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SEMANA DA JURISPRUDÊNCIA

Com Nelma Fontana e Herbert Almeida


Programação
Regras do sorteio
SIMPLIFICANDO A JURISPRUDÊNCIA
Com Nelma Fontana e Herbert Almeida
Funções dos auditores de
Tribunais de Contas
ADI 5530 MS, j. em 22/5/2023
(2023/FGV/TJ-ES/Juiz Substituto)
A Lei nº Y do Estado Beta fixou as atribuições para o cargo de auditor (ministros ou
conselheiros substitutos) do respectivo Tribunal de Contas, inovando em relação às
fixadas na Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, pois, além das funções de
julgamento das contas públicas, teriam a atribuição de emissão de pareceres ou
quaisquer atos opinativos.
Diante do exposto e considerando a jurisprudência predominante no Supremo
Tribunal Federal, é correto afirmar que a Lei nº Y é :
(2023/FGV/TJ-ES/Juiz Substituto)
A) constitucional, pois os entes federados possuem autonomia para fixar, em lei, as
atribuições para o cargo de auditor (ministros ou conselheiros substitutos) do respectivo
Tribunal de Contas, e podem, inclusive, inovar em relação às fixadas na Lei Orgânica do
Tribunal de Contas da União;

B) inconstitucional, pois os auditores do Tribunal de Contas não têm função judicante


atribuída ao cargo expressamente pela Constituição da República de 1988, uma vez que
emitem pareceres opinativos desprovidos de caráter decisório;

C) inconstitucional, pois apesar da autonomia para fixar, em lei, as atribuições para o cargo
de auditor (ministros ou conselheiros substitutos) do respectivo Tribunal de Contas, não
podem inovar em relação às fixadas na Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União;
(2023/FGV/TJ-ES/Juiz Substituto)
D) inconstitucional, pois a atribuição de emissão de pareceres opinativos aos
auditores de Tribunal de Contas estadual é incompatível com a função de
judicatura de contas estabelecida pela Constituição da República de 1988;
E) constitucional, pois a atribuição de emissão de pareceres opinativos aos
auditores de Tribunal de Contas estadual é compatível com a função de judicatura
de contas, ambas estabelecidas pela Constituição da República de 1988.
ADI 5530/MS
II. Mérito
5. Os Tribunais de Contas dos Estados, Distrito Federal e Municípios devem instituir o cargo de
auditor (conselheiro substituto) em sua estrutura e reproduzir o perfil constitucional do cargo
(arts. 73, § 4o, e 75, caput, da Constituição). Isso significa conferir aos auditores o exercício da
judicatura de contas, possibilitando-lhes o julgamento de contas públicas, a instrução e relatoria
de processos, a apresentação de propostas de decisão e o assento no colegiado.
6. Diante do caráter opinativo dessas manifestações, a emissão de pareceres constitui atribuição
incompatível com a função de judicatura de contas estabelecida pelo art. 73, § 4o, da
Constituição.
7. Os Estados-membros e o Distrito Federal têm autonomia para fixar as atribuições dos auditores
e podem, até mesmo, inovar em relação àquelas fixadas na lei orgânica do Tribunal de Contas da
União; no entanto, devem obediência ao perfil judicante do cargo instituído pela Constituição da
República.
Controle de constitucionalidade
pelos tribunais de contas
MS 25.888/DF, julgamento em
22.8.2023.
Situação hipotética
O Município Alfa realizou concurso público para o provimento de cargos públicos de professor e agente
administrativo. Contudo, considerando a urgência das contratações e a preocupação do prefeito em
contratar pessoas alinhadas ao seu pensamento sobre gestão pública, as contratações foram realizadas
sem concurso público.
Porém, o registro das admissões foi indeferido pelo Tribunal de Contas, em razão da ausência do
concurso público.
Ao ser notificado sobre o fato, o Município informou que os provimentos foram realizados com base em
lei municipal, aprovada recentemente pela Câmara de Vereadores, que dispensava a realização de
concurso público em determinadas condições.
O Tribunal de Contas, contudo, afastou a aplicação da lei nos casos analisados, considerando-a
inconstitucional. Ato seguinte, a Corte manteve o indeferimento do registro dos provimentos,
determinando a realização das correções necessárias para o exato cumprimento da legislação.
Pergunta-se: caberia ao Tribunal de Contas analisar a constitucionalidade da norma municipal, nos
termos descritos acima?
Análise do caso
Súmula 347: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar
a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.
Análise do caso
1. O Tribunal de Contas da União, órgão sem função jurisdicional, não pode declarar a
inconstitucionalidade de lei federal com efeitos erga omnes e vinculantes no âmbito de
toda a Administração Pública Federal.
2. Decisão do TCU que acarretou o total afastamento da eficácia dos §§ 2º e 3º dos artigos
7º e 17 da Medida Provisória 765/2016, convertida na Lei 13.464/2017, no âmbito da
Administração Pública Federal.
3. Impossibilidade de o controle difuso exercido administrativamente pelo Tribunal de
Contas trazer consigo a transcendência dos efeitos, de maneira a afastar incidentalmente a
aplicação de uma lei federal, não só para o caso concreto, mas para toda a Administração
Pública federal, extrapolando os efeitos concretos e interpartes e tornando-os erga omnes e
vinculantes.
MS 35.500, j. 13/4/2021.
Cebraspe – TCE SC / 2022
Segundo o STF, não pode o Tribunal de Contas da União afastar
incidentalmente a aplicação de lei federal sob o argumento de
inconstitucionalidade.
Análise do caso
Resumo
A Súmula 347 é compatível com a CF/88, mas somente para afastar a aplicação, no
caso concreto, de norma cuja aplicação ensejaria RESULTADO
INCONSTITUCIONAL, seja por:
(1) violação patente a dispositivo da Constituição; ou
(2) por contrariedade à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a
matéria.

A aplicação da S347 ocorrerá quando o afastamento da norma for imprescindível


para o exercício do controle externo.
Imunidades parlamentares
ADI 5824/RJ, julgamento em
17.12.2022.
(2023/VUNESP/Prefeitura de São José do Rio
Preto-SP/Procurador do Município)
Considere que a Constituição do Estado X reproduziu com exatidão as regras a respeito das
imunidades parlamentares presentes na Constituição Federal, de forma a equiparar as
imunidades formal e material dos membros do Congresso Nacional aos dos parlamentares
estaduais.

Com base na situação hipotética e no disposto na jurisprudência do Supremo Tribunal


Federal, é correto afirmar que

A) a equiparação é inconstitucional, pois só o constituinte originário possui competência


para tratar desta matéria.
(2023/VUNESP/Prefeitura de São José do Rio
Preto-SP/Procurador do Município)
B) a previsão é inconstitucional, na medida em que a União possui a competência
privativa para legislar sobre as prerrogativas dos agentes políticos.
C) em decorrência da observância ao princípio republicano, considera-se
constitucional a norma do constituinte derivado.
D) em decorrência da observância ao princípio republicano, considera-se
constitucional a norma do constituinte derivado.
E) a equiparação é apenas parcialmente constitucional, pois apenas a imunidade
formal dos membros do Congresso Nacional pode ser estendida aos deputados
estaduais.
ADI 5824/RJ
EMENTA: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO A PARLAMENTARES ESTADUAIS DAS REGRAS DE
IMUNIDADE FORMAL CONSTANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. POSSIBILIDADE.
ENTENDIMENTO MAJORITÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. IMPROCEDÊNCIA DA
AÇÃO.
1. Segundo a posição majoritária do Tribunal, o legislador constituinte originário
estendeu expressamente aos deputados estaduais, no § 1o do art. 27, as imunidades
dos membros do Congresso Nacional.
2. É constitucional norma elaborada pelo constituinte derivado que mantenha a estrita
disciplina das regras de repetição obrigatória referentes às imunidades parlamentares.
3. Ação direta julgada improcedente.
Direito individual
RE 820823/DF. Repercussão Geral –
Tema 922) (Info 1070).
(2023/CEBRASPE/SEFIN de Fortaleza-CE/Auditor)
Considerando o entendimento jurisprudencial do STF a respeito dos direitos e das
garantias fundamentais, julgue o item subsequente.

Uma vez que não há direitos fundamentais absolutos, revela-se constitucional


eventual condicionamento da desfiliação de associado à quitação de débito
referente a benefício obtido por intermédio da associação ou ao pagamento de
multa.
Jurisprudência
É inconstitucional o condicionamento da desfiliação de associado à quitação de
débito referente a benefício obtido por intermédio da associação ou ao pagamento
de multa.
(RE 820823/DF. Repercussão Geral – Tema 922) (Info 1070).
Organização do Estado e Sistema
Tributário Nacional
RE n. 614.384 / SE, julgamento em
2.5.2022
(2023/Cebraspe/SEFIN de Fortaleza-CE/Auditor)

Acerca da organização político-administrativa do Brasil, julgue o item a seguir.

Sem que tenha ocorrido consulta prévia, por meio de plebiscito, às populações de
municípios envolvidos, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) é que
não há legitimidade ativa para a execução fiscal de cobrança, por parte de um
município, de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
quanto a imóveis localizados em área acrescida de outro município.
RE n. 614.384
Tese: “A EC nº 57/08 não convalidou desmembramento municipal realizado sem
consulta plebiscitária e, nesse contexto, não retirou o vício de ilegitimidade ativa
existente nas execuções fiscais que haviam sido propostas por município ao qual
fora acrescida, sem tal consulta, área de outro para a cobrança do IPTU quanto a
imóveis nela localizados."
Intervenção do Poder Judiciário em
políticas públicas
RE 684.612/RJ (tema 220), julgamento
em 3.7.2023.
Situação hipotética
Em razão da prestação deficiente de serviços de saúde à população, o Ministério
Público ingressou com ação judicial para exigir a correção dos serviços, exigindo a
realização de concurso público para o provimento em hospital público cujo quadro
de pessoal era deficitário.

Diante de tal situação, questiona-se:


(1) Poderia o Poder Judiciário interferir na realização de políticas públicas quando há
violação de direitos constitucionais?
(2) Poderia o Poder Judiciário, no caso concreto, determinar a realização do
concurso público e dos provimentos decorrentes?
Intervenção do Poder Judiciário em
políticas públicas
1. A intervenção do Poder Judiciário em políticas públicas voltadas à realização de
direitos fundamentais, em caso de ausência ou deficiência grave do serviço, não
viola o princípio da separação dos Poderes.
2. A decisão judicial, como regra, em lugar de determinar medidas pontuais, deve
apontar as finalidades a serem alcançadas e determinar à Administração Pública que
apresente um plano e/ou os meios adequados para alcançar o resultado;
3. No caso de serviços de saúde, o déficit de profissionais pode ser suprido por
concurso público ou, por exemplo, pelo remanejamento de recursos humanos e pela
contratação de organizações sociais (OS) e organizações da sociedade civil de
interesse público (OSCIP). RE 684.612/RJ (tema 220), julgamento em 3.7.2023.
Intervenção do Poder Judiciário em
políticas públicas
Nesse contexto, para viabilizar uma atuação judicial efetiva e organizada com vistas à
concretização de direitos fundamentais, esta Corte fixou os seguintes parâmetros a
serem observados:
(i) a ausência ou a grave deficiência do serviço público, decorrente da inércia ou
excessiva morosidade do Poder Público, devem estar devidamente comprovadas nos
autos;
(ii) deve-se questionar se é razoável e faticamente viável que a obrigação pleiteada
seja universalizada pelo ente público devedor, considerados os recursos efetivamente
existentes;
Intervenção do Poder Judiciário em
políticas públicas
(iii) determina-se a finalidade a ser atingida e não o modo como ela deverá ser
alcançada pelo administrador, prestigiando-se a resolução consensual da demanda e o
diálogo institucional com as autoridades públicas responsáveis;
(iv) na implementação de políticas públicas, a decisão judicial deve apoiar-se em
documentos ou manifestações de órgãos técnicos, os quais poderão acompanhar a
petição inicial ou compor a instrução processual; e
(v) sempre que possível, deve-se permitir a participação de terceiros no processo, com
a admissão de amici curiae e a designação de audiências públicas.
Intervenção do Poder Judiciário em
políticas públicas
RE 592.581 – Tema 220: É lícito ao Judiciário impor à Administração Pública obrigação
de fazer, consistente na promoção de medidas ou na execução de obras emergenciais
em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado da dignidade da
pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e moral,
nos termos do que preceitua o art. 5º, XLIX, da Constituição Federal, não sendo
oponível à decisão o argumento da reserva do possível nem o princípio da separação
dos poderes
CURSO DE JURISPRUDÊNCIA DE
DIREITO CONSTITUCIONAL E
ADMINISTRATIVO
Com Nelma Fontana e Herbert Almeida
Para quem será o curso?

Concurseiros de diversas áreas, especialmente:


▪ Fisco
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Composição do curso
▪ Módulo principal:
▪ 10 aulas (teoria e exercícios) de Direito Constitucional
▪ 10 aulas (teoria e exercícios) de Direito Administrativo
▪ Áudio: teses e explicação sucinta – para revisões
▪ Atualizações:
▪ 6 aulas (uma para cada quadrimestre de cada uma das disciplinas)
▪ Extras:
▪ 2 aulas em dupla (Semana da Jurisprudência) para revisar os principais
pontos de forma especial
▪ 1 ano de acesso
Programação
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