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ATUALIZAÇÃO DO DIREITO – 25/08 – CONTINUAÇÃO DA AULA DO DIA 19/08

Imunidades Diplomáticas e Imunidades Consolares e Imunidades Parlamentares – são os três


temas que estão em alta e que provavelmente cairão em prova da OAB.

Princípio da Taxatividade – a norma penal tem que ser clara, não pode ser ambígua, pois o
direito penal é entendido como a nossa última ratio, entende-se que o DP não pode falhar e se
o DP não pode falhar ele tem que ser preciso, taxativo, não pode ser dubio. A certeza, a clareza
a não ambiguidade do DP como ultima ratio ele não pode macular direitos, isso dentro de uma
perspectiva garantista.

Teoria do Garantismo Penal – essa teoria diz que o direito penal deve ser aplicado, entretanto
ele deve ser aplicado numa perspectiva constitucional.

Qual é a perspectiva constitucional no direito penal? Os princípios constitucionais penais, eu


preciso aplica o DP sempre dentro dessa perspectiva garantista que é a observância dos
princípios sensíveis, dos princípios republicanos que são utilizados no DP. Entre eles:
legalidade, PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA, é um princípio basilar para a aplicação do DP.

Então dentro da TEORIA DO GARANTISMOS PENAL nos entendemos que o DP vai ser aplicado
em última ratio, porém mesmo sendo aplicado como última racio deve-se pugnar pelo
garantismo penal.

CUIDADO – em contrassenso ao garantismo penal nos temos outras correntes doutrinárias que
se contrapõem de forma cabal ao garantismo penal, são elas:

Teoria do Direito Penal do Inimigo – PESQUISAR – olhar os autores – essa teoria diz justamente
o contrário do garantismo penal, existem pessoas, certos criminosos que não merecem o
garantismo penal, que não é necessário observar a presunção de inocência, o devido processo
legal, proporcionalidade, essa teoria não é aplicada preponderantemente no Brasil, existem
alguns resquícios dela, mas não se aplica em sua totalidade. De acordo com essa teoria, quem
seriam os inimigos do Estado? Terroristas, pessoas que praticam crimes conta a Administração
Pública, tortura. Essa teoria se liga a outra teoria do Direito Penal que é a Teoria das
Velocidades do Direito Penal.

A Teoria das Velocidades do Direito Penal diz o seguinte: que a teoria do direito penal do
inimigo representa a terceira velocidade do DP que é uma aplicação do DP de aniquilamento
onde penas de morte, tortura, penas degradantes, cruéis, de banimento são admitidas.
COBRADAS EM OAB.

Essas duas teorias fazem o contraponto do garantismo penal.

Princípio da Pessoalidade ou Impessoalidade, ou Personalidade das Penas – art. 32 do CP –


esse artigo trará as espécies de pena no CP, que são: pena privativa de liberdade, restritivas de
direito e multa. A nossa CF e o CP dizem que a pena não passará da pessoa do condenado,
podendo, entretanto, a obrigação de reparar o dano ser estendidas aos herdeiros necessários
até o limite do patrimônio transferido no limite da herança.

CUIDADO – a pena de multa tem caráter penal, é uma pena.

QUESTÃO CLÁSSICA DE OAB – a pena de multa poderá ser estendida para os herdeiros até o
limite do patrimônio transferido, ou até o limite da herança. Isso É ERRADO, porque a multa
tem caráter de pena.
Reparação de dano é na esfera cível.

LEMBRANDO – hoje o limite de pena é de 40 anos.

CUIDADO – não confundir a pena imposta que é a pena aplicada com a pena cumprida. A pena
imposta não tem limitação pode ser condenado a 50 anos de reclusão, mas na prática é 40
anos.

Princípio de Individualização das Penas - as penas serão cumpridas em estabelecimento


distinto de acordo com a natureza do delito, idade e sexo do apenado. Em tese, é lógico que,
teoricamente, uma pessoa que cometeu crime contra a pessoa, em tese não poderia ficar
preso no mesmo local de uma pessoa que cometeu crime contra a administração pública.
Homem e mulher não ficam juntos.

Critério de aplicação da pena – nós temos – art. 68 do CP – que a pena vai ser aplicada pelo
critério trifásico, são três fases:

1º - saber se o crime é simples ou qualificado, visto que é preciso de um ponto de partida –


exemplo – crime de homicídio, reclusão de 06 a 20 anos, se qualificado 12 a 30. Se o individuo
comete um crime de homicídio simples, na primeira fase a pena será de 06 a 20 anos no
máximo. Ainda dentro a primeira fase é preciso verificar as circunstancias judiciais do art. 59
do CP. Quanto mais circunstancias negativas mais alta será a pena, quanto menos
circunstâncias negativas mais baixa será a pena. Na primeira fase a pena não poderá ficar
abaixo de 06 anos e nem acima de 20 anos.

2º - analisar as causas atenuantes e as agravantes – ao analisar o crime nessa fase a pena ainda
não poderá ficar abaixo de 06 anos e nem acima de 20 anos.

3º - causas de aumento e diminuição da pena, aqui a pena poderá superar os 20 anos ou ficar
abaixo dos 06 anos.

Os limites legais se aplicam na 1º e na 2º fase, já na 3º fase não se aplicam, pois é o ponto final
da pena.

Tentativa – quanto mais próximo eu estou da consumação maior será a pena e quanto mais
longe eu estou da consumação menor será a pena.

Art. 14 do CP – tem dois institutos que as pessoas confundem demais e que é uma questão
certa NA OAB.

Desistência Voluntaria – interfere na própria aplicação da pena -

Arrependimento Eficaz – interfere na própria aplicação da pena -

Você só precisa fazer uma pergunta para conseguir saber se é desistência voluntária ou
arrependimento eficaz – O INTER CRIMINIS ACABOU OU NÃO ACABOU? Se o Inter criminis já
acabou jamais poderá ser desistência voluntária, se o inter criminis não acabou será o
arrependimento eficaz.

EXEMPLO – imagine que o agente com o animus mecandi (intenção de matar) resolve por fim a
vida de seu amigo Douglas, o agente utilizando-se de um revolver – 38 de 6 disparos – decide
por fim a vida de Douglas, o agente começa o inter criminis – o crime começou – o agente
aborda o Douglas e desfere 3 disparos com ele, por algum motivo (não importa como ou o
motivo) a mãe de Douglas vê o filho alvejado, diante da cena ela se ajoelha e implora para que
o agente não mate o seu filho, aquilo comove o agente e ele desiste de prosseguir com os
disparos dos tiros.

PERGUNTA-SE – se o agente quisesse dar os outros três tiros ele daria? Daria. O inter criminis
acabou? Não acabou, ele foi interrompido porque o agente criminoso quis.

As provas vão tentar induzir ao erro dizendo... a desistência voluntaria não foi espontânea
porque foi a mãe que pediu, NÃO IMPORTA, NÃO EXISTE O QUESITO DA ESPONTANEIDADE, o
que existe é o quesito da voluntariedade, a voluntariedade nada mais é que eu ter vontade de
fazer alguma coisa e não faço mais.

Não confundir com a TENTATIVA – quando o crime não se consuma por circunstancias alheias
a vontade do agente.

A questão vai narrar esse caso e fará a seguinte pergunta: desistência voluntaria ou
arrependimento eficaz? Pensar se o inter criminis acabou, se não acabou será DESISTENCIA
VOLUNTÁRIA.

Mesmo exemplo, só que dessa vez o agente desfere os 6 tiros, por algum motivo, também não
importa qual motivo, o agente olha para o seu amigo se abando em sangue isso comove o
agente delituoso fazendo com que ele socorra Douglas o levando para o hospital.

ATENÇÃO - o revolver tinha 6 tiros e o agente disparou os 6 tirou, dessa forma o inter criminis
acabou. Levando a vítima para o hospital o agente faz isso na tentativa que o resultado morte
não se consuma

O estudante não pode fantasiar, se diz que o meio para tirar a vida de Douglas era uma arma
com um pente de 6 tiros não há o que fantasiar que ele poderia ter matado Douglas de outra
forma. Pode se questionar, por exemplo, se o agente não poderia ter dado várias coronhadas
na cabeça de Douglas, mas a questão não diz isso, não fantasie.

Os fins não justificam os meios – há professor ele poderia ter dado três tiros e se arrependido,
poderia, agora o que vai ser a diferença cabal é, ele poderia prosseguir, mas ele
voluntariamente não prosseguiu.

No arrependimento eficaz o agente conclui o inter criminis, mas após a conclusão deseja
impedir a consumação do delito e busca meios para isso. O agente deseja impedir a
consumação do delito.

Na desistência voluntária ele também desiste para que não haja a consumação do delito.

QUESTÃO MALDOSA – o agente com o animus mecandi deseja matar Douglas aconteceu a
desistência voluntária ou arrependimento eficaz, não importa, a consequência é a mesma. A
QUESTÃO VAI DIZER... o agente responderá por tentativa. QUEN DISSE ISSO? CAI EM PROVA
TODO DIA.

Quando eu falo em desistência voluntária ou em arrependimento eficaz o GABARITO NÃO


PODE SER TENTATIVA, a não ser que o arrependimento não seja eficaz – o agente socorreu
Douglas mas mesmo assim ele morreu, o arrependimento não foi eficaz. Então o agente irá
RESPONDER PELO RESULTADO.

QUAL SERÁ A RESPOSTA DA QUESTÃO? Depende, a questão pode dizer que o agente
responderá pelos atos praticados, CORRETO.
OU A QUESTÃO VAI DIZER – em virtude dos tiros a vítima ficou incapacitado por 40 dias para o
trabalho – a resposta vai ser que o agente responderá por lesão corporal grave.

O QUE SE DEVE ENTENDER É QUE, dentro do arrependimento eficaz e da desistência voluntária


NÃO EXISTE O INSTITUTO DA TENTATIVA.

CUIDADO – Não há diferenças em relação ao efeito prático, o efeito prático é o mesmo. A


consequência pratica é a mesma, qual seja o agente responder pelos atos praticados ou se a
questão disser o que aconteceu com Douglas.

Se a vítima morrer o agente responderá por homicídio.

Se a vítima ficou incapacitado permanentemente para o trabalho, responderá por lesão


corporal gravíssima.

Incapacitado para o trabalho no período de 30 dias, responderá por lesão corporal grave.

Tem que olhar: os fatos, o inter criminis, posição do criminoso.

O arrependimento posterior é diferente desses institutos acima porque o arrependimento


posterior é uma política criminal que reduz a pena. Tem outra natureza jurídica. O
arrependimento posterior é um tipo penal que vai atenuar uma pena já imposta. É diferente
da desistência voluntaria e do arrependimento eficaz porque estes estarão inseridos no
próprio penal.

Irretroatividade da Lei Penal – a lei penal é irretroativa. Exceção, se for para beneficiar o réu.
Para beneficiar o réu ela tanto retroage quanto vai para frente - ultruagir.

QUESTÃO: Trata-se de uma lei penal, ou simplesmente trata-se de uma lei híbrida, ela
retroage ou não? Lei híbrida possui aspectos penais e processuais. Para responder precisamos
lembrar da regra do processo penal, que a lei processual penal tem a aplicação imediata tanto
se for favorável ou desfavorável – tempus rege actum. A lei híbrida retroage.

Princípio do No Bis In Idem – ninguém será processado ou julgado duas vezes pelo mesmo fato

QUESTÃO - Determinado acusado de um crime decidiu, perante o juiz, jurados e MP, mentir
deliberadamente sobre um fato delituoso. Isso é falso testemunho ou conduta atípica? Não
existe o crime de falso testemunho do acusado. O acusado só não pode mentir, segundo o STJ,
os dados qualificativos: quem ele é, de quem ele é filho, onde ele nasceu..., mas sobre o fato
criminoso ele pode mentir tranquilamente, pode ficar calado.

Exceção da Irretroatividade Penal – Lei Excepcional e Lei Temporária – ambas são feitas para
determinado tempo ou período, a LEI TEMPORÁRIA ela traz em seu bojo, ela traz em seu
conteúdo o seu início e fim, já a LEI EXCEPCIONAL não, ela é motivada por uma circunstância e
enquanto essa circunstância perdurar e perdura.

O que acontece tanto na Leu Temporária como na Leu Excepcional é, durante o período de
vigência qualquer pessoa que cometeu aquele fato típico ilícito, mesmo que a norma não mais
exista você responde. A doutrina chama isso de ultratividade da norma ainda que seja gravosa.

Lugar do crime – teoria da ubiquidade ou teoria mista – considera-se o lugar do crime tanto
onde começou a ação ou omissão como onde produziu-se ou poderia produzir-se os seus
efeitos.
Tempo do crime – teoria da atividade – considera-se tempo do crime o momento da ação ou
omissão ainda que em outro momento se dê o resultado.

Exemplo – o agente no dia de seu aniversario de 18 anos às 11:45 desferiu golpes de faca
contra Horácio. QUESTÃO – Horácio ficou internado em estado grave durante uma semana
vindo a falecer em virtude das lesões causadas uma semana depois do ato criminoso. No
momento em que o agente praticou o crime ele era menor de idade e no momento que a
vítima faleceu o agente já era maior de idade. O agente será denunciado pelo ECA, pois o CP
adota a teoria da atividade se leva em conta o momento em que a conduta foi praticada e não
o momento da consumação.

Antigamente – entendimento do STJ sobre a questão de drogas – por exemplo, drogas que
eram enviadas por correio – a jurisprudência do STJ dia que o local de apreensão da droga é
que vai determinar a competência para julgamento – exemplo, Horácio mandou a droga do Icó
para o Juazeiro, a droga foi apreendida em Úmari, antigamente a resposta seria que a
competência para julgar o crime de tráfico será da justiça estadual do úmari. HOJE o STJ
mudou de entendimento, hoje não é mais o local de apreensão da droga, é o local de destino
da droga, ou seja, a competência será de Juazeiro.

Princípio da Ubiquidade – exemplo – Douglas deu um tiro em Horácio na cidade de Icó, em


estado grave Horácio foi transferido para o Crato, Horácio ficou uma semana internado e
morreu, a QUESTÃO vai perguntar qual é o lugar ou quais são os lugares do crime. Lembre-se
considera-se lugar do crime tanto onde a ação começou quanto onde o delito se consumou. A
morte de Horácio se deu no Crato, e a vida acaba após a morte encefálica, o lugar do crime
será no Icó e no Crato, nem é só Icó e nem é só em Crato.

IMPORTANTE – REGRA PROCESSUAL – crime contra a vida instala-se um júri para que o réu
possa ser julgado, o júri popular, segundo o entendimento do STF, será instaurado no local do
fato, não importando onde o resultado se consumou, porque a ideia do Tribunal do Júri é que
a pessoa que cometeu o crime seja julgado pelos seus pares.

Law Fer - seria a utilização do direito, sobretudo o direito penal, como instrumento de guerra
contra rivais políticos ou benefícios. O uso do direito penal como máquina política para
aniquilar inimigos.

É POSSÍVEL A COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS? DEPENDE, depende da posição, jurisprudência


STF e STJ entendem que não pode porque se estaria criando uma espécie de lex petria que é
uma lei mutante, uma lei que não existe, que não foi criada pelo poder constituinte derivado.
Segundo a doutrina é perfeitamente possível a combinação de leis penais, pois acreditam que
não estão criando uma outra lei, estaria apenas usando duas leis que existe e a moldando-as
ao caso concreto. A resposta é DEPENDE. ADOTAR A JURISPRUDENCIA.

RETROATIVIDADE DA LEI – a lei benéfica será aplicada independentemente do trânsito em


julgado.

Norma intermediária - é uma norma “x” que vigorou durante um tempo e ai surge uma norma
“y” que revoga a norma “x”, é o que a doutrina chama de repristinação, essa norma
intermediária vai levar como lógica o que a doutrina chama de lex mitior, ou seja, tem uma
norma intermediária qual a norma que eu aplico, a norma que veio antes ou a norma que veio
depois? Se aplica a lei melhor sempre – novatio legis impedius.

Abolitio criminis só serve os efeitos penais, os efeitos civis ou extrapenais permanecem.


Pena cumprida no estrangeiro –

Eficácia de sentença estrangeira - quem homologa sentença estrangeira é o STJ. Os efeitos da


sentença estrangeira são: reparar o dano ou medida de segurança.

Sentença estrangeira não pode ser cumprida no Brasil.

Para a homologação da sentença é preciso o pedido da parte interessada ou pedido,


requerimento ou requisição do ministro da Justiça

Contagem do prazo – o dia do começo inclui porque é prazo material

Alguém foi preso às 23 horas do dia 25/08 quando der meia noite e um minuto do dia 26/08
faz 1 dia que a pessoa está presa. Frações de pena, multa são desprezadas.

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