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Material: Prova comentada TJDFT | Analista Judiciário – Área judiciária
01. “Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo menos do que com a
vida. Apenas um livro me ensinou muito: o dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas
também adoro a estrada, um dicionário muito mais maravilhoso.” Depreende-se
desse pensamento que seu autor:
(A) nada aprende com os livros, com exceção do dicionário;
(B) deve tudo que conhece ao dicionário;
(C) adquire conhecimentos com as viagens que realiza;
(D) conhece o mundo por meio da experiência de vida;
(E) constatou que os dicionários registram o melhor da vida.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O texto não permite inferir que o autor nada aprendeu com os livros.
(B) INCORRETA. A alternativa extrapola o que se pode depreender do texto.
(C) INCORRETA. A alternativa reduz o que se pode depreender do texto, pois o texto vai
além do que se lê na alternativa. É preciso entender também que “estrada”, aqui, é uma
metáfora de “vida”. Assim, o texto não permite inferir que o autor realiza viagens.
(D) CORRETA. Observe que o autor deixa entrever que o conhecimento de mundo dele
advém, sobretudo, de experiências da vida, o que ele chama de “estrada”.
(E) INCORRETA. Em nenhum momento, o texto permite inferir que o melhor da vida foi
constatado pelos dicionários.
02. “E da minha fidelidade não se deveria duvidar; pois, tendo-a sempre observado,
não devo aprender a rompê-la agora; e quem foi fiel e bom por quarenta e três anos,
como eu, não deve poder mudar de natureza: da minha fidelidade e da minha bondade
é testemunha a minha pobreza.”
Nesse pensamento, o autor utiliza os adjetivos “fiel e bom” e, em seguida, os
substantivos correspondentes “fidelidade” e “bondade”.
A opção abaixo em que os dois adjetivos citados mostram substantivos adequados é:
(A) sensato e esperto / sensatez e espertez;
(B) claro e escuro / clareza e escureza;
(C) alto e gordo / altura e magrura;
(D) fundo e profundo / fundeza e profundeza;
(E) liso e áspero / lisibilidade e asperidade.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. As formas corretas são “sensatez” e “esperteza”.
(B) CORRETA. Formas corretas: “clareza” e “escureza” (escureza é o mesmo que
escuridão).
(C) INCORRETA. As formas corretas são “altura” e “magreza”.
(D) INCORRETA. As formas corretas são “fundura” e “profundeza”.
(E) INCORRETA. As formas corretas são “lisura” e “aspereza” (mas vale ressaltar que
“asperidade” também pode ser usado com sentido de “aspereza”).
03. “Não há nada que demonstre tão bem a grandeza e a potência da inteligência
humana, nem a superioridade e a nobreza do homem, como o fato de ele poder
conhecer, compreender por completo e sentir fortemente a sua pequenez.”
Os termos desse pensamento mostram paralelismo perfeito nos seguintes segmentos:
(A) “Não há nada” / “como o fato”;
(B) “que demonstre” / “de ele poder conhecer”;
(C) “a grandeza e a potência da inteligência humana” / “a superioridade e a nobreza
do homem”;
(D) “poder conhecer” / “compreender por completo”;
(E) “como o fato de ele poder conhecer” / “compreender por completo e sentir
fortemente”.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Aqui, tem-se apenas uma relação de exemplificação.
(B) INCORRETA. Esses termos não constituem paralelismo.
(C) CORRETA. O paralelismo diz respeito à manutenção da mesma estrutura. Está
relacionado a estruturas simétricas, em que há correspondências gramaticais e/ou
semânticas similares. O paralelismo pode ser sintático (quando diz respeito a estruturas
gramáticas idênticas) ou semântico (quando se aplica a ideias em simetria). No item C,
ocorrem estruturas paralelísticas perfeitas por meio de uma relação de adição.
(D) INCORRETA. Os termos não constituem paralelismo perfeito. O primeiro traz uma
locução verbal precedida de preposição (de) e de pronome pessoal (ele); o segundo
apresenta um verbo no infinitivo seguido de termo preposicionado (por completo).
(E) INCORRETA. Os trechos apresentados na alternativa não constituem paralelismo
perfeito. Observe que os trechos (1) “Como o fato de ele poder conhecer”,
“compreender por completo” / (3) e “sentir fortemente” não são estruturas simétricas.
04. “Todos aqueles que devem deliberar sobre quaisquer questões devem manter-se
imunes ao ódio e à simpatia, à ira e ao sentimentalismo.”
Tratando-se de um pensamento dirigido àqueles que julgam, o seu autor recomenda
que eles:
(A) pratiquem a caridade em relação ao próximo;
(B) deixem de lado, no julgamento, questões pessoais;
(C) não abandonem o sentimento ao julgarem;
(D) considerem sempre a realidade do próximo;
(E) privilegiem sempre a verdade.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A alternativa extrapola o que se pode depreender do texto.
(B) CORRETA. O autor explicita que, na deliberação de qualquer questão, o ódio e a
simpatia, a ira e o sentimentalismo não devem existir. Ele deixa claro que aqueles que
julgam devem fazê-lo com imparcialidade.
(C) INCORRETA. O autor afirma que o sentimentalismo deve ficar de fora de qualquer
julgamento.
(D) INCORRETA. A consideração sobre a realidade do próximo não é abordada no texto.
(E) INCORRETA. O que se deve privilegiar é a imparcialidade, e não a verdade.
05.“Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes
chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.”
O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é:
(A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa;
(B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também
procura;
(C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso
amanhã;
(D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva;
(E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A, B, C, D) INCORRETAS. Nessas alternativas, ocorre o raciocínio dedutivo, no qual se
parte da compreensão da regra geral para se chegar à conclusão dos casos específicos.
(E) CORRETA. Um argumento/raciocínio indutivo é aquele no qual se parte de
experiências sobre fatos particulares/específicos e se inferem daí conclusões gerais. Isso
ocorre na alternativa E: Ontem nevou bastante (fato particular), por isso as estradas
devem estar intransitáveis (fato/conclusão geral).
06.“A liberdade, como a vida, só a merece quem deve conquistá-la a cada dia!”
Essa frase exemplifica um caso de linguagem figurada que é um(a):
(A) pleonasmo, com a repetição da palavra “liberdade” por meio do pronome pessoal
em “a merece”;
(B) hipérbole, com a expressão “deve conquistá-la a cada dia”, já que indica um
exagero;
(C) elipse do termo “liberdade” no segmento “só a merece quem deve conquistá-la”;
(D) ironia na comparação “como a vida”, igualando duas realidades muito diferentes:
a liberdade e a vida;
(E) anacoluto com o termo inicial “liberdade”, já que ele não mostra continuidade
sintática na frase.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Na alternativa A, há um complemento verbal (objeto direto) repetido ou
pleonástico, representado pelo pronome oblíquo “a”, em “só a merece”. O verbo
“merecer”, nessa frase, tem dois complementos de mesma natureza (objeto direto), que
são os termos “A liberdade” (inicia a frase e está separado por vírgula) e o pronome
oblíquo “a” (pleonástico).
(B) INCORRETA. Não há hipérbole (exagero) na frase.
(C) INCORRETA. O termo “liberdade” é retomado pelo pronome oblíquo “a”. Sendo
assim, não ocorre elipse (omissão).
(D) INCORRETA. Não há ironia (afirmar algo com intenção contrária) na alternativa D.
(E) INCORRETA. Anacoluto consiste na “quebra” da estrutura sintática, resultando em
termos da oração isolados na frase. É conhecido também como “frase quebrada”.
Mesmo que haja anacoluto na frase, pela anteposição do objeto direto, não se pode
afirmar que a frase não tem continuidade, pois o pronome oblíquo “a” retoma o termo
isolado por vírgula no início do período.
09.“A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa. É mais uma arte de mestres do
que discípulos; é preciso já ter aprendido muitas coisas para saber perguntar o que
não se sabe.”
A frase abaixo que mostra uma interrogação, ainda que indireta, é:
(A) Sei o porquê de ele ter chegado atrasado;
(B) Vi quando o táxi capotou;
(C) Desconheço onde ele mora;
(D) Vi como ela fez isso;
(E) Queria conhecer todas as respostas.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A frase é apenas uma declaração afirmativa.
(B) INCORRETA. Trata-se apenas de um registro pessoal de um fato.
(C) CORRETA. Trata-se de uma frase interrogativa indireta. Observe que, ao dizer
“Desconheço onde ele mora”, a frase pode levar um interlocutor a dizer onde alguém
mora, como se uma pergunta houvesse sido feita.
(D) INCORRETA. Trata-se apenas de uma constatação.
(E) INCORRETA. Trata-se apenas da expressão de um desejo, não de uma interrogação.
11. A Lei nº 11.697/2008, que dispõe sobre a Organização Judiciária do Distrito Federal
e dos Territórios, estabelece que aos juízes de direito cabe, além de processar e julgar
os feitos de sua competência:
(A) inspecionar os serviços cartorários, informando, mensalmente, ao corregedor o
resultado das inspeções;
(B) nomear servidores para cargo em comissão e função de confiança na respectiva
Secretaria;
(C) conceder a delegação para o exercício da atividade notarial e de registro, bem
como extingui-la, na respectiva comarca;
(D) aplicar aos servidores que lhes sejam subordinados penalidades disciplinares que
não excedam a trinta dias de suspensão;
(E) regular a atividade do depositário público, dispondo sobre as formas de controle
dos bens em depósito, bem como as atividades dos contadores-partidores e
distribuidores.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
A informação é SEMESTRAL, nos termos do art. 45, I, da Lei de Organização Judiciária do
Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 45. Aos Juízes de Direito cabe, além de processar e julgar os feitos de sua
competência:
I – inspecionar os serviços cartorários, informando, semestralmente, ao Corregedor o
resultado das inspeções;
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Ele apenas indica à nomeação, nos termos do art. 45, IV, da Lei da Organização Judiciária
do Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 45. Aos Juízes de Direito cabe, além de processar e julgar os feitos de sua
competência:
IV – indicar à nomeação o cargo e as funções comissionadas da respectiva Secretaria.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
É uma atribuição do Presidente do TJDFT, nos termos do art. 10º, III, da Lei de
Organização Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 10. São atribuições do Presidente:
III – conceder a delegação para o exercício da atividade notarial e de registro, bem como
extingui-la, nos casos previstos em lei, declarando vago o respectivo serviço;
ALTERNATIVA D: CORRETA
Nos termos do art. 45, II, da Lei de Organização Judiciária do Distrito Federal e dos
Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 45. Aos Juízes de Direito cabe, além de processar e julgar os feitos de sua
competência:
II – aplicar aos servidores que lhes sejam subordinados penalidades disciplinares que
não excedam a 30 (trinta) dias de suspensão;
ALTERNATIVA E: INCORRETA
É uma atribuição do Corregedor, nos termos do art. 12, VII, da Lei de Organização
Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios (Lei nº 11.697/2008):
Art. 12. São atribuições do Corregedor:
VII – regular a atividade do Depositário Público, dispondo especialmente sobre as formas
de controle dos bens em depósito, bem como as atividades dos Contadores-Partidores
e Distribuidores.
12. No âmbito do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, tramita ação
que tem por objeto a declaração de ilegalidade de greve de servidores distritais não
regidos pela legislação trabalhista.
Consoante dispõe o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios, o processo e julgamento de ações como a mencionada compete:
(A) ao Conselho Especial;
(B) à Câmara de Uniformização;
(C) ao presidente do Tribunal;
(D) às Turmas Cíveis;
(E) às Câmaras Cíveis.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Compete às Câmaras Cíveis nos termos do art. 21, VI, do Regimento Interno do TJDFT.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Compete às Câmaras Cíveis nos termos do art. 21, VI, do Regimento Interno do TJDFT.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
Compete às Câmaras Cíveis nos termos do art. 21, VI, do Regimento Interno do TJDFT.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Compete às Câmaras Cíveis nos termos do art. 21, VI, do Regimento Interno do TJDFT.
ALTERNATIVA E: CORRETA
Nos termos do art. 21, VI, do Regimento Interno do TJDFT:
Art. 21. Compete às Câmaras Cíveis processar e julgar:
VI - as ações que tenham por objeto a declaração de legalidade ou ilegalidade de greve
de servidores distritais não regidos pela legislação trabalhista;
13. João, servidor público ocupante de cargo efetivo, no exercício das funções, opôs
resistência injustificada ao andamento de documento e processo.
De acordo com o regime jurídico disciplinar da Lei nº 8.112/1990, que lhe é aplicável,
observadas as cautelas procedimentais legais, em tese, João, que até então nunca
havia praticado qualquer infração funcional, está sujeito à sanção de:
(A) advertência, que terá seu registro cancelado, após o decurso de três anos de
efetivo exercício, se João não houver, nesse período, praticado nova infração
disciplinar;
(B) suspensão, que terá seu registro cancelado, após o decurso de três anos de efetivo
exercício, se João não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar;
(C) suspensão, que terá seu registro cancelado, após o decurso de cinco anos de efetivo
exercício, se João não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar;
(D) demissão, que terá seu registro cancelado, após o decurso de três anos de efetivo
exercício, se João não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar;
(E) demissão, que terá seu registro cancelado, após o decurso de cinco anos de efetivo
exercício, se João não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: CORRETA
Nos termos dos arts. 117, IV, 130 e 131 da Lei nº 8.112/1990:
Art. 117. Ao servidor é proibido:
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução
de serviço;
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com
advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a
penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados,
após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o
servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
O ato de João está sujeito à sanção de advertência, e não suspensão, conforme indicado
acima.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
O ato de João está sujeito à sanção de advertência, e não suspensão, conforme indicado
acima.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
O ato de João está sujeito à sanção de advertência, e não demissão, conforme indicado
acima.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
O ato de João está sujeito à sanção de advertência, e não demissão, conforme indicado
acima.
16. O Diário de Justiça eletrônico (DJe) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios é o instrumento oficial de publicação dos atos judiciais, administrativos e
de comunicação em geral.
Nesse contexto, de acordo com o Provimento Geral da Corregedoria do Poder
Judiciário do Distrito Federal e dos Territórios aplicado aos Juízes e Ofícios Judiciais,
disponibilizado no DJe de 10/10/2014, é correto afirmar que:
(A) a publicação de atos no DJe não será isenta de custas, exceto para os beneficiários
da gratuidade de justiça;
(B) a publicação eletrônica substituirá a intimação ou vista pessoal nos casos em que
a lei as exigir;
(C) a publicação do edital de citação deverá ser feita no DJe, vedada a publicação na
rede mundial de computadores;
(D) a remessa de expediente para publicação no DJe deverá abranger todos os atos
judiciais, exceto os casos em que tenha sido decretado sigilo, seja por determinação
judicial, seja por força de lei;
(E) a remessa de expediente para publicação no DJe deverá restringir-se aos atos
judiciais que forem estritamente obrigatórios e essenciais, tais como os atos
ordinatórios que devam ser cumpridos ou atendidos pelas partes ou por terceiros
interessados.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Nos termos do art. 65, § 2º, do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e
ofícios judiciais:
Art. 65. (...)
§ 2º É isenta de custas a publicação de atos no DJe.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Nos termos do art. 65, § 1º, do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e
ofícios judiciais:
Art. 65. (...)
§ 1º A publicação eletrônica não substituirá a intimação ou vista pessoal nos casos em
que a lei as exigir.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
Nos termos do art. 66, parágrafo único, do provimento geral da corregedoria aplicado
aos juízes e ofícios judiciais:
Art. 66. (...)
Parágrafo único. A publicação do edital de citação deverá ser feita na rede mundial de
computadores, no sítio eletrônico do Tribunal e na plataforma de editais do Conselho
Nacional de Justiça, sendo obrigatória a certificação do ato nos autos. (Redação dada
pelo Provimento 1, de 2016)
ALTERNATIVA D: INCORRETA
A remessa de expediente para publicação no DJE é restrita aos atos judiciais
estritamente obrigatórios e essenciais, nos termos do art. 66 do provimento geral da
corregedoria aplicado aos juízes e ofícios judiciais:
Art. 66. A remessa de expediente para publicação no Diário da Justiça eletrônico será
feita por meio eletrônico e deverá restringir-se aos atos judiciais que forem estritamente
obrigatórios e essenciais, assim entendidos:
ALTERNATIVA E: CORRETA
Nos termos do art. 66 do provimento geral da corregedoria aplicado aos juízes e ofícios
judiciais:
Art. 66. A remessa de expediente para publicação no Diário da Justiça eletrônico será
feita por meio eletrônico e deverá restringir-se aos atos judiciais que forem estritamente
obrigatórios e essenciais, assim entendidos:
I – a parte dispositiva da sentença;
II – as decisões interlocutórias, os despachos e os atos ordinatórios que devam ser
cumpridos ou atendidos pelas partes ou por terceiros interessados;
II – as decisões interlocutórias, os despachos e os atos ordinatórios que devam ser
cumpridos ou atendidos pelas partes ou por terceiros interessados;
III – as datas designadas para a realização de atos processuais, tais como audiências,
hastas públicas ou perícias judiciais;
III – as datas designadas para a realização de atos processuais, tais como audiências,
leilões e perícias judiciais; (Redação dada pelo Provimento 1, de 2016)
IV – os editais.
17. Tramita em determinada Vara Cível do Poder Judiciário do Distrito Federal ação de
cobrança em que figura como autor João, que possui síndrome de imunodeficiência
adquirida (Sida).
De acordo com o Provimento da Corregedoria da Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios nº 07, de 08/09/2010, João:
(A) terá prioridade na tramitação do citado processo, mesmo que a doença tenha sido
contraída após o início do processo;
(B) terá prioridade na tramitação do citado processo, apenas se a doença tiver sido
contraída antes do início do processo;
(C) não terá prioridade na tramitação do citado processo, porque não se trata de ação
relacionada diretamente à doença, como obtenção de medicamentos ou tratamento
de saúde;
(D) deverá requerer a obtenção do benefício da prioridade na tramitação processual
diretamente ao juízo competente, que analisará o pedido no prazo máximo de trinta
dias;
(E) não terá prioridade na tramitação do citado processo, pela falta de previsão legal
específica, devendo ser aplicado o princípio da isonomia.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: CORRETA
Nos termos do art. 1º do Provimento da Corregedoria da Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios nº 07 de 08/09/2010:
Art. 1º Os processos judiciais, inclusive cartas precatórias e rogatórias, terão prioridade
na tramitação nos juízos de Primeira Instância, desde que figurem, como parte ou
interessado, pessoas que se encontrem em qualquer das seguintes situações:
I – ter idade igual ou superior a sessenta anos;
II – ser portadora de doença grave;
III – ser portadora de deficiência física, visual, auditiva ou mental, desde que o objeto da
causa tenha vínculo direto com a própria deficiência, conforme o preceituado no art. 9º
da Lei 7.853/1989.
Parágrafo Único. Em complementação ao que dispõe o inciso II, considera-se como parte
ou interessado apto a receber o benefício da tramitação prioritária aquele que seja
portador de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados
da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de
imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da
medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do
processo.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Conforme exposto acima.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
Conforme exposto acima.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Conforme exposto acima.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
Conforme exposto acima.
21. A organização religiosa Alfa alugou o imóvel de João para ali instalar o seu templo.
Ato contínuo, foi comunicada, pela imobiliária que administrava a relação locatícia,
sobre a necessidade de pagar o IPTU incidente sobre o imóvel, o que estaria previsto
no contrato de locação.
Por ter dúvida a respeito da compatibilidade da cobrança com a ordem constitucional,
consultou seu advogado, que respondeu, corretamente, que ela era:
(A) inconstitucional, pois os templos de qualquer culto estão imunes à cobrança de
qualquer tributo;
(B) inconstitucional, pois os templos de qualquer culto não podem figurar como
contribuintes de direito em relação a qualquer imposto;
(C) inconstitucional, pois, apesar de a organização religiosa Alfa figurar como
contribuinte de fato, não de direito, ela é imune à cobrança do IPTU;
(D) constitucional, pois os templos de qualquer culto não estão imunes ao pagamento
de impostos quando figurarem como contribuintes de fato;
(E) constitucional, pois os templos de qualquer culto, quando figurarem como
contribuintes de fato, somente estão imunes ao pagamento de impostos sobre a
renda, não sobre o patrimônio.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIO
Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune
ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da
CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais
entidades foram constituídas.
24. Após ampla mobilização dos proprietários de farmácias, que argumentavam com
a reduzida margem de lucro oferecida pela maioria dos medicamentos, o Estado Alfa
promulgou a Lei nº XX, que autorizou a comercialização de produtos de uso comum
(rectius: artigos de conveniência) nas farmácias.
Esse diploma normativo desagradou sobremaneira os proprietários de mercados e
mercearias. Ao consultarem um emérito constitucionalista, foi-lhes informado,
corretamente, que a Lei nº XX é:
(A) constitucional, pois compete privativamente aos Estados legislar sobre saúde;
(B) inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre saúde;
(C) constitucional, desde que sejam observadas as normas gerais editadas pela União;
(D) inconstitucional, pois compete privativamente aos Municípios legislar sobre
assuntos de interesse local;
(E) inconstitucional, pois matérias afetas à vigilância sanitária atraem a competência
administrativa da União e, por via reflexa, sua competência legislativa.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIO
Constitucional é a lei de estado-membro que verse o comércio varejista de artigos de
conveniência em farmácias e drogarias (STF - ADI 4954). Ao tratar sobre a venda de
produtos de conveniência em farmácias e drogarias, o legislador não tratou sobre defesa
da saúde, mas, sim, sobre comércio local. Desse modo, os Estados-membros podem
autorizar, mediante lei e em observância ao disposto em diploma federal (Lei 5.991/73),
a comercialização dos chamados artigos de conveniência sem que isso represente
invasão na esfera de competência da União.
25. John, de nacionalidade estrangeira e que veio a se naturalizar brasileiro, tinha sido
condenado, anteriormente, em seu país de origem, em sentença judicial transitada em
julgado, pela prática de crime comum. Após anos de negociação, o seu país de origem
celebrou tratado de extradição com o Estado brasileiro e requereu a extradição de
John.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que John:
(A) não pode ser extraditado, pois o Brasil não extradita os seus nacionais;
(B) não pode ser extraditado, salvo se, previamente, for declarada a perda da
nacionalidade brasileira;
(C) pode ser extraditado em razão da natureza do crime e do momento em que o
praticou, sendo-lhe aplicável o tratado de extradição celebrado posteriormente;
(D) poderia ser extraditado em razão da natureza do crime e do momento em que o
praticou, mas não lhe é aplicável o tratado de extradição celebrado posteriormente;
(E) poderia ser extraditado, como qualquer nacional, nato ou naturalizado, em razão
da natureza do crime, mas não lhe é aplicável o tratado de extradição celebrado
posteriormente.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIO
A extradição é considerada pelo Direito Brasileiro, ato solene de cooperação penal entre
países, que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou mais
crimes, ao país que a reclama. A extradição é efetivada por meio do respectivo tratado
de extradição firmado entre Estados Soberanos.
Segundo o Art. 5º LI da CF/88, nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
26. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) dispõe
que é assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os
níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e
igualitário.
De acordo com tal Estatuto da Pessoa com Deficiência, as ações e os serviços de saúde
pública destinados à pessoa com deficiência devem assegurar diversas providências,
EXCETO:
(A) atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambulatorial e internação;
(B) atendimento psicológico, exceto para seus familiares e atendentes pessoais;
(C) respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da pessoa
com deficiência;
(D) atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida;
(E) diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe multidisciplinar.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Cobrou-se a literalidade do § 4º do art. 18 do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei
Federal nº 13.146/2015):
A) INCORRETA. Art. 22, LINDB. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão
considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas
públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.
B) INCORRETA. Art. 20, LINDB. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não
se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as
consequências práticas da decisão.
C) INCORRETA. Art. 21, LINDB. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora
ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e
administrativas.
D) INCORRETA. Art. 24, LINDB. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou
judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa
cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época,
sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem
inválidas situações plenamente constituídas
E) CORRETA. Art. 23, LINDB. A decisão administrativa, controladora ou judicial que
estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado,
impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de
transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito
seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos
interesses gerais.
30. Maria é servidora pública federal estável ocupante de cargo efetivo e, após
processo administrativo disciplinar, foi demitida. Inconformada, Maria aforou medida
judicial e obteve sentença, já transitada em julgado, que determinou sua reintegração.
Após o retorno a seu cargo, Maria recebeu apenas o pagamento retroativo dos
vencimentos, férias indenizadas e auxílio-alimentação, referentes ao período em que
esteve afastada por força da demissão, ora já declarada nula.
Insatisfeita com os valores recebidos, mesmo ciente de que não ocorreu, no período
reivindicado, qualquer situação de ambiente insalubre nem necessitou se deslocar no
trajeto residência-trabalho-residência, Maria ajuizou nova medida judicial, agora
pleiteando o pagamento retroativo das verbas a título de auxílio-transporte e
adicional de insalubridade, em relação ao período em que ficou ilegalmente afastada.
Levando em consideração a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre
o tema, a pretensão de Maria:
(A) merece prosperar, pois todas as verbas, sejam de natureza salarial, sejam de
natureza indenizatória, devem ser pagas retroativamente em relação ao período em
que Maria ficou ilegalmente afastada de suas funções;
(B) merece prosperar, pois, além de receber retroativamente todas as verbas, sejam
de natureza salarial, sejam de natureza indenizatória, Maria tem direito à reparação
pelos danos morais sofridos pela demissão declarada nula;
(C) não merece prosperar, pois a servidora somente tem direito ao pagamento
retroativo de seus vencimentos, razão pela qual deve devolver os valores recebidos
de boa-fé a título de férias indenizadas e auxílio-alimentação;
(D) não merece prosperar, pois os pagamentos do auxílio-transporte e do adicional de
insalubridade têm natureza indenizatória, assim como também não lhe seria devido o
auxílio-alimentação que lhe fora indevidamente pago;
(E) não merece prosperar, pois os pagamentos do auxílio-transporte e do adicional de
insalubridade não se mostram devidos à servidora pelo tão só exercício ficto no cargo
público, haja vista que ditas rubricas reclamam a existência de requisitos legais
específicos, não preenchidos.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
Trata-se do RECURSO ESPECIAL Nº 1.941.987 - PR (2021/0169608-4), assim ementado:
33. Carlos Alberto dirigia pela via pública muito acima da velocidade permitida quando
atropelou Violeta, que atravessava a rua em local de travessia proibida, a poucos
metros de uma passarela destinada a pedestres. Embora o local fosse bem iluminado,
Carlos Alberto afirma que não avistou a vítima. Testemunhas sustentam que o
motorista havia ultrapassado um semáforo com sinal vermelho segundos antes do
acidente. Socorrida, Violeta foi levada ao hospital e salva pela equipe médica, embora
tenha ficado com sequelas permanentes em seus membros inferiores em decorrência
do atropelamento. O boletim médico demonstra que Violeta estava sob efeito de
bebidas alcoólicas no momento do acidente.
Nessas circunstâncias, é correto afirmar que:
(A) a responsabilidade civil de Carlos Alberto é independente da verificação da
velocidade do veículo e de eventual desrespeito à sinalização de trânsito;
(B) a conduta de Violeta pode interferir sobre a quantificação de eventual montante
indenizatório a ser pago por Carlos Alberto à vítima;
(C) o comportamento de Carlos Alberto no instante do acidente poderá atrair para o
caso o regime jurídico de responsabilidade civil aplicado às atividades de risco;
(D) se ficar caracterizada culpa concorrente de Violeta, ocorrerá a interrupção do nexo
de causalidade, isentando Carlos Alberto de responsabilidade civil;
(E) a interferência da equipe médica ao socorrer Violeta configura fato exclusivo de
terceiro e, por isso, implica a responsabilidade civil solidária da equipe com Carlos
Alberto.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “b”
B) CORRETA.
Podemos apontar a existência de quatro pressupostos do dever de indenizar: conduta
humana; culpa genérica ou lato sensu; nexo de causalidade e dano ou prejuízo.
Quando se fala em responsabilidade com ou sem culpa, leva-se em conta a culpa em sentido
amplo ou a culpa genérica (culpa lato sensu), que engloba o dolo e a culpa estrita (stricto sensu).
Nos termos do que consta do art. 944, caput, do Código Civil, presente o dolo, vale a
regra do princípio da reparação dos danos, o que significa que todos os danos
suportados pela vítima serão indenizados. Isso porque, presente o dolo do agente, em
regra, não se pode falar em culpa concorrente da vítima ou de terceiro, a gerar a redução
por equidade da indenização. Porém, se a vítima tiver concorrido culposamente para
o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua
culpa em confronto com a do autor do dano (art. 945 do CC).
Em suma, a culpa concorrente, o fato concorrente e o risco concorrente da vítima são
amplamente admitidos como atenuantes do nexo de causalidade na responsabilidade
objetiva, conduzindo à redução equitativa da indenização.
C) INCORRETA
Vide comentários da alternativa “b”
D) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “b”
E) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “b”.
34. A rede de supermercados Preços Incríveis Ltda. celebrou contrato com a fabricante
de bebidas gaseificadas Geral Cola S/A, por tempo indeterminado, para comercializar,
com exclusividade, a “Nova Geral Cola”, o mais novo produto desta última,
repassando-lhe um percentual do valor auferido com as vendas. Os supermercados
Preços Incríveis ainda se comprometiam a não comercializar bebidas de fabricantes
concorrentes. O contrato previa cláusula penal compensatória para a hipótese de
inadimplemento absoluto por qualquer das partes, sem prever indenização
suplementar. Na data prevista para o primeiro pagamento à Geral Cola pela rede de
supermercados, esta quedou-se inerte, deixando de repassar à fabricante o percentual
devido das vendas do produto. Dias depois, os gestores da Geral Cola ainda
descobriram que os supermercados Preços Incríveis continuavam a comercializar
bebidas de diversas outras marcas.
Considerando que a conduta da rede de supermercados abalou drasticamente a
estratégia comercial da Geral Cola, fulminando qualquer interesse útil que esta ainda
mantivesse no contrato, é correto afirmar que:
(A) a Geral Cola S/A poderá exigir da rede Preços Incríveis Ltda. a cláusula penal, mas
não poderá cumular o pedido com eventuais perdas e danos pelo inadimplemento;
(B) a Geral Cola S/A poderá cobrar da rede Preços Incríveis Ltda. lucros cessantes
decorrentes do inadimplemento, cumulados com a cláusula penal, mas não com danos
emergentes;
(C) a rede Preços Incríveis Ltda. deverá pagar o percentual das vendas devido à Geral
Cola S/A, acrescido de juros remuneratórios, mas não de juros legais;
(D) a rede Preços Incríveis Ltda. somente deverá arcar com a cláusula penal
compensatória na exata proporção do prejuízo sofrido pela Geral Cola S/A;
(E) o montante estipulado na cláusula penal apenas será devido pela rede Preços
Incríveis Ltda. se restar evidenciado que a inexecução resultou de dolo do devedor.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
A) CORRETA.
Cláusula penal é uma penalidade, de natureza civil, imposta pela inexecução parcial ou
total de um dever patrimonial assumido. Trata-se de uma obrigação acessória que visa
a garantir o cumprimento da obrigação principal, bem como fixar, antecipadamente, o
valor das perdas e danos em caso de descumprimento.
Ela pode ser moratória, quando o inadimplemento for relativo, ou compensatória, em
caso de inadimplemento absoluto.
A finalidade da cláusula penal compensatória é recompor a parte pelos prejuízos que
eventualmente decorram do inadimplemento total ou parcial da obrigação. Não é
possível, portanto, cumular cláusula penal compensatória com perdas e danos
decorrentes de inadimplemento contratual.
B) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “a”
C) INCORRETA
Vide comentários da alternativa “a”
D) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “a”
E) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “a”.
37. Diego adquiriu recentemente uma motocicleta zero quilômetro, viabilizada por
meio de financiamento contratado junto à instituição financeira Nosso Banco S/A. Nos
termos do contrato, que foi garantido pela alienação fiduciária do próprio veículo em
favor da instituição credora, o valor financiado, acrescido dos devidos juros, será pago
por Diego em 24 parcelas mensais. Após adimplir pontualmente as cinco primeiras
parcelas, Diego deixou de pagar a sexta parcela na data de vencimento. Diante disso,
a instituição financeira credora ajuizou ação de busca e apreensão do bem alienado
fiduciariamente com pedido liminar, como a autoriza o Decreto-Lei nº 911/1969.
Nesse caso, é correto afirmar que:
(A) a concessão liminar da busca e apreensão do bem independe de qualquer prévia
comunicação ou notificação a Diego, pois a mora, neste caso, é ex re;
(B) a concessão liminar da busca e apreensão do bem não pode ocorrer sem que antes
se oportunize a Diego a purga da sua mora no prazo de quinze dias contados de sua
intimação;
(C) a propriedade sobre o veículo se consolidou no patrimônio do banco no momento
do inadimplemento da sexta parcela do financiamento por Diego;
(D) Diego poderá evitar a consolidação da propriedade do veículo no patrimônio do
banco se pagar o valor em aberto das parcelas vencidas no prazo de trinta dias a contar
da concessão da medida liminar;
(E) executada a medida de busca e apreensão, Diego ainda poderá reaver o bem livre
de ônus se pagar a integralidade da dívida pendente, tal como apresentada na petição
inicial, no prazo de cinco dias a contar da execução da medida.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “e”
B) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “e”
C) INCORRETA
Vide comentários da alternativa “e”
D) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “e”
E) CORRETA.
Artigo 3º, parágrafo 2º, do Decreto-Lei 911/1969:
“Art. 3º O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, na
forma estabelecida pelo § 2o do art. 2o, ou o inadimplemento, requerer contra o
devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será
concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário. (Redação dada
pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 1º Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a
propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário,
cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de
registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do
ônus da propriedade fiduciária. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004)
§ 2º No prazo do § 1o, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida
pendente, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese
na qual o bem lhe será restituído livre do ônus. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004)
(...)”
Nos contratos firmados na vigência da Lei n. 10.931/2004, compete ao devedor, no
prazo de 5 (cinco) dias após a execução da liminar na ação de busca e apreensão, pagar
a integralidade da dívida - entendida esta como os valores apresentados e comprovados
pelo credor na inicial -, sob pena de consolidação da propriedade do bem móvel objeto
de alienação fiduciária (Tema Repetitivo 722).
38. Mãe de duas crianças pequenas e preocupada com a limpeza de sua casa, Lúcia
contratou os serviços especializados da Estofados Zil Ltda. para a aplicação de um
produto impermeabilizante no sofá de sua sala. No momento da contratação, o
representante da fornecedora garantiu que o serviço tornaria o estofado “cem por
cento à prova d’água”. Três semanas após a prestação do serviço, a filha de Lúcia
derrubou acidentalmente um copo cheio de refrigerante sobre o sofá, que
prontamente absorveu o líquido, ficando claro que o estofado não havia adquirido
nem mesmo um nível mínimo de impermeabilidade. Lúcia entrou em contato no
mesmo dia com a fornecedora Estofados Zil Ltda. para relatar o ocorrido.
De acordo com o direito do consumidor brasileiro, é correto afirmar que Lúcia:
(A) pode exigir a reexecução do serviço, arcando apenas com os eventuais custos
operacionais de reexecução;
(B) pode exigir um abatimento do preço pago pelo serviço, mas não tem a alternativa
de exigir a restituição integral do valor;
(C) pode exigir a restituição do preço pago, ainda que a fornecedora se ofereça para
reexecutar o serviço;
(D) não pode cobrar eventuais perdas e danos caso opte por exigir a restituição
integral do preço;
(E) não pode exigir mais nada da fornecedora, pois já decaiu do direito de reclamar
por vícios de fácil constatação.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “c”
B) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “c”
C) CORRETA
O reembolso da quantia paga é concedido ao consumidor e está presente em diversos
momentos no Código, como na responsabilidade por vícios do produto ou do serviço,
nos casos de vício de quantidade de produto, produtos impróprios para consumo e no
direito de arrependimento do consumidor nas transações feitas fora do
estabelecimentos comercial e outras.
Em virtude de cada uma das situações terem seus prazos próprios, seguem elencados
os artigos com destaque dos prazos:
CDC:
“Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes
da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária,
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
(...) II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo
de eventuais perdas e danos;”
D) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “c”
E) INCORRETA.
Vide comentários da alternativa “c”.
39. Apresentada em juízo uma petição inicial, com pedidos de ressarcimento de dano
material e compensação pelos danos morais afirmados pelo autor, o juízo entendeu
que o réu reconhecia a procedência do pedido de ressarcimento do dano material
alegado e, por isso, o julgou procedente. Também determinou a intimação das partes
para que informassem quais provas ainda pretendiam produzir nos autos do processo.
Desejando recorrer deste pronunciamento judicial, que julgou procedente o pedido
de ressarcimento do dano material, deverá o recorrente:
(A) interpor apelação antes do julgamento do pedido de dano moral;
(B) oferecer reclamação, para garantir a autoridade das decisões judiciais;
(C) interpor agravo interno, para que a questão seja encaminhada ao Tribunal de
Justiça;
(D) aguardar o julgamento do pedido de dano moral para oferecer apelação;
(E) interpor agravo de instrumento antes do julgamento do pedido de dano moral.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Conforme disposto no art. 1.009 do CPC/2015, o recurso de apelação
somente é cabível em face de uma sentença. A questão retrata caso de julgamento
antecipado parcial do mérito que é proferido por meio de decisão interlocutória, tendo
em vista o disposto no §1º do art. 203 do CPC/2015 que define que sentença é o
pronunciamento judicial que põe fim a fase cognitiva bem como extingue a execução e
decisão interlocutória são todos os demais pronunciamentos judiciais com carga
decisória. Portanto, como o julgamento antecipado parcial do mérito não põe fim a fase
cognitiva, uma vez que o processo continua para fins de análise dos demais pedidos,
este é realizado por meio de uma decisão interlocutória.
(B) INCORRETA. A questão não retrata nenhuma das hipóteses em que é cabível
reclamação, nos termos do art. 988 do CPC/2015.
(C) INCORRETA. Nos termos do disposto no art. 1.021 do CPC/2015, somente é cabível
o recurso de agravo interno contra decisão proferida por relator, o que não é o caso
retratado na questão, tendo em vista que a decisão foi proferida por um juiz.
(D) INCORRETA. A questão retrata caso de julgamento antecipado parcial do mérito,
que é disciplinado pelo art. 356 do CPC/2015. O §5º do art. 356 do CPC/2015 dispõe que
a decisão que julgar antecipadamente parcialmente o mérito é impugnável por agravo
de instrumento. Desse modo, caso a parte sucumbente não interponha o recurso de
agravo de instrumento contra a decisão que julgou parcialmente o mérito, esta estará
sujeita a preclusão, tendo em vista que apenas as decisões interlocutórias que não
comportarem a seu respeito o recurso de agravo de instrumento é que não estão
sujeitas à preclusão e podem ser alegadas como preliminar no recurso de apelação, nos
termos do disposto no §1º do art. 1.009 do CPC/2015.
(E) CORRETA. A questão retrata caso de julgamento antecipado parcial do mérito, que
é disciplinado pelo art. 356 do CPC/2015. O §5º do art. 356 do CPC/2015 dispõe que a
decisão que julgar antecipadamente parcialmente o mérito é impugnável por agravo de
instrumento. Portanto, a alternativa correta é a letra E por retratar o recurso de agravo
de instrumento como o recurso cabível no caso disposto na questão.
42. Juiz proferiu sentença em que condenava o réu, assistido pelo órgão da Defensoria
Pública, a cumprir determinada obrigação contratual, tendo, ainda, ordenado a
suspensão da exigibilidade do pagamento dos honorários de sucumbência, em razão
da gratuidade de justiça deferida ao demandado.
A princípio, o ato decisório foi publicado no órgão oficial do dia 14 de março de 2022,
embora tenha sido promovida a intimação pessoal do defensor público em 16 de maio
de 2022.
Levando-se em conta que o réu interpôs a apelação no dia 15 de junho de 2022, deverá
a serventia certificar:
(A) a intempestividade do recurso, cabendo ao juiz, na sequência, deixar de admiti-lo;
(B) a intempestividade do recurso, impondo-se a remessa dos autos ao órgão ad quem,
após a intimação do autor para ofertar as contrarrazões;
(C) a tempestividade do recurso, impondo-se a remessa imediata dos autos ao órgão
ad quem, sem a intimação do autor para ofertar contrarrazões;
(D) a tempestividade do recurso, impondo-se a remessa dos autos ao órgão ad quem,
após a eventual apresentação pelo autor das contrarrazões;
(E) a falta de preparo do recurso, cabendo ao juiz, na sequência, inadmiti-lo.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
A e B) INCORRETA. Conforme disposto no caput do art. 186 do CPC/2015, a Defensoria
Pública possui prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, que
apenas tem início com a sua intimação pessoal, nos termos do §1º do referido diploma
legal. Portanto, como o recurso de apelação possui o prazo de 15 dias (art. 1.003, §5º,
CPC/2015), o recurso interposto pelo réu patrocinado pela Defensoria Pública é
tempestivo, tendo em vista que a contagem apenas se iniciou a partir da intimação
pessoal do Defensor Público e, além disso, o prazo é de 30 dias.
C) INCORRETA. Conforme disposto no caput do art. 186 do CPC/2015, a Defensoria
Pública possui prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, que
apenas tem início com a sua intimação pessoal, nos termos do §1º do referido diploma
legal. Portanto, como o recurso de apelação possui o prazo de 15 dias (art. 1.003, §5º,
CPC/2015), o recurso interposto pelo réu patrocinado pela Defensoria Pública é
tempestivo, tendo em vista que a contagem apenas se iniciou a partir da intimação
pessoal do Defensor Público e, além disso, o prazo é de 30 dias. Contudo, a remessa para
o órgão ad quem apenas é realizada após a intimação do apelado para apresentar
contrarrazões, nos termos do §1º do art. 1.010 do CPC/2015.
D) CORRETA. Conforme disposto no caput do art. 186 do CPC/2015, a Defensoria Pública
possui prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, que apenas tem
início com a sua intimação pessoal, nos termos do §1º do referido diploma legal.
Portanto, como o recurso de apelação possui o prazo de 15 dias (art. 1.003, §5º,
CPC/2015), o recurso interposto pelo réu patrocinado pela Defensoria Pública é
tempestivo, tendo em vista que a contagem apenas se iniciou a partir da intimação
pessoal do Defensor Público e, além disso, o prazo é de 30 dias. Contudo, a remessa para
o órgão ad quem apenas é realizada após a intimação do apelado para apresentar
contrarrazões, nos termos do §1º do art. 1.010 do CPC/2015.
E) INCORRETA. Conforme disposto no art. 98, inciso VIII, do CPC/2015, o deferimento
da gratuidade de justiça abrange o preparo recursal.
43. Tendo sido citado em ação de cobrança de obrigação contratual ajuizada por um
dos dois credores solidários, o réu, sem apresentar contestação, ofertou reconvenção
em face do autor e, também, do outro credor, pedindo a declaração judicial da
prescrição do crédito que lhe é cobrado na ação original.
Nesse cenário, deve o juiz da causa:
(A) deixar de conhecer da reconvenção, em razão da ausência de peça contestatória;
(B) deixar de conhecer da reconvenção, já que esta importou em um litisconsórcio
inexistente na ação original;
(C) deixar de conhecer da reconvenção, em razão da ausência de interesse de agir;
(D) admitir a reconvenção, determinando a citação de ambos os reconvindos, por
oficial de justiça, para apresentarem resposta;
(E) admitir a reconvenção, determinando, apenas, a intimação do autor-reconvindo,
por seu advogado, para apresentar resposta.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA. Art. 343, § 6º, CPC/2015 - O réu pode propor reconvenção
independentemente de oferecer contestação.
B) INCORRETA. Art. 343, § 3º, CPC/2015 - A reconvenção pode ser proposta contra o
autor e terceiro.
C) CORRETA. A prescrição é matéria de defesa, devendo, portanto, ser alegada em sede
de contestação, nos termos do disposto no art. 336 do CPC/2015 que trata do princípio
da eventualidade. Portanto, no caso retratado na questão o juiz deve deixar de conhecer
a reconvenção, tendo em vista que a alegação de prescrição não se trata de pretensão
própria conexa a ação principal, mas de matéria de defesa.
D) INCORRETA. A prescrição é matéria de defesa, devendo, portanto, ser alegada em
sede de contestação, nos termos do disposto no art. 336 do CPC/2015 que trata do
princípio da eventualidade. Portanto, no caso retratado na questão o juiz deve deixar de
conhecer a reconvenção, tendo em vista que a alegação de prescrição não se trata de
pretensão própria conexa a ação principal, mas de matéria de defesa.
E) INCORRETA. A prescrição é matéria de defesa, devendo, portanto, ser alegada em
sede de contestação, nos termos do disposto no art. 336 do CPC/2015 que trata do
princípio da eventualidade. Portanto, no caso retratado na questão o juiz deve deixar de
conhecer a reconvenção, tendo em vista que a alegação de prescrição não se trata de
pretensão própria conexa a ação principal, mas de matéria de defesa.
44. Após ser citado em uma ação de execução, com base em um título executivo
extrajudicial, o executado oferece embargos à execução, alegando a inexigibilidade da
obrigação, uma vez que a dívida ainda não está vencida.
Nesse sentido, é correto afirmar que:
(A) a concessão de efeito suspensivo aos embargos impede a eventual penhora dos
bens;
(B) o oferecimento dos embargos não impede ao devedor que, dentro do prazo deste,
reconheça o débito e deposite 30% do valor e pague o restante em até seis parcelas
mensais;
(C) será contado em dobro o prazo para o oferecimento dos embargos, caso haja
litisconsórcio com diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, e
não sejam os autos eletrônicos;
(D) os embargos só terão efeito suspensivo se presentes os requisitos para a concessão
da tutela provisória e desde que garantido o juízo por penhora, depósito ou caução
suficientes;
(E) os embargos devem ser conhecidos como impugnação, uma vez que a hipótese
narrada admite a fungibilidade e não se trata de erro grosseiro ou má-fé do executado.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA. Art. 919, § 5º, CPC/2015 - A concessão de efeito suspensivo não
impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e
de avaliação dos bens.
B) INCORRETA. Conforme disposto no art. 916 do CPC/2015, a moratória legal somente
é aceitável quando o executado reconhecer a existência do crédito, não sendo cabível,
portanto, a interposição dos embargos à execução.
Art. 916 CPC/2015 - No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e
comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas
e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar
o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros
de um por cento ao mês.
C) INCORRETA. Art. 915, § 3º, CPC/2015 - Em relação ao prazo para oferecimento dos
embargos à execução, não se aplica o disposto no art. 229.
D) CORRETA. Art. 919, § 1º, CPC/2015 - O juiz poderá, a requerimento do embargante,
atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a
concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por
penhora, depósito ou caução suficientes.
E) INCORRETA. A defesa típica em sede de execução de título extrajudicial é os
embargos à execução, que possuem, segundo a doutrina majoritária, natureza jurídica
de ação, diferente da impugnação que se trata da defesa utilizada no cumprimento de
sentença e possui natureza jurídica de incidente processual. Desse modo, configura erro
grosseiro a apresentação pelo executado de impugnação em execução de título jurídico
extrajudicial.
45. Joana intentou ação visando à invalidação de um contrato de mútuo que havia
celebrado, sob a alegação de que não tinha discernimento para a prática dos atos da
vida civil.
Finda a instrução probatória, o juiz da causa, concluindo que a incapacidade civil da
autora não havia ficado comprovada, julgou improcedente o pedido em sentença que,
à míngua de interposição de recurso de apelação, transitou em julgado.
Seis meses depois, Joana ajuizou nova demanda em face do mesmo réu, em que
pleiteou a invalidação do mesmo contrato de mútuo, estribando-se, já então, no
argumento de que fora vítima de dolo por parte do outro contratante.
Regularmente citado, o réu, sem prejuízo de suas teses defensivas de mérito, suscitou
em sua contestação, preliminarmente, a coisa julgada formada no primeiro feito.
Nesse cenário, o juiz da nova causa, depois de ofertada a réplica autoral, deverá:
(A) acolher a preliminar suscitada, extinguindo o feito sem resolução do mérito;
(B) acolher a preliminar suscitada, extinguindo o feito com resolução do mérito;
(C) rejeitar a preliminar suscitada, determinando o prosseguimento do feito, rumo à
instrução probatória;
(D) rejeitar a preliminar suscitada, mas extinguir o feito sem resolução do mérito, em
razão da falta de interesse de agir;
(E) rejeitar a preliminar suscitada, mas extinguir o feito sem resolução do mérito, em
razão da falta de pressuposto processual de validade.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
Conforme a doutrina pátria, a coisa julgada material torna indiscutível a norma jurídica
individualizada constituída para a solução do caso concreto. Portanto, não há que se
falar em coisa julgada no caso retratado na questão, tendo em vista que a causa de pedir
do primeiro processo é diferente da apresentada no segundo processos ajuizado por
Joana. Desse modo, o juiz deve rejeitar a preliminar da coisa julgada e dar
prosseguimento ao feito.
48. Dentro dos critérios de solução do conflito aparente de normas, é correto afirmar
que o princípio da:
(A) subsidiariedade é presidido por mera análise lógica respeitante aos elementos
constitutivos dos tipos penais decorrentes;
(B) subsidiariedade estabelece que a incidência da norma principal, que tem uma
sanção mais grave, afasta a incidência da norma subsidiária;
(C) subsidiariedade é presidido por mera análise lógica referente a em que medida
haveria uma relação de gênero e espécie essencialmente formal;
(D) especialidade tem uma estrutura lógica de interferência, exigindo um juízo de valor
do fato em relação às normas;
(E) especialidade tem uma estrutura lógica de interferência, não de subordinação,
exigindo uma verificação em concreto.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIO
Recomendamos a leitura do STJ - REsp: 1969738/SP-2022.
A) Incorreta. Subsunção como definição jurídica, configura-se quando o caso concreto
se enquadra à norma legal em abstrato. É a adequação de uma conduta ou fato concreto
(norma-fato) à norma jurídica (norma-tipo). Para Bitencourt, na especialidade há uma
analise lógica respeitante aos elementos constitutivos dos tipos penais concorrentes,
isto é, em que medida haveria uma relação de gênero e espécie essencialmente formal.
B) Correta. Subsidiariedade significa que a norma principal deve ser aplicada em
detrimento da subsidiária (lex primaria derogat subsidiariae). Norma subsidiária é a que
está prevista, inserida em outra. Tem-se um tipo acessório e outro principal.
C) Incorreta. Especialidade significa que a norma especial tem preferência em relação à
norma geral (lex specialis derogat legi generali). É especial a norma que possui
determinada particularidade objetiva ou subjetiva. Contém todos os requisitos da geral,
além de elementos especializantes. Para Bitencourt, na especialidade há uma analise
lógica respeitante aos elementos constitutivos dos tipos penais concorrentes, isto é, em
que medida haveria uma relação de gênero e espécie essencialmente formal.
D) Incorreta. Para Bitencourt, o princípio da subsidiariedade estabelece que a incidência
da norma principal, que tem uma sanção mais grave, afasta a incidência da norma
subsidiária. Sendo certo que uma norma exclui a outra não porque comandada por
rígido cânone de lógica, mas porque a aplicação de todas as normas concorrentes se
chocaria contra as necessidades práticas de valoração do fato e viriam a contrastar com
as mais elementares exigências de justiça.
E) Incorreta. Para Bitencourt, o princípio da subsidiariedade possui uma estrutura lógica
de interferência, não de subordinação, exigindo uma verificação in concreto, isto é, um
"juízo de valor do fato em relação a elas" (normas).
53. Nas condutas tipificadas pela Lei nº 11.343/2006, o agente, primário e de bons
antecedentes, que atua como “mula”, com transporte pontual de entorpecente, caso
comprovadas autoria e materialidade, deverá ser condenado por:
(A) tráfico de drogas privilegiado;
(B) tráfico de drogas;
(C) tráfico de drogas privilegiado e associação para o tráfico;
(D) tráfico de drogas e associação para o tráfico;
(E) associação para o tráfico.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
Recomendamos a leitura do TJDFT - Acórdão 1122399.
A) Correta. É possível a aplicação do privilégio em virtude da primariedade do acusado
e da ausência de indícios de dedicação deste a atividades criminosas.
B) Incorreta. É possível a aplicação do privilégio em virtude da primariedade do acusado
e da ausência de indícios de dedicação deste a atividades criminosas.
C) Incorreta. A atuação como “mula” não implica, necessariamente, o envolvimento do
acusado na prática delitiva ou a participação dele em organização criminosa ou
associação para o tráfico.
D) Incorreta. A atuação como “mula” não implica, necessariamente, o envolvimento do
acusado na prática delitiva ou a participação dele em organização criminosa ou
associação para o tráfico.
E) Incorreta. A atuação como “mula” não implica, necessariamente, o envolvimento do
acusado na prática delitiva ou a participação dele em organização criminosa ou
associação para o tráfico.
57. De acordo com o Código de Processo Penal, para o bloqueio de ativos financeiros
de sociedades empresárias, é necessária a existência de:
(A) juízo de certeza;
(B) juízo além de qualquer dúvida razoável;
(C) indícios mínimos;
(D) indícios suficientes;
(E) indícios veementes.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(...) 6. Esta Corte Superior registra precedentes segundo o quais, para o bloqueio de
ativos financeiros de sociedades empresárias é necessário a existência de indícios
veementes de que tenha sido usada na conduta criminosa. (...)
(STJ. RMS 61.084/RJ, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO
DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 14/09/2021, DJe 03/11/2021).
58. No que toca aos fundamentos da prisão preventiva, é correto afirmar que se
justifica a decretação de prisão:
(A) quando da existência, por si só, de condições pessoais desfavoráveis;
(B) de maneira automática após o descumprimento de medida cautelar alternativa;
(C) de membros de grupo criminoso como forma de interromper suas atividades;
(D) pela repercussão social do delito, quando sopesada a sua gravidade em abstrato;
(E) quando o réu deixa de comparecer a ato de instrução probatória.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(...) 4. A jurisprudência desta Corte de Justiça é firme em assinalar que “se justifica a
decretação da prisão de membros de organização criminosa, como forma de
interromper as atividades do grupo” (RHC n. 70.101/MS, Rel. Ministro Reynaldo Soares
da Fonseca, 5ª T., DJe 5/10/2016). (...) (EDcl no RHC 133.500/CE, Rel. Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 06/10/2020, DJe 16/10/2020).
60. Hermes foi denunciado pelo delito de falsidade ideológica eleitoral (Art. 350 do
Código Eleitoral), corrupção passiva (Art. 317 do Código Penal) e lavagem de dinheiro
(Art. 1º da Lei nº 9.613/1998), pois, na qualidade de servidor público, recebeu propina
de uma empresa para deixar de atuar na sua atividade-fim, ocultando, na sequência,
esse valor, por meio da simulação de uma atividade lícita. Tendo se candidatado a
cargo eletivo, falseou sua declaração de bens eleitorais, para manter a ocultação dos
valores indevidamente auferidos. A Justiça Eleitoral absolveu Hermes das imputações,
entendendo que não havia qualquer ilícito eleitoral. Ato seguinte, Hermes foi
denunciado pelo Ministério Público estadual, pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, repetindo o articulado na denúncia oferecida anteriormente na
Justiça Eleitoral.
A nova imputação deve ser:
(A) recebida, pois, ao absolver o réu do delito eleitoral, a Justiça Especializada deixou
de ter competência;
(B) recebida, pois houve alteração substancial na imputação, com a exclusão do
contexto delitivo-eleitoral;
(C) recebida, pois os delitos comuns não são acobertados pela coisa julgada da Justiça
Eleitoral;
(D) rejeitada, com base no princípio da vedação à dupla incriminação, limite derivado
da coisa julgada;
(E) não recebida, pela ausência de possibilidade jurídica do pedido.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
O ajuizamento de duas ações penais referentes aos mesmos fatos, uma na Justiça
Comum Estadual e outra na Justiça Eleitoral, viola a garantia contra a dupla
incriminação.
STJ. 5ª Turma. REsp 1.847.488-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/04/2021 (Info
719).