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artigos 282 a 350 do Código de Processo Penal.

1. Medidas Cautelares
Procedimento judicial que visa prevenir, conservar, defender ou assegurar a eficácia de um
direito. juiz pode autorizar quando for manifesta a gravidade, quando for claramente
comprovado um risco de lesão de qualquer natureza, ou na hipótese de ser demonstrada a
existência de motivo justo, amparado legalmente”. Por fim, é necessário ressaltar que as
medidas cautelares poderão ter caráter preparatório, quando forem requeridas antes da
propositura do processo principal, ou incidental, quando requeridas após a proposição do
processo principal.

2. Prisão em Flagrante
medida restritiva da liberdade, de natureza cautelar e processual, consistente na prisão,
independente de ordem escrita do juiz competente, de quem é surpreendido cometendo,
ou logo após ter cometido, um crime ou uma contravenção”.
É de suma importância ressaltar que, conforme o artigo 301 do CPP, qualquer do povo
poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja
encontrado em flagrante delito.

As espécies mais importantes de flagrante contempladas pelo ordenamento brasileiro são o


flagrante próprio (302, I e II), que consiste naquele em que o agente é surpreendido no
momento da execução ou após a execução de uma infração penal; o flagrante impróprio
(302, III), onde o agente é perseguido após cometer o crime em situação que faça presumir
ser o autor da infração (também conhecido como quase flagrante); o flagrante presumido
(302, IV), onde o agente é preso após o crime com instrumentos, objetos, armas ou papéis
que façam presumir-se que é ele o autor da infração; e o flagrante esperado, onde, no curso
do crime, a autoridade policial já possui elementos suficientes para efetuar o flagrante, mas
o faz apenas no momento mais oportuno no ponto de vista probatório.
Há, ainda, os flagrantes ilegais. São eles o flagrante forjado, quando a autoridade policial,
mediante uma situação onde não há provas suficientes para o flagrante, “planta” o
flagrante; e o flagrante preparado, quando a autoridade policial insufla o sujeito a praticar o
crime.
Ainda sobre esta modalidade de prisão, é necessário ressaltar que terá seis fases: a
prisão/captura (1ª fase); a condução coercitiva (2ª fase); a audiência preliminar de
apresentação e garantias (3ª fase); a lavratura do auto de prisão em flagrante (4ª fase); o
recolhimento ao cárcere (5ª fase); e a comunicação da prisão ao juiz (6ª fase), que deverá
receber o auto de prisão em flagrante em no máximo 24 horas a contar deste.
Finalmente, versa o art. 310 do CPP sobre as possibilidades do juiz na 6ª fase
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou
o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder
ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos
processuais, sob pena de revogação.

3. Prisão Preventiva

A prisão preventiva poderá ser decretada, de acordo com o art. 311, em qualquer fase da
investigação policial ou do processo penal pelo juiz, de ofício, por requerimento do
Ministério Público, do querelante ou do assistente ou por representação de autoridade
policial, sendo limitado a tal autoridade requerê-la apenas na fase pré-processual.
A decretação dessa prisão deve ser fundamentada, conforme o art. 312

Tal prisão não tem prazo máximo em lei, devendo respeitar, portanto, os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade; poderá ser revogada, decretada novamente ou
substituída por medidas cautelares, desde que falte motivo ou ocorrer razões que a
justifiquem. Essas decisões deverão obrigatoriamente ser motivadas.

Há de se verificar, por fim, a admissibilidade da prisão preventiva. Esta só poderá ser


decretada em crimes dolosos com pena privativa de liberdade superior a quatro anos; se
houver prévia condenação por crime doloso com sentença transitado em julgado; se o crime
envolver violência doméstica contra mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa
com deficiência, visando garantir a execução das medidas protetivas de urgência; e se
houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la – após a identificação, porém, é obrigatório que o preso seja
liberado, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
Nos casos de excludente de ilicitude com provas constantes de tal, a prisão preventiva não
será admissível, nos termos do art. 314.

4. Prisão Temporária

A prisão temporária, diferentemente das demais aqui citadas, não possui previsão no
Código de Processo Penal, mas sim na Lei nº 7.690/89, originada da Medida Provisória nº
111/1989. Capez conceitua a mesma como uma “prisão cautelar de natureza processual
destinada a possibilitar as investigações a respeito de crimes graves, durante o inquérito
policial”.
Poderá ser decretada apenas pela autoridade judicial, devendo haver, ainda, o
requerimento do Ministério Público ou a representação da autoridade policial (neste caso, o
Ministério Público deverá ser ouvido antes de haver decisão), com prazo de 5 dias,
prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. O juiz deverá
fundamentar e prolatar o despacho que decretar a prisão temporária no prazo de 24 horas
desde o recebimento da representação ou requerimento
Passados os 10 dias máximos previstos em lei, o réu será ser posto imediatamente em
liberdade, exceto se já houver sido decretada sua prisão preventiva.

5. Prisão Domiciliar

Introduzida recentemente pela Lei nº 12.403/11, consiste no “recolhimento do indiciado ou


acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial” (art. 317,
caput).

Essa modalidade de prisão substituirá a preventiva e será admissível quando o agente for
maior de 80 anos; for debilitado por grave doença; for imprescindível aos cuidados especiais
de pessoa menor de seis anos de idade ou com deficiência; for gestante; for mulher e ter
filho com até 12 anos de idade incompletos; for homem, sendo o único responsável pelos
cuidados do filho de até 12 anos de idade incompletos.
O juiz, conforme o parágrafo único do art. 318, exigirá prova idônea dos requisitos
supracitados.

6. Medidas Cautelares Diversas da Prisão

trata sobre as medidas cautelares que não decorram na prisão do indiciado. Tais medidas,
contempladas pelo artigo 319 do CPP, estão no rol de medidas cautelares pessoais

7. Liberdade Provisória e Fiança

A liberdade provisória será concedida sempre que os requisitos do art. 282 estiverem
ausentes. Poderá ser imposto, se necessário, as medidas cautelares do art. 319, citadas
previamente.
a liberdade provisória, com ou sem fiança, é um instituto compatível com a prisão em
flagrante, mas não com a prisão preventiva ou temporária.
Conclusivamente, entendemos que a liberdade provisória poderá ser concedida com ou sem
fiança: em ambos os casos, é possível a aplicação cumulada de outras medidas cautelares.
A fiança, já citada por Nucci, é uma garantia real para o réu responder ao processo em
liberdade; considera-se uma caução, sendo que será devolvido integralmente com as
devidas correções monetárias em caso de absolvição definitiva ou de extinção da
punibilidade e será destinado para o pagamento das custas processuais, de indenização e de
multa se o réu for condenado.
Na prisão em flagrante, a fiança será concedida pela autoridade policial apenas se a infração
possuir pena privativa de liberdade igual ou inferior a quatro anos. Em outras situações, a
fiança será requerida ao juiz, que deverá arbitrá-la em 48 horas.
O art. 323 e 324, por sua vez, estabelece os crimes que não admitirão fiança:
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
O valor da fiança, conforme o art. 325, será de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos em
crimes com pena restritiva de liberdade máxima de 4 (quatro) anos e de 10 (dez) a 200
(duzentos) salários mínimos em crimes com apenadas com mais de quatro anos.
O parágrafo 1º deste mesmo artigo ressalva que, conforme a situação econômica do preso,
a fiança poderá ser dispensada, ser reduzida em até ⅔ (dois terços) ou ser aumentada em
até 1000 (mil) vezes.
O art. 326 estabelece que para a fixação da fiança, o juiz deverá levar em consideração a
natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as
circunstâncias indicativas de sua periculosidade e a importância provável das custas do
processo até seu fim.
que o Ministério Público terá vista do processo para requerer o que julgar conveniente após
a fixação da fiança, uma vez que esta não depende de audiência do MP.
Por fim, diz o art. 334 que a fiança pode ser prestada em qualquer fase do processo, desde
que não haja sentença penal condenatória transitado em julgado.

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