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ÍNDICE

1. Apresentação--------------------------------------------------------------------------------------- 03
2. Breve História da Saúde Pública no Brasil e a Criação do SUS---------------------------- 04
3. Constituição Federal (Art. 196 ao 200)---------------------------------------------------------05
4. Lei orgânica 8.080/90----------------------------------------------------------------------------- 14
5. Lei orgânica 8.142/90----------------------------------------------------------------------------- 60
6. Pacto pela Saúde 2006---------------------------------------------------------------------------- 67
7. Decreto de Lei 7.508/11--------------------------------------------------------------------------135
8. Lista Nacional de Doenças de Notificação Compulsória------------------------------------ 153
9. Exercícios Complementares--------------------------------------------------------------------- 164

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Apresentação

É com grande satisfação que apresento a Apostila SUS para Concursos: um jeito
diferente de estudar legislação.
Foi um ano e meio para que esse projeto se concretizasse e valeu muito a pena, pois foi
pensando em você estudante e profissional da saúde que desenvolvi a Apostila SUS para
Concursos! Tudo para facilitar a vida de vocês quando o assunto é Legislação do SUS.
O conhecimento da legislação do SUS cobrado nos concursos públicos é alvo de muitas
críticas pelos candidatos da área da saúde. Isso porque eles muitas vezes não estão
familiarizados com esse assunto, que não é muito abordado no período de graduação,
apresentando dificuldades tanto para estudar quanto para realizar a prova.
Lembro-me do meu primeiro concurso público, tinha que estudar legislação do SUS, as
mais variadas leis, decretos e normas, simplesmente me vi perdido sem saber por onde começar.
Então depois de fazer alguns concursos acabei desenvolvendo um método para estudar
legislação, o que me fez aumentar drasticamente meu desempenho nessa matéria e
consequentemente obter melhores resultados nos concursos que prestava. Já no meu primeiro
concurso gabaritei a matéria de legislação do SUS e passei em primeiro lugar. Alcancei meu
objetivo: obter um cargo público em minha área de atuação.
Resolvi então desenvolver esta Apostila em pdf atendendo alguns pedidos de colegas. O
propósito dessa Apostila é descomplicar esse assunto tão temido pelos candidatos da área da
saúde, deixando o estudo mais “leve” e dinâmico, ele é um aliado para aqueles que desejam
obter o sonhado cargo público.
Aqui as principais leis serão comentadas para poder facilitar a compreensão dos
candidatos que se preparam para as mais variadas provas, você não irá apenas ler toda a
legislação de saúde pública que o edital solicitou, mas terá a possibilidade de realmente entender
todo esse processo do funcionamento do sistema de saúde público brasileiro.
A Apostila traz ainda exercícios resolvidos de concursos anteriores abordando os
principais assuntos de cada lei e, no final, exercícios complementares para o candidato por a
prova o conteúdo aprendido.

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Cada fracasso ensina ao homem algo
ue ele p ecisava ap ende .
Charles Dickens

Breve História Sobre a Saúde Pública no Brasil

O surgimento do SUS não se deu da noite para o dia. Levou tempo para que chegássemos
ao sistema de saúde pública que temos hoje. Algumas datas foram marcos para a saúde
pública brasileira, entre elas o ano de 1953 é muito importante. Nessa data foi criado o
Ministério da Saúde.

Inicialmente as ações realizadas pelo MS eram oferecidas aos indigentes, ou seja, aqueles
que não eram trabalhadores formais e que, portanto, não eram acobertados pelo Instituto
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). As ações do MS eram
basicamente; de promoção (Educação em Saúde), de prevenção de doenças
(ex.:Vacinação) e, em poucos casos, prestava assistência médico-hospitalar.

O INAMPS foi criado em 1974 pelo regime militar partindo do antigo Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS) que o hoje é o INSS. O INAMPS prestava atendimento médico aos
trabalhadores de carteira assinada, ou seja, aos que contribuíam com a previdência e
funcionava em conjunto com o INPS. A maior parte dos serviços prestados pelo INAMPS era
ofertada pela iniciativa privada. Nessa época os médicos passam a ganhar muito devido ao
aumento da demanda e ao perfil dos serviços voltados apenas para a cura das doenças, o
cuidar da doença e não da saúde. Como os serviços eram prestados pelas instituições
privadas e eles ganhavam por procedimentos, quanto mais doença, melhor.

No início dos anos 70 ocorre o movimento de reforma sanitária, pela oposição ao regime
militar. Já no fim dos anos 70 a previdência social entra em crise, período também que se
observa um enfraquecimento do regime militar. Isso tudo leva o governo a realizar
aberturas para que houvesse uma discussão sobre propostas de mudanças no sistema de
saúde da época.

Embora houvesse tido essa abertura política, foi somente quando o regime militar “caiu”
que realmente tivemos mudanças significativas na saúde pública. Já em 1986, um ano após
a queda do regime, ocorreu a VIII Conferência Nacional de Saúde e essa se configura de
grande importância nessa cronologia da saúde, sendo considerado um “divisor de águas”,
pois nesse momento é que surge a ideia de um sistema único de saúde, pelo menos

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começou a partir daí a ter essa ideia de um sistema que fosse universal, descentralizado e
que fosse dever do estado administrar o mesmo. A VIII conferência ainda foi de grande
importância pelo fato de formar bases para a seção “da saúde” na Constituição Federal que
em 1988 cria o Sistema Único de Saúde – SUS.

Antes da criação do SUS, porém, tivemos em 1987 a criação do SUDS – Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde, e que teve princípios norteadores muito próximos do que
encontramos posteriormente na lei 8080 de 1990, que é a lei orgânica da saúde e
regulamentou a criação do SUS. Vale ressaltar que por mais próximo que sejam os
princípios dos SUDS e do SUS eles diferem em alguns aspectos.

Por fim, em 1988, nasce o Sistema Único de Saúde – SUS que foi criado pela Constituição
Federal e posteriormente, em 1990, regulamentado pela Lei Orgânica da Saúde 8.080 e
pela Lei 8.142 que deram as bases para o funcionamento desse novo sistema. Levou algum
tempo, porém, para que o SUS entrasse em funcionamento completo, essa transição para
esse novo modelo de saúde pública teve fim somente em 1993 quando INAMPS foi
completamente extinto.

Constituição Federal de 1988 (Artigos 196 ao 200)

A Constituição Federal e seus artigos 196 ao 200 está presente em praticamente


todos os concursos da saúde que cobram Legislação do SUS, isso porque, como
vimos anteriormente, foi a partir da CF de 1988 que surgiu o Sistema Único da Saúde
– SUS, sendo este regulamentado pelas leis 8.080/90 e 8.142/90 que também são
muito cobradas nos concursos e serão estudadas ao longo da Apostila.
Iremos estudar aqui artigo por artigo, mas o que tem caído mais nas provas referente
à CF são os artigos 196, que simplesmente “cria” o SUS, e o 198 que apresenta
algumas diretrizes desse novo sistema.
Já lei 8080 e 8142 irão explicitar melhor o que está fundamentado nesses 5 artigos da
CF, essas leis irão trazer sobre a organização, funcionamento, princípios e diretrizes,
papéis de cada ente federativo e muito mais. Não podemos esquecer também do
Pacto pela Saúde, que traz algumas mudanças, e do Decreto de lei 7508, que
regulamenta a Lei 8080 e é de muita importância para a Saúde, além de ser a nova
vedete dos concursos.
Todos esses temas, e mais alguns, serão vistos no decorrer da Apostila SUS para
Concursos.

Bons estudos!

Seção II
DA SAÚDE

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Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.

O artigo 196 como citado anteriormente cria enfim o SUS, que vinha sendo
proposto desde a VIII conferência da saúde de 1986.
O estado de bem-estar social ou “Welfare state” foi um modelo político-econômico
que surgiu basicamente após a segunda guerra mundial principalmente na Europa.
Esse conceito determinava que o estado fosse o responsável por garantir o direito à
população de educação, saúde, habitação, renda e etc. Foi baseado nesse conceito
que observamos o disposto no artigo 196 que define como dever do estado de
garantir as ações e serviços de saúde de forma universal e igualitária.
Devemos lembrar, porém, que o dever do estado não exclui o dever das pessoas,
da família, das empresas e da sociedade.
O artigo ainda determina que esse direito à saúde seja garantido mediante as
políticas sociais e econômicas, que o acesso as ações e serviços seja Universal
(para todos) e Igualitário (igual para todos, sem discriminação ou privilégios) e ainda
que essas ações e serviços seja Integral (passando pelos vários níveis de
complexidade, desde a promoção até a recuperação da saúde do usuário).

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao


Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através
de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

O poder público é conjunto dos órgãos que têm autoridade para realizar o
trabalho do estado como, por exemplo, a Defensoria Pública ou o Ministério Público.
São de relevância pública as atividades consideradas essenciais ou prioritárias à
comunidade, e a saúde é uma delas. Esse artigo, portanto, basicamente define que
cabe ao Estado, através dos poderes públicos, regular, fiscalizar e controlar as ações
e os serviços de saúde sejam eles públicos ou privados (através de terceiros), pois
ambos são considerados de relevância pública.
Resumindo, cabe ao estado regular, fiscalizar e controlar as ações e os serviços
de saúde para que seja assegurado o Direito à Saúde que é determinado no art. 196.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes:

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I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,


sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

O artigo 198 da CF apresenta para gente 3 diretrizes que irão organizar o SUS,
esse artigo, e seus três incisos, costuma cair bastante nas provas de concursos da
saúde e confunde um pouco os candidatos, isso porque na lei 8080 que iremos
estudar em seguida, temos em seu Art. 7o, os princípios e diretrizes do SUS que
englobam as diretrizes que estão presentes no Art. 198. Porém não podemos
confundir o que está disposto na lei 8080 com o que está disposto na CF.
Você deve prestar atenção no enunciado da questão, se a mesma se referir à CF,
então você logo saberá que estamos falando de apenas 3 diretrizes do SUS
(Descentralização, Atendimento integral e Participação da Comunidade). Já a lei
8080 traz além dessas 3, outras diretrizes e princípios do SUS, os quais
estudaremos mais tarde.

A Descentralização é entendida como uma redistribuição das responsabilidades


às ações e serviços de saúde entre os níveis de governo. Não ficando somente a
União, através do Ministério da Saúde (direção única da União), responsável por
garantir a saúde a todos.
Há uma redistribuição dessa responsabilidade para os Estados, Distrito Federal e
Municípios, através das secretarias estaduais de saúde (direção única dos Estados
e DF) e secretarias municipais de saúde (direção única do município).

O Atendimento Integral é uma diretriz que determina que o SUS deve garantir a
integralidade das ações e serviços de saúde ( promoção, proteção e recuperação).
O inciso II do art.198 completa ainda dizendo que se deve ter uma maior prioridade
para as ações preventivas (promoção) sem prejuízo das ações assistenciais
(proteção e recuperação).

Por último, a Participação da Comunidade é outra diretriz apresentada pela CF


em seu art.198 e que será mais bem estudada na lei 8142.

Outro ponto que devemos prestar atenção em relação ao Art. 198 e em relação a
muitos outros artigos presentes na matéria de legislação do SUS, é o fato das
bancas organizadoras gostarem de trocar alguns termos presente em tal artigo,
com o intuito de confundir o candidato. No art. 198, por exemplo, é comum
encontrarmos questões que trocam os termos “descentralização” “direção única”,
“atividades preventivas” e “serviços assistenciais”. Estes são apenas exemplos do
que você pode encontrar nas provas, porém a banca pode trocar outros termos,

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mudando o sentido do artigo e/ou incisos tornando-os errados.

Exercício resolvido

1 - Analise as afirmativas abaixo e depois marque a alternativa correta.

No art. 198 da Constituição Federal de 1988 foram estabelecidos os


princípios básicos para criação e organização do Sistema Único de Saúde
(SUS), determinando diretrizes constituídas pelos seguintes itens:

I - atendimento integral, com prioridade para as atividades dos serviços


assistenciais;
II - participação da comunidade ao nível complementar;
III - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
IV - atendimento especializado e participativo.

a) Apenas a I está correta.


b) A I e IV estão corretas.
c) Apenas a III está correta.
d) A II e IV estão corretas.
e) A I e III estão corretas.

Resolução: Com base na leitura do art. 198 e seus respectivos incisos,


concluímos que a única proposição correta da questão acima é a III, pois está de
acordo com o exposto no inciso I desse mesmo artigo – “descentralização, com
direção única em cada esfera de governo;”. As demais proposições estão
incorretas, pois na proposição I - as prioridades são para as atividades preventivas
e não “dos serviços assistenciais”. Na proposição II – a participação da
comunidade não é somente “ao nível complementar” e a proposição IV não está
presente no art. 198. Gabarito: C.

§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado
para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,


anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da
aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº

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29, de 2000)

I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista


no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos


impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159,
inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação


dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e
159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,


de 2000)

II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados


aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a
seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde


nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)

IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Esses 3 (três ) parágrafos tratam de um assunto muito importante para a saúde


pública, que é o financiamento do SUS. Os parágrafos como podem observar,
foram incluídos pela Emenda Constitucional (EC) nº 29.

A EC29 foi uma importante conquista da sociedade para a consolidação do SUS,


ao passo que, ela estabeleceu a vinculação de recursos nas três esferas de
governo para um processo de financiamento mais estável. Estabeleceu ainda os
percentuais mínimos que devem ser aplicados na saúde por cada esfera de
governo.

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Porém a EC 29 foi regulamentada posteriormente pela Lei Complementar 141 de
13 de janeiro de 2012. Essa LC regulamentou o § 3º do art. 198 da CF e teve como
objetivos; definir o que são gastos com saúde, esclarecendo quais as ações e
serviços que podem e não podem ser financiadas com os recursos da saúde,
dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, além de outras providências.

Para entender melhor sobre a Lei Complementar 141, leia os dois artigos abaixo
que estão disponíveis no Blog SUS para Concursos:

A Lei Complementar 141: Um ano depois – Por Lenir Santos

Questão Comentada de Legislação do SUS – Lei Complementar 141/12

Ou ainda, se preferir, baixe o documento (Lei Complementar 141) que também


está disponível para download no Blog SUS para Concursos. Clique AQUI para
ser direcionado a página de downloads do Blog, onde você encontra além da
Versão Grátis da Apostila SUS para Concursos, outros documentos para
download.

Exercício resolvido

2 - O financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma


responsabilidade comum dos seguintes setores:

a) Da iniciativa privada, da União e dos Estados.


b) Da iniciativa privada, dos Municípios, da União e dos Estados.
c) Dos Municípios, da União, dos Estados e do Distrito Federal.
d) Apenas dos Estados e da União.
e) Apenas da União e do Distrito Federal.

Resolução: O artigo da CF que trata do financiamento do SUS é o art. 198 e,


observando o seu § 2º, temos como responsabilidade dos Municípios, Estados,
Distrito Federal e União à aplicação de recursos em ações e serviços públicos de
saúde. Gabarito: C

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes


comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo
seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas
atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 51, de 2006)

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§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das
atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) (Vide Medida provisória nº
297. de 2006)

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da


Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente
comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo
em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu
exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

Já os §§ 4º, 5º e 6º do art. 198 foram acrescentados pela Emenda Constitucional


nº 51, que basicamente regulariza os vínculos de trabalho dos Agentes Comunitários
de Saúde (ACS) e dos Agentes de Combate às Endemias (ACE). Essa Emenda
Constitucional sofre muitas críticas por “tirar” a autonomia dos entes federativos no
momento que impõe aos gestores locais do sistema único de saúde a admissão de
agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de
processo seletivo público e determina em seu § 5º o regime jurídico e a
regulamentação das atividades desses profissionais.
O ministério da saúde (união) é o responsável pelo financiamento dessa política,
ou seja, é o responsável pelo pagamento desses dois profissionais. O parágrafo 6º
ainda determina que o servidor que exercer as funções que são desses agentes
poderá perder o cargo. O MS ainda determina que caso os agentes não cumprirem
suas funções, como determinado em lei, perderá o cargo por justa causa.

Nota de esclarecimento: Como dito acima o Ministério da Saúde é o único


responsável pelo pagamento dos profissionais que são tratados nos parágrafos 4º, 5º
e 6º do art. 198. Isso segundo a Constituição Federal, pois em 2006 surgiu com o
Pacto pela Saúde, como veremos mais adiante, o Termo de Compromisso de
Gestão (TCG). Esse termo, em linhas gerais, divide as responsabilidades de cada
ente federativo, e no caso dos agentes de saúde fica estabelecido que as 3 esferas de
governo sejam corresponsáveis pelo pagamento desses profissionais. Assim como no
Decreto de Lei 7508 que apresentou o Contrato Organizativo da Ação Pública da
Saúde (COAPS), que substitui o TCG e que em linhas gerais também define as
responsabilidades de cada esfera de governo, com algumas mudanças, sobretudo no
que se refere à segurança jurídica. Enfim, tanto o Pacto pela Saúde de 2006 quanto o
Decreto de Lei 7508 de 2011 serão estudados ao longo da Apostila.
O que vale pra gente aqui é que você candidato deve estar atento ao que a questão
do concurso está te cobrando. Se por exemplo a questão tratar dos agentes de saúde
e der a Constituição federal como embasamento, então você saberá que em relação
aos pagamentos dos agentes, a responsabilidade é exclusiva do Ministério da Saúde,
porém se a questão se referir ao pagamento dos agentes e der o Pacto pela Saúde ou

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o Decreto 7508 no enunciado, então a responsabilidade pelo pagamento desses
profissionais é das 3 esferas de governo, pois devem respeitar o TCG e o COAPS,
respectivamente.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do


sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito
público ou convênio, tendo preferência às entidades filantrópicas e as sem fins
lucrativos.

A iniciativa privada pode participar de forma complementar do SUS, seja ela


composta por instituições com fins lucrativos ou não. São exemplos de instituições
privadas: Santa Casa, hospitais particulares, clínicas, laboratórios e etc. As
instituições privadas filantrópicas e sem fins lucrativos (ex.: as santas casas de
misericórdia) terão preferência para participar do SUS.
A participação da iniciativa privada que trata o art. 199 e seu § 1º, obedecerá às
diretrizes do SUS e ocorrerá mediante contratos (geralmente firmados com
instituições privadas com fins lucrativos) e convênios (firmados com
instituições filantrópicas e sem fins lucrativos).

§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções


às instituições privadas com fins lucrativos.

Esse parágrafo nada mais diz que a instituição privada que possui fins lucrativos e que
participa de forma complementar ao SUS, NÃO pode receber recursos públicos de
forma direta, em outras palavras, essa instituição NÃO pode receber recursos antes
de efetuar um procedimento. Ela somente receberá o pagamento após efetuar o
procedimento, enviando uma espécie de “conta” para o SUS que então paga a
instituição privada pelo serviço prestado.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais


estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

Os “casos previstos em lei” presente no § 3º e que permite o recebimento de capitais


estrangeiros ou a participação de empresas na assistência à saúde, são os casos
extremos ou de calamidade pública (Ex.: um terremoto que possa atingir o país).
Salvo, portanto, esses casos, são VEDADOS à participação de empresas ou
recebimento de capitais vindo de outros países na assistência à saúde.

Exercício resolvido

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3 - Segundo a Constituição Federal de 1988 (seção referente à saúde), a
destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições
privadas com fins lucrativos é:

a) permitida de forma irrestrita;


b) permitida de forma restrita;
c) permitida, desde que a instituição comprovadamente necessite do auxilio Ou da
subvenção para prestar seus serviços;
d) proibida;
e) permitida, desde que o Poder legislativo solicite.

Resolução: Em uma análise do art. 199 e seus §§ encontramos no § 2º que “É


vedada (Proibida) a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às
instituições privadas com fins lucrativos.” Gabarito: D

§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção


de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e
tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus
derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

O parágrafo § 4º da CF não costuma ser cobrado nas provas de concursos da área da


saúde. Todavia conhecimento nunca é demais, portanto se quiser se aprofundar
melhor no assunto tratado pelo § 4º, recomendo a leitura da lei que regulamentou esse
§, a Lei no 10.205, de 21 de Março de 2001.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:

O artigo 200 trata de um assunto que iremos rever na lei 8080 (as atribuições do
SUS), mesmo que aqui as atribuições sejam um pouco diferentes das que
encontraremos na lei 8080. Como eu disse anteriormente, a lei 8080 irá detalhar/
explicitar melhor o que está contido nos art. 196 ao 200 da constituição. No inciso
II desse art. 200, por exemplo, encontramos como atribuição do SUS a execução
das ações de vigilância sanitária e epidemiológica, além das ações de saúde do
trabalhador. No art. 6o encontramos novamente como atribuição do SUS a
execução dessas ações, com a diferença que lá encontraremos o conceito (o que
são) dessas ações.

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para


a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

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Como podemos perceber o SUS é responsável pela produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos (vacinas), hemoderivados (tudo que é
relacionado ao sangue) e outros insumos (outras substâncias que são
importantes para a produção desses medicamentos).

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as


de saúde do trabalhador;

O inciso II como disse acima, apenas traz para gente que é atribuído ao SUS à
execução das ações de vigilância sanitária e epidemiológica, além das ações
de saúde do trabalhador. Somente na lei 8080 é que iremos encontrar
detalhadamente o que são essas ações.

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

Esse inciso nada mais diz que o SUS deverá exigir que o profissional que atua
no sistema deve ter formação na área que está atuando, seja habilitado e
passe por um processo seletivo para que possa trabalhar no SUS.

IV - participar da formulação da política e da execução das ações


de saneamento básico;

Compete ao SUS participar, portanto, na execução das ações de


saneamento básico, que se refere aos serviços de água e esgotos,
coleta de lixo, controle de pragas enfim, todas as ações que
envolvem o saneamento básico cabem ao SUS (formulação e
execução dessas ações).

V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento


científico e tecnológico;

A área de pesquisa em saúde, de desenvolvimento tecnológico é


muito importante para o SUS e o sistema atuará dessa forma,
baseado nos resultados dessas pesquisas agregando melhorias nos
serviços prestados.

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu


teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

A vigilância nutricional e sanitária são atribuições dadas aos SUS e


irão atuar também na inspeção e fiscalização de alimentos e bebidas
(todo tipo de bebida, seja água, leite ou até mesmo bebida alcoólica).
Por exemplo, nesses casos recentes de adulteração do leite, cabe

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aos órgãos de vigilância sanitária inspecionar esses alimentos.

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e


utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

Produtos psicoativos (medicamentos controlados), substâncias


tóxicas e radioativas (substâncias que precisam de certo controle
quanto à utilização, ao manuseio, transporte e produção, pois podem
causar danos para os envolvidos nesse processo).

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

A proteção do meio ambiente e a saúde do trabalhador serão mais bem estudadas


na lei 8080 que explicita melhor esse assunto.

Exercício resolvido

4 - Conforme o dispositivo da nova Constituição Federativa do Brasil - Art.


200 - qual das alternativas abaixo NÃO é competência do Sistema Único de
saúde?

a) Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de


saúde do trabalhador.
b) Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e
tecnológico.
c) Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde.
d) Estimular e garantir exclusividade à participação de iniciativa privada na
assistência à saúde.
e) Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Resolução: Ao analisarmos o art. 200 da CF, encontramos em seus incisos II, III,
V e VIII os expostos nas respectivas alternativas – A, B, C e E, logo, a alternativa
D – “Estimular e garantir exclusividade à participação de iniciativa privada na
assistência à saúde” – não só está errada como também se apresenta como um
“absurdo”, uma vez que quando falamos do SUS, falamos de serviço público de
saúde e a participação da iniciativa privada ocorrerá sempre de forma
complementar, nunca exclusiva. Gabarito: D

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Lei nº 8.080
de 19 de Setembro de 1990.

Essa é a lei campeã de provas. Pode ter certeza que na sua irá cair sobre a lei
orgânica da saúde nº 8080, isso porque essa lei regulamenta o SUS, criado na
Constituição Federal de 88, como vimos anteriormente.
Alguns artigos que são mais cobrados nos concursos serão destacados em
amarelo. Porém deixo claro que toda a lei; seus artigos, incisos e parágrafos devem
ser estudados.

Dispõe sobre as condições para a


promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências.

O Presidente da República, faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu sanciono a seguinte lei:

Disposição
Preliminar

Art. 1º - Esta Lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de


saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual,
por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado.

Como disse acima, a lei 8080 regulamenta o Sistema Único de Saúde. E nesse art. 1º
podemos observar a regulamentação em todo o território nacional das ações e
serviços de saúde que serão executados pelo SUS.

TÍTULO I

Das
Disposições
Gerais

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Art. 2º - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado
prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

§ 1º - O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e


execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de
doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação.

§ 2º - O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e


da sociedade.

Esse artigo, principalmente em seu parágrafo 1o, basicamente reproduz o disposto no


artigo 196 da Constituição de 88, onde é determinado o dever do estado perante a
população brasileira: garantir a saúde a todos de forma universal e igualitária (todas
as pessoas têm direito ao atendimento independente de cor, religião, raça, local
de moradia, situação de emprego ou renda). É possível observar também que as
ações e os serviços, ofertados pelo SUS, devem ser voltados ao mesmo tempo para
a prevenção e a cura (promoção, proteção e recuperação), respeitando o princípio
da integralidade.
Já o § 2º, diz que o dever do estado em executar as ações e serviços em saúde não
exclui a responsabilidade das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Se
há uma campanha de vacinação, contra o H1N1, por exemplo, o estado é o
responsável por garantir a vacinação para mim e para toda sociedade e EU sou o
responsável por ir até o posto de saúde que está disponibilizando essa vacina e
tomá-la. Eu sou responsável pela minha saúde também, assim como a família, as
empresas e toda a sociedade.

Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País,


tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a
atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços
essenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013)

Parágrafo Único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do
disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade
condições de bem- estar físico, mental e social.

Como o próprio nome já diz, fatores determinantes e condicionantes são os fatores


que irão determinar e condicionar a saúde da população (São fatores que
determinam os níveis de saúde e dão condições para que haja saúde). Logo, os
fatores como a alimentação, a moradia, o saneamento básico, e os demais fatores do
art. 3º irão ser base para podermos avaliar em que condição está à saúde dessa

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população. Se uma população possui todos esses fatores determinantes e
condicionantes, então essa população terá um nível de saúde maior e
consequentemente, como traz o artigo, isso representará uma organização social e
econômica mais elevada.
O parágrafo único desse artigo reafirma a nova definição de saúde feita pela
Organização Mundial da Saúde (OMS): “Saúde é um estado de completo bem-
estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”.
Obs.: Esse é um artigo que cai muito nos concursos da saúde e quase sempre
observamos alterações de alguns termos desse artigo. Estude, portanto, todos os
fatores determinantes e condicionantes que estão presentes nele, pois é muito
comum a banca retirar algum desses fatores ou até mesmo “inventar um novo”.

Exercício resolvido

5. De acordo com a Lei nº 8080/90, analise as proposições abaixo.

I- a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a


alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais: os níveis de
saúde da população expressam a organização social e econômica do País.
II- o dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de
políticas econômicas e assistencialistas que visem à redução de riscos de doenças e
de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso da
população carente às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e
recuperação.
III- Não é permitida a participação da iniciativa privada no SUS.

É correto o que se afirma em:

a) I e II apenas b) II apenas c) I apenas d) III apenas e) I, II e III

Resolução: O § 1º do art. 2º da lei nº 8080/90 diz que é dever do estado garantir a


saúde através da formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem
à redução de riscos (...) e no estabelecimento de condições que assegurem acesso
universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e
recuperação... etc.

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(o termo correto, portanto, seria “sociais” e não “assistencialistas” e o acesso às ações
e aos serviços é “universal e igualitário” e não assegurado exclusivamente a
“população carente” como traz a proposição II). O § 2º do art. 4º afirma que a iniciativa
privada poderá participar do sistema único de saúde - SUS, em caráter complementar,
logo a propoposição III está incorreta, pois afirma o inverso do que está contido na lei.
Gabarito: C.

TÍTULO II

Do Sistema Único de Saúde


Disposição Preliminar

Art. 4º - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por orgãos e


instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e
indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de
Saúde-SUS.

§ 1º - Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais,


estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos,
medicamentos inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para a
saúde.

§ 2º - A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde-SUS, em


caráter complementar.

Os orgãos e instituições que trata o art. 4º são: Unidades básicas de saúde, hospitais
públicos, ambulatórios, fundações e institutos, ou seja, são todos aqueles órgãos da
administração direta e indireta responsáveis por garantir a oferta das ações e
serviços em saúde.

O Instituto Butantã é um exemplo de fundação mantida pelo poder público, de que


trata o artigo.

Iniciativa privada: Uma clínica privada de odontologia, fisioterapia ou qualquer outro


prestador de serviços na área da saúde, por exemplo, pode participar do SUS de
forma complementar, atendendo seus pacientes através do sistema. É também setor
privado as entidades filantrópicas (Ex.: Santas Casas de Misericórdia), as quais têm
prioridade de participação complementar no SUS.

Atenção: O § 2º do art. 4º é muito explorado pelas bancas examinadoras e


geralmente é apresentado com sentido inverso numa tentativa de confundir o

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candidato, como visto na questão resolvida acima.

Obs.: O texto do § 2º é o mesmo que podemos encontrar no Art. 199 da Constituição


Federal, que também traz sobre a participação complementar da iniciativa privada no
SUS.

CAPÍTULO I

Dos Objetivos e Atribuições

Art. 5º - Dos objetivos do Sistema Único de Saúde-


SUS :

I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da


saúde;

Os fatores condicionantes e determinantes da saúde são aqueles que vimos no


Art. 3o da presente lei (a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho e etc.) e é objetivo do SUS identificá-los e divulgá-los
utilizando dos meios necessários para que isso ocorra.

II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos


econômico e social, a observância do disposto no §1º do artigo 2º desta Lei;

Essas políticas de saúde são, por exemplo, as políticas de saúde da mulher, saúde
do trabalhador, saúde do idoso, além de muitas outras, e é objetivo do SUS a
formulação dessas políticas para que haja de fato essas ações, cumprindo com o
disposto no §1º do artigo 2º.

III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,


proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas.

O inciso III desse artigo se refere à Integralidade. A Integralidade é um objetivo do


SUS.
Integralidade é também um dos princípios dos SUS, o qual diz que: o indivíduo
deve ser visto como um ser humano integral e, portanto é direito dele ter um
atendimento integrado das ações e serviços de saúde (promoção, proteção e
recuperação) da saúde.

Atenção: As bancas de concursos podem algumas vezes trazer o termo

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integralidade no inciso III, no lugar de “promoção, proteção e recuperação da saúde”.
Isso está correto, ou seja, pode haver sim essa troca dos termos, uma vez que, como
vimos, as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde definem o conceito
de Integralidade.

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde-

SUS: I - a execução de ações:

a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.

Se você reparar, o art. 6o dessa lei é muito parecido ao art. 200 da Constituição, que
estudamos anteriormente. E ainda se você se recorda, eu disse no art. 200 da CF que
no art. 6o da lei 8080 estudariamos o conceito das ações de vigilância sanitária,
epidemiológica e de saúde do trabalhador, e é exatamente isso que difere os dois
artigos. Aqui no art. 6o, encontraremos três parágrafos que irão explicitar/conceituar
melhor essas ações. O resto que está contido nesse artigo é exatamente o que vimos
no art. 200 da CF, portanto, não irei me atentar muito a esses incisos.

II - a participação na formulação da política e na execução de ações de


saneamento básico;

III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - a vigilância nutricional e orientação alimentar;

V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;

VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e


outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;

VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse


para a saúde;

VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas, para consumo


humano;

IX - participação no controle e na fiscalização da produção, transporte,


guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

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X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento
científico e tecnológico;

XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.

Exercício resolvido

6. De acordo com a Lei nº. 8080/90 são objetivos do Sistema Único de Saúde:

I. execução de ações de merenda escolar e do Programa Bolsa Família.


II. identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde.
III. execução de ações de vigilância sanitária; vigilância epidemiológica; saúde do
trabalhador; assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)


A) I, II B) II, III C) III D) I E) I, III

Resolução: Apenas as proposições II e III estão corretas de acordo com o inciso I art.
5º e o inciso I do art. 6º. A proposição I está incorreta pois não é objetivo do SUS a
“execução de ações de merenda escolar e do Programa Bolsa Família.” Gabarito: B.

Exercicio resolvido

7. Acerca dos objetivos e atribuições do SUS, de acordo com a Lei nº 8.080/90,


analise.

I. Identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da saúde.


II. E xecutar ações de assistência terapêutica integral.
III. Fiscalizar e inspecionar alimentos e bebidas para consumo humano.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

A) I B) II C) I, II D) II, III E) I, II,


III

Resolução: Todas as proposições apresentadas estão corretas como pode-se


observar no inciso I do art. 5º (I), no inciso I do art. 6º (II) e no inciso VIII do art. 6º (III)
desta lei. Gabarito: E.

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§ 1º - Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de
eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários
decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da
prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem


com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao
consumo; e

II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente


com a saúde.

O § 1º traz a conceituação das ações de vigilância sanitária (O que é Vigilância


Sanitária?). Esse parágrafo explicita o que é essa vigilância, que, como vimos, é uma
atribuição do SUS.
Agora, o que você precisa prestar mais atenção em relação aos conceitos de
vigilância sanitária e epidemiológica são em algumas palavras “chaves”, alguns
termos que as bancas gostam muito de trocar ou retirar do texto desses parágrafos.
Comumente o que temos observado é que a banca transcreve o § 1º, no caso da
vigilância sanitária, ou o § 2º, no caso da vigilância epidemiológica e retira algum
termo ou troca por outro termo, ou ainda pede para completar o texto do parágrafo,
como podemos perceber na questão abaixo.

Exercício resolvido

8. “Entende-se por um conjunto de ações capaz de ,


diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas decorrentes do
meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de
interesse da saúde.” (Lei nº 8.080/90 – art. 6º, 1º§) Assinale a alternativa que
completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.

A) assistência à saúde / analisar / sanitários


B) vigilância epidemiológica / controlar / agravados
C) vigilância sanitária / eliminar / sanitários
D) vigilância sanitária / controlar / imunobiológicos
E) vigilância epidemiológica / eliminar / sociais

Resolução: Conforme o § 1º do art. 6º os termos que completam a afirmativa do


enunciado são: “vigilância sanitaria”, “eliminar” e “sanitários”. Gabarito: C.

Portanto deixo aqui as 5 palavras que você deve gravar quando o assunto é vigilância

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sanitária, pois são as que mais sofrem alterações nas questões: “eliminar”,
“diminuir”, “prevenir”, “intervir” e “sanitários”.

§ 2º - Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações


que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer
mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e
controle das doenças ou agravos.

Em relação ao conceito de vigilância epidemiológica, seguimos o mesmo


raciocínio, você deve ler e entender esse conceito expresso no § 2º, mas assim como
no § 1º (da vigilância sanitária), aqui temos algumas palavras “chaves” que você deve
guardar quando falamos de Vigilância Epidemiológica, quais são: “conhecimento”,
“detecção”, “prevenção”, “individual” e “coletiva”.

Atenção: Vale lembrar também que as bancas às vezes misturam ou colocam


palavras que conceituam a vigilância sanitária no lugar do texto da vigilância
epidemiológica e vice-versa.

§ 3º - Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de


atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim
como visa a recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores
submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho,
abrangendo:

A saúde do trabalhador não é um tema muito explorado pelas bancas, isso vai
depender, é claro, da especialidade para que você vá concorrer. Existem muitos
concursos para especialistas em saúde no trabalho e nesses concursos com certeza
será cobrado mais esse assunto. Porém de um modo geral, os concursos da saúde
não cobram muito.

O que você deve focar aqui é em algumas palavras, que, como nos § 1º e § 2º (da
vigilância sanitária e epidemiológica), são palavras “chaves” e costumam ser alvo das
bancas organizadoras, seja para alterar ou mesmo tirar palavras do texto da lei. As
palavras que você precisa ter em mente são: “promoção”, “proteção”,
“recuperação” (Integralidade) e também mais uma palavra nova que entra no
contexto de saúde do trabalhador que é a “reabilitação”.

Resumindo, a saúde do trabalhador compreende todas as ações que competem ao


SUS, não excluindo a responsabilidade das empresas, dos sindicatos e dos próprios

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trabalhadores, e que envolvem desde ações de prevenção (promoção e proteção
da saúde do trabalhador) como as ações assistencialistas / curativas
(recuperação e reabilitação). Todo ambiente de trabalho apresenta riscos à saúde
do trabalhador, alguns mais outros menos, os incisos abaixo compreendem todas as
ações que visam, como disse acima, “prevenir e curar” os trabalhadores que estão
submetidos a esses riscos e agravos advindos das condições de trabalho e necessita
de uma atuação não somente do SUS.

I - assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de


doença profissional e do trabalho;

II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde-SUS,


em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais
à saúde existentes no processo de trabalho;

III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde - SUS,


da normatização, fiscalização e controle das condições de produção,
extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de
produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentem riscos à saúde do
trabalhador;

IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam á saúde;

V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e a empresas


sobre os riscos de acidente de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem
como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde,
de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética
profissional;

VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde


do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;

VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de


trabalho, tendo na sua elaboração, a colaboração das entidades sindicais; e

VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão


competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo o ambiente
de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos
trabalhadores.

Exercício resolvido

9. Analise as alternativas abaixo que discorrem sobre a abrangência da


saúde do trabalhador nos termos da Lei 8080/1990:

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I. Assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de
doença profissional e do trabalho.
II. Participação, no âmbito da competência do SUS, em estudos, pesquisas,
avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no
processo de trabalho.
III. Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo
de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades
sindicais.
IV. Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):

A) I e II B) III e IV C) I, III e IV D) I, II, III e IV E) II, III e IV

Resolução: Todas as proposições estão corretas, como se pode observar nos incisos
I, II, IV e VII do art. 6º, § 3º. Gabarito: D.

CAPÍTULO II

Dos Princípios e
Diretrizes

O artigo 7º trata de um assunto muito cobrado nos concursos da área da saúde. Eu


sempre digo que o candidato deve estudar toda a legislação, mas sabemos também
que alguns artigos são mais cobrados do que outros e esse é o caso do art. 7º que é
disparado o artigo mais cobrado da lei 8080. Ele irá tratar dos princípios e diretrizes
que regem o SUS. Vale lembrar, assim como o próprio artigo define, que estão
incluídas aqui as diretrizes previstas no artigo 198 da CF.

Vamos a ele!

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados


ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde - SUS são
desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de


assistência;

Entende-se por universalidade o princípio de que todas as pessoas têm direito ao


atendimento independente de cor, religião, raça, local de moradia, situação de
emprego ou renda e em todos os níveis de assistência, os quais compreendem as
ações de promoção, proteção e recuperação da saúde (da menor à maior

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complexidade).

II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo


das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para
cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;

O conceito de integralidade como vimos anteriormente é um dos princípios dos


SUS no qual o indivíduo deve ser visto como um ser humano integral e, portanto, é
direito dele ter um atendimento integrado, ou seja, as ações que visam à promoção,
proteção e recuperação de sua saúde são indivisíveis.

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e


moral;

O inciso III na mais é do que a garantia do SUS à autonomia do usuário sobre sua
saúde. Ele tem o direito, por exemplo, de recusar um procedimento cirúrgico uma vez
que o SUS não pode tirar essa autonomia do usuário em responder pela sua
integridade física e moral.

IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de


qualquer espécie;

Antigamente existiam os “indigentes” que eram os/as brasileiros não incluídos no


mercado formal de trabalho e que, portanto, não usufruíam dos mesmos direitos de
assistência. Depois da constituição federal de 1988, deixa de existir essa
desigualdade e todos passam a ter os mesmos direitos em relação à assistência à
saúde. Sem preconceitos ou privilégios.

V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;

Todo usuário do SUS tem o direito de informação a respeito de sua saúde. E essa
informação usualmente está contida em prontuários das instituições, esse prontuário
pertence ao usuário mais deve ficar na instituição de saúde. Estudaremos também no
Pacto pela Saúde esse direito do cidadão à informação.

VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde


e sua utilização pelo usuário;

O inciso VI determina que o SUS deve informar os serviços que estão disponíveis aos
usuários. O usuário tem o direito de saber quais serviços são ofertados a ele em
determinado posto de saúde ou quaisquer instituição ligada ao SUS.

VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a

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alocação de recursos e a orientação programática;

A importância da vigilância epidemiológica é destacada no inciso VII o qual


determina que o SUS utilize as informações obtidas pela epidemiologia para
ordenar as ações e serviços, estabelecer prioridades e ainda definir onde é
necessário maior investimento para que tais ações ocorram.

VIII - participação da comunidade;

É também um princípio muito cobrado pelas bancas e será mais explorado na lei
8.142/90 que aborda melhor o assunto. Por ora é importante saber que é um princípio
organizativo, assim como a descentralização, regionalização, hierarquização…etc.

IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada


esfera de governo:

a) ênfase na descentralização dos serviços para os


municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de
saúde;

A descentralização é também um princípio, porém diz respeito à organização do


sitema e, é entendida como uma redistibuição das responsabilidades às ações e
serviços de saúde entre os níveis de governo, aquilo que cabe ao município
(atenção básica) será executado por ele, porém as ações e serviços de média e
alta complexidade já não são responsabilidades do município, que descentraliza
essas ações para o estado, o qual é o responsável pela média e alta
complexidade.

Há também uma redefinição das atribuições dos níveis de governo, com um nítido
reforço do poder municipal sobre a saúde – a este processo dá-se o nome de
municipalização (mais próximo do cidadão - melhor efetividade). Além dessa
ênfase na descentralização dos serviços para os municípios, estes devem atuar de
forma regionalizada e hierarquizada.

Regionalização e a hierarquização também são princípios organizativos que estão,


portanto, ligados ao funcionamento/organização do sistema único de sáude.

A regionalização é entendida como uma articulação e mobilização municipal que leva


em consideração características geográficas, fluxo de demanda, perfil epidemiológico,
oferta de serviços e, acima de tudo, a vontade política expressa pelos diversos
municípios de se consorciar ou estabelecer qualquer outra relação de caráter
cooperativo (NOB93), favorecendo as ações de vigilância sanitária, epidemiológica,

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além de outras ações em todos os níveis de complexidade.

A hierarquização diz respeito aos níveis de atenção. O acesso da população à rede


se dá através do nível primário de atenção, que resolve 80% dos problemas (unidade
básica de saúde – responsabilidade dos Municípios), os problemas que não forem
resolvidos neste nível deverão ser referenciados (descentralizados) para os serviços
de maior complexidade. O nível secundário (responsabilidade dos Estados) são os
Centros de Especialidades e resolvem 15% dos problemas de saúde e por ultimo no
nível terciário estão os hospitais de referência e resolvem os 5% restantes dos
problemas de saúde.

X - integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e


saneamento básico;

Essa integração é importante uma vez que, como vimos, a saúde possui diversos
fatores determinantes e condicionantes e entre eles estão às ações de meio ambiente
e saneamento básico, que devem estar, portanto, integrada a essas ações em saúde.

XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de
serviços de assistência à saúde da população;

O inciso XI apenas reafirma a responsabilidade por parte das 3 esferas de governo


na prestação de serviços de assistência à saúde, cabendo a todos eles a
responsabilidade pelos recursos necessários (financeiros, tecnológicos...) para que
possa haver a prestação adequada.

XII – capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e


XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios
para fins idênticos.

Os incisos XII e XIII tratam do princípio organizativo referente resolubilidade, o qual


está muito ligado à questão da qualidade de serviços que o sistema oferece. A
resolubilidade é o serviço de saúde ter a capacidade de resolver os problemas de
saúde da população. Cada ente (municípios, estados e união) com a sua
responsabilidade deve ter a capacidade resolutiva dos serviços que oferece. Já em
relação à duplicidade de meios para fins idênticos nada mais é do que evitar
gastos sem a real necessidade. Por exemplo, contratar mais profissionais do que é
necessário em um determinado setor sendo que em outro há falta. Ou seja, há uma
duplicidade das ações em serviços sem que haja necessidade, e isso deve ser
evitado pelo sistema.

Exercício resolvido

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10. Analise alguns princípios do SUS estabelecidos em Lei Federal:

I. Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência.


II. Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
caso em todos os níveis de complexidade do sistema.
III. Igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie.
IV. Participação da comunidade.

Estão corretos apenas os itens:

A) I, II, III B) II, III, IV C) I, II, III, IV D) I, III, IV

Resolução: Todas as proposições estão corretas, como se pode observar nos


incisos I,II,IV e VIII do art. 7º.

É importante ressaltar que os princípios aqui abordados são também diretrizes, ao


contrário do que vemos na constituição federal que apresenta apenas 3 diretrizes do
sistema. Portanto fique atento e analise o que a banca está cobrando, se estiver
pedindo a CF, então você deve lembrar-se das 3 diretrizes que o art. 198 da CF
apresenta: Descentralização, integralidade e participação da comunidade. Porém
se a banca cobrar o art. 7º da lei 8080 então você deve ter em mente os 13
princípios, que também são diretrizes desse sistema.

CAPÍTULO III

Da Organização, da Direção e da
Gestão

Art. 8º - As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde-


SUS, seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa
privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis
de complexidade crescente.

O art. 8º deixa claro que tanto o sistema público de saúde como a INICIATIVA
PRIVADA devem oferecer as ações e serviços de saúde organizados de forma
regionalizada e hierarquizada em todos os níveis de assistência e de forma
crescente.

Art. 9º - A direção do Sistema Único de Saúde-SUS é única, de acordo com o


inciso I do artigo 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de

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governo pelos seguintes orgãos:

I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;

II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva secretaria de


saúde ou órgão equivalente; e

III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva secretaria de saúde ou


órgão equivalente.

O art 9º da lei 8080 faz menção ao art 198 da CF, que, como vimos em seu inciso I,
define como diretriz do sistema a “descentralização com direção única em cada
esfera de governo”.
Como traz o art 9º dessa lei, no âmbito da união quem dirige o SUS é o Ministério da
Saúde, no âmbito dos estados e DF são as respectivas secretarias de saúde e no
âmbito dos municípios as secretarias (municipais) de saúde.

Art. 10º - Os Municípios poderão constituir consórcios para desenvolver, em


conjunto, as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.

§ 1º - Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da


direção única e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância.

§ 2º - No nível municipal, o Sistema Único de Saúde-SUS poderá organizar-


se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas
voltadas para a cobertura total das ações de saúde.

Essa articulação por parte dos municípios constituindo consórcios e organizando-se


em distritos é para que haja o cumprimento do princípio de integralidade das ações,
uma vez que, ao firmar essas “parcerias” entre os municípios o usuário passa a ter
maior cobertura das ações e serviços de saúde e assim esses distritos cumprem com
a integralidade de assistência.

O consórcio que é firmado entre os municípios tem a participação do estado onde


estão localizados esses municípios constituindo-se os distritos que basicamente
caracteriza por uma região de municípios que ofertam serviços para as populações
visinhas além da sua própria população (serviços de média e alta complexidade, que
são responsabilidades do estado e que alguns municípios não conseguem ofertar).
Essa articulação entre os municípios se dá quando um determinado município A
presta um serviço que o município B não presta e, portanto, atende os usuários do
município B, porém o município B presta um serviço que o município A, por sua vez,
não presta e acaba então atendendo os pacientes do município A para esse serviço.
Essa troca de serviços entre os municípios é o que constituem os distritos. O estado

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participa destinando os recursos necessários para que esses consórcios e distritos
funcionem e haja assim cobertura total para os usuários.

Esse conceito é muito semelhante ao que veremos no Decreto de lei 7508 que trata
das Regiões de Saúde, com a diferença de que as regiões de saúde podem ser
constituídas entre estados também, o que não é observado aqui, pois fica bem claro
no art. 10º da lei 8080 que a articulação é somente entre os municípios.
Portanto se falamos da lei 8080 temos articulações intermunicipais e se falamos do
decreto 7508 temos articulações intermunicipais e interestaduais.

Exercícios resolvido

11. A Lei Orgânica da Saúde, em seu capítulo III, prevê que:

a) O SUS, no nível municipal, poderá organizar-se em distritos para integrar e


articular recursos visando à cobertura total.
b) A direção do SUS, no âmbito da União, será exercida pelo Ministério do
Trabalho e do Emprego.
c) A direção do SUS, na esfera estadual, de acordo com a Constituição Federal
será exercida pela Secretaria Estadual de Saúde, excluindo-se o Distrito
Federal.
d) As comissões intersetoriais integradas por entidades representativas da
sociedade civil serão criadas no nível estadual.
e) As ações executadas pelo SUS serão organizadas de forma regionalizada, em
níveis de complexidade decrescente.

Resolução: Conforme § 2º do art. 10º: o sistema único de saúde, no nível


municipal, poderá organizer-se em distritos de forma a integrar e articular
recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
Gabarito: A

12. “Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da


_______________ e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua
observância.” (§1º artigo 10, Lei nº.8080/1990)

Para completar o parágrafo citado de acordo com a Lei Federal nº. 8080/1990,
deve-se marcar como correta a alternativa:

A) isonomia B) direção conjunta C) direção única D) hierarquia E)


assistência

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Resolução: De acordo com o §1º desta lei, o termo que completa a afirmação é
“direção única”. Gabarito: C.

Art.11º(VETADO)

Art. 12º - Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas


ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos ministérios e órgãos
competentes e por entidades representativas da sociedade civil.

Parágrafo único - As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular


políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não
compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS.

O artigo 12º cria então as comissões intersetoriais que responde ao CNS –


Ministério da saúde e tem por principal papel de articular e ajudar na implementação
de políticas e programas que são de interesse a saúde e que ainda não estão sendo
ofertados pelo SUS em determinada região.

Art. 13º - A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões


intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:

I - alimentação e nutrição;
II - saneamento e meio ambiente;
III - Vigilância Sanitária e
farmacoepidemiologia; IV - recursos
humanos;
V - ciência e tecnologia; e
VI - saúde do trabalhador.

As comissões intersetoriais devem verificar se os municípios oferecem essas


políticas e programas presentes nos incisos do art. 13o, caso não ofereçam então as
comissões irão juntamente com o município implementar. Lembrando que as
comissões intersetoriais devem responder ao Conselho Nacional de Saúde. Essa é
uma maneira para que haja controle/fiscalização por parte do Ministério da Saúde no
que está sendo realmente ofertado pelos municípios.

Exercício resolvido

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13. Nos termos da lei 8.080/90 - a articulação das políticas e programas, a cargo
das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades, entre
outras, EXCETO:

a) alimentação e nutrição
b) saneamento e meio ambiente
c) cuidados com a família
d) saúde do trabalhador

Resolução: De acordo com o art. 13º “cuidados com a família” não faz parte das
atividades a cargo das comissões intersetoriais. Gabarito: C.

Art. 14º. Deverão ser criadas comissões permanentes de integração entre os


serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior.

Parágrafo único - Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor
prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos
recursos humanos do Sistema Único de Saúde-SUS, na esfera correspondente,
assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.

O art. 14 º define que ao servidor que ingressar no sistema único de saúde é


garantida a formação e educação continuada, ou seja, o SUS irá instituir essas
comissões que irão incentivar e garantir a educação continuada do profissional que
trabalha no SUS. Por exemplo, são comuns instituições que fazem essa parceria com
o SUS dar desconto em cursos para os funcionários que atuam no sistema, seja uma
pós ou até mesmo uma graduação.

Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas


como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos
operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá


por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão


compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada
em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº
12.466, de 2011).

II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da


organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua

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governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes
federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de


territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração
das ações e serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela Lei nº 12.466,
de 2011).

Os artigos 14-A e 14-B foram incluídos recentemente à lei 8080 pela lei 12.466 de
2011. A CIB e a CIT foram criadas pela NOB 93 e esse assunto tem sido cobrado nos
concursos mais recentes da saúde.

CIB significa Comissão Intergestores Bipartite e é composta por gestores estaduais


(Secretários estaduais de saúde – Ses) e por gestores municipais (Conselho dos
secretários municipais de saúde – Cosems).

CIT significa Comissão Intergestores Tripartite e é composta pelo gestor nacional


(Ministério da Saúde - MS), por gestores estaduais (Conselho nacional de secretários
de saúde – Conass) e por gestores municipais (Conselho nacional de secretários
municipais de saúde – Conasems).

O objetivo dessas comissões é integrar e articular políticas e programas necessárias à


saúde pública, como observarmos mais detalhadamente nos incisos do art. 14-A.

Quando essas políticas e programas são de interesse dos gestores municipais e


estaduais, então elas devem ser pactuadas nas CIBs e caso seja de interesse nacional
serão pactuadas pela CIT.

Fique atento: Os órgãos representantes dos entes estaduais e municipais que compõe
a CIB e a CIT são diferentes porque a CIB representa um colegiado em âmbito
estadual (SES + COSEMS) enquanto a CIT é tratada em âmbito nacional (MS +
CONASS + CONASEMS).

Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho


Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como
entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias
referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social, na
forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

Como dito acima, tanto o Conass como o Conasems são as entidades que irão
representar os estados e municípios, respectivamente, em âmbito nacional, ou seja, na
CIT.

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§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União
por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas
institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União. (Incluído pela Lei nº
12.466, de 2011).

§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são


reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito
estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados
institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos. (Incluído
pela Lei nº 12.466, de 2011).

Já o Cosems que também foi explicado acima será a entidade representativa dos
municiípios em âmbito estadual, ou seja, na CIB.

Exercício resolvido

14. De acordo, com a Lei 8.080/90 - serão criadas ___________ de âmbito nacional,
subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos
competentes e por entidades representativas da sociedade civil, com a finalidade de
articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas
não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

a) comissões intersetoriais b) conselhos de saúde c) conselhos especiais d)


comissões setorizadas

Resolução: O termo que completa a afirmativa é “comissões intersetoriais”, como se


pode observar no art. 12º da presente lei. Gabarito: A.

15. Segundo o Art. 14-B da Lei federal 8.080/90:

I - Os Secretários Estaduais de Saúde (Ses) e o Conselho de Secretarias Municipais de


Saúde (Cosems) são reconhecidos como entidades representativas dos entes
estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de
utilidade pública e de relevante função social, na forma do regulamento.

II - O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por meio


do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais,
salvo nos casos de convênios com a União.

III - Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos


como entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar

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de matérias referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao
Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos.

Assinale a alternativa que contenha somente as(a) proposições(ão) corretas(a):

A) I e III somente B) I somente C) I e II somente D) III somente E) Todas


estão corretas.

Resolução: Analisando o art. 14-B da lei 8080 podemos concluir que apenas a
proposição III está correta, pois está de acordo com o contido no § 2o do art. 14-B. Na
proposição I encontramos a troca dos termos “Conass” e “Conasems”, que são os
termos corretos, pelos termos “Ses” e “Cosems”, tornando a proposição incorreta. Já a
proposição II muda o sentido do § 1o, ao passo que conclui que tanto o Conass quanto
o Conasems NÃO poderão receber fundos da união caso estes celebrem convênios
com a mesma. Essa afirmação está incorreta uma vez que o § 1o , na verdade, afirma
que o Conass e o Conasems além de poder receber os recursos provenientes da união
PODERÃO firmar convênios com a mesma. Gabarito: D

CAPÍTULO IV
Da Competência e das
Atribuições

Diferente de outros assuntos dessa lei, esse capítulo apresenta as funções/deveres


das esferas federal, estadual, municipal e do distrito federal, não é um assunto que
exige muitos comentários como, por exemplo, os princípios do SUS, abordados
anteriormente.
Aqui a dica é ler o máximo possível sobre as competências e atribuições de cada
esfera de governo e, resolver o maior número de questões que puder, pois o tema é
bastante abordado pelas bancas organizadoras dos concursos e exige certa
memorização (“decoreba”) por parte do candidato. Coloquei no e-book o máximo de
questões de concursos anteriores referentes ao assunto.

SEÇÃO I
das Atribuições
Comuns

Art. 15º A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios exercerão, em seu


âmbito administrativo, as seguintes atribuições:

I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e fiscalização


das ações e serviços de saúde;

II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada

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ano, à saúde;

III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e


das condições ambientais;

IV - organização e coordenação do sistema de informação em


saúde;

V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de


qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde;

VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade


para promoção da saúde do trabalhador;

VII - participação de formulação da política e da execução das ações de


saneamento básico e colaboração na proteção e recuperação do meio
ambiente;

VIII - elaboração e atualização periódica do plano de


saúde;

IX - participação na formulação e na execução da política de formação


e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;

X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde-SUS,


de conformidade com o plano de saúde;

XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de


saúde, tendo em vista a sua relevância pública;

XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da


saúde, autorizadas pelo Senado Federal;

XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias,


decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de
irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa
correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como
jurídicas, sendo-lhes assegurada justa
indenização;

XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e


Derivados;

XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais

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relativos a saúde, saneamento e o meio ambiente;

XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação


da saúde;

XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício


profissional, e outras entidades representativas da sociedade civil, para a
definição e controle dos padões éticos para a pesquisa, ações e serviços de
saúde;

XVIII - promover a articulação da política e dos planos de


saúde;

XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;

XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao


poder da polícia sanitária;

XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de


atendimento emergencial.

Exercício resolvido

16. Com base na Lei nº 8080/90, artigo 15, a União, os Estados, o DF e os


Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:

I- administração dos recurso orçamentários e financeiros destinados, a cada seis


meses, à saúde
II- acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das
condições ambientais
III- elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde,
tendo em vista a sua relevância pública
IV- definir as instâncias e mecanismos de controle e avaliação inerentes ao poder de
polícia sanitária

É correto o que está contido em:

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a) I e II apenas b) II e III apenas c) I e III apenas d) III e IV apenas e) I, II, III e IV

Resolução: De acordo com o art. 15º estão totalmente corretas apenas às proposições
II e III como é observado nos incisos III e XI respectivamente, e ocorrem erros nas
proposições I ( termo correto “a cada ano” e não “a cada seis meses” – inciso II) e IV (
“fiscalização” ao invés de “avaliação” – inciso XX). Gabarito: B.

SEÇÃO II

Da
Competência

Art. 16. À direção nacional do Sistema Único de Saúde-SUS compete:

I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;

II - participar na formulação e na implementação das políticas:

a) de controle das agressões ao meio ambiente;


b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;

III - definir e coordenar os sistemas:

a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;


b) de rede de laboratórios de saúde pública;
c) de vigilância epidemiológica; e
d) de vigilância sanitária.

IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgãos afins,


de agravos sobre o meio ambiente, ou deles decorrentes, que tenham
repercussão na saúde humana;

V - participar da definição de normas, critérios e padrões para controle das


condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do
trabalhador;

VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância


epidemiológica;

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VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos,
aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios;

VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade


sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano;

IX - promover a articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do


exercício profissional, bem como com entidades representativas de formação de
recursos humanos na área de saúde;

X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional


e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os
demais órgãos governamentais;

XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o


estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde;

XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para


a saúde;

XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e


aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional.

XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde-
SUS e os serviços privados contratados de assistência à saúde;

XV - promover a descentralização, para as Unidades Federadas e para os


Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de
abrangência estadual e municipal;

XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de


Sangue, Componentes e Derivados;

XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde,


respeitadas as competências Estaduais e Municipais;

XVIII - elaborar o planejamento estratégico nacional no âmbito do SUS em


cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal;

XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação


técnica e financeira do SUS, em todo o território nacional, em cooperação técnica
com os Estados, Municípios e Distrito Federal.

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Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e
sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à
saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de
Saúde-SUS ou que representam risco de disseminação nacional.

Exercício resolvido

17. Leia o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que preenche correta e
respectivamente as lacunas.

De acordo com a Lei nº 8080/90, compete à direção nacional do SUS -----, -----, -----
normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos e
equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais.

a) fiscalizar/ analisar/ executar


b) fiscalizar/ elaborar/ executar
c) fiscalizar/ formular/ avaliar
d) formular/ avaliar/ elaborar
e) fiscalizar/ identificar/ avaliar

Resolução: Os termos que preenchem as lacunas da afirmativa são: “formular”,


“avaliar” e “elaborar”, como observado no inciso X do art. 16º. Gabarito: D.

18. À direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete, EXCETO:

A) Acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as


competências estaduais e municipais.
B) Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a
saúde.
C) Gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros.
D) Formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição.
E) Estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária
de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano.

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Resolução: Não compete à direção nacional do SUS “gerir laboratórios públicos de
saúde e hemocentros” as demais alternativas estão corretas, como pode-se observar
nos incisos XVII, XII, I e VIII do art. 16º. Gabarito: C.

Art. 17. - À direção estadual do Sistema Único de Saúde-SUS


compete:

Dica: O Art. 17 diz respeito às responsabilidades do Estado no SUS e, se você


reparar, irá encontrar muitas vezes as palavras; “complementar”, “suplementar” e
“supletivamente”, isso porque é o município quem executa as ações, podendo claro
o estado executar também, mas na maioria das vezes atuará de forma complementar
ou suplementar às ações dos municípios. Esta é apenas uma dica para facilitar o seu
estudo, portanto, se na prova você encontrar as palavras “complementar”,
“suplementar” e “supletivamente”, irá saber que está se referindo as
responsabilidades do Estado.

I - promover a descentralização, para os Municípios, dos serviços e das ações


de saúde;

II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único


de
Saúde-SUS.

III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente


ações e serviços de saúde;

IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:

a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e
nutrição; e d) de saúde do
trabalhador;

V - participar, junto com órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente
que tenham repercussão na saúde humana;

VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento


básico;

VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos


ambientes de trabalho;

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VIII - em caráter suplementar formular, executar, acompanhar e avaliar a política
de insumos e equipamentos para a saúde;

IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas


públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional;

X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros e


gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa;

XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e a avaliação


das ações e serviços de saúde;

XII - formular normas estabelecer padrões, em caráter suplementar, de


procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo
humano;

XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos,


aeroportos e fronteiras;

XIV - acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores de morbidade e


mortalidade no âmbito da unidade federada.

Exercício resolvido

19. Não é competência da direção estadual do SUS:

A) Identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de


baixa e média complexidade, de referência municipal e regional;
B) Coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e
gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa;
C) Estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das
ações e serviços de saúde;
D) Formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de
procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo
humano;

Resolução: Baseado no art. 17 que dispõe sobre as competências da esfera


estadual, conclui–se que somente a alternativa A está incorreta, pois houve troca
de alguns termos. Se analisarmos o inciso IX do art. 17 encontramos como
competência do estado, além de “identificar estabelecimentos hospitalares de

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referência”, a gestão de sistemas públicos de “alta complexidade” e de referência
“estadual” e regional. Gabarito: A

Art. 18. À direção municipal do Sistema Único de Saúde-SUS, compete:

Dica: Já o Art. 18 diz respeito às responsabilidades do Município no SUS e, a palavra


chave aqui é: “executar” e “execução”. Como dissemos acima, o município é o
principal promotor das ações e serviços ofertados pelo SUS, por isso ele é quem mais
ira “executar” essas ações. Infelizmente você deve tentar lembrar bem das
responsabilidades de cada ente federativo, mas não é fácil decorar estes artigos e
essa “pancada”, portanto a dica das palavras é apenas para tentar facilitar o estudo de
vocês e fazer com que na hora da prova você lembre e saiba discriminar a
responsabilidade de cada ente que a questão possa cobrar.

I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e


executar os serviços públicos de saúde;

II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e


hierarquizada do Sistema Único de Saúde-SUS, em articulação com sua direção
estadual;

III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições


e aos ambientes de trabalho;

IV - executar serviços:

a) de vigilância epidemiológica;

b) de vigilância sanitária;

c) de alimentação e nutrição;

d) de saneamento básico; e

e) de saúde do trabalhador;

V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para


a saúde;

VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente, que tenham


repercussão sobre a saúde humana, e atuar, junto aos órgãos municipais,
estaduais e federais competentes, para controlá-las;

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VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;

VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;

IX - colaborar com a União e com os Estados na execução da vigilância sanitária


de portos, aeroportos e fronteiras;

X - observado o disposto no artigo 26 desta lei, celebrar contratos e convênios


com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar
e avaliar sua execução;

XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de


saúde:

XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no


seu âmbito de atuação.

Exercício resolvido

20. Quanto à competência da direção municipal do sistema de saúde (SUS)


regida pela Lei n° 8.080/90, considere as seguintes atribuições:

I. Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e


executar os serviços públicos de saúde.

II. Participar do planejamento, programação e organização da rede nacional e


independente do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção
estadual.

III. Acompanhar o processo de licitação para definir a gestão de laboratórios públicos


de saúde e hemocentros.

IV. Executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras independentemente


da União e dos Estados.

É(são) da competência da direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS):

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A) Somente III.
B) Somente I.
C) Somente I e II.
D) Somente II e IV.
E) Somente III e IV.

Resolução: O artigo que trata das competências da direção municipal é o art. 18,
como vimos acima, e, em seu inciso I traz:
I - “Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir
e executar os serviços públicos de saúde”.

Ou seja, exatamente o contido na proposição I da questão. As demais proposições


estão erradas, pois a porposição II só estaria correta se trouxesse os termos “rede
regionalizada e hierarquizada” e não os termos “nacional e independente”. Já a
proposição III é incorreta, pois, já é uma competência do município gerir laboratórios
públicos de saúde e hemocentros não devendo este “acompanhar aprocesso de
licitação para a gestão”. E por último a proposição IV também está errada, pois, na
verdade, o município colabora com a união e o estado na execução da vigilância
sanitária dos portos e aeroportos. Gabarito: B

Art.19. Ao Distrito Federal competem às atribuições reservadas aos Estados e


aos Municípios.

Como o próprio art. 19 define, são responsabilidades do Distrito Federal às atribuições


reservadas aos estados e municípios, ou seja, as responsabilidades do Distrito Federal
é todo o contido nos artigos 17 e 18.

CAPÍTULO V

Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena


(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

Assim como o capítulo V, os capítulos VI, VII e VIII fazem parte da versão atualizada da
lei orgânica da saúde 8.080/90

Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das


populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente,
obedecerão ao disposto nesta Lei.

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Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente
do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142,
de 28 de dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita integração.

Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de
Atenção à Saúde Indígena.

Vale ressaltar, porém, que os Estados, Municípios e Distrito Federal poderão


também participar desse subsistema e consequentemente financiá-lo, como podemos
ver no Art. 19-E.

Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei
com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País.

Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-


governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e execução das ações.

Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e


as especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a
atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e
global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico,
nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e
integração institucional.

Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS,
descentralizado, hierarquizado e regionalizado.

§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos
Sanitários Especiais Indígenas.

§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à


Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do
SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, para propiciar essa
integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações.

§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito


local, regional e de centros especializados, de acordo com suas necessidades,
compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde.

Art.19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organismos


colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde,
tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais
de Saúde, quando for o caso.

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Exercício resolvido

21. De acordo com o Capítulo V – Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena,


da Lei nº 8.080/90 atualizada, é INCORRETO afirmar que:

A) caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à


Saúde Indígena.

B) apenas as instituições não governamentais poderão atuar completamente no custeio


e execução das ações.

C) o Sistema Único de Saúde (SUS) promoverá a articulação do Subsistema instituído


por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País.

D) o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS,


descentralizado, hierarquizado e regionalizado.

E) as populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local,


regional e de centros especializados, de acordo com suas necessidades,
compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde.

Resolução: Segundo o Capítulo V em seu Art. 19-B: Os Estados, Municípios, outras


instituições governamentais e não-governamentais poderão atuar complementarmente
no custeio e execução das ações, logo, a proposição incorreta da questão é a contida
na alternativa B. Gabarito: B.

CAPÍTULO VI

DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR


(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)

Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) têm direito ao atendimento e internação


domiciliar desde que o médico recomende os cuidados no lar, para isso foram criadas
algumas leis que regulamentam esse procedimento (“famoso” Home-care), dentre
essas leis foi criada a lei nº 10.424, de 2002, a principal entre elas.

Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento


domiciliar e a internação domiciliar.

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§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-
se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos,
psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos
pacientes em seu domicílio.

§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes


multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e
reabilitadora.

§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por


indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família.

Exercício resolvido

22. A respeito do Subsistema de Atendimento e Internação Domiciliar, julgue os


itens abaixo:

I - O atendimento e a internação domiciliares atuarão nos níveis de medicina


preventiva, terapêutica e reabilitadora.

II - O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação


médica, não sendo necessária a concordância do paciente e de sua família.

III - O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes


multiprofissionais.

Está (ão) correta (s):

(A) I, II e III.

(B) I, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II, apenas.

(E) III, apenas.

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Resolução: Ao analisarmos o Art. 19-I em seus parágrafos § 2o e § 3º, concluimos que
a única proposição errada é a II, pois o paciente e sua família devem concordar com o
procedimento domiciliar, como é possível ver no § 3º do artigo em questão. Gabarito:
C.

CAPÍTULO VII

DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE


PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

O Objetivo dessa lei foi de garantir as parturientes o direito à presença de um


acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do
Sistema Único de Saúde - SUS.

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede


própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1
(um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto
imediato.

§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela


parturiente.

§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata


este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do
Poder Executivo.

Art. 19-L. (VETADO)

CAPÍTULO VIII

DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE

TECNOLOGIA EM SAÚDE

(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

Estudaremos mais detalhadamente o assunto abordado neste capítulo no DL 7508,


pois o mesmo aborda e explicita melhor este conteúdo.

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Leia mais: Lei 12401 de 2011 - Inclusão de Medicamentos e Procedimentos
Terapêuticos no SUS

Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere à alínea d do inciso I


do art. 6o consiste em:

I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, cuja


prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em
protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do
protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P;

II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambulatorial e


hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de
Saúde - SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, conveniado ou
contratado.

Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas as seguintes
definições:

I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas coletoras e


equipamentos médicos;

II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabelece critérios


para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os
medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias
recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a
verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.

Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deverão estabelecer


os medicamentos ou produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da doença
ou do agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda
de eficácia e de surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, provocadas
pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira escolha.

Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou produtos de que trata


o caput deste artigo serão aqueles avaliados quanto à sua eficácia, segurança,
efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da doença ou do
agravo à saúde de que trata o protocolo.

Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a dispensação


será realizada:

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I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal do
SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo
fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite;

II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com


base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a
responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores
Bipartite;

III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações
de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade
pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde.

Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos


medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou a alteração de
protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde,
assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.

§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja


composição e regimento são definidos em regulamento, contará com a participação de
1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um)
representante, especialista na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina.

§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS


levará em consideração, necessariamente:

I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a


segurança do medicamento, produto ou procedimento objeto do processo, acatadas
pelo órgão competente para o registro ou a autorização de uso;

II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às


tecnologias já incorporadas, inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar,
ambulatorial ou hospitalar, quando cabível.

Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se refere o art. 19-Q


serão efetuadas mediante a instauração de processo administrativo, a ser concluído
em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que foi
protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos,
quando as circunstâncias exigirem.

§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo observará, no que couber, o


disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações
especiais:

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I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, das amostras de
produtos, na forma do regulamento, com informações necessárias para o atendimento
do disposto no § 2o do art. 19-Q;

II - (VETADO);

III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do parecer emitido pela
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS;

IV - realização de audiência pública, antes da tomada de decisão, se a relevância


da matéria justificar o evento.

§ 2o (VETADO).

Art. 19-S. (VETADO).

Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS:

I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, produto e


procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;

II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de


medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro na ANVISA.

Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de


medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimentos de que
trata este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite.

TÍTULO III

Dos Serviços Privados de Assistência à


Saúde

CAPÍTULO I

Do
Funcionamento

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Como abordado anteriormente e, ainda mais nesse título III, o sistema único de
saúde poderá recorrer à iniciativa privada para complementar a assistência
oferecida quando suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a
assistência à saúde.

Os serviços privados, como vimos no art. 20 desse capítulo, constituem: Profissionais


liberais, legalmente habilitados (ex.: Um profissional da fisioterapia que presta serviço
em uma clínica), e de pessoas jurídicas (Ex.: Hospital particular, entidades filantrópicas
e etc.).

Três aspectos importantes, e que caem muito em provas, sobre a participação


complementar na assistência à saúde dos serviços privados são:

1. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de


cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do SUS. (art.
26)
2. Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e
aos princípios e diretrizes do SUS. (art. 26 § 2º)
3. Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços
contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no SUS.
(art. 26 § 4º)

Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação,


por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas
jurídicas e de direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.

Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

Esse artigo reproduz o exposto no art. 199 da CF de 88 sobre a participação da


iniciativa privada na assistência a saúde.

Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão


observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do
Sistema Único de Saúde-SUS quanto às condições para seu funcionamento.

Já o art. 22, assim como o art. 26 que veremos abaixo, define que depois de firmado
o contrato entre o SUS e a instituição privada, esta deve obedecer aos princípios
éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do SUS, no que diz respeito ao
seu funcionamento. Em outras palavras significa dizer que, a iniciativa privada deve
atuar como se fosse o próprio SUS atuando, ou seja, deve prestar toda a assistência
que esse paciente receberia no SUS. Quando o setor privado atua
complementarmente, as regras que regem seu funcionamento passam ser as
mesmas do SUS e não as regras da instituição privada.

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Art. 23. É VEDADA a participação direta ou indireta de empresas ou de
capitais estrangeiros na assistência à saúde, SALVO através de
doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações
Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.

Aqui encontramos mais um artigo que traz novamente um conceito visto na CF de 88.
Assim como no § 3º do art. 199 da CF, o art. 23 da lei 8080 determina que seja
VEDADA a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na
assistência a saúde. Porém traz uma pequena diferença, enquanto na CF essa
participação de empresas e capitais estrangeiros podia ocorrer salvo nos casos
previsto em lei (Calamidade pública e etc.), aqui a participação poderá ocorrer nos
casos de doações de organismos internacionais vinculados à ONU, além de
entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.

§ 1º Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção nacional


do Sistema Único de Saúde-SUS, submetendo-se a seu controle as atividades
que forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firmados.

O parágrafo primeiro determina que haja, obrigatoriamente, a autorização do


Ministério da Saúde para a participação de empresas e capitais estrangeiros na
assistência à saúde por meio de doações e etc.

§ 2º Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos,


sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e
dependentes, sem qualquer ônus para a Seguridade Social.

Exercícios resolvidos
23. “A assistência à saúde é livre à iniciativa ______________.” (Artigo 21 Lei
Federal n° 8080/1990) Assinale a alternativa que completa corretamente o artigo
citado:

A) pública B) privada C) liberal D) lucrativa

Resolução: O termo que completa corretamente o artigo 21° é “privada”, como


visto anteriormente.

24. Do funcionamento dos serviços privados de assistência à saúde, de acordo com


a Lei nº 8.080/90, Título III, capítulo I, é INCORRETO afirmar que:

A) a assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

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B) caracterizam-se pela atuação de profissionais liberais legalmente habilitados.

C) os capitais estrangeiros podem participar da assistência à saúde.

D) os princípios éticos serão observados na prestação desses serviços privados.

E) não haverá ônus para a seguridade social os serviços de saúde mantidos por
empresas sem finalidade lucrativa, para atendimento de seus empregados e
dependentes.

Resolução: De acordo com o art 23 º: “é vedada a participação direta ou indireta de


empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde...”, o que torna a
alternativa C incorreta.
Gabarito: C.

CAPÍTULO II

Da Participação
Complementar

Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a


cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único
de Saúde-SUS poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.

Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será


formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de
direito público.

Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins


lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde-SUS.

Já os artigos 24 e 25 repetem o que encontramos também no art. 199 da CF, mais


precisamente em seu § 1º. Em resumo esses artigos dizem respeito à participação
complementar da iniciativa privada que será formalizada mediante contratos ou
convênios e da preferência das entidades filantrópicas e sem fins lucrativos
para participar do SUS.

Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros


de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema
Único de Saúde-SUS, aprovados no Conselho Nacional de Saúde.

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§ 1º Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento
da remuneração, aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de
Saúde-SUS, deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-
financeiro que garanta a efetiva qualidade dos serviços contratados.

§ 2º Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e


administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde-SUS,
mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.

O art. 26 e seus parágrafos dizem respeito à Tabela SUS, que é uma tabela
com os valores de tudo que é o fertado pelo SUS, desde o mais simples ao mais
complexo procedimento. Essa tabela é definida pelo Ministério da Saúde (MS) e
aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde. A iniciativa privada deve, portanto,
seguir essa tabela como critério e valores para a remuneração de serviços e semonte
o MS pode alterá-la.

§ 3º (VETADO)

§ 4º Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou


serviços contratados é VEDADO exercer cargo de chefia ou função de confiança no
Sistema Único de Saúde-SUS.

O § 4º deixa claro que:

Um profissional que possui uma clinica ou hospital particular com contrato com
o SUS não poderá exercer cargo de chefia ou função de confiança no SUS, salvo
nos casos em que o estabelecimento particular não tenha contrato firmado com o
SUS.

Exercício resolvido

25. Assinale a alternativa incorreta:

A) A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

B) É vedada a participação direta ou indiretamente de empresas ou de capitais


estrangeiros na assistência à saúde.

C) Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de


cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do SUS,
aprovados no Conselho Nacional de Saúde.

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D) Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a
cobertura assistencial à população de uma determinada área, o SUS poderá
recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa pública.

E) N.R.A.

Resolução: De acordo com o art. 24: “quando as suas disponibilidades


forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma
determinada área, o SUS poderá recorrer aos serviços ofertados pela
iniciativa privada.” Logo a alternativa incorreta é a D, pois trás o termo
“iniciativa pública.” Gabarito: D.

TÍTULO IV

Dos Recursos
Humanos

Art. 27. A política de recursos humanos na área de saúde será formalizada e


executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo, em
cumprimento dos seguintes objetivos:

A política de recursos humanos foi estabelecida pelo art. 200 da CF, essa política
como vimos, determina que o profissional tenha a formação adequada e passe por
processo seletivo para poder ingressar no SUS. Uma vez ingresso ao sistema, o
profissional participará desse sistema de recursos humanos, sendo definido que haja
um constante e permanente aperfeiçoamento desses profissionais. Essa política será
executada e articulada entre todas as esferas de governo.

I - organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os


níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de
programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal;

II - (VETADO)

III - (VETADO)

IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único de Saúde-


SUS.

O inciso IV diz respeito do profissional que opta por se dedicar profissionalmente de

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forma exclusiva ao SUS, ou seja, trabalhando somente no SUS. Comumente ele terá
sua carga horária aumentada e deverá trabalhar somente para o SUS, como
consequência e obterá um aumento em seus vencimentos.

Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde-


SUS constituem campo de prática para ensino e pesquisa, mediante normas
específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema educacional.

Lembra quando você estava ainda na faculdade se formando e teve que passar pelos
estágios obrigatórios? Aqueles estágios que você realizou, geralmente, no último ano
da faculdade é exatamente o que parágrafo único desse artigo aborda. Os serviços
públicos que integram o SUS constituem prática para ensino e pesquisa, mediante
normas específicas elaboradas conjuntamente com o sistema educacional (No
exemplo em questão seria a sua faculdade).

Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do


Sistema Único de Saúde-SUS, só poderão ser exercidos em regime de tempo
integral.

§ 1º Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos


poderão exercer suas atividades em mais de um estabelecimento do Sistema
Único de Saúde- SUS.

§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em


regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou função de
chefia, direção ou assessoramento.

Esse artigo e seus parágrafos abordam as condições de trabalho dos servidores no


que diz respeito à carga horária e localização de trabalho, ou seja, define, por exemplo,
que os servidores que exercerem funções de chefia, direção e assessoramento
deverão trabalhar em regime de tempo integral e não poderão exercer suas atividades
em mais de um estabelecimento do SUS. Já os demais servidores que acumulam
legalmente dois cargos ou empregos poderão exercer uas atividades em mais de um
estabelecimento.

Exercício resolvido

26. Sobre os recursos humanos, de acordo com o Título IV da Lei nº 8.080/90,


analise.

I. A política de recursos humanos na área de saúde será formalizada e executada,


articuladamente, pelas diferentes esferas do governo.

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II. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidos em regime de tempo integral.
III. Os servidores que legalmente acumulam dois cargos deverão exercer suas
atividades em um único estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

A) I B) II C) III D) I, II E) I, II, III

Resolução: Observando os art. 27 e 28 conclui-se que as proposições I e II estão


corretas porém analisando o § 1º do art. 28, podemos perceber que os servidores que
legalmente acumulam dois cargos poderão exercer suas atividades em mais de um
estabelecimento do SUS, portanto a proposição III está incorreta. Gabarito: D.

Art. 29. (VETADO)

Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob supervisão


serão regulamentadas por comissão nacional, instituída de acordo com o artigo 12
desta lei, garantida a participação das entidades profissionais correspondentes.

O art. 30 diz respeito à forma de treinamento em serviço sob supervisão, ou seja,


voltamos ao parágrafo único do art. 27 onde falamos sobre os estágios. Você deve se
lembrar que eles eram supervisionados pelo profissional da área, geralmente seu
professor também. E é isso que o art. 30 basicamente diz: esses estágios (forma de
treinamento em serviço) devem ser supervisionados e serão regulamentados por
comissão nacional, garantida a participação das entidades profissionais.

TÍTULO V

Do
Financiamento

Esse assunto será mais bem discutido na lei 8.142/90, porém alguns aspectos são
importantes e cai muito nas provas de concurso, é o caso do artigo 35, sobre os
critérios que são estabelecidos para transferência de valores aos estados, distrito
federal e municípios. Estude todos os capítulos do título V, mas dê maior ênfase ao art.
35.

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CAPÍTULO I

Dos Recursos

Art. 31. O orçamento da Seguridade Social destinará ao Sistema Único de Saúde-


SUS, de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização
de suas finalidades, previstos em propostas elaborada pela sua direção
nacional, com a participação dos órgãos de previdência social e da assistência
social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias.

Define que a seguridade a previdência e a assistência social participarão


contribuindo ao sistema, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei
de Diretrizes Orçamentárias.

Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes


de:

I - (VETADO)

II - serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à

saúde;

III - ajuda, contribuições, doações e donativos;

IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;

V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do


Sistema Único de Saúde-SUS; e

VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.

§ 1º Ao sistema Único de Saúde-SUS caberá metade da receita de que trata o


inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destinada à recuperação de
viciados.

§ 2º As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS serão


creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na
esfera de poder onde forem arrecadadas.

§ 3º As ações de saneamento, que venham a ser executadas supletivamente


pelo Sistema Único de Saúde-SUS, serão financiadas por recursos tarifários

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específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em
particular, do Sistema Financeiro da Habitação-SFH.

§ 4º (VETADO)

§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em


saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de Saúde-SUS, pelas
universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições de
fomento e financiamento ou de origem externa e receita próprias das instituições
executoras.

§ 6º (VETADO)

CAPÍTULO II

Da Gestão
Financeira

Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde-SUS serão depositados


em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob
fiscalização dos respectivos conselhos de saúde.

§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do orçamento


da Seguridade Social, de outros orçamentos da União, além de outras fontes,
serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.

§ 2º (VETADO)

§ 3º (VETADO)

§ 4º - O Ministério da Saúde acompanhará através de seu sistema de auditoria


a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a
Estados e Municípios; constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos
recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.

O art. 33 cria os Fundos de Saúde, que são contas especiais, onde será depositado
os recursos financeiros do SUS, ou seja, na esfera federal teremos o Fundo Nacional
de Saúde, administrado pelo Ministério da Saúde, já os estados e municípios também
terão que ter esse fundo para que possam receber essas transferências e
movimentações financeiras (transferências fundo a fundo – abordada no art. 35). O §
4º dispõe ainda, que o MS acompanhará e fiscalizará através do seu sistema de

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auditoria as movimentações desses recursos, e, constatada a malversão, descio ou
não aplicação dos recursos, caberá ao MS aplicar as medidas previstas em lei.

Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita


efetivamente arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde-
FNS, observado o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros
correspondentes às dotações consignadas no orçamento da Seguridade Social, a
projetos e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde-
SUS.

Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social


será observada a mesma proporção da despesa prevista de cada área, do
orçamento da Seguridade social.

Exercício resolvido

27. O controle social do orçamento da saúde está previsto na legislação do SUS,


sendo que é de responsabilidade______________________ acompanhar a aplicação
desse orçamento, deliberando e fiscalizando.

a) do Ministério Público

b) dos Conselhos de Saúde

c) da Secretária Municipal

d) da Assistente Social

Resolução: Analisando o art. 33, pode-se observar que a responsabilidade da


fiscalização dos recursos financeiros é dos respectivos conselhos de saúde. Gabarito:
B.

Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados,


Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes
critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:

O art. 35 da lei 8080 é um artigo muito cobrado nas provas de concursos. Portanto,
atenção a esse artigo!

Ele determina e estabele os critérios que serão utilizados pelo Fundo Nacional de
Saúde (FNS) para o repasse regular e automático de recursos aos estados, distrito

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federal e municípios.

I - perfil demográfico da região;

Esse é o critério do número de habitantes, teoricamente um município com mais


habitantes receberia um montante financeiro maior, porém como o art. 35 deixa
claro, será utilizada a combinação dos critérios presentes nos sete incisos para
determinar os valores de repasse a cada ente federativo.

II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;

Esse é o critério que avalia o número de casos de doenças de uma determinada


região, regiões com altos índices de doenças e agravos recebem mais recursos.

III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na


área;
Já esse critério se refere à quantidade e a qualidade dos serviços ofertados. Será
feita, portanto, uma avaliação dos serviços que cada ente oferta aos seus usuários e,
baseado nisso, será a realizado o repasse.

IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período


anterior;

V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e


municipais;

Os incisos IV e V são dois critérios que avaliam o montante que cada ente
federativo tem investido no setor saúde, deste montante entra a quantia do
orçamento/arrecadação que o ente investe na saúde. Quem investe mais,
recebe mais!

VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;

O critério do inciso VI se refere ao disposto no art. 198 da Constituição


Federal de 88, mais especificamente dos seu parágrafo terceiro que
estabeleu uma lei complementar que seria reavaliada pelo menos a cada
cinco anos. Logo esse critério avalia se o ente federativo está
realizando/reavaliando esse plano quinquenal de investimentos na saúde.

VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de


governo.

O último critério se refere ao ressarcimento de fundos gastos por serviços

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prestados por outras esferas. Exemplo: Município A enviou seu paciente para o
Município B, que o atendeu, logo o município A deve pagar/ressarcir o município B
pelo serviço prestado.

§1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios será distribuída


segundo o quociente de sua divisão pelo número de habitantes,
independentemente de qualquer procedimento prévio. (REVOGADO pela Lei
Complementar 141/12)

Esse parágrafo não está mais presente na lei 8080, ao passo que o mesmo foi
revogado pela Lei Complementar 141. Com essa revogação os estados e municípios
devem apresentar agora todos os critérios para receberem os recursos do FNS, visto
que antes da revogação havia um repasse de 50% dos recursos baseado apenas no
perfil demográfico da região (repasse per capita). Após a revogação o Ministério da
Saúde envia todo o fundo para o ente federativo (100%), porém ele deve informar
todos os critérios necessários e não somente o perfil demográfico.

§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de


migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão ponderados por
outros indicadores de crescimento populacional, em especial o número de eleitores
registrados.

O perfil demográfico de um Estado ou município pode alterar muito com o passar


dos anos, sobretudo nos estados e municípios sujeitos a notório precesso de
migração, como o parágrafo define. Serão avaliados outros indicadores para
determinar corretamente o perfil demográfico da região, em especial usa-se o valor
do número de eleitores registrados.

Exercício resolvido

28. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos aos Estados,


Distrito Federal e Municípios pelo SUS, será utilizada a combinação dos
seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:

A) Perfil demográfico da região e perfil epidemiológico da população a ser coberta;

B) Características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;

C) Desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;

D) Todas as alternativas estão corretas.

Resolução: De acordo com o art 35 º incisos I, II, III e IV todas as afirmativas da

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questão estão corretas. Gabarito: D.

§ 3º VETADO)

§ 4º VETADO)

§ 5º VETADO)

§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos de


controle interno e externo e nem a aplicação de penalidades previstas em lei
em caso de irregularidades verificadas na gestão dos recursos transferidos.

CAPÍTULO III

Do Planejamento e do
Orçamento

Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde-SUS


será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos,
compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade
de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal
e da União.

§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada


nível de direção do Sistema Único de Saúde-SUS e seufinanciamento será
previsto na respectiva proposta orçamentária.

§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações


não previstas nos planos de saúde , exceto em situações emergenciais ou de
calamidade pública, na área de saúde.

O art. 36 e seus parágrafos definem que o processo de planejamento e orçamento


do SUS será ascendente, ou seja, dos municípios até a união (reforçando o poder do
município que está mais próximo da população). Define ainda, que as atividades e
programações de cada ente e o financiamento dessas, serão baseadas nos planos
de saúde e, por último, veda a transferência de recursos para financiar ações de
saúde não previstas nos planos de saúde, salvo nos casos de emergência e
calamidade pública.

Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem

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observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das características
epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.

Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a


instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa.

O art. 38 é uma repetição do que vimos na CF de 88 e mesmo na lei 8080, em seus


artigos 20,21,22 e 23 (Do financiamento).

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art.39. (VETADO)

§1º (VETADO)

§2º (VETADO)

§3º (VETADO)

§4º (VETADO)

§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do INAMPS para órgãos


integrantes do Sistema Único de Saúde-SUS será feita de modo a preservá-los
como patrimônio da Seguridade Social.

§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com


todos os acessórios, equipamentos e outros bens imóveis e ficarão disponíveis
para utilização pelo órgão de direção municipal do Sistema Único de Saúde-
SUS, ou eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscrição administrativa se
encontrem, mediante simples termo de recebimento.

§ 7º (VETADO)

§ 8º O acesso aos serviços de informática e base de dados, mantidos pelo


Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, será
assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos
congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a
gerência informatizada das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e
epidemiológicas médico-hospitalares.

Esse parágrafo se refere à utilização, por parte dos gestores, dos sistemas de
informação que irão nortear os planejamentos futuros.

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Art.40. (VETADO)
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo
Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção nacional do Sistema
Único de Saúde- SUS, permanecerão como referencial de prestação de
serviços, formação de recursos humanos e para transferência de tecnologia.

Art.42. (VETADO)

Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos
serviços públicos e privados contratados , ressalvando-se as cláusulas dos
contratos ou convênios estabelecidos com as entidades privadas.

No caso do paciente ser transferido pelo SUS para um serviço privado, fica
preservada a gratuidade das ações e serviços prestadas, não sendo necessário esse
paciente arcar com os gastos, que na verdade serão reapassados pelo SUS ao setor
privado que ofertou o serviço.

Art.44 e seus parágrafos (VETADOS)

Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino integram-


se ao Sistema Único de Saúde-SUS, mediante convênio, preservada a sua
autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos humanos e
financeiros, ensino, pesquisa e extensão, dos limites conferidos pelas instituições a
que estejam vinculados.

§1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de previdência


social deverão integrar-se à direção correspondente do Sistema Único de
Saúde-SUS, conforme seu âmbito de atuação,
bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.

§2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das


Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde-SUS, conforme
se dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado.

Art. 46. O Sistema Único de Saúde-SUS estabelecerá mecanismos de


incentivo à participação do setor privado no investimento em ciência e tecnologia
e estimulará a transferência de tecnologia das Universidades e institutos de
pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às
empresas nacionais.

Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e


municipais do Sistema Único de Saúde-SUS organizará, no prazo de

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2(dois) anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em
todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de
prestação de serviços.

Art. 48. (VETADO)

Art. 49. (VETADO)

Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, celebrados


para a implantação dos sistemas unificados e descentralizados de saúde, ficarão
rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema Único de
Saúde-SUS.

Em outras palavras, quando o SUS conseguir prestar os serviços que outrora era
necessária ajuda dos conveniados, o SUS rescindirá esses convênios.

Art. 51. (VETADO)

Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego
irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, artigo 315) a utilização de
recursos financeiros do Sistema Único de Saúde-SUS em finalidades diversas das
previstas nesta lei.

Art. 53. (VETADO)

Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 55. São revogadas a Lei nº 2.312, de 3 de setembro de 1954; a Lei nº 6.229,
de 17 de julho de 1975, e demais disposições em contrário.

Brasília, 19 de setembro de 1990.

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