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em face de ato omissivo do Estado Beta, pessoa jurídica de direito público, com sede na
_______, bem como de seu Governador_______, que poderá ser encontrado na sede funcional,
pelos fatos e fundamento a seguir aduzidos:
I- DO CABIMENTO
De forma exordial, cumpre esclarecer que o mandado de injunção, instituído pela Constituição
Federal de 1988, tem sua previsão no artigo 5º, inciso LXXI, da Carta Constitucional, que
assim dispõe:
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Nesse diapasão, não é qualquer omissão legislativa que autoriza o manejo de mandado de
injunção, mas, apenas, aquela em que a falta da norma regulamentadora inviabiliza o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.
Trata-se inconformidade dos servidores públicos do estado supra qualificado face ao não
recebimento do adicional noturno, visto que os mesmos laboram no período da noite e fazem
jus ao referido adicional.
O estado, por seu turno, se recusa a pagar o adicional com fundamento na ausência de
dispositivo que regulamente as normas constitucionais que a asseguram o seu pagamento.
Como se pode notar, a Constituição Federal assegura ao trabalhador urbano e rural o adicional
noturno, agregando esta parcela a remuneração do obreiro como forma de garantir a real
contraprestação dos serviços prestados em circunstância específica de trabalho, dispondo no
seguinte sentido:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
Não se pode olvidar que a própria CLT já prevê tal direito regulamentado para os trabalhadores
celetistas, garantindo, nessa esteira, o ora debatido adicional noturno, disciplinado no art. 73
da referida Consolidação Trabalhista, que assim dispõe:
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de
20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
Desde 2007, entretanto, o Tribunal vem mudando de entendimento e tem adotado posições
concretistas, valendo-se por analogia de leis já existentes para suprir a omissão normativa, ora
atribuindo efeitos subjetivos erga omnes, ora inter partes.
No que diz respeito especialmente à ausência da lei que regulamente o direito ora debatido,
remanesce a este juízo a decisão de tornar aplicável ao caso o disposto que rege os trabalhadores
celetista previsto no artigo 73 da CLT, no que couber, até que seja suprida a referida omissão
inconstitucional pelo órgão legiferante.
II. estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se dor o caso, as condições em que poderá interessado promover
ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo
determinado.
V- DOS PEDIDOS
Presente os pressupostos de fato e de direito que cercam a presente demanda, requer:
e) que o pedido seja ao final julgado procedente para que o Tribunal determine prazo razoável
para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;
f) o estabelecimento das condições em que se dará o exercício dos direitos, caso não seja
suprida a mora legislativa no prazo determinado;
g) a juntada de documentos.
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