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29/03/2023, 15:36 Caderno - Informativos Direito Constitucional - Org.

do Estado e Competências Legislativas - Buscador Dizer o Direito

Informativos Direito Constitucional - Org. do Estado e


Competências Legislativas

Direito Constitucional
Organização do Estado

A Constituição Estadual não pode disciplinar sobre intervenção estadual de forma diferente
das regras previstas na Constituição Federal
É inconstitucional — por violação aos princípios da simetria e da autonomia dos entes federados
— norma de Constituição estadual que prevê hipótese de intervenção do estado no município
fora das que são taxativamente elencadas no art. 35 da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6619/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/10/2022 (Info 1073).

São inconstitucionais as normas que preveem concentração acentuada de poderes do sistema


gestor, em detrimento da autonomia dos municípios integrantes da região metropolitana
É inconstitucional norma que prevê a concentração excessiva do poder decisório nas mãos de
só um dos entes públicos integrantes de região metropolitana.
Nesse mesmo contexto, é inadmissível que a gestão e a percepção dos frutos da empreitada
metropolitana comum, incluídos os valores referentes a eventual concessão à iniciativa privada,
aproveitem a apenas um dos entes federados.
Com base nesse entendimento, o STF declarou inconstitucionais normas que concentravam no
Estado de Alagoas o poder decisório nas instâncias deliberativas e executivas da Região
Metropolitana de Maceió, resultando na violação da autonomia dos municípios envolvidos.
O STF, no entanto, modulou os efeitos da decisão para que passe a valer em 24 meses, período
em que o legislativo estadual deverá reapreciar o desenho institucional da região metropolitana.
STF. Plenário. ADI 6573/AL, ADI 6911/AL e ADPF 863/AL, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em
13/5/2022 (Info 1055).

Município resultante de desmembramento realizado em desacordo com o art. 18, § 4º, da CF


não detém legitimidade ativa para a cobrança de IPTU de imóvel situado em território a ele
acrescido

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A EC nº 57/08 não convalidou desmembramento municipal realizado sem consulta plebiscitária


e, nesse contexto, não retirou o vício de ilegitimidade ativa existente nas execuções fiscais que
haviam sido propostas por município ao qual fora acrescida, sem tal consulta, área de outro para
a cobrança do IPTU quanto a imóveis nela localizados.
STF. Plenário. RE 614384/SE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/4/2022 (Repercussão Geral –
Tema 559) (Info 1052).

Juiz prolatou sentença determinando a reintegração de posse em imóvel rural ocupado pelo
MST; apesar de a decisão ter sido proferida há muitos anos, a ordem nunca foi cumprida;
deverá ser deferida a intervenção federal?
A excepcionalidade e a gravidade que circundam a intervenção federal, bem como a
complexidade que emana do cumprimento da ordem de desocupação, sobrepõem-se ao
interesse particular dos proprietários do imóvel.
Na hipótese em análise, não há como reconhecer tenha o ente estatal se mantido inerte, em
afronta à decisão judicial, não havendo que se falar em recusa ilícita, a ponto de justificar a
intervenção, porquanto a situação fática comprovada nos autos revela questão de cunho social
e coletivo, desbordando da esfera individual da parte autora.
STJ. Corte Especial. IF 113-PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 06/04/2022 (Info 732).
Obs: existem decisões mais antigas deferindo a intervenção: STJ. Corte Especial. IF 115/PR, Rel.
Min. Herman Benjamin, DJe de 21/6/2017.

É inconstitucional lei estadual que permita a criação, incorporação, fusão e desmembramento


de municípios sem a edição prévia das leis federais previstas no art. 18, § 4º, da CF/88
Pendente a legislação federal prevista na redação atual do art. 18, § 4º, da Constituição Federal,
são inadmissíveis os regramentos estaduais que possibilitem o surgimento de novos municípios
e que invadam a competência da União para disciplinar o tema.
É inconstitucional lei estadual que permita a criação, incorporação, fusão e desmembramento de
municípios sem a edição prévia das leis federais previstas no art. 18, § 4º, da CF/88, com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 15/96.
STF. Plenário. ADI 4711/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2021 (Info 1028).

É inconstitucional norma constitucional estadual pela qual se prevê hipótese de intervenção


estadual em municípios não contemplada no art. 35 da Constituição Federal
A Constituição Estadual não pode trazer hipóteses de intervenção estadual diferentes daquelas
que são elencadas no art. 35 da Constituição Federal.
As hipóteses de intervenção estadual previstas no art. 35 da CF/88 são taxativas.
Caso concreto: STF julgou inconstitucionais os incisos IV e V do art. 25 da Constituição do
Estado do Acre, que previa que o Estado-membro poderia intervir nos Municípios quando: IV –

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se verificasse, sem justo motivo, impontualidade no pagamento de empréstimo garantido pelo


Estado; V – fossem praticados, na administração municipal, atos de corrupção devidamente
comprovados.
STF. Plenário. ADI 6616/AC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/4/2021 (Info 1014).

Não é possível o envio da Força Nacional de Segurança para atuar no Estado-membro sem que
tenha havido pedido ou concordância do Governador
Compete ao Ministro da Justiça determinar a ida da Força Nacional de Segurança Pública para
atuar em determinado Estado-membro ou Distrito Federal.
Segundo a redação do art. 4º do Decreto nº 5.289/2004 a determinação do emprego da Força
Nacional pode ocorrer de duas formas:
1) mediante solicitação expressa do Governador formulada ao Ministro da Justiça;
2) mediante iniciativa do próprio Ministro da Justiça, mesmo sem solicitação do Governador.
Se o próprio Governador solicita o auxílio, não há qualquer problema ou questionamento. No
entanto, e se o Ministro da Justiça determina o envio da Força Nacional mesmo sem pedido do
Governador? Essa atuação seria constitucionalmente válida?
NÃO. Isso viola o princípio da autonomia estadual.
Foi o que decidiu o STF, em juízo de delibação, ao apreciar medida liminar em ação cível
originária. Afirmou a Corte:
É plausível a alegação de que a norma inscrita no art. 4º do Decreto 5.289/2004, naquilo em que
dispensa a anuência do governador de estado no emprego da Força Nacional de Segurança
Pública, viole o princípio da autonomia estadual.
STF. Plenário. ACO 3427 Ref-MC/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/9/2020 (Info 992).

Usurpa a competência dos Municípios a exigência feita pela Constituição Estadual de que os
serviços de saneamento eabastecimento de água sejam realizados por pessoa jurídica de
direitopúblico ou sociedade de economia mista
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que preveja que os serviços públicos de
saneamento e de abastecimento de água serão prestados por pessoas jurídicas de direito
público ou por sociedade de economia mista sob controle acionário e administrativo, do Poder
Público Estadual ou Municipal.
Compete aos Municípios a titularidade dos serviços públicos de saneamento básico. Assim, a
eles cabe escolher a forma da prestação desses serviços, se diretamente ou por delegação à
iniciativa privada mediante prévia licitação. Isso é garantido pelo art. 30, I e V, da CF/88.
Além disso, essa previsão da Constituição Estadual também viola o art. 175 da Constituição
Federal, que atribui ao poder público a escolha da prestação de serviços públicos de forma
direta ou sob regime de concessão ou permissão mediante prévia licitação.
STF. Plenário. ADI 4454, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 05/08/2020 (Info 988 – clipping).

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Não é possível exigir que Estados-membros e Municípios se vinculem a autorizações e


decisões de órgãos federais para tomar atitudes de combate à pandemia
A Lei nº 13.979/2020 previu, em seu art. 3º, um rol exemplificativo de oito medidas que podem
ser adotadas pelo poder público para o combate ao coronavírus.
O art. 3º, VI, “b”, e os §§ 6º e 7º, II, da Lei nº 13.979/2020 estabeleceram que os Estados e
Municípios somente poderia adotar algumas medidas se houvesse autorização da União.
O STF, ao apreciar ADI contra a Lei, decidiu:
a) suspender parcialmente, sem redução de texto, o disposto no art. 3º, VI, “b”, e §§ 6º e 7º, II, da
Lei nº 13.979/2020, a fim de excluir estados e municípios da necessidade de autorização ou de
observância ao ente federal; e
b) conferir interpretação conforme aos referidos dispositivos no sentido de que as medidas
neles previstas devem ser precedidas de recomendação técnica e fundamentada, devendo ainda
ser resguardada a locomoção dos produtos e serviços essenciais definidos por decreto da
respectiva autoridade federativa, sempre respeitadas as definições no âmbito da competência
constitucional de cada ente federativo.
Assim, os Estados/DF e Municípios podem, mesmo sem autorização da União, adotar medidas
como isolamento, quarentena, exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver e restrição
à locomoção interestadual e intermunicipal em rodovias, portos ou aeroportos.
Vale ressaltar que Estados e Municípios não podem fechar fronteiras, pois sairiam de suas
competências constitucionais.
A adoção de medidas restritivas relativas à locomoção e ao transporte, por qualquer dos entes
federativos, deve estar embasada em recomendação técnica fundamentada de órgãos da
vigilância sanitária e tem de preservar o transporte de produtos e serviços essenciais, assim
definidos nos decretos da autoridade federativa competente.
STF. Plenário. ADI 6343 MC-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 6/5/2020 (Info 976).

A Constituição Estadual não pode disciplinar sobre intervenção estadual de forma diferente
das regras previstas na Constituição Federal
A Constituição Estadual não pode trazer hipóteses de intervenção estadual diferentes daquelas
que são previstas no art. 35 da Constituição Federal.
As hipóteses de intervenção estadual previstas no art. 35 da CF/88 são taxativas.
Caso concreto: STF julgou inconstitucional dispositivo da Constituição de Pernambuco que
previa que o Estado-membro poderia intervir nos Municípios caso ali ocorressem atos de
corrupção e improbidade administrativa.
STF. Plenário. ADI 2917, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020 (Info 973).

Viola a Constituição Federal a previsão contida na Constituição Estadual atribuindo aos


Tribunais de Contas a competência para requerer ou decretar intervenção em Município.
Essa previsão não encontra amparo nos arts. 34 e 36 da CF/88.
STF. Plenário. ADI 3029, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020 (Info 973).

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Alteração dos limites de um Município exige plebiscito


Para que sejam alterados os limites territoriais de um Município é necessária a realização de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, nos termos do
art. 18, § 4º da CF/88.
STF. Plenário. ADI 2921/RJ, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em
9/8/2017 (Info 872).

É necessária a edição de LC federal para que possam ser criados novos municípios
Para a criação de novos Municípios, o art. 18, § 4º, da CF/88 exige a edição de uma Lei
Complementar Federal estabelecendo o procedimento e o período no qual os Municípios
poderão ser criados, incorporados, fundidos ou desmembrados.
Como atualmente não existe essa LC, as leis estaduais que forem editadas criando novos
Municípios serão inconstitucionais por violarem a exigência do § 4º do art. 18.
STF. Plenário. ADI 4992/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2014 (Info 758).

União é ré em ação proposta por Policial Civil do DF buscando gratificação


A ação proposta com o objetivo de assegurar o pagamento de gratificação a policiais civis do
Distrito Federal deverá ser proposta contra a União e o DF em litisconsórcio passivo, sendo,
portanto, julgada pela Justiça Federal. Isso porque compete à União organizar e manter
(custear) a polícia civil, a polícia militar e os bombeiros do DF, possuindo, assim, interesse na
demanda (art. 21, XIV, da CF/88).
STF. 1ª Turma. RE 275438/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto
Barroso, 27/5/2014 (Info 748).

Competências legislativas

É inconstitucional lei estadual que obriga prévia notificação do consumidor para que a
concessionária possa fazer a vistoria técnica no medidor de energia
É inconstitucional — por violação à competência da União para explorar os serviços e
instalações de energia elétrica e para legislar sobre energia (arts. 21, XVII, “b”; 22, IV; e 175,
parágrafo único, CF/88) — lei estadual que obriga as empresas concessionárias de energia
elétrica a expedirem notificação com aviso de recebimento para a realização de vistoria técnica
no medidor de usuário residencial.
STF. Plenário. ADI 3703/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes,
julgado em 6/3/2023 (Info 1085).

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É inconstitucional lei estadual que proíbe os órgãos ambientais e a polícia militar de destruírem
e inutilizarem bens particulares apreendidos em operações de fiscalização ambiental
É inconstitucional lei estadual que proíbe os órgãos ambientais e a polícia militar de destruírem
e inutilizarem bens particulares apreendidos em operações de fiscalização ambiental.
Essa lei viola a competência da União para legislar sobre normas gerais de proteção ao meio
ambiente (art. 24, VI e VII, da CF/99) e a afronta a competência privativa da União para legislar
sobre direito penal e processual penal (e 22, I, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 7203/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 01/03/2023 (Info 1084).

É inconstitucional lei estadual que concede isenção da tarifa de energia elétrica para os
consumidores atingidos por enchentes
É inconstitucional lei estadual que confere ao Governador poderes para conceder isenção de
tarifa de energia elétrica aos consumidores residenciais, industriais e comerciais atingidos por
enchentes no estado.
Essa lei viola a competência da União para legislar sobre energia elétrica (art. 22, IV, da CF/88),
para explorar, diretamente ou por delegação, os serviços e instalações de energia elétrica (art.
21, XI, “e”), e para dispor sobre política de concessão de serviços públicos (art. 175, parágrafo
único, III).
Leis estaduais não podem interferir em contratos de concessão de serviços federais, alterando
as condições que impactam na equação econômico-financeira contratual e afetando a
organização do setor elétrico.
STF. Plenário. ADI 7337 MC-Ref/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 01/03/2023
(Info 1084).

É formalmente inconstitucional lei estadual que proíba linguagem neutra nas escolas
É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e
bases da educação nacional (art. 22, XXIV, CF/88) — lei estadual que veda a adoção da
“linguagem neutra” na grade curricular e no material didático de instituições de ensino públicas e
privadas, assim como em editais de concursos públicos locais.
Tese fixada pelo STF:
Norma estadual que, a pretexto de proteger os estudantes, proíbe modalidade de uso da língua
portuguesa viola a competência legislativa da União.
STF. Plenário. ADI 7019/RO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 10/02/2023 (Info 1082).

É constitucional lei estadual que proíbe, no âmbito de seu território, a fabricação, a venda e a
comercialização de armas de brinquedo que simulam armas de fogo reais

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A norma impugnada não usurpa a competência privativa da União para legislar sobre direito
penal (art. 22, I, da CF/88), tampouco sobre material bélico (art. 21, VI, e 22, XXI). Ao contrário,
ela dispõe sobre matéria afeta ao direito do consumidor e à proteção à infância e à juventude,
inserindo-se, portanto, no âmbito da competência concorrente das unidades da Federação (art.
24, V, VIII e XV, e art. 227). Dessa forma, o estado tem competência suplementar para legislar
sobre o assunto, podendo inclusive prever sanções administrativas (art. 24, § 2º).
Não usurpa a competência privativa do chefe do Poder Executivo a lei que, embora crie despesa
para a Administração Pública, não trata da sua estrutura ou da atribuição de seus órgãos nem
do regime jurídico de servidores públicos.
Na linha da jurisprudência desta Corte, a mera circunstância de uma norma demandar atuação
positiva do Poder Executivo não a insere no rol de leis cuja iniciativa seja privativa de seu chefe.
Na espécie, o ato normativo questionado atribui a responsabilidade de fiscalização da lei ao
Poder Executivo, cabendo a ele designar o órgão responsável, bem como estimula a
conscientização do disposto na lei por meio de propaganda, deixando a regulamentação de
como será realizada ao critério do Poder Executivo.
STF. Plenário. ADI 5126/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/12/2022 (Info 1081).

Lei estadual pode exigir assinatura física de idosos em operação de crédito


É constitucional — haja vista a competência suplementar dos estados federados para dispor
sobre proteção do consumidor (art. 24, V e § 2º, da CF/88) — lei estadual que torna obrigatória a
assinatura física de idosos em contratos de operação de crédito firmados por meio eletrônico ou
telefônico com instituições financeiras.
Lei estadual nº 12.027/2021. Art. 1º Fica obrigada, no Estado da Paraíba, a assinatura física das
pessoas idosas em contratos de operação de crédito firmado por meio eletrônico ou telefônico
com instituições financeiras e de crédito, seus representantes ou prepostos.
STF. Plenário. ADI 7027/PB, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/12/2022 (Info 1080).

No exercício de sua competência constitucional para suplementar as normas gerais fixadas


pela União sobre matéria atinente à segurança pública, os estados podem editar normas
específicas quanto ao porte de arma de fogo, desde que mais restritivas
É constitucional ato normativo estadual que, respeitando as condições mínimas definidas em
diploma federal de normas gerais, estabelece exigência adicional para a manutenção do porte
de arma de fogo por servidores estaduais aposentados das forças de segurança pública.
STF. Plenário. ADI 7024/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16/12/2022 (Info 1081).

É inconstitucional lei estadual que proíba a apreensão e remoção de veículos por falta de
pagamento de tributos

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É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e
transporte (art. 22, XI, da CF/88) e conferir tratamento diverso do previsto no Código de Trânsito
Brasileiro — lei estadual que proíbe a apreensão e a remoção de motocicletas, motonetas e
ciclomotores de até 150 cilindradas, por autoridade de trânsito, em razão da falta de pagamento
do IPVA.
STF. Plenário. ADI 6997/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 25/11/2022 (Info 1077).

É inconstitucional lei municipal que concede gratuidade a idosos nas salas de cinema, de
segunda a sexta-feira
É inconstitucional — por tratar de matéria que diz respeito a norma de direito econômico e
contrariar a disciplina conferida a benefício já previsto no art. 23 da Lei federal nº 10.741/2003
(Estatuto do Idoso) — lei municipal que institui o acesso gratuito de idosos às salas de cinema
da cidade, de segunda a sexta-feira.
STF. 2ª Turma. ARE 1307028/SP, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar
Mendes, julgado em 22/11/2022 (Info 1077).

É inconstitucional lei estadual que regulamente a profissão de despachante


É privativa da União a competência para legislar sobre condições para o exercício da profissão
de despachante (art. 22, XVI, CF/88), de modo que a disciplina legal dos temas relacionados à
sua regulamentação também deve ser estabelecida pela União.
STF. Plenário. ADI 6740/RN e ADI 6738/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 21/11/2022
(Info 1076).

Lei estadual não pode proibir a transferência do controle técnico, administrativo ou de gestão
compartilhada das empresas estatais
É inconstitucional lei estadual que veda ao Poder Executivo e às empresas públicas e de
economia mista, cujo controle acionário pertença ao estado, de assinarem contratos ou outros
instrumentos legais congêneres que viabilizem a transferência do controle técnico,
administrativo ou de gestão compartilhada.
STF. Plenário. ADI 1846/SC, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 21/10/2022 (Info 1073).

Lei municipal pode obrigar a substituição das sacolas plásticas comuns por sacolas
biodegradáveis
É constitucional – formal e materialmente – lei municipal que obriga à substituição de sacos e
sacolas plásticos por sacos e sacolas biodegradáveis.

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Os municípios — no limite de seu interesse local e desde que em harmonia com a disciplina
estabelecida pelos demais entes federados — possuem competência para legislar sobre meio
ambiente, e, caso sua regulamentação seja mais protetiva, pode ter prevalência sobre a
legislação federal ou estadual.
STF. Plenário. RE 732686/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/10/2022 (Repercussão Geral –
Tema 970) (Info 1073).

É inconstitucional lei estadual que proíba os planos de saúde de restringir tratamentos para
pessoas com autismo e com deficiência
É inconstitucional, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre direito civil e
política de seguros (art. 22, I e VII, da CF/88), lei estadual que veda, no âmbito de seu território,
operadoras de plano de saúde de limitarem consultas e sessões para o tratamento de pessoas
com deficiência.
STF. Plenário. ADI 7172/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/10/2022 (Info 1072).

É inconstitucional lei estadual que isenta o pagamento de direitos autorais pela execução de
obras musicais em eventos sem fins lucrativos promovidos no âmbito de seu território
Compete privativamente à União legislar sobre direito civil, direito de propriedade, direito autoral,
bem como estabelecer regras substantivas de intervenção no domínio econômico (art. 22, I, da
Constituição Federal).
A legislação estadual, ao estipular hipóteses de isenção fora do rol previsto pelo art. 46 da Lei
Federal nº 9.610/98, usurpou competência privativa da União e alijou os autores das obras
musicais de seu direito exclusivo de utilização, publicação e reprodução das obras, bem como
do reconhecimento por sua criação.
STF. Plenário. ADI 6151/SC, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 7/10/2022 (Info 1071).

É inconstitucional lei estadual que proíba as empresas de aplicarem multa por quebra de
fidelidade nos serviços de TV por assinatura, telefonia, internet e assemelhados, mesmo que
isso tenha sido feito durante a pandemia da Covid-19
É inconstitucional, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre
telecomunicações, lei estadual que veda a aplicação de multa por quebra de fidelidade nos
serviços de TV por assinatura, telefonia, internet e serviços assemelhados, enquanto perdurar a
pandemia da Covid-19.
STF. Plenário. ADI 7211/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 30/9/2022 (Info 1070).

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Lei estadual não pode dispor sobre obrigatoriedade de a Fazenda Pública antecipar pagamento
das despesas com diligências dos oficiais de justiça
É inconstitucional, por violar competência legislativa privativa da União, lei estadual que obriga a
Fazenda Pública a antecipar o pagamento das despesas com diligências dos oficiais de
justiça. Essa lei estadual impugnada dispôs sobre dever do sujeito processual (na hipótese, a
Fazenda Pública em execução fiscal), motivo pelo qual se pode afirmar que ela versou sobre
norma de processo civil, incidindo, portanto, em inconstitucionalidade formal por violação do art.
22, I, da CF/88.
Obs: mesmo tendo a lei estadual sido declarada inconstitucional, o Estado continua obrigado a
antecipar as despesas com diligências dos oficiais de justiça. Isso porque esse é o
entendimento sumulado do STJ (Súmula 190-STJ: Na execução fiscal, processada perante a
Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das
despesas com o transporte dos oficiais de justiça), além de também ser encontrado em
julgados antigos do STF.
STF. Plenário. ADI 5969/PA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/9/2022 (Info 1070).

São inconstitucionais leis estaduais que reconheçam o atirador desportivo e o vigilante de


empresa privada como atividades de risco que necessitam do porte de arma de fogo
É inconstitucional, por violar competência da União para legislar sobre materiais bélicos, norma
estadual que reconhece o risco da atividade e a efetiva necessidade do porte de arma de fogo
ao atirador desportivo integrante de entidades de desporto legalmente constituídas e ao
vigilante de empresa de segurança privada.
STF. Plenário. ADI 7188/AC e ADI 7189/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgados em 23/9/2022
(Info 1069).

É inconstitucional lei municipal que disponha sobre a instalação de estação rádio base (ERB)
em seu território
É inconstitucional, por violação à competência legislativa privativa da União, lei municipal que
versa sobre a instalação de estação rádio base (ERB) e dá ensejo à atividade fiscalizatória do
município, quanto ao uso e a ocupação do solo urbano em seu território.
Tese fixada pelo STF:
“É inconstitucional a Lei nº 13.756/2004 do município de São Paulo, por configurar invasão à
competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações e radiodifusão (CF/1988,
art. 22, IV).”.
STF. Plenário. ARE 1370232/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/9/2022 (Repercussão Geral –
Tema 1235) (Info 1067).

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É constitucional lei estadual que obriga a presença de mensagens de incentivo à doação de


sangue nas faturas de água, luz, telefone, internet
É constitucional norma estadual que, a pretexto de proteger a saúde pública, obriga as
prestadoras de serviços de telefonia celular e de internet a inserirem, nas faturas de consumo,
mensagem incentivadora à doação de sangue.
STF. Plenário. ADI 6088/AM, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 26/8/2022 (Info 1065).

É inconstitucional norma de Constituição estadual que amplia o rol de autoridades sujeitas à


fiscalização direta pelo Poder Legislativo e à sanção por crime de responsabilidade
É inconstitucional, por violação ao princípio da simetria e à competência privativa da União para
legislar sobre o tema (art. 22, I, da CF/88), norma de Constituição estadual que amplia o rol de
autoridades sujeitas à fiscalização direta pelo Poder Legislativo e à sanção por crime de
responsabilidade.
Com base nesse entendimento, o STF declarou a inconstitucionalidade:
a) da previsão de que a ALE poderia convocar o Presidente do Tribunal de Contas do Estado e os
dirigentes da administração indireta (art. 28, XXIX, da Constituição do Amazonas);
b) da previsão de que a ALE poderia convocar o Corregedor-Geral da Justiça, o Procurador-Geral
da Justiça, os membros da Defensoria Pública e os dirigentes da administração indireta ou
fundacional (art. 13, § 2º da Constituição de Pernambuco).
Além disso, o STF deu interpretação conforme a Constituição Federal à expressão “dirigentes da
administração direta”, para restringir a possibilidade de sua convocação pela Assembleia
Legislativa apenas quando estiverem diretamente subordinados ao Governador do Estado.
STF. Plenário. ADI 6640/PE e ADI 6645/AM, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 19/8/2022 (Info
1064).

Lei do Distrito Federal (ou lei estadual) não pode exigir que os sindicatos divulguem prestação
de contas dos valores recebidos a título de contribuição sindical
É inconstitucional, por violar o art. 22, I, da CF/88, norma distrital que obriga os sindicatos a
divulgarem na internet a prestação de contas das verbas recebidas a título de contribuição
confederativa, sindical e de outros recursos recebidos do Distrito Federal.
Não se admite que ente federativo diverso imponha espécie de obrigação tributária acessória a
entes destinatários de exação.
STF. Plenário. ADI 5349/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/8/2022 (Info 1064).

É inconstitucional norma do Tribunal de Justiça que impede o juiz plantonista de converter


prisão em flagrante em diligência

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29/03/2023, 15:36 Caderno - Informativos Direito Constitucional - Org. do Estado e Competências Legislativas - Buscador Dizer o Direito

É inconstitucional norma do provimento do Conselho da Magistratura estadual que proíbe o juiz


de converter os autos de prisão em flagrante em diligência.
A possibilidade de ordenar diligências prévias consiste em prerrogativa inafastável do
magistrado.
A Lei nº 13.964/2019 introduziu no art. 310 do CPP a exigência da realização de audiência de
custódia. Entretanto, ainda assim, em casos extremos e excepcionais, dadas as circunstâncias
concretas, o pronunciamento judicial definitivo acerca da manutenção (ou não) da prisão em
caráter cautelar pode exigir a realização de diligências prévias a serem ordenadas pelo
magistrado.
STF. Plenário. ADI 4662/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2022 (Info 1063).

É inconstitucional lei estadual que proíba operadoras de telefonia de oferecerem serviços de


valor adicionado
É inconstitucional, por violar os arts. 21, XI, 22, IV, e 48, XII da CF/1988, norma estadual que
proíbe concessionárias de serviços de telecomunicação de ofertarem e comercializarem serviço
de valor adicionado (SVA).
STF. Plenário. ADI 6199/PE, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 15/8/2022 (Info 1063).

É inconstitucional lei estadual que concede isenção das tarifas de água, esgoto e energia
elétrica para os consumidores atingidos por enchentes
É inconstitucional, por invadir a competência municipal para legislar sobre assuntos de interesse
local (art. 30, I e V, da CF/88), lei estadual que concede, por período determinado, isenção das
tarifas de água e esgoto e de energia elétrica aos consumidores residenciais, industriais e
comerciais.
Não cabe às leis estaduais a interferência em contratos de concessão de serviços federal e
municipal, alterando condições que impactam na equação econômico-financeira.
STF. Plenário. ADI 6912/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/8/2022 (Info 1063).

É inconstitucional lei estadual que proibiu que faculdades particulares recusassem matrícula
de estudantes inadimplentes durante a pandemia da Covid-19
É inconstitucional, por violação à competência privativa da União para legislar sobre direito civil
(art. 22, I, da CF/88), norma estadual que impede as instituições particulares de ensino superior
de recusarem a matrícula de estudantes inadimplentes e de cobrar juros, multas, correção
monetária ou quaisquer outros encargos durante o período de calamidade pública causado pela
pandemia da COVID-19.
STF. Plenário. ADI 7104/RJ e ADI 7179/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 5/8/2022 (Info
1062).

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É inconstitucional norma de Constituição estadual que dispõe sobre serviços de atividades


nucleares de qualquer natureza
São formalmente inconstitucionais os atos normativos editados pelos Estados-membros que
disponham sobre atividades que se relacionem de alguma forma com o setor nuclear em seus
respectivos territórios. Isso porque, ao tratarem do assunto, incorrem em indevida invasão da
competência privativa da União para explorar tais serviços e legislar a seu respeito (art. 22, XXVI;
art. 177, § 3º; art. 225, § 6º, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 6858/AM, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 1º/7/2022 (Info 1061).

É inconstitucional norma estadual que obriga empresa privada de telefonia celular e instituição
de ensino a garantir idênticos benefícios promocionais tanto aos novos clientes quanto aos
antigos
É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de serviços de ensino e de
telefonia celular a obrigação de estender o benefício de novas promoções aos clientes
preexistentes.
STF. Plenário. ADI 5399/SP e ADI 6191/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 9/6/2022
(Info 1058).
STF. Plenário. ADI 6333 ED/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 9/6/2022 (Info 1058).

Lei federal não pode conceder anistia a policiais e bombeiros militares estaduais que
praticaram infrações disciplinares
É formalmente inconstitucional norma federal que concede anistia a policiais e bombeiros
militares estaduais por infrações disciplinares decorrentes da participação em movimentos
reivindicatórios por melhorias de vencimentos e de condições de trabalho.
Caso concreto: a Lei federal nº 12.505/2011 concedeu anistia aos policiais e bombeiros
militares de diversos Estados punidos por participar de movimentos reivindicatórios.
A União possui competência para legislar concedendo anistia para crimes. A anistia de infrações
disciplinares cometidas por servidores estaduais deve ser concedida pelos próprios entes
estaduais tendo em vista a autonomia que caracteriza a Federação brasileira. Quanto aos
bombeiros e policiais militares, a competência estadual é realçada nos arts. 42 e 144, § 6º, da
CF/88.
STF. Plenário. ADI 4869/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27/5/2022 (Info 1056).

É inconstitucional lei federal, de iniciativa parlamentar, que veda medida privativa e restritiva de
liberdade a policiais e bombeiros militares dos estados, dos territórios e do Distrito Federal

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Caso concreto: a Lei nº 13.967/2019 alterou o art. 18 do Decreto-Lei nº 667/69 e previu que os
policiais militares e os bombeiros militares não poderão receber, como sanção disciplinar,
medida privativa e restritiva de liberdade.
O STF julgou inconstitucional essa previsão.
Compete ao chefe do Poder Executivo local a iniciativa de lei que disponha sobre o regime
jurídico de servidores militares estaduais e distritais.
No caso, a norma impugnada resultou da aprovação de projeto de lei de autoria parlamentar.
Dessa forma, ainda que se entendesse que ela dispõe sobre normas gerais, de competência da
União, há um incontornável vício de inconstitucionalidade formal.
A lei combatida também padece de inconstitucionalidade material.
Não obstante as polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos entes federados
subordinem-se aos Governadores, constituem forças auxiliares e reserva do Exército, sendo
responsáveis, em conjunto com as polícias de natureza civil, e portando armas letais, pela
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Nesse contexto, os servidores militares estaduais e distritais submetem-se a um regime jurídico
diferenciado, motivo pelo qual a própria Constituição, expressamente, autoriza a prisão por
determinação de seus superiores hierárquicos no caso de transgressão das regras e não lhes
assegura sequer o habeas corpus em relação às punições disciplinares.
STF. Plenário. ADI 6595/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/5/2022 (Info 1055).

É inconstitucional lei estadual que obriga as operadoras de planos saúde a assegurar


atendimento médico-hospitalar integral e adequado às pessoas com deficiência
É formalmente inconstitucional lei estadual que estabelece obrigações referentes a serviço de
assistência médico-hospitalar que interferem nas relações contratuais estabelecidas entre as
operadoras de planos de saúde e seus usuários.
STF. Plenário. ADI 7029/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/5/2022 (Info 1053).

É constitucional lei estadual que concede aos professores das redes públicas estadual e
municipais de ensino o benefício da meia-entrada nos estabelecimentos de lazer e
entretenimento
O Estado que edita lei concedendo meia-entrada para os professores das redes públicas
estadual e municipais de ensino atua no exercício da competência suplementar prevista no art.
24, § 2º, da Constituição Federal.
Ao não incluir no benefício da meia-entrada os professores pertencentes à rede privada e
aqueles vinculados às unidades federais de ensino, a legislação atacada não atuou de forma
anti-isonômica. Os professores da rede privada estão sob influência de outros mecanismos de
incentivo e os professores da rede pública federal estão dedicados quase exclusivamente ao
ensino superior e à educação profissional e tecnológica.
STF. Plenário. ADI 3753/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).

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Compete aos estados-membros a definição do prazo de validade de bilhetes de transporte


rodoviário intermunicipal de passageiros
A União possui competência para explorar os serviços de transporte rodoviário interestadual e
internacional (art. 21, XII, “e”, da CF/88). Logo, compete à União privativamente legislar sobre o
transporte rodoviário interestadual e internacional.
O transporte coletivo intramunicipal é de competência do Município (art. 30, V, da CF/88). Logo,
como consequência, compete aos Municípios legislar sobre o transporte coletivo intramunicipal.
A Constituição Federal não trouxe uma regra expressa dizendo de quem seria a competência
para explorar os serviços de transporte intermunicipal. Diante disso, a competência será dos
Estados-membros, que possuem competência residual, na forma do art. 25, § 1º, da CF/88.
O prazo de validade pode influenciar na política tarifária e, por consequência, impactar o
equilíbrio econômico-financeiro do contrato celebrado em âmbito estadual.
O prazo de validade do bilhete, mais elastecido ou não, corresponde a um benefício que, por sua
natureza, tem um custo.
Logo, incumbe aos Estados-membros, como titulares da exploração do transporte rodoviário
intermunicipal, a definição da respectiva política tarifária, à luz dos elementos que possam
influenciá-la, como o prazo de validade do bilhete, nos termos do art. 175 da Constituição.
A União, ao dispor acerca do prazo de validade dos bilhetes de transporte coletivo rodoviário
intermunicipal, imiscuiu-se na competência constitucional residual do Estado-membro.
STF. Plenário. ADI 4289/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).

É inconstitucional lei estadual que fixe a obrigatoriedade de divulgação diária de fotos de


crianças desaparecidas em noticiários de TV e em jornais de estado-membro
Lei estadual 16.576/2015, de Santa Catarina, previa “a obrigatoriedade diária de divulgação de
fotos de crianças desaparecidas nos noticiários de TV e jornais sediados” no Estado.
Essa lei é inconstitucional sob os pontos de vista formal e material.
A lei estadual invadiu a competência privativa da União para legislar sobre radiodifusão de sons
e imagens (art. 22, IV, da CF/88).
No que tange ao aspecto material, a lei estadual viola o princípio da livre iniciativa e a liberdade
de informação jornalística dos veículos de comunicação social (art. 220 da CF/88).
Além disso, disciplina o tema de forma diferente daquilo que prevê a Lei federal nº 12.127/2009,
que criou o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos.
STF. Plenário. ADI 5292/SC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/3/2022 (Info 1048).

Análise da (in)constitucionalidade de lei estadual que trouxe regras para a inclusão e exclusão
de consumidores dos cadastros de proteção ao crédito (ex: SPC/Serasa)
1) Lei estadual não pode exigir que o consumidor, antes de ser inserido no cadastro restritivo,
seja comunicado por meio de AR
A adoção de sistema de comunicação prévia a consumidor inadimplente por carta registrada

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com aviso de recebimento configura desrespeito à Constituição Federal.

2) Lei estadual não pode exigir que seja dado ao consumidor um prazo de tolerância antes da
sua inserção no cadastro restritivo
É inconstitucional a previsão, por lei estadual, de “prazo de tolerância” a impedir que o nome do
consumidor inadimplente seja imediatamente inscrito em cadastro ou banco de dados.

3) As empresas administradoras de bancos de dados e cadastros de consumidores não se


qualificam como entidades certificadoras da certeza, liquidez e exigibilidade dos títulos de
dívidas
A supressão da verificação prévia quanto à existência do crédito, exigibilidade do título e
inadimplência do devedor não caracteriza violação do princípio da vedação ao retrocesso.
STF. Plenário. ADI 5224/SP, ADI 5252/SP, ADI 5273/SP e ADI 5978/SP, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 8/3/2022 (Info 1046).

Lei estadual pode obrigar empresas de TV por assinatura e estabelecimentos comerciais de


venda a fornecerem atendimento telefônico gratuito aos clientes
É válida lei estadual que obrigue empresas prestadoras de serviços de televisão por assinatura e
estabelecimentos comerciais de vendas no varejo e no atacado — que já possuam Serviço de
Atendimento ao Consumidor (SAC) — a fornecerem atendimento telefônico gratuito a seus
clientes.
STF. Plenário. ADI 4118/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 25/2/2022 (Info 1045).

Lei estadual não pode conceder porte de arma para Procuradores do Estado
A concessão de porte de arma a procuradores estaduais, por lei estadual, é incompatível com a
Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6985/AL, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/2/2022 (Info 1045).

Lei estadual não pode proibir que os prestadores de serviço público de abastecimento de água
e de esgotamento sanitário inscrevam os usuários inadimplentes no SPC/Serasa
É inconstitucional lei estadual que vede a inscrição em cadastro de proteção ao crédito de
usuário inadimplente dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
STF. Plenário. ADI 6668/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/2/2022 (Info 1043).

É inconstitucional lei estadual que legitime ocupações em solo urbano de área de preservação
permanente (APP) fora das situações previstas em normas gerais editadas pela União
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Os arts. 2º, III; 3º, II, “c”; e 17, da Lei nº 20.922/2013, do Estado de Minas Gerais, ampliaram os
casos de ocupação antrópica em áreas de preservação permanente previstos na norma federal
vigente à época (no caso, a Lei nº 11.977/2009, revogada pela Lei nº 13.465/2017).
Com isso, essa lei estadual, além de estar em descompasso com o conjunto normativo
elaborado pela União, flexibilizou a proteção ao meio ambiente local, tornando-o mais propenso
a sofrer danos.
A legislação mineira, ao flexibilizar os casos de ocupação antrópica em áreas de Preservação
Permanente, invadiu a competência da União, que já havia editado norma que tratava da
regularização e ocupação fundiária em APPs.
STF. Plenário. ADI 5675/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/12/2021 (Info 1042).

É inconstitucional lei estadual que imponha obrigações às empresas seguradoras, sendo


também inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que imponha obrigações ao
DETRAN
É inconstitucional a lei estadual que disciplina, no âmbito do ente federado, aspectos das
relações entre seguradoras e segurados
Esta lei estadual viola a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, seguros,
trânsito e transporte (art. 22, I, VII e XI, da CF/88).
São inconstitucionais normas estaduais que disponham sobre relações contratuais securitárias,
por consubstanciarem tema de direito civil e seguros, afetos à competência legislativa privativa
da União (art. 22, I e VII, CF/88).

É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que atribua competências ao


Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN)
Aplica-se, em âmbito estadual, o art. 61, § 1º, da Constituição Federal, que consagra reserva de
iniciativa do Chefe do Poder Executivo para iniciar o processo legislativo das matérias nele
constantes.
A criação de atribuições, por meio de lei oriunda de projeto de iniciativa parlamentar, a órgão
vinculado à estrutura do Poder Executivo revela-se colidente com a reserva de iniciativa do
Governador do Estado (arts. 61, § 1º, II, e, 84, VI, “a”, CF/88).
STF. Plenário. ADI 6132/GO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 26/11/2021 (Info 1039).

É inconstitucional lei estadual que proíbe a cobrança de juros, multas e parcelas vencidas de
contratos de financiamento
Foi declarada a inconstitucionalidade da Lei nº 11.962/2021, do Estado da Paraíba, que previa o
seguinte:
Art. 1º Fica vedada a cobrança de juros, multas e demais encargos financeiros, além da
inscrição do consumidor junto aos órgãos de proteção ao crédito, em razão do inadimplemento
de contratos de financiamento, quando o inadimplemento das parcelas decorrer de ação de boa-
fé do consumidor no cumprimento de legislação vigente a época do inadimplemento.
STF. Plenário. ADI 6938/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/11/2021 (Info 1038).
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É inconstitucional lei estadual que preveja que os serviços privados de educação são obrigados
a conceder, a seus clientes preexistentes, os mesmos benefícios de promoções posteriormente
realizadas
É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de serviços de ensino a
obrigação de estender o benefício de novas promoções aos clientes preexistentes.
Lei fluminense dizia que os serviços privados de educação prestados de forma contínua no
Estado do Rio de Janeiro seriam obrigados a conceder, a seus clientes preexistentes, os
mesmos benefícios de promoções posteriormente realizadas. O STF declarou a
inconstitucionalidade dessa previsão.
A norma estadual, ao impor aos prestadores de serviços de ensino a obrigação de estender o
benefício de novas promoções aos clientes preexistentes, promove ingerência indevida em
relações contratuais estabelecidas, sem que exista conduta abusiva por parte do prestador.
Logo, afronta o art. 22, I, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 6614/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, redator do acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 12/11/2021 (Info 1037).

É constitucional lei estadual do trote telefônico


É constitucional norma estadual que determine que as prestadoras de serviço telefônico são
obrigadas a fornecer, sob pena de multa, os dados pessoais dos usuários de terminais utilizados
para passar trotes aos serviços de emergência.
STF. Plenário. ADI 4924/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/11/2021 (Info 1036).

É inconstitucional lei estadual que veda o corte do fornecimento de água e luz, em


determinados dias, pelas empresas concessionárias, por falta de pagamento
Compete à União definir regras de suspensão e interrupção do fornecimento dos serviços de
energia elétrica.
Em razão disso, é inconstitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias ou
permissionárias façam o corte do fornecimento de água, energia elétrica e dos serviços de
telefonia, por falta de pagamento, em determinados dias (ex: sextas-feiras, vésperas de feriados
etc.).
STF. Plenário. ADI 5798/TO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).
Obs1: vide Lei nº 14.015/2020, que alterou a Lei nº 8.987/95 e a Lei nº 13.460/2017.
Obs2: cuidado com o entendimento excepcional do STF durante o período da pandemia da
Covid-19 (STF. Plenário. ADI 6588/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/5/2021. Info
1019).

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O proprietário de cão-guia ou seu instrutor/adestrador não estão obrigados a se filiarem, ainda


que indiretamente, a federação internacional
Caso concreto: o art. 81 da Lei estadual nº 12.907/2008, do Estado de São Paulo, exigiu que a
identificação do cão-guia seja expedida por escola de cães-guia vinculada à Federação
Internacional de Cães-Guia. De igual modo, o art. 85 afirmou que os instrutores e treinadores,
assim como as escolas de treinamento, devem ser reconhecidos e filiados à Federação
Internacional de Cães-Guia.
O STF julgou inconstitucionais tais exigências.
O art. 24, XIV, da CF/88 prevê que compete à União editar normas gerais de proteção às pessoas
com deficiência.
No exercício dessa competência, a União editou a Lei federal nº 11.126/2005, que dispõe sobre
o direito do portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso
coletivo acompanhado de cão-guia. Essa Lei – que é a norma geral sobre o tema – não exige
essa filiação à Federação Internacional de Cães-Guia.
Além disso, tal exigência afronta o direito constitucional de livre associação garantido no art. 5º,
XX, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 4267/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/10/2021 (Info 1035).stf

Estado-membro possui competência para editar lei obrigando empresas de internet a


apresentar na fatura da conta a velocidade efetivamente oferecida no mês
É constitucional lei estadual que obriga as empresas prestadoras de serviços de internet móvel e
banda larga na modalidade pós-paga a apresentarem, na fatura mensal, gráficos sobre o registro
médio diário de entrega da velocidade de recebimento e envio de dados pela rede mundial de
computadores.
STF. Plenário. ADI 6893/ES, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 8/10/2021 (Info 1033).

Os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios foram autorizados a fazer a vacinação


dos adolescentes, mesmo havendo nota informativa do Ministério da Saúde em sentido
contrário
A decisão de promover a imunização contra a Covid-19 em adolescentes acima de 12 anos,
observadas as evidências científicas e análises estratégicas pertinentes, insere-se na
competência dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
STF. Plenário. ADPF 756 TPI-oitava-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
8/10/2021 (Info 1033).

Lei de iniciativa parlamentar não pode conceder anistia a servidores públicos

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É inconstitucional lei estadual de iniciativa parlamentar que disponha sobre a concessão de


anistia a infrações administrativas praticadas por policiais civis, militares e bombeiros.
STF. Plenário. ADI 4928/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 8/10/2021 (Info 1033).

É inconstitucional norma de constituição estadual que disponha sobre o depósito de lixo


atômico e a instalação de usinas nucleares
A Constituição do Estado do Piauí, ao estabelecer uma vedação ao depósito de resíduos
nucleares no respectivo território, violou a competência privativa da União para legislar sobre a
matéria.
A Constituição do Estado do Ceará, ao possibilitar o embargo à instalação de reatores nucleares
nos termos da lei estadual, com exceção dos destinados exclusivamente à pesquisa e ao uso
terapêutico, violou a competência privativa da União para legislar sobre a matéria.
STF. Plenário. ADI 6909/PI e ADI 6913/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em
17/9/2021 (Info 1030)

Norma estadual não pode tratar sobre depósito de lixo atômico e instalação de usinas
nucleares
É inconstitucional norma de Constituição Estadual que disponha sobre o depósito de lixo
atômico e a instalação de usinas nucleares.
STF. Plenário. ADI 6895/PB, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 14/9/2021 (Info 1029).

É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre a aceitação de diplomas expedidos por
universidades estrangeiras
Invade a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação
nacional lei estadual que dispõe sobre reconhecimento de diploma obtido por instituições de
ensino superior de países estrangeiros.
STF. Plenário. ADI 6592/AM, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2021 (Info 1028).

É inconstitucional lei municipal que dispõe sobre a autorização e exploração de serviço de


radiodifusão comunitária
É inconstitucional lei municipal que:
a) institui direitos e obrigações das rádios comunitárias;
b) autoriza seu funcionamento e exploração no âmbito de seu território; e
c) estabelece infrações, sanções e o pagamento de taxa de funcionamento.
Essa lei apresenta vício de inconstitucionalidade formal porque trata de matéria de competência
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reservada à União.
STF. Plenário. ADPF 335/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/8/2021 (Info 1027).

É constitucional lei municipal que disponha sobre a obrigatoriedade de instalação de


hidrômetros individuais em edifícios e condomínios
Compete aos municípios legislar sobre a obrigatoriedade de instalação de hidrômetros
individuais nos edifícios e condomínios, em razão do preponderante interesse local envolvido.
STF. Plenário. RE 738481/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 16/8/2021 (Repercussão Geral
– Tema 849) (Info 1025).

É constitucional lei estadual que autoriza a comercialização de bebidas alcoólicas em eventos


esportivos
Não invade a competência da União para o estabelecimento de normas gerais sobre consumo e
desporto a autorização e regulamentação, por Estado-membro, da venda e do consumo de
bebidas alcoólicas em eventos esportivos.
STF. Plenário. ADI 5112/BA, Rel. Min Edson Fachin, julgado em 16/8/2021 (Info 1025).

Norma estadual não pode dispor sobre condições para o exercício de atividade profissional
É formalmente inconstitucional portaria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que
dispõe sobre condições para o exercício de atividade profissional.
Caso concreto: o Detran/TO editou portaria regulamentando a profissão de despachante de
trânsito.
STF. Plenário. ADI 6754/TO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 25/6/2021 (Info 1023).

Norma estadual pode proibir a caça em seu território


Não afronta a competência legislativa da União o dispositivo de constituição estadual que
proíbe a caça em seu respectivo território.
STF. Plenário. ADI 350/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/6/2021 (Info 1022).

É inconstitucional lei estadual que obriga planos de saúde a atenderem os clientes com Covid-
19 mesmo que eles estejam no período de carência contratual
É inconstitucional legislação estadual que impeça as operadoras de planos de saúde de
recusarem o atendimento ou a prestação de alguns serviços, no âmbito de seu território, aos
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usuários diagnosticados ou suspeitos de estarem com Covid-19, em razão de período de


carência contratual vigente. Essa norma é inconstitucional por usurpar competência privativa da
União para legislar sobre Direito Civil, Comercial e política de seguros (art. 22, I e VII, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 6493/PB, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/6/2021 (Info 1021).

É inconstitucional norma de Constituição Estadual que veda aos municípios a possibilidade de


alterarem destinação, os fins e os objetivos originários de loteamentos definidos como áreas
verdes ou institucionais
Os Municípios têm competência para legislar sobre assuntos de interesse local compreendendo
o ordenamento territorial, o planejamento urbano e a fiscalização de áreas de uso e ocupação do
solo (art. 30, I e VII, da CF/88).
É formalmente inconstitucional norma estadual pela qual se dispõe sobre direito urbanístico em
contrariedade ao que se determina nas normas gerais estabelecidas pela União e em ofensa à
competência dos Municípios para legislar sobre assuntos de interesse local, sobre os quais
incluídos política de desenvolvimento urbano, planejamento, controle e uso do solo.
De igual modo, é inconstitucional norma de Constituição estadual que, a pretexto de organizar e
delimitar competência de seus respectivos Municípios, ofende o princípio da autonomia
municipal, previsto no art. 18, no art. 29 e no art. 30 da CF/88.
STF. Plenário. ADI 6602/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/6/2021 (Info 1021).

É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo máximo para que os planos de saúde
autorizem solicitações de exames e procedimentos cirúrgicos
É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo máximo de 24 horas para as empresas de
plano de saúde regionais autorizarem ou não solicitações de exames e procedimentos
cirúrgicos em seus usuários que tenham mais de 60 anos. Essa lei é inconstitucional por
usurpar competência privativa da União para legislar sobre Direito Civil e política de seguros (art.
22, I e VII, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 6452/ES, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 11/6/2021 (Info 1021).

É incompatível com a Constituição Federal ato normativo estadual que amplie as atribuições de
fiscalização do Legislativo local e o rol de autoridades submetidas à solicitação de
informações
O art. 50, caput e § 2º, da CF/88 traduz norma de observância obrigatória pelos Estados-
membros que, por imposição do princípio da simetria (art. 25 da CF/88), não podem ampliar o
rol de autoridades sujeitas à fiscalização direta pelo Poder Legislativo e à sanção por crime de
responsabilidade.
STF. Plenário. ADI 5289/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/6/2021 (Info 1020).

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Norma estadual não pode regulamentar a profissão de despachante


É formalmente inconstitucional ato normativo local que, a pretexto de prescrever regras de
caráter administrativo, regulamente o exercício da profissão de despachante junto a órgãos de
trânsito.
STF. Plenário. ADI 6749/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/6/2021 (Info 1024).

É inconstitucional lei estadual que reduziu o valor das mensalidades escolares durante a
pandemia da Covid-19
É inconstitucional lei estadual que estabeleça redução das mensalidades no âmbito da rede
privada de ensino, enquanto perdurarem as medidas temporárias para o enfrentamento da
pandemia da Covid-19.
STF. Plenário. ADI 6445/PA, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado
em 28/5/2021 (Info 1019).

É constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para testes de produtos
cosméticos; a lei estadual, contudo, não pode proibir a comercialização de produtos que
tenham sido desenvolvidos a partir de testes em animais
Não havendo norma federal disciplinadora, é constitucional lei estadual que proíba a utilização
de animais para desenvolvimento, experimento e teste de produtos cosméticos, higiene pessoal,
perfumes, limpeza e seus componentes.
É inconstitucional norma estadual que vede a comercialização de produtos desenvolvidos a
partir de teste em animais, bem como a que determina que conste no rótulo informação acerca
da não realização de testes em animais.
STF. Plenário. ADI 5995/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/5/2021 (Info 1019).

Lei estadual não pode proibir a suspensão de planos de saúde por inadimplência, mesmo
durante a pandemia
Por usurpar a competência da União para legislar privativamente sobre direito civil e política de
seguros, é formalmente inconstitucional lei estadual que estabelece a possibilidade de o Poder
Executivo proibir a suspensão ou o cancelamento de planos de saúde por falta de pagamento
durante a situação de emergência do novo coronavírus (Covid-19).
STF. Plenário. ADI 6441/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).

É formalmente inconstitucional lei estadual que proíba a atividade de delivery de gasolina e


etanol; isso porque a competência para legislar sobre energia é privativa da União
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É inconstitucional norma estadual que vede ao consumidor, pessoa física, o abastecimento de


veículos em local diverso do posto de combustível.
STF. Plenário. ADI 6580/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016).

Lei estadual pode proibir que instituições financeiras, correspondentes bancários e empresas
de leasing façam propaganda de empréstimos para aposentados e pensionistas
É constitucional a proibição — por lei estadual — de que instituições financeiras,
correspondentes bancários e sociedades de arrendamento mercantil façam telemarketing,
oferta comercial, proposta, publicidade ou qualquer tipo de atividade tendente a convencer
aposentados e pensionistas a celebrarem contratos de empréstimo.
Essa lei trata sobre defesa do consumidor, matéria que é de competência concorrente (art. 24, V,
da CF/88), servindo para suplementar os princípios e as normas do CDC e reforçar a proteção
dos consumidores idosos, grupo em situação de especial vulnerabilidade econômica e social.
STF. Plenário. ADI 6727/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016).

É inconstitucional lei municipal que discipline a instalação de sistemas transmissores de


telecomunicações
É inconstitucional lei municipal que estabeleça limitações à instalação de sistemas
transmissores de telecomunicações por afronta à competência privativa da União para legislar
sobre telecomunicações, nos termos dos arts. 21, XI, e 22, IV, da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADPF 732/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 26/4/2021 (Info 1014).

É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que crie requisitos para o exercício da
atividade de tutoria no ensino a distância
É formalmente inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que, ao dispor sobre
ensino a distância, proíba a utilização do termo “tutor”, além de criar restrições e requisitos para
exercício da atividade de tutoria.
STF. Plenário. ADI 5997/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 16/4/2021 (Info 1013).

É constitucional lei estadual que proibiu o corte de energia elétrica durante a pandemia da
Covid-19
São constitucionais as normas estaduais, editadas em razão da pandemia causada pelo novo
coronavírus, pelas quais veiculados a proibição de suspensão do fornecimento do serviço de
energia elétrica, o modo de cobrança, a forma de pagamentos dos débitos e a exigibilidade de

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multa e juros moratórios.


STF. Plenário. ADI 6432/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/4/2021 (Info 1012).

É inconstitucional lei estadual que autoriza o Poder Executivo a cobrar um valor das
concessionárias de energia elétrica pela utilização das faixas de domínio e das áreas
adjacentes às rodovias estaduais e federais delegadas
É inconstitucional norma estadual que onere contrato de concessão de energia elétrica pela
utilização de faixas de domínio público adjacentes a rodovias estaduais ou federais. Isso porque
a União, por ser titular da prestação do serviço público de energia elétrica (art. 21, XII, “b” e art.
22, IV, da CF/88), detém a prerrogativa constitucional de estabelecer o regime e as condições da
prestação desse serviço por concessionárias, o qual não pode sofrer ingerência normativa dos
demais entes políticos.
STF. Plenário. ADI 3763/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/4/2021 (Info 1012).

Lei estadual pode proibir publicidade dirigida às crianças nos estabelecimentos de educação
básica
É constitucional legislação estadual que proíbe toda e qualquer atividade de comunicação
comercial dirigida às crianças nos estabelecimentos de educação básica.
STF. Plenário. ADI 5631/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).

É constitucional lei estadual que limita ligações de telemarketing


Normas estaduais que disponham sobre obrigações destinadas às empresas de
telecomunicações, relativamente à oferta de produtos e serviços, incluem-se na competência
concorrente dos estados para legislarem sobre direitos do consumidor.
STF. Plenário. ADI 5962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 25/2/2021 (Info 1007).

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