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AULA: 3

PROFESSOR: ADRIANO

TEXTO 1

A família dos porquês

A lógica costuma definir três modalidades distintas no uso do termo “porque”: o “porque” causa (“a jarra espatifo
u-se porque caiu ao chão”); o explicativo (“recusei o doce porque desejo emagrecer”); e o indicador de argumento
(“volte logo, você sabe por quê”). O pensamento científico revelouse uma arma inigualável quando se trata de ide
ntificar, expor e demolir os falsos porquês que povoam a imaginação humana desde os tempos imemoriais: as caus
as imaginárias dos acontecimentos, as pseudoexplicações de toda sorte e os argumentos falaciosos.

Mas o preço de tudo isso foi uma progressiva clausura ou estreitamento do âmbito do que é ilegítimo indagar. Ima
gine, por exemplo, o seguinte diálogo. Alguém sob o impacto da morte de uma pessoa especialmente querida está
inconformado com a perda e exclama: “Eu não consigo entender, isso não podia ter acontecido, por que não eu? P
or que uma criatura tão jovem e cheia de vida morre assim?!”. Um médico solícito entreouve o desabafo no corred
or do hospital e responde: “Sinto muito pela perda, mas eu examinei o caso da sua filha e posso dizer-lhe o que ho
uve: ela padecia, ao que tudo indica, de uma máformação vascular, e foi vítima da ruptura da artéria carótida inter
na que irriga o lobo temporal direito; ficamos surpresos que ela tenha sobrevivido tantos anos sem que a moléstia s
e manifestasse”.

A explicação do médico, admita-se, é irretocável; mas seria essa a resposta ao “por quê” do pai inconsolável? Os p
orquês da ciência são por natureza rasos: mapas, registros e explicações cada vez mais precisas e minuciosas da su
perfície causal do que acontece. Eles excluem de antemão como ilegítimos os porquês que mais importam. O “por
quê” da ciência médica nem sequer arranha o “por quê” do pai. Perguntar “por que os homens estão aqui na face d
a Terra”, afirma o biólogo francês Jacques Monod, é como perguntar “por que fulano e não beltrano ganhou na lot
eria”.

No macrocosmo não menos que no microcosmo da vida, as mãos de ferro da necessidade brincam com o copo de
dados do acaso por toda a eternidade. Mas, se tudo começa e termina em bioquímica, então por que – e para que –
tanto sofrimento?

In: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. p. 25-26. Adaptado.
TEXTO 2
Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=Mafalda+e+os+dilemas+da+vida. Acesso em: 15 out. 201
6. Adaptado.

1. No que se refere às atuais convenções de escrita de certas palavras e expressões na nossa língua, assi
nale a alternativa em que o enunciado está de acordo com tais convenções.

A) As razões por quê você não compareceu não me dizem respeito.


B) Esperemos que essa animozidade não se acentue ainda mais.
C) Não há entusiasmo que perdure diante da pobreza extrema.
D) A aridês dos corações parece maior que a do deserto.
E) O vechame da derrota é menor que o da vergonha.

2. Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada está corretamente conjugada.

A) Ao longo da história, os conhecimentos científicos muitas vezes se oporam à ordem vigente.


B) Não se pode esperar que amanhã as pessoas ainda pensaram como hoje, pois tudo muda.
C) Embora recomendamos a leitura aos mais jovens, nem sempre conseguimos que eles abracem essa ideia.
D) Felizmente ele reaveu tudo o que de mais importante havia perdido nos últimos anos.
E) Se ela transpuser mais essa barreira, nada poderá impedir a sua vitória.

3. Assim como nos termos “funcionário” e “público”, devem receber acento gráfico:

A) Gratuíto e rúbrica.
B) Vôo e alegoría.
C) Vêdo e aquí.
D) Ofício e táxi.
E) Rêde e cajú.

TEXTO 3

Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.

Manuel Bandeira

4. No poema, o eu lírico não apenas inventa uma forma verbal, mas também a conjuga: “Teadoro, Teo
dora”. Assinale a alternativa que traz um enunciado com as formas verbais corretamente conjugada
s.

A) Se todos vocês fazerem uma reflexão aprofundada, entenderão o poder da língua.


B) A Linguística será mais bem compreendida quando dispormos de educação de qualidade.
C) Quem vir para o Brasil deve aprender português, para se comunicar bem aqui.
D) No caso do Brasil, índios e africanos interviram no percurso da língua portuguesa.
E) Se você vir um poliglota, saiba que, para ele, a atividade epilinguística é mais intensa.

5. A flexão dos verbos, em tempo, modo, pessoa e número constitui uma área bastante controlada pela
norma padrão. Nesse sentido, identifique, entre os enunciados abaixo, aquele que respeita inteirame
nte essas normas.

A) O gramático mais tradicional não interviu na formulação das normas dos verbos irregulares. Elas se adéqua
m ao contexto.
B) Os usuários da linguagem comum nem sempre manteram os sentidos originais das palavras. Pode-se vê iss
o claramente.
C) Não seremos tão lineares e transparentes quando vir a hora das avaliações. Os responsáveis tem ciência dis
so.
D) A decisão final que convier ao grupo será tomada colaborativamente. O fato de o grupo estar organizado fa
cilita.
E) Se o grupo propor outra resolução para o problema, teremos a oportunidade de expor nossas inquietações.

6. Releia o seguinte trecho: “pense nisto: quando nos comunicamos, produz-se outro dos “mistérios linguísti
cos”, pois lançamos ao ar um conjunto de sons que são portadores de sentidos”. O termo destacado introdu
z um segmento

A) Explicativo.
B) Cusal.
C) Condicional.
D) Conclusivo.
E) Aditivo.
TEXTO 4

Disponível em: https://www.humorcomciencia.com/blog/metonimia. Acesso em 28/10/19.

7. O Texto 4 ajuda o leitor a compreender que:

A) O sentido de “cheio” difere radicalmente do sentido de “satisfeito”.


B) Em qualquer situação, empregar “cheio” em lugar de “satisfeito” é errado.
C) O termo “cheio” não deve ser empregado em lugar de “satisfeito”, pois os sentidos são opostos.
D) As palavras cheio/satisfeito são sinônimas em alguns contextos, mas não em todos.
E) Por terem equivalência semântica, “cheio” e “satisfeito” são sempre intercambiáveis.

8. Assinale a alternativa em que o sinal indicativo de crase foi empregado corretamente.

A) “Música boa” é um conceito que se refere àquela música que emociona alguém.
B) Alguns fãs sonham em encontrar seus ídolos músicos cara à cara.
C) É preciso reconhecer que todos têm direito à todo tipo de música.
D) A música tem o poder de dar, à mim e à você, uma visão diferente da vida.
E) Não se sabe à quem devemos atribuir o título de “primeiro criador de um instrumento musical”.

9. Observe o seguinte enunciado: “A solidão não tem o sentido de estar só e, sim, de se sentir mal acompanh
ado”. Desejando-se alterar esse enunciado e considerando as normas de regência, assinale a alternativa corr
eta.

A) A solidão não faz alusão de estar só e, sim, de se sentir mal acompanhado.


B) A solidão não se refere de estar só e, sim, de se sentir mal acompanhado.
C) A solidão não tem a ver a estar só e, sim, a se sentir mal acompanhado.
D) A solidão não significa em estar só e, sim, em se sentir mal acompanhado.
E) A solidão não está relacionada a estar só e, sim, a se sentir mal acompanhado.
10. Assinale o enunciado no qual as normas de regência (verbal e nominal) estão de acordo com a norma-pa
drão da língua.

A) A invenção da música se deu devido o homem ter combinado sons e silêncios.


B) Sem dúvida, os jovens, hoje em dia, preferem rock e funk do que música clássica.
C) Em se tratando de gosto musical, só temos que obedecer à nossa sensibilidade.
D) A música em que se atribui prestígio, atualmente, não é a de melhor qualidade.
E) Por causa do bom nível que chegou a música brasileira, ela é admirada internacionalmente.

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