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TÍTULO III - DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13 São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo e o Executivo.
Parágrafo único. Salvo as expressas exceções previstas nesta Lei Orgânica, é
vedado a qualquer dos Poderes delegar competência.

CAPÍTULO II - DO PODER LEGISLATIVO

Seção I - Da Câmara Municipal

Art. 14 O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal.

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de 04 (quatro) anos,


compreendendo, cada ano, 01 (uma) Sessão Legislativa.

Art. 15 A Câmara Municipal é composta de Vereadores, eleitos pelo voto direto


e secreto.

Parágrafo único. O número de Vereadores, proporcional à população do


Município, será fixado pela Câmara Municipal, observados os limites das
Constituições Federal e Estadual, até 12 (doze) meses antes do final do
mandato.

Seção II - Das Atribuições da Câmara Municipal

Art. 16 Compete à Câmara Municipal, com a sanção do prefeito, dispor sobre


todas as matérias de competência do Município, especialmente:

I - legislar sobre assuntos de interesse local, inclusive suplementando a


Legislação Federal e Estadual, bem como autorizar isenções e anistias fiscais
e a remissão de dividas;

II - votar o orçamento anual, o plano plurianual e a lei de diretrizes


orçamentárias, bem como autorizar a abertura de créditos suplementares e
especiais;

III - deliberar sobre obtenção e concessão de empréstimos e operações de


crédito, bem como a forma e os meios de pagamento;

IV - autorizar a concessão de auxílios e subvenções;

V - autorizar a concessão do direito real de uso de bens municipais;


VI - autorizar a concessão de serviços públicos;

VII - autorizar a concessão administrativa de uso de bens municipais;

VIII - autorizar a alienação de bens móveis e imóveis;

IX - autorizar a aquisição de bens imóveis pelo Poder Executivo, Autarquias e


Fundações Municipais;

X - autorizar a criação, alteração e extinção de cargos, empregos e funções


públicas municipais e aprovar os respectivos vencimentos;

XI - aprovar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;

XII - autorizar a criação da Guarda Municipal, nos termos da Constituição


Federal, fixar e modificar o seu efetivo;

XIII - aprovar a delimitação do perímetro urbano;

XIV - autorizar a constituição de consórcios com outros municípios;

XV - autorizar a alteração da denominação de bens, vias e logradouros


públicos;

XVI - dispor, na forma de Lei Complementar Estadual, sobre a criação,


organização, fusão e supressão de Distritos, mediante prévia consulta, por
meio de plebiscito;

XVII - aprovar a criação e modificação estrutural dos órgãos da administração


pública;

XVIII - aprovar e estabelecer normas urbanísticas, particularmente as relativas


a zoneamento e loteamento;

XIX - normatizar a Lei Complementar sobre os projetos de Lei de Iniciativa


Popular de interesse do Município, da Cidade, dos Distritos, nos termos da
Constituição Federal;

XX - aprovar a criação, estrutura, transformação, extinção de empresas


públicas, sociedades de economia mista, autarquias e fundações públicas
municipais.

Art. 17 Compete, privativamente, à Câmara Municipal:

I - elaborar seu Regimento Interno e o seu Código de Ética e Decoro


Parlamentar; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 04/2021)

II - eleger sua Mesa Diretora, bem como destitui-la na forma regimental;


III - dispor sobre sua organização, funcionamento, poder de polícia, criação,
transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços e
a iniciativa para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias;

IV - dar posse ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos Vereadores, conhecer de sua


renúncia e afastá-los definitivamente do exercício do cargo;

V - conceder licença ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos Vereadores para


afastamento do cargo;

VI - autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito, por necessidade de serviço, a


ausentar-se do Município por mais de 15 (quinze) dias;

VII - fixar o subsídio dos agentes políticos, até 12 (doze) meses antes do
encerramento da Legislatura para a subsequente nos termos da Constituição
Federal e desta Lei Orgânica;

VIII - solicitar informações ao Prefeito sobre assuntos referentes à


administração, as quais deverão ser prestadas dentro de 30 (trinta) dias sob
pena de incidir em infração política e administrativa;

IX - convocar os Agentes Políticos e os Agentes Públicos Municipais para


prestar informações sobre matéria de sua competência, e, em se negando,
incorrer nas sanções cabíveis;

X - fiscalizar e controlar diretamente, os atos do Poder Executivo, incluindo os


da administração indireta;

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da


atribuição normativa do Poder Executivo;

XII - julgar anualmente as contas do Prefeito e apreciar os relatórios sobre a


execução dos planos governamentais;

XIII - proceder à tomada de contas do Prefeito quando não apresentadas à


Câmara Municipal no prazo legal;

XIV - receber denúncia contra Prefeito, Vice-Prefeito ou Vereador, por voto


favorável de 2/3 (dois terços) dos seus membros referente a infrações político-
administrativas.

XV - mudar, temporária ou definitivamente, sua sede;

XVI - autorizar convênios, consórcios, ou acordos que acarretem encargos ou


compromissos gravosos ao Patrimônio Municipal;

XVII - julgar o Prefeito, Vice-Prefeito e os Vereadores nos casos previstos em


Lei;
XVIII - criar comissões especiais de inquérito sobre fato determinado no âmbito
de sua competência, desde que requerido por 1/3 (um terço) de seus membros;

XIX - autorizar referendo e plebiscito;

XX - decretar a perda do mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos


Vereadores, nos casos e nos termos da legislação aplicável;

XXI - autorizar a realização de empréstimo, operação ou acordo externo de


qualquer natureza de interesse do Município;

XXII - deliberar sobre adiantamento e suspensão de suas reuniões;

XXIII - conferir homenagem à pessoa ou entidade que tenha prestado


relevantes serviços ao Município conforme previsto em seu Regimento Interno,
mediante voto da maioria simples dos membros da Câmara;

XXIV - decidir sobre a perda do mandato de Vereador, nas hipóteses previstas


nesta Lei Orgânica;

XXV - solicitar ao Tribunal de Contas do Estado inspeções e auditorias de


natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administrativas do Legislativo, do Executivo, e nos órgãos da
administração direta e indireta, incluídas as autarquias, fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público Municipal;

XXVI - organizar as funções fiscalizadoras da Câmara Municipal;

XXVII - solicitar intervenção do Estado no Município.

§ 1º A Câmara Municipal delibera:

I - mediante Resoluções e Portarias sobre matéria de economia interna de


natureza político-administrativa;

II - mediante Decreto Legislativo sobre matéria de competência exclusiva que


exceda os limites de economia interna;

§ 2º É fixado em 30 (trinta) dias, prorrogáveis por igual período desde que


solicitado e devidamente justificado, o prazo para que o Prefeito e os
responsáveis pelos órgãos da administração direta e indireta prestem as
informações e encaminhem os documentos requisitados pelo Poder Legislativo,
na forma desta Lei.

§ 3º O não atendimento no prazo do parágrafo anterior, faculta ao Presidente


da Câmara ou à Comissão, se for o caso, solicitar, na conformidade da
Legislação Federal, a intervenção do Poder Judiciário para fazer cumprir a Lei,
sem prejuízo das sanções estabelecidas nesta Lei Orgânica.
Seção III - Das Sessões da Câmara

Art. 18 A Câmara Municipal reunir-se-á ordinariamente em sessão legislativa


anual de 01 de fevereiro a 31 de dezembro.

§ 1º As Sessões da Câmara de Vereadores não serão marcadas em datas que


recaírem em sábados, domingos ou feriados, com exceção do disposto no § 3º.

§ 2º A Sessão Legislativa não será interrompida sem a aprovação do Projeto de


Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual.

§ 3º A Câmara Municipal reunir-se-á, em Sessão de Instalação Legislativa, em


1º de janeiro de cada ano subsequente à eleição Municipal, para posse de
seus membros, do Prefeito e do Vice-Prefeito e eleição e posse da Mesa.

§ 4º A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-se-á pelo seu


Presidente, pelo Prefeito, ou a requerimento da maioria simples dos
Vereadores, em caso de urgência ou de interesse público relevante.

§ 5º A convocação extraordinária da Câmara, pelo Prefeito, dar-se-á com


antecedência de, no mínimo, 03 (três) dias úteis, conforme dispuser o
Regimento Interno.

§ 6º A Câmara reunir-se-á em Sessões Ordinárias, Extraordinárias, Solenes ou


Temáticas, conforme dispuser o seu Regimento Interno.

§ 7º As Sessões da Câmara serão públicas, salvo deliberação em contrário


tomada por 2/3 (dois terços) de seus membros quando ocorrer motivo
relevante.

§ 8º Na Sessão Extraordinária a Câmara deliberará somente sobre a matéria


para a qual for convocada, vedado o pagamento de parcela indenizatória em
razão da convocação.

§ 9º As Sessões só poderão ser abertas com a presença de, no mínimo, 1/3


(um terço) dos membros da Câmara.

Seção IV - Da Mesa Diretora e Das Comissões

Art. 19 A Mesa Diretora será composta de um(a) Presidente, de um(a) Vice-


Presidente, de um(a) primeiro(a) e segundo(a) Secretários(as), eleitos para o
mandato de 01 (um) ano, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subsequente, na mesma Legislatura.
Parágrafo único. As competências, as atribuições, formas de substituição,
eleição, posse e destituição dos membros da Mesa Diretora serão definidos no
Regimento Interno.

Art. 20 O Presidente da Mesa Diretora representa o Poder Legislativo.

Art. 21 A Câmara terá Comissões Legislativas Permanentes e Temporárias,


constituídas na forma e com as atribuições previstas no Regimento Interno.

Art. 22 Fica assegurado, tanto quanto possível, o princípio da representação


proporcional dos Partidos que participam da Câmara, na eleição da Mesa
Diretora e na composição das Comissões Legislativas Permanentes e
Temporárias.

Art. 23 Às Comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - discutir e votar Projeto de Lei, na forma do Regimento Interno, ressalvada a


competência do Plenário;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar titulares da administração indireta para prestar informações sobre


assuntos inerentes a suas atribuições e aos serviços próprios do órgão
respectivo;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer


pessoa, contra atos ou omissões das autoridades públicas municipais;

V - solicitar o depoimento de qualquer autoridade ou cidadão em assuntos e


matérias levantados ou investigados pela Câmara Municipal;

VI - apreciar programas de obras e planos municipais de desenvolvimento e


sobre eles emitir parecer.

Art. 24 As Comissões Parlamentares de Inquérito, que terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no
Regimento Interno, serão criadas mediante requerimento de 1/3 (um terço) de
seus membros, para apuração de fatos determinados e por prazo certo, sendo
suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Seção V - Dos Vereadores

Art. 25 Os Vereadores são invioláveis pelas suas opiniões, palavras e votos, no


exercício do mandato e na circunscrição do Município.

Parágrafo único. Os Vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre


informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

Art. 26 No dia 1º (primeiro) de janeiro de cada ano subsequente à eleição, sob


a presidência do mais votado entre os presentes, os Vereadores eleitos, em
Sessão Solene de Instalação, prestarão compromisso e tomarão posse.

§ 1º O Vereador que não tomar posse na Sessão prevista neste artigo, deverá
fazê-lo no prazo de 15 (quinze) dias, salvo motivo justo aceito pela Câmara.

§ 2º No ato da posse, o Vereador, se for o caso, deverá desincompatibilizar-se


conforme o Regimento Interno.

§ 3º No início e ao término do mandato, o Vereador deverá apresentar


declaração de seus bens.

Art. 27 O mandato de Vereador será remunerado, exclusivamente por subsídio


fixado em parcela única, através de Projeto de Lei Legislativo, sancionado pelo
Prefeito.

§ 1º É vedada a concessão de ajuda de custo, gratificação, adicional, abono,


prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, salvo o
pagamento de diária ou reembolso de despesas quando o Vereador se
deslocar em missão de representação solicitada pelo Prefeito ou Presidente da
Câmara, além de eventos de aperfeiçoamento.

§ 2º O pagamento de diárias e reembolso de despesas deverão ser


autorizados pelo Presidente da Câmara.

Art. 28 O Vereador não poderá:

I - desde a expedição do Diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, sociedade


de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de


que seja demissível "ad nutum" nas entidades constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:

a) ser proprietário, controlador, ou diretor de empresa que goze de favor


decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer
função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que seja demissível "ad nutum", nas entidades
referidas no inciso I, alínea "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades referidas
no inciso I, alínea "a";

d) ser titular de mais de 01 (um) cargo ou mandato eletivo Federal, Estadual,


Distrital ou Municipal.

Art. 29 Perderá o mandato o Vereador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das
sessões ordinárias da Câmara ou das reuniões das comissões legislativas,
salvo em caso de licença ou de missão oficial autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição


Federal;

VI - que sofrer condenação criminal com pena de reclusão, em sentença


transitada em julgado, devidamente publicada;

VII - que deixar de residir no município;

VIII - que deixar de tomar posse, sem motivo justificado, dentro do prazo
estabelecido nesta Lei Orgânica.

§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no


Regimento Interno e no Código de Ética e Decoro Parlamentar, o abuso das
prerrogativas asseguradas ao membro da Câmara Municipal ou a percepção
de vantagens indevidas. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
nº 04/2021)

§ 2º Nos casos dos incisos I, VI e VII deste artigo, a perda de mandato de


vereador será decidida pela Câmara, por voto nominal e com maioria de 2/3
(dois terços), mediante representação na Câmara, nos termos do seu
Regimento Interno. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
nº 04/2021)

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III, IV, V e VIII a perda será declarada pela
Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de
partido político representado na Câmara de vereadores, nos termos do seu
Regimento Interno.

§ 4º Nos casos previstos no inciso II deste artigo, o procedimento e as penas


impostas ao Vereador serão definidos pelo Código de Ética e Decoro
Parlamentar. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 04/2021)
Art. 30 Não perderá o mandato o Vereador:

I - investido no cargo de Secretário Municipal ou equivalente, considerando-se


licenciado;

II - licenciado pela Câmara, por motivo de doença, ou para tratar, sem


remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento
não ultrapasse a 120 (cento e vinte) dias por Sessão Legislativa.

§ 1º O suplente será convocado em todos os casos de vaga ou licença


igual ou superior a 30 (trinta) dias.

§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, o Presidente da Câmara


comunicará o fato, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal Regional
Eleitoral, procedendo-se nova eleição se faltarem mais de 15 (quinze) meses
para o término do mandato.

§ 3º Na hipótese de investidura no cargo de Secretário Municipal, o Vereador


poderá optar pela remuneração do mandato.

§ 4º A Vereadora terá direito à licença maternidade e o Vereador à licença


paternidade, conforme dispuser o Regimento Interno.

Seção VI - Do Processo Legislativo

Subseção I - Disposições Gerais

Art. 31 O processo Legislativo compreende:

I - emendas à Lei Orgânica do Município;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - decretos legislativos;

V - resoluções.

Art. 32 A Lei Orgânica do Município será emendada mediante proposta:

I - de todas as lideranças de Bancada e do Governo;

II - por 1/3 (um terço) dos membros da Câmara Municipal;

III - do Prefeito;

IV - de iniciativa popular, subscrita por pelo menos 05 (cinco) por cento do


eleitorado do Município.
§ 1º A proposta de emenda a Lei Orgânica será votada em 02 (dois) turnos,
considerando-se aprovada quando obtiver em ambos o voto favorável de 2/3
(dois terços) dos membros da Câmara.

§ 2º A emenda à Lei Orgânica Municipal será promulgada pela Mesa da


Câmara, com o respectivo número de ordem que será sequencial
independentemente do ano da promulgação.

§ 3º A matéria constante de proposta de emenda à Lei Orgânica obstada pela


Mesa ou rejeitada, não poderá ser objeto de nova proposta na mesma Sessão
Legislativa.

Subseção II - Das Leis

Art. 33 A iniciativa das Leis Complementares e Ordinárias cabe a qualquer


Vereador ou Comissão Legislativa Permanente, ao Prefeito e aos cidadãos, na
forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica.

§ 1º São de iniciativa privativa do Prefeito as Leis que:

I - fixem ou modifiquem o efetivo da Guarda Municipal;

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta ou


autárquica e de sua remuneração;

b) servidores públicos do Município, seu regime jurídico, provimento de cargos,


estabilidade e aposentadoria;

c) criação, estruturação e atribuição das Secretarias Municipais e órgãos da


administração pública municipal;

d) Plano Plurianual;

e) Diretrizes Orçamentárias;

f) Orçamento Anual e Créditos Suplementares e Especiais.

§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara


Municipal, de Projeto de Lei subscrito por, no mínimo, 05 (cinco) por cento do
eleitorado do Município.

§ 3º Compete privativamente à Câmara de Vereadores a iniciativa das leis que


disponham sobre sua organização, funcionamento, poder de polícia, criação,
transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços e
a iniciativa para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Art. 34 As Leis Complementares exigem, para sua aprovação, o voto favorável
da maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.

Parágrafo único. São Leis Complementares, dentre outras previstas nesta Lei
Orgânica, aquelas concernentes as seguintes matérias:

I - Código Tributário do Município;

II - Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado:

a) Código de Obras ou de Edificações;

b) Código de Zoneamento Urbano e direitos suplementares de uso e ocupação


do solo;

c) Código de Parcelamento de Terras;

d) Código de Posturas;

III - Estatuto dos Servidores Municipais;

IV - Guarda Municipal;

V - Criação de cargos, funções ou empregos públicos;

VI - Concessão de serviço público;

VII - Diretrizes Municipais da Educação;

VIII - Diretrizes da Saúde e da Assistência social;

IX - Diretrizes Municipais da Agricultura;

X - Organização Previdenciária Pública Municipal;

XI - Regime Jurídico Único dos Servidores Municipais.

Art. 35 Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos Projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito, ressalvado o disposto no § 3º


do Art. 99;

II - nos Projetos sobre a organização dos serviços administrativos da Câmara


Municipal.

Art. 36 O Prefeito poderá solicitar urgência para a apreciação de Projetos de


sua iniciativa considerados relevantes.
Parágrafo único. O regime de urgência deverá ser submetido ao Plenário da
Câmara municipal devendo ser aprovado por maioria simples.

Art. 37 O Projeto aprovado será enviado, no prazo de 10 (dez) dias úteis, pelo
Presidente da Câmara ao Prefeito, que, concordando, o sancionará e
promulgará no prazo de 15 (quinze) dias úteis.

Parágrafo único. Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias úteis, o silêncio do


Prefeito importará em sanção.

Art. 38 Julgado o Projeto pelo Prefeito, no todo ou em parte, inconstitucional ou


contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15
(quinze) dias úteis, contados da data do recebimento prazo no qual deverá
promover a publicação e comunicação ao Presidente da Câmara.

§ 1º As razões aduzidas no veto serão apreciadas no prazo de 30 (trinta) dias,


contados do seu recebimento, em uma única discussão.

§ 2º O veto somente poderá ser rejeitado pela maioria absoluta dos


Vereadores.

§ 3º Esgotado, sem deliberação, o prazo previsto no parágrafo 1º deste artigo,


o veto será colocado na Ordem do Dia da Sessão imediata, sobrestadas as
demais proposições até sua votação final.

§ 4º No caso de o veto ser rejeitado, o Projeto será enviado ao Prefeito em 48


(quarenta e oito) horas, para promulgação.

§ 5º A não promulgação pelo Prefeito da Lei em 48 (quarenta e oito) horas, nos


casos de sanção tácita ou rejeição de veto, o Presidente da Câmara a
promulgará e, se este não o fizer, caberá ao Vice-Presidente, em igual prazo,
fazê-lo.

§ 6º Nos casos de veto parcial, as disposições aprovadas serão promulgadas


com o mesmo número da Lei Original, observado o prazo estipulado no § 5º.

§ 7º O prazo previsto no § 1º deste artigo não corre nos períodos de recesso da


Câmara.

§ 8º Na apreciação do veto, a Câmara não poderá introduzir qualquer


modificação no texto aprovado.

Art. 39 A matéria constante de Projeto de Lei rejeitado somente poderá


constituir objeto de novo Projeto, na mesma Sessão Legislativa, mediante
proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara.

Art. 40 As proposições, ressalvados os casos de urgência, serão incluídas na


sessão seguinte ao seu protocolo, desde que observados os seguintes prazos:
I - Protocolo até às 16:00h do dia da sessão ordinária, caso a proposição for de
autoria de Vereador;

II - Protocolo até 04 (quatro) dias antes da realização da sessão ordinária, nos


demais casos.

Seção VII - Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária

Art. 41 A Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e


Patrimonial do Município e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno do Poder Executivo Municipal.

§ 1º O Executivo deverá apresentar todo o processo com empenho, sua


liquidação e pagamentos ao Poder Legislativo, conforme Lei Complementar
Federal nº 131, de 27 de maio de 2009.

§ 2º Prestará contas ao Poder Executivo, bem como para o Poder Legislativo,


nos termos e prazos de Lei, qualquer pessoa física ou entidade jurídica de
direito público ou privado que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais o Município responda, ou
que, em seu nome, assuma obrigações de natureza pecuniária.

§ 3º A respectiva prestação de contas deverá ser encaminhada com toda a


documentação fiscal e contábil, e, sendo necessário, deverá a entidade ou
pessoa beneficiada apresentar a complementação dos mesmos, dentro do
prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da notificação para o ato.

§ 4º O não cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores implicará nas


sanções previstas em lei.

Art. 42 O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com


auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:

I - emitir parecer prévio sobre as Contas que o Prefeito Municipal deve prestar
anualmente, incluídas as da Câmara Municipal, até o último dia útil do exercício
financeiro em que foram prestadas;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,


bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal, e
as contas daquelas que derem causa à perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de


pessoal, a qualquer titulo, na administração direta e indireta, incluídas as
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como os de
concessão de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial, especialmente, quando forem
requeridas pela Câmara Municipal ou por iniciativa de comissão técnica ou de
inquérito, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo, e
demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos recebidos decorrente de


convênio, acordo, ajuste, auxílio e contribuição, ou outros atos análogos, dos
órgãos da administração direta e indireta;

VI - o Executivo deverá prestar, no prazo de 30 (trinta) dias, as informações


solicitadas pela Câmara sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária
e patrimonial e sobre o andamento e resultados de auditorias e inspeções
realizadas;

VII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesas ou


irregularidades de contas, as sanções administrativas e pecuniárias previstas
em Lei;

VIII - fixar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências


necessárias ao exato cumprimento da Lei, se verificada ilegalidade ou
irregularidade;

IX - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos


apurados.

§ 1º O parecer prévio a ser emitido pelo Tribunal de Contas do Estado


consistirá em uma apreciação geral e fundamentada sobre o exercício
financeiro e a execução do orçamento, e concluirá pela aprovação ou não das
contas, indicando, as parcelas impugnadas, se for o caso.

§ 2º As decisões do Tribunal de Contas do Estado, de que resulte imputação de


multa, terão eficácia de título executivo.

Art. 43 A comissão permanente de orçamentos e fiscalização financeira, diante


de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de
investimentos não programados ou subsídios não aprovados, poderá solicitar à
autoridade responsável que, no prazo de 05 (cinco) dias, preste os
esclarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos ou julgados insuficientes, a Comissão


solicitará, por intermédio da Câmara, ao Tribunal de Contas, pronunciamento
conclusivo sobre a matéria no prazo de 30 (trinta) dias.

§ 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa, a comissão, se


julgar que o fato possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia
pública do município, determinará a sua sustação.

Art. 44 Para o exercício da auditoria contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial, os órgãos da administração direta e indireta
municipal deverão remeter ao Tribunal de Contas do Estado, nos termos e
prazos estabelecidos, balancetes mensais, balanços anuais e demais
demonstrativos e documentos que forem solicitados.

Parágrafo único. O Tribunal de Contas do Estado, para emitir parecer prévio


sobre as contas anuais que o Prefeito deve prestar, poderá requisitar
documentos, determinar inspeções, auditorias e ordenar diligências que se
fizerem necessárias à correção de erros, irregularidades, abusos e
ilegalidades.

Art. 45 No exercício do controle externo, caberá à Câmara Municipal:

I - julgar as contas anuais prestadas pelo Prefeito e apreciar os relatórios sobre


a execução do Plano de Governo;

II - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da


administração indireta;

III - realizar, por delegados de sua confiança, inspeções sobre quaisquer


documentos de gestão da administração direta e indireta Municipal, bem como
a conferência dos saldos e valores declarados como existentes ou disponíveis
em balancetes e balanços;

IV - representar às autoridades competentes para apuração de


responsabilidades e punição dos responsáveis por ilegalidades ou
irregularidades praticadas, que caracterizem corrupção, descumprimento de
normas legais ou que acarretem prejuízos ao Patrimônio Municipal.

§ 1º O parecer prévio, emitido pelo Tribunal de Contas do Estado sobre as


contas anuais que o Prefeito deve prestar, só deixará de prevalecer por decisão
de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal.

§ 2º A Câmara Municipal remeterá ao Tribunal de Contas do Estado, cópia do


julgamento das contas do Prefeito, no prazo estipulado por aquele órgão.

§ 3º As contas anuais do Município ficarão na Câmara Municipal, a partir de 31


de março do exercício subsequente, durante 60 (sessenta) dias, à disposição
de qualquer cidadão, para exame e apreciação, o qual poderá questionar a
legitimidade e a legalidade.

§ 4º A Câmara Municipal somente julgará as contas após a emissão do parecer


prévio do Tribunal de Contas.

Art. 46 A Câmara Municipal, na deliberação sobre as contas do Prefeito,


deverá observar os preceitos seguintes:
I - o julgamento das contas do Prefeito, far-se-á em até 90 (noventa) dias,
contados da data da Sessão em que for procedida a leitura do parecer do
Tribunal de Contas do Estado;

II - recebido o parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado, o Presidente da


Câmara Municipal procederá à leitura, em plenário, até a 3.ª (terceira) Sessão
Ordinária subsequente;

III - decorrido o prazo de 90 (noventa) dias sem deliberação, as contas serão


incluídas na Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais
assuntos, para que se proceda à votação;

IV - rejeitadas as contas, deverá o Presidente da Câmara Municipal, no prazo


de até 60 (sessenta) dias, remetê-las ao Ministério Público, para os devidos
fins;

V - na apreciação das contas, a Câmara Municipal poderá, em deliberação por


maioria simples, converter o processo em diligência ao Prefeito do exercício
correspondente, abrindo vistas pelo prazo de 30 (trinta) dias, para que sejam
prestados os esclarecimentos julgados convenientes;

VI - a Câmara Municipal poderá, antes do julgamento das contas, em


deliberação por maioria simples, de posse dos esclarecimentos prestados pelo
Prefeito, ou à vista de fatos novos que evidenciem indícios de irregularidades,
devolver o processo ao Tribunal de Contas do Estado, para reexame e novo
parecer;

VII - recebido o segundo parecer emitido pelo Tribunal de Contas do Estado, a


Câmara Municipal deverá julgar definitivamente as contas, no prazo
estabelecido no inciso I;

VIII - o prazo a que se refere o inciso I interrompe-se durante o recesso da


Câmara Municipal;

IX - O Executivo deverá apresentar todo o processo com empenho e


liquidação.

Art. 47 Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma integrada,


sistema de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a execução


dos programas de governo e do orçamento do Município;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia da gestão


orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração
Municipal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres do Município;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de


qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas do Estado e à Câmara Municipal, sob pena de responsabilidade
solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima


para, na forma da Lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o
Tribunal de Contas do Estado.

Art. 48 O controle interno, a ser exercido pela administração direta ou indireta


municipal, deve abranger:

I - o controle da execução do Orçamento Municipal e dos contratos jurídicos


análogos;

II - a verificação da regularidade e contabilização dos atos que resultem na


arrecadação de receitas e na realização de despesas;

III - a verificação da regularidade e contabilização de outros atos que resultem


no nascimento ou extinção de direitos e obrigações;

IV - a verificação e registro da fidelidade funcional dos agentes da


administração e de responsáveis por bens e valores públicos.

Art. 49 As contas da administração municipal direta e indireta, serão


submetidas ao sistema de controle externo mediante encaminhamento ao
Tribunal de Contas do Estado e à Câmara Municipal, nos prazos seguintes:

I - o Projeto de Lei do Plano Plurianual - PPA, para vigência até o final do 1º


(primeiro) exercício financeiro do mandato subsequente, será encaminhado até
o final do mês de junho do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
final do mês de julho;

II - o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, será encaminhado até o


final do mês de agosto do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
final do mês de setembro do mesmo exercício;

III - o Projeto de Lei Orçamentária Anual - LOA será encaminhado até o final do
mês de outubro do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa;

IV - até 30 (trinta) dias subsequentes ao mês anterior, o Balancete Mensal;


V - até o dia 28 de fevereiro do exercício seguinte, o Balanço Anual;

§ 1º Os Balancetes a serem encaminhados à Câmara Municipal, no prazo do


inciso IV, serão acompanhados dos respectivos empenhos, em meio digital, e
dos decretos de alteração do orçamento.

§ 2º Os prazos determinados neste artigo poderão ser alterados, nos casos em


que couberem, nos termos que venham a ser estabelecidos em legislação
específica.

§ 3º O Poder Executivo publicará, até 30 (trinta) dias após o encerramento de


cada bimestre, Relatório Resumido da Execução Orçamentária e até 30 (trinta)
dias após o encerramento do quadrimestre, Relatório de Gestão Fiscal.

§ 4º As disponibilidades de caixa do Município e dos órgãos ou entidades e das


empresas por ele controladas serão depositadas em instituições financeiras
oficiais, ressalvados os casos previstos em Lei.

Art. 50 A Câmara Municipal, em deliberação por 2/3 (dois terços) dos seus
membros, ou o Tribunal de Contas do Estado, poderão representar ao Governo
do Estado, solicitando intervenção no Município, quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por 02 (dois) anos
consecutivos, a dívida fundada;

II - não forem prestadas as contas devidas, na forma da Lei;

III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na


manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde.

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