Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
C) inconstitucional, pois apesar da autonomia para fixar, em lei, as atribuições para o cargo
de auditor (ministros ou conselheiros substitutos) do respectivo Tribunal de Contas, não
podem inovar em relação às fixadas na Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União;
(2023/FGV/TJ-ES/Juiz Substituto)
D) inconstitucional, pois a atribuição de emissão de pareceres opinativos aos
auditores de Tribunal de Contas estadual é incompatível com a função de
judicatura de contas estabelecida pela Constituição da República de 1988;
E) constitucional, pois a atribuição de emissão de pareceres opinativos aos
auditores de Tribunal de Contas estadual é compatível com a função de judicatura
de contas, ambas estabelecidas pela Constituição da República de 1988.
ADI 5530/MS
II. Mérito
5. Os Tribunais de Contas dos Estados, Distrito Federal e Municípios devem instituir o cargo de
auditor (conselheiro substituto) em sua estrutura e reproduzir o perfil constitucional do cargo
(arts. 73, § 4o, e 75, caput, da Constituição). Isso significa conferir aos auditores o exercício da
judicatura de contas, possibilitando-lhes o julgamento de contas públicas, a instrução e relatoria
de processos, a apresentação de propostas de decisão e o assento no colegiado.
6. Diante do caráter opinativo dessas manifestações, a emissão de pareceres constitui atribuição
incompatível com a função de judicatura de contas estabelecida pelo art. 73, § 4o, da
Constituição.
7. Os Estados-membros e o Distrito Federal têm autonomia para fixar as atribuições dos auditores
e podem, até mesmo, inovar em relação àquelas fixadas na lei orgânica do Tribunal de Contas da
União; no entanto, devem obediência ao perfil judicante do cargo instituído pela Constituição da
República.
Controle de constitucionalidade
pelos tribunais de contas
MS 25.888/DF, julgamento em
22.8.2023.
Situação hipotética
O Município Alfa realizou concurso público para o provimento de cargos públicos de professor e agente
administrativo. Contudo, considerando a urgência das contratações e a preocupação do prefeito em
contratar pessoas alinhadas ao seu pensamento sobre gestão pública, as contratações foram realizadas
sem concurso público.
Porém, o registro das admissões foi indeferido pelo Tribunal de Contas, em razão da ausência do
concurso público.
Ao ser notificado sobre o fato, o Município informou que os provimentos foram realizados com base em
lei municipal, aprovada recentemente pela Câmara de Vereadores, que dispensava a realização de
concurso público em determinadas condições.
O Tribunal de Contas, contudo, afastou a aplicação da lei nos casos analisados, considerando-a
inconstitucional. Ato seguinte, a Corte manteve o indeferimento do registro dos provimentos,
determinando a realização das correções necessárias para o exato cumprimento da legislação.
Pergunta-se: caberia ao Tribunal de Contas analisar a constitucionalidade da norma municipal, nos
termos descritos acima?
Análise do caso
Súmula 347: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar
a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.
Análise do caso
1. O Tribunal de Contas da União, órgão sem função jurisdicional, não pode declarar a
inconstitucionalidade de lei federal com efeitos erga omnes e vinculantes no âmbito de
toda a Administração Pública Federal.
2. Decisão do TCU que acarretou o total afastamento da eficácia dos §§ 2º e 3º dos artigos
7º e 17 da Medida Provisória 765/2016, convertida na Lei 13.464/2017, no âmbito da
Administração Pública Federal.
3. Impossibilidade de o controle difuso exercido administrativamente pelo Tribunal de
Contas trazer consigo a transcendência dos efeitos, de maneira a afastar incidentalmente a
aplicação de uma lei federal, não só para o caso concreto, mas para toda a Administração
Pública federal, extrapolando os efeitos concretos e interpartes e tornando-os erga omnes e
vinculantes.
MS 35.500, j. 13/4/2021.
Cebraspe – TCE SC / 2022
Segundo o STF, não pode o Tribunal de Contas da União afastar
incidentalmente a aplicação de lei federal sob o argumento de
inconstitucionalidade.
Análise do caso
Resumo
A Súmula 347 é compatível com a CF/88, mas somente para afastar a aplicação, no
caso concreto, de norma cuja aplicação ensejaria RESULTADO
INCONSTITUCIONAL, seja por:
(1) violação patente a dispositivo da Constituição; ou
(2) por contrariedade à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a
matéria.
Sem que tenha ocorrido consulta prévia, por meio de plebiscito, às populações de
municípios envolvidos, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) é que
não há legitimidade ativa para a execução fiscal de cobrança, por parte de um
município, de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
quanto a imóveis localizados em área acrescida de outro município.
RE n. 614.384
Tese: “A EC nº 57/08 não convalidou desmembramento municipal realizado sem
consulta plebiscitária e, nesse contexto, não retirou o vício de ilegitimidade ativa
existente nas execuções fiscais que haviam sido propostas por município ao qual
fora acrescida, sem tal consulta, área de outro para a cobrança do IPTU quanto a
imóveis nela localizados."
Intervenção do Poder Judiciário em
políticas públicas
RE 684.612/RJ (tema 220), julgamento
em 3.7.2023.
Situação hipotética
Em razão da prestação deficiente de serviços de saúde à população, o Ministério
Público ingressou com ação judicial para exigir a correção dos serviços, exigindo a
realização de concurso público para o provimento em hospital público cujo quadro
de pessoal era deficitário.
Aproveite agora