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Normas técnicas
Estas não tem valor jurídico-formal, mas são estas que orientam a
realização correta de certo tipo de atividades, são normas definidas pelo
próprio setor profissional onde o agente se move, não tem o valor jurídico
das anteriores mas são muitas vezes mais adaptadas á realidade que as
mesmas, normalmente no âmbito da atividade medica chama-se “leges
artis” abrangem guide-lines, protocolos, ordens de serviço.
Principio da confiança
Quem cumpre as regras de cuidado deve poder confiar que os outros
também cumprem, e este pp tem uma relevância muito grande nos casos
de colaboração na realização de tarefas, e nas relações hierárquicas. Nas
relações de colaboração este pp tem uma dimensão máxima, dois
condutores um a frente do outro e o de trás adequa a marcha ao da frente
e o da frente trava muito rápido e o de trás trava de repente, aqui o de
trás cumpriu o dever de cuidado e por isso cumpre o dever de cuidado,
ou, um médico a ver chegar o fim de turno da os dossiers e as fichas ao
colega que o vai fazer render, esse mesmo colega deve poder confiar que
essa informação é correta, caso não seja e ele comete um erro ele não
viola deveres de cuidado. Ao nível das relações hierárquicas há quem diga
que o chefe da estrutura não pode invocar este principio relativamente
aos colaboradores, mas imaginando que numa equipa medica o cirurgião
ser responsável por tudo o que fazem os seus colaboradores este mal
pode trabalhar, havendo posições que defendem que o chefe tem
poderes de fiscalização e outros que dizem que este apenas responde
relativamente a situações em que se torne evidente o perigo e seja
necessário desconfiar, um medico chefe tem deveres de organização do
trabalho e distribuição de funções e garantir que todos a perceberam,
pode ter deveres reforçados em deveres chave da intervenção, mas, no
resto deve poder confiar no desempenho correto de funções por parte
dos seus colaboradores.
Este pp cessa ou tem como seus limites, com as devidas ressalvas:
Quando o agente tem deveres de vigilância e de controlo em
relação a outras pessoas, especificamente destinados a evitar a
lesão de bens jurídicos alheios, como sucede no âmbito da atividade
médico-cirúrgica.
Sempre que é reconhecível a possibilidade de não cumprimento do
outro, no fundo quando é evidente que o outro vai violar deveres
de cuidado, por exemplo, inexperiência de um auxiliar, doença
notória, outros tipos de incapacidade, experiencias negativas
anteriores.
Culpa negligente
Completada a analise do ilícito, temos a censura do facto, ao nível da
culpa distingue-se entre uma negligencia consciente e inconsciente,
que correspondem as alíneas a) e b) do artigo 15º do CP, a primeira
surge nas situações em que o agente representa a possibilidade de
ocorrência do resultado mas confia na sua não verificação, no fundo
confia que vai correr tudo bem, já a negligencia inconsciente significa
que o agente não representa o perigo, portanto não tem qualquer
noção do risco que vai causar, nem consciencializa os riscos que pode
causar, estas duas formas tem graus diferentes, podendo ser mais ou
menos reprováveis, mas há uma categoria de negligencia que o
legislador assumiu como particularmente grave, a negligencia
grosseira, que é um grau, podendo ser qualquer uma das ultimas,
artigo 137º n.2 por exemplo, que agrava o homicídio negligente se for
cometido com uma negligencia grosseira, corresponde a uma violação
muito grave dos deveres.
6º aula – 25/02/2022