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Direito Constitucional
Organização do Estado
A Constituição Estadual não pode disciplinar sobre intervenção estadual de forma diferente
das regras previstas na Constituição Federal
É inconstitucional — por violação aos princípios da simetria e da autonomia dos entes federados
— norma de Constituição estadual que prevê hipótese de intervenção do estado no município
fora das que são taxativamente elencadas no art. 35 da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6619/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/10/2022 (Info 1073).
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Juiz prolatou sentença determinando a reintegração de posse em imóvel rural ocupado pelo
MST; apesar de a decisão ter sido proferida há muitos anos, a ordem nunca foi cumprida;
deverá ser deferida a intervenção federal?
A excepcionalidade e a gravidade que circundam a intervenção federal, bem como a
complexidade que emana do cumprimento da ordem de desocupação, sobrepõem-se ao
interesse particular dos proprietários do imóvel.
Na hipótese em análise, não há como reconhecer tenha o ente estatal se mantido inerte, em
afronta à decisão judicial, não havendo que se falar em recusa ilícita, a ponto de justificar a
intervenção, porquanto a situação fática comprovada nos autos revela questão de cunho social
e coletivo, desbordando da esfera individual da parte autora.
STJ. Corte Especial. IF 113-PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 06/04/2022 (Info 732).
Obs: existem decisões mais antigas deferindo a intervenção: STJ. Corte Especial. IF 115/PR, Rel.
Min. Herman Benjamin, DJe de 21/6/2017.
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Não é possível o envio da Força Nacional de Segurança para atuar no Estado-membro sem que
tenha havido pedido ou concordância do Governador
Compete ao Ministro da Justiça determinar a ida da Força Nacional de Segurança Pública para
atuar em determinado Estado-membro ou Distrito Federal.
Segundo a redação do art. 4º do Decreto nº 5.289/2004 a determinação do emprego da Força
Nacional pode ocorrer de duas formas:
1) mediante solicitação expressa do Governador formulada ao Ministro da Justiça;
2) mediante iniciativa do próprio Ministro da Justiça, mesmo sem solicitação do Governador.
Se o próprio Governador solicita o auxílio, não há qualquer problema ou questionamento. No
entanto, e se o Ministro da Justiça determina o envio da Força Nacional mesmo sem pedido do
Governador? Essa atuação seria constitucionalmente válida?
NÃO. Isso viola o princípio da autonomia estadual.
Foi o que decidiu o STF, em juízo de delibação, ao apreciar medida liminar em ação cível
originária. Afirmou a Corte:
É plausível a alegação de que a norma inscrita no art. 4º do Decreto 5.289/2004, naquilo em que
dispensa a anuência do governador de estado no emprego da Força Nacional de Segurança
Pública, viole o princípio da autonomia estadual.
STF. Plenário. ACO 3427 Ref-MC/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/9/2020 (Info 992).
Usurpa a competência dos Municípios a exigência feita pela Constituição Estadual de que os
serviços de saneamento eabastecimento de água sejam realizados por pessoa jurídica de
direitopúblico ou sociedade de economia mista
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que preveja que os serviços públicos de
saneamento e de abastecimento de água serão prestados por pessoas jurídicas de direito
público ou por sociedade de economia mista sob controle acionário e administrativo, do Poder
Público Estadual ou Municipal.
Compete aos Municípios a titularidade dos serviços públicos de saneamento básico. Assim, a
eles cabe escolher a forma da prestação desses serviços, se diretamente ou por delegação à
iniciativa privada mediante prévia licitação. Isso é garantido pelo art. 30, I e V, da CF/88.
Além disso, essa previsão da Constituição Estadual também viola o art. 175 da Constituição
Federal, que atribui ao poder público a escolha da prestação de serviços públicos de forma
direta ou sob regime de concessão ou permissão mediante prévia licitação.
STF. Plenário. ADI 4454, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 05/08/2020 (Info 988 – clipping).
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A Constituição Estadual não pode disciplinar sobre intervenção estadual de forma diferente
das regras previstas na Constituição Federal
A Constituição Estadual não pode trazer hipóteses de intervenção estadual diferentes daquelas
que são previstas no art. 35 da Constituição Federal.
As hipóteses de intervenção estadual previstas no art. 35 da CF/88 são taxativas.
Caso concreto: STF julgou inconstitucional dispositivo da Constituição de Pernambuco que
previa que o Estado-membro poderia intervir nos Municípios caso ali ocorressem atos de
corrupção e improbidade administrativa.
STF. Plenário. ADI 2917, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020 (Info 973).
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É necessária a edição de LC federal para que possam ser criados novos municípios
Para a criação de novos Municípios, o art. 18, § 4º, da CF/88 exige a edição de uma Lei
Complementar Federal estabelecendo o procedimento e o período no qual os Municípios
poderão ser criados, incorporados, fundidos ou desmembrados.
Como atualmente não existe essa LC, as leis estaduais que forem editadas criando novos
Municípios serão inconstitucionais por violarem a exigência do § 4º do art. 18.
STF. Plenário. ADI 4992/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2014 (Info 758).
Competências legislativas
É inconstitucional lei estadual que obriga prévia notificação do consumidor para que a
concessionária possa fazer a vistoria técnica no medidor de energia
É inconstitucional — por violação à competência da União para explorar os serviços e
instalações de energia elétrica e para legislar sobre energia (arts. 21, XVII, “b”; 22, IV; e 175,
parágrafo único, CF/88) — lei estadual que obriga as empresas concessionárias de energia
elétrica a expedirem notificação com aviso de recebimento para a realização de vistoria técnica
no medidor de usuário residencial.
STF. Plenário. ADI 3703/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes,
julgado em 6/3/2023 (Info 1085).
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É inconstitucional lei estadual que proíbe os órgãos ambientais e a polícia militar de destruírem
e inutilizarem bens particulares apreendidos em operações de fiscalização ambiental
É inconstitucional lei estadual que proíbe os órgãos ambientais e a polícia militar de destruírem
e inutilizarem bens particulares apreendidos em operações de fiscalização ambiental.
Essa lei viola a competência da União para legislar sobre normas gerais de proteção ao meio
ambiente (art. 24, VI e VII, da CF/99) e a afronta a competência privativa da União para legislar
sobre direito penal e processual penal (e 22, I, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 7203/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 01/03/2023 (Info 1084).
É inconstitucional lei estadual que concede isenção da tarifa de energia elétrica para os
consumidores atingidos por enchentes
É inconstitucional lei estadual que confere ao Governador poderes para conceder isenção de
tarifa de energia elétrica aos consumidores residenciais, industriais e comerciais atingidos por
enchentes no estado.
Essa lei viola a competência da União para legislar sobre energia elétrica (art. 22, IV, da CF/88),
para explorar, diretamente ou por delegação, os serviços e instalações de energia elétrica (art.
21, XI, “e”), e para dispor sobre política de concessão de serviços públicos (art. 175, parágrafo
único, III).
Leis estaduais não podem interferir em contratos de concessão de serviços federais, alterando
as condições que impactam na equação econômico-financeira contratual e afetando a
organização do setor elétrico.
STF. Plenário. ADI 7337 MC-Ref/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 01/03/2023
(Info 1084).
É formalmente inconstitucional lei estadual que proíba linguagem neutra nas escolas
É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e
bases da educação nacional (art. 22, XXIV, CF/88) — lei estadual que veda a adoção da
“linguagem neutra” na grade curricular e no material didático de instituições de ensino públicas e
privadas, assim como em editais de concursos públicos locais.
Tese fixada pelo STF:
Norma estadual que, a pretexto de proteger os estudantes, proíbe modalidade de uso da língua
portuguesa viola a competência legislativa da União.
STF. Plenário. ADI 7019/RO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 10/02/2023 (Info 1082).
É constitucional lei estadual que proíbe, no âmbito de seu território, a fabricação, a venda e a
comercialização de armas de brinquedo que simulam armas de fogo reais
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A norma impugnada não usurpa a competência privativa da União para legislar sobre direito
penal (art. 22, I, da CF/88), tampouco sobre material bélico (art. 21, VI, e 22, XXI). Ao contrário,
ela dispõe sobre matéria afeta ao direito do consumidor e à proteção à infância e à juventude,
inserindo-se, portanto, no âmbito da competência concorrente das unidades da Federação (art.
24, V, VIII e XV, e art. 227). Dessa forma, o estado tem competência suplementar para legislar
sobre o assunto, podendo inclusive prever sanções administrativas (art. 24, § 2º).
Não usurpa a competência privativa do chefe do Poder Executivo a lei que, embora crie despesa
para a Administração Pública, não trata da sua estrutura ou da atribuição de seus órgãos nem
do regime jurídico de servidores públicos.
Na linha da jurisprudência desta Corte, a mera circunstância de uma norma demandar atuação
positiva do Poder Executivo não a insere no rol de leis cuja iniciativa seja privativa de seu chefe.
Na espécie, o ato normativo questionado atribui a responsabilidade de fiscalização da lei ao
Poder Executivo, cabendo a ele designar o órgão responsável, bem como estimula a
conscientização do disposto na lei por meio de propaganda, deixando a regulamentação de
como será realizada ao critério do Poder Executivo.
STF. Plenário. ADI 5126/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/12/2022 (Info 1081).
É inconstitucional lei estadual que proíba a apreensão e remoção de veículos por falta de
pagamento de tributos
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É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e
transporte (art. 22, XI, da CF/88) e conferir tratamento diverso do previsto no Código de Trânsito
Brasileiro — lei estadual que proíbe a apreensão e a remoção de motocicletas, motonetas e
ciclomotores de até 150 cilindradas, por autoridade de trânsito, em razão da falta de pagamento
do IPVA.
STF. Plenário. ADI 6997/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 25/11/2022 (Info 1077).
É inconstitucional lei municipal que concede gratuidade a idosos nas salas de cinema, de
segunda a sexta-feira
É inconstitucional — por tratar de matéria que diz respeito a norma de direito econômico e
contrariar a disciplina conferida a benefício já previsto no art. 23 da Lei federal nº 10.741/2003
(Estatuto do Idoso) — lei municipal que institui o acesso gratuito de idosos às salas de cinema
da cidade, de segunda a sexta-feira.
STF. 2ª Turma. ARE 1307028/SP, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar
Mendes, julgado em 22/11/2022 (Info 1077).
Lei estadual não pode proibir a transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão
compartilhada das empresas estatais
É inconstitucional lei estadual que veda ao Poder Executivo e às empresas públicas e de
economia mista, cujo controle acionário pertença ao estado, de assinarem contratos ou outros
instrumentos legais congêneres que viabilizem a transferência do controle técnico,
administrativo ou de gestão compartilhada.
STF. Plenário. ADI 1846/SC, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 21/10/2022 (Info 1073).
Lei municipal pode obrigar a substituição das sacolas plásticas comuns por sacolas
biodegradáveis
É constitucional – formal e materialmente – lei municipal que obriga à substituição de sacos e
sacolas plásticos por sacos e sacolas biodegradáveis.
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Os municípios — no limite de seu interesse local e desde que em harmonia com a disciplina
estabelecida pelos demais entes federados — possuem competência para legislar sobre meio
ambiente, e, caso sua regulamentação seja mais protetiva, pode ter prevalência sobre a
legislação federal ou estadual.
STF. Plenário. RE 732686/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/10/2022 (Repercussão Geral –
Tema 970) (Info 1073).
É inconstitucional lei estadual que proíba os planos de saúde de restringir tratamentos para
pessoas com autismo e com deficiência
É inconstitucional, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre direito civil e
política de seguros (art. 22, I e VII, da CF/88), lei estadual que veda, no âmbito de seu território,
operadoras de plano de saúde de limitarem consultas e sessões para o tratamento de pessoas
com deficiência.
STF. Plenário. ADI 7172/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/10/2022 (Info 1072).
É inconstitucional lei estadual que isenta o pagamento de direitos autorais pela execução de
obras musicais em eventos sem fins lucrativos promovidos no âmbito de seu território
Compete privativamente à União legislar sobre direito civil, direito de propriedade, direito autoral,
bem como estabelecer regras substantivas de intervenção no domínio econômico (art. 22, I, da
Constituição Federal).
A legislação estadual, ao estipular hipóteses de isenção fora do rol previsto pelo art. 46 da Lei
Federal nº 9.610/98, usurpou competência privativa da União e alijou os autores das obras
musicais de seu direito exclusivo de utilização, publicação e reprodução das obras, bem como
do reconhecimento por sua criação.
STF. Plenário. ADI 6151/SC, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 7/10/2022 (Info 1071).
É inconstitucional lei estadual que proíba as empresas de aplicarem multa por quebra de
fidelidade nos serviços de TV por assinatura, telefonia, internet e assemelhados, mesmo que
isso tenha sido feito durante a pandemia da Covid-19
É inconstitucional, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre
telecomunicações, lei estadual que veda a aplicação de multa por quebra de fidelidade nos
serviços de TV por assinatura, telefonia, internet e serviços assemelhados, enquanto perdurar a
pandemia da Covid-19.
STF. Plenário. ADI 7211/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 30/9/2022 (Info 1070).
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29/03/2023, 15:36 Caderno - Informativos Direito Constitucional - Org. do Estado e Competências Legislativas - Buscador Dizer o Direito
Lei estadual não pode dispor sobre obrigatoriedade de a Fazenda Pública antecipar pagamento
das despesas com diligências dos oficiais de justiça
É inconstitucional, por violar competência legislativa privativa da União, lei estadual que obriga a
Fazenda Pública a antecipar o pagamento das despesas com diligências dos oficiais de
justiça. Essa lei estadual impugnada dispôs sobre dever do sujeito processual (na hipótese, a
Fazenda Pública em execução fiscal), motivo pelo qual se pode afirmar que ela versou sobre
norma de processo civil, incidindo, portanto, em inconstitucionalidade formal por violação do art.
22, I, da CF/88.
Obs: mesmo tendo a lei estadual sido declarada inconstitucional, o Estado continua obrigado a
antecipar as despesas com diligências dos oficiais de justiça. Isso porque esse é o
entendimento sumulado do STJ (Súmula 190-STJ: Na execução fiscal, processada perante a
Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das
despesas com o transporte dos oficiais de justiça), além de também ser encontrado em
julgados antigos do STF.
STF. Plenário. ADI 5969/PA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/9/2022 (Info 1070).
É inconstitucional lei municipal que disponha sobre a instalação de estação rádio base (ERB)
em seu território
É inconstitucional, por violação à competência legislativa privativa da União, lei municipal que
versa sobre a instalação de estação rádio base (ERB) e dá ensejo à atividade fiscalizatória do
município, quanto ao uso e a ocupação do solo urbano em seu território.
Tese fixada pelo STF:
“É inconstitucional a Lei nº 13.756/2004 do município de São Paulo, por configurar invasão à
competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações e radiodifusão (CF/1988,
art. 22, IV).”.
STF. Plenário. ARE 1370232/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/9/2022 (Repercussão Geral –
Tema 1235) (Info 1067).
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Lei do Distrito Federal (ou lei estadual) não pode exigir que os sindicatos divulguem prestação
de contas dos valores recebidos a título de contribuição sindical
É inconstitucional, por violar o art. 22, I, da CF/88, norma distrital que obriga os sindicatos a
divulgarem na internet a prestação de contas das verbas recebidas a título de contribuição
confederativa, sindical e de outros recursos recebidos do Distrito Federal.
Não se admite que ente federativo diverso imponha espécie de obrigação tributária acessória a
entes destinatários de exação.
STF. Plenário. ADI 5349/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/8/2022 (Info 1064).
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É inconstitucional lei estadual que concede isenção das tarifas de água, esgoto e energia
elétrica para os consumidores atingidos por enchentes
É inconstitucional, por invadir a competência municipal para legislar sobre assuntos de interesse
local (art. 30, I e V, da CF/88), lei estadual que concede, por período determinado, isenção das
tarifas de água e esgoto e de energia elétrica aos consumidores residenciais, industriais e
comerciais.
Não cabe às leis estaduais a interferência em contratos de concessão de serviços federal e
municipal, alterando condições que impactam na equação econômico-financeira.
STF. Plenário. ADI 6912/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/8/2022 (Info 1063).
É inconstitucional lei estadual que proibiu que faculdades particulares recusassem matrícula
de estudantes inadimplentes durante a pandemia da Covid-19
É inconstitucional, por violação à competência privativa da União para legislar sobre direito civil
(art. 22, I, da CF/88), norma estadual que impede as instituições particulares de ensino superior
de recusarem a matrícula de estudantes inadimplentes e de cobrar juros, multas, correção
monetária ou quaisquer outros encargos durante o período de calamidade pública causado pela
pandemia da COVID-19.
STF. Plenário. ADI 7104/RJ e ADI 7179/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 5/8/2022 (Info
1062).
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É inconstitucional norma estadual que obriga empresa privada de telefonia celular e instituição
de ensino a garantir idênticos benefícios promocionais tanto aos novos clientes quanto aos
antigos
É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de serviços de ensino e de
telefonia celular a obrigação de estender o benefício de novas promoções aos clientes
preexistentes.
STF. Plenário. ADI 5399/SP e ADI 6191/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 9/6/2022
(Info 1058).
STF. Plenário. ADI 6333 ED/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 9/6/2022 (Info 1058).
Lei federal não pode conceder anistia a policiais e bombeiros militares estaduais que
praticaram infrações disciplinares
É formalmente inconstitucional norma federal que concede anistia a policiais e bombeiros
militares estaduais por infrações disciplinares decorrentes da participação em movimentos
reivindicatórios por melhorias de vencimentos e de condições de trabalho.
Caso concreto: a Lei federal nº 12.505/2011 concedeu anistia aos policiais e bombeiros
militares de diversos Estados punidos por participar de movimentos reivindicatórios.
A União possui competência para legislar concedendo anistia para crimes. A anistia de infrações
disciplinares cometidas por servidores estaduais deve ser concedida pelos próprios entes
estaduais tendo em vista a autonomia que caracteriza a Federação brasileira. Quanto aos
bombeiros e policiais militares, a competência estadual é realçada nos arts. 42 e 144, § 6º, da
CF/88.
STF. Plenário. ADI 4869/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27/5/2022 (Info 1056).
É inconstitucional lei federal, de iniciativa parlamentar, que veda medida privativa e restritiva de
liberdade a policiais e bombeiros militares dos estados, dos territórios e do Distrito Federal
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Caso concreto: a Lei nº 13.967/2019 alterou o art. 18 do Decreto-Lei nº 667/69 e previu que os
policiais militares e os bombeiros militares não poderão receber, como sanção disciplinar,
medida privativa e restritiva de liberdade.
O STF julgou inconstitucional essa previsão.
Compete ao chefe do Poder Executivo local a iniciativa de lei que disponha sobre o regime
jurídico de servidores militares estaduais e distritais.
No caso, a norma impugnada resultou da aprovação de projeto de lei de autoria parlamentar.
Dessa forma, ainda que se entendesse que ela dispõe sobre normas gerais, de competência da
União, há um incontornável vício de inconstitucionalidade formal.
A lei combatida também padece de inconstitucionalidade material.
Não obstante as polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos entes federados
subordinem-se aos Governadores, constituem forças auxiliares e reserva do Exército, sendo
responsáveis, em conjunto com as polícias de natureza civil, e portando armas letais, pela
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Nesse contexto, os servidores militares estaduais e distritais submetem-se a um regime jurídico
diferenciado, motivo pelo qual a própria Constituição, expressamente, autoriza a prisão por
determinação de seus superiores hierárquicos no caso de transgressão das regras e não lhes
assegura sequer o habeas corpus em relação às punições disciplinares.
STF. Plenário. ADI 6595/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/5/2022 (Info 1055).
É constitucional lei estadual que concede aos professores das redes públicas estadual e
municipais de ensino o benefício da meia-entrada nos estabelecimentos de lazer e
entretenimento
O Estado que edita lei concedendo meia-entrada para os professores das redes públicas
estadual e municipais de ensino atua no exercício da competência suplementar prevista no art.
24, § 2º, da Constituição Federal.
Ao não incluir no benefício da meia-entrada os professores pertencentes à rede privada e
aqueles vinculados às unidades federais de ensino, a legislação atacada não atuou de forma
anti-isonômica. Os professores da rede privada estão sob influência de outros mecanismos de
incentivo e os professores da rede pública federal estão dedicados quase exclusivamente ao
ensino superior e à educação profissional e tecnológica.
STF. Plenário. ADI 3753/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).
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Análise da (in)constitucionalidade de lei estadual que trouxe regras para a inclusão e exclusão
de consumidores dos cadastros de proteção ao crédito (ex: SPC/Serasa)
1) Lei estadual não pode exigir que o consumidor, antes de ser inserido no cadastro restritivo,
seja comunicado por meio de AR
A adoção de sistema de comunicação prévia a consumidor inadimplente por carta registrada
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2) Lei estadual não pode exigir que seja dado ao consumidor um prazo de tolerância antes da
sua inserção no cadastro restritivo
É inconstitucional a previsão, por lei estadual, de “prazo de tolerância” a impedir que o nome do
consumidor inadimplente seja imediatamente inscrito em cadastro ou banco de dados.
Lei estadual não pode conceder porte de arma para Procuradores do Estado
A concessão de porte de arma a procuradores estaduais, por lei estadual, é incompatível com a
Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6985/AL, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/2/2022 (Info 1045).
Lei estadual não pode proibir que os prestadores de serviço público de abastecimento de água
e de esgotamento sanitário inscrevam os usuários inadimplentes no SPC/Serasa
É inconstitucional lei estadual que vede a inscrição em cadastro de proteção ao crédito de
usuário inadimplente dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
STF. Plenário. ADI 6668/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/2/2022 (Info 1043).
É inconstitucional lei estadual que legitime ocupações em solo urbano de área de preservação
permanente (APP) fora das situações previstas em normas gerais editadas pela União
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Os arts. 2º, III; 3º, II, “c”; e 17, da Lei nº 20.922/2013, do Estado de Minas Gerais, ampliaram os
casos de ocupação antrópica em áreas de preservação permanente previstos na norma federal
vigente à época (no caso, a Lei nº 11.977/2009, revogada pela Lei nº 13.465/2017).
Com isso, essa lei estadual, além de estar em descompasso com o conjunto normativo
elaborado pela União, flexibilizou a proteção ao meio ambiente local, tornando-o mais propenso
a sofrer danos.
A legislação mineira, ao flexibilizar os casos de ocupação antrópica em áreas de Preservação
Permanente, invadiu a competência da União, que já havia editado norma que tratava da
regularização e ocupação fundiária em APPs.
STF. Plenário. ADI 5675/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/12/2021 (Info 1042).
É inconstitucional lei estadual que proíbe a cobrança de juros, multas e parcelas vencidas de
contratos de financiamento
Foi declarada a inconstitucionalidade da Lei nº 11.962/2021, do Estado da Paraíba, que previa o
seguinte:
Art. 1º Fica vedada a cobrança de juros, multas e demais encargos financeiros, além da
inscrição do consumidor junto aos órgãos de proteção ao crédito, em razão do inadimplemento
de contratos de financiamento, quando o inadimplemento das parcelas decorrer de ação de boa-
fé do consumidor no cumprimento de legislação vigente a época do inadimplemento.
STF. Plenário. ADI 6938/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/11/2021 (Info 1038).
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É inconstitucional lei estadual que preveja que os serviços privados de educação são obrigados
a conceder, a seus clientes preexistentes, os mesmos benefícios de promoções posteriormente
realizadas
É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de serviços de ensino a
obrigação de estender o benefício de novas promoções aos clientes preexistentes.
Lei fluminense dizia que os serviços privados de educação prestados de forma contínua no
Estado do Rio de Janeiro seriam obrigados a conceder, a seus clientes preexistentes, os
mesmos benefícios de promoções posteriormente realizadas. O STF declarou a
inconstitucionalidade dessa previsão.
A norma estadual, ao impor aos prestadores de serviços de ensino a obrigação de estender o
benefício de novas promoções aos clientes preexistentes, promove ingerência indevida em
relações contratuais estabelecidas, sem que exista conduta abusiva por parte do prestador.
Logo, afronta o art. 22, I, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 6614/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, redator do acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 12/11/2021 (Info 1037).
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Norma estadual não pode tratar sobre depósito de lixo atômico e instalação de usinas
nucleares
É inconstitucional norma de Constituição Estadual que disponha sobre o depósito de lixo
atômico e a instalação de usinas nucleares.
STF. Plenário. ADI 6895/PB, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 14/9/2021 (Info 1029).
É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre a aceitação de diplomas expedidos por
universidades estrangeiras
Invade a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação
nacional lei estadual que dispõe sobre reconhecimento de diploma obtido por instituições de
ensino superior de países estrangeiros.
STF. Plenário. ADI 6592/AM, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2021 (Info 1028).
reservada à União.
STF. Plenário. ADPF 335/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/8/2021 (Info 1027).
Norma estadual não pode dispor sobre condições para o exercício de atividade profissional
É formalmente inconstitucional portaria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que
dispõe sobre condições para o exercício de atividade profissional.
Caso concreto: o Detran/TO editou portaria regulamentando a profissão de despachante de
trânsito.
STF. Plenário. ADI 6754/TO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 25/6/2021 (Info 1023).
É inconstitucional lei estadual que obriga planos de saúde a atenderem os clientes com Covid-
19 mesmo que eles estejam no período de carência contratual
É inconstitucional legislação estadual que impeça as operadoras de planos de saúde de
recusarem o atendimento ou a prestação de alguns serviços, no âmbito de seu território, aos
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É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo máximo para que os planos de saúde
autorizem solicitações de exames e procedimentos cirúrgicos
É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo máximo de 24 horas para as empresas de
plano de saúde regionais autorizarem ou não solicitações de exames e procedimentos
cirúrgicos em seus usuários que tenham mais de 60 anos. Essa lei é inconstitucional por
usurpar competência privativa da União para legislar sobre Direito Civil e política de seguros (art.
22, I e VII, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 6452/ES, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 11/6/2021 (Info 1021).
É incompatível com a Constituição Federal ato normativo estadual que amplie as atribuições de
fiscalização do Legislativo local e o rol de autoridades submetidas à solicitação de
informações
O art. 50, caput e § 2º, da CF/88 traduz norma de observância obrigatória pelos Estados-
membros que, por imposição do princípio da simetria (art. 25 da CF/88), não podem ampliar o
rol de autoridades sujeitas à fiscalização direta pelo Poder Legislativo e à sanção por crime de
responsabilidade.
STF. Plenário. ADI 5289/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/6/2021 (Info 1020).
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É inconstitucional lei estadual que reduziu o valor das mensalidades escolares durante a
pandemia da Covid-19
É inconstitucional lei estadual que estabeleça redução das mensalidades no âmbito da rede
privada de ensino, enquanto perdurarem as medidas temporárias para o enfrentamento da
pandemia da Covid-19.
STF. Plenário. ADI 6445/PA, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado
em 28/5/2021 (Info 1019).
É constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para testes de produtos
cosméticos; a lei estadual, contudo, não pode proibir a comercialização de produtos que
tenham sido desenvolvidos a partir de testes em animais
Não havendo norma federal disciplinadora, é constitucional lei estadual que proíba a utilização
de animais para desenvolvimento, experimento e teste de produtos cosméticos, higiene pessoal,
perfumes, limpeza e seus componentes.
É inconstitucional norma estadual que vede a comercialização de produtos desenvolvidos a
partir de teste em animais, bem como a que determina que conste no rótulo informação acerca
da não realização de testes em animais.
STF. Plenário. ADI 5995/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/5/2021 (Info 1019).
Lei estadual não pode proibir a suspensão de planos de saúde por inadimplência, mesmo
durante a pandemia
Por usurpar a competência da União para legislar privativamente sobre direito civil e política de
seguros, é formalmente inconstitucional lei estadual que estabelece a possibilidade de o Poder
Executivo proibir a suspensão ou o cancelamento de planos de saúde por falta de pagamento
durante a situação de emergência do novo coronavírus (Covid-19).
STF. Plenário. ADI 6441/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).
Lei estadual pode proibir que instituições financeiras, correspondentes bancários e empresas
de leasing façam propaganda de empréstimos para aposentados e pensionistas
É constitucional a proibição — por lei estadual — de que instituições financeiras,
correspondentes bancários e sociedades de arrendamento mercantil façam telemarketing,
oferta comercial, proposta, publicidade ou qualquer tipo de atividade tendente a convencer
aposentados e pensionistas a celebrarem contratos de empréstimo.
Essa lei trata sobre defesa do consumidor, matéria que é de competência concorrente (art. 24, V,
da CF/88), servindo para suplementar os princípios e as normas do CDC e reforçar a proteção
dos consumidores idosos, grupo em situação de especial vulnerabilidade econômica e social.
STF. Plenário. ADI 6727/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016).
É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que crie requisitos para o exercício da
atividade de tutoria no ensino a distância
É formalmente inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que, ao dispor sobre
ensino a distância, proíba a utilização do termo “tutor”, além de criar restrições e requisitos para
exercício da atividade de tutoria.
STF. Plenário. ADI 5997/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 16/4/2021 (Info 1013).
É constitucional lei estadual que proibiu o corte de energia elétrica durante a pandemia da
Covid-19
São constitucionais as normas estaduais, editadas em razão da pandemia causada pelo novo
coronavírus, pelas quais veiculados a proibição de suspensão do fornecimento do serviço de
energia elétrica, o modo de cobrança, a forma de pagamentos dos débitos e a exigibilidade de
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É inconstitucional lei estadual que autoriza o Poder Executivo a cobrar um valor das
concessionárias de energia elétrica pela utilização das faixas de domínio e das áreas
adjacentes às rodovias estaduais e federais delegadas
É inconstitucional norma estadual que onere contrato de concessão de energia elétrica pela
utilização de faixas de domínio público adjacentes a rodovias estaduais ou federais. Isso porque
a União, por ser titular da prestação do serviço público de energia elétrica (art. 21, XII, “b” e art.
22, IV, da CF/88), detém a prerrogativa constitucional de estabelecer o regime e as condições da
prestação desse serviço por concessionárias, o qual não pode sofrer ingerência normativa dos
demais entes políticos.
STF. Plenário. ADI 3763/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/4/2021 (Info 1012).
Lei estadual pode proibir publicidade dirigida às crianças nos estabelecimentos de educação
básica
É constitucional legislação estadual que proíbe toda e qualquer atividade de comunicação
comercial dirigida às crianças nos estabelecimentos de educação básica.
STF. Plenário. ADI 5631/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).
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