por meio de uma decisão interlocutória.
(B) INCORRETA. A questão não retrata nenhuma das hipóteses em que é cabível
reclamação, nos termos do art. 988 do CPC/2015.
(C) INCORRETA. Nos termos do disposto no art. 1.021 do CPC/2015, somente é cabível
o recurso de agravo interno contra decisão proferida por relator, o que não é o caso
retratado na questão, tendo em vista que a decisão foi proferida por um juiz.
(D) INCORRETA. A questão retrata caso de julgamento antecipado parcial do mérito,
que é disciplinado pelo art. 356 do CPC/2015. O §5º do art. 356 do CPC/2015 dispõe que
a decisão que julgar antecipadamente parcialmente o mérito é impugnável por agravo
de instrumento. Desse modo, caso a parte sucumbente não interponha o recurso de
agravo de instrumento contra a decisão que julgou parcialmente o mérito, esta estará
sujeita a preclusão, tendo em vista que apenas as decisões interlocutórias que não
comportarem a seu respeito o recurso de agravo de instrumento é que não estão
sujeitas à preclusão e podem ser alegadas como preliminar no recurso de apelação, nos
termos do disposto no §1º do art. 1.009 do CPC/2015.
(E) CORRETA. A questão retrata caso de julgamento antecipado parcial do mérito, que
é disciplinado pelo art. 356 do CPC/2015. O §5º do art. 356 do CPC/2015 dispõe que a
decisão que julgar antecipadamente parcialmente o mérito é impugnável por agravo de
instrumento. Portanto, a alternativa correta é a letra E por retratar o recurso de agravo
de instrumento como o recurso cabível no caso disposto na questão.

40. No julgamento de uma ação rescisória, o Tribunal de Justiça acolheu, por


unanimidade, o pedido rescindente e desconstituiu a coisa julgada por entender
configurada manifesta violação à norma jurídica. E, no juízo rescisório, por maioria de
votos, foi julgado procedente o pedido.
Nesse cenário, é correto afirmar que:
(A) haverá ampliação do colegiado, com convocação de novos julgadores para nova
sessão de julgamento, quando poderá ocorrer a inversão do resultado inicial;
(B) haverá prosseguimento do feito, devendo os autos serem encaminhados ao órgão
de maior composição previsto no regimento interno;
(C) não incidirá a técnica de complementação de julgamento, uma vez que tal regra só
incide quando houver divergência de votos quanto ao juízo rescindente;
(D) há nulidade processual absoluta, uma vez que a violação à norma jurídica não
enseja hipótese para rescindibilidade do julgamento;
(E) cabe ao interessado apelar da sentença que julgou procedente o pedido formulado
na petição inicial, por maioria de votos.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
A e B) INCORRETA. Conforme disposto no art. 942 do CPC/2015, a técnica de ampliação
do julgamento apenas se aplica em caso de julgamento não unânime. Portanto, não
cabe a aplicação da referida técnica no caso exposto na questão, uma vez que o tribunal
acolheu por unanimidade o pedido de rescisão da decisão transitada em julgado.
C) CORRETA. Conforme disposto no art. 942 do CPC/2015, a técnica de ampliação do
julgamento apenas se aplica em caso de julgamento não unânime. Portanto, não cabe a
aplicação da referida técnica no caso exposto na questão, uma vez que o tribunal
acolheu por unanimidade o pedido de rescisão da decisão transitada em julgado.
D) INCORRETA. Art. 966 CPC/2015 - A decisão de mérito, transitada em julgado, pode
ser rescindida quando: V - violar manifestamente norma jurídica;
E) INCORRETA. Contra a decisão proferida em ação rescisória não cabe apelação, mas
apenas o recurso especial ou extraordinário.
41. Recebendo a petição inicial de uma ação de execução fundada em título
extrajudicial, o executado, depois de validamente citado, promoveu o depósito de
importância em valor inferior àquela pretendida pelo exequente.
Reputando, contudo, o crédito satisfeito em sua integralidade, o juiz extinguiu a
execução.
Para obter a reforma desse provimento junto ao órgão ad quem, deverá o exequente
manejar:
(A) recurso de agravo de instrumento;
(B) recurso de apelação;
(C) recurso de embargos de declaração;
(D) recurso ordinário-constitucional;
(E) mandado de segurança, por se tratar de provimento irrecorrível.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIO COMUM À TODAS AS ALTERNATIVAS – Conforme disposto no art. 1.009
do CPC/2015, o recurso de apelação somente é cabível em face de uma sentença. O §1º
do art. 203 do CPC/2015 define sentença como o pronunciamento judicial que põe fim
a fase cognitiva, bem como extingue a execução. Desse modo, como no caso retratado
na questão o juiz extinguiu a execução, é cabível apenas o recurso de apelação.

42. Juiz proferiu sentença em que condenava o réu, assistido pelo órgão da Defensoria
Pública, a cumprir determinada obrigação contratual, tendo, ainda, ordenado a
suspensão da exigibilidade do pagamento dos honorários de sucumbência, em razão
da gratuidade de justiça deferida ao demandado.
A princípio, o ato decisório foi publicado no órgão oficial do dia 14 de março de 2022,
embora tenha sido promovida a intimação pessoal do defensor público em 16 de maio
de 2022.
Levando-se em conta que o réu interpôs a apelação no dia 15 de junho de 2022, deverá
a serventia certificar:
(A) a intempestividade do recurso, cabendo ao juiz, na sequência, deixar de admiti-lo;
(B) a intempestividade do recurso, impondo-se a remessa dos autos ao órgão ad quem,
após a intimação do autor para ofertar as contrarrazões;
(C) a tempestividade do recurso, impondo-se a remessa imediata dos autos ao órgão
ad quem, sem a intimação do autor para ofertar contrarrazões;
(D) a tempestividade do recurso, impondo-se a remessa dos autos ao órgão ad quem,
após a eventual apresentação pelo autor das contrarrazões;
(E) a falta de preparo do recurso, cabendo ao juiz, na sequência, inadmiti-lo.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
A e B) INCORRETA. Conforme disposto no caput do art. 186 do CPC/2015, a Defensoria
Pública possui prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, que
apenas tem início com a sua intimação pessoal, nos termos do §1º do referido diploma
legal. Portanto, como o recurso de apelação possui o prazo de 15 dias (art. 1.003, §5º,
CPC/2015), o recurso interposto pelo réu patrocinado pela Defensoria Pública é
tempestivo, tendo em vista que a contagem apenas se iniciou a partir da intimação
pessoal do Defensor Público e, além disso, o prazo é de 30 dias.
C) INCORRETA. Conforme disposto no caput do art. 186 do CPC/2015, a Defensoria
Pública possui prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, que
apenas tem início com a sua intimação pessoal, nos termos do §1º do referido diploma
legal. Portanto, como o recurso de apelação possui o prazo de 15 dias (art. 1.003, §5º,
CPC/2015), o recurso interposto pelo réu patrocinado pela Defensoria Pública é
tempestivo, tendo em vista que a contagem apenas se iniciou a partir da intimação
pessoal do Defensor Público e, além disso, o prazo é de 30 dias. Contudo, a remessa para
o órgão ad quem apenas é realizada após a intimação do apelado para apresentar
contrarrazões, nos termos do §1º do art. 1.010 do CPC/2015.
D) CORRETA. Conforme disposto no caput do art. 186 do CPC/2015, a Defensoria Pública
possui prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, que apenas tem
início com a sua intimação pessoal, nos termos do §1º do referido diploma legal.
Portanto, como o recurso de apelação possui o prazo de 15 dias (art. 1.003, §5º,
CPC/2015), o recurso interposto pelo réu patrocinado pela Defensoria Pública é
tempestivo, tendo em vista que a contagem apenas se iniciou a partir da intimação
pessoal do Defensor Público e, além disso, o prazo é de 30 dias. Contudo, a remessa para
o órgão ad quem apenas é realizada após a intimação do apelado para apresentar
contrarrazões, nos termos do §1º do art. 1.010 do CPC/2015.
E) INCORRETA. Conforme disposto no art. 98, inciso VIII, do CPC/2015, o deferimento
da gratuidade de justiça abrange o preparo recursal.

43. Tendo sido citado em ação de cobrança de obrigação contratual ajuizada por um
dos dois credores solidários, o réu, sem apresentar contestação, ofertou reconvenção
em face do autor e, também, do outro credor, pedindo a declaração judicial da
prescrição do crédito que lhe é cobrado na ação original.
Nesse cenário, deve o juiz da causa:
(A) deixar de conhecer da reconvenção, em razão da ausência de peça contestatória;
(B) deixar de conhecer da reconvenção, já que esta importou em um litisconsórcio
inexistente na ação original;
(C) deixar de conhecer da reconvenção, em razão da ausência de interesse de agir;
(D) admitir a reconvenção, determinando a citação de ambos os reconvindos, por
oficial de justiça, para apresentarem resposta;
(E) admitir a reconvenção, determinando, apenas, a intimação do autor-reconvindo,
por seu advogado, para apresentar resposta.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA. Art. 343, § 6º, CPC/2015 - O réu pode propor reconvenção
independentemente de oferecer contestação.
B) INCORRETA. Art. 343, § 3º, CPC/2015 - A reconvenção pode ser proposta contra o
autor e terceiro.
C) CORRETA. A prescrição é matéria de defesa, devendo, portanto, ser alegada em sede
de contestação, nos termos do disposto no art. 336 do CPC/2015 que trata do princípio
da eventualidade. Portanto, no caso retratado na questão o juiz deve deixar de conhecer
a reconvenção, tendo em vista que a alegação de prescrição não se trata de pretensão
própria conexa a ação principal, mas de matéria de defesa.
D) INCORRETA. A prescrição é matéria de defesa, devendo, portanto, ser alegada em
sede de contestação, nos termos do disposto no art. 336 do CPC/2015 que trata do
princípio da eventualidade. Portanto, no caso retratado na questão o juiz deve deixar de
conhecer a reconvenção, tendo em vista que a alegação de prescrição não se trata de
pretensão própria conexa a ação principal, mas de matéria de defesa.
E) INCORRETA. A prescrição é matéria de defesa, devendo, portanto, ser alegada em
sede de contestação, nos termos do disposto no art. 336 do CPC/2015 que trata do
princípio da eventualidade. Portanto, no caso retratado na questão o juiz deve deixar de
conhecer a reconvenção, tendo em vista que a alegação de prescrição não se trata de
pretensão própria conexa a ação principal, mas de matéria de defesa.

44. Após ser citado em uma ação de execução, com base em um título executivo
extrajudicial, o executado oferece embargos à execução, alegando a inexigibilidade da
obrigação, uma vez que a dívida ainda não está vencida.
Nesse sentido, é correto afirmar que:
(A) a concessão de efeito suspensivo aos embargos impede a eventual penhora dos
bens;
(B) o oferecimento dos embargos não impede ao devedor que, dentro do prazo deste,
reconheça o débito e deposite 30% do valor e pague o restante em até seis parcelas
mensais;
(C) será contado em dobro o prazo para o oferecimento dos embargos, caso haja
litisconsórcio com diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, e
não sejam os autos eletrônicos;
(D) os embargos só terão efeito suspensivo se presentes os requisitos para a concessão
da tutela provisória e desde que garantido o juízo por penhora, depósito ou caução
suficientes;
(E) os embargos devem ser conhecidos como impugnação, uma vez que a hipótese
narrada admite a fungibilidade e não se trata de erro grosseiro ou má-fé do executado.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA. Art. 919, § 5º, CPC/2015 - A concessão de efeito suspensivo não
impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e
de avaliação dos bens.
B) INCORRETA. Conforme disposto no art. 916 do CPC/2015, a moratória legal somente
é aceitável quando o executado reconhecer a existência do crédito, não sendo cabível,
portanto, a interposição dos embargos à execução.
Art. 916 CPC/2015 - No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e
comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas
e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar
o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros
de um por cento ao mês.
C) INCORRETA. Art. 915, § 3º, CPC/2015 - Em relação ao prazo para oferecimento dos
embargos à execução, não se aplica o disposto no art. 229.
D) CORRETA. Art. 919, § 1º, CPC/2015 - O juiz poderá, a requerimento do embargante,
atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a
concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por
penhora, depósito ou caução suficientes.
E) INCORRETA. A defesa típica em sede de execução de título extrajudicial é os
embargos à execução, que possuem, segundo a doutrina majoritária, natureza jurídica
de ação, diferente da impugnação que se trata da defesa utilizada no cumprimento de
sentença e possui natureza jurídica de incidente processual. Desse modo, configura erro
grosseiro a apresentação pelo executado de impugnação em execução de título jurídico
extrajudicial.

45. Joana intentou ação visando à invalidação de um contrato de mútuo que havia
celebrado, sob a alegação de que não tinha discernimento para a prática dos atos da
vida civil.
Finda a instrução probatória, o juiz da causa, concluindo que a incapacidade civil da
autora não havia ficado comprovada, julgou improcedente o pedido em sentença que,
à míngua de interposição de recurso de apelação, transitou em julgado.
Seis meses depois, Joana ajuizou nova demanda em face do mesmo réu, em que
pleiteou a invalidação do mesmo contrato de mútuo, estribando-se, já então, no
argumento de que fora vítima de dolo por parte do outro contratante.
Regularmente citado, o réu, sem prejuízo de suas teses defensivas de mérito, suscitou
em sua contestação, preliminarmente, a coisa julgada formada no primeiro feito.
Nesse cenário, o juiz da nova causa, depois de ofertada a réplica autoral, deverá:
(A) acolher a preliminar suscitada, extinguindo o feito sem resolução do mérito;
(B) acolher a preliminar suscitada, extinguindo o feito com resolução do mérito;
(C) rejeitar a preliminar suscitada, determinando o prosseguimento do feito, rumo à
instrução probatória;
(D) rejeitar a preliminar suscitada, mas extinguir o feito sem resolução do mérito, em
razão da falta de interesse de agir;
(E) rejeitar a preliminar suscitada, mas extinguir o feito sem resolução do mérito, em
razão da falta de pressuposto processual de validade.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
Conforme a doutrina pátria, a coisa julgada material torna indiscutível a norma jurídica
individualizada constituída para a solução do caso concreto. Portanto, não há que se
falar em coisa julgada no caso retratado na questão, tendo em vista que a causa de pedir
do primeiro processo é diferente da apresentada no segundo processos ajuizado por
Joana. Desse modo, o juiz deve rejeitar a preliminar da coisa julgada e dar
prosseguimento ao feito.

46. Seguindo a classificação segundo as formas de comportamento, o delito de


desacato (Art. 331 do Código Penal) constitui espécie de crime:
(A) habitual;
(B) omissivo próprio;
(C) omissivo impróprio;
(D) comissivo unissubsistente;
(E) comissivo plurissubsistente.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIO
Desacato - Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão
dela: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
A) Incorreta. A habitualidade consiste, em matéria penal, na prática de um só crime mediante
a reiteração da conduta delitiva. A prática de uma só consulta, de forma isolada, não configura
o crime.
B) Incorreta. O tipo penal descreve uma omissão de modo que para identificá-los, basta
a leitura da norma. Há violação do dever genérico de agir, desta feita, o sujeito ativo da
omissão pode ser qualquer pessoa. São crimes unissubsistentes, ou seja, a conduta é
composta de um único ato e, por isso, são crimes que não admitem a forma tentada.
C) Incorreta. São crimes comissivos (que descrevem uma ação) praticados por meio de
uma inatividade. É o que se dá nas hipóteses em que está presente o dever jurídico de
agir (dever específico) para evitar o resultado (art. 13, § 2º, do CP). Portanto, o sujeito
ativo da omissão imprópria somente são as pessoas elencadas nos incisos I a III, do § 2º,
art. 13 do Código Penal. São crimes próprios, materiais e que admitem a tentativa.
D) Correta. – No crime comissivo, a conduta configura-se com uma ação do agente. A
conduta positiva viola norma penal proibitiva. O crime unissubsistente pode ser
praticado mediante um só ato executório, capaz de produzir a consumação.
E) Incorreta. - A conduta configura-se com uma ação do agente (ex.: roubo). A conduta
positiva viola norma penal proibitiva. No crime plurissubsistente a conduta exige a
prática de diversos atos executórios, sendo possível a tentativa, já que a conduta pode
ser fracionada.

47. Durante a realização de ato ecumênico, no domingo de Páscoa, em praça pública,


Hermano, pastor de determinada congregação religiosa, ao receber a oportunidade
de discursar, ofendeu líderes e seguidores de outras crenças religiosas diversas da sua,
afirmando expressamente que seriam “religiões assassinas”, tendo “líderes
assassinos”, especializados em pilantragem, estupros espirituais e que levavam seus
seguidores a caminhos de podridão. Finalizou que todas as religiões mencionadas
eram destinadas à adoração do diabo.
Diante desse cenário, é correto afirmar que Hermano:
(A) praticou o crime de injúria;
(B) não praticou conduta típica, pois a condenação ideológica de outras crenças é
inerente à prática religiosa;
(C) praticou o crime de calúnia;
(D) não praticou conduta típica, pois o líder religioso atuou sob a imunidade
decorrente da liberdade de expressão;
(E) praticou o crime de racismo.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIO
A) Incorreta. Tem-se o crime de injúria qualificada quando a intenção do agente é ferir
a honra alheia, ofendendo uma ou mais vítimas específicas.
B) Incorreta. Praticou o delito de racismo.
C) Incorreta. Tem-se o crime de calúnia quando o agente imputa a outrem falsamente
fato definido como crime.
D) Incorreta. Praticou o delito de racismo.
E) Correta. Tem-se o crime de racismo, quando o sujeito manifesta discriminação
generalizada, contra todos de determinada cor, etnia etc., atingindo um número
indeterminado de pessoas. Trata-se do crime definido na Lei 7.716/1989.

48. Dentro dos critérios de solução do conflito aparente de normas, é correto afirmar
que o princípio da:
(A) subsidiariedade é presidido por mera análise lógica respeitante aos elementos
constitutivos dos tipos penais decorrentes;
(B) subsidiariedade estabelece que a incidência da norma principal, que tem uma
sanção mais grave, afasta a incidência da norma subsidiária;
(C) subsidiariedade é presidido por mera análise lógica referente a em que medida
haveria uma relação de gênero e espécie essencialmente formal;
(D) especialidade tem uma estrutura lógica de interferência, exigindo um juízo de valor
do fato em relação às normas;
(E) especialidade tem uma estrutura lógica de interferência, não de subordinação,
exigindo uma verificação em concreto.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIO
Recomendamos a leitura do STJ - REsp: 1969738/SP-2022.
A) Incorreta. Subsunção como definição jurídica, configura-se quando o caso concreto
se enquadra à norma legal em abstrato. É a adequação de uma conduta ou fato concreto
(norma-fato) à norma jurídica (norma-tipo). Para Bitencourt, na especialidade há uma
analise lógica respeitante aos elementos constitutivos dos tipos penais concorrentes,
isto é, em que medida haveria uma relação de gênero e espécie essencialmente formal.
B) Correta. Subsidiariedade significa que a norma principal deve ser aplicada em
detrimento da subsidiária (lex primaria derogat subsidiariae). Norma subsidiária é a que
está prevista, inserida em outra. Tem-se um tipo acessório e outro principal.
C) Incorreta. Especialidade significa que a norma especial tem preferência em relação à
norma geral (lex specialis derogat legi generali). É especial a norma que possui
determinada particularidade objetiva ou subjetiva. Contém todos os requisitos da geral,
além de elementos especializantes. Para Bitencourt, na especialidade há uma analise
lógica respeitante aos elementos constitutivos dos tipos penais concorrentes, isto é, em
que medida haveria uma relação de gênero e espécie essencialmente formal.
D) Incorreta. Para Bitencourt, o princípio da subsidiariedade estabelece que a incidência
da norma principal, que tem uma sanção mais grave, afasta a incidência da norma
subsidiária. Sendo certo que uma norma exclui a outra não porque comandada por
rígido cânone de lógica, mas porque a aplicação de todas as normas concorrentes se
chocaria contra as necessidades práticas de valoração do fato e viriam a contrastar com
as mais elementares exigências de justiça.
E) Incorreta. Para Bitencourt, o princípio da subsidiariedade possui uma estrutura lógica
de interferência, não de subordinação, exigindo uma verificação in concreto, isto é, um
"juízo de valor do fato em relação a elas" (normas).

49. Sobre a distinção entre inidoneidade absoluta e inidoneidade relativa, é correto


afirmar que no(a):
(A) crime impossível, a inidoneidade pode ser constatada a posteriori;
(B) inidoneidade absoluta, a consumação ocorreria se o comportamento seguisse sem
percalços alheios à vontade;
(C) inidoneidade absoluta, uma situação apriorística elimina a possibilidade de
consumação do delito;
(D) tentativa relativamente inidônea, circunstâncias anteriores impedem a
consumação do delito;
(E) crime impossível, situações posteriores tornam inviável a realização integral do
tipo.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIO
A) Incorreta. A idoneidade deve ser identificada no momento da ação ou omissão
delituosa.
B) Incorreta. No crime impossível, havendo idoneidade absoluta, de forma alguma o
agente conseguiria chegar à consumação, motivo pelo qual a lei deixa de responsabilizá-
lo pelos atos praticados.
C) Correta. No crime impossível a ação representa atos que, se fossem idôneos os meios
ou próprios os objetos, seriam princípio de execução de um crime. Na ineficácia absoluta
do meio O meio é inadequado, inidôneo, ineficaz para que o sujeito possa obter o
resultado pretendido. Esse meio pode ser absolutamente ineficaz por força do próprio
agente ou por elementos estranhos a ele. Na absoluta impropriedade do objeto material
do crime, que não existe ou, nas circunstâncias em que se encontra, torna impossível a
consumação.
D) Incorreta. Não exclui a existência da tentativa a utilização de meio relativamente
inidôneo, quando há um perigo, ainda que mínimo, para o bem jurídico que o agente
pretende atingir. A inidoneidade do meio empregado deve ser perquirida em cada caso
concreto.
E) Incorreta. A ineficácia absoluta do meio e a impropriedade absoluta do objeto devem
ser analisadas depois da prática da conduta com a qual se deseja consumar o crime.
Uma vez realizada a conduta, e só então, deve ser diferenciada a situação em que tal
conduta caracteriza tentativa punível ou crime impossível. A regra não pode ser
estabelecida em abstrato, previamente, e sim no caso concreto, após a realização da
conduta.

50. Em relação à denominada autolavagem, é correto afirmar que:


(A) a tipificação da lavagem de dinheiro independe da existência de infração
antecedente;
(B) a tipificação da lavagem de dinheiro depende da existência de imputação penal
antecedente;
(C) a autolavagem independe da demonstração de atos diversos e autônomos do
crime antecedente;
(D) a autolavagem não é possível no sistema brasileiro, em razão do fenômeno da
consunção;
(E) a ocultação ou dissimulação do proveito do crime pelo próprio autor não é
alcançada pela consunção.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIO
A) Incorreta. O crime de lavagem de capitais é acessório e somente restará caracterizado
se houver a demonstração de uma infração penal antecedente. A mera existência de
indícios da prática da infração penal antecedente autoriza a instauração de ação penal
para apurar a ocorrência do delito de lavagem de dinheiro, não sendo necessária a
prévia punição dos autores do ilícito antecedente.
B) Incorreta. Não é preciso condenação pela infração penal antecedente para que o
agente possa ser processado pelo crime de lavagem.
C) Incorreta. A lavagem de dinheiro pressupõe a ocorrência de delito anterior, sendo próprio
do delito que esteja consubstanciado em atos que garantam ou levem ao proveito do resultado
do crime anterior, mas recebam punição autônoma. Conforme a opção do legislador brasileiro,
pode o autor do crime antecedente responder por lavagem de dinheiro, dada à diversidade dos
bens jurídicos atingidos e à autonomia deste delito. (STJ: REsp 1.234.097/PR)
D) Incorreta. Para uma corrente minoritária, a autolavagem não é punível, pois
configuraria bis in idem, tratando-se de mero desdobramento da infração antecedente.
Entretanto, para a corrente majoritária, a autolavagem é plenamente punível.
E) Correta. STJ – Jurisprudência em Tese – Edição 166: 6) O crime de lavagem ou
ocultação de bens, direitos e valores, tipificado no art. 1º da Lei n. 9.613/1998, constitui
crime autônomo em relação às infrações penais antecedentes.

51. Majoritariamente a doutrina salienta que são duas as espécies de culpa:


inconsciente e consciente.
Sobre o tema, é correto afirmar que na culpa:
(A) inconsciente, o agente considera possível a realização do resultado típico, porém
confia que isso não sucederá;
(B) inconsciente, faz parte da representação do agente a violação do dever de cuidado
e do resultado lesivo;
(C) consciente, faz parte da representação do agente apenas a violação do dever de
cuidado;
(D) consciente, a censura penal deve ser menor quando considerada a mesma violação
do risco proibido;
(E) consciente, o agente sabe do risco de seu comportamento, mas acredita que não
acontecerá o resultado.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIO
A) Incorreta. Culpa inconsciente, sem previsão ou ex ignorantia – o agente não prevê o
resultado, que, entretanto, era previsível. Neste caso, qualquer outra pessoa, nas
mesmas circunstâncias, poderia prever a ocorrência daquele resultado.
B) Incorreta. No dolo eventual, o agente prevê o resultado, mas não se importa que ele
venha a acontecer. O agente assume o risco do resultado, que lhe é indiferente.
C) Incorreta. Culpa consciente, com previsão ou ex lascivia – o agente prevê o resultado
(há efetiva previsão e não mera previsibilidade), mas espera, sinceramente, que ele não
ocorra, pois supõe, poder evitá-lo, utilizando das suas habilidades ou contando com sua
sorte. Na culpa consciente mais do que previsibilidade existe previsão.
D) Incorreta. Se pune a violação ao dever de cuidado, e não precisamente o resultado
que a conduta ocasionou. Não existem no contexto do direito penal, pouco importando
se a culpa é levíssima, leve ou grave. Desde que seja suficiente para caracterizar a
imprudência, a negligência ou a imperícia do agente, há punição. Os graus só interessam
para a individualização da pena e para excluir do campo da culpa os casos em que a
imprudência ou negligência sejam insignificantes e não possam ser considerados
requisitos para a concretização do tipo penal.
E) Correta. O agente sabe do risco de seu comportamento, mas acredita que não
acontecerá o resultado.

52. Considerando as alterações promovidas pela Lei nº 13.654/2018, é correto afirmar


que:
(A) o emprego de arma de fogo, nos delitos de roubo, em momento algum deixou de
configurar majorante, sendo apenas deslocada e prevendo fração menos severa de
aumento;
(B) a alteração legislativa deixou de considerar o emprego de arma de fogo, nos delitos
de roubo, como majorante, passando a adotá-lo como qualificadora;
(C) o emprego de arma de fogo, nos delitos de roubo, em momento algum deixou de
configurar majorante, sendo apenas deslocada e prevendo fração mais severa de
aumento;
(D) a alteração legislativa deixou de considerar o emprego de arma de fogo, nos delitos
de roubo, como majorante, passando a adotá-lo como circunstância agravante;
(E) o emprego de arma de fogo, nos delitos de roubo, em momento algum deixou de
configurar majorante, sendo apenas deslocada e sem qualquer alteração em relação
ao quantum.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIO
A) Incorreta. O emprego de arma de fogo, nos delitos de roubo, em momento algum
deixou de configurar majorante, sendo apenas deslocada e prevendo fração MAIS
severa de aumento.
B) Incorreta. A alteração legislativa manteve o emprego de arma de fogo como
majorante, sendo apenas deslocada e prevendo fração MAIS severa de aumento.
C) Correta. O emprego de arma de fogo, nos delitos de roubo, em momento algum
deixou de configurar majorante, sendo apenas deslocada e prevendo fração mais severa
de aumento.
D) Incorreta. A alteração legislativa manteve o emprego de arma de fogo como
majorante, sendo apenas deslocada e prevendo fração MAIS severa de aumento.
E) Incorreta. A alteração legislativa manteve o emprego de arma de fogo como
majorante, sendo apenas deslocada e prevendo fração MAIS severa de aumento, que
era de um terço até metade e hoje é de 2/3 (dois terços).

53. Nas condutas tipificadas pela Lei nº 11.343/2006, o agente, primário e de bons
antecedentes, que atua como “mula”, com transporte pontual de entorpecente, caso
comprovadas autoria e materialidade, deverá ser condenado por:
(A) tráfico de drogas privilegiado;
(B) tráfico de drogas;
(C) tráfico de drogas privilegiado e associação para o tráfico;
(D) tráfico de drogas e associação para o tráfico;
(E) associação para o tráfico.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
Recomendamos a leitura do TJDFT - Acórdão 1122399.
A) Correta. É possível a aplicação do privilégio em virtude da primariedade do acusado
e da ausência de indícios de dedicação deste a atividades criminosas.
B) Incorreta. É possível a aplicação do privilégio em virtude da primariedade do acusado
e da ausência de indícios de dedicação deste a atividades criminosas.
C) Incorreta. A atuação como “mula” não implica, necessariamente, o envolvimento do
acusado na prática delitiva ou a participação dele em organização criminosa ou
associação para o tráfico.
D) Incorreta. A atuação como “mula” não implica, necessariamente, o envolvimento do
acusado na prática delitiva ou a participação dele em organização criminosa ou
associação para o tráfico.
E) Incorreta. A atuação como “mula” não implica, necessariamente, o envolvimento do
acusado na prática delitiva ou a participação dele em organização criminosa ou
associação para o tráfico.

54. A contagem dos prazos referentes ao recurso extraordinário, no processo penal,


se dá:
(A) de forma contínua;
(B) apenas em dias úteis;
(C) desconsiderando feriados;
(D) desconsiderando finais de semana;
(E) desconsiderando feriados e finais de semana.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(...) Nos termos do art. 26 da Lei 8.038/1990, o recurso extraordinário, em matéria
penal, deveria ser interposto no prazo de quinze dias contados da data de publicação do
acórdão recorrido. Ocorre que o Novo Código de Processo Civil revogou expressamente
o art. 26 da Lei 8.038/1990 (art. 1.072 do CPC/2015), dessa forma, o prazo para a
interposição do recurso extraordinário penal, foi mantido em 15 (quinze) dias,
consoante a regra geral do art. 1.003, § 5º, do CPC/2015. Noutro giro, é certo que as
regras do processo civil somente se aplicam aos processos penais quando inexistente
regra processual penal expressa regulando a matéria (art. 3º do CPP). Assim, inaplicável,
ao caso em apreço, o disposto no art. 219, caput, do CPC/2015, que determina a
contagem do prazo recursal em dias úteis, porquanto, o prazo para a interposição do
recurso extraordinário em matéria penal é regido expressamente pelo art. 798
do Código de Processo Penal, o qual dispõe: "Art. 798. Todos os prazos correrão em
cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo
ou dia feriado." Nesse contexto, havendo regra expressa na lei processual penal
acerca da contagem dos prazos processuais, o prazo de 15 dias previsto no art. 1.003,
§ 5º, do CPC/2015, aplicado subsidiariamente no caso de recurso extraordinário em
matéria penal, será contado de forma contínua. Nesse sentido: "(...) (ARE 1.009.351-
AgR/SE, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 23-03-2017 –)".
[ARE 1.045.980, rel. min. Rosa Weber, dec. monocrática, j. 31-5-2017, DJE 90 de 2-6-
2017.]

55. Em relação à validade dos dados de procedimento fiscalizatório da Receita Federal


para apuração do débito tributário, é correto afirmar que:
(A) o Ministério Público pode requisitar diretamente os dados, desde que para fins
criminais;
(B) a Receita Federal pode compartilhar os dados sem prévia autorização judicial;
(C) o Ministério Público pode requisitar os dados sem prévia autorização judicial;
(D) a Receita Federal pode compartilhar os dados desde que precedido de autorização
judicial;
(E) os Relatórios de Inteligência Financeira não podem ser utilizados em investigações
criminais.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
STF, RE 1.055.941, Rel. Min. Dias Toffoli, Plenário, j. 04.12.2019: É constitucional o
compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da UIF e da íntegra do
procedimento fiscalizatório da Receita Federal do Brasil – em que se define o
lançamento do tributo – com os órgãos de persecução penal para fins criminais sem
prévia autorização judicial, devendo ser resguardado o sigilo das informações em
procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior controle jurisdicional. O
compartilhamento pela UIF e pela RFB referido no item anterior deve ser feito
unicamente por meio de comunicações formais, com garantia de sigilo, certificação do
destinatário e estabelecimento de instrumentos efetivos de apuração e correção de
eventuais desvios.

56. Determinado casal de namorados realiza o grande sonho de uma viagem


internacional para a Flórida, destino em que deliberam pela visita dos parques de
diversões. No entanto, se inicia acalorada discussão sobre qual grupo detém os
melhores parques, o que ocasiona uma ruptura da relação e o retorno da mulher ao
Brasil. Ao chegar a sua cidade natal, Niterói/RJ, e acessar suas redes sociais, constata
diversas manifestações do seu ex-namorado, nos grupos de Facebook que ambos
subscrevem, com várias ameaças direcionadas a ela, com ênfase na ideia de que, por
ser sua mulher, deveria concordar com seus gostos e preferências, e, caso insistisse
em manter a preferência pelo parque rival, ela sofreria retaliação, consistente na
depredação de qualquer item pessoal que ostentasse qualquer símbolo alusivo aos
parques ou personagens concorrentes. O homem permaneceu nos Estados Unidos da
América, afirmando, ainda, que aguardava o imediato retorno da mulher.
Diante desse cenário, é correto afirmar que a competência para o processo e
julgamento do delito praticado é da:
(A) Justiça do Distrito Federal e dos Territórios;
(B) Justiça Estadual no Rio de Janeiro;
(C) Justiça Federal do Distrito Federal;
(D) Justiça Federal em Niterói;
(E) Justiça Federal no Rio de Janeiro.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
Em caso de ameaça proferida contra a mulher por meio de redes sociais (ex: Facebook)
ou por aplicativos como o WhatsApp, o juízo competente para deferir as medidas
protetivas é aquele onde a vítima tomou conhecimento das intimidações, por ser este o
local de consumação do crime previsto pelo art. 147 do Código Penal. O art. 147 do CP
é crime formal, de modo que se consuma no momento em que a vítima toma
conhecimento da ameaça. Segundo o art. 70, primeira parte, do CPP, "a competência
será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração". (STJ - CC:
156284 PR 2018/0008775-5, Relator: Ministro RIBEIRO DANTAS, Data de Julgamento:
28/02/2018, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 06/03/2018)

57. De acordo com o Código de Processo Penal, para o bloqueio de ativos financeiros
de sociedades empresárias, é necessária a existência de:
(A) juízo de certeza;
(B) juízo além de qualquer dúvida razoável;
(C) indícios mínimos;
(D) indícios suficientes;
(E) indícios veementes.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(...) 6. Esta Corte Superior registra precedentes segundo o quais, para o bloqueio de
ativos financeiros de sociedades empresárias é necessário a existência de indícios
veementes de que tenha sido usada na conduta criminosa. (...)
(STJ. RMS 61.084/RJ, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO
DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 14/09/2021, DJe 03/11/2021).

58. No que toca aos fundamentos da prisão preventiva, é correto afirmar que se
justifica a decretação de prisão:
(A) quando da existência, por si só, de condições pessoais desfavoráveis;
(B) de maneira automática após o descumprimento de medida cautelar alternativa;
(C) de membros de grupo criminoso como forma de interromper suas atividades;
(D) pela repercussão social do delito, quando sopesada a sua gravidade em abstrato;
(E) quando o réu deixa de comparecer a ato de instrução probatória.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(...) 4. A jurisprudência desta Corte de Justiça é firme em assinalar que “se justifica a
decretação da prisão de membros de organização criminosa, como forma de
interromper as atividades do grupo” (RHC n. 70.101/MS, Rel. Ministro Reynaldo Soares
da Fonseca, 5ª T., DJe 5/10/2016). (...) (EDcl no RHC 133.500/CE, Rel. Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 06/10/2020, DJe 16/10/2020).

59. Quando determinada a realização de exame criminológico, deve ser considerado


como data-base para progressão de regime o momento:
(A) do preenchimento do requisito objetivo, se já superado o lapso temporal;
(B) em que o Juízo das Execuções deferiu o benefício, após implementação do último
pressuposto pendente;
(C) em que o reeducando foi inserido no atual regime, se já superado o lapso temporal;
(D) da realização do requerimento de progressão, se já superado o lapso temporal;
(E) da realização do exame favorável.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(...) Tem prevalecido, todavia, nesta Corte Superior, o entendimento segundo o qual a
fixação da data-base para a concessão de nova progressão de regime é o dia em que o
último requisito (objetivo ou subjetivo) do art. 112 da Lei n. 7.210/1984 estiver
preenchido. Em razão da determinação de realização de exame criminológico, reputa-
se preenchido o requisito subjetivo no momento em que houve parecer técnico
favorável, sendo essa a data-base a ser considerada para nova progressão, não
obstante o requisito objetivo haver sido preenchido em momento anterior. (HC
670.866/SP, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF
1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 26/10/2021, DJe 05/11/2021).

60. Hermes foi denunciado pelo delito de falsidade ideológica eleitoral (Art. 350 do
Código Eleitoral), corrupção passiva (Art. 317 do Código Penal) e lavagem de dinheiro
(Art. 1º da Lei nº 9.613/1998), pois, na qualidade de servidor público, recebeu propina
de uma empresa para deixar de atuar na sua atividade-fim, ocultando, na sequência,
esse valor, por meio da simulação de uma atividade lícita. Tendo se candidatado a
cargo eletivo, falseou sua declaração de bens eleitorais, para manter a ocultação dos
valores indevidamente auferidos. A Justiça Eleitoral absolveu Hermes das imputações,
entendendo que não havia qualquer ilícito eleitoral. Ato seguinte, Hermes foi
denunciado pelo Ministério Público estadual, pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, repetindo o articulado na denúncia oferecida anteriormente na
Justiça Eleitoral.
A nova imputação deve ser:
(A) recebida, pois, ao absolver o réu do delito eleitoral, a Justiça Especializada deixou
de ter competência;
(B) recebida, pois houve alteração substancial na imputação, com a exclusão do
contexto delitivo-eleitoral;
(C) recebida, pois os delitos comuns não são acobertados pela coisa julgada da Justiça
Eleitoral;
(D) rejeitada, com base no princípio da vedação à dupla incriminação, limite derivado
da coisa julgada;
(E) não recebida, pela ausência de possibilidade jurídica do pedido.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
O ajuizamento de duas ações penais referentes aos mesmos fatos, uma na Justiça
Comum Estadual e outra na Justiça Eleitoral, viola a garantia contra a dupla
incriminação.
STJ. 5ª Turma. REsp 1.847.488-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/04/2021 (Info
719).

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