Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Iara Bazilio
RELATÓRIO
CONFIRMAÇÃO DE VOTO
O Ministro Carlos Velloso, em aparte à fala do Ministro Carlos Ayres Britto,
explica que o Decreto-Lei n.º 204/67 estabelece, no tocante à loteria, uma
“derrogação excepcional de norma de Direito Penal”.
O Ministro Sepúlveda Pertence entende que a “premissa do argumento
importaria em dizer que a contravenção de loterias não autorizadas subiria da
alçada da pobre Lei de Contravenções Penais para a própria Constituição”.
O Ministro Carlos Velloso questiona, então, se os bingos não compreendem
o sorteio. Para o Ministro Ayres Britto, o bingo é, de fato, uma modalidade de
sorteio, uma competição que depende do azar.
O Ministro Cezar Peluso explicita que o objeto da ADI é explicitamente
sobre sorteios, conforme o art. 3º.
O Ministro Marco Aurélio questiona se, sendo a loteria um serviço público,
seria possível que a União legisle sobre serviço público dos Estados. O Ministro
Eros Grau responde que a loteria só é serviço público quando a lei federal assim o
diz. O Ministro Marco Aurélio, então, elucida que sua concepção de serviço público
provém, antes, da essência do serviço, e depois, da legislação. Assim, é possível
haver serviço público municipal ou estadual que não esteja previsto na lei federal.
O Ministro Ayres Britto entende que o caráter normativo das leis em
discussão não legislam somente sobre a autorização e gerenciamento de sorteios,
mas criam novas matérias. Por isso, houve usurpação da competência legislativa da
União em caráter privativo.
VOTO/DISCUSSÃO
O Ministro Cezar Peluso entende que, se a Constituição tivesse previsto à
competência exclusiva da União a legislação sobre consórcio, essa seria feita de
maneira expressa. Acredita ele que é necessário captar a ratio iuris da norma
constitucional, admitindo que a loteria é um serviço público, e sua atividade não é
considerada um monopólio; porém, a regulamentação desse serviço é monopólio
da União.
O Ministro Carlos Ayres Britto atenta ao fato de que há dispositivo
constitucional que permite o transpasse de competência legislativa para entes
federados em caso de lei complementar - o que não ocorre.
O Ministro Cezar Peluso entende que a União tem para si a competência de
ditar normas genéricas; ainda, crê que a lei distrital opera uma fraude, pois
cuidaria de atividade ilícitas.